Mostrar mensagens com a etiqueta França. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta França. Mostrar todas as mensagens

quinta-feira, novembro 21, 2024

Voltaire nasceu há 330 anos

Voltaire, com 28 anos, por Nicolas de Largillière
       
François Marie Arouet, mais conhecido como Voltaire (Paris, 21 de novembro de 1694 - Paris, 30 de maio de 1778), foi um escritor, ensaísta, deísta e filósofo iluminista francês.
Conhecido pela sua perspicácia e espirituosidade na defesa das liberdades civis, inclusive liberdade religiosa e livre comércio. É uma dentre muitas figuras do Iluminismo cujas obras e ideias influenciaram pensadores importantes tanto da Revolução Francesa quanto da Americana. Escritor prolífico, Voltaire produziu cerca de 70 obras em quase todas as formas literárias, assinando peças de teatro, poemas, romances, ensaios, obras científicas e históricas, mais de 20 mil cartas e mais de 2 mil livros e panfletos.
Foi um defensor aberto da reforma social apesar das rígidas leis de censura e severas punições para quem as quebrasse. Um polemista satírico, ele frequentemente usou as suas obras para criticar a Igreja Católica e as instituições francesas do seu tempo. Voltaire é o patriarca de Ferney. Ficou conhecido por dirigir duras críticas aos reis absolutistas e aos privilégios do clero e da nobreza. Por dizer o que pensava, foi preso duas vezes e, para escapar a uma nova prisão, refugiou-se na Inglaterra. Durante os três anos em que permaneceu naquele país, conheceu e passou a admirar as ideias políticas de John Locke.
      

terça-feira, novembro 19, 2024

Ferdinand de Lesseps nasceu há 219 anos

     
Ferdinand Marie, visconde de Lesseps (Versalhes, 19 de novembro de 1805 - La Chesnaye, Guilly, 7 de dezembro de 1894), na maior parte das vezes referido como Ferdinand de Lesseps, foi um diplomata e empresário francês. É conhecido sobretudo por promover a construção dos canais de Suez e do Panamá.

Chamado de Le Grand Français, Ferdinand de Lesseps foi o promotor dos dois projetos de canais mais ambiciosos da sua época - o canal de Suez e o canal do Panamá. Esse último projeto fez os acionistas perderem tanto dinheiro que Lesseps foi condenado a cinco anos de prisão, que ele não cumpriu em razão de seu precário estado de saúde, apesar de o primeiro ter sido concluído em 1869 e ter recebido muita honra e mérito pelo seu feito.

Com efeito, este personagem é um dos muitos visionários daquela época, defendendo a intercomunicação entre os povos, através da abertura de estradas e canais. Este seu raciocínio reduziria as distâncias e aproximaram todas as regiões do mundo, aumentando assim, na sua perspetiva, o avanço industrial.

 
   

 

segunda-feira, novembro 18, 2024

Marcel Proust morreu há cento e dois anos...

   
Valentin Louis Georges Eugène Marcel Proust (Auteuil, 10 de julho de 1871 - Paris, 18 de novembro de 1922) foi um escritor francês, mais conhecido pela sua obra À la recherche du temps perdu (Em Busca do Tempo Perdido), que foi publicada em sete volumes, entre 1913 e 1927.
   
(...)

 

Proust passou os últimos três anos da sua vida confinado ao seu quarto, dormindo durante o dia e trabalhando à noite, para concluir o seu romance. Morreu, de pneumonia e de um abcesso pulmonar, em 1922. Foi enterrado no cemitério Père Lachaise, em Paris

   

sábado, novembro 16, 2024

Jean le Rond d'Alembert nasceu há 307 anos

   
Jean le Rond d'Alembert (Paris, 16 de novembro de 1717 - Paris, 29 de outubro de 1783) foi um filósofo, matemático e físico francês que participou na edição da Encyclopédie, a primeira enciclopédia publicada na Europa.
   
    
  
Publicações
Foi escritor, filósofo e matemático, autor dos livros Discours préliminaire de l'Encyclopédie, Elogios académicos e Tratado de dinâmica.
As suas pesquisas na Física estavam relacionadas com a mecânica racional, o princípio fundamental da dinâmica, o problema dos três corpos, cordas vibrantes e hidrodinâmica.
Em Matemática estudou as equações com derivadas parciais; equações diferenciais ordinárias; definiu a noção de limite; inventou um critério de convergência das séries; demonstrou o teorema fundamental da álgebra, que afirma que todas as equações algébricas têm pelo menos uma raiz real ou imaginária (teorema de D'Alembert-Gauss).
D'Alembert foi o primeiro a chegar a uma solução para o extraordinário problema da precessão dos equinócios. O seu trabalho principal, puramente matemático, foi sobre equações parcialmente diferenciais, particularmente em conexão com correntes vibratórias.
Disse a frase: "A Morte é um bem para todos os homens; é como a noite desse dia inquieto que se chama Vida".
  

