quinta-feira, janeiro 17, 2013

O melhor xadrezista de sempre morreu há cinco anos

Robert "Bobby" James Fischer (Chicago, 9 de março de 1943 - Reykjavik, 17 de janeiro de 2008) foi um famoso xadrezista originalmente norte-americano, naturalizado islandês e ex-campeão mundial de xadrez.

Filho de pai alemão, Hans-Gerhardt Fischer, um biofísico e mãe judia-suíça naturalizada norte-americana, Regina Wender, aprendeu a jogar xadrez aos seis anos com sua irmã mais velha, que o entretinha com diversos jogos (entre eles o xadrez) enquanto a mãe ia trabalhar. Mudou-se cedo para a Califórnia e pouco tempo depois para Nova Iorque, onde pode desenvolver a sua aprendizagem em grandes clubes como o Marshall e o Manhattan.
Aos treze anos jogou a "Partida do Século" num torneio de Mestres em 1956 contra Donald Byrne, irmão de Robert Byrne, o qual também era Grande Mestre e foi vítima de uma das maiores partidas de Fischer no US-ch 1963, o qual Fischer venceu com 100% de aproveitamento, 13 em 13 possíveis e rating performance acima de 3000, feito igualado por Emanuel Lasker, na Alemanha.
Fischer venceu também o campeonato norte-americano oito vezes em oito participações (1957, 1958, 1959, 1960, 1961, 1962, 1973, 1975 e 1986), sendo a primeira aos catorze anos em 1957 e a segunda aos quinze, em 1958. Venceu jogadores tão fortes como Samuel Reshevsky (considerado pelo próprio Fischer como um dos dez melhores de todos os tempos - até então TOP 10), com tão pouca idade. De dezembro de 1962 até o fim da sua carreira, em 1992, Fischer venceu todos os torneios que disputou, exceto dois, nos quais terminou em segundo lugar: Capablanca Memorial, 1965, vencido por Boris Spassky e a Piatigorsky Cup, 1966, vencida por Smyslov. Geralmente Fischer vencia os abertos e grandes torneios em que participava com 3 ou 3,5 pontos de vantagem em relação ao segundo colocado.
A principal façanha da sua carreira foi a classificação para chegar à final do mundial contra Spassky. Fischer venceu Taimanov (xadrezista top 10) por 6-0 num jogo à melhor de 10. Fischer venceu Larsen (que era um dos cinco melhores jogadores do mundo) por 6-0 num jogo à melhor de 10 e venceu Petrosian por 7,5 - 2,5 num jogo à melhor de 10. Havia uma hegemonia russa desde que Alekhine derrotou Capablanca, em 1921. Após a recusa de Fischer de defender o título em 1975, a hegemonia de russos/soviéticos voltou e durou até o indiano Viswanathan Anand vencer o Mundial FIDE de 2000.
Em 1992, Fischer voltou a disputar um encontro contra Boris Spassky. Mesmo Fischer estando 20 anos afastado, enquanto Spassky permaneceu ativo durante todo este tempo, Fischer venceu com relativa facilidade e introduziu diversas novidades teóricas.
Fischer foi preso no Japão e lutou contra sua extradição para os Estados Unidos durante quase um ano. A Islândia ofereceu cidadania a Fischer, tendo ele aceite. Livre então pela cidadania islandesa, Fischer seguiu viagem para a Islândia chegando, no dia 23 de março de 2005.
Em eleição feita pelo principal periódico internacional de xadrez, o Sahovski Informator, Fischer foi considerado pelos grandes mestres como o melhor xadrezista do século XX, à frente de Kasparov.
Fischer foi o único xadrezista a vencer por 6-0 dois matches no Torneio de Candidatos. Tinha uma memória extraordinária, capaz de memorizar mais de 20 partidas de rápidas consecutivas.
Bobby Fischer morreu em 17 de janeiro de 2008, na Islândia, aos 64 anos.

Kid Rock faz hoje 42 anos

Robert James Ritchie (Romeo, 17 de janeiro de 1971), mais conhecido por seu nome artístico Kid Rock, é um músico natural dos Estados Unidos da América.
O seu álbum de estreia, Grits Sandwiches For Breakfast, foi lançado em 1991 pela editora Jive Records, mas o sucesso no top americano só veio em 1999, com o seu sexto álbum, Devil Without A Cause, que com o hit "Bawitdaba", e vendeu mais que 12 milhões de cópias. Kid Rock conseguiu manter-se no top mesmo depois de uma tímida aceitação do álbum Cocky, de 2001, em grande parte graças à balada country "Picture", com participação da cantora Sheryl Crow. No dia 9 de outubro de 2007 Kid Rock lançou o seu décimo primeiro álbum, intitulado Rock N Roll Jesus. Born Free, o oitavo álbum de estúdio do cantor Kid Rock, foi lançado a 15 de novembro de 2010. Kid Rock já vendeu mais de 27 milhões de álbuns até a presente data no mundo inteiro.

Ricky Wilson, vocalista dos Kaiser Chiefs, faz hoje 35 anos!

Charles Richard Wilson (Leeds, 17 de janeiro de 1978) é o vocalista da banda britânica Kaiser Chiefs.

Wilson é conhecido por usar blazers, coletes, stripy transformar-up, jeans e sapatos winkle picker, um estilo que lhe deu o prémio NME Shockwaves de pessoa mais bem vestida de 2006.
Wilson também é conhecido pelo seu comportamento no palco, pois ele sobe andaimes regularmente em festivais, como no Rock Festival Werchter de 2008, na Bélgica. Wilson percorreu a multidão e começou a subir à caixa de mistura, em frente ao palco, onde ele afirmou que estava "a assistir (ao concerto) da minha banda favorita no momento", uma referência para os seus companheiros de banda, que continuavam a tocar no palco. As suas palhaçadas no palco já lhe causaram ferimentos no passado, como quando ele rasgou os ligamentos de um tornozelo ao pular do palco num concerto em Portugal.
 
