quinta-feira, janeiro 31, 2019

Hoje é dia de recordar o nascimento e morte do Cardeal-Rei D. Henrique

Henrique I de Portugal (Lisboa, 31 de janeiro de 1512 - Almeirim, 31 de janeiro de 1580) foi o décimo-sétimo Rei de Portugal, tendo governado entre 1578 e a sua morte, em 1580.
Ocasionalmente é chamado de D. Henrique II por alguns autores, em virtude de ser o segundo chefe de Estado de Portugal chamado Henrique, tendo-se em linha de conta o conde D. Henrique, por aqueles chamado de D. Henrique I. É conhecido pelos cognomes de O Casto (devido à sua função eclesiástica, que o impediu de ter descendência legítima), O Cardeal-Rei (igualmente por ser eclesiástico) ou O Eborense ou O de Évora (por ter sido também arcebispo daquela cidade e aí ter passado muito tempo, e inclusivamente fundado a primeira Universidade de Évora, entregue à guarda dos Jesuítas), transformando Évora num pólo cultural importante, acolhendo alguns vultos da cultura de então: Nicolau Clenardo, André de Resende, Pedro Nunes, António Barbosa, entre outros.

Fernando Namora morreu há trinta anos

Fernando Namora (Condeixa-a-Nova, 15 de abril de 1919 - Lisboa, 31 de janeiro de 1989) de nome completo Fernando Gonçalves Namora, médico e escritor português, autor de uma extensa obra, das mais divulgadas e traduzidas nos anos 70 e 80.
Licenciado em Medicina (1942) pela Universidade de Coimbra, pertenceu à geração de 40, grupo literário que reuniu personalidades marcantes como Carlos de Oliveira, Mário Dionísio, Joaquim Namorado ou João José Cochofel, moldando-o, certamente, como homem, à semelhança do exercício da profissão médica, primeiro na sua terra natal depois nas regiões da Beira Baixa e Alentejo, em locais como Tinalhas, Monsanto e Pavia, até que, em 1951, acabaria por se instalar em Lisboa - onde, curiosamente, muito jovem estudara no Liceu Camões -, como médico assistente do Instituto Português de Oncologia.
O seu volume de estreia foi Relevos (1937), livro de poesia, porventura sob a influência de Afonso Duarte e do grupo da Presença. Mas já publicara em conjunto com Carlos de Oliveira e Artur Varela, um pequeno livro de contos Cabeças de Barro. Em (1938) surge o seu primeiro romance As Sete Partidas do Mundo que viria a ser galardoado com o Prémio Almeida Garrett no mesmo ano em que recebe o Prémio Mestre António Augusto Gonçalves, de artes plásticas - na categoria de pintura. Ainda estudante e com outros companheiros de geração funda a revista Altitude e envolve-se activamente no projecto do Novo Cancioneiro (1941), colecção poética de 10 volumes que se inicia com o seu livro-poema Terra, assinalando o advento do neo-realismo, tendo esta iniciativa colectiva, nascida nas tertúlias de Coimbra, de João José Cochofel, demarcado esse ponto de viragem na literatura portuguesa. Na mesma linha estética, embora em ficção, é lançada a colecção dos Novos Prosadores (1943), pela Coimbra Editora, reunindo os romances Fogo na Noite Escura, do biografado, Casa na Duna, de Carlos de Oliveira, Onde Tudo Foi Morrendo, de Vergílio Ferreira, Nevoeiro, de Mário Braga ou O Dia Cinzento, de Mário Dionísio, entre outros.
Com uma obra literária que se desenvolve ao longo de cinco décadas é de salientar a sua precoce vocação artística, de feição naturalista e poética, tal como a importância do período de formação em Coimbra, mais as suas tertúlias e movimentos estudantis. Ao dar-se o amadurecimento estético do neo-realismo e coincidente com as vivências dos anos 50, enveredaria por novos caminhos, através de uma interpretação pessoal da narrativa, que o levaria a situar-se entre a ficção e a análise social. Os muitos textos que escreveu, nos diferentes momentos ou fases da vida literária, apresentam retratos com aspectos de picaresco, observações naturalistas e algum existencialismo. Independentemente do enquadramento, Namora foi um escritor dotado de uma profunda capacidade de análise psicológica, inseparável de uma grande sensibilidade e linguagem poética. Escreveu, para além de obras de poesia e romances, contos, memórias e impressões de viagem, com destaque para os cadernos de um escritor, que proporcionam um diálogo vivo com o leitor, a abertura a outras culturas, terras e gentes, a visão de um mundo em transformação, de uma realidade emergente, expressa em Estamos no Vento (Fevereiro de 1974).
Entre os muitos títulos que publica em prosa contam-se Fogo na Noite Escura (1943), Casa da Malta (1945), As Minas de S. Francisco (1946), (capítulo inédito publicado no nº 16 da revista Mundo literário existente entre 1946 e 1948), Retalhos da Vida de um Médico (1949 e 1963), A Noite e a Madrugada (1950), O Trigo e o Joio (1954), O Homem Disfarçado (1957), Cidade Solitária (1959), Domingo à Tarde (1961, Prémio José Lins do Rego), Os Clandestinos (1972), Resposta a Matilde (1980) e O Rio Triste (1982, Prémio Fernando Chinaglia, Prémio Fialho de Almeida e Prémio D. Dinis). Ou, as biografias romanceadas de Deuses e Demónios da Medicina (1952). Além dos títulos já referidos, publicou em poesia Mar de Sargaços (1940), Marketing (1969) e Nome para uma Casa (1984). Toda a sua produção poética seminal foi reunida numa antologia(1959) denominada As Frias Madrugadas. Escreveu ainda sobre o mundo e a sociedade em geral, na forma de narrativas romanceadas ou de anotações de viagem e reflexões críticas, sendo disso exemplo Diálogo em Setembro (1966), Um Sino na Montanha (1968), Os Adoradores do Sol (1971), Estamos no Vento (1974), A Nave de Pedra (1975), Cavalgada Cinzenta (1977), URSS, Mal Amada, Bem Amada e Sentados na Relva, ambos de (1986). Porém, foram romances como os Retalhos da Vida de um Médico, O Trigo e o Joio, Domingo à Tarde, O Homem Disfarçado ou O Rio Triste, que vieram a ser traduzidos em diversas línguas, tendo inclusive, em 1981, sido proposto para o Prémio Nobel da Literatura, pela Academia das Ciências de Lisboa e pelo PEN Clube.
Se quisermos contextualizar, sistematizar a sua obra em fases distintas de criação literária, podemos identificar: (1) o ciclo de juventude, principalmente enquanto estudante em Coimbra, coincidente com o livro-poema Terra e o romance Fogo na Noite Escura; (2) o ciclo rural, entre 1943 e 1950, representado pelas novelas Casa da Malta (escrita em 8 dias) e Minas de San Francisco, ou pelos romances A Noite e a Madrugada, O Trigo e o Joio sem esquecer os Retalhos da Vida de um Médico, cuja edição espanhola (1ª tradução) apresenta o prefácio de (Gregório Marañón); (3) o ciclo urbano, coincidente com a sua vinda para Lisboa, marcado pela solidão e vivências do quotidiano, e que se terá reflectido no romance O Homem Disfarçado, em Cidade Solitária ou no Domingo à Tarde; (4) o ciclo cosmopolita, ou seja, dos cadernos de um escritor, balizado no final dos anos 60 e década de 70, explicado pelas muitas viagens que fez, nomeadamente à Escandinávia, e pela sua participação nos encontros de Genebra; (5) o ciclo final, entre a ficção contemporânea, onde se insere o romance O Rio Triste ou Resposta a Matilde, intitulado pelo próprio divertimento, e as reflexões íntimas de Jornal sem Data (1988).
Sendo talvez uma das suas obras mais conhecidas, Retalhos da Vida de um Médico, foi a primeira a ser adaptada ao cinema, por intermédio do realizador Jorge Brum do Canto (em 1962, filme seleccionado para o Festival de Berlim), seguindo-se a série televisiva, da responsabilidade de Artur Ramos e Jaime Silva (1979-1980).
O Trigo e o Joio foi adaptado para o cinema em 1965, por Manuel Guimarães, com Manuel da Fonseca. Do mesmo realizador, para televisão e em 1969, tem-se Fernando Namora.
Domingo à Tarde (seleccionado para o Festival de Veneza), foi realizado por António de Macedo em 1965 e contou com actores como Isabel de Castro, Ruy de Carvalho e Isabel Ruth.
Em 1975, surge Fernando Namora – Vida e Obra, realizado por Sérgio Ferreira. Também em 1975 Namora colaborou na publicação periódica Jornal do Caso República (1975).
A Noite e a Madrugada, de 1985, deve a sua realização a Artur Ramos. Resposta a Matilde, de 1986, foi adaptado a televisão por Dinis Machado e Artur Ramos, com a participação de Raúl Solnado e Rogério Paulo. Em 1990, regista-se O Rapaz do Tambor, curta metragem de Vítor Silva.

