Charles Robert Darwin (Shrewsbury, 12 de fevereiro de 1809 - Downe, Kent, 19 de abril de 1882) foi um naturalista britânico que alcançou fama ao convencer a comunidade científica da ocorrência da evolução e propor uma teoria para explicar como ela se dá por meio da seleção natural e sexual. Esta teoria culminou no que é, agora, considerado o paradigma central para explicação de diversos fenómenos na biologia. Foi laureado com a medalha Wollaston concedida pela Sociedade Geológica de Londres, em 1859.
sábado, abril 19, 2025
Charles Darwin morreu há 143 anos...
Charles Robert Darwin (Shrewsbury, 12 de fevereiro de 1809 - Downe, Kent, 19 de abril de 1882) foi um naturalista britânico que alcançou fama ao convencer a comunidade científica da ocorrência da evolução e propor uma teoria para explicar como ela se dá por meio da seleção natural e sexual. Esta teoria culminou no que é, agora, considerado o paradigma central para explicação de diversos fenómenos na biologia. Foi laureado com a medalha Wollaston concedida pela Sociedade Geológica de Londres, em 1859.
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quinta-feira, abril 17, 2025
Descoberto mais um primo longínquo dos humanos...
Espécie com 62 milhões de anos era afinal um “primo” dos humanos
Parece um roedor, mas afinal tem ligações a quem somos hoje. Uma nova análise ao esqueleto do Mixodectes desvenda mistérios paleontológicos com 140 anos.
O Mixodectes pungens foi um pequeno mamífero arborícola que viveu há cerca de 62 milhões de anos. Foi mencionado pela primeira vez em 1883 pelo famoso paleontólogo Edward Drinker Cope.
Mas, durante mais de 140 anos, esta espécie manteve-se um mistério para os paleontólogos. Agora, tudo isso mudou, com um novo estudo publicado na Nature em março que mostra o esqueleto mais completo da espécie alguma vez descoberto.
“Este esqueleto fóssil fornece novas evidências sobre a forma como os mamíferos placentários se diversificaram ecologicamente após a extinção dos dinossauros”, diz Stephen Chester, o autor principal, à SciTechDaily.
O novo esqueleto foi descoberto na bacia de San Juan, no Novo México, e inclui uma grande variedade de ossos, desde um crânio parcial, costelas, coluna vertebral e membros anteriores e posteriores. A estrutura dos seus membros e garras sugere que era hábil a agarrar-se a troncos e ramos de árvores.
“Caraterísticas como uma maior massa corporal e uma maior dependência das folhas permitiram que o Mixodectes prosperasse nas mesmas árvores provavelmente partilhadas com outros parentes primitivos dos primatas”, explica.
O nosso “primo” viveu viveu na América do Norte durante o início do Paleocénico, pouco depois da extinção dos dinossauros, e alimentava-se principalmente de folhas.
O antropólogo Eric Sargis também participou no estudo, e acrescenta que “um esqueleto com 62 milhões de anos, com esta qualidade e completude, oferece novas perspetivas sobre os mixodéctilos, incluindo uma imagem muito mais clara das suas relações evolutivas. As nossas descobertas mostram que são parentes próximos dos primatas e dos colugos - lémures voadores nativos do Sudeste Asiático - o que os torna parentes bastante próximos dos humanos“.
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segunda-feira, março 31, 2025
As coisas (estranhas) que os paleontólogos descobrem...
Nem animal nem planta nem fungo: encontrado fóssil de uma nova forma de vida
A análise química sugere que o fóssil Prototaxites, com 400 milhões de anos, não era uma planta, um animal ou um fungo – sugerindo ter havido uma forma de vida misteriosa que se extinguiu há muito tempo.
Um novo estudo revelou que um organismo antigo e bizarro que se pensava ser um fungo gigante pode, afinal, pertencer a uma forma de vida nunca antes vista.
O Prototaxites, que viveu entre 420 milhões e 375 milhões de anos atrás, foi a primeira forma de vida terrestre gigante a habitar a Terra. Desenvolveu estruturas semelhantes a troncos com até 8 metros de altura e 1 metro de largura.
