Mostrar mensagens com a etiqueta naturalista. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta naturalista. Mostrar todas as mensagens

quinta-feira, março 14, 2024

Félix Rodríguez de la Fuente nasceu há 96 anos - e morreu há 44...

      
Félix Samuel Rodríguez de la Fuente (Poza de la Sal, Burgos; 14 de marzo de 1928 - Shaktoolik, Alaska; 14 de marzo de 1980) fue un naturalista y divulgador ambientalista español, defensor de la naturaleza, y realizador de documentales para radio y televisión, destacando entre ellos la exitosa e influyente serie El hombre y la Tierra (1974-1980). Licenciado en medicina por la Universidad de Valladolid y autodidacta en biología, fue un personaje polifacético de gran carisma cuya influencia ha perdurado a pesar del paso de los años.​ Su saber abarcó campos como la cetrería y la etología, destacando en el estudio y convivencia con lobos. Casado con Marcelle Geneviève Parmentier Lepied.
Ejerció además como expedicionario, guía de safaris fotográficos en África, conferenciante y escritor. Contribuyó en gran medida a la concienciación ecológica de España en una época en la que el país todavía no contaba con un movimiento de defensa de la naturaleza. Su repercusión no fue solo a nivel nacional sino también internacional y se calcula que sus series de televisión, emitidas en numerosos países y plenamente vigentes hoy en día, han sido vistas por varios cientos de millones de personas. Murió en Alaska, Estados Unidos, junto con dos colaboradores y el piloto al accidentarse la aeronave que los transportaba mientras hacían una filmación aérea para uno de sus documentales.
  
 
  
Félix Rodríguez de la Fuente - monumento no Zoo de Madrid

sábado, janeiro 27, 2024

O naturalista Audubon morreu há 173 anos


   
John James Audubon (Les Cayes, 26 de abril de 1785Manhattan, 27 de janeiro de 1851) foi um naturalista americano de origem francesa, especializado na ilustração científica de aves. O seu trabalho mais conhecido The Birds of America (As Aves da América em língua portuguesa) alcançou, durante a sua vida, sucesso comercial e trouxe-lhe enorme popularidade junto do público. O prestígio científico alcançado pela obra valeu-lhe elogios rasgados dos seus pares e permitiu-lhe tornar-se o segundo americano (depois de Benjamin Franklin) a ser incluído na seleta Royal Society - The Royal Society of London for the Improvement of Natural Knowledge (em português Real Sociedade de Londres para o Progresso do Conhecimento da Natureza).
Audubon nasceu em 1785 em Santo Domingo na Republica Dominicana como Jean-Jacques Fougère Audubon, filho de um capitão da marinha mercante francesa e de Mademoiselle Rabine, que morreu pouco tempo depois do seu nascimento. Quatro anos depois, o capitão regressou a França e apresentou o bastardo à família. Audubon foi criado pela mulher legítima do pai, que o tratou como um filho, juntamente com a sua meia-irmã, também nascida fora do casamento. Em 1803 Audubon regressa às Américas, para fugir ao ingresso nos exércitos de Napoleão Bonaparte, e com a ajuda financeira do pai, instala-se em Mill Grove, perto de Filadélfia, onde a família detinha algumas propriedades. Nestes primeiros anos, Audubon desenvolve o gosto pelo desenho de temas naturalistas, em particular das aves das suas redondezas. O seu interesse era também de ordem científica e a sua curiosidade levou-o a fazer as primeiras experiências conhecidas de anilhagem de aves migratórias, para ver que indivíduos regressavam ao mesmo local no ano seguinte.
Em Mill Grove, Audubon casou com Lucy Bakewell, filha de uns vizinhos, que lhe deu dois filhos Victor e John. Pouco tempo depois do casamento, a família muda-se para Louisville no Kentucky, onde por influência paterna Audubon era suposto dedicar-se a negócios comerciais. A experiência acabou por ser um falhanço pois, por admissão do próprio em correspondência com amigos, a vida de empresário deixava-o deprimido. Após ter perdido quase todos os investimentos e estar à beira da bancarrota, Audubon percebeu que esta não era uma vida para si e decidiu dedicar-se ao seu projeto de vida: desenhar todas as aves da América do Norte.


Estampa do The Birds of America, ilustrando o cisne-trombeteiro (Cygnus buccinator)

As Aves da América
Em nome deste sonho, Audubon percorreu os Estados Unidos da América em busca das aves que pretendia desenhar, enquanto Lucy Bakewell suportava a família como professora. A sua insistência em procurar os seus modelos na Natureza, em vez de utilizar exemplares taxidermizados em museus era então uma abordagem totalmente nova da ilustração científica. Isto não significa, porém, que Audubon fosse um ecologista: ele fazia o seu trabalho de campo acompanhado de papel e material de desenho, mas também de uma espingarda que usava para matar as aves que pretendia ilustrar. Uma vez mortas, as aves eram repostas em posição de vida com arames e então desenhadas.
Em 1826, Audubon tinha a maioria das suas estampas preparadas e começou a procurar uma editora para publicar a sua obra-prima, o livro The Birds of America. Audubon, no entanto, não encontrou nenhuma casa editorial em Nova York ou Filadélfia que quisesse arriscar o negócio, e decidiu procurar a sua sorte na Europa. Com o dinheiro poupado pela mulher, comprou uma passagem e rumou ao Velho Continente.
Audubon foi um sucesso quase imediato no Reino Unido, em parte devido à qualidade dos seus desenhos, em parte pelas suas qualidades de marketing. Para vender o The Birds of America, Audubon adotou uma aparência propositadamente exótica, deixando crescer o cabelo e aparecendo nos salões britânicos vestido de pioneiro americano, à maneira de David Crocket. As subscrições da obra não tardaram e Audubon pode contratar uma litografia para imprimir as cerca de 200 cópias das 435 gravuras que compunham o The Birds of America. Cada uma foi vendida ao preço exorbitante de 1000 dólares americanos e entregues em volumes de 10 gravuras cada ao longo dos doze anos seguintes. O rei Jorge IV do Reino Unido foi um dos subscritores e entusiastas de Audubon, mas não foi o único. O barão Georges Cuvier elogiou publicamente o trabalho de Audubon como um monumento à ornitologia e a Royal Academy convidou-o para se tornar membro da instituição.
  