Casa onde nasceu Fernando Namora em Condeixa-a-Nova
  
Casa-Museu Fernando Namora
Ali, a dois passos da Vila, o Rio de Mouros. Nasceu de um fio de água, do suor de uma rocha, entre urzes e montes. Ainda a meio da serra, é um ribeirito que não dá para matar a sede a um rebanho. Mas depois, a terra começa, subitamente, a ficar brava, com penedos que têm o ar de montanhas, e o rio despenha-se entre os silvais e as fragas em som e espuma, com um fragor que, de Inverno, com as cheias, estremece os ouvidos da serra e dos homens. – texto de 1941.
É possível visitar a casa onde Fernando Namora nasceu, e onde os seus pais abriram um pequeno estabelecimento comercial, situada no centro da vila de Condeixa, distrito de Coimbra.
Inaugurada em 30 de Junho de 1990, esta iniciativa resultou da ideia de um grupo de amigos, seus conterrâneos, que quiseram homenageá-lo através da proposta da criação de uma Casa-Museu, de modo a recordar a todos, e nas palavras do Sr. Ramiro de Oliveira, que é condeixense e que aqui viveu a sua infância e parte da mocidade.
Aberta ao público desde então, nela se pode encontrar o seu escritório, tal qual estava em Lisboa, com todos os seus livros e objectos pessoais, e que acabou por ser o destino do que fui acumulando ao longo dos anos, coisas minhas, coisas do que vi e vivi e ainda valiosas coisas alheias que de algum modo se relacionam comigo - carta de 7 de junho de 1984. 
  
  
A Mais Bela Noite do Mundo 
  
  
Hoje,
será o fim!
 
Hoje
nem este falso silêncio
dos meus gestos malogrados
debruçando-se
sobre os meus ombros nus
e esmagados!
  
Nem o luar, pano baço de cenário velho,
escutando
a minha prisão de viver
a lição que me ditavam:
- Menino! acende uma vela na tua vida,
que o sol, a luz e o ar
são perfumes de pecado.
Tem braços longos e tentadores – o dia!
  
- Menino! recolhe-te na sombra do meu regaço
que teus pés
são feitos de barro e cansaço!
  
(Era esta a voz do papão
pintado de belo
na máscara de papelão).
  
Eram inúteis e magoadas as noites da minha rua...
Noites de lua
que lembravam as grilhetas
da minha vida parada.
  
- Amanhã,
terás os mestres, as aulas, os amigos e os livros
e o espectáculo da morgue
morando durante dias
nos teus sentidos gorados.
  
Amanhã,
será o ultrapassar outra curva
no teu caminho destinado.
  
(Era esta a voz do papão
que acendia a vela, tinha regaço de sombra
e velava
as noites da minha rua e a minha vida
e pintava-se de belo
na máscara de papelão).
  
Hoje,
será o fim!
  
Hoje,
nem a sombra do que há-de vir,
nem os mestres, nem os amigos, nem os livros,
nem a fragilidade dos meus pés
feitos de barro e cansaço!
Todas as minhas revoltas domadas,
todos os meus gestos em meio
e as minhas palavras sufocadas
terão a sua hora de viver e amar!
  
Hoje,
nem o cadáver a sorrir na morgue,
nem as mãos que ficaram angustiosas,
arrepiadas
no seu medo de findar!
  
Hoje,
será a mais bela noite do mundo!
 
 
in Mar de Sargaços (1940) - Fernando Namora

quarta-feira, janeiro 30, 2019

A Grande Batalha de Pernes foi há 185 anos


(imagem daqui)
   
Na localidade de Pernes ocorreram, com pouco tempo a separar os dois eventos, duas refregas militares. A primeira, o Combate de Pernes foi uma batalha ocorrida na vila portuguesa de Pernes, em 1833.
  
