domingo, junho 30, 2013

António Sousa Freitas morreu há 9 anos


António Sousa Freitas (Buarcos, 1 de janeiro de 1921 - Lisboa, 30 de junho de 2004), poeta e letrista português, distinguido com o Prémio Antero de Quental, em 1951, e com o Prémio Camilo Pessanha, em 1958, e agraciado com a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique, em 1985, pelo então Presidente da República Ramalho Eanes.



Acho inúteis as palavras - Amália Rodrigues
Letra de António Sousa Freitas e música de Joaquim Campos

Acho inúteis as palavras
Quando o silêncio é maior
Inúteis são os meus gestos
P'ra te falarem de amor

Acho inúteis os sorrisos
Quando a noite nos procura
Inúteis são minhas penas
P'ra te falar de ternura

Acho inúteis nossas bocas
Quando voltar o pecado
Inúteis são os meus olhos
P'ra te falar do passado

Acho inúteis nossos corpos
Quando o desejo é certeza
Inúteis são minhas mãos
Nessa hora de pureza.

Matisyahu - 34 anos

Matthew Paul Miller, conhecido por Matisyahu (cujo sentido é "Dom de Yahu" ou "Dom do Deus", na língua aramaica), (Westchester, 30 de junho de 1979) é um cantor judeu americano de reggae, que enfatiza nas suas letras os ensinos do judaísmo da linha Chabad Lubavitch.

Nasceu no estado da Pensilvânia, no dia correspondente ao calendário judaico de 5 de Tamuz de 5740. Depois de crescido, os pais de Matisyahu enviaram-no para uma Escola Judaica onde estudava duas vezes na semana, porém como muitos outros rapazes da sua idade, resistiu às horas adicionais da escola e foi frequentemente expulso por perturbações durante as aulas.
Aos catorze anos, Matthew Miller adquiriu um estilo de vida hippie. "Entrou na onda" das pessoas "Dead-Head", cultivou "dreadlocks" e gastou os seus "birkenstocks" (sandálias) durante todo o inverno. Tocava os seus bongos no recreio e aprendia a fazer "beat-box" no fundo da sala de aula. No 3º ano do colégio, embora estivesse numa época em que não havia nenhuma preocupação, Matisyahu não conseguia ignorar o vazio que sentia na sua vida. Depois de quase queimar a sua sala de química, sabia que a sua missão deveria começar imediatamente. Decidiu então fazer uma viagem pelo Colorado. Afastado da sua vida suburbana nas planícies brancas, Matisyahu teve a oportunidade de analisar e ter um olhar mais introspectivo sobre si , contemplando o ambiente em seu redor. Estava ele na paisagem impressionante das Montanhas Rochosas, quando teve uma visão a qual atribuiu a Deus.
Após a sua viagem para o Colorado, a sua curiosidade espiritual aumentou e Matisyahu fez sua primeira viagem a Israel. Lá, pela primeira vez na sua vida, sentiu uma conexão ao que viu eno Colorado. Israel era um ponto de giro principal. Matisyahu aproveitou o tempo que gastou lá, rezando, explorando, e dançando em Jerusalém. Em cada canto encontrou a sua identidade judaica, até então inativa na sua mente. Sair de Israel provou ser uma transição difícil. De volta as planícies brancas, Matisyahu não soube manter a sua nova conexão com o judaísmo. Abatido, desanimado saiu do colégio e começou a seguir a banda Phish numa tour nacional. Na estrada, Matisyahu pensou seriamente sobre a sua vida, a sua música, e a sua sede pelo judaísmo.
Após alguns meses ele regressou a casa. Nessa altura os seus pais insistiram para que ele se "endireitasse" e fosse para uma escola numa região selvagem, em Bend, Oregon. A escola incentivava os exercícios artísticos e Matisyahu tirou vantagem deste momento para aprofundar-se mais na sua música. Estudou reggae e hip-hop. Semanalmente ele ia a um open-mic onde cantava, fazia o seu beat-box, e era capaz de fazer quase qualquer coisa para manter e aguçar a sua criatividade. Foi aí que começou a desenvolver o seu estilo reggae-hip-hop. Depois de dois anos "lutando", aos dezanove anos Matisyahu volta para Nova York um homem mudado. Mudou-se para a cidade para continuar afinando o seu estudo musical, e também começou a interessar-se pelo teatro. Durante este tempo, foi ver o Carlebach Shul, uma sinagoga no lado ocidental, bem conhecida por ser amigável à energia hippie e ao seu canto exuberante. Isto fortaleceu mais a sua alma, favorecendo o poder místico da música judaica hassídica. Agora, em vez do beat-box no fundo da sala de aula, ele ia para o telhado da escola orar. Religioso ou não, ele não nasceu para ficar em salas de aula.
Ao estudar na nova escola, Matisyahu escreveu uma letra intitulada "Echad" (One). A letra era sobre um rapaz que se encontrou com um rabino hassídico no Washington Square Park em Nova Iorque e através dele se tornou religioso. Logo após ter feito a letra, a vida de Matisyahu imitou estranhamente a sua arte. Encontrou-se com o rabino Lubavitch no parque, iniciou-se aí sua transformação de Matthew para Matisyahu. Ele, que já fora céptico da autoridade e das suas regras, começou então a explorar e finalmente adquirir o estilo de vida do hassídico Lubavitch. Prosperou na disciplina e na estrutura do judaísmo, tentando cada vez mais entender a Lei Judaica. A filosofia de Chabad-Lubavitch provou ser um guia poderoso para Matisyahu. Cercou-o com o diálogo espiritual e o desafio intelectual que tem procurado desde a década passada. O distúrbio e a frustração da sua busca precipitada, e agora, 2 anos mais tarde, Matisyahu vive em Crown Heights, dividindo seu tempo entre os palcos e a yeshivá, centro de estudos religiosos.


Mikhail Baryshnikov fugiu da União Soviética há 39 anos

Mikhail Nikolaévich Baryshnikov (Riga, 28 de janeiro de 1948) é um bailarino, coreógrafo e ator.

