O Curso de Geologia de 85/90 da Universidade de Coimbra escolheu o nome de Geopedrados quando participou na Queima das Fitas.
Ficou a designação, ficaram muitas pessoas com e sobre a capa intemporal deste nome, agora com oportunidade de partilhar as suas ideias, informações e materiais sobre Geologia, Paleontologia, Mineralogia, Vulcanologia/Sismologia, Ambiente, Energia, Biologia, Astronomia, Ensino, Fotografia, Humor, Música, Cultura, Coimbra e AAC, para fins de ensino e educação.
Elemento da Tuna Académica, foi intérprete do canto e da guitarra de Coimbra, devendo-se-lhe umas conhecidas Variações em ré menor, bem como a gravação de vários temas tradicionais, como Nossas mágoas são o fruto ou Balada do entardecer, que registou em EP 45 RPM.
Estabeleceu-se como advogado em Lourenço Marques (atual Maputo) em 1953,
onde viveu durante mais de 20 anos. Nesta província ultramarina, foi um
dos mais importantes defensores dos presos políticos, juntando-se
também à defesa da autodeterminação a partir do contacto com o ativista
nacionalista Filipe Mussongui Tembe Júnior, mais conhecido por Filipana.
Pertenceu ainda ao Grupo dos Democratas de Moçambique e foi candidato, por duas vezes, às eleições para a Assembleia Nacional, em listas da Oposição Democrática. Viu, em ambos os casos, anulada a sua candidatura por ato da Administração Colonial.
É autor de mais de uma dezena de livros, incluindo ensaios jurídicos. Em 2006, publicou Quase Memórias, uma autobiografia em dois volumes, grande parte da qual dedicada ao processo de descolonização entre 1974 e 1975. Neste livro, avança uma explicação para a mudança de atitude de Samora Machel
(que conheceu de perto) em relação aos portugueses. Com efeito, é quase
consensualmente admitido que uma das principais razões do colapso da
economia moçambicana após a independência foi a partida precipitada da
maioria dos cerca de 200 000 portugueses residentes em Moçambique até ao
25 de Abril de 1974, e que esse êxodo terá sido provocado por uma
mudança brusca de atitude por parte de Samora Machel. O governo de
transição que iria dirigir Moçambique entre o acordo de cessar-fogo
(assinado a 7 de setembro de 1974 em Lusaca pelo governo provisório português e pela Frelimo)
e a independência (prevista para 25 de junho do ano seguinte) tinha-se
mostrado bastante conciliador. O primeiro-ministro, Joaquim Chissano
(que se tornaria presidente da República depois da morte de Machel, doze
anos mais tarde), conseguiu convencer a maior parte dos brancos de que
somente os que tivessem graves responsabilidades nas páginas mais
sombrias da época colonial poderiam recear o governo da Frelimo. Ora, um
mês antes da independência, ou seja, em meados de maio de 1975, Samora
Machel entrou em Moçambique pela fronteira norte, vindo da Tanzânia,
e encetou um périplo com destino à capital, situada no extremo sul,
aonde deveria chegar na véspera da independência. Ao longo dessa viagem,
inflamava literalmente as massas com os seus discursos, nos quais não
cessava de repisar os aspetos mais odiosos e humilhantes do colonialismo
(na perspetiva dos colonizados). O mal-estar instalou-se
progressivamente entre a comunidade portuguesa, numerosos membros da
qual decidiram ir refazer a vida noutras paragens.
Almeida Santos dá a seguinte explicação para esta aparentemente
inusitada hostilidade: o presidente da Frelimo teria sido muito afetado
por dois episódios de violência, o primeiro dos quais causado por um
levantamento na capital, com tomada das instalações do Rádio Clube de
Moçambique, na sequência da assinatura do acordo de Lusaca de 7 de
setembro de 1974, que previa a concessão exclusiva do poder ao movimento
nacionalista: este levantamento foi dirigido pela FICO (Frente
Integracionista de Continuidade Ocidental), um movimento
maioritariamente branco ao qual se tinham aliado dissidentes da Frelimo e
outros membros da comunidade negra que não viam com bons olhos a
instauração de um regime de partido único em nome da Frelimo. Como
represália, eclodiram então motins sangrentos nos bairros negros da
cidade e, durante vários dias, milhares de habitantes, sobretudo
portugueses, foram barbaramente massacrados por apoiantes da Frelimo. O
segundo episódio de violência ocorreu poucas semanas mais tarde, a 21 de
outubro de 1974, na sequência de uma querela entre comandos portugueses
e guerrilheiros da Frelimo, provocando também motins sangrentos nos
bairros de maioria negra, com o assassinato de dezenas de brancos.
