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sexta-feira, dezembro 19, 2025

Lady Sovereign faz hoje quarenta anos

   
 
Louise Amanda Harman (Wembley, Londres, 19 de dezembro, 1985), conhecida como Lady Sovereign, é uma rapper inglesa.
 

Filha de Lynette Allred e Aden Harman, Louise Amanda Harman tem outros dois irmãos Cloe (mais velha) e Richie (mais novo).

Sovereign foi criada em Chalkhill Estate, localizado no noroeste de Londres, em um conjunto habitacional conhecido por sua criminalidade. Apesar de crescer em um ambiente propicio à criminalidade, Sovereign se focou na união e amizade encontrada na comunidade de Chalkhill, tornando-se famosa, popularidade essa que mesmo jovem já tinha credibilidade de sobra em sua comunidade. Influenciada pelos álbuns do Salt-N-Pepa da sua mãe, Sovereign começou a escrever os seus próprios raps aos 14 anos. O início de sua carreira pode-se dizer que começou com a internet, onde sempre postava suas letras no fórum dos fãs do grupo So Solid Crew, em sua rimas contava sempre histórias sobre Chalkhill. Foi neste mesmo fórum que conheceu Frampster, que logo se tornou seu amigo, e posteriormente, seu DJ oficial.

Louise começou a postar suas músicas e fotos em vários sites. Não teve sucesso, o máximo que recebia eram críticas do tipo: "Você é branca. Você é uma garota. Você é britânica. Você é uma porcaria." Surgia então Lady Sovereign.

Aos 16 anos de idade, desistiu da escola e conseguiu um trabalho em uma série da MTV sobre a vida de um MC em ascendência que também desistiu da escola (Preston Manor). Ela convenceu os produtores que poderia fazer a banda sonora para a série. As demos chegaram nas mãos do produtor musical Medasyn. Ele a convidou para gravar com Frost P, Zuz Rock e Shystie para uma batalha de estilo livre entre MCs, homens contra mulheres, intitulada "The Battle" ("A Batalha"). Foi lançado em 2003 pela Casual Records. Por fim, todos os artistas que fizeram parte do projeto "The Battle" foram convidados a assinar com uma gravadora, incluindo Lady Sovereign. 

 

"The Battle" iniciou uma sequência de singles que colocariam Sovereign nos holofotes. Enquanto "A Little Bit of Shhh!", "Random", "9 to 5" e "Ch Ching" estavam vendendo bem, versões "freestyle" somente para a Internet, como "Tango" e "Cheeky" estavam se tornando igualmente populares entre os amantes do rap. Em 2005, começou aparecendo na compilação de rap Run the Road - tanto como artista solo como em conjunto com The Streets - então juntou alguns singles e lançou EPVertically Challenged pela Chocolate Industries.

Encerrou o ano se encontrando com a estrelas do hip-hop de várias gravadoras. Jay-Z pediu para Sovereign um freestyle antes de oferecer a ela uma contrato com a Def Jam. Jay-Z e Usher ficaram impressionados com o talento da jovem rapper. Com o single "Hoodie" liderando as paradas, Lady Sovereign lançou seu primeiro álbum completo, Public Warning, pela Def Jam, em 2006. Quando o grupo The Ordinary Boys lançou o single "Boys Will Be Boys", Lady Sovereign trouxe um remix de resposta, com a música e coro do original, mas com vocais quase todos seus na música "girls will be girls". Em maio de 2006, participou do single dos Ordinary Boys, "Nine2Five", uma versão remixada da sua própria música "9 to 5", com os créditos como "The Ordinary Boys vs Lady Sovereign." "Nine2Five" começou como número 38 no top 40 britânico enquanto era somente um single para download e pulou para o 6° quando ficou disponível em CD e vinil durante a semana seguinte, em 22 de maio de 2006. Essa foi a sua posição mais alta nas paradas até hoje e ajudou a atrair atenção dos media para Lady Sovereign.

Lady Sovereign participou como anfitriã e porta-voz para o Adult Swim e para a Chocolate Industries, do programa Chocolate Swim.

Em 31 de outubro de 2006, o seu álbum de estreia, Public Warning, foi lançado, contendo "Random", "9 to 5", "Hoodie" e seu novo single, "Love Me or Hate Me", que foi lançado no mesmo dia.

Em 1 de agosto de 2006, o novo single de Lady Sovereign, "Love Me or Hate Me", uma colaboração com o produtor americano Dr. Luke, foi ao ar pelas rádios pela primeira vez na América do Norte, na Flow 93.5, no Canadá. A harmonia na música faz referência à música "I Can't Dance", da banda Genesis. Ela também é conhecida por "anã" (sua altura é de 1,55 m). Ela costuma responder: "Aqui fala oficialmente a maior anã do rap". Começou uma tour americana em 23 de outubro de 2006 e logo apareceu ao vivo no Late Show with David Letterman.

No final de 2006, "Love Me or Hate Me" tocou num comercial da Verizon Wireless, para o LG Chocolate. Ela também aparece na banda sonora do jogo Need for Speed: Carbon, e também é a música tema para o show The Bad Girls Club. "9 to 5" também aparece em The Bad Girls Club e também está entre as dezenas de músicas que fazem a banda sonora da versão para o Xbox360, do jogo da EA Sports, FIFA World Cup, lançado em 2006 e na banda sonora de Ugly Betty. "Random" aparece na banda sonora de Midnight Club 3: DUB Edition Remix. Em 17 de outubro de 2006 "Love Me or Hate Me" tornou-se o primeiro vídeo feito por um artista britânico a alcançar o número 1 no programa Total Request Live, na sua versão original, americana. Ela gravou uma faixa para o novo álbum do The O.C., Music From The O.C. Mix 6 "Covering Our Tracks", onde ela canta "Pretty Vacant", do Sex Pistols.

