sexta-feira, fevereiro 21, 2025
O Manifesto Comunista foi publicado há 177 anos
Postado por
Fernando Martins
às
17:07
0
bocas
Marcadores: comunistas, Friedrich Engels, Karl Marx, Manifesto Comunista
Os comunistas acabaram com a Democracia na Checoslováquia há 77 anos...
(...)
A crise começou a 21 de fevereiro de 1948, quando o Ministro do Interior escolheu oito novos Comissários em Praga,
todos comunistas, o que demonstrava o controle do partido comunista
sobre o governo da Checoslováquia e, em especial, sobre as forças de
segurança do Estado. Isso provocou protestos, seguidos pela renúncia dos
ministros democratas. Os renunciantes pensavam que assim provocariam uma
crise política, levando a eleições gerais antecipadas, quando então
derrotariam o Partido Comunista.
No entanto, havia uma atmosfera de tensão crescente e enormes
manifestações lideradas pelos comunistas ocorrendo em todo o país,
enquanto o presidente Edvard Benes procurava manter-se neutro, temendo
que o fomento do KSČ causasse uma insurreição que, por fim, desse ao Exército Vermelho um pretexto para invadir o país e restaurar a ordem.
No entanto, os membros que se demitiram foram substituídos por membros do Partido Comunista, e, com o apoio de Estaline, o líder comunista da Checoslováquia, Klement Gottwald, marcou uma greve geral para 24 de fevereiro, criando assim uma série de comités de ação,
apoiadas pelas milícias dos trabalhadores, que impediram qualquer
resistência por parte das forças democráticas.
Enquanto isso, os ministros comunistas se mobilizavam. Para ajudá-los, o embaixador soviético, Valerian Zorin, chegou a Praga para organizar um golpe. Milícias armadas tomaram Praga; manifestações comunistas foram montadas, um manifestação estudantil anticomunista
foi interrompida. Os ministérios comandados por não comunistas foram
ocupados; funcionários eram demitidos, e os ministros impedidos de
entrar em seus próprios gabinetes. O exército ficou confinado aos
quartéis e não interferiu.
Num discurso perante 100.000 simpatizantes, o líder Gottwald
ameaçou com uma greve geral, a não ser que o presidente Benes
concordasse em formar um novo governo dominado pelos comunistas. O
embaixador soviético ofereceu os serviços do Exército Vermelho, cujas
tropas estavam preparadas nas fronteiras do país. Mas Gottwald recusou a
oferta, acreditando que a ameaça de violência, combinada com uma forte
pressão política, seria o suficiente para forçar Benes a ceder. Após o
golpe, Gottwald diria: "[Benes] sabe o que é a força, e isso o levará a
avaliar essa [situação] de forma realista".
Em 25 de fevereiro de 1948, após duas semanas de intensa pressão da União Soviética o Presidente da República da Checoslováquia, Edvard Benes,
cedeu todo o poder a Klement Gottwald e a Rudolf Slánský, aceitando a
renúncia dos ministros não comunistas e nomeando um novo governo, sob a
liderança de Gottwald e dominado por comunistas e social-democratas pró-Moscovo. O único ministério controlado por um não comunista era o das Relações Exteriores, que foi entregue a Jan Masaryk - encontrado morto duas semanas depois.
Após o golpe, os comunistas moveram-se rapidamente para consolidar o seu
poder: milhares de não simpatizantes foram demitidos, centenas foram
presos e milhares de pessoas fugiram do país.
Nas eleições de 30 de maio, os eleitores foram presenteados com uma
única lista - a da Frente Nacional - e que oficialmente obteve 89,2% dos
votos. Na lista da Frente Nacional, os comunistas e os
social-democratas (que logo se fundiram) tinham maioria absoluta. Mas
praticamente todos os partidos não comunistas que haviam participado da
eleição de 1946 também ficaram representados na lista da Frente Nacional
e, assim, receberam alguns assentos parlamentares. No entanto, àquela
altura, todos se haviam convertido em fiéis parceiros dos comunistas. A
Frente Nacional foi transformada numa ampla organização patriótica
dominada pelos comunistas, e a nenhum outro grupo político foi permitido
existir.
Consumido por estes eventos, Benes renunciou em 2 de junho e foi
sucedido por Gottwald, 12 dias depois, falecendo em setembro do mesmo
ano.
A Checoslováquia permaneceu como uma ditadura comunista até à Revolução de Veludo de 1989. O golpe tornou-se sinónimo da Guerra Fria. A perda da última democracia remanescente na Europa do Leste causou um choque profundo no Ocidente. Pela segunda vez em uma década, via-se a independência e a democracia da Checoslováquia serem apagadas por uma ditadura totalitária. A URSS parecia ter concluído a formação de um bloco monolítico soviético e concluído a divisão da Europa.