quinta-feira, novembro 14, 2024

Claude Monet nasceu há 184 anos

       
Oscar-Claude Monet (Paris, 14 de novembro de 1840 - Giverny, 5 de dezembro de 1926) foi um pintor francês e o mais célebre entre os pintores impressionistas.
O termo impressionismo surgiu devido a um dos primeiros quadros de Monet, "Impressão, nascer do sol", de uma crítica feita ao quadro pelo pintor e escritor Louis Leroy: "Impressão, nascer do Sol” – eu bem o sabia! Pensava eu, justamente, se estou impressionado é porque há lá uma impressão. E que liberdade, que suavidade de pincel! Um papel de parede é mais elaborado que esta cena marinha. A expressão foi usada originalmente de forma pejorativa, mas Monet e seus colegas adotaram o título, tendo consciência da revolução que estavam a iniciar na pintura.
 

 

A ponte Japonesa
   

quarta-feira, novembro 13, 2024

Camille Pissarro morreu há 121 anos...


Auto-retrato de Camille Pissarro
    
Jacob Abraham Camille Pissarro (Charlotte Amalie, ilha de São Tomás, Índias Ocidentais Dinamarquesas, hoje Ilhas Virgens Americanas, 10 de julho de 1830 - Paris, 13 de novembro de 1903) foi um pintor francês, co-fundador do impressionismo, e o único que participou nas oito exposições do grupo (1874-1886).
  
O seu pai, Abraham Frederic Gabriel Pissarro, era português cripto-judeu de Bragança, que, no final do século XVIII, quando ainda pequeno, emigrara, com a sua família, para Bordéus, onde na altura existia uma comunidade significativa de judeus portugueses, refugiados da Inquisição. A mãe dele era crioula e tinha o nome Rachel Manzano-Pomie.
Com 11 anos Camille Pissarro foi enviado a Paris para estudar num colégio interno. Voltou para a ilha São Tomás, a fim de tomar conta do negócio da família. Algum tempo depois, a sua paixão pela pintura fê-lo mudar de vida: fez em 1852 amizade com o pintor dinamarquês, Fritz Melbye e a oportunidade de concretizar o seu sonho surgiu com um convite para acompanhar uma expedição do Fritz Melbye, enviado pelo governo das Antilhas Dinamarquesas, para estudar a fauna e a flora da Venezuela, onde passou dois anos.
Pissarro conquistou a sua liberdade aos 23 anos. Em 1855, ele já estava em Paris com ajuda de Anton Melbye, tentando iniciar a sua carreira. O jovem antilhano fascinou-se com as telas de Camille Corot e travou amizade com Paul Cézanne, Claude Monet, Charles-François Daubigny, entre outros pintores impressionistas. Com Monet passou a sair para pintar ao ar livre, em Pontoise e Louvenciennes. Em 1861 casou com Julie Vellay, de quem teve oito filhos.
Faleceu em 13 de novembro de 1903 e foi sepultado no Cemitério do Père-Lachaise, Paris na França.
    

 

Entrée du village de Voisins - 1872
 
La Moisson, 1882

terça-feira, novembro 12, 2024

Rodin nasceu há 184 anos

     
François-Auguste-René Rodin (Paris, 12 de novembro de 1840 - Meudon, 17 de novembro de 1917), mais conhecido como Auguste Rodin, foi um escultor francês. Apesar de ser geralmente considerado o progenitor da escultura moderna, não se propôs rebelar-se contra o passado. Foi educado tradicionalmente, teve o artesanato como abordagem ao seu trabalho e desejava o reconhecimento académico, embora nunca tenha sido aceite na principal escola de arte de Paris.
Esculturalmente, Rodin possuía uma capacidade única de modelar argila. Muitas das suas esculturas mais notáveis ​​foram duramente criticadas durante a sua vida. Elas entraram em confronto com a tradição da escultura da figura predominante, onde as obras eram decorativas, estereotipadas, ou altamente temáticas. O seu trabalho mais original partiu de temas tradicionais da mitologia e da alegoria, modelando o corpo humano com realismo, e celebrando o caráter individual e fisicalidade. Rodin era sensível à controvérsias em torno de seu trabalho, mas recusou a mudar o seu estilo. Sucessivas obras trouxeram aumentos de encomendas do governo e da comunidade artística.
Do inesperado realismo da sua primeira grande figura – inspirada pela sua viagem à Itália, em 1875 – para os memoriais não convencionais cujas encomendas mais tarde ele procurou, a sua reputação cresceu, de tal forma que se tornou o escultor francês proeminente de seu tempo. Em 1900, ele era um artista de renome mundial. Clientes particulares ricos procuraram os seus trabalhos após a sua mostra na Exposição Universal, e ele fez companhia a uma variedade de intelectuais e artistas de alto nível. Ele casou com a sua companheira ao longo da vida, Rose Beuret, no último ano de vida de ambos. As suas esculturas sofreram um declínio de popularidade após a sua morte, em 1917, mas, após algumas décadas, o seu legado solidificou. Rodin continua a ser um dos poucos escultores conhecidos fora da comunidade das artes visuais.
  