Lady abriu os shows da última turnê da Gwen Stefani, The Sweet Escape Tour, em 2007.

Ao contrário de muitos artistas britânicos que cantam ou fazem rap com sotaque americano, Sovereign faz seus raps com um sotaque vindo da classe trabalhadora de Londres. Ela constantemente tira sarro dos seus colegas por tentarem soar como americanos nos seus trabalhos ("Some English MCs get it twisted/start sayin' 'cookies' instead of 'biscuits'." ["Alguns MCs britânicos se confundem/começam a dizer 'cookies' ao invés de 'biscuits'."]

Enquanto estava se apresentando no Studio B em Brooklyn, Nova York, Lady Sovereign disse à plateia que ela estava passando por problemas com dinheiro e batalhando contra a depressão, antes de sair do palco. Contudo, numa performance seguinte no Avalon, em Los Angeles, ela completou seu set sem incidentes. Mais tarde, disse que foi simplesmente um dia ruim, e que ela é somente humana.

A rapper é homossexual. 

 
 

quarta-feira, dezembro 17, 2025

Marguerite Yourcenar morreu há trinta e oito anos...

     
Marguerite Yourcenar, pseudónimo de Marguerite Antoinette Jeanne Marie Ghislaine Cleenewerck de Crayencour (Yourcenar é um anagrama de Crayencour) (Bruxelas, 8 de junho de 1903 - Mount Desert Island, 17 de dezembro de 1987), foi uma escritora francesa.

Marguerite Yourcenar foi educada em casa e de maneira excecional: lia Jean Racine com oito anos de idade e o seu pai ensinou-lhe latim aos oito anos e grego aos doze.
Em 1929, publicou o seu primeiro romance, Alexis ou o Tratado do Vão Combate (Alexis ou le traité du vain combat) inspirado em André Gide, escrito num estilo preciso, frio e clássico. Trata-se de de uma longa carta em que um homem, músico de renome, confessa à sua esposa a sua homossexualidade e a sua decisão de a deixar. Após a morte de seu pai, em 1929, (depois de ter lido o primeiro romance de sua filha), Marguerite Yourcenar levou uma vida boémia entre Paris, Lausana, Atenas, as ilhas gregas, Constantinopla e Bruxelas. Nesta época, Marguerite Yourcenar apaixonou-se pelo escritor e editor André Fraigneau.
Na década de 30 escreveu Fogos (1936), composto por textos com inspirações mitológicas ou religiosas, em que a autora trata de diversas formas o tema do desespero amoroso e dos sofrimentos sentimentais, tema retomado mais tarde em Le Coup de grâce (1939), romance curto sobre um triângulo amoroso durante a guerra russo-polaca de 1920. Em 1939, ela publicou Contos Orientais, com histórias que fazem referência às suas viagens. Naquele mesmo ano, dez anos depois da morte do seu pai e com a Europa conturbada pela proximidade da Segunda Guerra Mundial, mudou-se para os Estados Unidos, onde passou o resto de sua vida, obtendo a cidadania norte-americana em 1947 e ensinando literatura francesa até 1949. Até 1979, Yourcenar morou com Grace Frick, professora de literatura britânica em Nova Iorque.
As suas Mémoires d´Hadrien (Memórias de Adriano), de 1951, tornaram-na internacionalmente conhecida. Este sucesso seria confirmado com L'Œuvre au Noir (A Obra ao Negro, 1968), uma biografia de um herói do século XVI, chamado Zénon, atraído pelo hermetismo e a ciência. Publicou ainda poemas, ensaios (Sous bénéfice d'inventaire, 1978) e memórias (Archives du Nord, 1977), manifestando uma atração pela Grécia e pelo misticismo oriental patente em trabalhos como Mishima ou La vision du vide (1981) e Comme l´eau qui coule (1982).
Marguerite Yourcenar foi a primeira mulher eleita da Academia Francesa de Letras, em 1980, após uma campanha e apoio ativo de Jean d'Ormesson, que escreveu o discurso da sua admissão.
  
        

domingo, dezembro 07, 2025

Hoje é dia de cantar a poesia de Ary dos Santos...

 

Desfolhada Portuguesa - Simone de Oliveira
      

Corpo de linho
Lábios de mosto
Meu corpo lindo
Meu fogo posto
Eira de milho
Luar de Agosto
Quem faz um filho
Fá-lo por gosto

É milho-rei
Milho vermelho
Cravo de carne
Bago de amor
Filho de um rei
Que sendo velho
Volta a nascer
Quando há calor

Minha palavra dita à luz do sol nascente
Meu madrigal de madrugada
Amor amor amor amor amor presente
Em cada espiga desfolhada

Minha raiz de pinho verde
Meu céu azul tocando a serra
Oh minha mágoa e minha sede
Oh mar ao sul da minha terra

É trigo loiro
É além tejo
O meu país
Neste momento
O sol o queima
O vento o beija
Seara louca em movimento

Minha palavra dita à luz do sol nascente
Meu madrigal de madrugada
Amor amor amor amor amor presente
Em cada espiga desfolhada

Olhos de amêndoa
Cisterna escura
Onde se alpendra
A desventura
Moira escondida
Moira encantada
Lenda perdida
Lenda encontrada

Oh minha terra
Minha aventura
Casca de noz
Desamparada
Oh minha terra
Minha lonjura
Por mim perdida
Por mim achada

Minha palavra dita à luz do sol nascente
Meu madrigal
De madrugada
Amor amor, amor amor, amor presente
Em cada espiga desfolhada

sexta-feira, dezembro 05, 2025

Ângela Rô Rô nasceu há 76 anos...

