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sexta-feira, novembro 28, 2025

António Brojo nasceu há 97 anos...


António Brojo - foto do blog "Guitarra de Coimbra II"

 

António Pinho Brojo (Coimbra, 28 de novembro de 1928 - Coimbra, 25 de agosto de 1999) foi um músico português.

Frequentou o Liceu de Coimbra e começou os estudos de Ciências Farmacêuticas em Coimbra, que viria a ter de terminar na Universidade do Porto em 1950, por não ser possível ainda fazer na totalidade o curso em Coimbra. Preparou a tese de doutoramento em Farmácia na Universidade de Basileia e doutorou-se na Universidade do Porto em 1961. Seguiu a carreira académica na Universidade de Coimbra, onde chegaria a professor catedrático (1972) e a vice-reitor (1994). Jubilou-se da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra em 1998.

Paralelamente à carreira de professor universitário, foi um distinto executante de guitarra de Coimbra. Começou a tocar ainda nos anos quarenta, quando frequentava o Liceu com guitarristas como José Amaral, João Bagão, Armando de Carvalho Homem e Flávio Rodrigues da Silva. Ao lado de António Portugal, viria a fazer um dos mais célebres duetos de guitarra de Coimbra.

Gravou dois CDs: "Variações Inacabadas" e "Memórias de uma Guitarra". 

 

in Wikipédia

 

quinta-feira, novembro 27, 2025

O Fado tornou-se Património Cultural Imaterial da Humanidade há catorze anos...!

 
O Fado é um estilo musical português. Geralmente é cantado por uma só pessoa (fadista) acompanhado por guitarra clássica (nos meios fadistas denominada viola) e guitarra portuguesa. O fado foi elevado à categoria de Património Cultural e Imaterial da Humanidade pela UNESCO numa declaração aprovada no VI Comité Intergovernamental desta organização internacional, realizado em Bali, na Indonésia, entre 22 e 29 de novembro de 2011.

 

in Wikipédia

 

 

segunda-feira, novembro 03, 2025

Hoje é o aniversário da maior (e mais antiga) associação de estudantes de Portugal - e do mais antigo clube ativo nacional...!

A AAC faz hoje 138 anos...!


A Associação Académica de Coimbra (sigla: AAC), fundada a 3 de novembro de 1887, é a mais antiga associação de estudantes de Portugal. Representa os mais de trinta mil estudantes da Universidade de Coimbra, que são automaticamente considerados seus sócios enquanto se encontrem inscritos nesta Universidade. Existem também três mil associados seccionistas, 90 associados extraordinários e 25 associados honorários.

A AAC alberga uma série de secções culturais e desportivas. Entre as secções culturais pontificam, o Centro de Estudos Cinematográficos (CEC) que realiza anualmente o Festival "Caminhos do Cinema Português", a Rádio Universidade de Coimbra (RUC), a Secção de Jornalismo (que edita o jornal universitário "A Cabra"), a Televisão da Associação Académica de Coimbra, a secção de fado, o Grupo de folclore e etnografia (GEFAC) e os grupos de teatro (TEUC e CITAC). As secções desportivas abrangem um vasto leque de desportos, tais como o hóquei em patins, futebol, andebol, basquetebol, rugby, canoagem, natação, voleibol, ténis, artes marciais e xadrez, entre muitos outros. A "Académica" é assim o "clube" mais eclético do pais, uma vez que "pratica" o maior número de modalidades.
Também referido como "Académica", o clube de futebol profissional mais conhecido de Coimbra, de seu verdadeiro nome Associação Académica de Coimbra (AAC), é legalmente o herdeiro da secção de futebol da AAC. Em 1977 foi criada a Académica SF (que se mantém na prática amadora), mas é hoje um organismo autónomo dentro da AAC, mas com número de pessoa coletiva próprio.

A AAC é dirigida pela Direção Geral (DG), composta por estudantes, e eleita anualmente entre novembro e dezembro, em eleições abertas a todos os sócios, tanto estudantes como os sócios seccionistas. À DG compete a administração da AAC bem como a representação política dos estudantes. Em termos políticos, é ainda de referir a importância das Assembleias Magnas, assembleias sobretudo de discussão da política da Academia, abertas a todos os sócios, cujas decisões têm de ser obrigatoriamente cumpridas, independentemente da opinião da DG. Este poder decisório da Assembleia Magna torna-a no palco de discussões acesas, sobretudo entre os estudantes politizados. O atual edifício da AAC foi inaugurado em 1961 e alberga praticamente todas as secções da AAC, estando integrado num quarteirão que inclui ainda uma sala de espetáculos (Teatro Académico de Gil Vicente) e um complexo de cantinas.