O sucesso
Audubon regressou às Américas em 1829, com o objetivo de encontrar mais assinantes da sua obra e para fazer mais viagens, a fim de completar as gravuras que lhe faltavam. Neste período, Audubon procurou popularizar a sua obra ao editar, em 1840, uma versão mais barata do livro The Birds of America, acessível também à classe média. O sucesso da Octavo Edition foi imediato e a primeira edição esgotou rapidamente as 1200 cópias impressas.
Com os seus méritos reconhecidos e situação financeira estabilizada, Audubon comprou uma propriedade perto do rio Hudson, mas não parou de trabalhar. O seu trabalho seguinte Viviparous Quadrupeds of North America, ocupou os seus últimos anos e foi elaborado em colaboração com os seus dois filhos, John e Victor. Audubon morreu em 1851 e este livro foi publicado postumamente em 1852.
 
  

sexta-feira, janeiro 26, 2024

O famoso naturalista e explorador Roy Chapman Andrews nasceu há cento e quarenta anos


Roy Chapman Andrews (Beloit, Wisconsin, 26 de janeiro de 1884Carmel, Califórnia, 11 de março de 1960) foi um naturalista, zoólogo, cientista, explorador e escritor dos Estados Unidos da América.

Fez uma viagem de exploração no Alasca, em 1908, em 1911-1912 explorou o norte da Coreia. Especializou-se no estudo das baleias e outros animais aquáticos, mas foi a descoberta dos primeiros ovos e fósseis de dinossáurios na Ásia que lhe trouxeram maior fama. 

  


Obras
  • Across Mongolian Plains (Atravessando as Planícies da Mongólia), 1921
  • On the Trail of Ancient Man (Nas Pegadas do Homem Primitivo), 1926
  • The New Conquest of Central Asia (A Nova Conquista da Ásia Central), 1932
  • This Business of Exploring (Este Comércio da Exploração), 1935

 

domingo, setembro 17, 2023

O botânico Jorge Paiva faz hoje noventa anos...!

(imagem daqui)

 

Jorge Américo Rodrigues de Paiva, nascido em Cambondo (Angola), a 17 de setembro de 1933, licenciado em Ciências Biológicas pela Universidade de Coimbra e doutorado em Biologia pelo Departamento de Recursos Naturais e Medio Ambiente da Universidade de Vigo (Espanha), aposentado, tendo sido investigador principal no Departamento de Botânica da Universidade de Coimbra, onde lecionou algumas disciplinas, tendo também lecionado, como professor convidado, na Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, nos Departamentos de Biologia das Universidades de Aveiro e da Madeira, na licenciatura de Arquitetura Paisagista da Universidade Vasco da Gama de Coimbra, no Departamento de Engenharia do Ambiente do Instituto Superior de Tecnologia de Viseu e no Departamento de Recursos Naturais e Medio Ambiente da Universidade de Vigo (Espanha).


Como bolseiro do Instituto Nacional de Investigação Científica (INIC) trabalhou durante três anos em Londres nos Jardins de Kew e na Secção de História Natural do Museu Britânico. Como fitotaxonomista tem percorrido a Europa, particularmente a Península Ibérica, Ilhas Macaronésicas, África, América do Sul e Ásia, tendo também já visitado a Austrália.

Pertenceu à Comissão Editorial e Redatorial da Flora Ibérica (Portugal e Espanha) e da Flora de Cabo Verde, assim como de algumas revistas científicas. Tem sido colaborador (estudo de alguns grupos de plantas superiores) de algumas floras africanas, como a Flora Zambesiaca (Moçambique, Malawi, Zimbabwe, Zambia e Botswana) e a Flora of Tropical East Africa (Quénia, Tanzania e Uganda). Assim, tem integrado grupos internacionais de investigadores em estudos e colheitas de material de campo, não só na Península Ibérica, como também em países africanos (Moçambique, Quénia, Seychelles, Tanzania, Zimbabwe, Angola, Cabo Verde e S. Tomé e Príncipe), asiáticos (Timor, Tailandia e Vietname) e americanos (Brasil e Paraguai).

Dos trabalhos de taxonomia em que colaborou como co-autor, o Catalogue des Plantes Vasculaires du Nord du Maroc (1008 páginas em 2 volumes), foi galardoado pela OPTIMA (Organization for the Phyto-Taxonomic Investigation of the Mediterranean Area) com a Medalha de Prata, como o melhor trabalho sobre Flora Mediterrânica publicado em 2003.

Como palinologista colaborou com entidades apícolas e com os Serviços de Pneumologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, tendo sido distinguidos dois dos trabalhos que elaborou em colaboração com o corpo clínico desta Faculdade com o 1º Prémio da Sociedade Portuguesa de Patologia Respiratória («Boehringer Ingelheim S.P.P.R., 1979»), pelo trabalho de colaboração «Pólens e Polinose na Região Centro de Portugal) e o 1º Prémio Anual SPAIC/UCB-STALLERGENES 1994, pelo trabalho de colaboração "HLA e Alergia — Aplicação ao estudo da Parietaria lusitanica ".