   

Ângela Maria Diniz Gonsalves, mais conhecida como Ângela Ro Ro (Rio de Janeiro, 5 de dezembro de 1949 – Rio de Janeiro, 8 de setembro de 2025), foi uma cantora, compositora e pianista brasileira. Ângela Ro Ro foi considerada pela revista Rolling Stone a trigésima terceira maior voz da música brasileira.

O apelido "Ro Ro" foi dado na infância por meninos do seu bairro devido a sua voz rouca.

A alcunha Rô Rô vem da risada grave e rouca; características que fazem também o diferencial da voz; um pronunciado sotaque carioca, caracterizado pela acentuação da vogal "a" muitas vezes encavalada na consoante "r", de maneira rasgada e aberta; a fala rápida e atropelada acentua essas características.
      
(...)
       
Grandes sucessos
Compositora de talento e êxito, Ângela Rô Rô ao longo de seus mais de trinta anos de carreira, gravou mais de 100 canções de sua autoria. Várias delas alcançaram grande sucesso, entrando para o hall dos clássicos da MPB. Nestes trinta anos de carreira, celebrizaram-se as canções - Amor, Meu Grande Amor, Gota de Sangue, Tola Foi Você, Não Há Cabeça, Me Acalmo Danando, Agito e Uso, Mares da Espanha, Só Nos Resta Viver, Renúncia, Came e Case, Querem Nos Matar, Fogueira, Gata, Moleque, Ninfa, A Vida é Mesmo Assim, O Cinema, a Princesa, e o Mar, Viciei em Você, Compasso e Outono (todas de sua autoria). E mais: Bárbara (Chico Buarque e Ruy Guerra), Fica Comigo Esta Noite (Adelino Moreira e Nelson Gonçalves), Escândalo (Caetano Veloso), Simples Carinho (João Donato e Abel Silva), Demais (Tom Jobim e Aloysio de Oliveira), Você Não Sabe Amar (Carlos Guinle, Dorival Caymmi e Hugo Lima), Sempre Uma Dose a Mais (Bernardo Vilhena e Lobão), Joana Francesa (Chico Buarque) e Gota D'Água (Chico Buarque).
   
(...)   
   

Entre 2020 e 2021, com a pandemia da Covid-19, chegou a pedir ajuda financeira em suas redes sociais e agendou lives na internet para arrecadar dinheiro.

Entre abril e maio de 2023, cancelou shows por motivos de saúde.

Em setembro de 2023, participa do show da cantora Letrux no Coala Festival, realizado no Memorial da América Latina, em São Paulo.

Em 11 e 12 de novembro de 2023, participa do show de Caetano Veloso que celebra o culto do álbum Transa, na Arena Jockey, no Rio de Janeiro.

Em 2025, foi internada em estado grave no Hospital Adventista Silvestre, no Rio de Janeiro, onde morreu em 8 de setembro após contrair uma infeção bacteriana.


  

 

 

Amor, meu grande amor  - Ângela Rô Rô


Amor, meu grande amor
Não chegue na hora marcada
Assim como as canções
Como as paixões e as palavras
 
Me veja nos seus olhos
Na minha cara lavada
Me venha sem saber
Se sou fogo ou se sou água
 
Amor, meu grande amor
Me chegue assim, bem de repente
Sem nome ou sobrenome
Sem sentir o que não sente
 
Que tudo que ofereço é meu calor, meu endereço
A vida do teu filho
Desde o fim até o começo
 
Amor, meu grande amor
Só dure o tempo que mereça
E quando me quiser
Que seja de qualquer maneira
 
Enquanto me tiver, que eu seja o último e o primeiro
E quando eu te encontrar, meu grande amor
Me reconheça
 
Que tudo que ofereço é meu calor, meu endereço
A vida do teu filho
Desde o fim até o começo
 
Amor, meu grande amor
Que eu seja o último e o primeiro
E quando eu te encontrar, meu grande amor
 
Por favor, me reconheça
Pois tudo que ofereço é meu calor, meu endereço
A vida do teu filho
Desde o fim até o começo
 
Que tudo que ofereço é meu calor, meu endereço
A vida do teu filho
Desde o fim até o começo

quarta-feira, dezembro 03, 2025

António Variações nasceu há oitenta e um anos...

Mural a António Variações na Escola de Palmeira, Braga
    
António Joaquim Rodrigues Ribeiro, conhecido por António Variações (Lugar de Pilar, Amares, 3 de dezembro de 1944 - Lisboa, 13 de junho de 1984), foi um cantor e compositor português do início dos anos 80. A sua curta discografia continuou a influenciar a música portuguesa nas décadas posteriores ao seu precoce desaparecimento, com 39 anos.
 
Busto de António Variações em Fiscal, Amares
      

Em 1984 lançou o seu segundo trabalho, intitulado Dar e Receber. Era fevereiro e, dois meses depois, a 22 de abril, Variações daria um concerto, na aldeia de Viatodos, concelho de Barcelos, durante as festas da "Isabelinha". Depois disso, aparece pela última vez em público no programa televisivo "A Festa Continua" de Júlio Isidro. Será a única interpretação no pequeno ecrã das faixas do novo disco, usando o mesmo pijama com ursinhos e coelhinhos que usou na sua primeira aparição televisiva. Variações cantou em Coimbra, na Queima das Fitas de 1984, no dia 17 de maio, na Noite da Psicologia, já gravemente doente, sendo que os seus amigos e familiares deixaram de receber notícias do cantor, que ficou hospedado por alguns dias em casa de um amigo até ter sido levado para o Hospital Pulido Valente no dia 18 de maio, devido a um problema brônquico-asmático.