Segundo Almeida Santos, Machel ter-se-ia possivelmente convencido de que
a presença de uma numerosa comunidade portuguesa em Moçambique
constituiria sempre uma fonte de instabilidade e uma ameaça potencial
contra o poder da Frelimo. A isso ter-se-iam juntado as pressões da União Soviética,
para com quem a Frelimo tinha contraído uma pesada dívida, sobretudo
política, e que teria interesse em se desembaraçar dos portugueses a fim
de melhor exercer a sua influência a todos os níveis.
Ora, se os episódios de violência tinham ocorrido no início do
período de transição (o primeiro eclodira mesmo antes da entrada em
funções do governo presidido por Joaquim Chissano), a Frelimo teria,
portanto, tomado a decisão de expulsar os portugueses no próprio momento
em que o primeiro-ministro Chissano, por ela nomeado, parecia
encorajá-los a ficarem.
No livro Que Nova Ordem Mundial?, de 2009, defendeu convictamente a nova ordem mundial e a globalização e propôs soluções que envolvem a globalização da política, não só do comércio.
Em maio de 2007, defendeu a Ota
como localização preferencial do novo aeroporto de Lisboa, argumentando
que se o mesmo fosse construído na margem sul do Tejo, terroristas
poderiam dinamitar as diversas pontes sobre o Tejo, cortando o acesso ao
Aeroporto. Foi bastante criticado na altura.
Em maio de 2011, defendeu que José Sócrates deveria demitir-se no caso de perder as eleições.
Foi Presidente da Assembleia Geral da GEO Capital - Investimentos estratégicos S.A., com sede em Macau, cujos acionistas de referência são Jorge Ferro Ribeiro, Stanley Ho e Ambrose So.
Foi também membro da Maçonaria Portuguesa, com o grau supremo, o Grau 33 do Grande Oriente Lusitano.
Morte
Faleceu a 18
de janeiro de 2016, pouco antes da meia-noite, aos 89 anos de idade, na
sua casa de Oeiras, após uma indisposição sentida a seguir ao jantar, à
qual não resistiu. A sua morte ocorreu pouco depois de ter manifestado apoio à candidatura de Maria de Belém Roseira nas eleições presidenciais de 2016; já se encontrava afetado com uma gripe durante esta campanha.
O Acordo do Alvor, assinado entre o governo português e os três principais movimentos de libertação de Angola (MPLA – Movimento Popular de Libertação de Angola, FNLA – Frente Nacional de Libertação de Angola e UNITA – União Nacional para a Independência Total de Angola), em 15 de janeiro de 1975, em Alvor, no Algarve, e que estabeleceu os parâmetros para a partilha do poder na ex-colónia entre esse movimentos, após a concessão da independência a Angola.
Em entrevista à Agência Lusa, o dirigente socialista, António de Almeida Santos,
que a 15 de janeiro de 1975 era ministro da Coordenação
Inter-Territorial e integrava a delegação portuguesa que assinou o
acordo, refere que, assim que viu o documento, soube que "aquilo não resultaria".
De
facto, pouco tempo depois do acordo assinado, os três movimentos
envolveram-se num conflito armado pelo controlo do país e, em
especial, da sua capital, Luanda, no que ficou conhecido como a Guerra Civil de Angola.
Elemento da Tuna Académica, foi intérprete do canto e da guitarra de Coimbra, devendo-se-lhe umas conhecidas Variações em ré menor, bem como a gravação de vários temas tradicionais, como Nossas mágoas são o fruto ou Balada do entardecer, que registou em EP 45 RPM.
Estabeleceu-se como advogado em Lourenço Marques (atual Maputo) em 1953,
onde viveu durante mais de 20 anos. Nesta província ultramarina, foi um
dos mais importantes defensores dos presos políticos, juntando-se
também à defesa da autodeterminação a partir do contacto com o ativista
nacionalista Filipe Mussongui Tembe Júnior, mais conhecido por Filipana.