Nascido na Letónia e naturalizado norte-americano, começou seus estudos de ballet em 1960. Em 1964, ele entrou na Escola Vaganova, na então cidade de Leningrado (atual São Petersburgo), conquistando  logo o primeiro prémio, para debutantes do Concurso Internacional Varna. Ele entrou o Ballet Kirov e fez sua estreia no Teatro Mariinsky, em 1967, dançando o papel de "camponês" no pas de deux de Giselle. O talento de Baryshnikov, em particular a força da sua presença e pureza técnica clássica, foi reconhecido por vários coreógrafos soviéticos, incluindo Oleg Vinogradov, Konstantin Sergeyev, Igor Tchernichov, e Leonid Jakobson
Ainda na União Soviética, foi chamado pelo crítico Clive Barnes "o mais perfeito bailarino que alguma vez vi".
Baryshnikov é frequentemente citado, ao lado de Vaslav Nijinsky e Rudolf Nureyev, como um dos maiores bailarinos da história. Após um promissor início de carreira no Kirov Ballet em Leningrado, ele foi ao Canadá, em 1974, em busca de maiores oportunidades na dança ocidental. Após atuar como artista convidado ao lado de várias companhias, juntou-se à Companhia de Ballet de Nova Iorque como solista para aprender o estilo de movimento de George Balanchine. Ele dançou com a companhia American Ballet Theatre, onde posteriormente se tornou diretor artístico.
Baryshnikov liderou muitos de seus próprios projetos artísticos e foi associado principalmente à promoção da dança moderna, lançando dezenas de novos trabalhos, incluindo muitos dele próprio. Seu sucesso como ator no teatro, cinema e televisão o ajudaram a se tornar provavelmente o mais largamente reconhecido bailarino contemporâneo. Em 1977, ele recebeu uma indicação para o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante e para o Globo de Ouro por seu trabalho como "Yuri Kopeikine" no filme "O Ponto de Mutação (filme)"
Durante uma turnê no Canadá, com o Balé Kirov, em 1974, Baryshnikov figiu da União Soviética, posicionando-se contra o regime comunista, pedindo asilo político em Toronto, a 29 de junho de 1974. Ele declarou posteriormente que Christina Berlim, uma amiga americana, o ajudou a planear a sua mudança de lado durante sua turnê 1970 de Londres. A sua primeira performance após a sair do isolamento temporário no Canadá foi com o Ballet Nacional do Canadá, em uma versão televisiva de "La Sylphide". Ele foi então para os Estados Unidos.
De 1974 a 1979, ele foi o principal bailarino do American Ballet Theatre (ABT), onde ele se associa com Gelsey Kirkland. Ele também trabalhou com o New York City Ballet, com George Balanchine. Também fez tours de ballet e dança moderna com companhias ao redor do mundo, durante quinze meses. Vários papéis foram criados por ele, incluindo os Opus 19: A Dreamer (1979), por Jerome Robbins, Rhapsody (1980), por Frederick Ashton, e Outras Danças (com Natalia Makarova) por Jerome Robbins. Ele retornou à ABT, em 1980 como dançarino e diretor artístico, cargo que ocupou durante uma década. Em 3 de julho de 1986, ele tornou-se cidadão dos Estados Unidos. De 1990 a 2002, Baryshnikov passou a diretor artístico da White Oak Dance Project, uma empresa que ele co-fundou com Mark Morris. Em 2004 ele lançou o Baryshnikov Arts Centre, em Nova Iorque.
Foi bailarino do American Ballet Theater de Nova Iorque onde foi bailarino de 1974 a 1989, e onde estrelou A Bela Adormecida (1975); Hamlet Conotations (1976); Giselle (1977); Balanchine (1980); Don Quixote (1989). Também foi diretor da companhia do American Ballet Theater entre 1985 e 1989. Além de bailarino é ator, tendo estrelado o filme O Sol da Meia-Noite (White Nights de 1985) ao lado do dançarino e ator americano, Gregory Hines.

Baryshnikov tem uma filha, Aleksandra Baryshnikova (nascido em 1981), a partir de um relacionamento anterior, com a atriz Jessica Lange. Quando Baryshnikov e Lange se conheceram, ele era capaz de falar muito pouco inglês, e eles tiveram de se comunicar usando francês. Baryshnikov está atualmente numa longa relação com a ex-bailarina Lisa Rinehart, e eles têm três filhos: Sofia, Anna, e Peter. Em uma entrevista com Larry King, Baryshnikov disse que não acredita no casamento, pois o compromisso de que as pessoas fazem entre si não tem nada a ver com um casamento legal. Ele afirmou que não era religioso, de forma que permanecer em frente a um altar não significa nada para ele.


Walter Ulbricht, o político que mandou fazer o Muro de Berlim, nasceu há 120 anos

Walter Ulbricht (Leipzig, 30 de junho de 1893Berlim Oriental, 1 de agosto de 1973) foi um político alemão, membro do Partido Comunista da Alemanha (KPD) e depois secretário-geral do Partido Socialista Unificado (SED), que resultou da fusão forçada pelos soviéticos do Partido Social-Democrata da Alemanha (SDP) com o Partido Comunista da Alemanha (KDP), na República Democrática Alemã. Ocupou o cargo de Presidente do Conselho de Estado da República Democrática Alemã entre 12 de setembro de 1960 e 1 de agosto de 1973. Foi o responsável por mandar fazer o Muro de Berlim, embora dois meses antes tivesse negado tal intenção. Apoiou a intervenção soviética na Checoslováquia, durante a Primavera de Praga, mandando inclusive tropas da RDA para pôr fim ao levantamento democrático na Checoslováquia.

Grafitties sobre o Muro de Berlim em 1986
 

O Evento de Tunguska foi há 105 anos

Árvores caídas após a explosão (foto tirada durante a expedição de Kulik, em 1927)

O Evento de Tunguska foi uma queda de um objeto celeste que aconteceu em uma região da Sibéria próxima ao rio Podkamennaya Tunguska em 30 de junho de 1908. A queda provocou uma grande explosão, devastando uma área de milhares de quilómetros quadrados. A ausência de uma cratera e de evidências diretas do objeto que teria causado a explosão levou a uma grande quantidade de teorias especulativas sobre a causa do evento. Apesar de ainda ser assunto de debate, segundo os estudos mais recentes a destruição provavelmente foi causada pelo deslocamento de ar subsequente a uma explosão de um meteorito ou fragmento de cometa a uma altitude de 5 a 10 km na atmosfera, devido ao atrito da reentrada. Diferentes estudos resultaram em estimativas para o tamanho do objeto variando em torno de algumas dezenas de metros.
Estima-se que a energia da explosão está entre 5 megatons e 30 megatons de TNT, com 10–15 megatons sendo o mais provável. Isso é aproximadamente igual a 1000 vezes a bomba lançada em Hiroshima na segunda guerra mundial e aproximadamente um terço da Bomba Csar, a mais poderosa arma nuclear já detonada. A explosão teria sido suficiente para destruir uma grande área metropolitana. A explosão derrubou cerca de 80 milhões de árvores em uma área e 2150 quilômetros quadrados e estima-se que tenha provocado um terremoto de 5 graus na escala Richter.
Apesar de ser considerado o maior impacto terrestre na história recente da Terra, impactos de intensidade similar em regiões remotas teriam passado despercebidos antes do advento do monitoramento global por satélite nas décadas de 1960 e 70.