Quando a Canção de Engate invadiu as rádios, já António Variações se encontrava internado no hospital. Transferido para a Clínica da Cruz Vermelha, morreu a 13 de junho, vítima de uma broncopneumonia, especula-se que provavelmente foi causada pelo VIH, mas por causa do estigma que essa doença envolvia, o mistério permanece até hoje. Foi sepultado no cemitério da terra natal, em Fiscal, Amares

  

   in Wikipédia
 

Cruzeiro Seixas nasceu há 105 anos...

(imagem daqui)
    
Cruzeiro Seixas, de nome completo Artur Manuel Rodrigues do Cruzeiro Seixas (Amadora, 3 de dezembro de 1920Lisboa, 8 de novembro de 2020), foi um "homem que pinta" (a designação de pintor aborrecia-o) e poeta português.
Cruzeiro Seixas era homossexual assumido, tendo mantido uma relação com Mário Cesariny.
  
Biografia e Obra

Frequentou a Escola António Arroio, onde fez amizade com Mário Cesariny, Marcelino Vespeira, Júlio Pomar e Fernando Azevedo.

Em meados da década de 40 aproxima-se do neorrealismo, de que se afasta quando adere aos princípios do surrealismo. Juntamente com Mário Cesariny, António Maria Lisboa, Carlos Calvet, Pedro Oom e Mário-Henrique Leiria, entre outros, integra o grupo Grupo Surrealista de Lisboa, resultante da cisão do recém formado movimento surrealista português. Participa na exposição desse grupo em 1949 (1ª exposição dos Surrealistas, Lisboa).

Em 1950 alista-se na Marinha Mercante e viaja até África, Índia e Ásia. Em 1951 fixa-se em Angola, desenvolvendo atividade no Museu de Luanda. Data desse tempo o início da sua produção poética. Realiza as primeiras exposições individuais, que levantam um acalorado movimento de opinião (a primeira de desenhos sobre a evocação de Aimé Cesaire, em 1953; a segunda principalmente de «objectos» e «colagens», 1957).

Regressa a Portugal em 1964. Em 1966 é convidado por Natália Correia a ilustrar a célebre obra "Antologia de Poesia Portuguesa Erótica e Satírica".

Recebe uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian em 1967. Nesse mesmo ano realiza uma pequena retrospetiva na Galeria Buchholz (com folha volante de Pedro Oom e prefácio de Rui Mário Gonçalves) e expõe na Galeria Divulgação, Porto. Em 1970 expõe individualmente na Galeria de S. Mamede, Lisboa, um conjunto de desenhos "de uma imagética cruel, ilustrações possíveis de Lautréamont".

Trabalha como programador nas Galerias 111 e São Mamede, Lisboa. Viaja pela Europa; entra em contacto com membros do surrealismo internacional. Radica-se no Algarve na década de 1980, trabalhando como programador de diversas galerias. Colabora em revistas internacionais ligadas ao surrealismo, a que sempre se manteve fiel.

O traço certeiro de Cruzeiro Seixas, "de limites apurados e atmosferas de vertigem […] edifica um mundo desolador em que a face onírica e literária não esconde a violência do conjunto, destruindo toda a possibilidade de quietude". Mas essa noite primordial e inquietante "soube coexistir com paisagens mais ligeiras e felizes, como algumas das pintadas nos anos de Angola, e com citações plásticas da história da arte, num jogo de grande prazer plástico, bem como com objetos dotados de flagrante poética, na sua simplicidade de materiais, de técnicas e no sobressalto imaginativo".

A 8 de junho de 2009, foi agraciado com o grau de Grande-Oficial da Antiga, Nobilíssima e Esclarecida Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, do Mérito Científico, Literário e Artístico.

Viveu os últimos tempos da sua vida na Casa do Artista, em Lisboa.

Morreu a 8 de novembro de 2020 no Hospital de Santa Maria, em Lisboa.
    
1º Estudo para futuros encontros, 1954, grafite e guache sobre papel
      
 
 
Logo que te deixo

 

Logo que te deixo
há um rio que corre ao teu lado veemente
e da outra margem
os diabos com as suas lanternas
falam da infância submersa
no além.

Daqui até à linha do horizonte
as marés embalam maternalmente os mortos
e o seu canto
arrasta as góticas catedrais até ao mar
onde flutuam e vão
com cornos de ouro
e hélices que espadanam mil diamantes.

Por toda a parte há sonhos
a empurrar outros sonhos
para o abismo.

A magia do espelho quebrado
é uma longuíssima viagem
sem regresso.

  
  

Cruzeiro Seixas

Hoje é dia de recordar Variações...

terça-feira, dezembro 02, 2025

O Senado norte-americano censurou McCarthy há setenta e um anos...

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/f/fa/Joseph_McCarthy.jpg/640px-Joseph_McCarthy.jpg

  

