Mostrar mensagens com a etiqueta primeiro-ministro. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta primeiro-ministro. Mostrar todas as mensagens

sábado, dezembro 21, 2024

Benjamin Disraeli nasceu há duzentos e vinte anos


   
Benjamin Disraeli, 1.º Conde de Beaconsfield  (Londres, 21 de dezembro de 1804 – Londres 19 de abril de 1881) foi um escritor e político britânico de origem judaica italiana (sefardita) e primeiro-ministro do Reino Unido.
Começou a sua carreira profissional no escritório de um procurador, em 1821, a fim de se preparar para um lugar na administração pública, aí se mantendo até 1831. Entretanto, em 1826, inicia a sua carreira de escritor com a publicação de Vivian Grey (1826).
O começo da sua carreira política dá-se em 1837, com a sua eleição para deputado por Wycombe. Em 1848 torna-se líder do partido protecionista. Nesse mesmo ano foi nomeado ministro do Tesouro e, constatando que a nação desejava uma política de livre-câmbio, abandonou a sua orientação protecionista.
 
  
Entre 1852 e 1874 a sua carreira política caracteriza-se por demissões e regressos ao poder. É precisamente a partir de 1874 que a sua figura política se destaca pelas diversas reformas levadas a cabo (reformas internas sobre fábricas e habitações, emendou a lei dos pobres, etc.), principalmente no campo externo. Aderindo a uma política expansionista e imperialista, contribuiu para a grandeza e poderio do império britânico. Apoderou-se do controle da Companhia do Canal do Suez, anexou o Transvaal, na África do Sul, e Chipre. Em 1877 proclamou a rainha Vitória Imperatriz das Índias. Dois anos mais tarde entrava na Câmara dos Lordes com o título de Lord Beaconsfield.
     

sexta-feira, dezembro 20, 2024

A ETA assassinou Carrero Blanco há cinquenta e um anos...

    
Luis Carrero Blanco
, primeiro Duque de Carrero Blanco (Santoña, 4 de março de 1903 - Madrid, 20 de dezembro de 1973) foi um militar e político espanhol. Ocupou diversos cargos no governo franquista; foi assassinado num atentado quando era presidente do governo de Espanha durante a etapa final dessa ditadura.
  
(...)
     
  
Em 1940 redigiu uma recomendação propondo a neutralidade espanhola na II Guerra Mundial. Desde então tornou-se homem de confiança de Franco, foi nomeado Subsecretário (1941) e Ministro da Presidência (1951), logo vice-presidente (1967), o que implicou um acréscimo crescente do seu peso específico no governo do Estado. No seu trabalho procurou limitar a influência dos falangistas, promoveu a modernização económica e administrativa do Estado, embora sempre dentro do franquismo, e apoiou o planeamento da sucessão monárquica do regime, na figura de Juan Carlos I.
Em junho de 1973 foi nomeado presidente do governo (primeiro-ministro), o que fazia pensar que se tornaria no homem forte do estado após morte de Franco e no pilar sobre o qual se sustentaria o franquismo sem Franco, mas o seu assassinato, a 20 de dezembro de 1973, num brutal atentado perpetrado por ETA em Madrid, abortou essas expetativas.
 
Assassinato

"Operação Ogro" foi o nome em chave com o que ETA denominou a este magnicídio. Os membros de ETA deslocaram-se até Madrid e alugaram um porão no número 104 da Rua Claudio Coello; a partir dali escavaram um túnel até o centro da quadra, onde colocaram cerca de 100 quilogramas de Goma-2 que fizeram explodir, em 20 de dezembro de 1973, o carro de Carrero Blanco, quinze minutos antes do começo do julgamento contra dez membros do então sindicato clandestino Comissões Operárias, conhecido como "Processo 1001".

A explosão, que acabou com a vida de Carrero Blanco, foi tão violenta que o carro voou pelos ares e caiu na açoteia de um edifício anexo à igreja onde assistira à missa momentos antes. Também faleceram outras duas pessoas, o inspetor de Polícia José Antonio Bueno Fernández, e o condutor do veículo, José Luis Pérez Mogena.

Carrero Blanco, que sido advertido da possibilidade de sofrer um atentado recusara aumentar as suas escassas medidas de segurança; o seu horário e os seus itinerários eram invariáveis e o carro no que se deslocava não estava blindado.