 

Miguel Torga morreu há 18 anos

Miguel Torga, pseudónimo de Adolfo Correia da Rocha, (São Martinho de Anta, 12 de agosto de 1907 - Coimbra, 17 de janeiro de 1995) foi um dos mais influentes poetas e escritores portugueses do século XX. Destacou-se como poeta, contista e memorialista, mas escreveu também romances, peças de teatro e ensaios.


Liberdade

— Liberdade, que estais no céu...
Rezava o padre-nosso que sabia,
A pedir-te, humildemente,
O pio de cada dia.
Mas a tua bondade omnipotente
Nem me ouvia.

— Liberdade, que estais na terra...
E a minha voz crescia
De emoção.
Mas um silêncio triste sepultava
A fé que ressumava
Da oração.

Até que um dia, corajosamente,
Olhei noutro sentido, e pude, deslumbrado,
Saborear, enfim,
O pão da minha fome.
— Liberdade, que estais em mim,
Santificado seja o vosso nome.

in
Diário XII (1977) - Miguel Torga

quarta-feira, janeiro 16, 2013

Jan Palach imolou-se há 44 anos

Jan Palach (11 de agosto de 1948 - 16 de janeiro de 1969) foi um estudante checo que cometeu suicídio através de auto-imolação como forma de protesto político.

A invasão da Checoslováquia, liderada pela União Soviética, em agosto de 1968, tinha a pretensão de esmagar as reformas liberalistas do governo de Alexander Dubček, na Primavera de Praga. Jan Palach morreu após atear fogo em si próprio, na Avenida Wenceslas, na cidade de Praga, no dia 16 de janeiro de 1969, quando tinha apenas 20 anos de idade.
O funeral de Jan Palach transformou-se em um grande protesto contra a ocupação, e um mês depois (em 25 de fevereiro de 1969) um outro estudante, Jan Zajíc, também ateou fogo a si próprio e ardeu até à morte no mesmo local, seguido ainda por Evžen Plocek, em abril do mesmo ano, na cidade de Jihlava.

Reconhecimento póstumo
Jan Palach foi inicialmente enterrado no cemitério Olšany. À medida que a sua lápide se  foi tornando um local de veneração, a StB (a polícia secreta do país) foi incumbida de destruir qualquer memória do legado de Jan Palach, e exumou os seus restos mortais na noite de 25 de outubro de 1973. O eu corpo foi cremado e enviado à sua mãe na cidade de Všetaty, terra natal do estudante, enquanto uma mulher desconhecida foi posta no local. Não foi permitido à mãe de Jan Palach depositar a urna com as cinzas no cemitério local até 1974. Em 25 de outubro de 1990, a urna foi recolocada oficialmente no seu local de origem, na cidade de Praga.
A chamada "Semana Palach" ocorreu no vigésimo aniversário de morte de Jan Palach. Foi uma série de manifestações anti-comunistas em Praga, entre 15 e 21 de janeiro de 1989, todas suprimidas pela polícia, que precederam a queda do comunismo na então Checoslováquia, 11 meses depois.
Após a Revolução de Veludo, Jan Palach (juntamente com Jan Zajíc) foram homenageados com uma cruz de bronze cravada no ponto onde ele caiu, do lado de fora do Museu Nacional, bem como com uma praça com o seu nome. O astrónomo checo Luboš Kohoutek, que veio a deixar o país no ano seguinte, nomeou um asteroide, que havia sido descoberto em 22 de agosto de 1969, como 1834 Palach. Existem vários outros memoriais a Jan Palach em cidades pela Europa, incluindo um pequeno memorial dentro dos túneis em Jungfraujoch, na Suíça.
Muitos incidentes posteriores de auto-imolação podem ter sido influenciados pelo exemplo de Jan Palach e a popularidade que o evento alcançou nos media. Na primavera de 2003, um total de seis jovens checos atearam fogo a si próprios e arderam até à morte, nomeadamente o estudante secundário Zdeněk Adamec, que se matou em 6 de março de 2003, quase no mesmo local de Jan Palach, em frente ao Museu Nacional, deixando uma nota de suicídio com referências explícitas a Jan Palach e aos outros que cometeram suicídio em 1969. As razões para a série de suicídios, entretanto, não é clara.
A apenas uma caminhada de distância do local onde Jan Palach cometeu suicídio, um monumento na cidade velha de Praga presta homenagem ao pensador religioso Jan Hus, que foi queimado na fogueira por heresia em 1415. Ele próprio foi celebrado como herói nacional durante muitos séculos, sendo automaticamente ligado ao caso de Jan Palach. A banda de rock britânica Kasabian dedicou a música Club Foot a Jan Palach.


Passos Manuel, brilhante parlamentar, político e primeiro ministro da monarquia constitucional, morreu há 151 anos

Manuel da Silva Passos (São Martinho de Guifões, Bouças, 5 de janeiro de 1801 - Santarém, 16 de janeiro de 1862), mais conhecido por Passos Manuel, bacharel formado em Direito, advogado, parlamentar brilhante, ministro em vários ministérios e um dos vultos mais proeminentes das primeiras décadas do liberalismo, encarnando a esquerda do movimento vintista na fase inicial da monarquia constitucional, tendo depois assumido o papel de líder incontestado dos setembristas. Foi seu irmão mais velho, e inseparável aliado na vida política, José da Silva Passos, um também proeminente político da esquerda liberal. Ficou célebre a sua declaração de princípios: A Rainha é o chefe da nação toda. E antes de eu ser de esquerda já era da Pátria. A Pátria é a minha política.

(...)