Localização aproximada do evento de Tunguska, na Sibéria

A natureza do objeto que se chocou com a terra, meteoróide ou cometária, foi objeto de pesquisa ao longo do século XX e ainda é assunto de debate. Em 1930, o astrónomo F. J. W. Whipple sugeriu que o impacto teria sido com um pequeno cometa, um objeto composto primariamente de poeira e gelo, que teria sido completamente vaporizado na atmosfera, não deixando traços óbvios. Essa hipótese recebeu suporte a partir da observação de brilhos noturnos no céu da Europa por muitas noites após o evento, que poderiam ser explicados pela luz do sol refletida no gelo e poeira dispersada pela cauda do cometa na alta atmosfera.
Em 1978, o astrónomo Lubor Kresák sugeriu que o corpo fosse um fragmento do cometa Encke, responsável pela chuva de meteoros anual conhecida como beta taurídeos. O evento coincidiu com um pico de atividade dessa chuva de meteoros e a trajetória estimada para o objeto que causou a explosão de Tunguska é consistente com o que seria esperado de um fragmento desse cometa. Sabe-se que objetos dessa natureza explodem com frequência na alta atmosfera. Tais explosões são observadas por satélites militares há décadas.
Em 1983, o astrónomo Zdeněk Sekanina publicou artigos criticando a hipótese cometária. Ele apontou que um corpo composto de material cometário seguindo a trajetória observada teria sido desintegrado em grandes altitudes, enquanto é sabido que o objeto de Tunguska atingiu a baixa atmosfera antes de desintegrar. Sekanina argumentou que as evidências conhecidas apontavam para um objeto denso, feito de rocha, provavelmente um fragmento de asteroide. Essa hipótese foi ainda suportada em 2001, quando Farinella, Foschini, et al. divulgaram seu estudo sugerindo que a trajetória do objeto é consistente com uma origem no cinturão de asteroides.
Proponentes da teoria cometária sugeriram que o objeto poderia ser um cometa extinto com um manto rochoso que o teria protegido até atingir a baixa atmosfera.
A principal dificuldade com a hipótese do asteroide é que um objeto rochoso teria produzido uma grande cratera num impacto tão energético, e nenhuma cratera foi encontrada. Hipóteses foram feitas, e posteriormente corroboradas por modelos de Christopher Chyba e outros pesquisadores, de que é possível que a passagem do asteroide pela atmosfera teria provocado pressões e temperaturas tão altas que ele tenha sido completamente desintegrado, a energia do impacto toda liberada na atmosfera e o material espalhado na alta atmosfera explicaria a luminosidade noturna observada na Europa.
Durante os anos 1990, pesquisadores italianos extraíram resina das árvores recolhidas na área do impacto e encontraram altas taxas de materiais commumente encontrados em asteroides e raramente encontrados em cometas.

A Noite das Facas Longas foi há 79 anos

A Noite das Facas Longas (em alemão Nacht der langen Messer) foi uma purga que aconteceu na Alemanha Nazi na noite do dia 30 de junho para 1 de julho de 1934, quando a direção do Partido Nacional Socialista Alemão dos Trabalhadores (o Partido Nazi) decidiu executar dezenas de seus filiados, sendo a maioria pertencente à Sturmabteilung (SA), uma organização paramilitar do partido.
Adolf Hitler revoltou-se contra o líder da SA, Ernst Röhm, pois este ansiava em transformar seus liderados (que já contavam com três milhões de integrantes, chamados de camisas castanhas) no embrião do futuro exército da Alemanha Nazista e via o uso da violência nas ruas como melhor modo de disciplina, algo totalmente contra o regime que Hitler queria impor na sociedade alemã. Além disso, os interesses de Röhm chocavam com os do Reichswehr, o exército alemão do período entre-guerras, cujos oficiais - em especial o marechal Paul von Hindenburg, presidente da nação na época - não toleravam a figura de Röhm, por causa da sua homossexualidade, fraqueza a vícios e o medo de que Röhm viesse a tentar derrubar o regime nazi, podendo assim criar uma revolta no povo alemão e consequentemente a queda de Hitler. Com isso, Hitler, chanceler da Alemanha nomeado por Hindenburg, decidiu não entrar em choque com o poder político dos militares e, ao invés disso, fazer um expurgo contra as autoridades máximas da SA e seus inimigos políticos.
Pelo menos oitenta e cinco pessoas morreram durante o evento e milhares foram presas. A maioria das mortes foi causada pela Schutzstaffel (SS), um grupo de elite especial, e pela Gestapo (Geheime Staatspolizei), a polícia secreta. Com o expurgo, foi consolidado o apoio do Reichswehr a Hitler.
Antes do seu acontecimento, o evento foi classificado com o nome de código "colibri" (em alemão: Kolibri), escolhido aleatoriamente, que se tornou palavra-chave para iniciar a operação. A frase "Noite das facas longas" origina-se de um verso de uma canção da SA que tem como assunto principal massacres. Devido ao peso da expressão, a Alemanha refere-se a este assunto com o nome de "Röhm-Putsch", nome empregado pela propaganda nazista na época.

(...)