Auguste Rodin, Porta do Inferno

 

Monumento a Balzac (1898), Paris, Jardim do Museu Rodin
     

segunda-feira, novembro 11, 2024

A I Grande Guerra terminou há 106 anos...

Foto após a assinatura do armistício: em primeiro plano, o marechal Foch, ladeado pelos almirantes britânicos Hope e Rosslyn Wemyss
   
O Armistício de Compiègne foi um tratado assinado a 11 de novembro de 1918 entre os Aliados e a Alemanha, dentro de um vagão-restaurante, na floresta de Compiègne, com o objetivo de encerrar as hostilidades na frente ocidental da Primeira Guerra Mundial. Os principais signatários foram o Marechal Ferdinand Foch, comandante-em-chefe das forças da Tríplice Entente, e Matthias Erzberger, representante alemão.
Seguiu-se ao armistício o tratado de paz de Versalhes, celebrado em 1919, segundo o qual, a Alemanha, derrotada, era obrigada a:
  • reduzir as suas tropas a metade;
  • pagar pesadas indemnizações aos países vencedores;
  • ceder todas as suas colónias;
  • restituir a Alsácia-Lorena à França.
  

sábado, novembro 09, 2024

Jean Monnet nasceu há 136 anos...

     
Jean Omer Marie Gabriel Monnet (Cognac, 9 de novembro de 1888Bazoches-sur-Guyonne, 16 de março de 1979) foi um político francês, visto por muitos como o arquiteto da unidade europeia (CEE). Nunca eleito para cargos públicos, Monnet atuou nos bastidores de governos europeus e americanos como um internacionalista pragmático bem relacionado. Foi o inspirador do Plano Schuman

   

Biografia

Jean Monnet nasceu em Cognac, Charente, no seio de uma família de comerciantes de conhaque.

Aos 16 anos, quando terminou o liceu, viajou para muitos países, como comerciante de conhaque e, mais tarde, tornou-se banqueiro.

Durante a Primeira Guerra Mundial e Segunda Guerra Mundial exerceu alguns cargos importantes na produção industrial na França e no Reino Unido. Como consultor do governo francês, foi um dos principais inspiradores da famosa Declaração Schuman, que ajudou na criação da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço. Entre 1952 e 1955, foi o primeiro presidente do órgão executivo da referida comunidade.

 

in Wikipédia

A gripe espanhola levou Guillaume Apollinaire há 106 anos...

Fotografia a preto e branco, de 1916, com cabeça enfaixada após ferimento na guerra
      