Em finais da década de 1850, os problemas de saúde que o afligiam há longos anos pioraram, remetendo-o definitivamente para a sua casa de Santarém. Falou pela última vez nas Cortes a 17 de fevereiro de 1857.
O rei D. Pedro V, que lhe tinha recusado em 1857 um lugar no Conselho de Estado, por carta régia de 17 de maio de 1861 nomeou-o Par do Reino, embora ele, aparentemente por razões de saúde, não tenha tomado assento na câmara alta.
Manuel da Silva Passos faleceu na sua casa de Santarém a 16 de janeiro de 1862, sem ter tomado posse na Câmara dos Pares. Nunca aceitou mercês ou títulos, embora a sua filha mais velha tenha sido elevada a viscondessa de Passos, em 1851, em atenção aos merecimentos do pai.
Quando a notícia do seu falecimento foi sabida em Lisboa, a Câmara dos Deputados, que estava reunida, lançou na acta um voto de sentimento pela morte do grande liberal e, por proposta de José da Silva Mendes Leal, determinou que na sala da biblioteca da câmara, fundada pelo eminente tribuno, se colocasse o seu busto, o qual ali perdura.
Anos depois, os seus conterrâneos do concelho de Bouças, hoje Matosinhos, erigiram-lhe uma estátua na Alameda de Leça. O mesmo lhe fez a cidade de Santarém, em cujo centro está uma estátua de Passos Manuel.
O seu nome é recordado na toponímia de múltiplas localidades, com destaque para a cidade do Porto, que lhe dedica várias estruturas. A Escola Secundária Passos Manuel é a mais antiga de Lisboa.

O maestro Arturo Toscanini morreu há 56 anos

Arturo Toscanini (Parma, 25 de março de 1867 - 16 de janeiro de 1957) foi um maestro italiano, um dos mais aclamados músicos do século XIX e XX, ele foi renomeado pela sua brilhante intensidade, seu inquieto perfecionismo, o seu fenomenal ouvido para detalhes, a sonoridade da orquestra e a sua memória fotográfica. Ele era considerado uma autoridade na direção das obras de Giuseppe Verdi, Ludwig van Beethoven, Johannes Brahms e Richard Wagner.

Toscanini nasceu em Parma, e conquistou uma bolsa para o conservatório musical local, onde estudou violoncelo. Ele ingressou na orquestra de uma companhia de ópera, com qual fez uma turnê na América do Sul, em 1886. Enquanto apresentava Aida, na sua turnê pelo Rio de Janeiro em 1886, Leopoldo Miguez, o maestro local, atingiu o ápice de uma escalada de conflito com os músicos, devido ao seu trabalho bastante fraco, a tal ponto em que os cantores entraram em greve e forçaram o empresário da companhia a procurar um maestro substituto. O maestro Aristide Venturi foi chamado, mas não foi aceite pelo público, então, à última hora, os músicos sugeriram que Toscanini conduzisse a ópera. Assim, às 21.15 horas, ele tomou a batuta e conduziu duas horas e meia de ópera apenas de memória. O público foi tomado de surpresa, num primeiro momento, pela juventude deste desconhecido maestro, e em seguida, pela sua sólida mestria. O resultado foi uma aclamação surpreendente. Ele conduziu dezoito óperas até o fim da turnê, começando assim a sua carreira como maestro, aos dezanove anos de idade.
Ao retornar para a Itália, Toscanini voltou para a sua cadeira na seção dos violoncelos e participou como violoncelista na estreia mundial de Otello (Verdi) no La Scala no ano de 1887, sob a supervisão do compositor. Verdi ficou impressionado com Toscanini, principalmente quando ele foi consultar Verdi sobre uma pontuação na partitura. Gradualmente a reputação do jovem músico enquanto maestro começou a firmar-se. Na década seguinte ele consolidou a sua carreira na Itália, nas estreias mundiais de La Bohème (Giacomo Puccini) e Pagliacci (Ruggiero Leoncavallo). Em 1896 Toscanini conduziu seu primeiro concerto sinfónico (em Turim, com obras de Schubert, Brahms, Tchaikovsky e Wagner). Em 1898 ele foi o maestro residente no Teatro La Scala, permanecendo lá até 1908, voltando para este lugar na década de 20. Ele levou a Orquestra do La Scala aos Estados Unidos numa turnê em 1920 e 21, onde fez a sua primeira gravação.

Fora da Europa, ele foi maestro no Metropolitan Opera, em Nova Iorque (1908 - 1915), bem como na Orquestra Filarmónica de Nova Iorque (1926 - 1936). Toscanini percorreu a Europa com a Filarmónica de Nova Iorque em 1930, e ele e os músicos foram aclamados pela crítica e público. Toscanini foi também o primeiro maestro não alemão a aparecer em Bayreuth (1930 - 1931) e a Orquestra Filarmónica de Nova Iorque foi a primeira orquestra não alemã a tocar ali. Na década de 30 ele apresentou-se no Festival de Salzburgo (1934 - 1937) e em 1936 ele conduziu o concerto inaugural da Orquestra Sinfónica da Palestina (que passou a ser Orquestra Filarmónica de Israel) em Tel Aviv, apresentando-se com ela em Jerusalém, Haifa, Cairo e Alexandria.

Em 1919, Toscanini concorreu, sem êxito, ao lugar de parlamentar pelo partido fascista, em Milão. Ele tinha sido chamado de "O maior maestro do mundo" pelo líder fascista Benito Mussolini. No entanto, ele rapidamente ficou desiludido com o fascismo e repetidamente desafiou o ditador italiano após sua subida ao poder, em 1922. Ele recusou-se a mostrar a fotografia de Mussolini ou a conduzir o hino fascista no La Scala. Ele falou para um amigo "Se eu fosse capaz de matar um homem, eu mataria Mussolini".
No concerto em memoria do compositor italiano Giuseppe Martucci, no dia 14 de maio de 1931, no Teatro Comunale de Bologna, foi ordenado que ele começasse a tocar Giovinezza, mas ele recusou, pois o ministro dos negócios estrangeiros fascista estava presente. Mussolini, que tinha posto sob escuta o telefone de Toscanini e sob constante vigilância, retirou-lhe o seu passaporte. O passaporte foi devolvido somente após o clamor mundial para um tratamento correto de Toscanini. Ele optou por sair de Itália até 1938.