Pertenceu ainda ao Grupo dos Democratas de Moçambique e foi candidato, por duas vezes, às eleições para a Assembleia Nacional, em listas da Oposição Democrática. Viu, em ambos os casos, anulada a sua candidatura por ato da Administração Colonial.
É autor de mais de uma dezena de livros, incluindo ensaios jurídicos. Em 2006, publicou Quase Memórias, uma autobiografia em dois volumes, grande parte da qual dedicada ao processo de descolonização entre 1974 e 1975. Neste livro, avança uma explicação para a mudança de atitude de Samora Machel
(que conheceu de perto) em relação aos portugueses. Com efeito, é quase
consensualmente admitido que uma das principais razões do colapso da
economia moçambicana após a independência foi a partida precipitada da
maioria dos cerca de 200 000 portugueses residentes em Moçambique até ao
25 de Abril de 1974, e que esse êxodo terá sido provocado por uma
mudança brusca de atitude por parte de Samora Machel. O governo de
transição que iria dirigir Moçambique entre o acordo de cessar-fogo
(assinado a 7 de setembro de 1974 em Lusaca pelo governo provisório português e pela Frelimo)
e a independência (prevista para 25 de junho do ano seguinte) tinha-se
mostrado bastante conciliador. O primeiro-ministro, Joaquim Chissano
(que se tornaria presidente da República depois da morte de Machel, doze
anos mais tarde), conseguiu convencer a maior parte dos brancos de que
somente os que tivessem graves responsabilidades nas páginas mais
sombrias da época colonial poderiam recear o governo da Frelimo. Ora, um
mês antes da independência, ou seja, em meados de maio de 1975, Samora
Machel entrou em Moçambique pela fronteira norte, vindo da Tanzânia,
e encetou um périplo com destino à capital, situada no extremo sul,
aonde deveria chegar na véspera da independência. Ao longo dessa viagem,
inflamava literalmente as massas com os seus discursos, nos quais não
cessava de repisar os aspetos mais odiosos e humilhantes do colonialismo
(na perspetiva dos colonizados). O mal-estar instalou-se
progressivamente entre a comunidade portuguesa, numerosos membros da
qual decidiram ir refazer a vida noutras paragens.
Almeida Santos dá a seguinte explicação para esta aparentemente
inusitada hostilidade: o presidente da Frelimo teria sido muito afetado
por dois episódios de violência, o primeiro dos quais causado por um
levantamento na capital, com tomada das instalações do Rádio Clube de
Moçambique, na sequência da assinatura do acordo de Lusaca de 7 de
setembro de 1974, que previa a concessão exclusiva do poder ao movimento
nacionalista: este levantamento foi dirigido pela FICO (Frente
Integracionista de Continuidade Ocidental), um movimento
maioritariamente branco ao qual se tinham aliado dissidentes da Frelimo e
outros membros da comunidade negra que não viam com bons olhos a
instauração de um regime de partido único em nome da Frelimo. Como
represália, eclodiram então motins sangrentos nos bairros negros da
cidade e, durante vários dias, milhares de habitantes, sobretudo
portugueses, foram barbaramente massacrados por apoiantes da Frelimo. O
segundo episódio de violência ocorreu poucas semanas mais tarde, a 21 de
outubro de 1974, na sequência de uma querela entre comandos portugueses
e guerrilheiros da Frelimo, provocando também motins sangrentos nos
bairros de maioria negra, com o assassinato de dezenas de brancos.
Segundo Almeida Santos, Machel ter-se-ia possivelmente convencido de que
a presença de uma numerosa comunidade portuguesa em Moçambique
constituiria sempre uma fonte de instabilidade e uma ameaça potencial
contra o poder da Frelimo. A isso ter-se-iam juntado as pressões da União Soviética,
para com quem a Frelimo tinha contraído uma pesada dívida, sobretudo
política, e que teria interesse em se desembaraçar dos portugueses a fim
de melhor exercer a sua influência a todos os níveis.