Guillaume Apollinaire (nascido Wilhelm Albert Włodzimierz Apolinary de Wąż-Kostrowicki, Roma, 26 de agosto de 1880 - Paris, 9 de novembro de 1918) foi um escritor e crítico de arte francês, possivelmente o mais importante ativista cultural das vanguardas do início do século XX, conhecido particularmente por sua poesia sem pontuação e gráfica, e por ter escrito manifestos importantes para as vanguardas na França, tais como o do Cubismo, além de ser o criador da palavra Surrealismo.
Filho da condessa polaca Angelica Kostrowicka e de pai desconhecido - suspeita-se de um aristocrata suiço-italiano chamado Francesco Flugi d'Aspermont - passa  os seus primeiros anos entre Roma, Mónaco, Nice, Cannes e Lyon. Desde 1902 foi um dos membros mais populares do bairro artístico parisiense de Montparnasse. Foram seus amigos e colaboradores Pablo Picasso, Max Jacob, André Salmon, Marie Laurencin, André Derain, Blaise Cendrars, Pierre Reverdy, Jean Cocteau, Erik Satie, Ossip Zadkine, Marcel Duchamp e Giorgio de Chirico.
Em 1901 e 1902, trabalhou como preceptor da menina Gabrielle, numa família alemã, na companhia da qual viajará pela Alemanha, tendo-se apaixonado pela governanta inglesa Annie Playden, que o recusou, tendo a mesma partido em 1905 para a América. Da paixão não correspondida, surgiu Annie et La Chanson du Mal-Aimé.
Entre 1902 e 1907, de volta a Paris, trabalhou como empregado de bancos e começou a publicar contos e poemas em revistas. Em 1907, conhece a artista plástica Marie Laurecin, com quem terá uma tumultuosa relação. É por essa época que decide viver dos seus escritos. No começo de 1907, publica anonimamente As Onze Mil Varas. Em 1909 publicou o seu primeiro livro oficial: O Encantador em Putrefação, baseado na lenda de Merlin e Viviane. No mesmo ano, se dispõe a publicar uma antologia dos textos do Marquês de Sade, bem de acordo com uma característica sua que chocava os adeptos da tradição francesa: o fascínio pelo romance libertino. Assim, o mesmo foi o responsável pela introdução dos "livros malditos" de Sade na cena literária francesa do início do século, que até então era um escritor praticamente desconhecido. Na apresentação da edição, escreveu um longo ensaio biográfico no qual se referia a Sade como "o espírito mais livre que já existiu no mundo".
Em setembro de 1911, quando já era reconhecido como um dos poetas mais importantes da vanguarda parisiense, Apollinaire é acusado de cumplicidade no roubo de uma obra do Museu Louvre, nada menos que a Mona Lisa de Leonardo da Vinci, roubo no qual Pablo Picasso, também já muito famoso, foi igualmente implicado. Ele é preso durante uma semana e depois libertado. Esta experiência o marcará. Aos olhos dos defensores das tradições clássicas, que se aproveitaram da situação para denunciar "atos de barbárie" dos estrangeiros contra a cultura nacional, pouco importava a inocência de Apollinaire no caso, visto que ele era acusado de atentar contra os valores da civilização, acusação esta estendida a outros estrangeiros radicados em Paris, como Pablo Picasso, Gertrude Stein e Stravinski.
Em 1913, Apollinaire publica Álcoois, coletânea de seus trabalhos poéticos desde 1898. Sua poesia dispensava a pontuação e a tipografia regular. Voltava-se para uma temática cosmopolita, na qual incluía novidades técnicas como o avião, o telefone, o rádio e a fotografia.
Em agosto de 1914 tenta se alistar nas Forças Armadas Francesas, sem sucesso, visto que não possuía a nacionalidade francesa. Em dezembro de 1914, repete a tentativa, sendo aceite e iniciando o seu processo de naturalização. Pouco antes de ingressar efetivamente nas Forças Armadas, conhece e se apaixona por Louise de Coligny-Châtillon, chamada por ele de "Lou". É uma jovem divorciada com um estilo de vida livre, que não esconde do poeta sua ligação com um homem por ela chamado de "Toutou". Ele irá dedicar-lhe vários dos seus poemas. Quando Apollinaire parte para o campo de batalha, uma correspondência de uma poesia notável nasce dessa relação. Ambos rompem em 1915, prometendo continuar amigos.
Em janeiro de 1915, Apollinaire conhece Madeleine Pagès num comboio, de quem ficará noivo em agosto daquele mesmo ano. Mas, em abril de 1915, ele parte com o 38.º Regimento de Artilharia de Campo para a frente de batalha. Em março de 1916, é naturalizado francês, sendo que naquele mesmo mês é ferido gravemente na cabeça. Após longa convalescença, volta gradualmente ao trabalho. Em junho de 1917, a sua peça Les Mamelles de Tirésias, drama surrealista mesclando desespero com humor e escrita durante sua recuperação do ferimento, é encenada. Ele também publicou um manifesto artístico chamado L'Esprit Noveau Et Les Poétes. Em 1918, publica os famosos Calligrammes, poemas gráficos sobre a paz e a guerra de notável lirismo visual. Casa com Jacqueline, a "bela russa" do poema "La Joulie Rousse", que publicará muitas de suas obras póstumas.
Morreu jovem, com apenas 38 anos de idade, a 9 de novembro de 1918, vítima da gripe espanhola, doença pandémica que afetou todo o mundo. Foi enterrado no cemitério de Père-Lachaise em Paris, tendo o seu túmulo uma escultura, em forma de menir, feita por Picasso.
A sua obra literária e crítica anunciava os princípios de uma nova estética que tinha como fundamento a rutura com os valores do passado. Os seus poemas, O bestiário ou o cortejo de Orfeu (1911), Álcoois (1913) e Calligrammes (1918) refletem a influência do simbolismo, com importantes inovações formais. Ainda em 1913, apareceu o ensaio crítico Os pintores cubistas, em defesa do novo movimento como superação do realismo.