Joseph Raymond McCarthy (Grand Chute, Wisconsin, 14 de novembro de 1908Bethesda, Maryland, 2 de maio de 1957) foi um político norte-americano, membro inicialmente do Partido Democrata, e, mais tarde, do Partido Republicano. McCarthy foi senador do Estado de Wisconsin entre 1947 e 1957.
Nascido e criado numa quinta em Wisconsin, McCarthy graduou-se em Direito em 1935 e em 1939 foi eleito o mais jovem juiz da história do estado. Aos 33 anos, McCarthy inscreveu-se como voluntário no Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos e serviu durante a II Guerra Mundial. Em 1946 foi eleito para o Senado dos Estados Unidos e, depois de três anos sem grande destaque, em fevereiro de 1950, McCarthy subitamente destacou-se no cenário nacional ao afirmar num discurso que tinha uma lista dos "membros do Partido Comunista e dos membros de uma rede de espionagem" empregados dentro do Departamento de Estado norte-americano. Devido as tensões da Guerra Fria que alimentaram temores de subversão comunista generalizada, a declaração de McCarthy transformaram-no na figura pública mais visível. Passou a ser conhecido pelas suas declarações de que havia um grande número de comunistas, espiões soviéticos e simpatizantes dentro do governo federal norte-americano.
Nos anos subsequentes ao seu discurso de 1950, McCarthy fez acusações adicionais de infiltração comunista no Departamento de Estado, no governo do presidente Harry S. Truman, na Voz da América, e no Exército dos Estados Unidos. Ele também usou várias acusações de comunismo, simpatizantes comunistas, deslealdade ou homossexualidade para atacar um número de políticos e outras pessoas dentro e fora do governo.
Em 1954 após as audiências altamente divulgadas de McCarthy contra o Exército dos Estados Unidos, e, principalmente, após a morte do senador Lester Hunt do Wyoming, por suicídio, no mesmo ano, o apoio e a popularidade de McCarthy desapareceram. As suas táticas e a incapacidade para fundamentar as suas alegações levaram-no a ser censurado pelo Senado dos Estados Unidos. Em 2 de dezembro de 1954, numa votação de 67 a 22, o Senado votou pela censura do senador McCarthy, fazendo dele um dos poucos senadores a ser disciplinado desta forma.
Além da sua cruzada anti-comunista, McCarthy fez várias tentativas de intimidar e expulsar de cargos públicos, pessoas a quem ele acusou, ou ameaçou acusar publicamente, de homossexualidade. O ex-senador dos EUA Alan K. Simpson escreveu:
O chamado "Medo Vermelho" tem sido o foco principal da maioria dos historiadores daquele período de tempo que um elemento menos conhecido e que prejudicou muito mais pessoas, "caça às bruxas" que McCarthy e outros conduziram contra os homossexuais".
Esta "caça às bruxas" dos homossexuais, travada por McCarthy e outros, tem sido referido por alguns como o "Susto Lavanda".
McCarthy morreu aos 48 anos no Hospital Naval de Bethesda, a 2 de maio de 1957. A causa oficial da morte foi hepatite aguda, no entanto acredita-se que o mal foi causado, ou pelo menos exacerbado, pelo alcoolismo.
O termo "macartismo", criado em 1950, em referência às práticas de McCarthy, logo foi aplicado a atividades anticomunistas semelhantes. Atualmente, o termo é usado de forma mais geral, em referência às acusações demagógicas, imprudentes, e infundadas, assim como ataques públicos sobre o caráter ou patriotismo dos adversários políticos.
   

domingo, novembro 30, 2025

Oscar Wilde morreu há 125 anos...

   
Oscar Fingal O'Flahertie Wills Wilde, ou simplesmente Oscar Wilde (Dublin, Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda, atual República da Irlanda, 16 de outubro de 1854 - Paris, França, 30 de novembro de 1900) foi um influente escritor, poeta e dramaturgo britânico de origem irlandesa. Depois de escrever de diferentes formas ao longo da década de 1880, ele tornou-se um dos dramaturgos mais populares de Londres, em 1890. Hoje é lembrado pelos seus epigramas e peças e pelas circunstâncias da sua prisão, que precedeu a sua morte precoce.

 

Requiescat

 

Tread lightly, she is near
    Under the snow,
Speak gently, she can hear
    The daisies grow.

All her bright golden hair
    Tarnished with rust,
She that was young and fair
    Fallen to dust.

Lily-like, white as snow,
    She hardly knew
She was a woman, so
    Sweetly she grew.

Coffin-board, heavy stone,
    Lie on her breast,
I vex my heart alone
    She is at rest.

Peace, Peace, she cannot hear
    Lyre or sonnet,
All my life’s buried here,
    Heap earth upon it.

 

Oscar Wilde

sexta-feira, novembro 28, 2025

Ernst Rohm, o líder das SA nazis, nasceu há 138 anos

  
Ernst Röhm (ou Roehm) (Munique, 28 de novembro de 1887; Munique, prisão de Stadelheim, 2 de julho de 1934), foi um oficial alemão, co-fundador das Sturmabteilung (SA) nazis, "Tropa" ou Divisão de Assalto do Partido Nazi (NSDAP). As SA precederam a Schutzstaffel, Esquadra de Proteção do Partido Nazi. As SA eram integradas por "arruaceiros".
Segundo Gordon Williamson, "Ernst Röhm tinha real interesse no NSDAP e, de facto, aderiu ao movimento reconhecendo em Hitler as qualidades de alguém que poderia incitar as massas com a sua oratória quase hipnótica. A intenção de Ernst Röhm, contudo, nunca foi tornar-se um seguidor de Hitler, mas, em vez disso, utilizar o NSDAP para alimentar as suas próprias ambições pelo poder político e militar".
O seu rosto estava coberto de feridas, algumas adquiridas no campo de batalha; Röhm era homossexual e tal facto foi divulgado à sociedade por um jornal a partir de cartas enviadas de Röhm a possíveis amantes. O mesmo chegou a apoiar um movimento de direitos humanos, a SA era famosa por vários membros terem uma "vida sexual escandalosa", porém Hitler dizia que a mesma não era uma associação moral e sim uma "agremiação de lutadores". Foi assassinado, um dia após a Noite das Facas Longas, na cela da sua prisão em Munique, após recusar suicidar-se como forma de confessar os seus supostos planos para levar as SA ao controle do Reich. Ernst Röhm teve papel preponderante na formação das SA como o braço armado do então crescente movimento nazi. De acordo com muitos historiadores, teria sido ele o homem que induziu Hitler a seguir uma carreira política, ao ver um discurso exaltado do Führer num bar de Munique. Pela sua participação (e lealdade a Hitler) no Putsch da Cervejaria, foi posteriormente nomeado Stabschef (comandante-em-chefe) das SA, a primeira milícia nazi.
   

quarta-feira, novembro 26, 2025

Mário Cesariny morreu há dezanove anos...