  
Culturais
   
Desportivas
  
Condecorações
   
Outras distinções
  • Medalha de Mérito Cultural (27 de outubro de 1987)
  • Medalha de Ouro da Cidade de Coimbra
  • Medalha Honorífica da Universidade de Coimbra (18 de dezembro de 2008)
  • Troféu Olímpico Português
  • Instituição de Utilidade Pública

  

 
in Wikipédia

 

Nota: a maior associação de estudantes da Europa (e um dos clubes com mais modalidade e secções, além de ser o clube mais antigo ainda em atividade em Portugal) faz hoje  anos, sem necessitar, como outros clubes fizeram, de falsificar a data de nascimento (até porque é a continuidade de outros clubes e associações que a antecederam). A nossa eterna associação de estudantes, enquanto alunos da vetusta Universidade de Coimbra, merece tudo - Efe-Erre-Á...!

Hoje é dia de ouvir fado e canção de Coimbra...

quinta-feira, outubro 30, 2025

Napoleão Amorim morreu há dois anos...

Jornal Campeão: Faleceu Napoleão Amorim, o decano dos cantores de Coimbra

 

Falecimento de Napoleão Amorim

 

Chega-nos a notícia do falecimento do Eng. Napoleão Ferreira Amorim (30.03.1924 - 30.10.2023), cantor, que teve passagens pelas Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra e da Universidade do Porto, tendo feito na última a sua formatura. O tenor Napoleão Amorim, natural de Espinho, era o mais antigo cantor da escola clássica em atividade. Deixou alguns registos fonográficos, gravados no outono da vida. 

 

in Guitarra de Coimbra V (Cithara Conimbrigensis)

 

quinta-feira, outubro 23, 2025

António Portugal nasceu há 94 anos...

 


António Portugal 

Guitarra portuguesa

António Moreira Portugal teve como professores dois guitarristas “futricas”, barbeiros de profissão e irmãos (o Flávio e o Fernando).

Nasceu em 23 de outubro de 1931, na República Centro-Africana, e morreu em Coimbra, a 26 de junho de 1994, com 63 anos.

Com um ano de idade foi viver para Coimbra (a sua família era de Penacova) e aí fez a escola primária, os estudos secundários e se licenciou em Direito.

Foi no Liceu D. João III que conheceu Luiz Goes e José Afonso e que os começou a acompanhar, em 1949, com um grupo constituído por Manuel Mora (2º guitarra) e Manuel Costa Brás (militar de Abril e ex-ministro) e António Serrão, à viola.

Em 1951 matriculou-se na Faculdade de Direito e ingressou na tuna e Orfeon Académico. Em 1952 conheceu António Brojo, que o convidou para integrar o histórico grupo de fados e guitarradas do qual faziam parte os cantores Luiz Goes, José Afonso, Florêncio de Carvalho, Fernando Rolim e, um pouco mais tarde, Fernando Machado Soares.

Para além de António Brojo e de António Portugal, nas guitarras, faziam ainda parte do grupo os violas Aurélio Reis e Mário de Castro. Em 1953 – e depois de muitos anos em que não se gravaram discos de Fado de Coimbra – o grupo liderado por António Brojo registou uma série de 8 discos de 78 rotações por minuto.

António Portugal, durante mais de 45 anos, esteve omnipresente em tudo o que se relaciona com a “Canção de Coimbra”.

De 1949 a 1994, criou uma obra ímpar, quer pela qualidade e inovação das suas composições e arranjos, quer pela forma como sabia ensaiar os cantores, e com eles criar uma dinâmica de acompanhamento que o distingue de todos os outros guitarristas do seu tempo.

António Portugal deixou, de longe, a mais ampla e completa discografia do Fado e da Guitarra de Coimbra.

Embora de forma esquemática e muito resumida, o percurso musical de António Portugal poderá ser dividido em quatro fases.

A primeira, iniciática, em que António Portugal se aplica na execução e pesquisa da guitarra, e na sua colaboração, já referida, com os maiores e mais importantes nomes da geração de 50.

A segunda, que inicia com a formação do grupo do “Coimbra Quintet” (Luiz Goes, Jorge Godinho – 2º guitarra, também já falecido e Manuel Pepe e Levy Batista), corresponde à transição para a renovação do fado e da guitarra de Coimbra, que culminou com a gravação da “Balada de Outono”, de José Afonso e onde, pela primeira vez ao lado de António Portugal, surge a viola de Rui Pato.