Como ambientalista é muito conhecido pela defesa intransigente do Meio Ambiente, sendo membro activo de várias Associações e Comissões nacionais e estrangeiras. A sua atividade em defesa do Meio Ambiente foi distinguida, em 1993, com o Prémio “Nacional” da Quercus (Associação Nacional de Conservação da Natureza); em 2005, com o Prémio “Carreira” da Confederação Nacional das Associações de Defesa do Ambiente; em 2005, com o Prémio “Amigos do Prosepe” pelo Prosepe (Projeto de Sensibilização da População Escolar) e em 2001 e 2002, com as menções honrosas dos respetivos Prémios Nacionais do Ambiente “Fernando Pereira” conferidas pela Confederação Nacional das Associações de Defesa do Ambiente.
Publicou já mais de cinco centenas de trabalhos sobre fitotaxonomia, palinologia e ambiente, sendo dos mais relevantes, a monografia (Polygalarum africanarum et madagascaiensum prodromus atque gerontogaei generis Heterosamara Kuntze, a genere Polygala L. segregati et a nobis denuo recepti, synopsis monographica in Fontqueria 50: I-VI; 1-346, tab. 1-52; 1998) com 62 novidades fitotaxonómicas e as obras de educação ambiental A Crise Ambiental - Apocalipse ou Advento de uma Nova Idade 1: 1-36; 1998 e 2: 1-187; 2000 e A Relevância do Património Natural, edição da Câmara de Leiria e Quercus em 2002 destinadas, fundamentalmente, a apoiar os professores que se preocupam com a docência da problemática ambiental. Apresentou variadas comunicações e proferiu diversas conferências em reuniões científicas, congressos, simpósios ou ações pedagógicas (mais de 1 milhar).
   

 

 

"Medalha de Ouro da Cidade" atribuída a Jorge Paiva

   

 
 

Ontem, dia 4 de julho de 2023, feriado municipal em Coimbra, foram homenageados pelo município várias personalidades. A distinção maior, a Medalha de Ouro da Cidade, foi atribuída a Jorge Paiva, docente e investigador aposentado do DCV. O elogio do biólogo coube ao vice-presidente da câmara, Francisco Veiga, também na foto.

 

 in DCV - UC


quinta-feira, setembro 07, 2023

Buffon nasceu há 316 anos

   
Georges-Louis Leclerc, conde de Buffon (Montbard, 7 de setembro de 1707 - Paris, 16 de abril de 1788) foi um naturalista, matemático e escritor francês. As suas teorias influenciaram duas gerações de naturalistas, entre os quais se contam Jean-Baptiste de Lamarck e Charles Darwin. A localidade de Buffon, na Côte-d'Or, foi o senhorio da família Leclerc.
Nasceu em Montbard, Côte-d'Or. O seu pai, Benjamin Leclerc, era o senhor de Dijon e Montbard. Frequentou o Colégio dos Jesuítas a partir da idade de dez e, em seguida, a Universidade de Angers. Começou por estudar Direito, mas logo começou a concentrar os seus interesses em matemática e ciências. Foi forçado a sair mais tarde da universidade, após se envolver num duelo, e a se lançar numa grande viagem pela Suíça, Itália e Inglaterra, na companhia do jovem Lorde Kingston. Em 1732, herdou uma considerável quantia em dinheiro que lhe possibilitou dedicar-se aos seus estudos científicos, retornando quando o novo casamento do seu pai ameaçou sua herança.
Produziu uma grande obra com 44 volumes - História Natural - (a sua meta eram 50 volumes). Nela se retrata um estudo comparativo das ciências, analisando os reinos animais, vegetal e humano, sob descrição científicas e considerações filosóficas, que o fez tão popular quanto Voltaire e Rousseau. Em 1776 o conde de Buffon disse que os animais precedem de outros animais.
Foi precursor de Lamarck e Darwin, com suas conceções filosóficas e o estudo das espécies, que foram ótimos pontos de partida para o progresso da biologia. É considerado um dos maiores biólogos do seu tempo, Buffon, segundo Darwin, foi um dos primeiros a estudar cientificamente a origem das espécies.
Georges-Louis Leclerc mudou-se para Paris, onde conheceu Voltaire e outros intelectuais. Ingressou na Academia Francesa de Ciências com 27 anos (1733). Tornou-se o encarregado do Jardin du Roi (depois Jardin des Plantes), em Paris, a partir de 1739, reunindo espécimes zoológicos e botânicos. Durante o seu período no cargo converteu o jardim real em museu e em centro de pesquisa, e o parque foi consideravelmente ampliado, com a plantação de muitas árvores e plantas de todo o mundo.
Na matemática, Georges de Buffon propôs o método estatístico, hoje reconhecido como um dos métodos de Método de Monte Carlo, para o cálculo de \pi. Tal método é conhecido como Agulha de Buffon, proposto pelo mesmo no século XVIII.
Foi o primeiro cientista a formular a teoria catastrófica para a formação do sistema solar; segundo ele, os planetas existentes teriam sido formados à custa de matéria separada do Sol, devido a uma colisão desta estrela com um cometa.
Na sua primeira publicação, com repercussões profundas no conhecimento de então, Épocas da Natureza, descreveu as suas ideias profundas sobre a formação do globo terrestre. Publicou o seu célebre livro História Natural (44 volumes) entre 1749 e 1789, e, postumamente, foi ainda publicada a História Natural dos Minerais (1789).
   

quinta-feira, agosto 31, 2023

Bougainville morreu há 212 anos...