 
Vitam impendere amori

Dans le crépuscule fané
Où plusieurs amours se bousculent
Ton souvenir gît enchaîné
Loin de nos ombres qui reculent

Ô mains qu'enchaîne la mémoire
Et brûlantes comme un bûcher
Où le dernier des phénix noire
Perfection vient se jucher

La chaîne s'use maille à maille
Ton souvenir riant de nous
S'enfuir l'entends-tu qui nous raille
Et je retombe à tes genoux

Le soir tombe et dans le jardin
Elles racontent des histoires
À la nuit qui non sans dédain
Répand leurs chevelures noires

Petits enfants petits enfants
Vos ailes se sont envolées
Mais rose toi qui te défends
Perds tes odeurs inégalées

Car voici l'heure du larcin
De plumes de fleurs et de tresses
Cueillez le jet d'eau du bassin
Dont les roses sont les maîtresses

Ô ma jeunesse abandonnée
Comme une guirlande fanée
Voici que s'en vient la saison
Et des dédains et du soupçon

Le paysage est fait de toiles
Il coule un faux fleuve de sang
Et sous l'arbre fleuri d'étoiles
Un clown est l'unique passant

Un froid rayon poudroie et joue
Sur les décors et sur ta joue
Un coup de revolver un cri
Dans l'ombre un portrait a souri

La vitre du cadre est brisée
Un air qu'on ne peut définir
Hésite entre son et pensée
Entre avenir et souvenir

Ô ma jeunesse abandonnée
Comme une guirlande fanée
Voici que s'en vient la saison
Des regrets et de la raison
 
 
 
Guillaume Apollinaire

Charles de Gaulle morreu há 54 anos...

  
Charles André Joseph Marie de Gaulle (Lille, 22 de novembro de 1890Colombey-les-Deux-Églises, 9 de novembro de 1970) foi um general , político e estadista francês que liderou as Forças Francesas Livres durante a Segunda Guerra Mundial. Mais tarde fundou a Quinta República Francesa em 1958 e foi seu primeiro Presidente, de 1959 a 1969.
Um veterano da Primeira Guerra Mundial, nos anos 20 e 30 de Gaulle destacou-se como um proponente da guerra de blindados e defensor da aviação militar, que ele considerava um meio para romper o impasse da guerra de trincheira. Durante a Segunda Guerra Mundial, foi promovido ao posto temporário de brigadeiro, liderando um dos poucos contra-ataques de blindados bem sucedidos, antes da queda da França, em 1940. Em seguida, serviu por pouco tempo o governo francês, antes do início da ocupação alemã, e logo se refugiou na Inglaterra, de onde proferiu um famoso discurso, transmitido pelo rádio, em junho de 1940, no qual exortava o povo francês a resistir à Alemanha nazi e organizando as forças francesas livres com oficiais franceses exilados no Reino Unido.
Durante a Segunda Guerra Mundial rivalizou com o general Henri Giraud na liderança das forças militares e da Resistência francesa. Ao passo que o general Giraud tinha o apoio de Roosevelt e dos Estados Unidos, De Gaulle foi preferido pelos sectores de esquerda da Resistência, que preferiam a postura mais anti-americana de De Gaulle, mesmo durante guerra.
Gradualmente, obteve o controle de todas as colónias francesas - a maioria das quais tinham sido inicialmente controlada pelo regime do pró-alemão Vichy. À época da libertação da França, em 1944, De Gaulle dirigia um governo no exílio - a França Livre - insistindo que a França deveria ser tratada como uma potência independente pelos outros aliados. Após a libertação, tornou-se primeiro-ministro do Governo Provisório Francês, renunciando em 1946 devido a conflitos políticos. Após a guerra, fundou seu próprio partido político, o RPF. Embora se tivesse retirado da política em 1950, após a derrota do RPF, foi escolhido pela Assembleia Francesa para voltar ao poder como primeiro-ministro, durante a crise de maio de 1958. De Gaulle liderou a redação de uma nova Constituição, fundando a Quinta República e foi eleito Presidente da França, um cargo que agora detinha um poder muito maior do que na Terceira e Quarta Repúblicas.
Como presidente, Charles de Gaulle pôs fim ao caos político que precedeu o seu regresso ao poder. Durante seu governo, promoveu o controle da inflação e instituiu uma nova moeda em janeiro de 1960. Também fomentou o crescimento industrial.
Apesar de ter apoiado inicialmente o domínio francês sobre a Argélia, decidiu mais tarde conceder a independência àquele país, encerrando uma guerra cara e impopular. A decisão dividiu a opinião pública francesa, e De Gaulle teve que enfrentar a oposição dos colonos pieds-noirs e dos militares franceses que tinham inicialmente apoiado o seu retorno ao poder.
De Gaulle supervisionou o desenvolvimento de armas nucleares francesas e promoveu uma política externa pan-europeia, buscando livrar-se das influências norte-americana e britânica. Retirou a França do comando militar da OTAN - apesar de continuar a ser membro da aliança ocidental - e por duas vezes vetou a entrada da Grã-Bretanha na Comunidade Europeia.
Viajou frequentemente pela Europa Oriental e por outras partes do mundo e reconheceu a China comunista. Em 1967, durante uma visita oficial ao Canadá, incentivou publicamente o separatismo do Quebec, o que causou a mais grave crise diplomática entre a França e o Canadá. O seu discurso pronunciado em Montreal, no dia 24 de julho, foi concluído exatamente com o slogan dos separatistas: "Viva o Quebec livre!", o que foi interpretado pelas autoridades canadianas como apoio do presidente francês ao movimento separatista.
Durante o seu mandato, de Gaulle também enfrentou a oposição política dos comunistas e dos socialistas. Apesar de ter sido reeleito presidente, em 1965, desta vez por voto popular direto, em maio de 1968 parecia provável que perdesse o poder, no meio dos protestos generalizados de estudantes e trabalhadores. No entanto, sobreviveu à crise, com uma ampliação da maioria na Assembleia. Pouco depois, em 1969, depois de perder um referendo sobre a reforma do Senado e a regionalização, renunciou. Faleceu no ano seguinte.
De Gaulle é considerado como o líder mais influente da história da França moderna. A sua ideologia e seu estilo político - o gaullismo - ainda tem grande influência na vida política francesa atual.
     