A terceira fase – início dos anos 60 – é fundamentalmente marcada pela canção de intervenção e pelos nomes de Adriano Correia de Oliveira e Manuel Alegre. A “Trova do vento que passa”, de que António Portugal é autor da música em conjunto com Adriano Correia de Oliveira, é o hino e o emblema da resistência ao regime e à guerra colonial.

A quarta e última fase, é também a mais longa: é o período da maturidade e da consagração.

Depois do 25 de Abril, António Portugal, que ao longo dos anos tinha sido um ativista político persistente e eficaz na luta contra o fascismo, “trocou” temporariamente a guitarra pela política activa, quer na Assembleia Municipal de Coimbra (onde foi, até à sua morte, líder da bancada do PS), quer na Assembleia da República, como deputado.

Ultrapassado o período revolucionário de 1975 – em que a onda de contestação não poupou também as tradições coimbrãs – e com o “regresso” de António Brojo ao gosto e ao gozo da guitarra, reconstituiu-se o grupo dos anos 50 e foi reiniciada uma atividade de intensa participação, quer em espetáculos em Portugal e por todo o mundo, quer numa série de programas para a RTP, quer ainda a gravação de uma coletânea de 6 LP, “Tempos de Coimbra – oito décadas no canto e na guitarra”, onde se registam, para a história – desde Augusto Hilário à atualidade – dezenas de fados e guitarradas, fruto de laboriosa e cuidada recolha.

A sua morte interrompeu o seu último projeto, que vinha realizando com António Brojo, sobre a guitarra de Coimbra: ambos os solistas preparavam um duplo álbum de guitarradas, em que alternadamente se acompanhavam um ao outro, e que já ia a caminho da finalização.

No dia 10 de junho de 1994, quando se encontrava no Oriente para atuar com o seu grupo nas Comemorações do Dia de Portugal, o Presidente da República, Dr. Mário Soares, atribui-lhe, em Coimbra, a Ordem da Liberdade.

António Portugal não teve a alegria de ver, e ostentar, essa justíssima condecoração porque, à chegada ao aeroporto de Pedras Rubras, foi vitimado por acidente vascular cerebral, morrendo dias depois, em Coimbra.

Como escreveu o conceituado Rui Vieira Nery, na Revista do jornal “Expresso”,

“A morte de António Portugal, encarnação modelar da guitarra coimbrã e de toda a tradição que nela se foi condensando ao longo destes dois últimos séculos, deixa-nos aquela espécie de vazio doloroso que é a de uma perda simultaneamente individual e geral. Perdemos um músico excelente que marcou decisivamente a nossa música popular urbana dos anos 60 e 70, mas perdemos também uma trave-mestra desse universo cada vez mais frágil e mais difuso que é o da guitarra portuguesa e, especificamente, o da guitarra de Coimbra”.

 

in Meloteca

 

V

Saudades de uma guitarra de Coimbra...


quinta-feira, outubro 16, 2025

Saudades de Adriano...

 

Capa negra, rosa negra - Adriano Correia de Oliveira
Música: António Portugal e Adriano Correia de Oliveira
Letra: Manuel Alegre

  
  
Capa negra, rosa negra
Rosa negra sem roseira
Abre-te bem nos meus ombros
Como o vento numa bandeira.

Abre-te bem nos meus ombros
Vira costas à saudade
Capa negra, rosa negra
Bandeira de liberdade.

Eu sou livre como as aves
E passo a vida a cantar
Coração que nasceu livre
Não se pode acorrentar.

Música para chorar a triste e clara madrugada da partida de Adriano...

 

E alegre se fez triste - Adriano Correia de Oliveira
Poema de Manuel Alegre e música de José Niza
   
   

Aquela clara madrugada que
viu lágrimas correrem no teu rosto
e alegre se fez triste como
chuva que viesse em pleno Agosto.

Ela só viu meus dedos nos teus dedos
meu nome no teu nome. E demorados
viu nossos olhos juntos nos segredos
que em silêncio dissemos separados.

A clara madrugada em que parti.
Só ela viu teu rosto olhando a estrada
por onde um automóvel se afastava.

E viu que a pátria estava toda em ti.
E ouviu dizer adeus: essa palavra
que fez tão triste a clara madrugada.

Adriano Correia de Oliveira morreu há 43 anos...

(imagem daqui)
    
Adriano Maria Correia Gomes de Oliveira (Porto, 9 de abril de 1942 - Avintes, 16 de outubro de 1982) foi um músico português.
  
