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quarta-feira, dezembro 17, 2025

Marguerite Yourcenar morreu há trinta e oito anos...

     
Marguerite Yourcenar, pseudónimo de Marguerite Antoinette Jeanne Marie Ghislaine Cleenewerck de Crayencour (Yourcenar é um anagrama de Crayencour) (Bruxelas, 8 de junho de 1903 - Mount Desert Island, 17 de dezembro de 1987), foi uma escritora francesa.

Marguerite Yourcenar foi educada em casa e de maneira excecional: lia Jean Racine com oito anos de idade e o seu pai ensinou-lhe latim aos oito anos e grego aos doze.
Em 1929, publicou o seu primeiro romance, Alexis ou o Tratado do Vão Combate (Alexis ou le traité du vain combat) inspirado em André Gide, escrito num estilo preciso, frio e clássico. Trata-se de de uma longa carta em que um homem, músico de renome, confessa à sua esposa a sua homossexualidade e a sua decisão de a deixar. Após a morte de seu pai, em 1929, (depois de ter lido o primeiro romance de sua filha), Marguerite Yourcenar levou uma vida boémia entre Paris, Lausana, Atenas, as ilhas gregas, Constantinopla e Bruxelas. Nesta época, Marguerite Yourcenar apaixonou-se pelo escritor e editor André Fraigneau.
Na década de 30 escreveu Fogos (1936), composto por textos com inspirações mitológicas ou religiosas, em que a autora trata de diversas formas o tema do desespero amoroso e dos sofrimentos sentimentais, tema retomado mais tarde em Le Coup de grâce (1939), romance curto sobre um triângulo amoroso durante a guerra russo-polaca de 1920. Em 1939, ela publicou Contos Orientais, com histórias que fazem referência às suas viagens. Naquele mesmo ano, dez anos depois da morte do seu pai e com a Europa conturbada pela proximidade da Segunda Guerra Mundial, mudou-se para os Estados Unidos, onde passou o resto de sua vida, obtendo a cidadania norte-americana em 1947 e ensinando literatura francesa até 1949. Até 1979, Yourcenar morou com Grace Frick, professora de literatura britânica em Nova Iorque.
As suas Mémoires d´Hadrien (Memórias de Adriano), de 1951, tornaram-na internacionalmente conhecida. Este sucesso seria confirmado com L'Œuvre au Noir (A Obra ao Negro, 1968), uma biografia de um herói do século XVI, chamado Zénon, atraído pelo hermetismo e a ciência. Publicou ainda poemas, ensaios (Sous bénéfice d'inventaire, 1978) e memórias (Archives du Nord, 1977), manifestando uma atração pela Grécia e pelo misticismo oriental patente em trabalhos como Mishima ou La vision du vide (1981) e Comme l´eau qui coule (1982).
Marguerite Yourcenar foi a primeira mulher eleita da Academia Francesa de Letras, em 1980, após uma campanha e apoio ativo de Jean d'Ormesson, que escreveu o discurso da sua admissão.
  
        

terça-feira, dezembro 16, 2025

François-Adrien Boieldieu nasceu há 250 anos

   
François-Adrien Boieldieu est un compositeur français, né le à Rouen (Seine-Maritime) et mort le à Varennes-Jarcy (Seine-et-Oise).
Artiste né sous l'Ancien Régime, Boieldieu fit ses armes pendant la Terreur, acquit la célébrité durant le Consulat et l'Empire, fut honoré par les Bourbons, puis ruiné par la Révolution de Juillet. Il demeure le principal compositeur français d'opéras du premier quart du XIXe siècle.
   
 

Kandinsky nasceu há 159 anos

   
Wassily Kandinsky (Moscovo, 16 de dezembro de 1866 e 4 de dezembro no calendário juliano então em vigor na Rússia - Neuilly-sur-Seine, 14 de dezembro de 1944) foi um artista russo, professor da Bauhaus e introdutor da abstração no campo das artes visuais. Apesar da origem russa, adquiriu a nacionalidade alemã em 1928 e a francesa em 1939.
 
Vida
Nascido na cidade de Moscovo, Wassily Kandinsky passou grande parte da infância em Odessa. De volta à capital russa, estudou Direito e Economia na Universidade de Moscovo, chegando a licenciar-se em Direito, aos 30 anos, porém desistiu dessa carreira.
    
Os primeiros anos em Munique
Casou-se em 1892 com a sua prima Anya Chimiakin, que acompanhou Kandinsky em 1896 quando este se mudou para Munique, iniciando os seus estudos em pintura. O estilo da escola de Ažbè desiludiu Kandinsky, que preferia pintar paisagens coloridas ao ar livre em vez de modelos "mal cheirosos, apáticos, inexpressivos, geralmente destituídos de carácter".
Após vinte anos, Kandinsky tenta inscrever-se, sem sucesso, num curso ministrado por Franz von Stuck. Um ano depois Kandinsky ingressou finalmente no curso, que frequentou até 1900. Em maio de 1901, Kandinsky co-fundou a sociedade artística Phalanx e foi professor na escola fundada pouco tempo depois pela sociedade. Uma das suas alunas foi Gabriele Münter, que se tornou companheira de Kandinsky até 1917. Kandinsky separou-se de Anya Chimiakin em 1916.
   
O início do abstracionismo
Na década de 10 Kandinsky desenvolve os seus primeiros estudos não figurativos, fazendo com que seja considerado o primeiro pintor ocidental a produzir uma tela abstrata. Algumas das suas obras desta época, como "murnau - Jardim 1" (1910) e "Grüngasse em Murnau" (1909) mostram a influência dos verões que Kandinsky passava em Murnau nessa época, notando-se um crescente abstracionismo nas suas paisagens. Outra influência nas suas pinturas foi a música do compositor Arnold Schönberg, com quem Kandinsky manteve correspondência entre 1911 e 1914.
    
