quinta-feira, setembro 18, 2025

Paranoid...!

Música adequada à data...

Ignaz Holzbauer nasceu há 314 anos

  
Ignaz Jakob Holzbauer (Viena, 18 de setembro de 1711 - Mannheim, 7 de abril de 1783) foi um compositor austríaco de sinfonias, concertos, óperas e música de câmara, e um membro da escola de Mannheim. O seu estilo está em consonância com a estética do Sturm und Drang.
   
 

Jean Bernard Léon Foucault nasceu há 206 anos

    
Jean Bernard Léon Foucault (Paris, 18 de setembro de 1819 - Paris, 11 de fevereiro de 1868) foi um famoso físico e astrónomo francês.
É mais conhecido pela invenção do pêndulo de Foucault, um dispositivo que comprova o efeito da rotação da Terra. Ele também fez uma medição inicial da velocidade da luz, descobriu as correntes de Foucault e, embora não o tenha inventado, é creditado por nomear o giroscópio. A cratera Foucault, na Lua, e o asteróide 5668 Foucault são assim chamados em sua homenagem.
     
Pêndulo de Foucault no Panteão de Paris
       
     
Animação do Pêndulo de Foucault exibindo o sentido de rotação (no hemisfério sul)
    
Um pêndulo de Foucault, assim chamado em referência ao físico francês Jean Bernard Léon Foucault, é uma experiência concebida para demonstrar a rotação da Terra em relação a um referencial, bem como a existência da força de Coriolis. A primeira demonstração data de 1851, quando um pêndulo foi fixado ao teto do Panteão de Paris. A originalidade do pêndulo reside no facto de ter liberdade de oscilação em qualquer direção, ou seja, o plano pendular não é fixo. A rotação do plano pendular é devida - e prova... - a rotação da Terra. A velocidade e a direção de rotação do plano pendular permitem igualmente determinar a latitude do local da experiência, sem nenhuma observação astronómica exterior.
     

Hoje é dia de recordar a melhor voz de Coimbra...

O poeta León Felipe morreu há 57 anos...


Felipe Camino Galicia de la Rosa, conocido como León Felipe (Tábara, Zamora, 11 de abril de 1884 - Ciudad de México, 18 de septiembre de 1968), fue un poeta español. El nombre de León Felipe, con el que se ha consagrado como uno de los grandes poetas de lengua española, y por el que se lo conoce universalmente, lo utilizó por primera vez en 1919, cuando en Almonacid de Zorita (Guadalajara) concluyó la versión definitiva de su libro Versos y oraciones de caminante. Aunque su estilo es personalísimo y difícil de encasillar (y por edad pertenece a un entorno cronológico anterior), a veces se le adscribe a la nómina de los poetas de la Generación del 27.

 

in Wikipédia

 

CONTADME UN SUEÑO

Ahora estoy de regreso, he llegado hace poco,
soy nuevo en la ciudad... Y esto quiere decir:
Me durmieron con un cuento...
y me he despertado con un sueño.
Voy a contar mi sueño, narradores de cuentos.
Voy a contar mi sueño.
Es un sueño sin lazos,
sin espejos,
sin anillos,
sin redes,
sin trampas... y sin miedo.

 

León Felipe

Os Black Sabbath lançaram o álbum Paranoid há 55 anos


Paranoid, o segundo álbum de estúdio da banda de heavy metal Black Sabbath, foi  lançado em 18 de setembro de 1970 no Reino Unido. O álbum chegou ao topo das paradas musicais britânicas, tornou-se o mais vendido da banda, e possui alguns de seus maiores sucessos, como "Iron Man", "War Pigs" e "Paranoid". O disco é usualmente considerado um dos mais quintessenciais e influentes da história do heavy metal, sendo incluído na lista dos 200 álbuns definitivos no Rock and Roll Hall of Fame. Em 2017, foi eleito o melhor álbum de metal de todos os tempos pela revista Rolling Stone.

 

in Wikipédia

 

   

War Pigs - Black Sabbath

Generals gathered in their masses
Just like witches at black masses
Evil minds that plot destruction
Sorcerer of death's construction
 
In the fields, the bodies burning
As the war machine keeps turning
Death and hatred to mankind
Poisoning their brainwashed minds
Oh lord, yeah!
 