O impacto foi igualmente profundo, tanto na Europa Ocidental como nos Estados Unidos, e ajudou a unificar os países ocidentais contra o bloco comunista. Deu também um ar de presciência aos governos francês e italiano, que, no ano anterior, haviam forçado a saída dos partidos comunistas dos seus governos.
O golpe checo constituiu uma rutura definitiva nas relações entre as duas superpotências, com o Ocidente agora sinalizando a sua determinação de se comprometer numa de auto-defesa coletiva.
No Ocidente, o golpe de Praga teve um grande impacto porque a Checoslováquia era, geográfica, histórica e politicamente o país mais ocidental da Europa Central e Oriental.
Postado por
Fernando Martins
às
07:07
0
bocas
Marcadores: Checoslováquia, comunistas, democracia, Estaline, estalinismo, Golpe de Estado da Checoslováquia de 1948
sábado, fevereiro 15, 2025
Avante!, o jornal do PCP, faz hoje 94 anos
O Avante! é o jornal oficial do Partido Comunista Português, e iniciou, clandestinamente, a sua publicação a 15 de fevereiro de 1931. O seu lema é «Proletários de todos os países, UNI-VOS!» .
Só o primeiro número foi impresso numa tipografia legal, próxima do Largo de São Paulo, em Lisboa, graças a um estudante do liceu Gil Vicente que convenceu o tipógrafo a imprimir, além de um boletim estudantil, mais umas quantas folhas - o «Avante!». A partir daí e até ao 25 de abril, o jornal foi sempre impresso em tipografias clandestinas. Por altura da apanha da azeitona chegaram a cair jornais «Avante!» das oliveiras em terras alentejanas, uma das muitas formas encontradas para distribuir clandestinamente o órgão central do PCP. O trabalho era todo feito manualmente, por funcionários que pareciam ter uma vida normal. Algumas vezes a perseguição da PIDE (Polícia Internacional de Defesa do Estado) resultou na morte dos tipógrafos. No dia 24 de janeiro de 1950, o corpo do funcionário José Moreira deu entrada na morgue com a indicação de que caíra de uma janela, no entanto, o operário vidreiro e responsável pelas tipografias do Jornal «Avante!», foi capturado durante assalto a uma casa clandestina do PCP em Vila do Paço e torturado pela PIDE, que o interrogou e espancou até à morte, acabando por o atirar da janela. Joaquim Barradas de Carvalho afirma que o operário "foi torturado pela PIDE e foi morto na tortura sem ter dito uma palavra acerca daquilo que era conveniente guardar acerca do trabalho do Partido Comunista Português na clandestinidade". Maria Machado, professora primária e militante do PCP, do qual foi funcionária clandestina entre 1942 e 1945, trabalhava numa tipografia na povoação de Barqueiro, em Alvaiázere, quando a PIDE a assaltou. Tendo ficado para trás para permitir a fuga aos restantes tipógrafos, foi presa e torturada, e não prestou nenhuma declaração. Enquanto era arrastada pelos agentes da PIDE, gritou: «Se a liberdade de imprensa não fosse uma farsa, esta tipografia não precisava de ser clandestina. Isto aqui é a tipografia do jornal clandestino «Avante!». O «Avante!» defende os interesses do povo trabalhador de Portugal.». Joaquim Rafael teve uma vida de inteira abnegação dedicada à imprensa clandestina do Partido. Entre 1943 e 1945, Joaquim Rafael esteve ligado à distribuição do «Avante!», passando depois para as tipografias. Nos vinte e cinco anos que se seguiram, tornou-se num dos melhores tipógrafos clandestino e um mestre para novos camaradas que entravam para as tipografias. Referência maior na história da imprensa clandestina, morreu em 1974. José Dias Coelho, escultor e funcionário do PCP, foi assassinado a tiro pela PIDE em 1961, quando se dirigia para um encontro clandestino. Pondo os seus dotes de artista plástico ao serviço da sua causa e do seu Partido, deu um contributo decisivo para a melhoria do aspeto gráfico de vários órgãos de imprensa clandestina, nomeadamente do «Avante!». Das suas mãos saíram muitas das famosas gravuras – de linóleo ou de madeira – que se podem encontrar em numerosos exemplares do «Avante!» clandestino. Em 1972, o cantor Zeca Afonso homenageia-o com a música A Morte Saiu à Rua.