Toscanini voltou para os Estados Unidos, onde em 1937 tinha sido criada a Orquestra Sinfónica NBC. Ele conduziu o seu primeiro concerto com a orquestra dia 25 de dezembro de 1937, no estúdio 8-H da NBC, no Centro Rockefeller de Nova Iorque. A acústica do estúdio era muito seca; após algumas remodelações, em 1939, foi obtida um pouco mais de reverberação.
Toscanini foi criticado muitas vezes por não utilizar músicas de autores norte americanos, no entanto, em 5 de novembro de 1938, ele foi o maestro que fez a estreia mundial de dois trabalhos orquestrais de Samuel Barber. Em 1945 ele conduziu a orquestra em gravações no Carnegie Hall. Nesse período ele gravou obras de John Philip Sousa, Howard Hanson, Bernard Wagenaar, Abram Chasins, Aaron Copland, Samuel Barber e George Gershwin.
Em 1940 Toscanini fez uma turnê com a orquestra pela América do Sul. Mais tarde naquele ano, ele teve desentendimentos com a gestão da NBC. Então no dia 10 de Março ele escreveu uma carta aos gestores, alegando que queria "retirar-se de cena de uma arte militante" e assim recusou a assinar um novo contrato. Então Leopold Stokowski assinou um contrato de 3 anos com a orquestra. Toscanini sofreu uma mudança e acabou voltando a orquestra, tomando o controle total em 1944.
Uma das transmissões mais notáveis aconteceu em julho de 1942, quando Toscanini conduziu a estreia nos Estados Unidos da Sinfonia Nº7 de Shostakovich. Em 1950 Toscanini conduziu a orquestra em uma extensa turnê transcontinental.
No dia 4 de abril de 1954, no Carnegie Hall, Toscanini sofreu de um lapso de memória, alegadamente causados por um ataque isquémico transitório. Depois disso, nunca mais realizou concertos em público - Toscanini tinha 87 anos quando se retirou. Após a sua retirada a Orquestra Sinfónica NBC foi reorganizada como a Orquestra Sinfónica do Ar, até que foi esta dissolvida em 1963.

Com a ajuda do seu filho Walter, Toscanini passou seus últimos anos editando gravações e transcrições de seus desempenhos com a Orquestra Sinfónica NBC.
Toscanini morreu com 89 anos de idade, devido a um acidente vascular cerebral, em sua casa, em Riverdale, na cidade de Nova Iorque, no dia 16 de janeiro de 1957. O seu corpo voltou para ser enterrado em Itália, no Cemitério Monumentale, em Milão. No seu testamento, ele deixou a sua batuta para a sua protegida, a soprano Herva Nelli. Toscanini foi postumamente premiado com o Grammy Lifetime Achievement Award em 1987.

Toscanini casou com Carla de Martini em 21 de junho de 1897, quando ela ainda não tinha completado vinte anos de idade. O seu primeiro filho, Walter, nasceu dia 19 de março de 1898. Uma filha, Wally, nasceu dia 6 de janeiro de 1900. Carla também deu à luz um menino, Giorgio, em setembro de 1901, mas ele acabou morrendo de difteria no dia 10 de junho de 1906 e, naquele mesmo ano, Carla deu à luz a sua segunda filha, Wanda.
Apesar das infidelidades de Toscanini, comprovadas por cartas, eles permaneceram casados até à sua morte, no dia 23 de junho de 1951.


Sade Adu - 54 anos

Sade Adu, nome artístico de Helen Folasade Adu, (Ibadan, 16 de janeiro de 1959) é uma cantora de jazz, da banda Sade, popular no Reino Unido.
Nascida na Nigéria, mas criada em Colchester, Reino Unido, para onde foi viver com a sua mãe (britânica) quando esta se separou do seu pai (nigeriano), cresceu ouvindo mestres do soul como Marvin Gaye, Curtis Mayfield e Donny Hathaway. Apesar dessas influências e mesmo ouvindo bastante música no período de sua adolescência, não decidiu logo dedicar a sua vida à música. Tanto assim que estudou desenho de moda no 'St Martin's Art College'. Porém, logo descobriu que o mundo da moda não lhe permitia um bom equilíbrio entre o gosto de criar e a necessidade de ganhar a vida.
Descobriu o seu talento musical quando aderiu a uma banda formada por alguns dos seus amigos de colégio. Rapidamente passou a ser a vocalista de uma banda de funk latino chamada Pride, onde aprendeu a gostar de escrever música (foi nesta fase que escreveu o êxito Smooth Operator). Aos 24 anos Helen assumiu-se como elemento central de uma nova banda, Sade, formada por si e por elementos da então extinta Pride - Stuart Matthewman, Andrew Hale e Paul Spencer Denman.


Niccolò Piccinni nasceu há 285 anos

Niccolò Piccinni (16 de janeiro de 1728 - 7 de maio de 1800) foi um compositor italiano de sinfonias, música sacra, música de câmara e ópera.
Foi um dos mais populares compositores de ópera no seu tempo, especialmente a opera buffa napolitana. Historicamente, ele teve a infelicidade de ficar entre as gerações de seus grandes antecessores, como Pergolesi e os grandes compositores que lhe sucederam, incluindo Domenico Cimarosa e Mozart.

Piccinni nasceu em Bari, e educado por Leonardo Leo e Francesco Durante, no Conservatório de S. Onofrio, graças à intervenção do bispo de Bari, uma vez que seu pai, embora ele próprio músico, se opõe. A primeira ópera, Le donne dispettose, foi produzida em 1755, e em 1760 ele compôs, em Roma, o seu chef d'œuvre, La Cecchina, ossia la buona Figliuola, uma ópera buffa com um libreto de Goldoni, executada em Roma e em todas as importantes capitais europeias, provavelmente a mais popular ópera buffa do século XVIII.
Em 1784 tornou-se professor na Escola Real de Música, uma das instituições a partir do qual o Conservatório Nacional de Música. Com a Revolução Francesa, em 1789, regressou a Nápoles, onde foi bem recebido pelo rei Fernando IV, mas após o casamento de sua filha, ele foi acusado de ser revolucionário e colocado sob prisão domiciliária durante quatro anos. Nos próximos nove anos, manteve uma existência precária em Veneza, Nápoles e Roma, mas retornou em 1798 a Paris, onde o público o recebeu com entusiasmo, mas não obteve grandes sucessos. Morreu em Passy, perto de Paris. Durante sua vida, trabalhou com os maiores libretistas do seu tempo, incluindo Metastasio. Após a sua morte um memorial foi-lhe dedicado em Bari.
A mais completa lista das suas obras foi publicada na Rivista musicale italiana, referindo que produziu mais de oitenta óperas.