Filho de Joaquim Gomes de Oliveira e de sua mulher, Laura Correia, Adriano foi um intérprete do Fado de Coimbra e cantor de intervenção. A sua família era marcadamente católica, crescendo num ambiente que descreveu como «marcadamente rural, entre videiras, cães domésticos e belas alamedas arborizadas com vista para o rio». Depois de frequentar o Liceu Alexandre Herculano, no Porto, matriculou-se na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, em 1959. Viveu na Real República Ras-Teparta, foi solista no Orfeon Académico, membro do Grupo Universitário de Danças e Cantares, ator no CITAC, guitarrista no Conjunto Ligeiro da Tuna Académica e jogador de voleibol na Briosa. Na década de 60 adere ao Partido Comunista Português, envolvendo-se nas greves académicas de 62, contra o salazarismo. Nesse ano foi candidato à Associação Académica de Coimbra, numa lista apoiada pelo MUD.
Data de 1963 o seu primeiro EP, Fados de Coimbra. Acompanhado por António Portugal e Rui Pato, o álbum continha a interpretação de Trova do vento que passa, poema de Manuel Alegre, que se tornaria uma espécie de hino da resistência dos estudantes à ditadura. Em 1967 gravou o álbum Adriano Correia de Oliveira, que, entre outras canções, tinha Canção com lágrimas.
Em 1966 casa-se com Maria Matilde de Lemos de Figueiredo Leite, filha do médico António Manuel Vieira de Figueiredo Leite (Coimbra, Taveiro, 11 de outubro de 1917 - Coimbra, 22 de março de 2000) e de sua mulher Maria Margarida de Seixas Nogueira de Lemos (Salsete, São Tomé, 13 de junho de 1923), depois casada com Carlos Acosta. O casal, que mais tarde se separaria, veio a ter dois filhos: Isabel, nascida em 1967 e José Manuel, nascido em 1971. Chamado a cumprir o Serviço Militar, em 1967, ficaria apenas a uma disciplina de se formar em Direito.
Em 1970 troca Coimbra por Lisboa, exercendo funções no Gabinete de Imprensa da FIL - Feira Industrial de Lisboa, até 1974. Ainda em 1969 vê editado o álbum O Canto e as Armas, revelando, de novo, vários poemas de Manuel Alegre. Pela sua obra recebe, no mesmo ano, o Prémio Pozal Domingues.
Lança Cantaremos, em 1970, e Gente d' aqui e de agora, em 1971, este último com o primeiro arranjo, como maestro, de José Calvário, e composição de José Niza. Em 1973 lança Fados de Coimbra, em disco, e funda a Editora Edicta, com Carlos Vargas, para se tornar produtor na Orfeu, em 1974. Participa na fundação da Cooperativa Cantabril, logo após a Revolução dos Cravos e lança, em 1975, Que nunca mais, onde se inclui o tema Tejo que levas as águas. A revista inglesa Music Week elege-o Artista do Ano. Em 1980 lança o seu último álbum, Cantigas Portuguesas, ingressando no ano seguinte na Cooperativa Era Nova, em rutura com a Cantabril.
   
Vítima de uma hemorragia esofágica, morreu na quinta da família, em Avintes, nos braços da sua mãe.
    
 

Música adequada à data...

terça-feira, setembro 30, 2025

A Serenata da Festa das Latas é esta noite!


Às 24.00 horas de 30 de setembro, com as badaladas da velha cabra, começa mais uma Festa das Latas e Imposição de Insígnias da Associação Académica de Coimbra, com a tradicional Serenata, desta vez na praça da Sé  Nova.

Programa curto, com dois Grupos da Secção de Fado da Associação Académica de Coimbra: Honoris Causa e Última Luz, com a particularidade de o primeiro contar com um cantor e música cá de casa, que vai cantar duas vezes e apresentar em público um tema original, com letra e música dele.

Infelizmente esta histórica serenata não será transmitida pela televisão e merecia - será a primeira vez que mulheres cantam (e bem...!) Fado e Canção de Coimbra numa serenata - e podem assistir, via Internet, no Youtube ou Facebook da tvAAC ou de alguns jornais locais.

quinta-feira, setembro 18, 2025

Saudades de Luiz Goes...

Porque um Cantor nunca morre, enquanto for recordado...

Saudade de Luiz Goes...

 

Cantiga de um Vagabundo - Luiz Goes

 

Se queres saber, amor, porque te quero,
pergunta a um velho marinheiro
se uma aventura em cada cais
lhe faz perder o rumo verdadeiro.

Pergunta ao mar, eternamente azul,
a razão de ser da sua cor,
às vezes verde, às vezes cinza…
mas é o céu o seu primeiro amor.

Se queres saber, amor, porque te quero,
pergunta a um velho vagabundo
se tanta estrada, tanta mulher,
matou de vez o seu primeiro mundo.