Assim, a 11 de novembro de 1833, Pernes foi palco de uma batalha entre tropas do Marechal Saldanha e as tropas Miguelistas que guardavam os moinhos da Ribeira de Pernes, onde se abastecia de farinha o Rei D. Miguel e as suas tropas acantonadas em Almeirim. As tropas do Marechal Saldanha, numa acção de surpresa, conseguem destruir grande parte dos moinhos e pôr em debandada as tropas de D. Miguel.
Já no ano seguinte, a 30 de janeiro de 1834, dá-se, porém, a Grande Batalha de Pernes, que ficou conhecida na história como a Retirada de Pernes, em que as tropas do Marechal (e futuro Duque) de Saldanha infligem pesada derrota às tropas de D. Miguel, chefiadas pelo Marechal de Campo Canavarro, com cerca de 900 baixas, a maior parte afogados no Rio Alviela.
Batalha decisiva para pôr termo à Guerra Civil entre Liberais e Miguelistas, nesta batalha tem acção preponderante o Tenente General Pedro Paulo Ferreira de Sousa, a quem virá a ser atribuído o título de 1º Barão de Pernes.
  

O historiador e humanista Damião de Góis morreu há 445 anos

Damião de Góis em desenho de Dürer, Galeria Albertina, Viena
Damião de Góis (Alenquer, 2 de fevereiro de 1502 - Alenquer, 30 de janeiro de 1574) foi um historiador e humanista português, relevante personalidade do renascimento em Portugal. De mente enciclopédica, foi um dos espíritos mais críticos da sua época, verdadeiro traço de união entre Portugal e a Europa culta do século XVI.
Biografia
De família nobre, Damião de Góis era filho do almoxarife Rui Dias de Góis, valido do Duque de Aveiro, e da sua quarta esposa, Isabel Gomes de Limi, descendente de Nicolau de Limi, fidalgo flamengo que se estabeleceu em Portugal.
Devido à morte do seu pai, a formação de Damião de Góis foi feita na corte de D. Manuel I, a qual integrou aos nove anos, como moço de câmara, e onde passou 10 anos contactando com figuras como Cataldo Sículo. Em 1523 foi colocado por D. João III como secretário da Feitoria Portuguesa de Antuérpia - também, em atenção à sua ascendência flamenga.
Efetuou várias missões diplomáticas e comerciais na Europa entre 1528 e 1531. Em 1533 abandonou o serviço oficial do governo português e dedicou-se exclusivamente aos seus propósitos de humanista. Em viagens pela Europa do Norte, contactou com eminentes humanistas e reformadores, conhecendo pessoalmente Lutero, Melanchthon e tornando-se amigo íntimo do humanista holandês Erasmo de Roterdão, com quem conviveu em Basileia em 1534 e que o guiou nos seus estudos, assim como nos seus escritos.
Estudou em Pádua entre 1534 e 1538 onde foi contemporâneo dos humanistas italianos Pietro Bembo e Lazzaro Buonamico. Pouco tempo depois fixou-se em Lovaina por um período de seis anos. Damião de Góis foi feito prisioneiro durante a invasão francesa da Flandres mas foi libertado pela intervenção de Dom João III, que o trouxe para Portugal. Versátil e culto, tornou-se escritor, músico, compositor, colecionador de arte e mecenas. Entre as obras por si coleccionadas é frequentemente atribuído o tríptico de As Tentações de Santo Antão, do pintor holandês Hieronymus Bosch.
Publicou diversas obras humanistas e historiográficas, que lhe valeram a perseguição por alguns elementos do clero português. Quando regressou definitivamente a Portugal, em 1545, foram-lhe movidos dois processos no Tribunal do Santo Ofício. Arquivados os mesmos, em 1548 foi nomeado guarda-mor dos Arquivos Reais da Torre do Tombo, e dez anos mais tarde foi escolhido pelo cardeal D. Henrique para escrever a crónica oficial do rei D. Manuel I, que foi completada em 1567.
No entanto, apesar do rigor historiográfico, este seu trabalho desagradou a algumas famílias nobres, e em 1571 Damião de Góis caiu nas garras do Santo Ofício (Inquisição). Sem a protecção do cardeal-regente, foi preso, sujeito a processo e depois, em 1572, foi transferido para o Mosteiro da Batalha. Abandonado pela sua família, apareceu morto, com suspeitas de assassinato, na sua casa de Alenquer, em 30 de janeiro de 1574, sendo enterrado na igreja de Santa Maria da Várzea, da mesma vila, que mandara restaurar em 1560.
Em 1940, devido a ruína, a capela, que incluía o túmulo de Damião de Góis e da sua mulher, Joana van Hargen, foi trasladada para a atual igreja de São Pedro, de Alenquer, onde se encontra hoje e está classificado como Monumento Nacional desde 1910. Nas paredes laterais foi inserida a pedra com as armas de Damião de Góis, dadas ao escritor pelo imperador Carlos V, e as de Joana van Hargen e o curioso epitáfio tumular de Damião de Góis, escrito pelo próprio em 1560, cerca de quinze anos antes da morte, com o busto e o texto em latim: "Ao maior e óptimo Deus. Damião de Goes, cavaleiro lusitano fui em tempos; corri toda a Europa em negócios públicos; sofri vários trabalhos de Marte; as musas, os príncipes e os varões doutos amaram-me com razão; descanso neste túmulo em Alenquer, aonde nasci, até que aquele dia acorde estas cinzas."

O príncipe-herdeiro Rodolfo de Habsburgo morreu há 130 anos

O arquiduque Rodolfo de Habsburgo (Viena, 21 de agosto de 1858 - Mayerling, 30 de janeiro de 1889) foi o único filho do imperador Francisco José I da Áustria e da sua consorte, a imperatriz Sissi.
  
Infância
O Arquiduque Rudolfo Francisco Carlos José (mais tarde príncipe-herdeiro) nasceu no dia 21 de agosto de 1858, no Schloss Laxenburg, um castelo perto de Viena, filho do Imperador Francisco José I e da Imperatriz Isabel da Áustria. Influenciado pelo seu tutor, Ferdinand von Hochstetter, que mais tarde se tornaria no primeiro director do Museu Imperial de História Natural, Rudolfo interessava-se muito pelas ciências naturais, começando uma colecção de minerais ainda em criança. Após a sua morte, esta colecção ficou na posse da Universidade de Agricultura de Viena.
Rudolfo foi educado ao lado da sua irmã mais velha, Gisela, pela sua avó paterna, a Arquiduquesa Sofia. A filha mais velha dos seus pais, Sofia, morreu aos dois anos de idade, antes de Rudolfo nascer enquanto que a sua irmã mais nova, Maria Valéria, nasceu dez anos depois dele. Assim, Gisela e Rudolfo cresceram juntos e eram muito chegados. Quando Rudolfo completou seis anos de idade, os dois foram separados, uma vez que ele começou a sua educação para se tornar no futuro Imperador. Isto não afectou a relação dos dois e Gisela continuou muito chegada a ele até deixar Viena devido ao seu casamento com o Príncipe Leopoldo da Baviera. A despedida entre os dois irmãos foi muito emotiva.
  