Politicians hide themselves away
They only started the war
Why should they go out to fight?
They leave that role to the poor, yeah
 
Time will tell on their power minds
Making war just for fun
Treating people just like pawns in chess
Wait till their judgement day comes, yeah!
 
Now in darkness, world stops turning
Ashes where their bodies burning
No more war pigs have the power
Hand of God has struck the hour
 
Day of judgement, God is calling
On their knees, the war pigs crawling
Begging mercy for their sins
Satan laughing, spreads his wings
Oh lord, yeah!

Jimi Hendrix morreu há 55 anos...

     
James Marshall "Jimi" Hendrix (nascido Johnny Allen Hendrix; Seattle, 27 de novembro de 1942Londres, 18 de setembro de 1970) foi um guitarrista, cantor e compositor norte-americano. É considerado o melhor e maior guitarrista da história do rock e o mais importante e influente músico de sua era, em diversos géneros musicais.
    
(...)
     
Jimi Hendrix morreu em Londres nas primeiras horas do dia 18 de setembro de 1970, em circunstâncias que nunca foram completamente explicadas. Jimi havia passado parte da noite anterior numa festa, de onde seguiu, juntamente com a sua namorada, Monika Dannemann, para o Hotel Samarkand, em Notting Hill. Estimativas indicam que ele teria morrido pouco tempo depois.
Dannemann alegou, no seu depoimento original, que Hendrix teria tomado, sem que ela soubesse, na noite anterior, nove comprimidos de um remédio para dormir que ela utilizava. De acordo com o médico que o atendeu inicialmente, Hendrix tinha-se asfixiado (literalmente afogado) no seu próprio vómito, composto principalmente de vinho tinto. Durante anos Dannemann alegou publicamente que Hendrix ainda estava vivo quando o colocaram na ambulância; os  seus comentários sobre aquela manhã, no entanto, foram frequentemente contraditórios, e variaram de entrevista para entrevista. Declarações dos polícias e paramédicos revelam que não havia ninguém além de Hendrix no apartamento, e que não apenas ele estava morto quando chegaram à cena, mas também estava totalmente vestido, e já estava morto há algum tempo.
   
 

Américo Thomaz morreu há 38 anos...

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/pt/8/8d/Retrato_oficial_do_Presidente_Am%C3%A9rico_Tom%C3%A1s_%281957%29_-_Henrique_Medina.png


Américo Deus Rodrigues Thomaz  (Lisboa, 19 de novembro de 1894 - Cascais, Cascais, 18 de setembro de 1987) foi um político e militar português. Foi o décimo terceiro Presidente da República Portuguesa, último do Estado Novo português (II República).

Presidente
Em 1958 foi o candidato escolhido pela União Nacional para suceder a Craveiro Lopes, com o beneplácito de António de Oliveira Salazar, não só por ser afeto ao regime mas também por ser pouco interventivo. Teve como adversário o General Humberto Delgado. Segundo os resultados oficiais, venceu com 75%, contra apenas 25% atribuídos a Delgado. O próprio Thomaz não votaria na sua eleição. Na sequência das eleições presidenciais, cujos resultados oficiais nunca seriam publicados oficialmente no Diário do Governo, conforme estipulava a legislação vigente, o regime determinaria, na revisão constitucional de 1959, que estas deixariam de ser diretas, passando a ser da responsabilidade de um colégio eleitoral, constituído exclusivamente por membros da União Nacional. Desta forma, o regime punha de parte qualquer tipo de mudança democrática encetada pelo voto da população portuguesa. Foi dessa forma reeleito em 1965 e 1972. Em 1961 tornou-se Cavaleiro da Real e Distinguida Ordem de Carlos III de Espanha.
O 25 de abril encontrou-o a poucos meses de cessar funções, uma vez que determinara deixar o cargo quando completasse 80 anos. Foi então demitido do cargo e expulso, compulsivamente, da Marinha, tendo sido enviado para a Madeira, donde partiu para o exílio no Brasil.
Américo Thomaz, durante o desempenho das funções de Presidente da República, residiu sempre na sua residência particular, apenas usando o Palácio de Belém como escritório e para cerimónias oficiais.
Foi pouco mais do que um chefe de estado cerimonial, aparecendo muitas vezes a inaugurar exposições de flores, a ponto de lhe darem o apodo de "o corta-fitas". Era alvo de chacota pelo seu pouco talento para o discurso público, tendo várias gaffes suas ficado gravadas no imaginário popular, com destaque para frases como "É a primeira vez que cá estou desde a última vez que cá estive", ou "Hoje visitei todos os pavilhões, se não contar com os que não visitei", proferidas nas numerosas visitas e inaugurações que ocupavam a maior parte da sua atividade.
    