O objetivo do atentado, segundo indicava o comunicado no que ETA assumia a sua autoria, era intensificar as divisões então existentes no seio do regime franquista entre os "aberturistas" e os "puristas". Segundo declarações posteriores de Txikia, um dos membros do comando, Carrero Blanco era "uma peça fundamental" e "insubstituível" do regime e representava o "franquismo puro":

 
  

A complexidade do atentado fez suspeitar que talvez outras organizações estiveram implicadas, estando a CIA entre as mais mencionadas, o que foi desmentido pelos próprios autores do atentado.

A única pessoa que supostamente viu o conhecido como "homem da gabardina branca" que entregou os horários e rotas de Carrero Blanco no "Hotel Mindanao" de Madrid, foi assassinado em 1978 por uma organização paramilitar, o Batalhão Basco-Espanhol. Assim mesmo, um dos supostos autores materiais do atentado foi assassinado pouco depois.

quarta-feira, dezembro 18, 2024

Willy Brandt nasceu há cento e onze anos

      
Willy Brandt, nascido Herbert Ernst Karl Frahm (Lübeck, 18 de dezembro de 1913 - Unkel, 8 de outubro de 1992), foi um político social-democrata alemão.
Entre 1957 e 1966 foi presidente da Câmara de Berlim, entre 1966 e 1969 foi ministro dos assuntos exteriores e vice-chanceler, entre 1969 e 1974 foi chanceler da República Federal da Alemanha. Pela sua Ostpolitik, cujo objetivo eram o relaxamento e equilíbrio com as ditaduras do Bloco do Leste, foi-lhe atribuído o Nobel da Paz no dia 10 de dezembro de 1971. Demitiu-se, em 1974, devido ao escândalo da descoberta de um espião alemão-oriental no seu gabinete.
     

terça-feira, dezembro 17, 2024

O primeiro ministro da Austrália morreu afogado há 57 anos...

   
Harold Edward Holt (Stanmore, New South Wales, 5 de agosto de 1908Cheviot Beach, Victoria, 17 de dezembro de 1967) foi um político australiano e o 17° primeiro-ministro da Austrália. Holt tornou-se famoso por desaparecer, misteriosamente, em dezembro de 1967, enquanto nadava em Cheviot Beach, próximo de Portsea, Victoria, e presumivelmente ter-se afogado.
   

domingo, dezembro 08, 2024

Golda Meir morreu há quarenta e seis anos...

    
Golda Meir, nascida Golda Mabovitch, (Kiev, 3 de maio de 1898 - Jerusalém, 8 de dezembro de 1978) foi uma fundadora do Estado de Israel. Emigrou para a Palestina no ano de 1921, onde militou no sindicato Histadrut e no partido trabalhista Mapai. Além de primeira embaixadora israelita na extinta URSS, em 1948, foi ministra do Bem-Estar Social, ministra do Exterior, secretária-geral do Mapai e foi o quarto primeiro-ministro de Israel, entre 1969 e 1974. Conhecida pela firmeza de suas convicções, estava à frente do Estado de Israel no seu momento mais dramático: a Guerra do Yom Kippur, na qual tropas egípcias e sírias atacaram Israel, cuja população estava ocupada com as comemorações do Dia do Perdão judaico.
   
(...)
   
A 5 de março de 1976, Golda Meir regressou ainda à cena política como dirigente do seu partido, em virtude da demissão de Meir Zarmi de secretário-geral, tendo publicado nesse mesmo ano um livro de carácter autobiográfico: A minha vida.
A 8 de dezembro de 1978, Golda Meir morreu, de cancro, em Jerusalém, com 80 anos de idade. Encontra-se sepultada no Cemitério Nacional do Monte Herzl, em Jerusalém.
   

sábado, dezembro 07, 2024

Mário Soares nasceu há um século..