Segundo o jornal Público, as regras para quem trabalhava na clandestinidade eram rigorosas ao ponto de ter que se fazer as malas à mínima suspeita de se ter dado nas vistas.
Postado por
Fernando Martins
às
09:40
0
bocas
Marcadores: Avante!, comunistas, festa do Avante!, PCP, Portugal
quinta-feira, fevereiro 13, 2025
Carlos Aboim Inglez morreu há vinte e três anos...
Carlos Aboim Inglez (Lisboa, 5 de janeiro de 1930 - Lisboa, 13 de fevereiro de 2002) foi um intelectual comunista português, militante e dirigente do PCP.
Entrou no partido apenas com 16 anos, em 1946. Preocupou-se, nos últimos anos de vida, sobre o tema da globalização, sob uma perspetiva marxista, articulando-a com a noção de fases na mundialização do capitalismo e a noção de imperialismo.
Vida na clandestinidade
Em 1953, com 23 anos, torna-se funcionário do PCP, o que significava, nessa altura, e durante mais de duas décadas ainda, passar à clandestinidade, algo que viveu com a sua mulher Maria Adelaide Aboim Inglez. Esteve preso durante o regime do Estado Novo, altura em que tentou traduzir a "Fenomenologia do Espírito" de Hegel, tendo ficado pela "Introdução".
Escrita
Poeta, mostrou grande interesse pela poesia portuguesa, como se nota no facto de incluir várias notas sobre poesia no jornal comunista "Avante!", como a respeito de Sá de Miranda, Camões ou Gil Vicente. Interessava-o as relações entre o pensamento materialista e a controvérsia medieval entre o realismo e nominalismo.
Falecimento
Quando morreu, pediu para ser cremado ao som do Coro dos Escravos da ópera Nabucco, de Verdi.
Homenagem
A Câmara Municipal de Lisboa prestou-lhe a sua homenagem ao atribuir o seu nome a uma rua, na freguesia da Charneca, no Alto do Lumiar.
AO RETRATO DE CATARINA
Esses teus olhos enxutos
Num fundo cavo de olheiras
Esses lábios resolutos
Boca de falas inteiras
Essa fronte aonde os brutos
Vararam balas certeiras
Contam certa a tua vida
Vida de lida e de luta
De fome tão sem medida
Que os campos todos enluta
Ceifou-te ceifeira a morte
Antes da própria sazão
Quando o teu altivo porte
Fazia sombra ao patrão
Sua lei ditou-te a sorte
Negra bala foi teu pão
E o pão por nós semeado
Com nosso suor colhido
Pelo pobre é amassado
Pelo rico só repartido
Tanta seara continhas
Visível já nas entranhas
Em teu ventre a vida tinhas
Na morte certeza tenhas
Malditas ervas daninhas
Hão-de ter mondas tamanhas
Searas de grã estatura
De raiva surda e vingança
Crescerão da tua esperança
Ceifada sem ser madura
Teus destinos Catarina
Não findaram sem renovo
Tiveram morte assassina
Hão-de ter vida de novo
Na semente que germina
Dos destinos do teu povo
E na noite negra negra
Do teu cabelo revolto
nasce a Manhã do teu rosto
No futuro de olhos posto
Carlos Aboim Inglez
Postado por
Fernando Martins
às
00:23
0
bocas
Marcadores: Carlos Aboim Inglez, Catarina Eufémia, comunistas, literatura, poesia
segunda-feira, fevereiro 10, 2025
Hoje é dia recordar um Poeta...
A emigração dos poetas
Homero não tinha morada
E Dante teve que deixar a sua.
Li-Po e Tu-Fu andaram por guerras civis
Que tragaram 30 milhões de pessoas
Eurípedes foi ameaçado com processos
E Shakespeare, moribundo, foi impedido de falar.
Não apenas a Musa, também a polícia
Visitou François Villon.
Conhecido como “o Amado”
Lucrécio foi para o exílio
Também Heine, e assim também
Brecht, que buscou refúgio
Sob o teto de palha dinamarquês.
Bertolt Brecht
Postado por
Pedro Luna
às
11:11
0
bocas
Marcadores: Alemanha, Bertolt Brecht, comunistas, poesia, teatro
Bertholt Brecht nasceu há 127 anos...
Perguntas de um Operário Letrado
Quem construiu Tebas, a das sete portas?
Nos livros vem o nome dos reis,
Mas foram os reis que transportaram as pedras?
Babilónia, tantas vezes destruída,
Quem outras tantas a reconstruiu? Em que casas
Da Lima Dourada moravam seus obreiros?