De acordo com o estudo publicado esta semana no bioRxiv este organismo acabou por se extinguir misteriosamente.
Como escreve a New Scientist, os fósseis foram descobertos pela primeira vez em 1843 e pensou-se inicialmente que eram troncos de coníferas apodrecidas. A sua classificação tem sido, desde então, objeto de intenso debate.
Em 2007, investigadores da Universidade de Stanford, na Califórnia, teorizaram, com base nos isótopos de carbono dos fósseis, que se tratava de uma espécie de fungo. Sugeriu-se que os prototaxitas obtinham carbono de outros organismos vivos, como fazem os fungos, em vez de retirarem dióxido de carbono do ar, como as plantas.
Mas o novo estudo desmente essa tese. O Prototaxites não é um fungo e, além disso, não se enquadra em mais nenhuma das linhagens de vida existentes.
O que distingue este organismo?
Esta investigação centrou-se numa espécie do grupo, Prototaxites taiti, que foi encontrada na Escócia. A P. taiti era muito mais pequena do que algumas das espécies gigantes de Prototaxites.
A estrutura do P. taiti era composta por tubos, tal como a de um fungo, mas os seus tubos ramificavam-se e ligavam-se de formas diferentes das dos fungos.
Descobriu-se ainda que a assinatura química deixada nos fósseis de Prototaxites é completamente diferente da assinatura química deixada pelos fungos sujeitos aos mesmos processos de fossilização.
Os Prototaxites não continham quitina, um componente estrutural fundamental nas paredes celulares dos fungos. Em vez disso, os componentes químicos que identificaram eram mais semelhantes aos produtos de fossilização da lignina, um polímero encontrado no tecido vegetal lenhoso.
No artigo, que ainda falta ser revisto por pares, os investigadores explicam que o grupo Prototaxites é definido por três caraterísticas principais:
- a formação de grandes estruturas multicelulares de vários tipos de tubos;
- uma composição rica em compostos semelhantes à lenhina mas distintos da matéria vegetal;
- e alimentavam-se de material orgânico em decomposição.
Os investigadores afirmam que estas três caraterísticas distintivas chave dos Prototaxites não são conhecidas em conjunto em mais nenhuma linhagem viva.
“Sugerimos que é melhor considerá-lo como membro de um grupo de eucariotas anteriormente não descrito e totalmente extinto“, escrevem.
Só ainda ninguém sabe porque é que o Prototaxites se extinguiu, apesar de haver algumas teorias. Há cientistas que sugerem que foi ultrapassado por fungos; outros dizem que foi vencido pela rápida explosão de arbustos e árvores.
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quarta-feira, março 26, 2025
Richard Dawkins faz hoje 84 anos
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quarta-feira, março 05, 2025
As fontes termais de Yellowstone podem ter pistas sobre a adaptação da vida ao oxigénio...
A água escaldante de Yellowstone pode guardar os segredos do primeiro fôlego da Terra
Fonte Grand Prismatic Spring no Yellowstone National Park
Uma nova pesquisa em Octopus e Conch Springs, em Yellowstone, dá pistas importantes sobre a adaptação da vida microbiana a condições variáveis de oxigénio e pode ser útil na busca pela vida além da Terra.
Um estudo recente realizado por investigadores da Universidade do Estado de Montana sugere que a vida microbiana na Bacia Inferior dos Géiseres de Yellowstone pode fornecer informações importantes sobre a forma como a vida se adaptou ao oxigénio. A investigação, publicada na revista Nature Communications, examinou os micróbios que vivem em Octopus e Conch Springs, dois ambientes geotérmicos com níveis de oxigénio e de sulfureto totalmente diferentes.