O período da Primeira Guerra Mundial
Com o eclodir da Primeira Guerra Mundial, Kandinsky é forçado a abandonar a Alemanha, partindo para a Suíça, acompanhado por Gabriele Münter, em 3 de agosto de 1914, esperando um fim rápido do conflito. Quando este não se concretizou, Kandinsky voltou à Rússia, separando-se de Münter, a 16 de novembro do mesmo ano. Aproveitando uma exposição em Estocolmo de 1916, Kandinsky permanece na Suécia, onde conhece a sua terceira companheira, a russa Nina de Andreewsky, até ao advento da Revolução Russa. Volta então à Rússia, interessado nos rumos do país, mas desentende-se com as teorias da arte oficiais e retorna à Alemanha em 1921.

A Bauhaus e últimos anos
Em constante contacto com os artistas da vanguarda, passa a lecionar na Bauhaus até 1933, quando a escola é fechada pelo governo nazi. Muda-se para Paris e aí viveu até o fim de sua vida. Faleceu em Neuilly-sur-Seine em 1944. Encontra-se sepultado em Neuilly-sur-Seine New Communal Cemetery, Hauts-de-Seine, Ilha de França, na França.
Desenvolveu a arte abstrata até o final de sua vida. Junto a Piet Mondrian e Kasimir Malevich, Wassily Kandinsky faz parte do "trio sagrado" da abstração, sendo o mais famoso.

Períodos artísticos
A criação de Kandinsky de trabalhos puramente abstratos seguiu um longo período de intenso desenvolvimento e amadurecimento do pensamento teórico baseado nas suas experiências pessoais artísticas. Chamou a esta devoção como beleza interior, fervor de espírito e uma necessidade funda de desejo espiritual, que foi o aspecto principal da sua arte.
Kandinsky aprendeu através de diversos recursos durante a sua juventude em Moscovo. Mais tarde na sua vida ele seria lembrado como sendo fascinado e raramente estimulado pela cor como uma criança. O fascínio pelo simbolismo e psicologia da cor continuaram durante o seu crescimento, apesar de parecer nunca ter estudado arte. Em “Looks on the Past” ele relata que as casas e as igrejas eram decoradas com cores tão brilhantes que, uma vez lá dentro, teve a impressão de se estar a mover dentro de uma tela pintada. A experiência e o seu estudo sobre a arte do povo na região, em particular o uso de cores brilhantes sobre fundo negro, refletiu-se nos seus trabalhos mais recentes. Anos mais tarde, ele relacionou o ato de pintar para criar música na maneira que mais tarde viesse a ser mais reconhecido e escreveu “As cores são a chave, os olhos o machado, a alma é o piano com as cordas”. Ele foi similarmente influenciado durante este período pela ópera de Richard Wagner Lohengrin com a qual ele sentiu que quebrou os limites da música e da melodia além do lirismo tradicional.
Kandinsky foi igualmente espiritualmente influenciado por Helena Petrovna Blavatsky (1831- 1891), o mais importante exponente da Teosofia nos tempos modernos. A teoria teosófica solicitou que a criação é uma proporção geométrica, começando num único ponto. O aspeto criativo das formas é expressado por uma série descendente de círculos, triângulos e quadrados. Os livros de Kandinsky ecoam estes princípios básicos teosóficos.

O Cavaleiro Azul
As pinturas de Kandinsky do período em que fez parte do grupo Der Blaue Reiter ("O cavaleiro Azul") (1911-1914), foram compostas por massas coloridas largas e bastante expressivas, avaliadas independentemente a partir de formas e linhas que já não serviam para delimitá-las. Estas seriam sobrepostas numa forma bastante livre para formar pinturas duma força extraordinária.
A influência da música foi bastante importante no nascimento da arte abstrata, como sendo abstrata por natureza, este não tenta representar o mundo exterior mas antes para expressar, numa maneira imediata, os sentimentos interiores da alma humana. Kandinsky às vezes usava termos musicais para designar o seu trabalho; ele chamou a muitas das suas pinturas espontâneas “Improvisações”, e “Composições” a outras muito mais elaboradas e trabalhadas em comprimento, um termo que ressoou nele como um orador.
Além da pintura Kandinsky desenvolveu a sua opinião como um teórico da arte. De fato, a influência de Kandinsky na história da arte do ocidente talvez resulte mais dos seus trabalhos teóricos do que propriamente das suas pinturas.
Ao mesmo tempo que escrevia “Do espiritual na Arte”, Kandinsky escreveu o Almanaque do Cavaleiro Azul, que serviram tanto como defesa e promoção da arte abstrata, assim como uma prova de que todas as formas de arte eram igualmente capazes de alcançar o nível da espiritualidade. Ele acreditava que a cor podia ser usada numa pintura como uma coisa autónoma e distanciada de uma discrição visual de um objeto ou de uma qualquer forma.
Escreveu poemas, que seguem o mesmo raciocínio desta fase.
  