Ora, se os episódios de violência tinham ocorrido no início do
período de transição (o primeiro eclodira mesmo antes da entrada em
funções do governo presidido por Joaquim Chissano), a Frelimo teria,
portanto, tomado a decisão de expulsar os portugueses no próprio momento
em que o primeiro-ministro Chissano, por ela nomeado, parecia
encorajá-los a ficarem.
No livro Que Nova Ordem Mundial?, de 2009, defendeu convictamente a nova ordem mundial e a globalização e propôs soluções que envolvem a globalização da política, não só do comércio.
Em maio de 2007, defendeu a Ota
como localização preferencial do novo aeroporto de Lisboa, argumentando
que se o mesmo fosse construído na margem sul do Tejo, terroristas
poderiam dinamitar as diversas pontes sobre o Tejo, cortando o acesso ao
Aeroporto. Foi bastante criticado na altura.
Em maio de 2011, defendeu que José Sócrates deveria demitir-se no caso de perder as eleições.
Foi Presidente da Assembleia Geral da GEO Capital - Investimentos estratégicos S.A., com sede em Macau, cujos acionistas de referência são Jorge Ferro Ribeiro, Stanley Ho e Ambrose So.
Foi também membro da Maçonaria Portuguesa, com o grau máximo, o Grau 33 do Grande Oriente Lusitano.
Morte
Faleceu a 18
de janeiro de 2016, pouco antes da meia-noite, aos 89 anos de idade, na
sua casa de Oeiras, após uma indisposição sentida a seguir ao jantar, à
qual não resistiu. A sua morte ocorreu pouco depois de ter manifestado apoio à candidatura de Maria de Belém Roseira nas eleições presidenciais de 2016; já se encontrava afetado com uma gripe durante esta campanha.
O Acordo do Alvor, assinado entre o governo português e os três principais movimentos de libertação de Angola (MPLA – Movimento Popular de Libertação de Angola, FNLA – Frente Nacional de Libertação de Angola e UNITA – União Nacional para a Independência Total de Angola), em 15 de janeiro de 1975, em Alvor, no Algarve, e que estabeleceu os parâmetros para a partilha do poder na ex-colónia entre esse movimentos, após a concessão da independência de Angola.
Em entrevista à Agência Lusa, o dirigente socialista, António de Almeida Santos,
que a 15 de janeiro de 1975 era ministro da Coordenação
Inter-Territorial e integrava a delegação portuguesa que assinou o
acordo, refere que, assim que viu o documento, soube que "aquilo não resultaria".
De
facto, pouco tempo depois do acordo assinado, os três movimentos
envolveram-se num conflito armado pelo controlo do país e, em
especial, da sua capital, Luanda, no que ficou conhecido como a Guerra Civil de Angola.
Elemento da Tuna Académica, foi intérprete do canto e da guitarra de Coimbra, devendo-se-lhe umas conhecidas Variações em ré menor, bem como a gravação de vários temas tradicionais, como Nossas mágoas são o fruto ou Balada do entardecer, que registou em EP 45 RPM.
Estabeleceu-se como advogado em Lourenço Marques (atual Maputo) em 1953,
onde viveu durante mais de 20 anos. Nesta província ultramarina, foi um
dos mais importantes defensores dos presos políticos, juntando-se
também à defesa da autodeterminação a partir do contacto com o ativista
nacionalista Filipe Mussongui Tembe Júnior, mais conhecido por Filipana.
Pertenceu ainda ao Grupo dos Democratas de Moçambique e foi candidato, por duas vezes, às eleições para a Assembleia Nacional, em listas da Oposição Democrática. Viu, em ambos os casos, anulada a sua candidatura por ato da Administração Colonial.