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/3f/M%C3%A1rio_Cesariny.jpg

 

Mário Cesariny de Vasconcelos (Lisboa, 9 de agosto de 1923 - Lisboa, 26 de novembro de 2006) foi pintor e poeta, considerado o principal representante do surrealismo português. É de destacar também o seu trabalho de antologista, compilador e historiador (polémico) das atividades surrealistas em Portugal.

  
Mário Cesariny nasceu, por acaso, na Vila Edith, na Estrada da Damaia, em Benfica, onde os pais estavam a passar férias. Último filho (três irmãs mais velhas) de Viriato de Vasconcelos, natural de Tondela, Tondela, e de sua mulher María de las Mercedes Cesariny (de ascendência paterna corsa e materna espanhola), natural de Paris. O pai, com uma personalidade dominadora e pragmática, era empresário ourives, com loja e oficina na rua da Palma, na freguesia de Santa Justa, em plena baixa lisboeta.
Depois da escola primária, o jovem Mário frequentou durante um ano o Liceu Gil Vicente, após o que o pai (que o queria ourives) o mudou para um curso de cinzelagem na Escola de Artes Decorativas António Arroio (onde conheceu Artur do Cruzeiro Seixas e Fernando José Francisco), que completou. Depois, como não lhe agradasse o trabalho de ourives, frequentou um curso de habilitação às Belas-Artes. Também estudou música, gratuitamente, com o compositor Fernando Lopes Graça. Cesariny era um talentoso pianista, mas o pai, enfurecido, proibiu-o de continuar esses estudos. Entretanto, no final da adolescência, Cesariny e os amigos frequentam várias tertúlias nos cafés de Lisboa e descobrem o neo-realismo e depois o surrealismo.
Em 1947, Cesariny viaja até Paris onde frequenta a Académie de la Grande Chaumière e conhece André Breton, cuja influência o leva a participar na criação, no mesmo ano, do Grupo Surrealista de Lisboa, juntamente com figuras como António Pedro, José Augusto França, Cândido Costa Pinto, Vespeira, Moniz Pereira e Alexandre O´Neill, que reuniam na Pastelaria Mexicana. Este grupo surgiu como forma de protesto libertário contra o regime salazarista e contra o neo-realismo, dominado pelo Partido Comunista Português, de tendência estalinista. Mais tarde, funda o antigrupo (dissidente) Os Surrealistas do qual fazem parte entre outros os seguintes autores António Maria Lisboa, Risques Pereira, Artur do Cruzeiro Seixas, Pedro Oom, Fernando José Francisco e Mário-Henrique Leiria.
É nesta altura também que Viriato, o seu pai, abandona a família para se fixar no Brasil com uma amante. Isto faz com que Mário se aproxime mais de sua mãe e, da sua irmã Henriette.
Na década de 50, Cesariny dedica-se à pintura, mas também, e sobretudo, à poesia, que escreve nos cafés. O seu editor é Luiz Pacheco, com quem mais tarde (nos anos 70) se incompatibilizaria por completo. É também durante esse período que começa a ser incomodado e a ser vigiado pela Polícia Judiciária, por "suspeita de vagabundagem", obrigado a humilhantes apresentações e interrogatórios regulares, devido à sua homossexualidade, que vivencia diariamente, de modo franco e destemido. Só a partir de 25 de abril de 1974 deixará de ser perseguido e atormentado pela polícia.
Cesariny vivia com dificuldades financeiras, ajudado pela família. Apesar da excelência da sua escrita, esta não o sustentava financeiramente e Cesariny, a partir de meados dos anos 60, acabaria por se dedicar por inteiro à pintura, como modo de subsistência.
A partir da década de 80, a obra poética de Cesariny é reeditada pelo editor Manuel Hermínio Monteiro e redescoberta por uma nova geração de leitores.
Nos últimos anos da sua vida, Cesariny viveu com a sua irmã mais velha, Henriette (falecida em 2004). Ao contrário do que acontecia anteriormente, abriu-se aos meios de comunicação dando frequentes entrevistas e falando sobre a sua vida íntima. Em 2004, Miguel Gonçalves Mendes realizou o documentário Autografia, filme intenso e comovente onde Cesariny se expõe e revela de modo total.
Mário Cesariny morreu em 26 de novembro de 2006, às 22.30 horas, de cancro da próstata, de que sofria havia anos. Doou, em vida, o seu espólio à Fundação Cupertino de Miranda e, por testamento, deixou um milhão de euros à Casa Pia.
     
Figuras de Sopro, 1947, óleo sobre cartão

  

 
You are welcome to Elsinore
   
Entre nós e as palavras há metal fundente
entre nós e as palavras há hélices que andam
e podem dar-nos morte......violar-nos.....tirar
do mais fundo de nós o mais útil segredo
entre nós e as palavras há perfis ardentes
espaços cheios de gente de costas
altas flores venenosas.....portas por abrir
e escadas e ponteiros e crianças sentadas
à espera do seu tempo e do seu precipício
   
Ao longo da muralha que habitamos
há palavras de vida......há palavras de morte
há palavras imensas, que esperam por nós
e outras, frágeis, que deixaram de esperar
há palavras acesas como barcos
há palavras homens, palavras que guardam
o seu segredo e a sua posição
   
Entre nós e as palavras, surdamente,
as mãos e as paredes de Elsenor
E há palavras e nocturnas palavras gemidos
palavras que nos sobem ilegíveis à boca
palavras diamantes palavras nunca escritas
palavras impossíveis de escrever
por não termos connosco cordas de violinos
nem todo o sangue do mundo nem todo o amplexo do ar
e os braços dos amantes escrevem muito alto
muito além do azul onde oxidados morrem
palavras maternais só sombra só soluço
só espasmo só amor só solidão desfeita
  
Entre nós e as palavras, os emparedados
e entre nós e as palavras, o nosso dever falar
  
   
    
in
Pena Capital (1957) - Mário de Cesariny

terça-feira, novembro 25, 2025

Yukio Mishima suicidou-se há cinquenta e cinco anos...