O período de grande síntese (1934-1944)
Em Paris, Kandinsky estava bastante isolado, uma vez que a pintura abstrata - particularmente a pintura abstrata geométrica – não foi reconhecida, sendo as dos movimentos mais apreciados o impressionismo e o Cubismo. Kandinsky viveu num pequeno apartamento e criou o seu trabalho num estúdio construído na sua sala de estar. Formas biomórficas com flexibilidade e contornos não geométricos apareceram nas suas pinturas; formas que sugerem organismos externamente microscópicos mas que expressam sempre a vida interior do artista. Ele usou a cor puras nas suas composições que evocavam a arte popular de Slavonic e que era similar a preciosos trabalhos de marca-de-água. Nas suas obras, ocasionalmente misturava também areia para dar a textura de granulado aos quadros.
Este período correspondeu, de facto, a uma vasta síntese do seu trabalho anterior, no quando ele usa todos os elementos, e até os enriquece. Em 1936 e 1939 ele pinta as suas duas ultimas grandes composições; Lonas particularmente elaboradas e lentamente rasgadas que ele não produziu por muitos anos. Composição IX é uma pintura com umas diagonais poderosas de alto contraste e cuja forma central da a impressão de um embrião humano no ventre. Os pequenos quadrados de cores e as faixas coloridas parecem projetar contra o fundo preto da Composição X, como fragmentos de estrelas ou filamentos, enquanto hieróglifos com tons de pastel obrem o grande plano castanho, que parece flutuar no canto esquerdo superior da lona.
No trabalho de Kandinsky, algumas características são óbvias, enquanto certos toques são mais discretos e velados; isto servia para dizer que eles se revelavam só progressivamente àqueles que fazem um esforço para aprofundar a sua conexão com o seu trabalho. Pretendeu que as suas formas fossem subtilmente harmonizadas e colocadas, para ressoar com a própria alma do observador.
  
Poesia
Kandinsky também escreveu poemas brilhantes, abstratos, que fazem referência a cores e linhas, tais quais surgiam na perceção do artista. Sendo eminentemente vanguardistas, no entanto, os seus poemas diferem de tudo quanto foi produzido por qualquer "ismo" em literatura ou poeta vanguardista conhecido, inclusive do trabalho poético de outros artistas predominantemente plásticos, tais como Picasso e Hans Arp, que tenderam a aderir, na escrita, a alguma vanguarda poética conhecida, como o Surrealismo.
   
Munich-Schwabing with the Church of St. Ursula (1908)


     

segunda-feira, dezembro 15, 2025

Gustave Eiffel nasceu há 193 anos

      
Alexandre Gustave Eiffel (Dijon, 15 de dezembro de 1832 - Paris, 27 de dezembro de 1923), também conhecido por Gustavo Eiffel, foi um engenheiro francês que participou da construção da Estátua da Liberdade, em Nova Iorque, e da Torre Eiffel de Paris. Foi sepultado no cemitério de Levallois-Perret.
  
Início de carreira
O pai de Eiffel construiu através dos anos uma sólida fortuna pessoal. Gustave Eiffel primeiro estudou no Colégio Sainte-Barbe, um dos mais antigos de Paris. Em 1852 entrou na Escola Central de Paris, uma escola prestigiada de engenharia, também conhecida como Escola Central de Artes e Manufacturas. Terminou os estudos em 1855, formando-se em engenharia química.
Iniciou a sua carreira trabalhando numa empresa belga de construção de caminhos-de-ferro. Em 1856, Eiffel conheceu Charles Nepveu, empresário especialista em construções metálicas. Aos 26 anos, Gustave chefiou o seu primeiro grande trabalho construindo a ponte ferroviária em Bordeaux. Na construção, Gustave utilizou pela primeira vez, a técnica de fundação de ar comprimido na execução de pilhas tubulares.
Gustave Eiffel chegou a viver em Portugal, em Barcelinhos, de onde projetou as construções em Portugal que lhe estão associadas.
  
Projetos
Já experiente, resolveu fundar a sua própria empresa. Em 1866 adquiriu um atelier de construção metálica, próximo de Paris.
Destacam-se os projetos:
Das suas construções mais conhecidas, salienta-se a estrutura metálica da Estátua da Liberdade, em Nova Iorque (1886) e a Torre Eiffel.
  
Estátua da Liberdade
A Estátua da Liberdade foi um presente da França aos Estados Unidos para comemorar o centenário de sua independência. Inaugurada em 1886, foi projetada pelo escultor Frédéric Auguste Bartholdi e contou com a assistência de Gustave Eiffel. Tem 307 pés (46 metros) de altura e tem na sua composição 63.000 toneladas de ferro forjado.
  

   
Torre Eiffel
A Torre Eiffel foi construída entre 1887 e 1889, em Paris, para a Exposição Universal de 1889. Converteu-se no símbolo da capital francesa. Atualmente possui 325 metros (adicionada a altura das antenas). Na época de sua construção tinha aproximadamente 7.300 toneladas de ferro e atualmente tem aproximadamente 10.000 toneladas.
Foi oficialmente inaugurada a 31 de março de 1889. Só perdeu o status da mais alta construção do mundo em 1930, depois da construção do prédio da Chrysler em Nova Iorque.
A torre possui três andares. Na base foram usados cimento e aço. Os quatro pilares possuem quatro metros de cimento. Possui arcos ligando os quatro pilares instalados a 39 metros acima do solo. O primeiro andar fica a 57 metros acima do solo e pode suportar a presença de 3.000 pessoas ao mesmo tempo. O segundo andar fica a 115 metros acima do solo e suporta a presença de 1.600 pessoas. O terceiro andar fica a 276 metros acima do solo e suporta 400 pessoas.
     

Antoine Henri Becquerel nasceu há 173 anos

 
Antoine Henri Becquerel (Paris, 15 de dezembro de 1852 - Le Croisic, 25 de agosto de 1908) foi um físico francês. Becquerel foi o responsável pelos estudos que levaram à descoberta do fenómeno da radioatividade.