Retrato oficial do Presidente Mário Soares (1992), por Júlio Pomar
      
Mário Alberto Nobre Lopes Soares (Lisboa, 7 de dezembro de 1924Lisboa, 7 de janeiro de 2017) foi um político português.
Político de profissão e vocação, co-fundador do Partido Socialista, a 19 de abril de 1973, Mário Soares iniciou na juventude o seu percurso político, integrando grupos de oposição ao Estado Novo, primeiro ligado ao Partido Comunista Português - MUNAF e MUD - e depois na oposição não comunista - Resistência Republicana e Socialista, que funda com dissidentes do PCP e através do qual entrará para o Diretório Democrato-Social. Pela sua atividade oposicionista foi detido 12 vezes pela PIDE - cumprindo cerca de três anos de cadeia (Aljube, Caxias e Penitenciária) - e, posteriormente, deportado para São Tomé. Permaneceu nessa ilha até o governo de Marcello Caetano lhe permitir o regresso a Portugal, sendo, posteriormente às eleições de 1969 - nas quais Soares foi cabeça-de-lista pela CEUD em Lisboa - forçado a abandonar o país, optando pelo exílio em França.
No processo de transição democrática subsequente ao 25 de abril de 1974 Mário Soares afirmou-se como líder partidário no campo democrático, contra o Partido Comunista, batendo-se pela realização de eleições. Foi ainda Ministro de alguns dos governos provisórios - Ministro dos Negócios Estrangeiros, logo no I Governo Provisório, ficou associado ao processo de descolonização, defendendo de forma intransigente a independência e autodeterminação das províncias ultramarinas.
Vencedor das primeiras eleições legislativas realizadas em democracia, foi Primeiro-Ministro dos dois primeiros governos constitucionais, o I e II governos constitucionais, este último de coligação com o CDS. A sua governação foi marcada pela instabilidade democrática - nomeadamente, pela tensão entre o Governo e o Presidente da República - Conselho da Revolução - pela crise financeira e pela necessidade de fazer face à paralisação da economia ocorrida após o 25 de abril, que levou o Governo a negociar um grande empréstimo com os EUA. Ao mesmo tempo, foi um período em que o Governo, e Soares em particular, se empenhou em desenvolver contactos com outros líderes europeus, tendentes à adesão de Portugal às Comunidades Europeias.
Líder da oposição entre 1979 e 1983, no ano de 1982, Mário Soares conduziu o PS ao acordo com o PSD e o CDS (que então formavam um governo chefiado por Francisco Pinto Balsemão) para levar a cabo a revisão constitucional de 1982, que permitiu a extinção do Conselho da Revolução, a criação do Tribunal Constitucional e o reforço dos poderes da Assembleia da República.
Foi, de novo, Primeiro-Ministro do IX governo, do chamado Bloco Central, num período marcado por uma nova crise financeira e pela intervenção do FMI em Portugal.
Posteriormente, foi Presidente da República durante dois mandatos, entre 1986 e 1996, vencendo de forma tangente, e à segunda volta, as eleições presidenciais de 1986, e com larga maioria as de 1991, em que contou não só com o apoio do PS como do PSD, de Cavaco Silva. Sendo o primeiro civil a exercer o cargo de Presidente da República, deixou patente um novo estilo presidencial, promovendo a proximidade com as populações e a projeção de Portugal no estrangeiro; sendo marcado ao mesmo tempo pela tensão política com os governos de Cavaco Silva e pelo polémico caso TDM (Teledifusão de Macau).

quarta-feira, dezembro 04, 2024

Sá Carneiro e Amaro da Costa morreram, no atentado de Camarate, há quarenta e quatro anos...

A Reviravolta: O acidente dramático que decidiu o duelo presidencial de 1980
(imagem daqui)
           
O Acidente de Camarate, também conhecido como Atentado de Camarate ou Caso Camarate, foi um desastre aéreo ocorrido a 4 de dezembro de 1980, no qual a queda de um avião Cessna sobre o bairro das Fontaínhas, em Camarate, a norte de Lisboa, vitimou o primeiro-ministro português Francisco Sá Carneiro, o ministro da Defesa Adelino Amaro da Costa, outros três passageiros e os dois pilotos do avião.
  

domingo, dezembro 01, 2024

David Ben-Gurion morreu há cinquenta e um anos...

       
David Ben-Gurion
(Płońsk, 16 de outubro de 1886 - Tel HaShomer, 1 de dezembro de 1973), judeu polaco, foi o primeiro chefe de governo de Israel. Ben-Gurion foi um líder do movimento do sionismo socialista e um dos fundadores do Partido Trabalhista (Miflêguet Haavodá), que esteve no poder em Israel ao longo das primeiras três décadas da existência do Estado.
      