Louis Antoine de Bougainville (Paris, 11 de Novembro de 1729 - Paris, 31 de Agosto de 1811) foi um oficial, navegador e escritor francês.
Recebeu o título de conde em 1808.
Na juventude estudou direito, mas logo abandonou a profissão. Em 1753 entrou no exército, no corpo dos mosqueteiros. Com 25 anos, publicou um tratado de cálculo integral como suplemento do tratado de De l'Hôpital, Des infiniment petits.
Em 12 de outubro de 1754 foi enviado a Londres como secretário da embaixada da França e tornou-se membro da Royal Society.
Primeiro ajudante (aide de camps) de Montcalm em 1756, ao lado do qual combateu em 1759, tornou-se capitão de fragata em 1753 e tentou em vão colonizar as ilhas Malvinas (1763-1765).
"Participou ativamente da guerra franco-inglesa no Canadá", diz a "Brasiliana da Biblioteca Nacional", pg 49, "e realizou três viagens às Malvinas, com interesse de transportar os colonos canadianos para as ilhas. Mesmo com as enormes perdas da guerra, procurou convencer o governo francês a reforçar as frotas naval e mercantil, com a finalidade de alargar e recuperar o império francês. Nos mares do sul, segundo o militar viajante, os franceses encontrariam as especiarias, o ouro e produtos tropicais perdidos para os ingleses. Os novos territórios forneceriam ainda elementos preciosos para a História Natural".
Em 1766 Bougainville recebeu de Luís XV de França a missão de navegar ao redor do globo em uma expedição com um naturalista, cartógrafo e astrónomo. Tornou-se o 14° navegador da história, e o primeiro francês a conseguir o feito: a realização dessa volta ao mundo revigorou o prestígio da França após suas humilhantes derrotas durante a Guerra dos sete anos.
Bougainville zarpou em 1766 com dois navios, La Boudeuse e L'Etoile. Esteve no Rio de Janeiro em 1767 e reuniu dados sobre as fortificações, administração e comércio. "Se inicialmente recebera boa acolhimento das autoridades locais, incidentes no sul, envolvendo portugueses e espanhóis, provocaram mudança na atitude do vice-rei em relação aos franceses", segundo conta Maria Fernanda Bicalho. Ele e os seus oficiais foram proibidos de permanecer nos arredores da cidade, inviabilizando a coleta de espécies vegetais pelo naturalista Philibert Commerson, célebre por suas ideias conservacionistas. Em seu álbum Pitoresco, entretanto, retrata os principais monumentos naturais e artificiais e o aspeto geral das cidades e populações: a prancha 34, por exemplo, reproduz a "Cascade de la Grande Tijuca, près Rio-Janeiro", que é hoje chamada a cascatinha da Tijuca, no Parque do Açude, Alto da Boa Vista.
Visitou a ilha do Taiti em abril de 1768 e por pouco perdeu a oportunidade de se tornar o seu descobridor, desconhecendo a visita anterior de Samuel Wallis, no HMS Dolphin, menos de um ano antes. Em março de 1769, a expedição completou sua circum-navegação e chegou em Saint-Malo, com a perda de somente sete dos 200 homens que compunham a tripulação, facto excecional naquela época, e um crédito extra ao bom comando da expedição de Bougainville. A sua viagem foi também excecional pelo facto de ter sido a primeira a incluir uma mulher, Jeanne Baré, empregada do naturalista da expedição acima mencionado, Philibert Commerçon.
Descrevendo o Taiti no seu livro de 1771 Voyage autour du Monde, Bougainville ofereceu visão de um paraíso terrestre onde homens e mulheres viviam felizes, em completa inocência, longe da corrupção da civilização. Ele ilustrou o conceito de "nobre selvagem", e influenciou as ideias utópicas de filósofos como Jean-Jacques Rousseau antes do advento da Revolução francesa.
   

quarta-feira, agosto 23, 2023

Cuvier nasceu há 254 anos

      
Georges Cuvier (Montbéliard, 23 de agosto de 1769 - Paris, 13 de maio de 1832) foi um naturalista da primeira metade do século XIX, tendo desenvolvido métodos e programas de pesquisas para várias áreas da história natural.
   
Biografia
O seu nome verdadeiro era Jean Leopold Nicolas Fréderic Cuvier.
Procurando atingir a compreensão das leis naturais que regem o funcionamento dos seres vivos ele formulou as leis da Anatomia Comparada, que possibilitaram as reconstruções paleontológicas. A partir daí, os fósseis poderiam passar a pertencer a um sistema de classificação biológica, único, em conjunto com os organismos vivos. Através da Anatomia Comparada, Cuvier pôde comprovar que as ossadas fósseis de mamutes e mastodontes diferiam das ossadas dos elefantes viventes, asiáticos e africanos, e que portanto pertenciam a espécies distintas. Desta forma estabeleceu, definitivamente, a ocorrência do fenómeno da extinção, visto que não haveria possibilidade de que aqueles enormes quadrúpedes fossem encontrados em alguma região remota do Globo, já bem explorado naquele momento.
Foi um dos mais influentes defensores do Catastrofismo, publicando a obra de divulgação principal desta teoria: Discurso sobre as Revoluções na Superfície do Globo (1812-1825). Georges Cuvier é frequentemente referido como opositor das ideias transformistas, como por exemplo as de Lamarck e de portanto ter barrado o surgimento do evolucionismo na França.
Estudou em Stuttgart (Alemanha), durante quatro anos, até 1788, quando então foi trabalhar na Normandia como tutor em uma família da nobreza, que havia se transferido para a região de Caen durante o período crítico da Revolução Francesa. Em 1795 mudou-se para Paris e assumiu no Museu Nacional de História Natural (França), as funções de assistente de Jean-Claude Mertrud. Em 1796 foi eleito membro do Institut de France, e em 1800 começou a lecionar no Collège de France. Com a morte de Mertrud em 1802, tornou-se titular da cadeira de Anatomia Animal, no Museu de Paris. Nesta instituição empreendeu uma profusão de estudos comparativos que resultaram no reconhecimento de seus métodos, pela comunidade científica da época, a qual viria a aderir ao seu programa científico para o estudo dos fósseis.
Cuvier defendia a ideia de que os organismos eram formados de partes complexas interrelacionadas, que não podiam ser alteradas sem que o todo perdesse a sua harmonia. Não acreditava na Teoria da Evolução Orgânica, pois, para ele, as modificações necessárias para tal fenómeno ocorrer, seriam inviáveis, de acordo com as leis da Anatomia Comparada. Para refutar as ideias transformistas, comparou gatos e ibis mumificados, trazidos pela expedição de Napoleão Bonaparte ao Egito, concluindo que não apresentavam diferenças anatómicas com os representantes atuais, mesmo com o decorrer de milhares de anos. Em sua época, acreditava-se que a Terra teria a idade de alguns milénios, apenas.
Além de sua eminência no campo das ciências, ocupou diversos cargos na Administração Pública, sendo que em 1808 foi nomeado, pelo Imperador Napoleão Bonaparte, Inspetor-Geral da Educação, cargo com o qual promoveu a reforma no sistema de ensino francês, a qual vigora até os dias de hoje. Nos últimos dias de sua vida, Cuvier combateu as ideias de Geoffroy Saint-Hilaire sobre a unidade de composição orgânica, numa polémica, acompanhada pelo público através de jornais e revistas da época. Morreu durante uma epidemia de cólera, que assolou Paris, porém a causa foi um acidente vascular cerebral. Foi sepultado no Cemitério do Père-Lachaise, em Paris.
  