Biografia
Estudou na École Polytechnique e era "engenheiro de pontes e calçadas". Ensinou física na École Polytechnique e no Museu Nacional de História Natural. Continuou os trabalhos dos seus pai e avô, descobrindo, em 1896, a radioactividade dos sais de urânio. Esta descoberta fundamental valeu-lhe a atribuição do Nobel de Física em 1903, juntamente com o casal Pierre Curie e Marie Curie. Foi membro da Academia das Ciências Francesa.
O seu pai, Alexandre Becquerel estudou a luz e a fosforescência, inventando a fosforoscopia.
O seu avô, Antoine César Becquerel, foi um dos fundadores da eletroquímica.
Em 1895 descobriu acidentalmente uma nova propriedade da matéria que, posteriormente, denominou de radioatividade. Ao colocar sais de urânio sobre uma placa fotográfica em local escuro, verificou que a placa enegrecia. Os sais de urânio emitiam uma radiação capaz de atravessar papéis negros e outras substâncias opacas a luz. Estes raios foram denominados, a princípio, de Raios B, em sua homenagem.
Além disso realizou pesquisas sobre fosforescência, espectroscopia e absorção da luz.

Contribuições científicas
Os primeiros trabalhos de Becquerel foram realizados com base nos estudos de polarização de plano de luzes, com o fenómeno da fosforescência e com a absorção de luz por cristais e também o magnetismo terrestre. Após o descobrimento dos raios X por Wilhelm Conrad Röntgen, Antoine foi levado a estudar o fenómeno com sais de urânio e a forma como eles são afetados pela luz. Por acidente, Henri descobriu que os raios por si emitidos emitidos eram capazes de penetrar e imprimir imagens em chapas fotográficas. Mais estudos mostraram que isso não vinha do recém descoberto raio X e sim de uma outra radiação, tinha ele descoberto um novo fenómeno: a radioatividade natural ou espontânea.
Henri fez diversos estudos para investigar se uma substância fluorescente poderia emitir raios X quando era submetida à luz do sol. Ele expôs ao sol uma chapa fotográfica coberta com papel opaco e pedras de sais de urânio, após um determinado tempo foi constatado que a chapa foi manchada pelos sais. Concluiu-se que a radiação não propagava pelo efeito da luz e sim pela propriedade radioativa de certo elementos, como o urânio, por exemplo.
Graças a essa realização, Becquerel ganhou o Prémio Nobel de Física em 1903, juntamente com Pierre Curie e Marie Curie, pelo seu estudo da radiação. Mas a sua descoberta resultou muito além daquele momento, com ela foi-se capaz de desenvolver diversos estudos, que futuramente possibilitaram grandes avanços área médica, pois assim tornou-se possível tratar e identificar com maior precisão lesões no corpo e certas doenças através de imagens médicas e também variados tratamentos de radioterapia.
      

Camille Saint-Saëns morreu há cento e quatro anos...

  
Charles-Camille Saint-Saëns (Paris, 9 de outubro de 1835 – Argel, 16 de dezembro de 1921) foi um compositor francês, organista, maestro e pianista da era romântica
  
Vida
O seu pai morreu quando ele tinha apenas quatro meses de idade e Camille foi criado pela sua mãe e a sua tia.
Como tinham um piano em casa, aos dois anos e meio de idade já gostava de brincar com as teclas, e em pouquíssimo tempo já tocava pequenas melodias, sem ser ensinado por ninguém. A sua mãe e a sua tia deram-lhe as primeiras lições de teoria musical.
Aos 7 anos de idade, já escrevia pequenas peças. Recebeu lições de piano de Camille Stamaty e Alexandre Boëly e de harmonia de Pierre Maleden e, aos 10 anos, já conseguia tocar algumas das peças mais difíceis de Mozart e Beethoven.
Apresentou-se em público pela primeira vez na Sala Pleyel, em Paris, a 6 de maio de 1846, sem ter completado ainda 11 anos de idade. Na ocasião, tocou o 3° concerto de Beethoven e o n° 15 de Mozart, para o qual escreveu a sua própria cadência. Aos 13 anos de idade, entrou para o Conservatório de Paris, onde estudou Órgão como instrumento musical, com Benoist, e contraponto e fuga com Jacques Fromental Halévy.
Para auxiliar a família, tocava órgão na Igreja de St. Merry, e em 1857 obteve o cargo de organista na Igreja da Madeleine, cargo esse que ocuparia durante 20 anos. Aos 25 anos já era famoso na Europa inteira como pianista e compositor, tendo escrito três sinfonias, um concerto para violino, peças de música sacra.
Travou amizade com Liszt, que, ao vê-lo improvisando no órgão da Igreja da Madeleine, classificou-o como "o maior organista do mundo".
Saint-Saens conhecia música profundamente, familiarizado com as obras dos grandes compositores europeus antigos e modernos.
Saint-Saens gostava muito de viajar. Movido por impulsos súbitos, fazia excursões repentinas às partes mais distantes do planeta, dava-lhe prazer conhecer lugares exóticos.
Visitou a Espanha, as Canárias, Ceilão, a Indochina, o Egito e esteve várias vezes na América. Deu concertos no Rio de Janeiro e em São Paulo, em 1899, com a colaboração de Luigi Chiafarelli, uma figura de destaque no ambiente musical brasileiro. Visitou também San Francisco, na Califórnia.
A morte veio colhê-lo numa cama de hotel em Argel, na Argélia, no dia 16 de dezembro de 1921. "Acredito que agora chegou mesmo o meu fim", murmurou, e fechou os olhos para sempre. Já fazia tempo que este homem feliz desejava a morte secretamente.
A obra de Camille Saint-Saens é imensa: sinfonias, concertos para violoncelo, piano e violino, peças para órgão, música vocal e instrumental, sacra e profana. Entre as peças mais conhecidas deste compositor, podemos citar: o Concerto para violino nº3 em si menor (op. 61), a "Danse Macabre", Introdução e Rondò Capriccioso para violino e orquestra (uma peça extremamente brilhante para o violino), o Carnaval dos Animais.
Saint-Saens compôs várias óperas, mas somente uma delas é tida pela posteridade como uma obra prima imortal: Sansão e Dalila.
Uma amostra da riqueza das suas composições pode ser admirada no cinema: no primeiro dos filmes do porquinho Babe, o 4º e último movimento da Sinfonia nº3, Órgão, serve de fundo para a cena do agricultor, que canta uma versão inglesa para a belíssima melodia, chamada "If I Had Words".  
  