quarta-feira, novembro 20, 2024

O Marechal Duque de Saldanha morreu há 148 anos

     
João Carlos Gregório Domingos Vicente Francisco de Saldanha Oliveira e Daun
  (Lisboa, 17 de novembro de 1790 - Londres, 20 de novembro de 1876), 1.º conde, 1.º marquês e 1.º duque de Saldanha, também conhecido por Marechal Saldanha, foi um oficial do Exército Português, no qual atingiu o posto de marechal, diplomata e um dos políticos dominantes do século XIX em Portugal, com uma carreira política que se iniciou na Guerra Civil Portuguesa (1828-1834) e só terminou com a sua morte em 1876. A sua longa carreira política, e os cargos de relevo que exerceu, fizeram dele o mais importante homem de estado do período da monarquia constitucional portuguesa, influenciando de forma substancial o rumo dos acontecimentos políticos em Portugal ao longo de meio século. Entre outros cargos e honrarias, foi marechal general do exército, par do reino, conselheiro de estado efetivo, ministro plenipotenciário em Londres, mordomo-mor da Casa Real, vogal do Supremo Conselho de Justiça Militar, vinte e quatro vezes ministro, assumindo designadamente as pastas da Guerra e dos Negócios da Fazenda, e, por quatro vezes, presidente do Conselho de Ministros de Portugal (em 1835, 1846 - 1849, 1851- 1856 e em 1870). Dedicou-se ao estudo de temas filosóficos e, infelizmente, foi um dos pioneiros da homeopatia em Portugal. O marechal duque de Saldanha é lembrado na toponímia de inúmeras povoações e por um monumento nacional, na Praça Duque de Saldanha, em Lisboa, inaugurado a 18 de fevereiro de 1909 com imponente solenidade.

   Brasão de Armas dos Duques de Saldanha - daqui

 

terça-feira, novembro 19, 2024

Indira Gandhi nasceu há 107 anos...

       
Indira Priyadarshini Gandhi (Allahabad, 19 de novembro de 1917 - Nova Deli, 31 de outubro de 1984) foi primeira-ministra da Índia entre 1966 e 1977 e entre 1980 e 1984.
     
(...)
    
Os anos seguintes de seu Governo ficaram marcados por um rompimento grave nas relações entre os hindus e sikhs que levariam finalmente a seu assassinato. Alarmados com o aumento de popularidade de um líder sikh, figura altamente politizada, Sant Jarnail Singh Bhindranwale, os líderes da Índia mais se perturbaram com a proclamação por parte deste de que os Sikhs eram uma comunidade soberana e que devia se autogovernar.
Temendo o apoio do Paquistão ao movimento, em junho de 1984 Gandhi ordenou a Operação Estrela Azul, um assalto militar ao santuário sagrado em Amritsar intitulado Harmindar Sahib ou Templo de Ouro, templo mais importante de prece para os Sikh, que fora ocupado por Sant Jarnail Singh e os seus partidários e militantes e transformado em esconderijo secreto de armas. Gandhi deu ordem ao Exército para irromper pelo santuário e os ocupantes recusaram-se a sair. Na luta que se seguiu houve 83 soldados e 493 ocupantes mortos, incluindo os líderes, além de numerosos feridos.
Os Sikhs encheram-se de raiva com a profanação do santuário, que teve consequências dramáticas, pois a 31 de outubro de 1984, Indira Gandhi foi assassinada por dois dos seus guarda-costas Sikh, Beant Singh e Satwant Singh. Morreu minutos depois de entrar no All India Institute for Medical Sciences (AIIMS), em Nova Deli. Beant Singh foi morto durante o assassinato e Satwant Singh condenado a morrer enforcado, em 1988. Em Nova Deli, começaram motins anti-sikh, em que mais de dois mil sikhs morreram. Muitos membros do partido do Governo, e do Congresso estiveram implicados nos motins, alguns ainda aguardam julgamento nos tribunais. Indira parece ter tido uma premonição de sua morte pois, na própria noite em que morreu, num discurso, disse: "I don't mind if my life goes in the service of the nation. If I die today, every drop of my blood will invigorate the nation», ou seja, «Não me importa se perco a vida ao serviço da nação. Se morrer hoje, cada gota de meu sangue revigorará a nação.»
      

domingo, novembro 17, 2024

O Duque de Saldanha nasceu há 234 anos

   