Estas comunidades microbianas, que se assemelham a bactérias e archaea antigas, desenvolvem-se em estruturas gelatinosas de “serpentina” no interior de correntes de água superaquecida a cerca de 88°C. Os cientistas acreditam que estes organismos podem oferecer um vislumbre de como a vida primitiva navegava na atmosfera em mudança da Terra, particularmente antes e durante o Grande Evento de Oxidação (GOE), há cerca de 2,5 mil milhões de anos.
Octopus Spring contém cerca de 20 micromolar de oxigénio dissolvido, significativamente mais elevado do que o menos de 1 micromolar encontrado em Conch Spring. Por outro lado, Conch Spring tem mais de 120 micromolar de sulfureto dissolvido tóxico, enquanto Octopus Spring tem menos de 2-3 micromolar. Estas condições criam um laboratório natural para estudar a evolução microbiana em ambientes de oxigénio variável, explica o Science Alert.
Liderada pelo geomicrobiólogo Bill Inskeep, a equipa de investigação analisou o ADN microbiano e a atividade enzimática para compreender como estes organismos interagem com o oxigénio.
As suas descobertas mostraram que os micróbios em Octopus Spring apresentavam uma maior diversidade e expressavam ativamente genes para a respiração do oxigénio. Em contraste, embora a diversidade microbiana fosse menor em Conch Spring, as evidências sugerem que alguns micróbios mantiveram capacidades latentes de processamento de oxigénio, provavelmente evoluídas para a sobrevivência em condições extremas.
Uma descoberta fundamental foi a presença de oxigenases de alta afinidade – enzimas que funcionam mesmo a níveis nanomolares de oxigénio. Estas enzimas foram mais ativamente expressas no ambiente de elevado teor de sulfureto de Conch Spring, sugerindo que as formas de vida primitivas podem ter utilizado mecanismos semelhantes para explorar o oxigénio mínimo muito antes do GOE.
Inskeep sublinhou a importância das condições naturais de Yellowstone para o estudo destas adaptações, referindo que a reprodução de tais ambientes num laboratório seria quase impossível. “A observação destes organismos no seu ambiente natural permite-nos compreender as condições geoquímicas exatas que permitem a sua sobrevivência”, explicou.
As conclusões do estudo desafiam os pressupostos anteriores sobre os níveis mínimos de oxigénio necessários para a respiração aeróbica, sugerindo que a vida aeróbica primitiva na Terra pode ter sobrevivido com quantidades vestigiais de oxigénio.
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segunda-feira, março 03, 2025
Robert Hooke morreu há 322 anos...
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domingo, março 02, 2025
Oparine nasceu há cento e trinta e um anos...
Aleksandr Ivanovich Oparine (Uglitch, 2 de março de 1894 - Moscovo, 21 de abril de 1980) foi um biólogo e bioquímico russo, considerado uma das maiores autoridades sobre a teoria da origem da vida.
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domingo, fevereiro 16, 2025
Hugo de Vries nasceu há 177 anos
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quarta-feira, fevereiro 12, 2025
Charles Darwin nasceu há 216 anos
Charles Robert Darwin (Shrewsbury, 12 de fevereiro de 1809 - Downe, Kent, 19 de abril de 1882) foi um naturalista britânico que alcançou fama ao convencer a comunidade científica da ocorrência da evolução e propor uma teoria para explicar como ela se dá por meio da seleção natural e sexual. Esta teoria culminou no que é, agora, considerado o paradigma central para explicação de diversos fenómenos na biologia. Foi laureado com a medalha Wollaston concedida pela Sociedade Geológica de Londres, em 1859.
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segunda-feira, janeiro 06, 2025
O monge Gregor Mendel morreu há cento e quarenta e um anos...
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domingo, novembro 24, 2024
Darwin publicou A Origem das Espécies há 165 anos...!
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terça-feira, setembro 24, 2024
As coisas que os humanos fazem - somos mais neandertais do que pensávamos...
Neandertais e Homo sapiens cruzaram-se numa montanha (em vários sentidos)
Reconstituição de um homo sapiens (esquerda) e neandertal (direita)
Uma equipa de arqueólogos identificou uma provável região de cruzamento entre Neandertais e o Homo sapiens durante o Plistocénico tardio.