   
 

Michel-Richard Delalande nasceu há 368 anos


Michel Richard Delalande
(também Lalande ou de Lalande, Paris, 15 de dezembro de 1657 - Versalhes, 18 de junho de 1726) foi um compositor e organista barroco francês a serviço do rei Luís XIV. Foi um dos mais importantes compositores de grandes motetos. Ele também escreveu suites orquestrais, conhecidas como Simphonies pour les Soupers du Roy, e ballets.
  
 

sexta-feira, dezembro 12, 2025

Gustave Flaubert nasceu há 204 anos

    
Gustave Flaubert (Rouen, 12 de dezembro de 1821 – Croisset, 8 de maio de 1880) foi um escritor francês. Prosador importante, Flaubert marcou a literatura francesa pela profundidade das suas análises psicológicas, pelo seu senso de realidade, pela sua lucidez sobre o comportamento social, e pela força do seu estilo em grandes romances, tais como Madame Bovary (1857), A Educação Sentimental (1869), Salammbô (1862), mais os seus contos, nomeadamente os Trois contes (1877). 
     

quarta-feira, dezembro 10, 2025

César Franck nasceu há duzentos e três anos

    
César-Auguste-Jean-Guillaume-Hubert Franck (Liège, 10 de dezembro de 1822 - Paris, 8 de novembro de 1890) foi um organista e compositor belga.
Com quinze anos, após os estudos na sua cidade natal, foi para Paris, onde passou a frequentar o conservatório. As suas primeiras composições datam desta época e incluem quatro trios para piano e cordas, além de peças para piano. Rute, uma cantata bíblica, foi composta com sucesso no conservatório em 1846. Deixou inacabada a ópera Le Valet de Ferme, iniciada em 1851.
Durante muitos anos, Franck levou uma vida retirada, dedicando-se ao ensino e aos seus deveres de organista, adquirindo renome como improvisador. Escreveu também uma missa, motetos, peças para órgão e outros trabalhos de cunho religioso.
Professor do Conservatório de Paris em 1872, naturalizou-se francês no ano seguinte. A sua obra-prima é o poema sinfónico Les Béatitudes. Foi recebida, no entanto, com frieza, na única execução pública durante a vida do autor. Outros poemas sinfónicos de Franck são Les Éolides, de 1876, Le Chasseur Maudit, de 1883 e Psyche, de 1888.
   
 

Olivier Messiaen nasceu há 117 anos...

 
 
Foi autor de vasta produção, que se estende pela música para órgão, piano, de câmara, vocal (com ou sem instrumentos), concertante, sinfónica, coral-sinfónica e uma ópera - Sétimo Quadro do São Francisco de Assis.
   
 

segunda-feira, dezembro 08, 2025

Camille Claudel nasceu há cento e sessenta e um anos...

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/b/b7/Camille_Claudel.jpg/800px-Camille_Claudel.jpg
  

Camille Claudel, nome artístico de Camille Athanaïse Cécile Cerveaux Prosper (Aisne, 8 de dezembro de 1864 - Paris, 19 de outubro de 1943) foi uma escultora francesa
 