João Carlos Gregório Domingos Vicente Francisco de Saldanha Oliveira e Daun  (Lisboa, 17 de novembro de 1790 - Londres, 20 de novembro de 1876), 1.º conde, 1.º marquês e 1.º duque de Saldanha, também conhecido por Marechal Saldanha, foi um oficial do Exército Português, no qual atingiu o posto de marechal, diplomata e um dos políticos dominantes do século XIX em Portugal, com uma carreira política que se iniciou na Guerra Civil Portuguesa (1828-1834) e só terminou com a sua morte em 1876. A sua longa carreira política, e os cargos de relevo que exerceu, fizeram dele o mais importante homem de estado do período da monarquia constitucional portuguesa, influenciando de forma substancial o rumo dos acontecimentos políticos em Portugal ao longo de meio século. Entre outros cargos e honrarias, foi marechal general do exército, par do reino, conselheiro de estado efetivo, ministro plenipotenciário em Londres, mordomo-mor da Casa Real, vogal do Supremo Conselho de Justiça Militar, vinte e quatro vezes ministro, assumindo designadamente as pastas da Guerra e dos Negócios da Fazenda, e, por quatro vezes, presidente do Conselho de Ministros de Portugal (em 1835, 1846 - 1849, 1851 - 1856 e em 1870). Dedicou-se ao estudo de temas filosóficos e, infelizmente, foi um dos pioneiros da homeopatia em Portugal. O marechal duque de Saldanha é lembrado na toponímia de inúmeras povoações e por um monumento nacional, na Praça Duque de Saldanha, em Lisboa, inaugurado a 18 de fevereiro de 1909 com imponente solenidade.

   

in Wikipédia

  

Brasão de Armas dos Duques de Saldanha - daqui

sexta-feira, novembro 15, 2024

Venceslau de Lima, geólogo e político monárquico, nasceu há 166 anos

         
Venceslau de Sousa Pereira de Lima (Porto, 15 de novembro de 1858 - Lisboa, 24 de dezembro de 1919), também conhecido por Wenceslau de Sousa Pereira de Lima ou por Venceslau de Lima, foi um geólogo, investigador da paleontologia e político português, que, entre outras funções, foi deputado, ministro e presidente do Conselho de Ministros (atual primeiro-ministro). Foi sócio da Academia Real das Ciências de Lisboa