terça-feira, agosto 01, 2023

Lamarck nasceu há 279 anos

  
Jean-Baptiste Pierre Antoine de Monet, Chevalier de Lamarck (Bazentin, 1 de agosto de 1744 - Paris, 28 de dezembro de 1829) foi um naturalista francês que desenvolveu a teoria dos caracteres adquiridos, uma teoria da evolução agora desacreditada. Lamarck personificou as ideias pré-darwinistas sobre a evolução. Foi ele que, de facto, introduziu o termo biologia.
Originário da baixa nobreza (daí o título de 'chevalier'), Lamarck pertenceu ao exército, interessou-se por história natural e escreveu uma obra de vários volumes sobre a flora da França. Isto chamou a atenção do Conde de Buffon que o indicou para o Museu de História Natural de Paris. Depois de ter trabalhado durante vários anos com plantas, Lamarck foi nomeado curador dos invertebrados (mais um termo introduzido por ele), e começou uma série de conferências públicas. Antes de 1800, ele era um essencialista que acreditava que as espécies eram imutáveis. Mas graças ao seu trabalho sobre os moluscos da Bacia de Paris, ficou convencido da transmutação das espécies ao longo do tempo, e desenvolveu a sua teoria da evolução (apresentada ao público em 1809 na sua Philosophie Zoologique).

 

 

segunda-feira, maio 08, 2023

David Attenborough nasceu há 97 anos


Sir David Frederick Attenborough (Londres, 8 de maio de 1926) é um naturalista e apresentador britânico.

A sua carreira representa a voz e a face dos programas sobre História Natural nos últimos 57 anos. O seus inúmeros trabalhos foram feitos para a rede britânica de televisão BBC, da qual foi diretor de 1965 a 1972.
   

 

sábado, maio 06, 2023

Alexander von Humboldt morreu há 164 anos


Friedrich Heinrich Alexander, o barão de Humboldt (Berlim, 14 de setembro de 1769 - Berlim, 6 de maio de 1859), mais conhecido como Alexander von Humboldt, foi um geógrafo, naturalista e explorador alemão. Foi o irmão mais jovem do ministro e linguista prussiano Wilhelm von Humboldt
    
(...)   
    
Ele lançou as bases da geografia física e da geofísica, nomeadamente da sismologia. Ele demonstra que não pode haver conhecimento sem experimentação verificável.
 
  
in Wikipédia

domingo, março 26, 2023

James Hutton, fundador da moderna Geologia, morreu há 226 anos

     
James Hutton (Edimburgo, 14 de junho de 1726 - Edimburgo, 26 de março de 1797) foi um geólogo, químico e naturalista escocês, conhecido por ser o pai do uniformitarismo e do plutonismo. Pelo seu trabalho pioneiro, na interpretação dos processos geológicos, é considerado como o pai da Geologia moderna.
    

terça-feira, março 14, 2023

Félix Rodríguez de la Fuente nasceu há 95 anos...

      
Félix Samuel Rodríguez de la Fuente (Poza de la Sal, Burgos; 14 de marzo de 1928 - Shaktoolik, Alaska; 14 de marzo de 1980) fue un naturalista y divulgador ambientalista español, defensor de la naturaleza, y realizador de documentales para radio y televisión, destacando entre ellos la exitosa e influyente serie El hombre y la Tierra (1974-1980). Licenciado en medicina por la Universidad de Valladolid y autodidacta en biología, fue un personaje polifacético de gran carisma cuya influencia ha perdurado a pesar del paso de los años.​ Su saber abarcó campos como la cetrería y la etología, destacando en el estudio y convivencia con lobos. Casado con Marcelle Geneviève Parmentier Lepied.
Ejerció además como expedicionario, guía de safaris fotográficos en África, conferenciante y escritor. Contribuyó en gran medida a la concienciación ecológica de España en una época en la que el país todavía no contaba con un movimiento de defensa de la naturaleza. Su repercusión no fue solo a nivel nacional sino también internacional y se calcula que sus series de televisión, emitidas en numerosos países y plenamente vigentes hoy en día, han sido vistas por varios cientos de millones de personas. Murió en Alaska, Estados Unidos, junto con dos colaboradores y el piloto al accidentarse la aeronave que los transportaba mientras hacían una filmación aérea para uno de sus documentales.
  