Auguste Rodin, Retrato de Camille Claudel com um boné, 1886
   
Biografia
Camille era filha de Louis Prosper, um hipotecário, e Louise Athanaïse Cécile Cerveaux. Camille passou toda sua infância em Villeneuve-sur-Fère, morando em um presbitério que o seu avô materno, doutor Athanaïse Cerveaux, havia adquirido. Foi a primeira filha do casal, sendo quatro anos mais velha que Paul Claudel. Ela impõe ao seu irmão, assim como à sua irmã mais nova Louise, a sua forte personalidade. Ela comandava os dois desde pequena. Segundo Paul, o seu irmão, ela declarou desde cedo o seu desejo de ser escultora. Camille também tinha certas premonições e previu também que o seu irmão se tornaria escritor e a sua irmã Louise seria música.
O seu pai, maravilhado com o seu estupendo e precoce talento que, ainda na infância, produziu esculturas de ossos e esqueletos com impressionante verosimilhança, oferta-lhe todos os meios de desenvolver as suas potencialidades, colocando-a em escolas e cursos de primeira linha. A sua mãe, por outro lado, não vê com bons olhos, colocando-se sempre contra todo aquele empreendimento, reagindo muitas vezes violentamente no sentido de reprovar a filha que traz incómodos e custos excessivos para a manutenção do seu "capricho". O sonho de Camille é ser uma escultora de sucesso e vê essa vontade ameaçada pela mãe, que acha que ocorrem muitos gastos com a educação da menina.
Em 1881, já com 17 anos, sai de casa para ir em busca do seu grande sonho. Parte para Paris e ingressa na Academia Colarossi, uma escola que forma artistas escultores. Ela teve por mestre primeiramente Alfred Boucher e depois Auguste Rodin. É desta época que datam suas primeiras obras que nos são conhecidas: A Velha Helena (La Vieille Hélène - coleção particular) ou Paul aos treze anos (Paul à treize ans - Châteauroux).
O tempo passa, e o seu professor Rodin, impressionado pela solidez e tamanha beleza de seu trabalho, admite-a como aprendiz de seu ateliê, na rua da Universidade, em 1885 e é nesse momento que ela colaborará na execução das Portas do Inferno (Les Portes de l'Enfer) e do monumento Os Burgueses de Calais (Les Bourgeois de Calais).
Tendo deixado a sua família pelo amor a escultura, ela trabalha vários anos a serviço do seu mestre, por quem está secretamente apaixonada, e ela mantém-se à custa da sua própria criação, pois ela ganha salário como aprendiz. Por vezes, a obra de um e de outro são tão próximas que não se sabe qual obra de seu professor ou da aluna. Às vezes se confunde em quem inspirou um ou copiou o outro, pois Camille faz tão bem seu trabalho que parece que há anos ela trabalha com arte. As suas esculturas e as de Rodin são muito idênticas, facto que aproxima os dois.
O tempo passa e Camille e Rodin se envolvem, e têm um caso ardente de amor. Porém Camille Claudel enfrenta muito rapidamente duas grandes dificuldades: de um lado, Rodin não consegue decidir-se em deixar Rose Beuret, a sua namorada desde os primeiros anos difíceis, e de outro lado, alguns afirmam que as suas obras seriam executadas pelo seu próprio mestre, ou seja, acusam Camille de ter copiado todos os trabalhos de seu professor em vez dela mesma fazer. Muito triste e depressiva pelas acusações e por Rodin ainda ter outra mulher, Camille tentará distanciar-se de Rodin e a fazer as suas obras de arte sozinha. Percebe-se muito claramente essa tentativa de autonomia na sua obra (1880-94), tanto na escolha dos temas como no tratamento: A Valsa (La Valse, Museu Rodin) ou A Pequena Castelã (La Petite Châtelaine, Museu Rodin). Esse distanciamento segue até ao rompimento definitivo, em 1898. A rutura é marcada e contada pela famosa obra de título preciso: A Idade Madura (L’Age Mûr – Museu d'Orsay).
Ferida e desorientada, ainda mais por descobrir que o seu o romance com Rodin não passou de uma aventura para ele e que ele preferiu a namorada, Camille Claudel passa a nutrir por Rodin um estranho amor-ódio que a levará à paranoia e a loucura. Ela instala-se então no número 19 do hotel Quai Bourbon e continua a sua busca artística em grande solidão, pois ama loucamente Rodin, mas ao mesmo tempo odeia-o, por tê-la abandonado. Ela entregou-se a esse homem de corpo e alma e em troca só teve ingratidão e abandono. Apesar do apoio de críticos como Octave Mirbeau, Mathias Morhardt, Louis Vauxcelles e do fundidor Eugène Blot, seus amigos, ela não consegue superar a dor da saudade. Eugène Blot organiza duas grandes exposições, esperando o reconhecimento e assim um benefício sentimental e financeiro para Camille Claudel, pois ele quer ajudar a amiga em dificuldade. As suas exposições têm grande sucesso de crítica, mas Camille já está doente demais para se reconfortar com os elogios. Ela passa a ficar estranha e obsessiva, querendo a morte de Rodin. Ela passa a se lembrar de seu passado, a mãe a impedi-la de ser uma artista e as lembranças más da infância passam a sufocá-la cada vez mais.
Depois de 1905, os períodos paranoicos de Camille multiplicam-se e acentuam-se. Ela crê nos seus delírios. Entre seus sonhos doentes, ela acredita que Rodin roubará as suas obras de arte para moldá-las e expô-las como suas, ou seja, ela acha que Rodin roubará as esculturas e falará que foi ele quem as fez. Ela passa a achar que o inspetor do Ministério das Belas-Artes está em conluio com Rodin, e que desconhecidos querem entrar em sua casa para lhe furtar suas obras de arte. Nessa fase ela passa a falar sozinha e já adquiriu a esquizofrenia. Também chora muito, e passa a ter ideias de suicídio. Camille cria histórias imaginárias que ela passa a achar que são puramente verdade. Nessa terrível época que suas crises de loucura aumentam, vive um grande abatimento físico e psicológico, não se alimentando mais e desconfiando de todas as pessoas, achando que todos a matarão. Ela isola-se e como mora sozinha no hotel, ninguém sabe da sua condição, pois ela rompe a amizade com os amigos e passa a querer ficar e viver sozinha em seu quarto. Ela mantém-se vendendo as poucas obras que ainda lhe restam.
O seu pai, o seu porto-seguro, a única pessoa que a mais entendeu na sua vida, morre em 3 de março de 1913, o que piora por completo a sua depressão e a faz sair da realidade mais ainda. Ela entra numa crise violenta, partindo tudo e gritando, e, em 10 de março, é internada no manicómio de Ville-Evrard. A eclosão da Primeira Guerra Mundial levou-a a ser transferida para Villeneuve-lès-Avignon onde morre, após trinta anos de internamento e desespero, passando todo esse tempo amarrada e sedada. Morreu em 19 de outubro de 1943, com 79 anos incompletos.
    

  

Camille Claudel, Sakountala, escultura em mármore, 1905, Museu Rodin, Paris

sexta-feira, dezembro 05, 2025

Claude Monet morreu há 99 anos...

        
Oscar-Claude Monet (Paris, 14 de novembro de 1840 - Giverny, 5 de dezembro de 1926) foi um pintor francês e o mais célebre entre os pintores impressionistas.
O termo impressionismo surgiu devido a um dos primeiros quadros de Monet, "Impressão, nascer do sol", de uma crítica feita ao quadro pelo pintor e escritor Louis Leroy: "Impressão, nascer do Sol” – eu bem o sabia! Pensava eu, justamente, se estou impressionado é porque há lá uma impressão. E que liberdade, que suavidade de pincel! Um papel de parede é mais elaborado que esta cena marinha. A expressão foi usada originalmente de forma pejorativa, mas Monet e seus colegas adotaram o título, tendo consciência da revolução que estavam a iniciar na pintura.
    