Por unanimidade, o exército aplaudiu a Noite das Facas Longas, pese embora o facto de dois dos mortos serem os generais Kurt von Schleicher e Ferdinand von Bredow. O presidente Hindenburg, herói militar da Alemanha, mandou um telegrama a Hitler expressando seu "profundo sentimento de gratidão". O apoio do exército à purga, entretanto, teria consequências de longo prazo para a instituição. A ameaça da SA de tirar o exército do poder finalmente tinha chegado ao fim, mas Hitler queria vê-lo mais próximo do regime nazi.
Sem um relatório independente da imprensa sobre o acontecimento, rumores sobre a Noite das Facas Longas rapidamente tomaram conta da Alemanha. Muitos alemães não acreditavam nas notas postas nos jornais por Joseph Goebbels. Ao mesmo tempo, outros acreditavam que Hitler tinha salvado a Alemanha de entrar em estado de caos. Uma professora de Hamburgo disse em seu diário que muitos alemães admiravam a coragem de Hitler. Ela comparou Hitler a Frederico, o Grande, lendário rei da Prússia. Outros estavam horrorizados com o número de execuções, principalmente por serem alemães.
Hitler chamou Victor Lutze para assumir o lugar de Röhm na SA, dando-lhe ordens para acabar com a "homossexualidade, deboche, embriaguez e estilo de vida elevado" na SA. Hitler disse a Lutze que fizesse com que a SA parasse de gastar dinheiro em carros caros e banquetes, atitudes consideradas extravagantes. Lutze, conhecido por ser um homem de pouco poder e fraco, fez com que a SA perdesse gradualmente seu poder na Alemanha Nazi. Com ele, a organização paramilitar passou de três milhões de membros em agosto de 1934 para 1,2 milhões em abril de 1938. Todas as referências ao nome de Röhm foram retiradas dos uniformes e documentos, e foram substituídas pelas palavras Blut und Ehre (sangue e honra).
A Noite das facas longas mostrou um triunfo de Adolf Hitler e foi sua consolidação no governo, estabilizando-o como juiz supremo do povo alemão. Mais tarde, em abril de 1942, ele se colocou como "poder acima da lei na Alemanha". Este acontecimento também foi exemplo para a pequena resistência contra o regime nazi da época, visto que qualquer pessoa que fosse contra o governo seria severamente punida.

A missão Soyuz 11 terminou em tragédia há 42 anos

Soyuz 11 (russo: Союз 11, União 11) foi a segunda tentativa e a primeira visita bem sucedida à primeira estação espacial do mundo, a Salyut 1. A missão, entretanto, terminou em tragédia com a morte dos três tripulantes por asfixia após a reentrada na atmosfera terrestre.

Tripulação

Parâmetros da missão

Missão e tragédia
Eles acoplaram na Salyut 1 com sucesso em 7 de junho e mantiveram-se a bordo durante 22 dias, marcando recordes de permanência no espaço que se manteriam até à missão americana Skylab 2 em maio-junho de 1973.
Em 30 de junho de 1971, após uma reentrada normal da cápsula na atmosfera, a equipe de resgate abriu a cápsula e encontrou o grupo morto. Rapidamente se tornou aparente que eles sofreram de asfixia e isto foi relacionado a uma válvula que foi sendo aberta conforme o módulo de descida se separava do módulo de serviço. Os dois eram fixados por parafusos explosivos projetados para dispararem sequencialmente, porém de fato eles dispararam simultaneamente enquanto a nave sobrevoava a França. A válvula, com menos de 1 mm de diâmetro, tinha a função de equalizar e pressão dentro da cápsula nos momentos finais antes da aterragem, porém neste caso ela permitiu que o ar dos cosmonautas escapasse para o espaço. Localizado atrás dos bancos dos cosmonautas, foi provado ser impossível localizar e bloquear o buraco antes que o ar da cápsula fosse perdido.
O filme posteriormente desclassificado mostrou os grupos de suporte tentando realizar RCP nos cosmonautas. Apesar de existir a possibilidade de isto ser apenas para publicidade, é possível que eles tivessem tentado salvar os cosmonautas na esperança de que o acidente da descompressão tivesse ocorrido a um intervalo de tempo que permitisse que algum deles fosse salvo. Acredita-se que eles não estivessem respirando ao menos por quinze minutos antes da aterrissagem, e que eles já estivessem mortos quando a nave tocou o solo.
Os cosmonautas receberam um funeral de estado, e foram enterrados nos muros do Kremlin, na Praça Vermelha, em Moscovo. O astronauta norte-americano Tom Stafford ajudou a carregar o caixão.
A nave espacial Soyuz foi extensivamente redesenhada após este incidente para transportar apenas dois cosmonautas. O espaço extra significava que o grupo poderia vestir trajes espaciais durante o lançamento e a aterragem.

sábado, junho 29, 2013

A Segunda Guerra Balcânica, que antecedeu a I Grande Guerra, começou há um século

A Segunda Guerra Balcânica, também conhecida como Segunda Guerra dos Balcãs, ocorreu entre 29 de junho de 1913 e 10 de agosto de 1913 (no calendário gregoriano, mas de 16 de junho de 1913 a 18 de julho de 1913 no calendário juliano, que ainda vigorava nos países ortodoxos) e foi um conflito entre a Bulgária de um lado contra seus antigos aliados da Liga Balcânica - Sérvia, Grécia e Montenegro - somados à Roménia e ao Império Otomano de outro. O resultado desta guerra tornou a Sérvia, um importante aliado da Rússia, em uma potência regional dos Bálcãs, alarmando a Áustria-Hungria e indiretamente tornando-se mais uma causa para a Primeira Guerra Mundial.