Casamento
Rodolfo recebeu uma educação destinada a convertê-lo em digno sucessor de seu pai e continuador do seu regime político, mas o príncipe-herdeiro tinha o temperamento artístico da sua mãe. Foi um reconhecido mulherengo e, na política, simpatizava com as ideias liberais e os movimentos nacionalistas húngaros.
O seu casamento, de conveniência, em 1881, com Estefânia da Bélgica, filha do rei Leopoldo II da Bélgica, foi uma farsa desde o início, pois Rodolfo jamais renunciou às suas aventuras amorosas. Eles tiveram apenas uma filha, Elisabeth Marie da Áustria, que ficou conhecida na história como a "arquiduquesa vermelha".
Em 1888, conheceu Mary Vetsera, uma bela e aristocrata de origem húngara.
   
Morte
A 30 de janeiro de 1889, Rodolfo foi encontrado morto no seu quarto do pavilhão de caça de Mayerling, no que ficou conhecido como incidente de Mayerling. Junto a ele, estava a pistola que supostamente teria usado para disparar sobre si e, sobre a cama, o corpo, também sem vida, da sua amante, Mary Vetsera, de dezassete anos, com uma bala na cabeça. Tudo apontava para um caso de pacto de suicídio, mas ninguém podia acreditar que Rodolfo, de trinta anos, tivesse tirado a sua própria vida voluntariamente.
Além disso, as torpes tentativas do governo austríaco para ocultar os pormenores do acontecimento e a presença de alguns estranhos em Mayerling induziam a pensar que poderia tratar-se de um assassinato. Houve mesmo rumores de que o cadáver do arquiduque tinha cortes feitos por sabre e que lhe faltava uma mão, que havia sido cortada pelos seus supostos assassinos e que, para ocultá-lo, lhe teriam posto luvas com recheio a fingir de mão.
A partir daí, formularam-se todos os tipos de teorias sobre a sua morte:
  • Que se suicidou com a sua amante porque a sua conspiração política contra o pai tinha fracassado;
  • Que se suicidou "por amor", já que não podia divorciar-se da sua esposa, que detestava e que não podia dar-lhe filhos varões, e casar-se com a sua amante húngara. Tinha chegado a pedir ao Papa que anulasse o seu matrimónio para casar-se com a baronesa Vetsera, o que evidentemente lhe foi negado;
  • Que não se suicidou, mas que foi assassinado pelos próprio serviço secreto austríaco, já que as suas ideias tinham colocado em perigo o Império em caso de suceder a seu pai, ou porque já tinha conspirado com os nacionalistas húngaros, ou porque poderia proclamar-se Rei de uma Hungria independente. Tal teoria acusa Francisco José I de mandar assassinar o filho;
  • A Imperatriz da Áustria, Zita de Bourbon-Parma, disse antes de morrer que Rodolfo tinha sido vítima de um golpe organizado pelos serviços secretos franceses, obrigados a silenciá-lo após o herdeiro arrepender-se de ter chegado a um acordo com eles para trair o seu pai e ocupar o trono, com o fim de isolar a Alemanha;
  • Outras versões sustentam que se trata de um simples caso de amor e ciúme, um crime organizado pela mulher de Rodolfo depois da sua decisão de repudiá-la para casar-se com Vetsera.
      

O último concerto dos Beatles foi ha cinquenta anos

The Beatles foi uma banda de rock britânica, formada em Liverpool em 1960. É o grupo musical mais bem-sucedido e aclamado da história da música popular. A partir de 1962, o grupo era formado por John Lennon (guitarra rítmica e voz), Paul McCartney (baixo e voz), George Harrison (guitarra solo e coros) e Ringo Starr (bateria e coros). Surgida a partir do skiffle e do rock and roll da década de 1950, a banda veio mais tarde a assumir diversos géneros que vão do folk rock ao rock psicadélico, muitas vezes incorporando elementos da música clássica e outros, em formas inovadoras e criativas. A sua crescente popularidade, que a imprensa britânica chamava de "Beatlemania", fez com que eles crescessem em sofisticação. Os Beatles vieram a ser reconhecidos como a encarnação de ideais progressistas e a sua influência se estendeu até às revoluções sociais e culturais da década de 60.

(...)

Prédio da Apple Records, Savile Row, n.º 3, o lugar do concerto Let It Be, feito no telhado do prédio

Último concerto
Em janeiro de 1969, os Beatles iniciaram um projeto cinematográfico que documentaria a realização de sua próxima gravação, originalmente intitulado Get Back. Durante as sessões de gravação, a banda realizou a sua última apresentação ao vivo, no último andar do edifício da Apple Corps, em Londres, na tarde fria de 30 de janeiro de 1969. A maior parte da apresentação foi filmada e, posteriormente, incluída no filme Let It Be. A ideia de tocar no telhado do prédio foi de Lennon. O concerto parou a rua inteira do prédio e, rapidamente, o lugar ficou lotado de pessoas; inclusive, os vizinhos da rua logo começaram a ver das janelas, varandas e telhados o concerto. Os Beatles tocaram durante quarenta minutos, até a polícia londrina interferir, pedindo que baixassem o volume dos instrumentos; Mal Evans explicou que não era um qualquer que estava tocando, mas sim os Beatles. A apresentação terminou antes do previsto, e tornou-se famosa.
   
in Wikipédia
   

O Domingo Sangrento foi há 47 anos

O Padre Edward Daly (futuro Bispo de Derry) com a bandeira branca manchada de sangue, tentando levar Jackie Duddy, ferido de morte
  