sexta-feira, novembro 08, 2024

Alain Delon nasceu há 89 anos...


Alain Fabien Maurice Marcel Delon (Sceaux, 8 de novembro de 1935Douchy, 18 de agosto de 2024) foi um ator e empresário franco-suíço. Ficou conhecido internacionalmente com o filme O Sol por Testemunha, vindo a tornar-se um dos atores mais proeminentes da Europa e símbolo sexual nas décadas de 60 e 70. É considerado um dos maiores atores franceses de todos os tempos. 

   

(...)  

    

Em 2008 retornou ao cinema no filme Astérix nos Jogos Olímpicos, no papel do conquistador romano Júlio César. Em 2012 sofreu um AVC.

Em março de 2022 anunciou publicamente a intenção de se submeter a um procedimento de suicídio assistido, o que é legalmente permitido na Suíça, país onde vivia.

Delon faleceu "pacificamente" em 18 de agosto 2024, em Douchy, cercado por membros da família.

  

César Franck morreu há 134 anos...

    
César-Auguste-Jean-Guillaume-Hubert Franck (Liège, 10 de dezembro de 1822 - Paris, 8 de novembro de 1890) foi um organista e compositor belga.
Com quinze anos, após os estudos na sua cidade natal, foi para Paris, onde passou a frequentar o conservatório. As suas primeiras composições datam desta época e incluem quatro trios para piano e cordas, além de peças para piano. Rute, uma cantata bíblica, foi composta com sucesso no conservatório em 1846. Deixou inacabada a ópera Le Valet de Ferme, iniciada em 1851.
Durante muitos anos, Franck levou uma vida retirada, dedicando-se ao ensino e aos seus deveres de organista, adquirindo renome como improvisador. Escreveu também uma missa, motetos, peças para órgão e outros trabalhos de cunho religioso.
Professor do Conservatório de Paris em 1872, naturalizou-se francês no ano seguinte. A sua obra-prima é o poema sinfónico Les Béatitudes. Foi recebida, no entanto, com frieza, na única execução pública durante a vida do autor. Outros poemas sinfónicos de Franck são Les Éolides, de 1876, Le Chasseur Maudit, de 1883 e Psyche, de 1888.
   

 

quinta-feira, novembro 07, 2024

Albert Camus nasceu há 111 anos


Albert Camus (Mondovi, 7 de novembro de 1913Villeblevin, 4 de janeiro de 1960) foi um escritor, filósofo, romancista, dramaturgo, jornalista e ensaísta franco-argelino. Ele também atuou como jornalista militante envolvido na Resistência Francesa, situando-se próximo das correntes libertárias durante as batalhas morais no período pós-guerra. O seu trabalho profícuo inclui peças de teatro, novelas, notícias, filmes, poemas e ensaios, onde ele desenvolveu um humanismo baseado na consciência do absurdo da condição humana e na revolta como uma resposta a esse absurdo. Para Camus, essa revolta leva à ação e fornece sentido ao mundo e à existência. Daqui "Nasce então a estranha alegria que nos ajuda a viver e a morrer". Recebeu o Prémio Nobel de Literatura em 1957.

A curta carreira de Camus como jornalista do Combat foi ousada. Atuando como jornalista, ele tomou posições incisivas em relação à Guerra de Independência Argelina e ao Partido Comunista Francês. Ao longo de sua carreira, Camus envolveu-se em diversas causas sociais, protestando veementemente contra as desigualdades que atingiam os muçulmanos no norte de África, defendendo os exilados espanhóis antifascistas e as vítimas do estalinismo. Ele ainda foi um entusiasmado defensor da objeção de consciência.