   

Yukio Mishima (Tóquio, 14 de janeiro de 1925 - Tóquio, 25 de novembro de 1970) é o nome artístico utilizado por Kimitake Hiraoka, novelista e dramaturgo japonês mundialmente conhecido por romances como O Templo do Pavilhão Dourado e Cores Proibidas. Escreveu mais de 40 novelas, poemas, ensaios e peças modernas de teatro Kabuki e Nô.

  

Origens
Kimitake Hiraoka nasceu no dia 14 de janeiro de 1925, em Tóquio. Teve uma infância problemática marcada por eventos que mais tarde influenciariam fortemente a sua literatura. Ainda criança foi separado dos seus pais e passou a viver com a avó paterna, uma aristocrata ainda ligada à Era Tokugawa. A avó mal deixava a criança sair de sua vista, de forma que Kimitake teve uma infância isolada. Muitos biógrafos de Mishima acreditam emergir desta época seu interesse pelo Kabuki e a sua obsessão pelo tema da morte.
Aos doze anos Kimitake voltou a viver com os pais e começou a escrever suas primeiras histórias. Matriculou-se num colégio de elite em Tóquio. Seis anos depois, publicou numa revista literária um conto que posteriormente foi editado em livro. O seu pai, um funcionário burocrático do governo, era totalmente contra as suas pretensões literárias. Nessa época adotou o pseudónimo Yukio Mishima, em parte para ocultar seus trabalhos literários do conhecimento paterno. Foi recrutado pelas forças japonesas durante a Segunda Guerra Mundial, porém ficou fora das linhas de frente por motivos físicos e de saúde. Este facto tornou-se depois fator de grande remorso para Mishima que testemunhou a morte dos seus compatriotas e perdeu a oportunidade de ter uma morte heroica. Forçado pelo pai, matriculou-se na Universidade de Tóquio, onde se formou em Direito. Após a licenciatura conseguiu um emprego promissor no Ministério das Finanças. No entanto, tornou-se tão desgostoso que, por fim, convenceu o pai a aceitar a sua carreira literária. O seu pai, um sujeito rude e disciplinador, teria dito que, já que era para ser escritor, era melhor ele se tornar o melhor escritor que o Japão já viu.
  
Início da carreira literária  
Mishima tinha 24 anos quando publicou Confissões de Uma Máscara, uma história com sabores autobiográficos de um jovem talento homossexual que precisa se esconder atrás de uma máscara para evitar a sociedade. O romance acabou alcançando um tremendo sucesso literário, o que levou Mishima a tornar-se uma celebridade, seguindo-se-lhe outras publicações e traduções, de forma a ficar internacionalmente conhecido. Yukio Mishima concorreu a três Prémios Nobel de literatura, sendo o último deles concedido ao seu amigo, Yasunari Kawabata, que o introduziu nos círculos literários de Tóquio nos anos 40.
Depois da publicação de Confissões de Uma Máscara, Mishima adquire uma postura mais realista e ativa, tentando deixar para trás o jovem frágil e obsessivo. Começa a praticar artes marciais e alista-se no Exército de Auto-Defesa japonês, onde, um ano depois, forma o Tatenokai (Sociedade da Armadura), uma entidade de extrema direita, composta de jovens estudantes de artes marciais que estudavam o Bushido sob a disciplina e tutela de Mishima. Casou-se em 1958 com Yoko Sugiyama, tendo com ela um filho e uma filha. Nos últimos dez anos de sua vida, atuou como ator em filmes e co-dirigiu uma adaptação duma das suas histórias.
     
 
Tentativa de golpe de estado e seppuku
 
Em 25 de novembro de 1970, Yukio Mishima, acompanhado de 4 membros do Tatenokai tentaram forçar a  rendição do comandante do quartel general das Forças de Auto-Defesa japonesas em Tóquio. Ele realizou um discurso patriótico, na tentativa de persuadir os soldados do quartel a restituírem ao Imperador todos os seus poderes. Notando a indiferença dos soldados, Yukio Mishima cometeu seppuku, sendo assistido por Hiroyasu Koga, uma vez que Masakatsu Morita, o seu amante, falhou no momento final.
“A vida humana é finita mas eu gostaria de viver para sempre”, escreveu Mishima na manhã antes da sua morte.
Acredita-se que Mishima tenha preparado o seu suicídio  durante um ano. Segundo John Nathan, seu biógrafo, tradutor e amigo, ele teria criado este cenário apenas como pretexto para o suicídio ritual com o qual sempre sonhou. Quando morreu, Mishima tinha acabado de escrever O Mar da Fertilidade.
           

segunda-feira, novembro 24, 2025

Saudades de Freddie Mercury...

Freddie Mercury partiu há trinta e quatro anos...

(imagem daqui)

 

Freddie Mercury, nome artístico de Farrokh Bulsara (Zanzibar, 5 de setembro de 1946 - Londres, 24 de novembro de 1991), foi um cantor, pianista e compositor britânico, que ficou mundialmente famoso como vocalista da banda britânica de rock Queen, que ele integrou de 1970 até ao ano de sua morte.