Diversos estudos mostraram já anteriormente que houve cruzamentos entre as populações de Neandertal e Homo sapiens — tendo mesmo sido encontrado ADN Neandertal no genoma de humanos modernos.
Um novo estudo usou agora modelação de nichos ecológicos e um sistema de informação geográfica para identificar as localizações dos Neandertais e dos Homo Sapiens que viviam em partes do sudeste da Europa e do sudoeste da Ásia.
No estudo, publicado na semana passada no Scientific Reports, os investigadores conseguiram identificar as regiões com maior probabilidade de interação e, consequentemente, de cruzamento entre as duas espécies de humanos durante o Plistocénico tardio.
Depois de estudar a distribuição geográfica do Neandertal e do Homo sapiens durante esse período, os investigadores concluíram que tinha havido cruzamento entre as duas espécies, e reduziram a lista de possíveis locais a apenas uma região - as Montanhas Zagros, no Planalto Persa, cadeia montanhosa que se estende do Irão ao norte do Iraque e ao sudeste da Turquia.
A biodiversidade, topologia variada e clima quente do local teriam permitido um bom nível de vida para os sues habitantes.
Além disso, a região deve ter estado no caminho do Homo sapiens quando este migrou para fora de África, por volta da altura em que os Neandertais ainda lá viviam, o que tornaria possível encontro entre as duas populações.
O local é considerado um tesouro de esqueletos de Neandertais e Homo sapiens, sendo a região onde foi encontrado o “enterro de flores” Neandertal e onde se descobriu um dos principais caminhos que o Homo sapiens percorreu quando começou a sair de África.
A equipa de investigação sugere que seria muito surpreendente se os dois grupos não se tivessem encontrado - pelo que parece assim altamente provável que se tenham cruzado, conta o Phys.org.
É de recordar que a relação entre neandertais e humanos modernos foi profundamente íntima, com trocas genéticas significativas. Tal intimidade influenciou a evolução de ambos os grupos, mas pode ter resultado na extinção dos neandertais.
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sexta-feira, setembro 06, 2024
Pretensas novidades sobre o local onde apareceram os humanos...
Afinal, o berço da humanidade pode não ser onde pensávamos
Durante décadas, o Rift Africano Oriental tem sido aclamado como o “Berço da Humanidade”, a região onde se acredita que os nossos primeiros antepassados evoluíram.
Esta crença baseia-se em numerosas descobertas de fósseis no Vale do Rift, que forneceram informações valiosas sobre as primeiras fases da evolução humana.
No entanto, um novo estudo, cujos resultados foram publicados em agosto na revista Natura Ecology & Evolution, sugere que esta narrativa pode estar incompleta.
O Rift Africano Oriental, uma formação geológica que se estende por toda a África Oriental, é conhecida pelos seus depósitos de rochas sedimentares que preservaram fósseis antigos durante milhões de anos.
Locais importantes como o desfiladeiro de Olduvai, na Tanzânia, revelaram fósseis dos primeiros hominídeos, como o Paranthropus boisei e o Homo habilis, que datam de há cerca de 2 milhões de anos.
No entanto, este foco no Vale do Rift pode ter levado a uma compreensão distorcida da história inicial da nossa espécie.
“Como as provas da evolução humana inicial provêm de um pequeno número de sítios, é importante reconhecer que não temos uma imagem completa do que aconteceu em todo o continente”, explica W. Andrew Barr, primeiro autor do estudo, em comunicado publicado no EurekAlert.
O Rift Africano Oriental cobre menos de 1% do continente africano, enquanto os primeiros seres humanos provavelmente vagueavam muito para além desta estreita faixa de terra.
A preservação dos fósseis depende fortemente de condições geológicas específicas, e muitas regiões fora do Vale do Rift podem ter sido menos propícias à preservação a longo prazo dos restos mortais dos hominídeos.
Como resultado, grande parte do registo fóssil de outras partes de África provavelmente perdeu-se no tempo.