Após o 25 de abril
Em 1978, Ramalho Eanes permitiu o seu regresso a Portugal. Em 1980, morre, subitamente, a sua filha mais velha, Natália.
Foi-lhe negado o reingresso na Marinha e o regime de pensão extraordinária, atualmente em vigor, para ex-presidentes da República.
A 18 de setembro de 1987, Américo Thomaz morreu, numa clínica em Cascais, após uma cirurgia, com 92 anos.
   

O Palácio de Cristal (original) do Porto foi inaugurado há 160 anos

  

O Palácio de Cristal (1865 - 1951) foi um edifício que existiu no antigo campo da Torre da Marca, na freguesia de Massarelos, na cidade do Porto, em Portugal. Inaugurado em 1865, o Palácio de Cristal original acabou por ser demolido em 1951 para dar lugar ao Pavilhão dos Desportos, hoje Pavilhão Rosa Mota (ou Super Bock Arena).

O Palácio de Cristal, da autoria do arquiteto inglês Thomas Dillen Jones, foi construído em granito, ferro e vidro, tendo o Crystal Palace londrino por modelo. Media 150 metros de comprimento por 72 metros de largura e era dividido em três naves.

A sua construção iniciou-se em 1861, sendo inaugurado em 18 de setembro em 1865 pelo rei D. Luís.

Foi concebido para acolher a grande Exposição Internacional do Porto, organizada pela então Associação Industrial Portuense, hoje Associação Empresarial de Portugal. A Exposição Industrial, para além de contar com a visita oficial do rei D. Luís, de Dona Maria Pia e do príncipe herdeiro, contou ainda com 3.139 expositores, dos quais 499 franceses, 265 alemães, 107 britânicos, 89 belgas, 62 brasileiros, 24 espanhóis, 16 dinamarqueses e ainda representantes da Rússia, Holanda, Turquia, Estados Unidos e Japão.

Em 1865 foi armada a primeira Árvore de Natal num espaço público em Portugal. Majestosa, era decorada com brinquedos, bolas e velas multicolores, balões, algodão em rama, fitas douradas e prateadas.

Em 1933, o edifício e os respetivos jardins foram adquiridos pela Câmara Municipal do Porto.

Ao longo dos seus 86 anos de existência, o Palácio de Cristal acolheu muitas outras exposições, destacando-se a exposição das rosas, em 1879, a exposição agrícola, em 1903 e a Exposição Colonial Portuguesa, inaugurada em junho de 1934. Desta última exposição sobrevive o Monumento ao Esforço Colonizador Português, atualmente colocado no topo oeste da Avenida do Marechal Gomes da Costa.

O Palácio de Cristal foi ainda um importante espaço de cultura, contendo um órgão de tubos que era dos maiores do mundo. Foi neste palácio que se realizaram importantes concertos do compositor Viana da Mota ou da virtuosa violoncelista Guilhermina Suggia.

O palácio foi destruído em 1951, tendo-se erguido no seu lugar uma nave de betão armado, a que foi dado o nome de Pavilhão dos Desportos, segundo projeto do arquiteto José Carlos Loureiro e do engenheiro António dos Santos Soares e a pretexto do Campeonato Mundial de Hóquei em Patins. O edifício foi demolido em menos de um ano, sendo destruído à martelada o órgão de tubos. Devido à contestação popular à demolição, a designação Palácio de Cristal tem sobrevivido até aos nossos dias. 

Luiz Goes partiu há treze anos...