Mercury, tornou-se célebre pelo seu poderoso tom de voz e suas performances energéticas, que sempre envolviam a plateia, sendo considerado pela crítica como um dos maiores artistas de todos os tempos. Como compositor, Mercury criou a maioria dos grandes sucessos dos Queen, como "We Are the Champions", "Love of my Life", "Killer Queen", "Bohemian Rhapsody", "Somebody to Love" e "Don't Stop Me Now". Além do seu trabalho na banda, Mercury também lançou vários projetos paralelos, incluindo um álbum solo, Mr. Bad Guy, em 1985, e um disco de ópera ao lado da soprano Montserrat Caballé, Barcelona, em 1988. Mercury morreu vítima de broncopneumonia, acarretada pela SIDA, em 1991, um dia depois de ter assumido a doença publicamente.
O seu trabalho com Queen ainda lhe gera reconhecimento até os dias de hoje: Mercury é citado como principal influência de muitos outros cantores e bandas. Em 2006, ele foi nomeado a maior celebridade asiática de todos os tempos, sendo também eleito o maior líder de banda da história em uma votação pública organizada pela MTV americana. Em 2008, ele ficou na décima oitava posição na lista dos "100 Maiores Cantores de Todos os Tempos" da revista Rolling Stone, e no ano seguinte, a Classic Rock nomeou-o o maior vocalista de rock and roll. Com os Queen, Mercury já vendeu mais de cento e cinquenta milhões de discos em todo o mundo.
   
      
 

quarta-feira, novembro 19, 2025

Jodie Foster nasceu há 63 anos

 
Alicia Christian Foster
, nome artístico Jodie Foster (Los Angeles, 19 de novembro de 1962), é uma premiada atriz, diretora e produtora de cinema norte-americana, vencedora de dois Óscares como melhor atriz. É formada em Literatura pela Universidade de Yale.
  
Biografia
Jodie começou a sua vida artística com anúncios de televisão para a Coppertone aos três anos de idade e, durante a infância, fez diversos papéis em séries de televisão e filmes infantis da Disney.
Aos treze anos, fazendo o papel da prostituta adolescente Íris Steensma no filme Taxi Driver, de Martin Scorsese, contracenando com Robert De Niro, Jodie alcançou fama mundial com o sucesso do filme e com uma nomeação para o Óscar de melhor atriz secundária. Poucos anos depois, a tentativa de assassinato do presidente dos Estados Unidos Ronald Reagan, baleado por um psicopata chamado John Hinckley, causar-lhe-ia um grave conflito emocional e psicológico, com a revelação feita por Hinckley de que o ato visava chamar a atenção de Jodie, por quem tinha uma obsessão amorosa e a quem seguia de longe há meses no campus da Universidade de Yale, onde ela estudava, e que havia assistido a Taxi Driver mais de quarenta vezes, apenas para vê-la na tela.
Ao contrário de atrizes jovens que tiveram grande popularidade e sucesso na infância, sem conseguir o mesmo após a transição para a vida adulta, como Shirley Temple e Tatum O'Neal, Jodie estabeleceu-se no mundo do cinema de Hollywood alcançando o primeiro grande momento como atriz adulta em 1988, ao ganhar o Óscar de melhor atriz no filme The Accused, no qual representava Sarah Tobias, jovem liberal que, violada num bar, lutava pela condenação dos acusados.
O grande momento da carreira, entretanto, viria em 1991, ao conquistar o segundo Óscar como a agente do FBI Clarice Starling no sucesso The Silence of the Lambs, no qual contracenou com Anthony Hopkins, que também ganharia o Óscar de melhor ator (o filme também teve o prémio de melhor filme e melhor diretor).
Jodie Foster ainda encenou Sommersby, Nell, Contact e Panic Room, entre outros trabalhos dos quais também foi produtora e diretora. O seu trabalho em Contact, baseado no best-seller do astrónomo Carl Sagan, rendeu-lhe uma homenagem da comunidade científica, que batizou um asteroide com o seu nome - 17744 Jodiefoster.
Nos últimos anos, Jodie Foster tem cada vez mais intercalado o trabalho de atriz com o de produtora - que ela estreou em Nell, de 1994 - e que lhe permitiu fundar a sua própria companhia de produção cinematográfica em Los Angeles, a Egg Pictures.
Em 4 de maio de 2016 a atriz foi contemplada com a sua estrela na Calçada da Fama de Hollywood.
   
Vida pessoal
Ela mora em Los Angeles, e teve dois filhos, Charles "Charlie" Foster (nascido em 1998) e Christopher "Kit" Foster (nascido em 2001), apesar de que a paternidade deles nunca foi revelada publicamente, enquanto era namorada da produtora de filmes Cydney Bernard. Ambas conheceram-se nas gravações de Sommersby (1993) e a relação durou de 1993 a 2008. Em abril de 2014, Foster casou-se com a atriz e fotografa Alexandra Hedison. Em 2011, afirmou que ter filhos fez com que ela assumisse menos projetos: "É um grande sacrifício sair de casa. Eu quero certificar-me de que sinto-me apaixonada pelos filmes que faço porque é um grande sacrifício ... Mesmo que se pegue um filme com uma média de quatro meses - têm-se três semanas de preparação, compromissos com a imprensa aqui [nos Estados Unidos] e no exterior, capas de revistas, eventos e estreias - são oito meses em um ano fora de casa. Isso é muito longo. Se fizer dois filmes, nunca verás teus filhos". A orientação sexual de Foster tornou-se assunto de especulação pública em 1991, quando ativistas que protestavam contra a suposta homofobia em The Silence of the Lambs (1991) alegaram, em artigos de publicações como OutWeek e The Village Voice, que ela era uma lésbica "no armário". Em 2007, durante um café da manhã em sua homenagem intitulado "The Women in Entertainment" - que fez tributo às 100 Mulheres mais Poderosas do Entretenimento, do The Hollywood Reporter, a atriz confirmou que estava num relacionamento lésbico com Bernard há muito tempo.