Biografia
Venceslau de Sousa Pereira de Lima, filho de José Joaquim Pereira de Lima, capitalista e comendador, e de D. Isabel Amália Tallone de Sousa Guimarães, nasceu no Porto a 15 de novembro de 1858. Oriundo de uma abastada família portuense, foi enviado muito jovem para o estrangeiro, tendo aí feito os seus estudos preparatórios e secundários. Terminados esses estudos, regressou a Portugal com uma formação voltada para as ciências naturais, bem distinta da formação que as escolas portuguesas então propiciavam. Matriculou-se em Filosofia na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, completando o curso com elevada classificação. Requereu exame de licenciatura, defendendo com brilhantismo uma tese sobre carvões. Logo de seguida, a 26 de novembro de 1882, doutorou-se pelas mesmas Faculdade e Universidade.
Em 1883 concorreu para uma vaga de lente da Academia Politécnica do Porto, tendo apresentado no respetivo concurso de provas públicas uma dissertação sobre a função clorofilina. Tendo a prova sido considerada brilhante e distinta, foi nomeado para o lugar, iniciando uma carreira que duraria perto de 30 anos. Durante esse período regeu, com pequenas intermitências causadas pela sua atividade política, a cadeira de geologia daquele estabelecimento de ensino superior. Paralelamente, desenvolveu ali um conjunto de trabalhos de investigação pioneiros no domínio da paleontologia vegetal.
À época, a paleontologia era uma ciência nova e o estudo dos fósseis encontrados em território português era muito incipiente, devendo-se essencialmente ao trabalho de alguns investigadores estrangeiros que tinha coletado amostras em Portugal. Os únicos trabalhos publicados por investigadores portugueses resumiam-se aos estudos sobre a flora fóssil do Carbonífero feitos por Bernardino António Gomes.
Venceslau de Sousa Pereira de Lima teve o mérito de reunir os trabalhos anteriormente publicados por estrangeiros, nomeadamente por Daniel Sharpe, Charles Bunbury e Oswald Heer, e a partir dessa base incipiente desenvolver um profícuo estudo da geologia e paleontologia vegetal de Portugal, com destaque para a referente aos terrenos carboníferos.
A sua dedicação a estes estudos levaram, em 1886, à sua nomeação como engenheiro da Secção dos Trabalhos Geológicos, encarregado do estudo da flora fóssil portuguesa. Foi, nessas funções, um dos colaboradores de Carlos Ribeiro, um dos pioneiros da geologia portuguesa.
Quando em 1908 faleceu o general Joaquim Filipe Nery da Encarnação Delgado, à altura presidente da Comissão dos Serviços Geológicos, passou a exercer aquele cargo. O seu importante trabalho científico valeu-lhe a nomeação como sócio efetivo da Academia Real das Ciências de Lisboa e do Instituto de Coimbra.
Sendo uma personalidade multifacetada e com grande capacidade de intervenção na vida social, Venceslau de Sousa Pereira de Lima não se limitou à sua carreira científica: pouco depois de iniciar funções docentes filiou-se no Partido Regenerador, tendo de seguida desempenhado o cargo de governador civil dos distritos de Vila Real, Coimbra e Porto. Foi também eleito deputado pelos círculos do norte de Portugal em diversas legislaturas. Em 1901 foi elevado a Par do Reino, tendo tomado assente na respetiva Câmara na sessão de 17 de março daquele ano.
As suas intervenções nas Cortes centraram-se nos temas relacionados com a instrução pública, pugnando pela reforma do Conselho Superior de Instrução Pública, órgão de que era membro.
Quando em 1903 coube a Ernesto Rodolfo Hintze Ribeiro assumir a presidência do Conselho de Ministros, convidou Venceslau para assumir o cargo de Ministro dos Negócios Estrangeiros, a que ele acedeu. Durante o seu mandato conseguiram-se notáveis progressos no relacionamento com o Reino Unido e celebrou-se um tratado comercial com a Alemanha. Voltou à pasta dos Negócios Estrangeiros em 1905.
Em 1909, já em pleno período de implosão da monarquia constitucional portuguesa foi nomeado para formar governo, presidindo a um dos últimos executivos do regime. Durante a sua efémera passagem pela presidência, acumulou as funções de Ministro do Reino. Sendo Conselheiro de Sua Majestade Fidelíssima, Par do Reino, Presidente do Conselho de Ministros, Ministro e Secretário de Estado dos Negócios do Reino foi, também, nomeado Conselheiro de Estado a 22 de dezembro de 1909 (Diário do Governo, n.º 292, 24 de dezembro de 1909). Ao longo da sua carreira política, foi também membro do Conselho de Estado, presidente da Câmara Municipal do Porto, diretor da Escola Médico-Cirúrgica do Porto e provedor da Santa Casa da Misericórdia da mesma cidade. Foi ainda vice-presidente da comissão executiva da Assistência Nacional aos Tuberculosos e vogal da comissão do Patronato Portuense.
Foi também um esclarecido viticultor, introduzindo nas suas importantes propriedades vários melhoramentos técnicos, alguns pioneiros em Portugal. Nesta área de atividade foi presidente da Comissão AntiFiloxérica do Norte, introduzindo nessas funções diversas inovações técnicas na luta contra aquela praga das vinhas.
Intransigente nas suas ideias políticas, com a implantação da República Portuguesa, não querendo de forma alguma colaborar com um regime com que não concordava, demitiu-se de todos os cargos públicos que desempenhava.
Afastado da actividade política, durante os últimos anos da sua vida, a sua atividade intelectual orientou-se para os trabalhos de investigação científica, preparando um estudo sobre os terrenos carboníferos portugueses, que não pôde terminar por ter entretanto falecido. Teve colaboração na revista A semana de Lisboa (1893-1895).
Casado desde 1879 com D. Antónia Adelaide Ferreira, filha de António Bernardo Ferreira (III) e neta da sua homónima D. Antónia Adelaide Ferreira (1811-1896), a famosa "D. Antónia" ou simplesmente "Ferreirinha", Venceslau de Lima viveu os últimos anos de vida no exílio, na cidade de Pau, em França, e morreu em Lisboa, a 24 de dezembro de 1919. Está sepultado no Porto, no Cemitério da Lapa.
    
Obras publicadas
Durante perto de 30 anos o Doutor Wenceslau de Lima publicou um conjunto vasto de trabalhos sobre paleontologia e geologia dos depósitos carboníferos, sendo dignos menção os seguintes:
  • Notícia sôbre os vegetais fósseis da flora neocomiana do solo português;
  • Monografia do gênero Dicranophillum (Sistema Carbónico);
  • Notice sur une algue palèozoique;
  • Notícia sôbre as camadas da série permo-carbónica do Bussaco;
  • Note sur une nouvel Eurypterus rothliegendes.
        

quinta-feira, novembro 07, 2024

Hintze Ribeiro nasceu há 175 anos...