Antecedentes
Durante a Primeira Guerra Balcânica, a Liga Balcânica (Sérvia, Montenegro, Grécia e Bulgária) atacaram e conquistaram as províncias europeias remanescentes do combalido Império Otomano (Albânia, Macedónia e Trácia) deixando-o com o comando apenas das penínsulas de Chataldja e Gallipoli. O Tratado de Londres, assinado em 30 de maio de 1913, que pôs fim à guerra, reconheceu os ganhos dos estados balcânicos a leste da linha Enos-Medea e criou uma Albânia independente, em parte devido às pressões austro-húngaras para que as pretensões sérvias de acesso ao mar fossem derrubadas.
Entretanto, o tratado acabou por não satisfazer ninguém. Os estados balcânicos haviam feito um acordo preliminar de partilha dos territórios conquistados, especialmente no que dizia respeito à Macedónia, e a Conferência de Londres acabou apenas por reconhecer o status quo, mesmo que alguns territórios tivessem migrado para as respectivas potências ocupantes. A Bulgária sentiu que seu ganhos territoriais concedidos depois da guerra, particularmente na Macedônia, eram insuficientes, e passou a reclamar a importante cidade de Salônica, onde um regimento búlgaro já estava estacionado.
Grécia e Sérvia já estavam desgostosas ao terem de evacuar a Albânia, e responderam a isto entrando ofensivamente na conferência com o objetivo de prevenir uma grande expansão búlgara. Os dois países resolveram suas diferenças mútuas e assinaram um acordo para uma aliança militar em 1 de maio de 1913, seguido por um tratado de "amizade e proteção mútuas" em 19 de maio/1 de junho de 1913. Mais ao norte, uma outra disputa da Bulgária era com a Roménia, principalmente com a decisão desta de reclamar pela fortaleza búlgara de Silistra no rio Danúbio, como o preço da neutralidade do país durante a Primeira Guerra Balcânica.
A arbitragem russa, dada para o Tratado Sérvio-Búlgaro de 1912, progrediu muito lentamente, já que a Rússia não desejava perder nenhum dos seus aliados eslavos nos Bálcãs. Durante as negociações, disputas continuaram a ocorrer na Macedónia, principalmente entre tropas sérvias e búlgaras. Em 29 de junho, o Alto Comando búlgaro, sem notificar o governo, ordenou que as tropas búlgaras atacassem posições sérvias e gregas, e a declaração de guerra estava feita.
O Reino da Bulgária esperava adquirir toda a região conhecida como "Macedónia búlgara" e assim dominar os Balcãs, como estava prescrito no Tratado de San Stefano, enquanto a Sérvia e a Grécia esperavam tomar largas porções da Macedónia para impedir que a hegemonia búlgara se consolidasse.

Forças militares
O exército do Reino da Bulgária tinha 500.000 combatentes divididos em cinco exércitos e que se concentravam entre quinhentos quilómetros abaixo do rio Danúbio ao norte até o mar Egeu ao sul.
O exército do Reino da Sérvia contava 230.000 combatentes divididos em três exércitos, com as principais forças concentradas na frente Macedónia que seguia ao longo do rio Vardar e de Skopje. O exército do Reino da Grécia era composto por 120.000 soldados, com sua maioria concentrada em Salónica. O Reino de Montenegro enviou uma divisão de 12.000 homens para a frente da Macedónia.
O Reino da Roménia mobilizou 500.000 combatentes, que foram alocados em cinco divisões. O Império Otomano entrou na guerra com um exército de 255.000 homens.

Fim da Guerra
Apesar de ter conseguido estabilizar a frente na Macedónia, o governo búlgaro aceitou um armistício ao ser levado por eventos que ocorriam bem logo do coração dos Balcãs. A Roménia invadiu a Bulgária entre 27 de junho e 10 de julho, datas do calendário juliano, ocupando o sul de Dobruja, que estava sem defesas, e marchou pelo norte da Bulgária, tendo em vista uma invasão da capital, Sofia. O Império Otomano também tomou vantagem da situação para recuperar algumas possessões da Trácia que havia perdido na Primeira Guerra Balcânica, e ordenou que os seus exércitos marchassem para Yambol e a Trácia Ocidental. Como os exércitos búlgaros estavam completamente ocupados com os exércitos sérvios e gregos, as armadas dos otomanos e romenos não sofreram nenhum dado de combate, apesar de uma epidemia de cólera ter se espalhado entre os soldados.
Um armistício geral foi planeado entre 18 e 31 de julho de 1913 (datas segundo o calendário juliano, então em vigor nos estados ortodoxos), e os territórios foram redivididos sob os termos dos Tratados de Bucareste e de Constantinopla. A Bulgária acabou por perder a maior parte do território conquistado na Primeira Guerra Balcânica, incluindo a Dobrudja do sul (para a Roménia), boa parte da Macedónia e da Trácia Oriental para os turcos-otomanos. Ainda assim, os búlgaros conseguiram manter a Trácia Ocidental, o porto de Dedeagach e partes do litoral do mar Egeu sob seu domínio. A Sérvia ganhou territórios no norte da Macedónia, enquanto a Grécia recebeu a parte sul do território.
As fronteiras definidas nos tratados de Bucareste e Constantinopla foram apenas temporárias; dez meses depois elas começaram a mudar novamente, e uma nova guerra foi iniciada nos Balcãs, levada pelo início da Primeira Guerra Mundial.

Katharine Hepburn morreu há 10 anos...

Katharine Houghton Hepburn (Hartford, 12 de maio de 1907 - Old Saybrook, 29 de junho de 2003) foi uma importante atriz dos Estados Unidos. A carreira de Hepburn é vista como uma das mais famosas de Hollywood e durou por mais de 60 anos. Ela trabalhou com diversos tipos de géneros, da comédia ao drama, e recebeu quatro prémios de Óscar de Melhor Atriz, um recorde até os dias atuais.
Criada no Connecticut por pais ricos e progressistas, Hepburn começou a atuar enquanto estudava na Bryn Mawr College. Depois de quatro anos no teatro, críticas favoráveis ao seu trabalho na Broadway trouxeram-lhe a atenção de Hollywood. Os seus primeiros anos na indústria cinematográfica foram marcados por sucessos, incluindo um Óscar por sua atuação em Morning Glory em 1933, mas este filme foi seguido por uma série de fracassos comerciais. Em 1938 ela foi rotulada como "veneno de bilheteira". Na década de 1940 ela foi contratada pela a Metro-Goldwyn-Mayer, onde a sua carreira foi focada em uma aliança com Spencer Tracy.
Hepburn alcançou grande sucesso na segunda metade de sua vida, onde ela apareceu em várias produções de Shakespeare. Ela conseguiu aprovação atuando como mulher de meia-idade, como em The African Queen, em 1951. Três Óscares vieram mais tarde, por seu trabalho em Adivinhe Quem Vem Para Jantar, em 1967, O Leão no Inverno, em 1968, e On Golden Pond,  em 1981. Na década de 1970 ela começou a aparecer em filmes de televisão, que se tornaram o foco da sua carreira mais tarde. Ela permaneceu ativa até à velhice e morreu em 2003, com 96 anos. Em 1999, ela foi nomeada pelo American Film Institute como a a maior estrela feminina de todos os tempos.