É autor de mais de uma dezena de livros, incluindo ensaios jurídicos. Em 2006, publicou Quase Memórias, uma autobiografia em dois volumes, grande parte da qual dedicada ao processo de descolonização entre 1974 e 1975. Neste livro, avança uma explicação para a mudança de atitude de Samora Machel
(que conheceu de perto) em relação aos portugueses. Com efeito, é quase
consensualmente admitido que uma das principais razões do colapso da
economia moçambicana após a independência foi a partida precipitada da
maioria dos cerca de 200 000 portugueses residentes em Moçambique até ao
25 de Abril de 1974, e que esse êxodo terá sido provocado por uma
mudança brusca de atitude por parte de Samora Machel. O governo de
transição que iria dirigir Moçambique entre o acordo de cessar-fogo
(assinado a 7 de setembro de 1974 em Lusaca pelo governo provisório português e pela Frelimo)
e a independência (prevista para 25 de junho do ano seguinte) tinha-se
mostrado bastante conciliador. O primeiro-ministro, Joaquim Chissano
(que se tornaria presidente da República depois da morte de Machel, doze
anos mais tarde), conseguiu convencer a maior parte dos brancos de que
somente os que tivessem graves responsabilidades nas páginas mais
sombrias da época colonial poderiam recear o governo da Frelimo. Ora, um
mês antes da independência, ou seja, em meados de maio de 1975, Samora
Machel entrou em Moçambique pela fronteira norte, vindo da Tanzânia,
e encetou um périplo com destino à capital, situada no extremo sul,
aonde deveria chegar na véspera da independência. Ao longo dessa viagem,
inflamava literalmente as massas com os seus discursos, nos quais não
cessava de repisar os aspetos mais odiosos e humilhantes do colonialismo
(na perspetiva dos colonizados). O mal-estar instalou-se
progressivamente entre a comunidade portuguesa, numerosos membros da
qual decidiram ir refazer a vida noutras paragens.
Almeida Santos dá a seguinte explicação para esta aparentemente
inusitada hostilidade: o presidente da Frelimo teria sido muito afetado
por dois episódios de violência, o primeiro dos quais causado por um
levantamento na capital, com tomada das instalações do Rádio Clube de
Moçambique, na sequência da assinatura do acordo de Lusaca de 7 de
setembro de 1974, que previa a concessão exclusiva do poder ao movimento
nacionalista: este levantamento foi dirigido pela FICO (Frente
Integracionista de Continuidade Ocidental), um movimento
maioritariamente branco ao qual se tinham aliado dissidentes da Frelimo e
outros membros da comunidade negra que não viam com bons olhos a
instauração de um regime de partido único em nome da Frelimo. Como
represália, eclodiram então motins sangrentos nos bairros negros da
cidade e, durante vários dias, milhares de habitantes, sobretudo
portugueses, foram barbaramente massacrados por apoiantes da Frelimo. O
segundo episódio de violência ocorreu poucas semanas mais tarde, a 21 de
outubro de 1974, na sequência de uma querela entre comandos portugueses
e guerrilheiros da Frelimo, provocando também motins sangrentos nos
bairros de maioria negra, com o assassinato de dezenas de brancos.
Segundo Almeida Santos, Machel ter-se-ia possivelmente convencido de que
a presença de uma numerosa comunidade portuguesa em Moçambique
constituiria sempre uma fonte de instabilidade e uma ameaça potencial
contra o poder da Frelimo. A isso ter-se-iam juntado as pressões da União Soviética,
para com quem a Frelimo tinha contraído uma pesada dívida, sobretudo
política, e que teria interesse em se desembaraçar dos portugueses a fim
de melhor exercer a sua influência a todos os níveis.
Ora, se os episódios de violência tinham ocorrido no início do
período de transição (o primeiro eclodira mesmo antes da entrada em
funções do governo presidido por Joaquim Chissano), a Frelimo teria,
portanto, tomado a decisão de expulsar os portugueses no próprio momento
em que o primeiro-ministro Chissano, por ela nomeado, parecia
encorajá-los a ficarem.
No livro Que Nova Ordem Mundial?, de 2009, defendeu convictamente a nova ordem mundial e a globalização e propôs soluções que envolvem a globalização da política, não só do comércio.
Em maio de 2007, defendeu a Ota
como localização preferencial do novo aeroporto de Lisboa, argumentando
que se o mesmo fosse construído na margem sul do Tejo, terroristas
poderiam dinamitar as diversas pontes sobre o Tejo, cortando o acesso ao
Aeroporto. Foi bastante criticado na altura.
Em maio de 2011, defendeu que José Sócrates deveria demitir-se no caso de perder as eleições.
Foi Presidente da Assembleia Geral da GEO Capital - Investimentos estratégicos S.A., com sede em Macau, cujos acionistas de referência são Jorge Ferro Ribeiro, Stanley Ho e Ambrose So.