Pergunta à flor, que a noite emurcheceu,
se quer abrir em nova madrugada,
se o quase nada que a vida lhe deu
a faz morrer na minha mão fechada.

Hoje é dia de recordar a melhor voz de Coimbra...

Luiz Goes partiu há treze anos...


(imagem daqui)

Luís Fernando de Sousa Pires de Goes (Coimbra, 5 de janeiro de 1933 - Mafra, 18 de setembro de 2012) foi um médico e músico português. Cantor e compositor, conhecido pelo seu nome artístico como Luiz Goes, é considerado um dos expoentes máximos da canção de Coimbra.
Filho de Luís do Carmo Goes e de D. Leopoldina da Soledade Valente d'Eça e Leyva Cabral de Sousa Pires, nasceu em Coimbra, em 1933, e, por influência de seu tio paterno Armando do Carmo Goes, figura destacada da Canção de Coimbra, cedo começou a interpretá-la, tendo aos 19 anos, a convite de António Brojo, gravado o seu primeiro disco.
No final da década de 50, formou o Coimbra Quintet, com os músicos António Portugal, Jorge Godinho, Manuel Pepe e Levi Baptista, gravando o álbum Serenata de Coimbra, que "é ainda hoje o disco português mais vendido", segundo Manuel Alegre Portugal. Em 1958 licencia-se em Medicina, na Universidade de Coimbra e exerceu a profissão de médico estomatologista até à sua reforma, em 2003. De 1963 a 1965 prestou serviço militar na Guiné como Alferes Miliciano Médico.
Foi autor de 25 canções estróficas e 18 baladas. Do seu reportório fazem parte canções como "Balada do mar", "É preciso acreditar", "Cantiga para quem sonha", "Só" ou "Toada beirã".
Foi condecorado com a Ordem do Infante Dom Henrique, no grau de Grande Oficial (9 de junho de 1994), com a Medalha de Ouro da cidade de Coimbra (4 de julho de 1998), com a Medalha de Mérito Cultural da Câmara Municipal de Cascais e com o Prémio Amália Rodrigues 2005, na categoria Fado de Coimbra. 
  

 

 

Balada para ninguém - Luiz Goes

Letra - Leonel Neves

Música - João Bagão



Chuva dize-me o que sentes
quando as tuas gotas
caem só no mar

Chuva disse-me o que sentes
se às cisternas rotas
é que vais parar

Pobre chuva sem sementes


Noite dize-me o que sentes
quando em sonhos falas
sem achar ninguém

Noite diz-me o que sentes
quando alguém embalas
mas o dia vem

Triste noite sem correntes


Vento diz-me o que sentes
se é em vão que pedes
velas para inchar

Vento dize-me o que que sentes
se a buscar paredes
só encontras ar

Vento inútil sem batente

sexta-feira, agosto 29, 2025

Música para recordar um poeta que era compositor do fado e canção de Coimbra...

 

 

Título original: A ROSA E A NOITE
Música: José Nuno Guimarães Guedes dos Santos (1942-1973)
Letra: José Nuno Guimarães Guedes dos Santos (1942-1973)
Incipit: Meu amor/Anda perdido no mar
Origem: Coimbra
Género: Canção de Coimbra
Arranjo: José Nuno Guimarães Guedes dos Santos (1965)
Data: 1964-1965 (SPA: 4.05.1965)

Meu amor
Anda perdido no mar
Dizei, ó guitarras,
Que ele há de voltar
Dizei, verdes algas,
Que ele há de voltar
Meu amor que foi para o mar.

Ó ondas brancas de espuma,
Ondas brancas de luar,
Quero morrer no mar alto
Quero morrer a cantar.

Cai a noite, rosa brava,
Fecha os teus olhos à luz do poente
O barco voltou sem gente
Rosa brava
Ao sol poente…

Informação complementar:
A primeira gravação desta obra foi vocalizada pelo tenor José Manuel dos Santos, acompanhado em 1.ª guitarra de Coimbra por Nuno Guimarães, em 2.ª guitarra por Manuel Borralho, e pelos executantes de viola de seis ordens (nylon) Rui Pato/Jorge Ferraz: EP Serenata de Coimbra, Porto, Ofir AM 4.039, ano de 1965, reeditado no CD Fados e Baladas de Coimbra. Recordando Nuno Guimarães. Solfa e letra em Recordando Nuno Guimarães, O Poeta, o Músico (1942-1973), VNGaia, Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, 1997. O arranjo de acompanhamento é da autoria de Nuno Guimarães.

 

in Guitarra de Coimbra V