Há 10 anos, o Columbia partiu para a sua trágica e derradeira viagem

STS-107 foi a última e fatídica missão do vaivém espacial Columbia, lançada em 16 de janeiro de 2003, pela NASA. Os sete membros da tripulação foram mortos na explosão da nave durante a reentrada na atmosfera no final da missão.
A causa do acidente foi um pedaço do revestimento do tanque de combustivel externo que se soltou durante o lançamento e afetou os componentes do sistema de proteção térmica na ponta da asa esquerda do Columbia.
Durante a reentrada, o calor excessivo lentamente superaqueceu o pedaço da asa sem proteção e a quebrou, deixando a nave sem controle e causando a desintegração do veículo espacial.

A tripulação durante a missão

A STS-107 foi uma missão múltipla sobre microgravidade e pesquisas científicas da Terra com diversas investigações científicas internacionais sendo realizadas durante 16 dias em órbita.
Uma das experiências, um vídeo feito para estudar a poeira atmosférica, pode ter descoberto um novo fenómeno atmosférico, chamado TIGRE, uma emissão ionosférica de cor vermelha.
A bordo do Columbia, levado pelo coronel Ilan Ramon, estava um desenho de Petr Ginz, editor-chefe da revista Vedem, que retratava como seria a Terra vista da Lua na sua imaginação, quando ele tinha 14 anos de idade e era um prisioneiro do campo de concentração nazi de Theresienstadt, durante a II Guerra Mundial.
Várias semanas após o acidente foi encontrado um recipiente contendo algumas minhocas levadas ao espaço para a realização de experiências biológicas em órbita. As mesmas estavam ainda vivas quando encontradas

terça-feira, janeiro 15, 2013

Rosa Luxemburgo foi assassinada há 94 anos

Rosa Luxemburgo, em polaco Róża Luksemburg (Zamość, 5 de março de 1871 - Berlim, 15 de janeiro de 1919), foi uma filósofa e economista marxista polaca e alemã. Tornou-se mundialmente conhecida pela militância revolucionária ligada à Social-Democracia do Reino da Polónia e Lituânia (SDKP), ao Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD) e ao Partido Social-Democrata Independente da Alemanha (USPD). Participou da fundação do grupo de tendência marxista do SPD, que viria a tornar-se mais tarde o Partido Comunista da Alemanha (KPD).
Em 1914, após o SPD apoiar a participação alemã na Primeira Guerra Mundial, Luxemburgo fundou, ao lado de Karl Liebknecht, a Liga Espartaquista. Em 1 de janeiro de 1919, a Liga transformou-se no KPD. Em novembro de 1918, durante a Revolução Espartaquista, ela fundou o jornal Die Rote Fahne (A Bandeira Vermelha), para dar suporte aos ideais da Liga.
Rosa Luxemburgo considerou a insurreição espartaquista de janeiro de 1919 em Berlim como um grande erro; no entanto, ela apoiaria a insurreição que Liebknecht iniciou sem seu conhecimento. Quando a revolta foi esmagada pelas Freikorps, milícias de direita composta por veteranos da Primeira Guerra que defendiam a República de Weimar, Luxemburgo, Liebknecht e centenas dos seus camaradas foram presos, espancados e assassinados sem direito a julgamento. Desde as suas mortes, Rosa Luxemburgo e Liebknecht atingiram o status de mártires, tanto para os marxistas como para os social-democratas.

El-Rei D. Afonso V nasceu há 581 anos

D. Afonso V de Portugal, (Sintra, 15 de janeiro de 1432 - Sintra, 28 de agosto de 1481), foi o décimo-segundo Rei de Portugal, cognominado o Africano pelas conquistas no Norte de África. Filho do rei D. Duarte, sucedeu-lhe em 1438 com apenas seis anos. Por ordem paterna a regência foi atribuída a sua mãe, D. Leonor de Aragão mas passaria para o seu tio D. Pedro, Duque de Coimbra, que procurou concentrar o poder no rei em detrimento da aristocracia e concluiu uma revisão na legislação conhecida como Ordenações Afonsinas. Em 1448 D. Afonso V assumiu o governo, anulando os editais aprovados durante a regência. Com o apoio do tio homónimo D. Afonso I, Duque de Bragança declarou D. Pedro inimigo do reino, derrotando-o na batalha de Alfarrobeira. Concentrou-se então na expansão no norte de África, onde conquistou Alcácer Ceguer, Anafé, Arzila, Tânger e Larache. Concedeu o monopólio do comércio na Guiné a Fernão Gomes, com a condição de este explorar a costa, o que o levaria em 1471 à Mina, onde descobriu um florescente comércio de ouro cujos lucros auxiliaram o rei na conquista. Em 1475, na sequência de uma crise dinástica, D. Afonso V casou com a sobrinha D. Joana de Trastâmara assumindo pretensões ao trono de Castela, que invadiu. Após fracassar na batalha de Toro, com sintomas de depressão, D. Afonso abdicou para o filho, D. João II de Portugal, falecendo em 1481.

O acordo que levou a guerra civil a Angola e trouxe os retornados a Portugal foi assinado há 37 anos

(imagem daqui)

O Acordo do Alvor, assinado entre o governo português e os três principais movimentos de libertação de Angola (MPLA – Movimento Popular de Libertação de Angola, FNLA – Frente Nacional de Libertação de Angola e UNITA – União Nacional para a Independência Total de Angola), em 15 de janeiro de 1975, em Alvor, no Algarve, e que estabeleceu os parâmetros para a partilha do poder na ex-colónia entre esse movimentos, após a concessão da independência de Angola.
Em entrevista à Agência Lusa, o dirigente socialista, António de Almeida Santos, que a 15 de janeiro de 1975 era ministro da Coordenação Inter-Territorial e integrava a delegação portuguesa que assinou o acordo, refere que, assim que viu o documento, soube que "aquilo não resultaria".
De facto, pouco tempo depois do acordo assinado, os três movimentos envolveram-se em um conflito armado pelo controlo do país e, em especial, da sua capital, Luanda, no que ficou conhecido como a Guerra Civil de Angola.

segunda-feira, janeiro 14, 2013

Um site sobre Darwin e Evolução que o Geopedrados recomenda

Lesson at a Glance: Charles Darwin

Although it is difficult to keep the politics of creationism vs. evolution out of any conversation about Darwinism, it is possible.  By carefully focusing on Charles Darwin’s scientific contributions, a careful teacher can avoid having difficult discussions about reconciling evolution with religious beliefs. This article provides the resources necessary for high school teachers to cover both Darwinism and Darwin’s other contributions without getting into hot water.