(...)
Katharine Hepburn com Spencer Tracy
O relacionamento mais importante da vida de Hepburn foi com Spencer Tracy. Lauren Bacall, um amiga próxima, mais tarde descreveu que o amor de Hepburn era "cego" com o ator. A relação recebeu muita publicidade, e é frequentemente citado como um dos assuntos lendários de amor em Hollywood. A primeira vez que eles se encontraram ela tinha 34 anos e ele tinha 41 anos; Tracy inicialmente desconfiou que Hepburn fosse lésbica, mas Hepburn disse que ela "soube imediatamente que eu o achei irresistível.". Tracy permaneceu casado ​​durante toda a sua relação, embora ele e sua esposa Louise vivessem vidas separadas desde 1930, e nunca houve uma divisão oficial e nenhuma das partes perseguiu com um divórcio. Hepburn não interferiu, e nunca lutou pelo o casamento. Tracy ficou determinado a ocultar a relação com Hepburn de sua esposa, e ela teve que permanecer privada. Eles tiveram cuidado para não serem vistos em público juntos, e se mantiveram em residências separadas. Tracy era  alcoólico e problemático, que Hepburn descreveu como "torturado" pela culpa e pela miséria, e ela se dedicou a fazer sua vida mais fácil. Muitas vezes eles passaram trechos de tempo separados devido ao seu trabalho, particularmente na década de 1950, quando Hepburn foi em grande parte ao exterior para compromissos profissionais.
A saúde de Tracy diminuiu significativamente na década de 1960, e Hepburn fez uma pausa de cinco anos em sua carreira para cuidar dele. Ela mudou para a casa de Tracy durante este período, e estava com ele quando ele morreu em 10 de junho de 1967. Por consideração para a família de Tracy, ela não compareceu ao seu funeral. Foi só depois da morte de Louise Tracy, em 1983, que Hepburn começou a falar publicamente sobre os seus sentimentos por sua frequente co-estrela.
A saúde começou a deteriorar-se não muito tempo depois de sua aparição na tela final. No inverno de 1996 ela foi hospitalizada com pneumonia. Em 1997 ela ficou muito fraca, e estava falando e comendo muito pouco, e temia-se que ela iria morrer. Ela mostrou sinais de demência nos seus últimos anos. Em maio de 2003, um tumor agressivo foi encontrado no pescoço de Hepburn. A decisão foi tomada para não intervir medicamente e ela morreu em 29 de junho de 2003, na casa da família Hepburn em Fenwick (Connecticut). Ela tinha 96 anos e foi sepultada em Cedar Hill Cemetery, Hartford. Hepburn pediu para que não tivesse serviço memorial.

Música atual para geopedrada que hoje faz anos

Para a Flor, colega geopedrada e amiga, que hoje faz anos, mais para os que ama, dedicamos esta música, esperando que dia seja bom, o bolo excelente e tudo corra bem na sua vida...


Get Lucky - Daft Punk feat Pharrell Williams & Nile Rodgers

Like the legend of the phoenix
All ends with beginnings
What keeps the planet spinning
The force from the beginning


We've come too far
To give up who we are
So let's raise the bar
And our cups to the stars
She's up all night to the sun
I'm up all night to get some
She's up all night for good fun
I'm up all night to get lucky
We're up all night 'til the sun
We're up all night to get some
We're up all night for good fun
We're up all night to get lucky
We're up all night to get lucky
We're up all night to get lucky
We're up all night to get lucky
We're up all night to get lucky


The present has no ribbon
Your gift keeps on giving
What is this I'm feeling?
If you want to leave, I'm with it


We’re up all night to get
We’re up all night to get
We’re up all night to get
We’re up all night to get
We’re up all night to get
We’re up all night to get back together
We’re up all night (let’s get back together!)
We’re up all night to get funky
We’re up all night to get lucky
We’re up all night to get lucky
We’re up all night to get lucky
We’re up all night to get lucky
We’re up all night to get lucky
We’re up all night to get lucky
We’re up all night to get lucky
We’re up all night to get lucky
We’re up all night to get lucky
We’re up all night to get lucky


We're up all night to get lucky
We're up all night to get lucky
We're up all night to get lucky
We're up all night to get lucky
We're up all night to get lucky

Hoje é o dia dos dois fundadores da atual Igreja Católica: Pedro e Paulo (Simão e Saulo)

Crucificação de São Pedro (Santa Maria del Popolo, Roma, Caravaggio, 1600)

São Pedro (do grego: Πέτρος, Pétros, "pedra", "rocha"; Betsaida, século I a.C. - Roma, cerca de 67 d.C.) foi um dos doze apóstolos de Jesus Cristo, segundo o Novo Testamento e, mais especificamente, os quatro Evangelhos. Os católicos consideram Pedro como o primeiro Bispo de Roma, sendo por isso o primeiro Papa da Igreja Católica.

Segundo a Bíblia, o seu nome original não era Pedro, mas Simão. Nos livros dos Atos dos Apóstolos e na Segunda Epístola de Pedro, aparece ainda uma variante do seu nome original, Simão. Cristo mudou seu nome para Kepha (Cefas em português, como em Gálatas 2:11), que em aramaico significa "pedra", "rocha", nome este que foi traduzido para o grego como Πέτρος, Petros, através da palavra πέτρα, petra, que também significa "pedra" ou "rocha", e posteriormente passou para o latim como Petrus, também através da palavra petra, de mesmo significado.
A mudança de seu nome por Jesus Cristo, bem como seu significado, ganham importância de acordo com a Igreja Católica em Mt 16, 18, quando Jesus diz: "E eu te declaro: tu és Kepha e sobre esta kepha edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão nunca contra ela." Jesus comparava Simão à rocha. Desta forma, Cristo, de acordo com a tradição católica, foi o fundador da Igreja Católica, fundada sobre Simão Pedro e sendo-lhe concedido, por este motivo, o título de Príncipe dos Apóstolos. Esse título é um tanto tardio, visto que tal designação só começaria a ser usada cerca de um século mais tarde, suplementando o de Patriarca (agora destinado a outro uso). Pedro foi o primeiro Bispo de Roma. Essa circunstância é importante, pois daí provém a primazia do Papa e da diocese de Roma sobre toda a Igreja Católica; posteriormente esse evento originaria os títulos "Apostólica" e "Romana".