Foi também membro da Maçonaria Portuguesa, com o grau máximo, o Grau 33 do Grande Oriente Lusitano.
Morte
Faleceu a 18
de janeiro de 2016, pouco antes da meia-noite, aos 89 anos de idade, na
sua casa de Oeiras, após uma indisposição sentida a seguir ao jantar, à
qual não resistiu. A sua morte ocorreu pouco depois de ter manifestado apoio à candidatura de Maria de Belém Roseira nas eleições presidenciais de 2016; já se encontrava afetado com uma gripe durante esta campanha.
O Acordo do Alvor, assinado entre o governo português e os três principais movimentos de libertação de Angola (MPLA – Movimento Popular de Libertação de Angola, FNLA – Frente Nacional de Libertação de Angola e UNITA – União Nacional para a Independência Total de Angola), em 15 de janeiro de 1975, em Alvor, no Algarve, e que estabeleceu os parâmetros para a partilha do poder na ex-colónia entre esse movimentos, após a concessão da independência de Angola.
Em entrevista à Agência Lusa, o dirigente socialista, António de Almeida Santos,
que a 15 de janeiro de 1975 era ministro da Coordenação
Inter-Territorial e integrava a delegação portuguesa que assinou o
acordo, refere que, assim que viu o documento, soube que "aquilo não resultaria".
De
facto, pouco tempo depois do acordo assinado, os três movimentos
envolveram-se em um conflito armado pelo controlo do país e, em
especial, da sua capital, Luanda, no que ficou conhecido como a Guerra Civil de Angola.
Elemento da Tuna Académica, foi intérprete do canto e da guitarra de Coimbra, devendo-se-lhe umas conhecidas Variações em ré menor, bem como a gravação de vários temas tradicionais, como Nossas mágoas são o fruto ou Balada do entardecer, que registou em EP 45 RPM.
Estabeleceu-se como advogado em Lourenço Marques (atual Maputo) em 1953,
onde viveu durante mais de 20 anos. Nesta província ultramarina, foi um
dos mais importantes defensores dos presos políticos, juntando-se
também à defesa da autodeterminação a partir do contacto com o ativista
nacionalista Filipe Mussongui Tembe Júnior, mais conhecido por Filipana.
Pertenceu ainda ao Grupo dos Democratas de Moçambique e foi candidato, por duas vezes, às eleições para a Assembleia Nacional, em listas da Oposição Democrática. Viu, em ambos os casos, anulada a sua candidatura por ato da Administração Colonial.
É autor de mais de uma dezena de livros, incluindo ensaios jurídicos. Em 2006, publicou Quase Memórias, uma autobiografia em dois volumes, grande parte da qual dedicada ao processo de descolonização entre 1974 e 1975. Neste livro, avança uma explicação para a mudança de atitude de Samora Machel
(que conheceu de perto) em relação aos portugueses. Com efeito, é quase
consensualmente admitido que uma das principais razões do colapso da
economia moçambicana após a independência foi a partida precipitada da
maioria dos cerca de 200 000 portugueses residentes em Moçambique até ao
25 de Abril de 1974, e que esse êxodo terá sido provocado por uma
mudança brusca de atitude por parte de Samora Machel. O governo de
transição que iria dirigir Moçambique entre o acordo de cessar-fogo
(assinado a 7 de setembro de 1974 em Lusaca pelo governo provisório português e pela Frelimo)
e a independência (prevista para 25 de junho do ano seguinte) tinha-se
mostrado bastante conciliador. O primeiro-ministro, Joaquim Chissano
(que se tornaria presidente da República depois da morte de Machel, doze
anos mais tarde), conseguiu convencer a maior parte dos brancos de que
somente os que tivessem graves responsabilidades nas páginas mais
sombrias da época colonial poderiam recear o governo da Frelimo. Ora, um
mês antes da independência, ou seja, em meados de maio de 1975, Samora
Machel entrou em Moçambique pela fronteira norte, vindo da Tanzânia,
e encetou um périplo com destino à capital, situada no extremo sul,
aonde deveria chegar na véspera da independência. Ao longo dessa viagem,
inflamava literalmente as massas com os seus discursos, nos quais não
cessava de repisar os aspetos mais odiosos e humilhantes do colonialismo
(na perspetiva dos colonizados). O mal-estar instalou-se
progressivamente entre a comunidade portuguesa, numerosos membros da
qual decidiram ir refazer a vida noutras paragens.