Domingo Sangrento (em gaélico: Domhnach na Fola, Bloody Sunday, em inglês) foi um confronto entre manifestantes católicos e protestantes, e o exército inglês ocorrido na cidade de Derry, na Irlanda do Norte, no dia 30 de janeiro de 1972. O movimento teve início com um protesto de dez mil manifestantes que pretendiam, saindo do bairro de Creggan em marcha pelas ruas católicas da cidade, chegar até a Câmara Municipal. Antes disso, entretanto, os soldados ingleses partiram para ofensiva e disparam contra os manifestantes, deixando 14 ativistas católicos mortos e 26 feridos.
Das catorze vítimas mortas, seis eram menores de idade e um sétimo ferido faleceu meses depois do incidente. Todas as vítimas estavam desarmadas e cinco delas foram alvejadas pelas costas. Os manifestantes protestavam contra a política do governo norte-irlandês de prender sumariamente pessoas suspeitas de atos terroristas. O incidente, que entrou para a história da ilha, era para apoiar o Exército Republicano Irlandês, o IRA, uma organização clandestina que lutava pela separação da Irlanda do Norte da Grã-Bretanha e posterior união com a República da Irlanda. Após o "Domingo Sangrento", o IRA ganhou um número enorme de jovens voluntários, dando força ainda maior a esse movimento de guerrilha. Em memória da data, foi feita a canção "Sunday Bloody Sunday!" em 1983, pela banda irlandesa U2. Paul McCartney também tratou do incidente, na canção "Give Ireland Back To The Irish", lançada em compacto com sua então nova banda, os Wings, em fevereiro de 1972.
Duas investigações foram realizadas pelo Governo britânico. O Widgery Tribunal, realizada no rescaldo do evento, ilibou em grande parte os soldados britânicos e as autoridades da responsabilidade, mas foi criticado por muitos como um "branqueamento" do incidente, incluindo pelo antigo chefe de equipe de Tony Blair, Jonathan Powell. O Inquérito Saville, iniciado em 1998 para analisar os acontecimentos novamente (presidida por Lord Saville de Newdigate), apresentou um relatório, em 2010,  que mostrava que os soldados e autoridades do Reino Unido procederam de forma errada, levando à apresentação de desculpas às famílias das vítimas por parte do Primeiro Ministro do Reino Unido.
O Exército Republicano Irlandês (IRA) iniciara a sua campanha contra a Irlanda do Norte ser uma parte do Reino Unido havia dois anos antes do Bloody Sunday, mas a interpretação do evento impulsionaram enormemente o recrutamento e o apoio à organização.
O Bloody Sunday continua entre os mais importantes eventos dos apelidados Troubles da Irlanda do Norte, principalmente devido ao facto de ter sido levado a cabo pelo exército britânico.
  
  
Mural by Bogside Artists depicting all who were killed by the British Army on the day
The death
  • John (Jackie) Duddy. Shot in the chest in the car park of Rossville flats. Four witnesses stated Duddy was unarmed and running away from the paratroopers when he was killed. Three of them saw a soldier take deliberate aim at the youth as he ran. He is the uncle of the Irish boxer John Duddy.
  • Patrick Joseph Doherty. Shot from behind while attempting to crawl to safety in the forecourt of Rossville flats. Doherty was the subject of a series of photographs, taken before and after he died by French journalist Gilles Peress. Despite testimony from "Soldier F" that he had fired at a man holding and firing a pistol, Widgery acknowledged that the photographs showed Doherty was unarmed, and that forensic tests on his hands for gunshot residue proved negative.
  • Bernard McGuigan. Shot in the back of the head when he went to help Patrick Doherty. He had been waving a white handkerchief at the soldiers to indicate his peaceful intentions.
  • Hugh Pius Gilmour. Shot through his right elbow, the bullet then entering his chest as he ran from the paratroopers on Rossville Street. Widgery acknowledged that a photograph taken seconds after Gilmour was hit corroborated witness reports that he was unarmed, and that tests for gunshot residue were negative.
  • Kevin McElhinney. Shot from behind while attempting to crawl to safety at the front entrance of the Rossville Flats. Two witnesses stated McElhinney was unarmed.
  • Michael Gerald Kelly. Shot in the stomach while standing near the rubble barricade in front of Rossville Flats. Widgery accepted that Kelly was unarmed.
  • John Pius Young. Shot in the head while standing at the rubble barricade. Two witnesses stated Young was unarmed.
  • William Noel Nash. Shot in the chest near the barricade. Witnesses stated Nash was unarmed and going to the aid of another when killed.
  • Michael M. McDaid. Shot in the face at the barricade as he was walking away from the paratroopers. The trajectory of the bullet indicated he could have been killed by soldiers positioned on the Derry Walls.
  • James Joseph Wray. Wounded then shot again at close range while lying on the ground. Witnesses who were not called to the Widgery Tribunal stated that Wray was calling out that he could not move his legs before he was shot the second time.
  • Gerald Donaghey. Shot in the stomach while attempting to run to safety between Glenfada Park and Abbey Park. Donaghey was brought to a nearby house by bystanders where he was examined by a doctor. His pockets were turned out in an effort to identify him. A later police photograph of Donaghey's corpse showed nail bombs in his pockets. Neither those who searched his pockets in the house nor the British army medical officer (Soldier 138) who pronounced him dead shortly afterwards say they saw any bombs. Donaghey had been a member of Fianna Éireann, an IRA-linked Republican youth movement. Paddy Ward, a police informer who gave evidence at the Saville Inquiry, claimed that he had given two nail bombs to Donaghey several hours before he was shot dead.
  • Gerard (James) McKinney. Shot just after Gerald Donaghey. Witnesses stated that McKinney had been running behind Donaghey, and he stopped and held up his arms, shouting "Don't shoot! Don't shoot!", when he saw Donaghey fall. He was then shot in the chest.
  • William Anthony McKinney. Shot from behind as he attempted to aid Gerald McKinney (no relation). He had left cover to try to help Gerald.
  • John Johnston. Shot in the leg and left shoulder on William Street 15 minutes before the rest of the shooting started. Johnston was not on the march, but on his way to visit a friend in Glenfada Park. He died 4½ months later; his death has been attributed to the injuries he received on the day. He was the only one not to die immediately or soon after being shot.
 