 
  
Félix Rodríguez de la Fuente - monumento no Zoo de Madrid

sexta-feira, janeiro 27, 2023

O naturalista Audubon morreu há 172 anos

   
John James Audubon (Les Cayes, 26 de abril de 1785Manhattan, 27 de janeiro de 1851) foi um naturalista americano de origem francesa, especializado na ilustração científica de aves. O seu trabalho mais conhecido The Birds of America (As Aves da América em língua portuguesa) alcançou, durante a sua vida, sucesso comercial e trouxe-lhe enorme popularidade junto do público. O prestígio científico alcançado pela obra valeu-lhe elogios rasgados dos seus pares e permitiu-lhe tornar-se o segundo americano (depois de Benjamin Franklin) a ser incluido na seleta Royal Society - The Royal Society of London for the Improvement of Natural Knowledge (em português Real Sociedade de Londres para o Progresso do Conhecimento da Natureza).
Audubon nasceu em 1785 em Santo Domingo na Republica Dominicana como Jean-Jacques Fougère Audubon, filho de um capitão da marinha mercante francesa e de Mademoiselle Rabine, que morreu pouco tempo depois do seu nascimento. Quatro anos depois, o capitão regressou a França e apresentou o bastardo à família. Audubon foi criado pela mulher legítima do pai que o tratou como um filho, juntamente com a sua meia-irmã, também nascida fora do casamento. Em 1803 Audubon regressa às Américas, para fugir ao ingresso nos exércitos de Napoleão Bonaparte, e com a ajuda financeira do pai instala-se em Mill Grove, perto de Filadélfia, onde a família detinha algumas propriedades. Nestes primeiros anos, Audubon desenvolve o gosto pelo desenho de temas naturalistas, em particular das aves das suas redondezas. O seu interesse era também de ordem científica e a sua curiosidade levou-o a fazer as primeiras experiências conhecidas de anilhagem de aves migratórias, para ver que indivíduos regressavam ao mesmo local no ano seguinte.
Em Mill Grove, Audubon casou com Lucy Bakewell, filha de uns vizinhos, que lhe deu dois filhos Victor e John. Pouco tempo depois do casamento, a família muda-se para Louisville no Kentucky, onde por influência paterna Audubon era suposto dedicar-se a negócios comerciais. A experiência acabou por ser um falhanço pois, por admissão do próprio em correspondência com amigos, a vida de empresário deixava-o deprimido. Após ter perdido quase todos os investimentos e estar à beira da bancarrota, Audubon percebeu que esta não era uma vida para si e decidiu dedicar-se ao seu projecto de vida: desenhar todas as aves da América do Norte.

Estampa do The Birds of America, ilustrando o cisne-trombeteiro (Cygnus buccinator)

As Aves da América
Em nome deste sonho, Audubon percorreu os Estados Unidos da América em busca das aves que pretendia desenhar, enquanto Lucy Bakewell suportava a família como professora. A sua insistência em procurar os seus modelos na Natureza, em vez de utilizar exemplares taxidermizados em museus era então uma abordagem totalmente nova da ilustração científica. Isto não significa, porém, que Audubon fosse um ecologista: ele fazia o seu trabalho de campo acompanhado de papel e material de desenho, mas também de uma espingarda que usava para matar as aves que pretendia ilustrar. Uma vez mortas, as aves eram repostas em posição de vida com arames e então desenhadas.
Em 1826, Audubon tinha a maioria das suas estampas preparadas e começou a procurar uma editora para publicar a sua obra-prima, o livro The Birds of America. Audubon, no entanto, não encontrou nenhuma casa editorial em Nova York ou Filadélfia que quisesse arriscar o negócio, e decidiu procurar a sua sorte na Europa. Com o dinheiro poupado pela mulher, comprou uma passagem e rumou ao Velho Continente.
Audubon foi um sucesso quase imediato no Reino Unido, em parte devido à qualidade dos seus desenhos, em parte pelas suas qualidades de marketing. Para vender o The Birds of America, Audubon adoptou uma aparência propositadamente exótica, deixando crescer o cabelo e aparecendo nos salões britânicos vestido de pioneiro americano, à maneira de David Crocket. As subscrições da obra não tardaram e Audubon pode contratar uma litografia para imprimir as cerca de 200 cópias das 435 gravuras que compunham o The Birds of America. Cada uma foi vendida ao preço exorbitante de 1000 dólares americanos e entregues em volumes de 10 gravuras cada ao longo dos doze anos seguintes. O rei Jorge IV do Reino Unido foi um dos subscritores e entusiastas de Audubon, mas não foi o único. O Barão Georges Cuvier elogiou publicamente o trabalho de Audubon como um monumento à ornitologia e a Royal Academy convidou-o para se tornar membro da instituição.
  
O sucesso
Audubon regressou às Américas em 1829, com o objetivo de encontrar mais assinantes da sua obra e para fazer mais viagens, a fim de completar as gravuras que lhe faltavam. Neste período, Audubon procurou popularizar a sua obra ao editar, em 1840, uma versão mais barata do livro The Birds of America, acessível também à classe média. O sucesso da Octavo Edition foi imediato e a primeira edição esgotou rapidamente as 1200 cópias impressas.
Com os seus méritos reconhecidos e situação financeira estabilizada, Audubon comprou uma propriedade perto do rio Hudson, mas não parou de trabalhar. O seu trabalho seguinte Viviparous Quadrupeds of North America, ocupou os seus últimos anos e foi elaborado em colaboração com os seus dois filhos, John e Victor. Audubon morreu em 1851 e este livro foi publicado postumamente em 1852.
  

quinta-feira, janeiro 26, 2023

O famoso naturalista e explorador Roy Chapman Andrews nasceu há 139 anos


Roy Chapman Andrews (Beloit, Wisconsin, 26 de janeiro de 1884Carmel, Califórnia, 11 de março de 1960) foi um naturalista, zoólogo, cientista, explorador e escritor dos Estados Unidos da América.

Fez uma viagem de exploração no Alasca, em 1908, em 1911-1912 explorou o norte da Coreia. Especializou-se no estudo das baleias e outros animais aquáticos, mas foi a descoberta dos primeiros ovos e fósseis de dinossáurios na Ásia que lhe trouxeram maior fama. 

  


Obras
  • Across Mongolian Plains (Atravessando as Planícies da Mongólia), 1921
  • On the Trail of Ancient Man (Nas Pegadas do Homem Primitivo), 1926
  • The New Conquest of Central Asia (A Nova Conquista da Ásia Central), 1932
  • This Business of Exploring (Este Comércio da Exploração), 1935

 

sábado, setembro 17, 2022

Jorge Paiva faz hoje 89 anos...!