Almeida Santos dá a seguinte explicação para esta aparentemente
inusitada hostilidade: o presidente da Frelimo teria sido muito afetado
por dois episódios de violência, o primeiro dos quais causado por um
levantamento na capital, com tomada das instalações do Rádio Clube de
Moçambique, na sequência da assinatura do acordo de Lusaca de 7 de
setembro de 1974, que previa a concessão exclusiva do poder ao movimento
nacionalista: este levantamento foi dirigido pela FICO (Frente
Integracionista de Continuidade Ocidental), um movimento
maioritariamente branco ao qual se tinham aliado dissidentes da Frelimo e
outros membros da comunidade negra que não viam com bons olhos a
instauração de um regime de partido único em nome da Frelimo. Como
represália, eclodiram então motins sangrentos nos bairros negros da
cidade e, durante vários dias, milhares de habitantes, sobretudo
portugueses, foram barbaramente massacrados por apoiantes da Frelimo. O
segundo episódio de violência ocorreu poucas semanas mais tarde, a 21 de
outubro de 1974, na sequência de uma querela entre comandos portugueses
e guerrilheiros da Frelimo, provocando também motins sangrentos nos
bairros de maioria negra, com o assassinato de dezenas de brancos.
Segundo Almeida Santos, Machel ter-se-ia possivelmente convencido de que
a presença de uma numerosa comunidade portuguesa em Moçambique
constituiria sempre uma fonte de instabilidade e uma ameaça potencial
contra o poder da Frelimo. A isso ter-se-iam juntado as pressões da União Soviética,
para com quem a Frelimo tinha contraído uma pesada dívida, sobretudo
política, e que teria interesse em se desembaraçar dos portugueses a fim
de melhor exercer a sua influência a todos os níveis.
Ora, se os episódios de violência tinham ocorrido no início do
período de transição (o primeiro eclodira mesmo antes da entrada em
funções do governo presidido por Joaquim Chissano), a Frelimo teria,
portanto, tomado a decisão de expulsar os portugueses no próprio momento
em que o primeiro-ministro Chissano, por ela nomeado, parecia
encorajá-los a ficarem.
No livro Que Nova Ordem Mundial?, de 2009, defendeu convictamente a nova ordem mundial e a globalização e propôs soluções que envolvem a globalização da política, não só do comércio.
Em maio de 2007, defendeu a Ota
como localização preferencial do novo aeroporto de Lisboa, argumentando
que se o mesmo fosse construído na margem sul do Tejo, terroristas
poderiam dinamitar as diversas pontes sobre o Tejo, cortando o acesso ao
Aeroporto. Foi bastante criticado na altura.
Em maio de 2011, defendeu que José Sócrates deveria demitir-se no caso de perder as eleições.
Foi Presidente da Assembleia Geral da GEO Capital - Investimentos estratégicos S.A., com sede em Macau, cujos acionistas de referência são Jorge Ferro Ribeiro, Stanley Ho e Ambrose So.
Foi também membro da Maçonaria Portuguesa, com o grau máximo, o Grau 33.
Morte
Faleceu a 18
de janeiro de 2016, pouco antes da meia-noite, aos 89 anos de idade, na
sua casa de Oeiras, após uma indisposição sentida a seguir ao jantar, à
qual não resistiu. A sua morte ocorreu pouco depois de ter manifestado apoio à candidatura de Maria de Belém Roseira nas eleições presidenciais de 2016; já se encontrava afetado com uma gripe durante esta campanha.
O Acordo do Alvor, assinado entre o governo português e os três principais movimentos de libertação de Angola (MPLA – Movimento Popular de Libertação de Angola, FNLA – Frente Nacional de Libertação de Angola e UNITA – União Nacional para a Independência Total de Angola), em 15 de janeiro de 1975, em Alvor, no Algarve, e que estabeleceu os parâmetros para a partilha do poder na ex-colónia entre esse movimentos, após a concessão da independência de Angola.