(imagem daqui)

Luís Fernando de Sousa Pires de Goes (Coimbra, 5 de janeiro de 1933 - Mafra, 18 de setembro de 2012) foi um médico e músico português. Cantor e compositor, conhecido pelo seu nome artístico como Luiz Goes, é considerado um dos expoentes máximos da canção de Coimbra.
Filho de Luís do Carmo Goes e de D. Leopoldina da Soledade Valente d'Eça e Leyva Cabral de Sousa Pires, nasceu em Coimbra, em 1933, e, por influência de seu tio paterno Armando do Carmo Goes, figura destacada da Canção de Coimbra, cedo começou a interpretá-la, tendo aos 19 anos, a convite de António Brojo, gravado o seu primeiro disco.
No final da década de 50, formou o Coimbra Quintet, com os músicos António Portugal, Jorge Godinho, Manuel Pepe e Levi Baptista, gravando o álbum Serenata de Coimbra, que "é ainda hoje o disco português mais vendido", segundo Manuel Alegre Portugal. Em 1958 licencia-se em Medicina, na Universidade de Coimbra e exerceu a profissão de médico estomatologista até à sua reforma, em 2003. De 1963 a 1965 prestou serviço militar na Guiné como Alferes Miliciano Médico.
Foi autor de 25 canções estróficas e 18 baladas. Do seu reportório fazem parte canções como "Balada do mar", "É preciso acreditar", "Cantiga para quem sonha", "Só" ou "Toada beirã".
Foi condecorado com a Ordem do Infante Dom Henrique, no grau de Grande Oficial (9 de junho de 1994), com a Medalha de Ouro da cidade de Coimbra (4 de julho de 1998), com a Medalha de Mérito Cultural da Câmara Municipal de Cascais e com o Prémio Amália Rodrigues 2005, na categoria Fado de Coimbra. 
  

 

 

Balada para ninguém - Luiz Goes

Letra - Leonel Neves

Música - João Bagão



Chuva dize-me o que sentes
quando as tuas gotas
caem só no mar

Chuva disse-me o que sentes
se às cisternas rotas
é que vais parar

Pobre chuva sem sementes


Noite dize-me o que sentes
quando em sonhos falas
sem achar ninguém

Noite diz-me o que sentes
quando alguém embalas
mas o dia vem

Triste noite sem correntes


Vento diz-me o que sentes
se é em vão que pedes
velas para inchar

Vento dize-me o que que sentes
se a buscar paredes
só encontras ar

Vento inútil sem batente

Dust in the Wind...

quarta-feira, setembro 17, 2025

A Batalha de Antietam foi há 163 anos...

Vista do campo na Batalha de Antietam durante a Guerra Civil Americana
       
A Batalha de Antietam (também conhecida no Sul dos Estados Unidos como Batalha de Sharpsburg) foi o primeiro grande confronto armado da Guerra de Secessão que se produziu em território da União. A batalha teve lugar a 17 de setembro de 1862, perto de Sharpsburg, no condado de Washington, Maryland, Estados Unidos, e nos arredores de Antietam. A batalha fez parte da Campanha de Maryland, e tratou-se da mais sangrenta da história dos Estados Unidos que, em apenas um dia, registou 22.717 baixas.

Depois de perseguir o general confederado Robert E. Lee no território de Maryland, o general do Exército da União George B. McClellan atacou o exército de Lee que tinha estabelecido posições defensivas no rio Antietam. Na manhã de 17 de setembro, o Corpo de Exército do general Joseph Hooker efetuou um poderoso ataque sobre o flanco esquerdo do exército sulista. Os ataques e contra-ataques prolongaram-se ao longo do milheiral de Miller e à volta da igreja de Dunker. A União conseguiu finalmente penetrar pelo centro do Exército confederado atacando na zona de Sunken Road, mas a vantagem dos federados não se consolidou. Durante a tarde, o Corpo de Exército do general Ambrose Burnside entrou em ação tomando uma ponte sobre Antietam Creek, e avançando contra o flanco direito do Exército confederado. Num momento crucial, a divisão do general Hill chegou vindo de Harpers Ferry. Embora com uma desvantagem numérica de dois para um, Lee enviou todas suas tropas, enquanto McClellan enviou para o combate menos de três quartos das suas forças. Durante a noite, ambos os exércitos consolidaram as suas linhas. Apesar das severas baixas, Lee continuou a combater contra McClellan no dia seguinte, 18 de setembro, enquanto retirava o seu debilitado exército para sul do rio Potomac.