(imagem daqui)

 

Jorge Américo Rodrigues de Paiva, nascido em Cambondo (Angola), a 17 de setembro de 1933, licenciado em Ciências Biológicas pela Universidade de Coimbra e doutorado em Biologia pelo Departamento de Recursos Naturais e Medio Ambiente da Universidade de Vigo (Espanha), aposentado, tendo sido investigador principal no Departamento de Botânica da Universidade de Coimbra, onde lecionou algumas disciplinas, tendo também lecionado, como professor convidado, na Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, nos Departamentos de Biologia das Universidades de Aveiro e da Madeira, na licenciatura de Arquitetura Paisagista da Universidade Vasco da Gama de Coimbra, no Departamento de Engenharia do Ambiente do Instituto Superior de Tecnologia de Viseu e no Departamento de Recursos Naturais e Medio Ambiente da Universidade de Vigo (Espanha).


Como bolseiro do Instituto Nacional de Investigação Científica (INIC) trabalhou durante três anos em Londres nos Jardins de Kew e na Secção de História Natural do Museu Britânico. Como fitotaxonomista tem percorrido a Europa, particularmente a Península Ibérica, Ilhas Macaronésicas, África, América do Sul e Ásia, tendo também já visitado a Austrália.

Pertenceu à Comissão Editorial e Redatorial da Flora Ibérica (Portugal e Espanha) e da Flora de Cabo Verde, assim como de algumas revistas científicas. Tem sido colaborador (estudo de alguns grupos de plantas superiores) de algumas floras africanas, como a Flora Zambesiaca (Moçambique, Malawi, Zimbabwe, Zambia e Botswana) e a Flora of Tropical East Africa (Quénia, Tanzania e Uganda). Assim, tem integrado grupos internacionais de investigadores em estudos e colheitas de material de campo, não só na Península Ibérica, como também em países africanos (Moçambique, Quénia, Seychelles, Tanzania, Zimbabwe, Angola, Cabo Verde e S. Tomé e Príncipe), asiáticos (Timor, Tailandia e Vietname) e americanos (Brasil e Paraguai).

Dos trabalhos de taxonomia em que colaborou como co-autor, o Catalogue des Plantes Vasculaires du Nord du Maroc (1008 páginas em 2 volumes), foi galardoado pela OPTIMA (Organization for the Phyto-Taxonomic Investigation of the Mediterranean Area) com a Medalha de Prata, como o melhor trabalho sobre Flora Mediterrânica publicado em 2003.

Como palinologista colaborou com entidades apícolas e com os Serviços de Pneumologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, tendo sido distinguidos dois dos trabalhos que elaborou em colaboração com o corpo clínico desta Faculdade com o 1º Prémio da Sociedade Portuguesa de Patologia Respiratória («Boehringer Ingelheim S.P.P.R., 1979»), pelo trabalho de colaboração «Pólens e Polinose na Região Centro de Portugal) e o 1º Prémio Anual SPAIC/UCB-STALLERGENES 1994, pelo trabalho de colaboração "HLA e Alergia — Aplicação ao estudo da Parietaria lusitanica ".

Como ambientalista é muito conhecido pela defesa intransigente do Meio Ambiente, sendo membro activo de várias Associações e Comissões nacionais e estrangeiras. A sua atividade em defesa do Meio Ambiente foi distinguida, em 1993, com o Prémio “Nacional” da Quercus (Associação Nacional de Conservação da Natureza); em 2005, com o Prémio “Carreira” da Confederação Nacional das Associações de Defesa do Ambiente; em 2005, com o Prémio “Amigos do Prosepe” pelo Prosepe (Projeto de Sensibilização da População Escolar) e em 2001 e 2002, com as menções honrosas dos respetivos Prémios Nacionais do Ambiente “Fernando Pereira” conferidas pela Confederação Nacional das Associações de Defesa do Ambiente.
Publicou já mais de cinco centenas de trabalhos sobre fitotaxonomia, palinologia e ambiente, sendo dos mais relevantes, a monografia (Polygalarum africanarum et madagascaiensum prodromus atque gerontogaei generis Heterosamara Kuntze, a genere Polygala L. segregati et a nobis denuo recepti, synopsis monographica in Fontqueria 50: I-VI; 1-346, tab. 1-52; 1998) com 62 novidades fitotaxonómicas e as obras de educação ambiental A Crise Ambiental - Apocalipse ou Advento de uma Nova Idade 1: 1-36; 1998 e 2: 1-187; 2000 e A Relevância do Património Natural, edição da Câmara de Leiria e Quercus em 2002 destinadas, fundamentalmente, a apoiar os professores que se preocupam com a docência da problemática ambiental. Apresentou variadas comunicações e proferiu diversas conferências em reuniões científicas, congressos, simpósios ou ações pedagógicas (mais de 1 milhar).
   

 