Num novo estudo, investigadores analisaram as áreas de distribuição dos mamíferos modernos no Vale do Rift e descobriram que, para os animais de médio e grande porte, o Rift Africano Oriental constituía apenas 1,6% do seu habitat. Isto sugere que os primeiros seres humanos, tal como outros animais, não se teriam confinado a esta pequena área.
O estudo também examinou a variação do tamanho do crânio e do corpo dos primatas africanos modernos, revelando que espécies como os babuínos são geralmente maiores na África Central do que na África Oriental.
Se os primeiros hominídeos apresentassem padrões semelhantes de variação morfológica, o registo fóssil do Vale do Rift não captaria esta diversidade, levando a uma imagem incompleta e potencialmente enganadora dos nossos antepassados.
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quinta-feira, agosto 08, 2024
Notícia interessante sobre a (não) extinção dos neandertais...
A paixão entre neandertais e homo sapiens foi muito mais forte do que se pensava
A relação entre neandertais e humanos modernos foi profundamente íntima, com trocas genéticas significativas. Tal intimidade influenciou a evolução de ambos os grupos, mas pode ter resultado na extinção dos neandertais.
Há muitas teorias e (ainda) poucas certezas sobre a forma como se extinguiram os neandertais.
O que é certo é que o os neandertais – que desapareceram há 40.000 anos - e o homo sapiens tiveram um passado em comum.
Alguns cientistas até questionam a necessidade de classificar os neandertais como uma espécie separada, dado o nível de interação.
Vários estudos recentes indicam que as duas espécies se cruzaram mais do que uma vez, sugerindo uma relação íntima – que poderá ter sido fatal para os neandertais.
A maioria dos estudos, até agora, tinha-se focado no fluxo genético dos neandertais para os humanos, até porque temos muito ADN humano e muito pouco neandertal para analisar.
No entanto, um estudo publicado na semana passada, na revista Science, incidiu a sua investigação no fluxo genético inverso, analisando o ADN que os humanos passaram para os Neandertais.
Os resultados confirmaram uma associação prolongada entre os dois grupos, datando de 250.000 anos atrás (muito antes do que se pensava). Além disso, descobriu-se que as relações podem ter sido bem mais intensas.
Esta investigação veio atestar essa hipótese de estudos anteriores que sugeriam que os neandertais foram “absorvidos” pelo Homo sapiens.
Como explica a equipa de investigação, liderada por Liming Li, da Universidade de Princeton, a assimilação terá feito crescer a população de Homo sapiens e reduzido a já pequena população neandertal.
“A assimilação dos Neandertais pelas populações humanas modernas, à medida que se espalhavam pela Eurásia, teria efetivamente aumentado a dimensão das populações humanas modernas e, simultaneamente, diminuído a dimensão de uma população Neandertal já em risco”, escreve, citada pel a Science Alert.
A substituição do cromossoma Y e do ADN mitocondrial neandertal pelos humanos modernos foram dois eventos que marcaram um caminho inevitável para o desaparecimento dos nossos “primos” da pré-história.
Além disso, o estudo indica que os cientistas podem ter sobrestimado a dimensão da população de neandertais em cerca de 20%.
“A nossa descoberta de que o tamanho da população de Neandertais era provavelmente ainda mais pequeno do que o estimado anteriormente apenas aceleraria o processo de assimilação”, pode ler-se.
Tudo isto “pode ter marcado um caminho irrevogável para o desaparecimento de uma das poucas linhagens de hominídeos que coexistiam com os humanos modernos”, acrescenta a equipa.
segunda-feira, agosto 05, 2024
Até em rochas do Câmbrico se pode fazer achados excecionais...!
“O meu queixo caiu”. Encontrado fóssil com 520 milhões de anos de larva com cérebro preservado
O fóssil tem a anatomia interna totalmente intacta, incluindo o cérebro e os sistemas digestivo e circulatório.