Carlos I, rei de Inglaterra, Escócia e Irlanda, foi executado há 370 anos

Carlos I (Dunfermline, 19 de novembro de 1600Londres, 30 de janeiro de 1649) foi o rei dos três reinos da Inglaterra, Escócia e Irlanda de 27 de março de 1625 até à sua execução em 1649.
Carlos era o segundo filho do rei Jaime VI da Escócia; quando seu pai herdou o trono inglês em 1603 ele foi para a Inglaterra, onde passou a maior parte de sua vida. Ele tornou-se herdeiro aparente das três coroas quando o seu irmão Henrique Frederico morreu em 1612. Uma tentativa, mal sucedida e impopular, de casar Carlos com uma princesa espanhola, culminou com uma visita de oito meses a Espanha em 1623, demonstrando a futilidade das negociações de casamento. Dois anos depois, ele casou com a francesa Henriqueta Maria.
Depois de sua sucessão, Carlos começou uma luta pelo poder contra o parlamento inglês, tentando obter uma receita enquanto o parlamento tentava restringir sua prerrogativa real. Ele acreditava no direito divino dos reis e achou que podia governar de acordo com a sua consciência. Muitos de seus súbditos eram contra as suas políticas, particularmente as suas interferências nas igrejas inglesa e escocesa e o aumento de impostos, sem o consentimento parlamentar, vendo as suas ações como de um monarca absoluto tirano.
As políticas religiosas de Carlos, junto com o seu casamento com uma católica, geraram antipatia e desconfiança entre grupos reformistas, como os puritanos e calvinistas, que o viam como muito católico. Ele apoiava clérigos controversos como Ricardo Montagu e Guilherme Laud, quem Carlos nomeou Arcebispo da Cantuária, falhando em ajudar as forças protestantes durante a Guerra dos Trinta Anos. As suas tentativas de forçar reformas religiosas na Escócia gerou as Guerras dos Bispos, aumentou a oposição dos parlamentos inglês e escocês e ajudou a precipitar sua queda.
A partir de 1642, Carlos lutou contra as forças dos dois parlamentos na Guerra Civil Inglesa. Depois de ser derrotado, em 1645, ele entregou-se às forças escocesas, que o entregaram ao parlamento inglês. Carlos recusou-se a aceitar as exigências de uma monarquia constitucional e fugiu em novembro de 1647. Recapturado na Ilha de Wight, criou uma aliança com a Escócia, porém o Exército Novo de Oliver Cromwell consolidou o seu controle da Inglaterra, no final de 1648. Carlos foi julgado, condenado e executado por traição, em janeiro de 1649. A monarquia foi abolida e uma república foi declarada. O Interregnum inglês terminou em 1660 e a monarquia foi restaurada com seu filho Carlos II.

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Gravura contemporânea alemã da decapitação de Carlos I
  
Julgamento, execução e canonização pela Igreja Anglicana
Em 1649, a Câmara dos Comuns cria uma corte para o julgamento de Carlos. Era a primeira vez que um monarca seria julgado na história da Inglaterra. No dia 29 de janeiro do mesmo ano, Carlos foi condenado a morte por decapitação. Ele foi decapitado no dia seguinte, do lado de fora da Banqueting House. O monarca foi enterrado no dia 7 de fevereiro na Capela de São Jorge (Castelo de Windsor), no Castelo de Windsor, numa cerimónia privada.
Durante o reinado de seu filho, Carlos II, Carlos I foi oficialmente canonizado pela Igreja Anglicana como "Rei Carlos, o Mártir" e "São Carlos Stuart", o único santo a ser oficialmente canonizado pela Comunhão Anglicana. A data de sua festa litúrgica varia dependendo dos calendários anglicanos locais. Ele é considerado um mártir que morreu pela preservação da sucessão apostólica na Igreja Anglicana. Há muitas sociedades dedicadas à sua devoção.
  
Brasão de Carlos como Rei da Inglaterra
     

terça-feira, janeiro 29, 2019

Oprah faz hoje 65 anos!

Oprah Gail Winfrey (Kosciusko, 29 de janeiro de 1954), mais conhecida simplesmente por Oprah Winfrey, é uma apresentadora de televisão e empresária dos Estados Unidos, vencedora de múltiplos prémios Emmy por seu programa The Oprah Winfrey Show, o talk-show com maior audiência da história da televisão americana.
É também uma influente crítica de livros, uma atriz nomeada para um Óscar, pelo filme A cor púrpura e editora da revista The Oprah Magazine. De acordo com a revista Forbes, Oprah foi eleita a mulher mais rica do ramo de entretenimento no mundo durante o século XX, uma das maiores filantropas de todos os tempos e a primeira mulher negra a ser incluída na lista de milionários, em 2003. Em 2010, era a única mulher a permanecer no topo da lista durante quatro anos sucessivos.
Apresentou o programa de entrevistas, The Oprah Winfrey Show, que esteve no ar durante vinte e cinco anos. O seu último programa foi transmitido a 25 de maio de 2011. Oprah disse  que iria dedicar-se à sua própria rede, OWN (The Oprah Winfrey Network) e a outros projetos pessoais.
Oprah também é psicóloga e foi a apresentadora mais bem paga da história da televisão dos Estados Unidos, ganhando cerca de 50 milhões de dólares por mês com todas as suas incumbências profissionais.
   
Infância
Oprah Winfrey nasceu no estado Mississipi, nos EUA, numa família batista. Os pais eram um casal de adolescentes separados. Foi registada como Oprah Gail Winfrey, em homenagem a Orpah, uma das pessoas no Livro de Rute. Winfrey diz que, devido a problemas na soletração ou pronuncia de Orpah, o "r" e o "p" foram invertidos, por decisão de seus pais, que mudaram de ideia para o seu nome, quando ela ainda era bebé. A sua mãe, Vernita Gail Lee, era dona-de-casa. O seu pai chama-se Vernon Winfrey e atualmente vive em Boston, nos Estados Unidos.
O pai de Oprah estava nas Forças Armadas quando ela nasceu. Com uma gravidez inesperada, houve muitas disputas entre o casal: o pai de Oprah não queria ser pai naquele momento e nem tinha um namoro fixo com a mãe dela. Depois do nascimento, seu pai registou-a, apesar de não morar junto com a filha, às vezes visitava-a. A mãe de Oprah, já sozinha desde a gravidez, viajou para o norte dos EUA para trabalhar quando a menina completou poucos meses de vida, e assim Oprah passou os seis primeiros anos de vida longe da mãe, morando numa zona rural bastante pobre, com a avó materna, Hattie Gail Mae. O pai raramente ia visitá-la, pois estava a morar longe da cidade, e a mãe telefonava-lhe às vezes. A avó de Oprah ensinou-a a ler antes de ter três anos e levava-a para a igreja, onde recebeu a alcunha "A Pregadora" (em inglês, "The Preacher"), pela habilidade de recitar textos da Bíblia. Quando Oprah era ainda criança, a avó batia-lhe muito se Oprah não soubesse cantar os versículos bíblicos ou quando se comportava mal de qualquer maneira.
Com seis anos, a mãe de Oprah voltou, para buscá-la. Ela mudou para uma zona na cidade de Milwaukee, no Wisconsin com a mãe, que foi menos rigorosa para Oprah do que a avó tinha sido, em grande parte devido ao longo horário de trabalho, pois a mãe de Oprah a sustentava sozinha, já que seu pai não lhe dava quase nada.
Em 1963 Oprah passou a ser assediada sexualmente pelo seu tio e os seus primos adolescentes, quando tinha nove anos de idade. Eles eram parentes da sua mãe e batiam-lhe, além de a violarem com frequência, um grande trauma de Oprah que, ameaçada, não podia relatar aos pais.
    
