Maria Sklodowska nasceu na atual capital da
Polónia,
Varsóvia, em
7 de novembro de
1867, quando essa ainda fazia parte do
Império Russo.
Seu pai era professor numa escola secundária. Marie educou-se em
pequenas escolas da região de Varsóvia, e logrou um nível básico de
formação científica, com seu pai.
Envolveu-se com uma organização estudantil que almejava transformar a
ciência e, por isso, foi levada a fugir de Varsóvia - que então era
dominada pela
Rússia - para a
Cracóvia, na época parte do
Império da Áustria. Em
1881, com a ajuda da irmã, mudou-se para
Paris, onde concluiu os seus estudos. Estudando na
Sorbonne, obteve licenciatura em
física e em
matemática. Em 1894 conheceu
Pierre Curie,
professor na Faculdade de Física, com quem no ano seguinte se casou.
Ele ajudou em seus estudos para descobrir elementos químicos como o
radio, o polónio, e a radioatividade.
Oito anos depois, recebeu o
Nobel de Química de
1911,
«em reconhecimento pelos seus serviços para o avanço da química, com o
descobrimento dos elementos rádio e polónio, o isolamento do rádio e o
estudo da natureza dos compostos deste elemento». Com uma atitude
generosa, não patenteou o processo de isolamento do rádio, permitindo a
investigação das propriedades deste elemento por toda a comunidade
científica.
O Nobel da Química foi-lhe atribuído no mesmo ano em que a Academia
de Ciências de Paris a rejeitou como sócia, após uma votação ganha por
Eduard Branly com diferença de apenas um voto.
Foi a primeira pessoa a receber duas vezes o Prémios Nobel.
Linus Pauling
repetiu o feito, ganhando o Nobel de Química, em 1954 e o Nobel da Paz
em 1962 e tornou-se a única personalidade a ter recebido dois Prémios
Nobel não compartilhados. Por outro lado, Marie Curie foi a única pessoa
a receber duas vezes o Prémio Nobel, em áreas científicas.
Em
1906, sucedeu ao seu marido na cadeira de Física Geral, na Sorbonne.
Depois da morte do seu marido, Marie teve um relacionamento amoroso com o físico
Paul Langevin, que era casado, facto que resultando num escândalo jornalístico com referências xenófobas, devido à sua origem polaca.
Durante a
Primeira Guerra Mundial, Curie propôs o uso da
radiografia móvel para o tratamento de soldados feridos. Em
1921 visitou os
Estados Unidos,
onde foi recebida triunfalmente. O motivo da viagem era arrecadar
fundos para a pesquisa. Nos seus últimos anos foi assediada por muitos
físicos e produtores de
cosméticos, que faziam uso de material radioativo sem precauções. Visitou também o
Brasil, atraída pela fama das águas radioativas de
Lindoia.
Fundou o Instituto do Rádio, em Paris. Em 1922 tornou-se membro associado livre da Academia de Medicina.
Marie Curie morreu perto de
Salanches,
França, em
1934 de
leucemia, devido, seguramente, à exposição maciça a radiações durante o seu trabalho. A sua filha mais velha,
Irène Joliot-Curie, recebeu o Nobel de Química de
1935, no ano seguinte à morte de Marie.
O seu livro "Radioactivité" (escrito ao longo de vários anos),
publicado a título póstumo, é considerado um dos documentos fundadores
dos estudos relacionados à Radioactividade clássica.
Em
1995 os seus restos mortais foram transladados para o
Panteão de Paris, tornando-se a primeira mulher a ser sepultada neste local.
Durante o período da
hiperinflação nos
anos 90, sua efígie foi impressa nas notas de banco de 20000
zloty da sua Polónia natal.
A sua filha,
Éve Curie,
escreveu a mais famosa das biografias da cientista, traduzida em vários
idiomas. Em Portugal, é editada pela editora "Livros do Brasil". Esta
obra deu origem em
1943 ao argumento do filme: "Madame Curie", realizado por
Mervyn LeRoy e com
Greer Garson no papel de Marie Curie.
Foram também feitos dois telefilmes sobre a sua vida: "Marie Curie:
More Than Meets the Eye" (1997) e "Marie Curie - Une certaine jeune
fille" (
1965), além de uma minissérie francesa, "Marie Curie, une femme honorable" (1991).
O elemento 96 da tabela periódica, o
Cúrio, símbolo
Cm, foi baptizado em honra do casal Curie.