 

Ernesto Rodolfo Hintze Ribeiro (Ponta Delgada, 7 de novembro de 1849 - Lisboa, 1 de agosto de 1907) foi um político português de origem açoriana. O seu nome aparece por vezes grafado como Ernesto Rodolpho Hintze Ribeiro, Ernesto Rudolfo Hintze Ribeiro, Ernesto Rudolpho Hintze Ribeiro e Ernst Rudolf Hintze Ribeiro.
Distinto parlamentar e par do Reino, procurador-geral da Coroa, ministro das obras públicas, das finanças e dos negócios estrangeiros e líder incontestado do Partido Regenerador, por três vezes assumiu o cargo de Presidente do Conselho (equivalente hoje ao lugar de primeiro-ministro). Foi um dos políticos dominantes da fase final da Monarquia Constitucional, ocupando a presidência do ministério mais tempo que qualquer outro naquele período.
A ele se devem importantes reformas, algumas das quais ainda perduram, tais como as autonomias insulares (1895), o regime das farmácias e a criação do regime florestal (1901). O Decreto de 24 de dezembro de 1901, que regula o regime florestal, ainda está em vigor. Feito Conselheiro de Estado efetivo em 1891, recebeu múltiplas condecorações, entre as quais a grã-cruz da Torre e Espada.
Foi presidente da Comissão Central do 1.º de Dezembro de 1640, no período de 14 de novembro de 1900 até à data da sua morte, e sócio efetivo da Academia Real de Ciências.
 
          

quarta-feira, novembro 06, 2024

O (primeiro) Duque de Loulé nasceu há duzentos e vinte anos


 

D. Nuno José Severo de Mendonça Rolim de Moura Barreto, nono conde de Vale de Reis, segundo marquês de Loulé e primeiro duque de Loulé, (Lisboa, 6 de novembro de 1804 - Lisboa, 22 de maio de 1875) foi um importante nobre e político português no tempo da monarquia Constitucional.
Líder do Partido Histórico, foi por diversas vezes ministro e, por três vezes, primeiro-ministro de Portugal (1856-1859, 1860-1865 e 1869-1870).

Filho do primeiro marquês de Loulé, Agostinho de Moura Barreto, nasceu no seio de uma antiga família nobre. Recebeu um educação militar, tendo frequentado o Colégio Militar.
Em 1821, já era alferes de Cavalaria, tendo estado ao lado do infante D. Miguel na Vilafrancada. Recebeu então, pela sua participação exemplar, a "medalha da poira" e o título de conde de Vale dos Reis. Após a morte do seu pai, recebeu do rei D. João VI, em 1824, honras, títulos e dignidades, tornando-se gentil-homem da Câmara do Rei. Dois anos depois, por carta régia de D. Pedro IV, foi eleito par do Reino.
Conhecido pela sua beleza durante a juventude, casou-se, em 5 de dezembro de 1828, com a princesa Ana de Jesus Maria de Bragança, filha de D. João VI e da rainha D. Carlota Joaquina. Este casamento foi visto pelas forças conservadoras (absolutistas) como um escândalo. Por um lado, embora Moura Barreto fosse nobre, não pertencia a uma família real europeia (ainda que ele mesmo fosse descendente da família real portuguesa), e por isso o seu estatuto era diferente do da Infanta. Por outro, a infanta já se encontrava "de esperanças" quando casou.
Esta hostilidade agravou-se quase automaticamente devido ao facto do marquês de Loulé ter decidido apoiar D. Pedro IV na guerra civil. Por essa razão, exilou-se após a tomado do poder de D. Miguel, e participou ao lado dos liberais na guerra civil de 1832-34.
  
undefined 
 

quinta-feira, outubro 31, 2024

Indira Gandhi foi assassinada há quarenta anos...

      
Indira Priyadarshini Gandhi (Allahabad, 19 de novembro de 1917 - Nova Deli, 31 de outubro de 1984) foi primeira-ministra da Índia entre 1966 e 1977 e entre 1980 e 1984.
  
(...)
 