quarta-feira, setembro 07, 2022

Buffon nasceu há 315 anos

   
Georges-Louis Leclerc, conde de Buffon (Montbard, 7 de setembro de 1707 - Paris, 16 de abril de 1788) foi um naturalista, matemático e escritor francês. As suas teorias influenciaram duas gerações de naturalistas, entre os quais se contam Jean-Baptiste de Lamarck e Charles Darwin. A localidade de Buffon, na Côte-d'Or, foi o senhorio da família Leclerc.
Nasceu em Montbard, Côte-d'Or. O seu pai, Benjamin Leclerc, era o senhor de Dijon e Montbard. Frequentou o Colégio dos Jesuítas a partir da idade de dez e, em seguida, a Universidade de Angers. Começou por estudar Direito, mas logo começou a concentrar os seus interesses em matemática e ciências. Foi forçado a sair mais tarde da universidade, após se envolver num duelo, e a se lançar numa grande viagem pela Suíça, Itália e Inglaterra, na companhia do jovem Lorde Kingston. Em 1732, herdou uma considerável quantia em dinheiro que lhe possibilitou dedicar-se aos seus estudos científicos, retornando quando o novo casamento do seu pai ameaçou sua herança.
Produziu uma grande obra com 44 volumes - História Natural - (a sua meta eram 50 volumes). Nela se retrata um estudo comparativo das ciências, analisando os reinos animais, vegetal e humano, sob descrição científicas e considerações filosóficas, que o fez tão popular quanto Voltaire e Rousseau. Em 1776 o conde de Buffon disse que os animais precedem de outros animais.
Foi precursor de Lamarck e Darwin, com suas conceções filosóficas e o estudo das espécies, que foram ótimos pontos de partida para o progresso da biologia. É considerado um dos maiores biólogos do seu tempo, Buffon, segundo Darwin, foi um dos primeiros a estudar cientificamente a origem das espécies.
Georges-Louis Leclerc mudou-se para Paris, onde conheceu Voltaire e outros intelectuais. Ingressou na Academia Francesa de Ciências com 27 anos (1733). Tornou-se o encarregado do Jardin du Roi (depois Jardin des Plantes), em Paris, a partir de 1739, reunindo espécimes zoológicos e botânicos. Durante o seu período no cargo converteu o jardim real em museu e em centro de pesquisa, e o parque foi consideravelmente ampliado, com a plantação de muitas árvores e plantas de todo o mundo.
Na matemática, Georges de Buffon propôs o método estatístico, hoje reconhecido como um dos métodos de Método de Monte Carlo, para o cálculo de \pi. Tal método é conhecido como Agulha de Buffon, proposto pelo mesmo no século XVIII.
Foi o primeiro cientista a formular a teoria catastrófica para a formação do sistema solar; segundo ele, os planetas existentes teriam sido formados à custa de matéria separada do Sol, devido a uma colisão desta estrela com um cometa.
Na sua primeira publicação, com repercussões profundas no conhecimento de então, Épocas da Natureza, descreveu as suas ideias profundas sobre a formação do globo terrestre. Publicou o seu célebre livro História Natural (44 volumes) entre 1749 e 1789, e, postumamente, foi ainda publicada a História Natural dos Minerais (1789).
   

quarta-feira, agosto 31, 2022

Bougainville morreu há 211 anos

  
Louis Antoine de Bougainville (Paris, 11 de Novembro de 1729 - Paris, 31 de Agosto de 1811) foi um oficial, navegador e escritor francês.
Recebeu o título de conde em 1808.
Na juventude estudou direito, mas logo abandonou a profissão. Em 1753 entrou no exército, no corpo dos mosqueteiros. Com 25 anos, publicou um tratado de cálculo integral como suplemento do tratado de De l'Hôpital, Des infiniment petits.
Em 12 de outubro de 1754 foi enviado a Londres como secretário da embaixada da França e tornou-se membro da Royal Society.
Primeiro ajudante (aide de camps) de Montcalm em 1756, ao lado do qual combateu em 1759, tornou-se capitão de fragata em 1753 e tentou em vão colonizar as ilhas Malvinas (1763-1765).
"Participou ativamente da guerra franco-inglesa no Canadá", diz a "Brasiliana da Biblioteca Nacional", pg 49, "e realizou três viagens às Malvinas, com interesse de transportar os colonos canadianos para as ilhas. Mesmo com as enormes perdas da guerra, procurou convencer o governo francês a reforçar as frotas naval e mercantil, com a finalidade de alargar e recuperar o império francês. Nos mares do sul, segundo o militar viajante, os franceses encontrariam as especiarias, o ouro e produtos tropicais perdidos para os ingleses. Os novos territórios forneceriam ainda elementos preciosos para a História Natural".
Em 1766 Bougainville recebeu de Luís XV de França a missão de navegar ao redor do globo em uma expedição com um naturalista, cartógrafo e astrónomo. Tornou-se o 14° navegador da história, e o primeiro francês a conseguir o feito: a realização dessa volta ao mundo revigorou o prestígio da França após suas humilhantes derrotas durante a Guerra dos sete anos.
Bougainville zarpou em 1766 com dois navios, La Boudeuse e L'Etoile. Esteve no Rio de Janeiro em 1767 e reuniu dados sobre as fortificações, administração e comércio. "Se inicialmente recebera boa acolhimento das autoridades locais, incidentes no sul, envolvendo portugueses e espanhóis, provocaram mudança na atitude do vice-rei em relação aos franceses", segundo conta Maria Fernanda Bicalho. Ele e os seus oficiais foram proibidos de permanecer nos arredores da cidade, inviabilizando a coleta de espécies vegetais pelo naturalista Philibert Commerson, célebre por suas ideias conservacionistas. Em seu álbum Pitoresco, entretanto, retrata os principais monumentos naturais e artificiais e o aspeto geral das cidades e populações: a prancha 34, por exemplo, reproduz a "Cascade de la Grande Tijuca, près Rio-Janeiro", que é hoje chamada a cascatinha da Tijuca, no Parque do Açude, Alto da Boa Vista.
Visitou a ilha do Taiti em abril de 1768 e por pouco perdeu a oportunidade de se tornar o seu descobridor, desconhecendo a visita anterior de Samuel Wallis no HMS Dolphin, menos de um ano antes. Em março de 1769, a expedição completou sua circum-navegação e chegou em Saint-Malo, com a perda de somente sete dos 200 homens que compunham a tripulação, fato excecional naquela época, e um crédito extra ao bom comando da expedição de Bougainville. A sua viagem foi também excecional pelo facto de ter sido a primeira a incluir uma mulher, Jeanne Baré, empregada do naturalista da expedição acima mencionado, Philibert Commerçon.
Descrevendo o Taiti no seu livro de 1771 Voyage autour du Monde, Bougainville ofereceu visão de um paraíso terrestre onde homens e mulheres viviam felizes, em completa inocência, longe da corrupção da civilização. Ele ilustrou o conceito de "nobre selvagem", e influenciou as ideias utópicas de filósofos como Jean-Jacques Rousseau antes do advento da Revolução francesa.