A comunidade de Roma foi fundada pelos apóstolos Pedro e Paulo e é considerada a única comunidade cristã do mundo fundada por mais de um apóstolo e a única do Ocidente instituída por um deles. Por esta razão desde a antiguidade a comunidade de Roma (chamada atualmente de Santa Sé pelos católicos) teve o primado sobre todas as outras comunidades locais (dioceses); nessa visão o ministério de Pedro continua sendo exercido até hoje pelo Bispo de Roma (segundo o catolicismo romano), assim como o ministério dos outros apóstolos é cumprido pelos outros Bispos unidos a ele, que é a cabeça do colégio apostólico, do colégio episcopal. A sucessão papal (de Pedro) começou com São Lino (67) e, atualmente é exercida pelo Papa Francisco, eleito em 13 de março de 2013. Segundo essa visão, o próprio apóstolo Pedro atestou que exerceu o seu ministério em Roma ao concluir a sua primeira epístola: "A [Igreja] que está em Babilónia, eleita como vós, vos saúda, como também Marcos, meu filho." Trata-se da Igreja de Roma. Assim também o interpretaram todos os autores desde a Antiguidade, como abaixo, como sendo a Roma Imperial (decadente). O termo não pode referir-se à Babilônia sobre o Eufrates, que jazia em ruínas ou à Nova Babilónia (Selêucida) sobre o rio Tigre, ou à Babilónia egípcia, próxima de Mênfis, tampouco a Jerusalém; deve, portanto referir-se a Roma, a única cidade que é chamada Babilónia pela antiga literatura cristã.

Baldaquino da moderna Basílica de São Pedro, de Bernini (o túmulo de Pedro encontra-se debaixo da estrutura)

A partir da década de 1950 intensificaram-se as escavações no subsolo da Basílica de São Pedro, lugar tradicionalmente reconhecido como provável túmulo do apóstolo e próximo do seu local de martírio, no muro central do Circo de Nero. Após extenuantes e cuidadosos trabalhos, inclusive com remoção de toneladas de terra que datavam do corte da Colina Vaticana para a terraplanagem da construção da primeira basílica na época de Constantino, a equipa chefiada pela arqueóloga italiana Margherita Guarducci encontrou o que seria uma necrópole atribuída a Pedro, inclusive uma parede repleta de grafitos com a expressão Petrós Ení, que, em grego, significa "Pedro está aqui".
Também foram encontrados, em um nicho, fragmentos de ossos de um homem robusto e idoso, entre 60-70 anos, envoltos em restos de tecido púrpura com fios de ouro que se acredita, com muita probabilidade, serem de Pedro. A data real do martírio, de acordo com um cruzamento de datas feito pela arqueóloga, seria 13 de outubro de 64 d.C. e não 29 de junho, data em que se comemorava a trasladação dos restos mortais de Pedro e Paulo para a colocação dos mesmos nas Catacumbas de São Sebastião, durante a perseguição do imperador romano Valeriano em 257.


Paulo ( por Rembrandt)

Paulo de Tarso, também chamado de Apóstolo Paulo, Saulo de Tarso e São Paulo, foi um dos mais influentes escritores do cristianismo primitivo, cujas obras compõem parte significativa do Novo Testamento. A influência que exerceu no pensamento cristão, chamada de "paulinismo", foi fundamental por causa do seu papel como proeminente apóstolo do Cristianismo durante a propagação inicial do Evangelho pelo Império Romano.
Conhecido como Saulo antes de sua conversão, ele dedicava-se à perseguição dos primeiros discípulos de Jesus na região de Jerusalém. De acordo com o relato na Bíblia, durante uma viagem entre Jerusalém e Damasco, numa missão para que, encontrando fiéis por lá, "os levasse presos a Jerusalém", Saulo teve uma visão de Jesus envolto numa grande luz. Ficou cego, mas recuperou a visão após três dias e começou então a pregar o Cristianismo.
Juntamente com Simão Pedro e Tiago, o Justo, ele foi um dos mais proeminentes líderes do nascente cristianismo. Era também cidadão romano, o que lhe conferia uma situação legal privilegiada.
Treze epístolas no Novo Testamento são atribuídas a Paulo, mas a sua autoria em sete delas é contestada por estudiosos modernos. Agostinho desenvolveu a ideia de Paulo que a salvação é baseada na fé e não nas "obras da Lei". A interpretação de Martinho Lutero das obras de Paulo influenciou fortemente sua doutrina de "sola fide".
A conversão de Paulo mudou radicalmente o curso de sua vida. Com suas atividades missionárias e obras, Paulo acabou transformando as crenças religiosas e a filosofia de toda a região da bacia do Mediterrâneo. Sua liderança, influência e legado levaram à formação de comunidades dominadas por grupos gentios que adoravam o Deus de Israel, aderiam ao código moral judaico, mas que abandonaram o ritual e as obrigações alimentares da Lei Mosaica por causa dos ensinamentos de Paulo sobre a vida e obra de Jesus e seu "Novo Testamento", fundamentados na morte de Jesus e na sua ressurreição.
A Bíblia não relata a morte de Paulo.

O nome original de Paulo era "Saulo" (em hebraico Šāʼûl - "o que se pediu, o que se orou por" e traduzido em grego antigo: Σαούλ - Saul - ou Σαῦλος - Saulos), nome que divide com o bíblico Rei Saul, um outro benjaminita e primeiro rei de Israel, que foi sucedido pelo Rei David, da tribo de Judá. Segundo suas próprias palavras, era um fariseu.
O uso de "Paulo" (em grego: Παῦλος - Paulos; em latim: Paulus ou Paullus - "baixo"; "curto") aparece nos "Atos" pela primeira vez quando ele começou sua primeira jornada missionária em território desconhecido. Nos Atos 13:6-13, Paulo aparece, juntamente com Barnabé e João Marcos, conversando com Sérgio Paulo, um oficial romano em Chipre que será convertido por ele. Paulus era um sobrenome romano e alguns argumentam que Paulo o adotou como seu primeiro nome. Outra teoria, apontada pelo Vaticano, afirma que era costume para os judeus romanizados da época adotarem um nome romano e o pai de Paulo provavelmente quis agradar à família dos Pauli. Por fim, há ainda os que consideram possível a homenagem a Sérgio Paulo e mais provável que a mudança esteja mais relacionada a um desejo do apóstolo em se distanciar da história do Rei Saul, que perseguiu David.

Nos "Atos dos Apóstolos", Paulo afirma ter nascido em Tarso (na província de Mersin, na parte meridional da Turquia central) e faz breves menções à sua família. Um sobrinho é mencionado nos Atos 23:16 e a sua mãe é citada entre os que moram em Roma, em Romanos 16:13. É ali também que o apóstolo confessa que «Saulo assolava a igreja, entrando pelas casas e, arrastando homens e mulheres, os entregava à prisão.» (Atos 8:3).
Mesmo tendo nascido em Tarso, foi criado em Jerusalém, "aos pés de Gamaliel", que é considerado um dos maiores professores nos anais do Judaísmo" e cujo equilibrado conselho nos Atos 5:34-39, para que os judeus se contivessem na fúria contra os discípulos, contrasta com a temeridade do seu estudante que, após a morte de Estevão, saiu de rompante, perseguindo os primeiros cristãos.