Apesar da superioridade numérica da União, os ataques de McClellan fracassaram no objetivo de concentrar as tropas, permitindo a Lee organizar as suas tropas para fazer frente a cada investida. Não obstante as abundantes forças de reserva com que McClellan podia contar, e que poderiam ter sido mobilizadas para alcançar vitórias pontuais, McClellan fracassou na tentativa de destruir o exército de Lee. No entanto, a invasão do estado de Maryland pelo exército de Lee foi parada, e ele pôde-se retirar para a Virgínia sem oposição por parte do cauteloso McClellan. Apesar de a batalha não ter tido um resultado concludente em termos táticos, teve uma importância única, já que a vitória tática da União foi suficiente para dar ao presidente Abraham Lincoln segurança para anunciar a sua Proclamação de Emancipação.
       

Hoje foi dia de cantar a poesia de José Régio...

 

Fado Português 

 

O Fado nasceu um dia,
quando o vento mal bulia
e o céu o mar prolongava,
na amurada dum veleiro,
no peito dum marinheiro
que, estando triste, cantava,
que, estando triste, cantava.

Ai, que lindeza tamanha,
meu chão , meu monte, meu vale,
de folhas, flores, frutas de oiro,
vê se vês terras de Espanha,
areias de Portugal,
olhar ceguinho de choro.

Na boca dum marinheiro
do frágil barco veleiro,
morrendo a canção magoada,
diz o pungir dos desejos
do lábio a queimar de beijos
que beija o ar, e mais nada,
que beija o ar, e mais nada.

Mãe, adeus. Adeus, Maria.
Guarda bem no teu sentido
que aqui te faço uma jura:
que ou te levo à sacristia,
ou foi Deus que foi servido
dar-me no mar sepultura.

Ora eis que embora outro dia,
quando o vento nem bulia
e o céu o mar prolongava,
à proa de outro veleiro
velava outro marinheiro
que, estando triste, cantava,

que, estando triste, cantava. 



in Poemas de Deus e do Diabo (1925) - José Régio

Hoje é dia de recordar um poeta e político angolano...

 

Agostinho Neto, por Nelson Paim

 

Havemos de voltar

 

Às casas, às nossas lavras
às praias, aos nossos campos
havemos de voltar

ÀS nossas terras
vermelhas do café
brancas de algodão
verdes dos milharais
havemos de voltar

Às nossas minas de diamantes
ouro, cobre, de petróleo
havemos de voltar

Aos nossos rios, nossos lagos
às montanhas, às florestas
havemos de voltar

À frescura da mulemba
às nossas tradições
aos ritmos e às fogueiras
havemos de voltar

À marimba e ao quissange
ao nosso carnaval
havemos de voltar


À bela pátria angolana
nossa terra, nossa mãe
havemos de voltar

Havemos de voltar
À Angola libertada
Angola independente

 

Agostinho Neto

O botânico Jorge Paiva celebra hoje 92 anos...!

(imagem daqui)

 

Jorge Américo Rodrigues de Paiva, nascido em Cambondo (Angola), a 17 de setembro de 1933, licenciado em Ciências Biológicas pela Universidade de Coimbra e doutorado em Biologia pelo Departamento de Recursos Naturais e Medio Ambiente da Universidade de Vigo (Espanha), aposentado, tendo sido investigador principal no Departamento de Botânica da Universidade de Coimbra, onde lecionou algumas disciplinas, tendo também lecionado, como professor convidado, na Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, nos Departamentos de Biologia das Universidades de Aveiro e da Madeira, na licenciatura de Arquitetura Paisagista da Universidade Vasco da Gama de Coimbra, no Departamento de Engenharia do Ambiente do Instituto Superior de Tecnologia de Viseu e no Departamento de Recursos Naturais e Medio Ambiente da Universidade de Vigo (Espanha).