NOTA: um site com recursos em várias línguas sobre o trabalho pioneiro de Charles Darwin, em todas as suas áreas de trabalho científico (o geólogo, o sismólogo, o naturalista, o entomólogo, o evolucionista, o biólogo, etc.) com materiais (como os seus textos e publicações, muitos traduzidos em diversas línguas, incluindo o português) que vale a pena consultar...

O Agente Especial Sam Hanna, aka LL Cool J, faz hoje 45 anos

James Todd Smith III (nascido em 14 de janeiro de 1968), mais conhecido pelo nome artístico de LL Cool J, é um artista americano de hip-hop e ator. Ele é mais conhecido pelas suas baladas românticas como I Need Love bem como pioneiro do pop rap com I Can't Live Without My Radio, I'm Bad, Boomin System, Mama Said knock You Out,Headsprung e 4,3,2,1. Já atuou também em vários filmes e atualmente faz o papel do Agente Especial Sam Hanna na série NCIS: Los Angeles. LL Cool J é um das poucas estrelas da era do hip-hop de sua geração ainda ativos e com uma carreira próspera por mais de duas décadas. Já lançou 12 álbuns e uma compilação. O álbum, Exit 13, lançado em 4 de setembro de 2007, foi o último álbum de LL Cool J pela Def Jam, uma ligação que durou por 22 anos. LL Cool J significa Ladies Love Cool James. Ele casou com Simone I. Johnson, em 9 de agosto de 1995 e o casal tem 4 filhos.


Dave Grohl - 44 anos

Ingres morreu há 146 anos

Auto-retrato com 24 anos, 1804

Jean-Auguste Dominique Ingres (29 de agosto de 1780, Montauban14 de janeiro de 1867, Paris), mais conhecido simplesmente por Ingres, foi um celebrado pintor e desenhista francês, atuando na passagem do neoclassicismo para o romantismo. Foi um discípulo de David e em sua carreira encontrou grandes sucessos e grandes fracassos, mas é considerado hoje um dos mais importantes nomes da pintura do século XIX.
Filho de um escultor ornamentista, fez os estudos iniciais em Toulouse. Depois, formado na oficina de David, permaneceu fiel aos postulados neoclássicos do seu mestre ao longo de toda a vida. Passou muitos anos em Roma, onde assimilou aspectos formais de Rafael e do maneirismo. Ingres sobreviveu largamente à época de predomínio do seu estilo, dado que morreu em 1867. A partir de 1830 opôs-se com veemência, da sua posição de académico, ao triunfo do romantismo pictórico representado por Delacroix.
Ingres preferia os retratos e os nus às cenas mitológicas e históricas. Entre os seus melhores retratos contam-se Bonaparte Primeiro Cônsul, A Bela Célia, O Pintor Granet e A Condessa de Hassonville. Nos nus que pintou (A Grande Odalisca, Banho Turco e, sobretudo, A Banhista) é patente o domínio e a graça com que se serve do traço. A sua obra mais conhecida é Apoteose de Homero, de desenho nítido e equilibrada composição.
A sua obra representa a última grande revisitação da veneranda tradição de pintura histórica e mitológica. Também deixou obra notável no retrato e no nu feminino. A sua pintura tinha um acabamento técnico impecável e a qualidade de sua linha foi sempre altamente elogiada. Respeitava profundamente os mestres do passado, assumindo depois da morte de David o papel de paladino da ortodoxia clássica contra a ascensão do Romantismo. Esclareceu a sua posição afirmando que seguia "os grandes mestres que floresceram naquele século de gloriosa memória quando Rafael estabeleceu os eternos e incontestáveis padrões do sublime em arte… Sou, assim, um conservador de boa doutrina, e não um inovador".
Não obstante a crítica moderna tende a considerá-lo como uma encarnação do mesmo espírito romântico que ele procurava evitar - opinião que foi expressa também por vários de seus contemporâneos -, enquanto que as suas distorções expressivas da forma e do espaço tornam-o um pouco um precursor da arte moderna, exercendo influência sobre artistas como Degas, Picasso, Matisse e Willem de Kooning, entre outros.
A apoteose de Homero, 1827

Elvis fez o espetáculo Aloha from Hawaii há 40 anos

Aloha from Hawaii é um álbum e um especial de televisão de Elvis Presley que foi gravado ao vivo do Havai em Janeiro de 1973 do show que é considerado monumental e que foi exibido em vários países, por volta de 40. Foi o primeiro show de música ao vivo via satélite, primeiramente ele foi exibido para alguns países da Europa, Ásia e Oceania, tendo quebrado todos os recordes de público. Em outros países o show foi exibido dias depois e no caso dos EUA, o show foi ao ar em abril e se tornou a maior audiência da história televisiva americana até então, sendo exibido na NBC, quebrando a audiência da ida do homem à lua, a audiência estimada é de mais de mil milhões de espectadores, e o disco, como não poderia deixar de ser, foi um grande sucesso de vendas nos EUA, Japão e outros países. Aqui, Elvis foi considerado um cantor que atingiu a perfeição, um verdadeiro cantor popular de primeiríssima linha, segundo os especialistas, é considerado até hoje um momento de grande inspiração do rei do rock. Isso pode ser evidenciado pelo editorial do The New York Times, que foi o seguinte: Elvis Presley superou a sua própria lenda. Dois dias antes, no dia 12 de janeiro, Elvis fez outro show que serviria para o caso de algo de errado acontecer com a transmissão do dia 14. Esse show foi lançado anos mais tarde e alguns consideram que Elvis está mais solto no palco. Nesse show Elvis interpreta desde o puro rock dos anos 50, ainda com vontade de cantar esse tipo de música, o que não aconteceria nos anos seguintes, passando por belas baladas, blues, gospel e muito mais. Mostrando que ele poderia cantar em qualquer ritmo e tom, atingindo notas dificílimas, além de um senso rítmico e poder de interpretação raros de se encontrar em cantores populares.