Os anos seguintes de seu Governo ficaram marcados por um rompimento grave nas relações entre os hindus e sikhs que levariam finalmente a seu assassinato. Alarmados com o aumento de popularidade de um líder missionário sikh, figura altamente politizada, Jarnail Singh Bhindranwale, os líderes da Índia mais se perturbaram com a proclamação por parte dele de que os Sikhs eram uma comunidade soberana que devia se autogovernar.
Temendo o apoio do Paquistão ao movimento, em junho de 1984 Gandhi ordenou a Operação Estrela Azul, um assalto militar ao santuário sagrado em Amritsar intitulado Harmindar Sahib ou Templo de Ouro, templo mais importante de prece para os Sikh, que fora ocupado por Jarnail Singh e os seus partidários e militantes e transformado em esconderijo secreto de armas. Gandhi deu ordem ao Exército para irromper pelo santuário e os ocupantes recusaram-se a sair. Na luta que se seguiu houve 83 soldados e 493 ocupantes mortos, incluindo os líderes, além de numerosos feridos.
Os Sikhs encheram-se de raiva com a profanação do santuário, que teve consequências dramáticas, pois a 31 de outubro de 1984, Indira Gandhi foi assassinada por dois dos seus guarda-costas Sikh, Beant Singh e Satwant Singh. Morreu minutos depois de entrar no All India Institute for Medical Sciences (AIIMS), em Nova Deli. Beant Singh foi morto durante o assassinato e Satwant Singh condenado a morrer enforcado, em 1988. Em Nova Deli, começaram motins anti-sikh, em que mais de dois mil sikhs morreram. Muitos membros do partido do Governo, e do Congresso estiveram implicados nos motins, alguns ainda aguardam julgamento nos tribunais. Indira parece ter tido uma premonição de sua morte pois na própria noite em que morreu, num discurso, disse: "I don't mind if my life goes in the service of the nation. If I die today, every drop of my blood will invigorate the nation», ou seja, «Não me importa se perco a vida ao serviço da nação. Se morrer hoje, cada gota de meu sangue revigorará a nação.»
     

sábado, outubro 26, 2024

Marcello Caetano, o último primeiro-ministro da II República, morreu há 44 anos

     
Marcello José das Neves Alves Caetano (Lisboa, 17 de agosto de 1906 - Rio de Janeiro, 26 de outubro de 1980) foi um jurisconsulto, professor de direito e político português. Proeminente figura durante o regime salazarista, foi o último Presidente do Conselho (primeiro-ministro) do Estado Novo.
       

terça-feira, outubro 08, 2024

Clement Attlee morreu há 57 anos

  
Clement Richard Attlee, 1.º Conde Attlee (Putney, 3 de janeiro de 1883Londres, 8 de outubro de 1967) foi político inglês e primeiro-ministro do Reino Unido entre os anos de 1945 e 1951.
Sucedeu a Winston Churchill como primeiro-ministro, após a derrota dos Conservadores para o Partido Trabalhista, nas eleições de maio de 1945. Ao longo da guerra, Attlee provaria ser um aliado leal de Churchill, apesar de pertencerem a partidos rivais. Enquanto Churchill se notabilizou pela condução da Inglaterra durante a II Guerra, coube a Attlee levar um estado falido pelo esforço de guerra à prosperidade económica. Foi o grande reconstrutor do estado britânico após o conflito, ao instituir as bases do estado do bem-estar social no Reino Unido. Foi o responsável pela criação do Serviço Nacional de Saúde e pela nacionalização de minas de carvão, estradas e ferro. Teve entre seus colaboradores nestas reformas sociais e económicas John Maynard Keynes e Aneurin Bevan. As instituições criadas por Attlee só seriam parcialmente revogadas por Margaret Thatcher, com a emergência do neo-liberalismo.
A sua política externa teve quatro preocupações básicas: a reconstrução da Europa do pós-guerra, o começo da guerra fria, o estabelecimento da ONU e a descolonização. De estilo político conciliador, Attlee procurou manter boas relações com os EUA e com a URSS. Participou das fases subsequentes à Conferência de Potsdam ao lado de Truman e Estaline. Apoiou o Plano Marshall para a reconstrução da Europa. Outra marca de seu governo foi o processo de descolonização, quando Índia, Birmânia, Ceilão e Paquistão obtiveram a independência.
Foi eleito, por votação de professores, em 2004, o melhor primeiro-ministro britânico do século XX fora de tempo de guerra. Foi enterrado na Abadia de Westminster.



sábado, agosto 17, 2024

Marcello Caetano, último primeiro-ministro do estado novo, nasceu há 118 anos

       
Marcello José das Neves Alves Caetano (Lisboa, 17 de agosto de 1906 - Rio de Janeiro, 26 de outubro de 1980) foi um jurisconsulto, professor de direito e político português. Proeminente figura durante o regime salazarista, foi o último Presidente do Conselho (primeiro-ministro) do Estado Novo.