Juventude
Apesar da vida difícil, Oprah sempre se dedicou aos estudos, querendo mudar de vida. Aos 13 anos fez uma prova e ganhou uma bolsa de estudos na Nicolet High School, uma das melhores escolas públicas da cidade de Wisconsin. Cansada de sofrer abusos sexuais desde criança, Oprah terminou a escola fundamental e fugiu de casa, desesperada e infeliz.
Ao sair de casa, pôde contar com a ajuda de sua melhor amiga. Ela foi morar na casa dela, e a família da menina a acolheu, numa cidade bem longe de sua casa. Quando fez 14 anos, já há um ano morando com a amiga, conheceu o seu primeiro namorado, por quem se apaixonou perdidamente. O tempo passou e Oprah ficou desesperada ao descobrir-se grávida. O namorado, da mesma idade que ela, não aceitou a gestação e a abandonou grávida, para total depressão da jovem. Os seus pais, a essa altura, já sabiam que ela estava morando com a amiga e ela, por telefone, relatou tudo à mãe, porque saiu de casa e assim os seus parentes foram presos. A mãe pediu para ela voltar, mas Oprah disse que estava grávida e que foi abandonada pelo namorado, mas que estava bem na casa da amiga. Esse facto deixou os pais de Oprah muito chocados com o que houve a filha.
Os meses se passaram, Oprah vivia triste e não cuidava do que devia fazer pelobebé , não indo a médicos e ficando só em casa, muito triste. Com 9 meses completos entrou em trabalho de parto, e sofrendo muito, deu à luz, de parto normal, um menino, para sua felicidade e medo, ao mesmo tempo, porém, o menino teve complicações após o parto, e por problemas de peso e nos órgãos, morreu poucas horas após o nascimento, para desespero total de Oprah, que entrou mais ainda em depressão, e a partir deste dia decidiu nunca mais querer ser mãe novamente.
Após tudo isso, a mãe a consolou e Oprah foi morar com o pai em Nashville, Tennessee. Ela percebeu que a sua família distanciou-se mais dela e a tratava friamente, e ela achava que foi o facto de ter engravidado cedo  causa disso, mas não tinha certeza. Oprah voltou a estudar, para terminar o ensino secundário, e tornou-se cada vez mais dedicada e popular entre os colegas de escola, chegando a ser votada uma vez como a "Rapariga mais popular da Escola".
Após terminar a escola, Oprah ganhou um concurso de locução, que lhe garantiu uma bolsa de estudos na Universidade do Tennessee, uma universidade históricamente negra, onde estudou Comunicação Televisiva. Com 17 anos Oprah ganhou um concurso de beleza, por ter uma beleza que sempre chamou atenção. Nessa época, refez a sua vida, teve relacionamentos sérios e aos fins de semana saía com algunscolegas , chegando a dormir fora de casa, e o pai não gostava deste comportamento.
Ela também atraiu o interesse da rádio local, WVOL, que a contratou para transmitir as notícias de hora a hora. Oprah trabalhou nessa rádio até aos seus dois primeiros anos da faculdade.
A escolha de Oprah pelos media não surpreendeu sua família, em especial a sua avó, que dizia que Oprah tinha o dom de falar em público. Oprah posteriormente reconheceu a influência da sua avó, dizendo que ela sempre a incentivou a falar em público "deu-me uma imagem positiva de mim mesma".
Já trabalhando nos media locais, Oprah era a mais jovem e a única negra a ocupar o cargo de âncora de um jornal televisivo de Nashville. Ela mudou-se, sozinha, para Baltimore em 1976, para trabalhar também num jornal local. Lá ela atuou ao lado de Richard Sher no programa de entrevistas People are Talking, que estreou no dia 14 de agosto de 1978. Também liderou o Dialing for Dollars.
 
Casas
Oprah reside atualmente na "The Promised Land" (em português A Terra Prometida), uma propriedade de 170 mil metros quadrados localizada em Montecito no Condado de Santa Bárbara, Califórnia. Oprah também possui uma casa em Lavallette em New Jersey, um apartamento em Chicago, uma propriedade na Fisher Island, em Miami, uma mansão em Douglasville na Geórgia, uma casa de inverno em Telluride no Colorado, uma casa de veraneio na ilha Maui no Havai e uma residência na Antígua. No total, o seu património, em 2010, foi avaliado pela revista Forbes em 1,95 mil milhões.
  
Família
Após ter namorados e noivos, Oprah começou a namorar o empresário Stedman Graham em 1986. Eles planearam um casamento oficial, que deveria ocorrer em novembro de 1992, mas a cerimónia nunca ocorreu devido a falta de tempo, por trabalharem demais. Até hoje estão juntos, e vivem muito bem como namorados. Oprah já declarou publicamente que nunca mais quis ter filhos, mas disse que as suas alunas sul-africanas da "Oprah Winfrey Leadership Academy for Girls" ocupam o lugar que seria dedicado aos filhos que não quis ter.
Oprah disse a uma revista que acha que seus parentes a abandonaram e a ignoraram, por razão da sua gravidez precoce. Oprah também tinha um meio-irmão, por parte de pai, que era homossexual e veio a falecer em consequência do contágio por HIV/SIDA. Ela o ajudou muito, mesmo a família virando as costas para ele.
Oprah fez um teste de DNA realizado num programa da PBS e comprovou que o seu grupo racial, a sua ancestralidade, os seus primeiros parentes, são da região da Libéria.
   