À margem de outras correntes filosóficas, Camus foi sobretudo uma testemunha de seu tempo. Intransigente, recusou qualquer filiação ideológica. Lutou energicamente contra todas as ideologias e abstrações que deturpavam a natureza humana. Dessa maneira, ele foi levado a opor-se ao existencialismo e ao marxismo, discordando de Jean-Paul Sartre e de seus antigos amigos. Camus incorporou uma das mais elevadas consciências morais do século XX. O humanismo de seus escritos foi fundamentado na experiência de alguns dos piores momentos da história. A sua crítica ao totalitarismo soviético rendeu-lhe diversas retaliações e culminou na desavença intelectual com seu antigo colega Sartre.

    

(...)   

Camus morreu em janeiro de 1960, vítima de um acidente de automóvel. Na sua maleta estava contido o manuscrito de O Primeiro Homem, um romance autobiográfico. Por uma ironia do destino, nas notas ao texto, ele escreve que aquele romance deveria ficar inacabado. A sua mãe, Catherine Sintès, morreu em setembro do mesmo ano.

Camus não pretendia ter feito a viagem a Paris de carro, com seu editor Michel Gallimard, a mulher deste, Janine, e a filha deles, Anne. Pretendia ir de comboio, com o poeta René Char. Já haviam até comprado as passagens. Mas, por insistência de Michel, ele aceitou a boleia. Char também foi convidado, mas não quis lotar o carro. No acidente, o Facel Vega de Michel espatifou-se contra uma árvore. Apenas Camus morreu instantaneamente. Michel morreu no hospital, cinco dias depois. O relógio do painel do carro parou no instante do acidente: 13.55 horas.

Albert Camus encontra-se sepultado no cemitério de Lourmarin, Provença-Alpes-Costa Azul, em França.

Cinquenta anos depois, revelações do escritor e tradutor checo Jan Zabrana, contidas em seu diário publicado postumamente, sugerem a possibilidade de que Camus tenha sido, de facto, assassinado, por ordem do Ministro das Relações Exteriores da URSS, Dmitri Shepilov, em retaliação à oposição aberta que o escritor vinha fazendo a Moscovo - particularmente no artigo publicado na revista Franc-Tireur de março de 1957, em que atacava pessoalmente o ministro, responsabilizando-o pelo que chamou de "massacre", durante a repressão soviética à Revolução Húngara de 1956.

 

 

Dans la pleine chaleur sur les dunes immenses

 

 

Dans la pleine chaleur sur les dunes immenses,
le monde se resserre et se limite.

C’est une cage de chaleur et de sang.
Il ne va pas plus loin que mon corps.

Mais qu’un âne braie au loin,
les dunes, le désert, le ciel reçoivent leur distance.

Et elle est infinie.

 

 
Albert Camus

Marie Curie nasceu há 157 anos

   
Marie Curie, nome assumido após o casamento por Maria Skłodowska, (Varsóvia, 7 de novembro de 1867 - Sallanches, 4 de julho de 1934) foi uma cientista polaca que exerceu a sua actividade profissional na França. Foi a primeira pessoa a ser laureada duas vezes com um Prémio Nobel, de Física, em 1903 (dividido com seu marido, Pierre Curie, e Becquerel) pelas suas descobertas no campo da radioatividade (que naquela altura era ainda um fenómeno pouco conhecido) e com o Nobel de Química de 1911 pela descoberta dos elementos químicos rádio e polónio.