Em entrevista à Agência Lusa, o dirigente socialista, António de Almeida Santos,
que a 15 de janeiro de 1975 era ministro da Coordenação
Inter-Territorial e integrava a delegação portuguesa que assinou o
acordo, refere que, assim que viu o documento, soube que "aquilo não resultaria".
De
facto, pouco tempo depois do acordo assinado, os três movimentos
envolveram-se em um conflito armado pelo controlo do país e, em
especial, da sua capital, Luanda, no que ficou conhecido como a Guerra Civil de Angola.
O Acordo do Alvor, assinado entre o governo português e os três principais movimentos de libertação de Angola (MPLA – Movimento Popular de Libertação de Angola, FNLA – Frente Nacional de Libertação de Angola e UNITA – União Nacional para a Independência Total de Angola), em 15 de janeiro de 1975, em Alvor, no Algarve, e que estabeleceu os parâmetros para a partilha do poder na ex-colónia entre esse movimentos, após a concessão da independência de Angola.
Em entrevista à Agência Lusa, o dirigente socialista, António de Almeida Santos, que a 15 de janeiro de 1975 era ministro da Coordenação Inter-Territorial e integrava a delegação portuguesa que assinou o acordo, refere que, assim que viu o documento, soube que "aquilo não resultaria".
De facto, pouco tempo depois do acordo assinado, os três movimentos envolveram-se em um conflito armado pelo controlo do país e, em especial, da sua capital, Luanda, no que ficou conhecido como a Guerra Civil de Angola.
O Acordo do Alvor, assinado entre o governo português e os três principais movimentos de libertação de Angola, (MPLA – Movimento Popular de Libertação de Angola, FNLA – Frente Nacional de Libertação de Angola e UNITA – União Nacional para a Independência Total de Angola), em janeiro de 1975, em Alvor, no Algarve, e que estabeleceu os parâmetros para a partilha do poder na ex-colónia entre esse movimentos, após a concessão da independência de Angola.
Em entrevista à Agência Lusa, o dirigente socialista, António de Almeida Santos,
que a 15 de janeiro de 1975 era ministro da Coordenação
Inter-Territorial e integrava a delegação portuguesa que assinou o
acordo, refere que, assim que viu o documento, soube que "aquilo não resultaria".
De facto, pouco tempo depois do acordo assinado, os três movimentos
envolveram-se em um conflito armado pelo controlo do país e, em
especial, da sua capital, Luanda, no que ficou conhecido como a Guerra civil de Angola.
Almeida Santos diz que sacrifícios pedidos “não são incomportáveis”
O presidente do PS considerou hoje que o esforço pedido hoje pelo Executivo com novas medidas de austeridade “não são sacrifícios incomportáveis” e que “o povo tem que sofrer as crises como o Governo as sofre”.
Questionado pelos jornalistas à entrada da sede do PS, onde vão decorrer esta noite reuniões do Secretariado Nacional e da Comissão Política, convocadas por José Sócrates, Almeida Santos recusou comentar o tempo que o Governo demorou a tomar tais decisões, dizendo que o Executivo “tentou tomar em conta a possibilidade de não serem necessárias”.
O histórico socialista lembrou que “esta crise só tem paralelo nos anos 20 do século passado” e reconheceu que “são medidas impopularíssimas”, mas que deverão chegar para “afastar o FMI”. “Não é qualquer Governo que toma medidas como estas e está disponível para sofrer as consequências”, vincou, afirmando porém que “o povo tem que sofrer as crises como o Governo as sofre”.
“Eu não gosto do FMI, devo dizê-lo. Mas o FMI já nos salvou duas vezes no passado, não é assim um problema de uma gravidade excepcional [o FMI intervir]”, realçou o presidente do PS, acrescentando: “Se precisarmos que o FMI nos salve, talvez essa seja de facto a nossa salvação. Mas não sejamos tão pessimistas!”
Para Almeida Santos “é evidente que a bola agora está no lado da oposição”, e avisou que “não se pede ao PSD que seja co-responsável. Pede-se que por razões patrióticas aprove o orçamento”. Afirmando que “a despesa não tem grande margem de manobra”, deixou um repto: “Dizem que se corte na despesa, mas não dizem onde. Se isto não chega, digam onde.”