Halley morreu há 271 anos

Edmond Halley (Haggerston, 8 de novembro de 1656 - Greenwich, 14 de janeiro de 1742) foi um astrônomo e matemático britânico, célebre por ser o descobridor do cometa Halley, em 1696.

Astronomia
Halley foi o primeiro astrónomo a teorizar que os cometas seriam objetos periódicos e previu que no ano de 1758 um cometa cruzaria o Sistema Solar. Devido a essa previsão, em sua homenagem, o cometa passou a ser chamado cometa Halley. Aplicou o método de Newton para calcular órbitas de cometas em 24 astros deste tipo e descobriu que aqueles observados em 1531, 1607 e 1682 tinham órbitas muito similares. Concluiu então que esse e outros cometas não eram objetos novos e sim objetos redescobertos que apenas retornavam às regiões interiores do Sistema Solar.
Halley publicou os resultados de suas observações em 1705, na obra A Synopsis of the Astronomy of Planets (Uma Sinopse da Astronomia dos Planetas). Os estudos sobre os cometas, porém, ocuparam apenas uma pequena parte da sua vida científica. Além de ser Astrónomo Real Britânico e professor da Cátedra Savilian de Geometria na Universidade de Oxford, Halley produziu em 1678 um mapa do céu meridional. Mostrou em 1716 como a distância entre a Terra e o Sol poderia ser calculada a partir dos trânsitos (passagens à frente do Sol) de Mercúrio e Vénus e descobriu o movimento próprio das estrelas em 1718.
Outras descobertas
Descobriu também a relação entre a pressão barométrica e a altura acima do nível do mar, mapeou o campo magnético superficial da Terra, predisse de forma precisa as trajetórias dos eclipses solares e apresentou pela primeira vez uma justificativa racional para a existência da aurora boreal: a hipótese da Terra oca. Halley também dedicou uma parte de seu tempo aos assuntos relativos à economia, à engenharia naval e à diplomacia, exercendo papel de destaque na publicação dos Principia, de Isaac Newton.
Também desenvolveu notáveis observações sobre o magnetismo terrestre, demonstrou que as chamadas estrelas fixas têm movimento próprio, embora muito lento, publicou diversos trabalhos matemáticos, colaborou no projeto da construção do Observatório de Greenwich.
Na atuária e demografia, contribuiu com estudos sobre mortalidade e com a obra An Estimate of the Degrees of the Mortality of Mankind, de 1693, no qual apresenta a Breslau Table, a primeira tábua de mortalidade construída sob preceitos científicos, com dados de nascimento e mortalidade obtidos na cidade silesiana de Breslau pelo professor alemão Caspar Neumann.

domingo, janeiro 13, 2013

Zola publicou o seu famoso artigo J'accuse, sobre o caso Dreyfus, há 115 anos

J'accuse (em português Eu acuso) é o título do artigo redigido por Émile Zola quando do caso Dreyfus e publicado no jornal L'Aurore do 13 de janeiro de 1898 sob a forma de uma carta ao presidente da República Francesa, Félix Faure. Zola inspirou-se num dossiê fornecido em 1896 pelo escritor Bernard Lazare.

Contexto
Este artigo é publicado três dias após Esterhazy ter sido inocentado pelo Conselho de Guerra (10 de janeiro), o que parece acabar com toda esperança dos que contavam com uma revisão do processo que condenara Dreyfus. Neste artigo, Zola ataca nominalmente os generais e outros oficiais responsáveis do erro judicial que levou ao processo e à condenação, os especialistas em grafologia culpados de «relatórios mentirosos e fraudulentos.» Ele ainda acusa o exército, culpado de uma campanha de imprensa mentirosa, bem como os dois Conselhos de Guerra: um tendo condenado Dreyfus baseado em uma peça mantida em segredo, enquanto o segundo inocentou vergonhosamente um culpado. Mas, acima de tudo, ele proclama desde o início a inocência de Dreyfus :
«Mon devoir est de parler, je ne veux pas être complice. Mes nuits seraient hantées par le spectre de l'innocent qui expie là-bas, dans la plus affreuse des tortures, un crime qu'il n'a pas commis.»
Meu dever é de falar, não quero ser cúmplice. Minhas noites seriam atormentadas pelo espectro do inocente que paga, na mais horrível das torturas, por um crime que ele não cometeu.

A publicação
O artigo faz a manchete do diário, cujos 300 000 exemplares esgotam-se em poucas horas. A emoção é forte, ocasionando um movimento da opinião pública. Vários intelectuais assinam uma petição em favor da revisão do processo, publicada ela também pelo L'Aurore. Entre eles, Anatole France, Georges Courteline, Octave Mirbeau ou Claude Monet, as assinaturas tendo sido recolhidas por estudantes ou jovens escritores como Marcel Proust. Zola recebe diversas mensagens de apoio, mas também cartas injuriosas e ameaças de caráter anti-semita ou xenófobo (o pai de Zola era italiano). O verdadeiro caso Dreyfus, aquele que vai inflamar as multidões durante vários anos, acaba de nascer.