Como bolseiro do Instituto Nacional de Investigação Científica (INIC) trabalhou durante três anos em Londres nos Jardins de Kew e na Secção de História Natural do Museu Britânico. Como fitotaxonomista tem percorrido a Europa, particularmente a Península Ibérica, Ilhas Macaronésicas, África, América do Sul e Ásia, tendo também já visitado a Austrália.

Pertenceu à Comissão Editorial e Redatorial da Flora Ibérica (Portugal e Espanha) e da Flora de Cabo Verde, assim como de algumas revistas científicas. Tem sido colaborador (estudo de alguns grupos de plantas superiores) de algumas floras africanas, como a Flora Zambesiaca (Moçambique, Malawi, Zimbabwe, Zambia e Botswana) e a Flora of Tropical East Africa (Quénia, Tanzania e Uganda). Assim, tem integrado grupos internacionais de investigadores em estudos e colheitas de material de campo, não só na Península Ibérica, como também em países africanos (Moçambique, Quénia, Seychelles, Tanzania, Zimbabwe, Angola, Cabo Verde e S. Tomé e Príncipe), asiáticos (Timor, Tailandia e Vietname) e americanos (Brasil e Paraguai).

Dos trabalhos de taxonomia em que colaborou como co-autor, o Catalogue des Plantes Vasculaires du Nord du Maroc (1008 páginas em 2 volumes), foi galardoado pela OPTIMA (Organization for the Phyto-Taxonomic Investigation of the Mediterranean Area) com a Medalha de Prata, como o melhor trabalho sobre Flora Mediterrânica publicado em 2003.

Como palinologista colaborou com entidades apícolas e com os Serviços de Pneumologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, tendo sido distinguidos dois dos trabalhos que elaborou em colaboração com o corpo clínico desta Faculdade com o 1º Prémio da Sociedade Portuguesa de Patologia Respiratória («Boehringer Ingelheim S.P.P.R., 1979»), pelo trabalho de colaboração «Pólens e Polinose na Região Centro de Portugal) e o 1º Prémio Anual SPAIC/UCB-STALLERGENES 1994, pelo trabalho de colaboração "HLA e Alergia — Aplicação ao estudo da Parietaria lusitanica ".

Como ambientalista é muito conhecido pela defesa intransigente do Meio Ambiente, sendo membro activo de várias Associações e Comissões nacionais e estrangeiras. A sua atividade em defesa do Meio Ambiente foi distinguida, em 1993, com o Prémio “Nacional” da Quercus (Associação Nacional de Conservação da Natureza); em 2005, com o Prémio “Carreira” da Confederação Nacional das Associações de Defesa do Ambiente; em 2005, com o Prémio “Amigos do Prosepe” pelo Prosepe (Projeto de Sensibilização da População Escolar) e em 2001 e 2002, com as menções honrosas dos respetivos Prémios Nacionais do Ambiente “Fernando Pereira” conferidas pela Confederação Nacional das Associações de Defesa do Ambiente.
Publicou já mais de cinco centenas de trabalhos sobre fitotaxonomia, palinologia e ambiente, sendo dos mais relevantes, a monografia (Polygalarum africanarum et madagascaiensum prodromus atque gerontogaei generis Heterosamara Kuntze, a genere Polygala L. segregati et a nobis denuo recepti, synopsis monographica in Fontqueria 50: I-VI; 1-346, tab. 1-52; 1998) com 62 novidades fitotaxonómicas e as obras de educação ambiental A Crise Ambiental - Apocalipse ou Advento de uma Nova Idade 1: 1-36; 1998 e 2: 1-187; 2000 e A Relevância do Património Natural, edição da Câmara de Leiria e Quercus em 2002 destinadas, fundamentalmente, a apoiar os professores que se preocupam com a docência da problemática ambiental. Apresentou variadas comunicações e proferiu diversas conferências em reuniões científicas, congressos, simpósios ou ações pedagógicas (mais de 1 milhar).
   

Como foi aprovado por Hitler e decidido por Estaline, a URSS atacou a Polónia há 86 anos

     

Estaline atacou a Polónia no dia 17 de setembro de 1939. De 1939 até 1941, os soviéticos deportaram 500.000 polacos (os funcionários públicos, a nobreza polaca, os padres católicos e os camponeses mais ricos) para a Sibéria. Também assassinaram, barbaramente, 30.000 soldados polacos em Katyn, Ostaszkowo e Charkow. Em 1941 a Alemanha atacou o território soviético.