Numa descoberta notável, um novo estudo publicado na Nature revela um fóssil não maior do que uma semente de sésamo foi desenterrado na China, fornecendo informações profundas sobre a história evolutiva dos artrópodes. Esta larva, que remonta a há cerca de 520 milhões de anos, ao período Câmbrico, representa um novo género e uma nova espécie denominada Youti yuanshi.
Embora diminuto, o significado deste fóssil é monumental. A sua preservação quase perfeita, incluindo a anatomia interna intacta, oferece um raro vislumbre do desenvolvimento inicial dos artrópodes – um filo que engloba as aranhas, caranguejos e insetos atuais.
O paleontólogo Martin Smith, da Universidade de Durham, no Reino Unido, mostrou-se surpreendido com o achado, salientando a improbabilidade de se descobrir um fóssil larvar tão bem preservado. “Quando vi as estruturas espantosas preservadas sob a sua pele, fiquei de queixo caído“, comentou Smith.
O fóssil foi descoberto na Formação Yu’anshan, uma formação rochosa de xisto conhecida pelos seus ricos depósitos de fósseis. Extraído com ácido acético e submetido a um exame de alta resolução, o fóssil revelou estruturas internas pormenorizadas, incluindo o cérebro, as glândulas digestivas, o sistema circulatório e o sistema nervoso. Estas características são cruciais para compreender a trajetória evolutiva dos artrópodes, relata o Live Science.
A geóloga Katherine Dobson, da Universidade de Strathclyde, no Reino Unido, destacou a preservação excecional, afirmando: “A fossilização natural conseguiu uma preservação quase perfeita nesta incrível larva minúscula”.
O significado do Y. yuanshi vai para além da sua notável preservação. Como um estágio de desenvolvimento raramente visto em fósseis antigos, oferece uma visão única sobre os estágios iniciais da evolução dos artrópodes. O protocérebro do fóssil, uma região cerebral primitiva, sugere a complexa anatomia craniana que evoluiria nos artrópodes posteriores. Do mesmo modo, os seus sistemas circulatório e digestivo fornecem ligações às características sofisticadas observadas nos artrópodes atuais.
Esta descoberta sublinha o sucesso evolutivo dos artrópodes, ilustrando a sua capacidade de diversificação e adaptação a vários nichos ecológicos em todo o mundo.
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Há sempre novidades na área da Paleontologia...
Fóssil raro de cobra de 38 milhões de anos desafia o que sabemos sobre a evolução
A nova espécie descoberta será uma antepassada das jiboias atuais e hibernava, um hábito extremamente raro nos répteis.
Há cerca de 38 milhões de anos, três cobras juntaram-se no que é hoje o Wyoming, possivelmente para se aquecerem e se protegerem. Os seus fósseis, descobertos em 1976 na Formação de White River, intrigaram os investigadores durante décadas.
Um novo estudo, publicado no Zoological Journal of the Linnean Society, identificou finalmente estas cobras como uma nova espécie, lançando luz sobre o seu comportamento social único.
Os fósseis foram notados pela primeira vez pelo seu comportamento de agrupamento num estudo de 1986, que sugeriu que as cobras poderiam ter hibernado juntas. Este agrupamento foi considerado a primeira prova clara do comportamento social dos répteis no registo fóssil, aponta o Live Science.
Utilizando tomografias computorizadas de alta resolução, os cientistas examinaram de perto os fósseis e concluíram que as cobras estão relacionadas com as jiboias atuais. Batizaram a nova espécie de Hibernophis breithaupti, combinando a palavra latina “hibernare” (hibernar) com a palavra grega “ophis” (serpente), refletindo o presumível comportamento de hibernação das serpentes.
“Isto é realmente invulgar nos répteis”, disse Michael Caldwell, paleontólogo de vertebrados e biólogo evolutivo da Universidade de Alberta e co-autor do estudo. “Dos quase 15.000 tipos diferentes de espécies de répteis existentes atualmente, nenhum deles hiberna da forma como as cobras-liga o fazem.”