Conversão de Saulo, em Damasco, na Síria

A conversão de Paulo pode ser datada entre os anos de 31 e 36, pela referência que ele fez em uma de suas epístolas. De acordo com os "Atos dos Apóstolos", a sua conversão (metanoia) ocorreu na "estrada para Damasco", onde ele afirmou ter tido uma visão de Jesus ressuscitado que o deixou temporariamente cego.
Após a sua conversão, Paulo foi para Damasco, onde os "Atos" afirmam que foi curado de sua cegueira e batizado por Ananias de Damasco. Paulo afirma em 2 Coríntios 11:32 que foi em Damasco que ele escapou por pouco da morte, indo em seguida primeiro para a Arábia e depois de volta para Damasco. Esta viagem de Paulo para a Arábia não é mencionada em nenhum outro lugar no Novo Testamento e alguns autores acreditam que ele tenha na realidade viajado até o Monte Sinai para meditar no deserto. Ele descreve em Gálatas como, três anos após a sua conversão, ele viajou para Jerusalém, onde se encontrou com Tiago, o Justo, e ficou com Simão Pedro durante 15 dias.
A narrativa em Gálatas continua afirmando que, catorze anos após a sua conversão, ele foi de novo a Jerusalém. Não se sabe exatamente o que aconteceu neste período, conhecido como "anos desconhecidos", mas tanto os Atos quanto os Gálatas dão-nos algumas pistas. No final deste período, Barnabé foi ao encontro de Paulo e trouxe-o de volta a Antioquia. O autor F. F. Bruce sugeriu que os catorze anos podem ser contados a partir da conversão de Paulo ao invés da sua primeira visita a Jerusalém.
Quando uma grande fome ocorreu na Judeia, Paulo e Barnabé viajaram para Jerusalém para entregar a ajuda financeira da igreja de Antioquia. De acordo com os Atos, Antioquia já tinha se tornado um centro importante para os fiéis após a dispersão dos crentes que se seguiu ao martírio de Estêvão e foi lá que os seguidores de Jesus foram, pela primeira vez, chamados de cristãos.

Nos Atos, relatam-se três viagens de Paulo: a primeira, liderada primeiro por Barnabé, levou Paulo de Antioquia até Chipre, passando depois pela Ásia Menor (Anatólia) e de volta a Antioquia.
Paulo partiu para sua segunda viagem de Jerusalém, onde estava sendo realizado o concílio com os outros apóstolos no qual a obrigatoriedade da circuncisão foi retirada. Paulo alega em sua epístola que terá sido neste encontro que Pedro, Tiago e João aceitaram a missão de Paulo aos gentios.
Com o objetivo de levar a Antioquia o resultado do concílio, os fiéis realizaram uma eleição para escolher dois mensageiros que acompanhariam Paulo e Barnabé nessa missão. Os eleitos então foram Silas e Judas, "chamado Barsabá".
Paulo, Barnabé, Judas e Silas partiram então de Jerusalém levando os decretos dos apóstolos aos fiéis em Antioquia e nas províncias romanas da Síria e Cilícia. Chegando a Antioquia, eles cumprem a missão que lhes foi dada, sendo que Judas retorna para Jerusalém e desaparece da história, enquanto Silas permanece na cidade.
Paulo iniciou sua terceira viagem missionária passando por toda a região da Galácia e da Frígia para reforçar a fé e ensinar para os fiéis, além de repreender os que estavam em erro. Quando ele chegou em Éfeso, ficou ali por pouco menos de três anos e realizou uma série de milagres, como curas e exorcismos.
Embora Paulo tenha escrito sobre uma visita que fez a Illyricum, ele estava se referindo ao que hoje chamamos de Illyria Graeca, parte da província romana da Macedónia, onde hoje está atualmente a Albânia.

Paulo e seus companheiros seguiram então para Roma, naquela que foi provavelmente a última das viagens missionárias, em 60. A viagem começou em Jerusalém, onde os irmãos foram recebidos em festa. Lá, Paulo foi espancado e quase morto, preso e enviado para Cesareia Marítima, onde esteve detido durante aproximadamente um ano e meio. Foi transferido depois para Roma, a seu pedido, e solto após o comandante saber que ele era um cidadão romano. Paulo passou então a pregar na capital imperial.
Nos Atos 28:1 relata-se que, no caminho para Roma, Paulo sofreu um naufrágio em "Melite" (Malta), onde ele se encontrou com Públio e foi recebido pelos habitantes da ilha com "muita humanidade". Ele chegou a Roma por volta do ano 60 e passou mais dois anos em prisão domiciliar. Contando esta vez, Paulo passou entre cinco e seis anos preso em celas ou prisioneiro em casa.
Ireneu de Lyon acreditava que Pedro e Paulo tinham sido os fundadores da Igreja de Roma, sendo eles a nomearem São Lino como bispo e sucessor:
...Igreja fundada e organizada em Roma pelos dois mais gloriosos apóstolos, Pedro e Paulo; também [ensinando] a fé pregada aos homens, que chegou aos nossos dias através da sucessão dos bispos....Os abençoados apóstolos, então, tendo fundado e abençoado a Igreja, entregaram nas mãos de Lino o episcopado.

Paulo, porém, não foi bispo de Roma e nem levou o cristianismo para lá, pois já havia cristãos em Roma quando ele chegou lá. É evidente também que Paulo já tinha escrito uma epístola para a Igreja de Roma antes de ter visitado a cidade. Porém, Paulo pode ter tido um importante papel na formação da Igreja na capital romana.

Decapitação de São Paulo, por Enrique Simonet, 1887

Nem a Bíblia e nem outra história qualquer conta explicitamente como ou quando Paulo morreu. De acordo com a tradição cristã, Paulo foi decapitado em Roma, durante o reinado do imperador Nero, em meados dos anos 60, na Abadia das Três Fontes (em italiano: Tre Fontane). O tratamento mais "humano" dado a Paulo, em contraste com a crucificação invertida de São Pedro, foi graças à sua cidadania romana.