 
A ponte japonesa
   

Alexandre Dumas (Pai) morreu há 155 anos...

  
Alexandre Dumas, pai (Villers-Cotterêts, 24 de julho de 1802 - Puys, 5 de dezembro de 1870) foi um romancista francês. O seu nome de batismo era Dumas Davy de la Pailleterie. Nasceu na região de Aisne, próximo a Paris. Era neto do marquês Antoine-Alexandre Davy de la Pailleterie e de uma escrava (ou liberta, não se sabe ao certo) negra, Marie Césette Dumas. O seu pai foi o General Dumas, grande figura militar de sua época.
  
Carreira literária
Enquanto trabalhava em Paris, Dumas começou a escrever artigos para revistas e também peças para teatro. Em 1829 foi produzida sua primeira peça, Henrique III e sua Corte, alcançando sucesso de público. No ano seguinte, a sua segunda peça, Christine, também obteve popularidade. Como resultado, tornou-se financeiramente capaz de trabalhar como escritor a tempo integral. Entretanto, em 1830, participou da revolução que depôs o rei Carlos X de França e substituiu-o no trono pelo ex-patrão de Dumas, o Duque d'Orléans, que governaria com o nome de Luís Filipe de França, alcunhado de Rei Cidadão.
Até meados da década de 1830, a vida na França permaneceu agitada, com tumultos esporádicos em busca de mudanças promovidos por republicanos frustrados e trabalhadores urbanos empobrecidos. À medida que a vida retornava lentamente à normalidade, o país começou a se industrializar e, com uma economia em crescimento combinada com o fim da censura à imprensa, a vida recompensou as habilidades de escritor de Alexandre Dumas.
Após escrever mais algumas peças de sucesso, passou a dedicar-se aos romances. Apesar de ter um estilo de vida extravagante e sempre gastar mais do que ganhava, Dumas provou ser um divulgador astuto. Com a alta demanda dos jornais por romances em folhetins, em 1838 simplesmente reescreveu uma de suas peças para criar a sua primeira série em romance. Intitulada "O Capitão Paulo" (em francês Le Capitaine Paul) levou-o a criar um estúdio de produção que lançou centenas de histórias, todas sujeitas à sua apreciação pessoal.
Em 1840, casou-se com uma atriz, Ida Ferrier, mas continuou a manter casos com outras mulheres, sendo pai de, pelo menos, três filhos fora do casamento. Um desses filhos, que recebeu o seu nome, seguiria os seus passos na carreira de novelista e escritor de peças teatrais. Por causa do mesmo nome e da mesma profissão, para distinguir um do outro, um é chamado Alexandre Dumas, pai (Alexandre Dumas, père) e o outro Alexandre Dumas, filho (em francês, Alexandre Dumas, fils).

  

(...)

 

O seu trabalho como escritor rendeu-lhe muito dinheiro, porém Dumas vivia endividado por causa dos gastos com mulheres e do seu estilo de vida. O grande e dispendioso château que construiu estava constantemente cheio de pessoas estranhas que se aproveitavam de sua generosidade. Com a deposição do rei Luís Filipe após uma revolta, não foi visto com bons olhos pelo presidente recém-eleito, o futuro Napoleão III, e, em 1851, Dumas teve que ir embora, para Bruxelas, para fugir dos seus credores. Dali viajou à Rússia, onde o francês era a segunda língua falada e as suas novelas também eram muito populares.
Dumas passou dois anos na Rússia antes de se mudar, em busca de aventuras e inspiração, para mais histórias. Em março de 1861, o reino da Itália foi proclamado, com Vítor Emanuel II como rei. Nos três anos seguintes, Alexandre Dumas envolver-se-ia na luta pela unificação da Itália, regressando a Paris em 1864.
Apesar do sucesso e das ligações aristocráticas de Alexandre Dumas, a sua vida sempre foi marcada por ser mulato. Em 1843, escreveu uma curta novela intitulada Georges, que chamava atenção para alguns aspetos raciais e para os efeitos do colonialismo. Apesar disso, atitudes racistas, contrárias à sua legítima posição na história da França, continuaram a sentir-se, bem depois de sua morte, a 5 de dezembro de 1870.
   

Sonia Delaunay morreu há 46 anos...

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Sonia Delaunay (nascida Sarah Illinitchna Stern; Gradizhsk, 14 de novembro de 1885 - Paris, 5 de dezembro de 1979) foi uma pintora, designer, figurinista e cenógrafa ucraniano-francesa.

Considerada uma artista abstrata multidisciplinar e figura-chave do avant-garde parisiense, Sonia e o seu marido, Robert Delaunay, foram pioneiros do movimento do simultaneísmo, onde exploravam a interseção entre as cores, criando uma sensação de profundidade e movimento. Sonia foi a primeira artista mulher a ganhar uma mostra no Museu do Louvre em 1964. Em 2015 a sua arte voltou a ser lembrada numa grande retrospetiva que o Museu de Arte Moderna de Paris realizou.

 

Biografia

Sonia nasceu em 1885 no seio de uma família judaica da Ucrânia, ainda pertencente ao Império Russo. Quando tinha apenas 11 anos, ela foi morar com seu tio abastado, Henri Terk e sua esposa Anna, em São Petersburgo, na Rússia. Lá ela pode viver a cultura arrojada da época, ainda que Sonia retornasse com frequência à Ucrânia e às suas paisagens do interior. O casal Terk adotou-a oficialmente e levaram-nas suas viagens pela Europa, onde lhe mostraram galerias de arte e a pintores. Foi um professor que notou suas habilidades para desenho.