As cobras-liga, que se encontram em toda a América do Norte, reúnem-se em tocas comuns entre outubro e abril para se manterem quentes, percorrendo por vezes longas distâncias para chegar a essas tocas. Ao hibernarem em grupos, conservam o calor durante os meses frios. A H. breithaupti pode ter adotado uma estratégia semelhante, com os seus fósseis a fornecerem um retrato deste comportamento social na altura da sua morte.
Os investigadores acreditam que estas serpentes antigas foram apanhadas e mortas por uma pequena inundação enquanto estavam na sua toca de inverno. A inundação envolveu-as rapidamente em lama fina e arenosa, preservando os seus esqueletos completos e articulados. Esta preservação é particularmente rara para as cobras, uma vez que os seus esqueletos, compostos por centenas de vértebras, se dispersam facilmente.
“Existem provavelmente, nas coleções de museus de todo o mundo, cerca de um milhão de vértebras desarticuladas de serpentes”, observou Caldwell. “São fáceis de encontrar. Mas encontrar a cobra inteira? Isso é raro”.
A descoberta do Hibernophis breithaupti não só acrescenta uma nova espécie à árvore genealógica das serpentes, como também fornece informações valiosas sobre os comportamentos sociais dos répteis antigos.
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quinta-feira, agosto 01, 2024
Lamarck nasceu há 280 anos
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sábado, julho 20, 2024
Gregor Mendel nasceu há 202 anos
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segunda-feira, julho 15, 2024
A vida na Terra pode ser mais antiga do que pensávamos...
O último ancestral de todas as formas de vida surgiu muito antes do que se pensava
O organismo que deu origem a todas as formas de vida atuais na Terra – LUCA – pode ter aparecido muito mais cedo do que se pensava. O novo estudo revelou que esta forma de vida era, afinal, bastante sofisticada.
LUCA foi o último antepassado comum universal. Ou seja, foi a entidade que deu origem a todas as formas de vida atuais.
Um novo estudo, publicado esta sexta-feira na Nature Ecology & Evolution, teoriza que o LUCA surgiu muito mais cedo do que se pensava.
A nova estimativa acredita que este organismo viveu cerca de 4,2 mil milhões de anos atrás, logo após a formação da Terra, que data de 4,5 mil milhões de anos.
Conceções anteriores apontavam para o aparecimento de LUCA após o bombardeamento pesado tardio, um período de intensa colisão de meteoritos há aproximadamente 3,8 mil milhões de anos.
O estudo analisou a continuidade genética das várias formas de vida atuais.
Cerca de 2600 genes codificadores de proteínas (um número muito superior às estimativas anteriores de apenas 80) foram rastreados até LUCA. Isto sugere que este ancestral possuía uma complexidade biológica significativamente maior do que se pensava.
Mais sofisticado do que se pensava
Os genes estudados indicam que LUCA possuía mecanismos de defesa contra raios UV, sugerindo que habitava à superfície dos oceanos, e se alimentava primariamente de hidrogénio. Estes genes, juntamente com outros, indicam a presença de um ecossistema de células primitivas ao redor de LUCA, contrariando a ideia de que este antepassado existia isoladamente.
Surpreendentemente, os resultados também apontam para a presença de uma versão primitiva do sistema de defesa bacteriano CRISPR em LUCA, indicativo de que já há 4,2 mil milhões de anos, os organismos já enfrentavam ameaças virais.
“Mesmo há 4,2 mil milhões de anos, os nossos antepassados mais antigos lutam contra os vírus”, disse o líder da investigação, Edmund Moody, da Universidade de Bristol, à New Scientist.
Patrick Forterre, do Instituto Pasteur em Paris, França, criador do termo LUCA, considera esta teoria irrealista: “A afirmação de que o LUCA estava a viver antes do bombardeamento tardio há 3,9 mil milhões de anos é completamente irrealista para mim. Tenho a certeza de que a sua estratégia para determinar a idade e o conteúdo genético do LUCA tem algumas falhas”, disse, citado pela mesma revista.
in ZAP
NOTA - LUCA é um acrónimo - significa Last Universal Common Ancestor...
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