Maria Sklodowska nasceu na atual capital da Polónia, Varsóvia, em 7 de novembro de 1867, quando essa ainda fazia parte do Império Russo. Seu pai era professor numa escola secundária. Marie educou-se em pequenas escolas da região de Varsóvia, e logrou um nível básico de formação científica, com seu pai.
Envolveu-se com uma organização estudantil que almejava transformar a ciência e, por isso, foi levada a fugir de Varsóvia - que então era dominada pela Rússia - para a Cracóvia, na época parte do Império da Áustria. Em 1881, com a ajuda da irmã, mudou-se para Paris, onde concluiu os seus estudos. Estudando na Sorbonne, obteve licenciatura em física e em matemática. Em 1894 conheceu Pierre Curie, professor na Faculdade de Física, com quem no ano seguinte se casou. Ele ajudou em seus estudos para descobrir elementos químicos como o radio, o polónio, e a radioatividade.
Participou da 1ª até à 7ª Conferência de Solvay.
Oito anos depois, recebeu o Nobel de Química de 1911, «em reconhecimento pelos seus serviços para o avanço da química, com o descobrimento dos elementos rádio e polónio, o isolamento do rádio e o estudo da natureza dos compostos deste elemento». Com uma atitude generosa, não patenteou o processo de isolamento do rádio, permitindo a investigação das propriedades deste elemento por toda a comunidade científica.
O Nobel da Química foi-lhe atribuído no mesmo ano em que a Academia de Ciências de Paris a rejeitou como sócia, após uma votação ganha por Eduard Branly com diferença de apenas um voto.
Foi a primeira pessoa a receber duas vezes o Prémios Nobel. Linus Pauling repetiu o feito, ganhando o Nobel de Química, em 1954 e o Nobel da Paz em 1962 e tornou-se a única personalidade a ter recebido dois Prémios Nobel não compartilhados. Por outro lado, Marie Curie foi a única pessoa a receber duas vezes o Prémio Nobel, em áreas científicas.
Em 1906, sucedeu ao seu marido na cadeira de Física Geral, na Sorbonne.
Depois da morte do seu marido, Marie teve um relacionamento amoroso com o físico Paul Langevin, que era casado, facto que resultando num escândalo jornalístico com referências xenófobas, devido à sua origem polaca.
Durante a Primeira Guerra Mundial, Curie propôs o uso da radiografia móvel para o tratamento de soldados feridos. Em 1921 visitou os Estados Unidos, onde foi recebida triunfalmente. O motivo da viagem era arrecadar fundos para a pesquisa. Nos seus últimos anos foi assediada por muitos físicos e produtores de cosméticos, que faziam uso de material radioativo sem precauções. Visitou também o Brasil, atraída pela fama das águas radioativas de Lindoia.
Fundou o Instituto do Rádio, em Paris. Em 1922 tornou-se membro associado livre da Academia de Medicina.
Marie Curie morreu perto de Salanches, França, em 1934 de leucemia, devido, seguramente, à exposição maciça a radiações durante o seu trabalho. A sua filha mais velha, Irène Joliot-Curie, recebeu o Nobel de Química de 1935, no ano seguinte à morte de Marie.
O seu livro "Radioactivité" (escrito ao longo de vários anos), publicado a título póstumo, é considerado um dos documentos fundadores dos estudos relacionados à Radioactividade clássica.
Em 1995 os seus restos mortais foram transladados para o Panteão de Paris, tornando-se a primeira mulher a ser sepultada neste local.
Durante o período da hiperinflação nos anos 90, sua efígie foi impressa nas notas de banco de 20000 zloty da sua Polónia natal.
A sua filha, Éve Curie, escreveu a mais famosa das biografias da cientista, traduzida em vários idiomas. Em Portugal, é editada pela editora "Livros do Brasil". Esta obra deu origem em 1943 ao argumento do filme: "Madame Curie", realizado por Mervyn LeRoy e com Greer Garson no papel de Marie Curie.
Foram também feitos dois telefilmes sobre a sua vida: "Marie Curie: More Than Meets the Eye" (1997) e "Marie Curie - Une certaine jeune fille" (1965), além de uma minissérie francesa, "Marie Curie, une femme honorable" (1991).
O elemento 96 da tabela periódica, o Cúrio, símbolo Cm, foi baptizado em honra do casal Curie.
  
 

David Guetta - 57 anos

        
Pierre David Guetta (Paris, 7 de novembro de 1967), conhecido profissionalmente como David Guetta é um músico francês, de ascendência belga e judaico-marroquina, vencedor de 2 Grammy Awards, atuando no género de música eletrónica, sendo produtor musical e DJ.
     
 

terça-feira, novembro 05, 2024

Manitas de Plata morreu há dez anos...


Manitas de Plata
, nome artístico de Ricardo Baliardo (Sète, 7 de agosto de 1921 - Montpellier, 5 de novembro de 2014), foi um cigano francês e guitarrista de flamenco.

Biografia
Nasceu  numa caravana cigana no sul da França. Tornou-se famoso por tocar anualmente em Saintes-Maries-de-la-Mer, local de peregrinação cigana na Camarga, onde foi gravado ao vivo por Deben Bhattacharya.
Manitas de Plata só concordou em tocar em público dez anos após a morte de Django Reinhardt (1910-1953), que era, por unanimidade, considerado o rei dos guitarristas ciganos da época. Uma das gravações de Manitas valeu-lhe uma carta escrita por Jean Cocteau, aclamando-o como compositor.
Após ouvi-lo tocar em Arles em 1964, Pablo Picasso exclamou: "Este homem é de maior valor do que eu!" e começou a desenhar na guitarra.
Manitas de Plata tornou-se realmente famoso apenas depois de uma exposição de fotografia em Nova York, organizada pelo seu amigo Lucien Clergue. Ele gravou o primeiro álbum oficial na capela de Arles, na França, para o selo Connoisseur Society; tratava-se de um LP duplo, popular, que chamou a atenção do público americano. Um empresário americano conseguiu que fizesse um concerto no Carnegie Hall, em Nova York, em dezembro de 1965.
Em Nova York, Manitas de Plata, que era analfabeto, representou a Europa na festa anual das Nações Unidas.
Desde 1967, Manitas de Plata percorreu o mundo inteiro e gravou vários discos. Tocou com Paco de Lucia e para a dançarina Nina Corti. Em 1968 tocou no Royal Variety Performance, em Londres.