   

O conde Folke Bernadotte foi assassinado há 77 anos...

   
Folke Bernadotte, conde de Wisborg (Estocolmo, 2 de janeiro de 1895 - Jerusalém, 17 de setembro de 1948), mais conhecido como Conde Bernadotte, foi um nobre e diplomata sueco,  conhecido pela negociação da libertação de cerca de 31.000 prisioneiros de campos de concentração alemães durante a Segunda Guerra Mundial, incluindo 423 judeus dinamarqueses de Theresienstadt, que foram libertados em 14 de abril de 1945
  
Vida

O conde era membro da Casa de Bernadotte, a família real sueca. Era filho do príncipe Óscar Bernadotte, duque de Götland e conde de Wisborg (que depois perderia o título de duque de Götland, por não ter se casado com alguém pertencente à realeza ou alta nobreza - como dita a tradição nobiliárquica sueca -, mas permaneceria com o título nobiliárquico de conde de Wisborg, por este título ser do Luxemburgo) e da princesa Ebba (nascida Ebba Henrietta Munck af Fulkila, sendo filha do nobre e militar, coronel Carl Jacob Munck af Fulkila, e da baronesa Henrica Cederström). Era neto da rainha Sofia (nascida princesa de Nassau) e do rei Óscar II da Suécia e Noruega, rei dos dois países até 7 de junho de 1905; e depois somente Rei da Suécia até à data da sua morte, em decorrência da separação dos dois países na data supracitada.

O conde casou com a americana Estelle Manville, então titulada Estelle Bernadotte, condessa de Wisborg, tendo sido o primeiro membro da realeza europeia a casar-se em território americano.

Após a aprovação do Plano de Partição da Palestina, em 29 de novembro de 1947, agravaram-se os confrontos entre judeus e árabes na Palestina, então sob mandato britânico.

Em 20 de junho de 1948, o conde foi escolhido pelo Conselho de Segurança da ONU para ser o mediador entre as partes em conflito, fazer cessar as hostilidades e supervisionar a aplicação da partição territorial da Palestina Mandatária. Foi o primeiro mediador oficial da história da organização. Todavia, pouco depois do início da missão, em setembro do mesmo ano, Bernadotte foi assassinado em Jerusalém, pelo grupo sionista Lehi. A decisão de matá-lo foi tomada por Natan Yellin-Mor, Yisrael Eldad e Yitzhak Shamir, que mais tarde se tornaria o primeiro-ministro de Israel.

 
  
Brasão do conde de Wisborg
      

Música de aniversariante de hoje...

José Régio nasceu há cento e vinte e quatro anos...

(imagem daqui)
   
José Régio, pseudónimo de José Maria dos Reis Pereira, (Vila do Conde, 17 de setembro de 1901 - Vila do Conde, 22 de dezembro de 1969) foi um escritor, poeta, dramaturgo, romancista, novelista, contista, ensaísta, cronista, crítico, autor de diário, memorialista, epistológrafo e historiador da literatura português, para além de editor e diretor da influente revista literária Presença, desenhador, pintor e grande conhecedor e colecionador de arte sacra e popular. Tem uma biblioteca e uma escola secundária com o seu nome em Vila do Conde.
Foi irmão do poeta, pintor e engenheiro Júlio Maria dos Reis Pereira, que, como artista plástico, se assinava Julio e, como poeta, Saúl Dias. Teve mais dois irmãos que se dedicaram às artes plásticas, Apolinário José (1917-2000) e João Maria (1922-2009) e ainda um outro, Antonino Maria (1905-1965), que emigrou jovem para o Recife, Pernambuco, e duas irmãs morreram cedo. Nunca se casou, mas não era celibatário; do seu sentimento amoroso dá conta o seu Soneto de Amor. Fumador inveterado, veio a morrer vítima de ataque cardíaco.

 

Cântico Negro

"Vem por aqui" - dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...

A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe

Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...

Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?

Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...

Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como, pois sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...

Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
- Sei que não vou por aí!

  
   
in
Poemas de Deus e do Diabo (1925) - José Régio