Saúde
Para comemorar o seu 40.º aniversário Oprah correu a maratona Marine Corps Marathon, completando a distância em 4 horas, 29 minutos e 20 segundos. A 16 de outubro de 2007, Oprah referiu que lhe tinha sido diagnosticado um problema na tiróide.
Cquote1.svg No final de maio eu me sentia tão cansada que não percebi o que estava acontecendo em minha vida. Acabei indo para a África para visitar minhas lindas 'filhas' durante um mês. Mas, ainda assim, estava muito cansada e resolvi consultar um médico e finalmente descobri o distúrbio na minha tiroide. Cquote2.svg
Oprah Winfrey
   
Religião
Em 2002, a Christianity Today publicou um artigo intitulado A Igreja de O (em inglês The Church of O) falando sobre a influência espiritual que Oprah tinha sobre os seus fãs. A série animada Futurama fez alusão à influência espiritual de Oprah, sugerindo que ela fundou uma religião denominada Oprahismo.

  
Política
Oprah exerceu uma considerável influência política durante a candidatura de Barack Obama ao cargo de Presidente dos Estados Unidos, em 2008, sendo esta a primeira vez em que Oprah apoiou algum político. Oprah demonstrou primeiramente o seu apoio aos Obama na sua residência em Montecito, Califórnia e desde então Oprah acompanhou os Obama em todos os seus comícios políticos na Carolina do Sul, Iowa, Nova Hampshire, Texas, Michigan e Kansas. Em 2008 Barack Obama ofereceu a sua cadeira, vaga, no Senado dos Estados Unidos, para Oprah.
 
 
Carreira  
  
Televisão  
Em 1983, Oprah mudou para Chicago para liderar o talk show matinal AM Chicago, que teve o seu primeiro episódio exibido no dia 2 de janeiro de 1984. Dentro de poucos meses, o programa de Oprah se tornou o mais visto da região de Chicago, superando o concorrente The Phil Donahue Show. O sucesso foi tanto que a emissora concedeu uma hora inteira de duração ao talk show que foi rebatizado de Oprah Winfrey Show e passou a ser transmitido para todo o país em setembro de 1986. Já tendo superado os concorrentes locais Oprah duplicou sua audiência nacional, superando Donahue no ranking de talk show mais visto dos Estados Unidos.
O sucesso foi tanto que a revista Time publicou: "Poucas pessoas apostaram que Oprah Winfrey teria uma rápida ascensão nos media televisivos. Numa área de trabalho dominada por homens brancos e mulheres brancas, ela é uma negra de preferência maioritária… Ela não é concorrência para Paul Donahue…Trata-se do talk show como uma sessão terapêutica." Em meados de 1990, Oprah adotou um programa em formato de tablóide, tratando sobre doenças cardíacas e assuntos religiosos e entrevistanto pessoas de origem humilde.
Em 10 de fevereiro de 1993, Oprah conseguiu uma rara e altamente esperada entrevista com o Rei do Pop, Michael Jackson, que se tornou o quarto evento mais assistido da história da TV mundial (e efetivamente, a maior audiência da carreira de Winfrey), com uma plateia recorde de 100 milhões de pessoas assistindo ao programa de todas as partes do mundo, simultaneamente. O especial, intitulado "Michael Jackson talks... to Oprah", foi ao ar, ao vivo, da mansão do cantor, Neverland Valley, localizado no Condado de Santa Barbara, na Califórnia.
Em 2004, outro facto marcante ocorreu, quando Oprah distribuiu carros Pontiac G6 para toda a plateia, totalizando 276 veículos doados pela Pontiac, como parte de um acordo publicitário.
Oprah assinou contrato com a emissora ABC para estender o programa até a temporada 2010-2011. Se o programa continuar a ser produzido além desta temporada terá um total de 25 anos de existência. Pelo contrato, a última temporada (2011) ficou estabelecida com 130 episódios, dez a menos que a quantidade produzida normalmente.
A edição de 2004 do Prémio Nobel da Paz foi apresentado por Oprah ao lado do ator Tom Cruise. O evento também contou com participações especiais de Cyndi Lauper, Andrea Bocelli, Joss Stone e outros artistas.
   
Cinema   
Oprah atuou pela primeira vez em 1985 no filme de Steven Spielberg A Cor Púrpura. No ano seguinte Oprah foi nomeada para o Óscar de melhor atriz secundária mas perdeu para Angelica Huston. Em 1998 Oprah estrelou o filme 'Beloved', que, apesar do sucesso em Hollywood, perdeu um total de 30 milhões de dólares. Também fez dobragens em A Menina e o Porquinho, de 2006, Bee Movie de 2007 e A Princesa e o Sapo, de 2009.
   
Livros e Revistas  
Oprah é dona de duas revistas, "O, The Oprah Magazine" e "O at Home". Também já produziu cinco livros e está produzindo um novo livro de auto-estima, que é considerado o mais lucrativo e caro de todos os tempos, só perdendo para a autobiografia de Bill Clinton, intitulada My Life. A revista de Oprah lucra cerca de 63 mil dólares por ano (bem acima da média de revistas femininas).
   
Rádio  
Em 9 de fevereiro de 2006 foi anunciado que Oprah havia assinado um contrato de três anos com a 'XM Satellite Radio' envolvendo 55 milhões de dólares com o objetivo de criar um novo canal radiofónico intitulado Oprah and Friends. O canal estreou no dia 25 de setembro do mesmo ano.
   
Internet  
Oprah possui o site Oprah.com, criado pela produção da apresentadora e fornece recursos e informações sobre o programa e a vida de Oprah. O site recebe cerca de 70 milhões de visitas por mês e 20 mil mensagens por semana.
   
Canal de TV  
Em 2008 Oprah e a Discovery Communications anunciaram planos para transformar o canal Discovery Health em um canal especial dedicado inteiramente a Oprah, intitulado de OWN (The Oprah Winfrey Network), que estreou no dia 1 de janeiro de 2011.
   
Programa de TV   
No dia 20 de novembro de 2009, Oprah Winfrey anunciou e confirmou o fim do seu programa para 2011, depois de mais de vinte anos no ar pelo canal de TV americano ABC. O anúncio emocionado da apresentadora foi feito ao vivo nos minutos finais do seu programa "The Oprah Winfrey Show". Segundo Oprah, a decisão foi tomada "depois de muita oração e meses de análises cuidadosas". Ela disse ainda: "Eu amo este programa, e amo o bastante para saber quando é hora de dizer adeus".