Estudou em São Petersburgo e, posteriormente, Academia de Belas Artes de Karlsruhe, na Alemanha. Depois instalou-se em Paris, aos 20 anos, frequentando a Académie de La Palette, em Montparnasse, onde conheceu o pintor Amédée Ozenfant. Nos trabalhos que realizou neste primeiro período é notória a marca da obra de Paul Gauguin e de Van Gogh, na busca da liberdade e das qualidades expressivas da cor. Por outro lado, o seu interesse pela exploração dos valores e das relações cromáticas aproxima-a dos pintores fauvistas, com os quais expõe algumas obras.

No seu primeiro ano na Académie, Sonia aceitou casar, num casamento branco por conveniência, com o dono de uma galeria, Wilhelm Uhde, que era homossexual. Foi devido a essa união que Sonia conseguiu entrar no mercado de belas-artes. Em 1909, ela conheceu o artista francês Robert Delaunay, de quem logo se tornou amante. Sonia engravidou de Robert, pediu o divórcio de Uhde e se casou com Robert em novembro de 1910. Charles Delaunay nasceu em janeiro de 1911.

Fugindo da I Guerra Mundial, foram viver, com o filho Charles, em Vila do Conde, entre o verão de 1915 e começo de 1917, numa casa a que chamaram La Simultané. Aí aprofundaram a amizade com os pintores Amadeo de Souza-Cardoso e Almada Negreiros. Esse breve ano e meio em Vila do Conde foi considerado por Sonia o seu período de vida mais feliz e no qual realizou importante obras. Até meados de 1916 o casal teve, em Vila do Conde, a companhia dos pintores Eduardo Viana e Samuel Halpert.

O seu pensamento criativo e polivalente dominou as esferas da pintura, artes aplicadas, arquitetura, automóveis, vestuário e mobiliário. Sua intensa exploração cromática trouxe uma enorme expansão ao design têxtil e foi responsável pela introdução da linguagem da arte da cor na vida quotidiana. Sonia direcionou o seu trabalho para a história da abstração e escreveu:

 

 

Últimos anos e morte

Robert morreu devido a um cancro em outubro de 1941. No final da II Guerra Mundial, Sonia tornou-se membro do Salão de Novos Criadores. Em 1964, ela e o filho doaram 114 trabalhos, assinados por ela e por Robert, ao Museu Nacional de Arte Moderna. Ela ainda criou tecidos, porcelanas e joias, inspirados na sua obra dos anos 20. Em 1978 lançou uma autobiografia.

Sonia morreu em 5 de dezembro de 1979, em Paris, aos 94 anos.

 

Portrait de L.N.Vilkina-Minskaya, 1907.

Retrato de L.N.Vilkina-Minskaya, 1907 

 

Contrastes simultanés, 1913.

Contrastes simultanés, 1913

 

in Wikipédia

quarta-feira, dezembro 03, 2025

Jean-Luc Godard nasceu há 95 anos...

    
Jean-Luc Godard (Paris, 3 de dezembro de 1930Rolle, 13 de setembro de 2022) foi um cineasta, roteirista e crítico de cinema franco-suíço que ganhou destaque como pioneiro no movimento de filmes franceses da Nouvelle vague dos anos 60.

Como seus contemporâneos, Godard criticou a "Tradição de Qualidade" do cinema francês, que "enfatizava o ofício sobre a inovação, privilegiava os diretores estabelecidos sobre os novos e preferia as grandes obras do passado à experimentação". Como resultado de tal argumento, ele e críticos com a mesma opinião começaram a fazer seus próprios filmes. Muitas das obras cinematográfica de Godard desafiam as convenções da Hollywood tradicional, além do cinema francês. Em 1964, Godard descreveu o impacto de seus colegas: "Entramos no cinema como homens das cavernas no Versalhes de Luís XV". Ele é frequentemente considerado o cineasta francês mais radical das décadas de 60 e 70; a abordagem em convenções cinematográficas, política e filosofias fez dele o diretor mais influente da Nouvelle vague. Além de mostrar o conhecimento da história do cinema através de homenagens e referências, vários de seus filmes expressaram suas opiniões políticas; ele era um ávido leitor da filosofia existencial e marxista. Desde então, sua política tem sido muito menos radical e seus filmes recentes são sobre representação e conflito humano de uma perspetiva humanista e marxista.

Em uma pesquisa da Sight & Sound em 2002, Godard ficou em terceiro lugar numa lista da crítica entre os dez principais diretores de todos os tempos. Diz-se que ele "criou um dos maiores corpos de análise crítica que qualquer outro cineasta desde meados do século XX". Ele e seu trabalho têm sido centrais na teoria narrativa e "desafiaram as normas comerciais do cinema narrativo e o vocabulário da crítica de cinema". Em 2010, Godard recebeu um Óscar Honorário, mas não compareceu à cerimónia. Os filmes de Godard inspiraram muitos diretores, incluindo Martin Scorsese, Quentin Tarantino, Brian De Palma, Steven Soderbergh, D. A. Pennebaker, Robert Altman, Jim Jarmusch, Wong Kar-wai, Wim Wenders, Bernardo Bertolucci e Pier Paolo Pasolini.

Por parte de pai, ele era primo de Pedro Pablo Kuczynski, ex-presidente do Peru. Foi casado duas vezes, com as atrizes Anna Karina e Anne Wiazemsky, ambas atrizes em vários de seus filmes. As suas colaborações com Karina - que incluíram filmes aclamados pela crítica como Bande à part (1964) e Pierrot le Fou (1965) - foram chamadas "indiscutivelmente o corpo de trabalho mais influente na história do cinema" pela revista Filmmaker.