Sanções e exílio
Em conclusão do artigo, Zola esperava um processo em um tribunal criminal a fim de fazer surgir a verdade. Ele será julgado diversas vezes, sendo que o resultado final será uma condenação a 1 ano de prisão e 3.000 francos de multa por seus ataques contra o Estado-Maior (Octave Mirbeau paga a multa) e uma condenação a 1 mês de prisão e 1 000 francos de multa por seus ataques contra os três especialistas (cada um recebendo 10 000 francos por prejuízos). Para escapar à prisão, Zola exila-se na Inglaterra, onde ele passará onze meses à espera de uma revisão do processo Dreyfus. O comunicado da revisão enviando Dreyfus ao Conselho de Guerra de Rennes é publicado em 3 de junho de 1899. Zola pode então retornar à França, onde ele publica no L'Aurore o artigo Justice, no qual ele se felicita pela decisão. Mas o processo de Rennes será decepcionante para os dreyfusards, e Zola continuará a lutar até sua morte pela reabilitação de Alfred Dreyfus.

O texto de Zola
A título de precisão, o artigo de 13 de janeiro deve seu nome ao facto que, na sua conclusão, todas as frases comecem pela expressão J'accuse (Eu acuso):
  • «J'accuse le lieutenant-colonel du Paty de Clam d'avoir été l'ouvrier diabolique de l'erreur judiciaire, en inconscient, je veux le croire, et d'avoir ensuite défendu son œuvre néfaste, depuis trois ans, par les machinations les plus saugrenues et les plus coupables.
Eu acuso o tenente-coronel du Paty de Clam de ter sido o artífice diabólico do erro judiciário, inconscientemente, quero crer, e de ter em seguida defendido sua obra nefasta, durante três anos, através de tramas absurdas e culpáveis.
  • J'accuse le général Mercier de s'être rendu complice, tout au moins par faiblesse d'esprit, d'une des plus grandes iniquités du siècle.
Eu acuso o general Mercier de ter-se mostrado cúmplice, ao menos por fraqueza de espírito, de uma das maiores injustiças do século.
  • J'accuse le général Billot d'avoir eu entre les mains les preuves certaines de l'innocence de Dreyfus et de les avoir étouffées, de s'être rendu coupable de ce crime de lèse-humanité et de lèse-justice, dans un but politique et pour sauver l'état-major compromis.
Eu acuso o general Billot de ter tido nas suas mãos as provas certas da inocência de Dreyfus e de tê-las abafado, de se tornar culpado deste crime de lesa-humanidade com um objetivo político e para salvar o Estado-Maior comprometido.
  • J'accuse le général de Boisdeffre et le général Gonse de s'être rendus complices du même crime, l'un sans doute par passion cléricale, l'autre peut-être par cet esprit de corps qui fait des bureaux de la guerre l'arche sainte, inattaquable.
Eu acuso o general de Boisdeffre e o general Gonse de serem cúmplices do mesmo crime, um sem dúvida por razão clerical, o outro talvez devido a esse espírito corporativista que torna os gabinetes de guerra em arcas santas, inatacáveis.
  • J'accuse le général de Pellieux et le commandant Ravary d'avoir fait une enquête scélérate, j'entends par là une enquête de la plus monstrueuse partialité, dont nous avons, dans le rapport du second, un impérissable monument de naïve audace.
Eu acuso o general de Pellieux e o comandante Ravary de terem feito uma sindicância rápida, e quero com isso dizer uma sindicância da mais monstruosa parcialidade, onde temos, no relatório do segundo, um monumento indestrutível de audácia ingênua.
  • J'accuse les trois experts en écritures, les sieurs Belhomme, Varinard et Couard, d'avoir fait des rapports mensongers et frauduleux, à moins qu'un examen médical ne les déclare atteints d'une maladie de la vue et du jugement.
Eu acuso os três especialistas em grafologia, os senhores Belhomme, Varinard e Couard, de terem redigido relatórios mentirosos e fraudulentos, a menos que um exame médico os declare doentes de algum mal da vista e de julgamento.
  • J'accuse les bureaux de la guerre d'avoir mené dans la presse, particulièrement dans L'Éclair et dans L'Écho de Paris, une campagne abominable, pour égarer l'opinion et couvrir leur faute.
Eu acuso os gabinetes de guerra de terem liderado na imprensa, particularmente no L'Éclair e no L'Écho de Paris, uma campanha abominável para distrair a opinião e cobrir seu erro.
  • J'accuse enfin le premier conseil de guerre d'avoir violé le droit, en condamnant un accusé sur une pièce restée secrète, et j'accuse le second conseil de guerre d'avoir couvert cette illégalité, par ordre, en commettant à son tour le crime juridique d'acquitter sciemment un coupable.
Eu acuso enfim o primeiro Conselho de Guerra de ter violado a lei ao condenar um acusado apoiado em uma peça de acusação mantida secreta, e acuso o segundo Conselho de Guerra de ter encoberto esta ilegalidade, sob ordem, cometendo também o crime jurídico de inocentar intencionalmente um culpado.»


Michel Sardou - J'accuse

J'accuse les hommes un par un et en groupe
J'accuse les hommes de cracher dans leur soupe
D'assassiner la poule aux oeufs d'argent
De ne prévoir que le bout de leur temps
J'accuse les hommes de salir les torrents
D'empoisonner le sable des enfants
De névroser l'âme des pauvres gens
De nécroser le fond des océans

J'accuse les hommes de violer les étoiles
Pour faire bander le Cap Canaveral
De se repaître de sexe et de sang
Pour oublier qu'ils sont des impuissants
De rassembler les génies du néant
De pétroler l'aile des goélands
D'atomiser le peu d'air qu'ils respirent
De s'enfumer pour moins se voir mourir

J'accuse

J'accuse les hommes de crimes sans pardon
Au nom d'un homme ou d'une religion
J'accuse les hommes de croire des hypocrites
Moitié pédés moitié hermaphrodites
Qui jouent les durs pour enfoncer du beurre
Et s'agenouillent aussitôt qu'ils ont peur
J'accuse les hommes de se croire des surhommes
Alors qu'ils sont bêtes à croquer la pomme

J'accuse les hommes je veux qu'on les condamne
Au maximum qu'on arrache leur âme
Et qu'on la jette aux rats et aux cochons
Pour voir comment eux ils s'en serviront
J'accuse les hommes en un mot comme en cent
J'accuse les hommes d'être bête et méchants
Bêtes à marcher au pas des régiments
De n'être pas des hommes tout simplement