No dia em que ficou pronta a Muralha da China para onde
Foram os seus pedreiros? A grande Roma
Está cheia de arcos de triunfo. Quem os ergueu? Sobre quem
Triunfaram os Césares? A tão cantada Bizâncio
Só tinha palácios
Para os seus habitantes? Até a legendária Atlântida
Na noite em que o mar a engoliu
Viu afogados gritar por seus escravos.
O jovem Alexandre conquistou as Índias
Sozinho?
César venceu os gauleses.
Nem sequer tinha um cozinheiro ao seu serviço?
Quando a sua armada se afundou Filipe de Espanha
Chorou. E ninguém mais?
Frederico II ganhou a guerra dos sete anos
Quem mais a ganhou?
Em cada página uma vitória.
Quem cozinhava os festins?
Em cada década um grande homem.
Quem pagava as despesas?
Tantas histórias
Quantas perguntas
Bertolt Brecht
Postado por
Fernando Martins
às
01:27
0
bocas
Marcadores: Alemanha, Berthold Brecht, comunistas, poesia, RDA, teatro
sexta-feira, janeiro 24, 2025
A matança de Atocha foi há 48 anos...
Monumento aos advogados assassinados, situado na Rua de Atocha em Madrid
A matança de Atocha de 1977 foi um atentado terrorista tardofranquista de extrema direita cometido na Rua Atocha, no centro de Madrid, na noite de 24 de janeiro de 1977. Foi um dos factos que marcaram a transição espanhola.
O autodenominado comando Roberto Hugo Sosa da Aliança Apostólica Anticomunista (AAA) penetrou num escritório de advogados em direito laboral de Comisiones Obreras (CC.OO.) e militantes do Partido Comunista de Espanha (PCE), ainda ilegal no país, situado no número 55 da Rua de Atocha, abrindo fogo contra os ali presentes, matando cinco pessoas e deixando quatro feridos.
O jornal italiano Il Messaggero indicou, em março de 1984, que neofascistas italianos participaram na matança, algo que foi provado em 1990, quando um relatório oficial italiano relatou que Carlo Cicuttini, um neofascista italiano próximo da organização Gládio (uma rede clandestina anti-comunista dirigida pela CIA), participara na matança. Cicuttini fugira para a Espanha, onde adquiriu a nacionalidade espanhola, depois do atentado de Peteano de 1972, feito com Vincenzo Vinciguerra.
Atualmente 24 povoações de Madrid, nas suas ruas e praças, lembram as vítimas do número 55 da Rua Atocha.
O atentado
Os terroristas, aparentemente, iam à procura do dirigente comunista Joaquín Navarro, dirigente do Sindicato de Transportes de CC.OO. em Madrid, que convocara umas greves que, em boa medida, desarticularam a que chamavam máfia franquista do transporte. Ao não o encontrarem, já que saíra um pouco antes, decidiram matar os presentes, concretamente dois jovens com armas de fogo, após tocar a campainha do apartamento entre 22.30 e 22.45 horas. Com eles ia uma terceira pessoa, encarregue de cortar os cabos do telefone e registar os escritórios. Na mesma noite, pessoas desconhecidas assaltaram também um escritório do sindicato da UGT, que estava vazio.
Como consequência dos tiros foram mortos os advogados Enrique Valdevira Ibáñez, Luis Javier Benavides Orgaz e Francisco Javier Sauquillo Pérez del Arco; o estudante de direito Serafín Holgado de Antonio; e o administrativo Ángel Rodríguez Leal. Ficaram ainda gravemente feridos Miguel Sarabia Gil, Alejandro Ruiz Huertas, Luis Ramos Pardo e Dolores González Ruiz, casada com Sauquillo, grávida, que perdeu o seu bebé.
Postado por
Fernando Martins
às
00:48
0
bocas
Marcadores: advogados, comunistas, extrema-direita, franquismo, Gládio, matança de Atocha de 1977, PCE, transição democrática
quarta-feira, janeiro 22, 2025
Gramsci nasceu há 134 anos
sábado, janeiro 18, 2025
Ary dos Santos morreu há quarenta e um anos...
José Carlos Pereira Ary dos Santos (Lisboa, 7 de dezembro de 1937 - Lisboa, 18 de janeiro de 1984) foi um poeta e declamador português.
RETRATO DE CATARINA EUFÉMIA
Da medonha saudade da medusa
que medeia entre nós e o passado
dessa palavra polvo da recusa
de um povo desgraçado.
Da palavra saudade a mais bonita
a mais prenha de pranto a mais novelo
da língua portuguesa fiz a fita encarnada
que ponho no cabelo.
Trança de trigo roxo
Catarina morrendo alpendurada
do alto de uma foice.
Soror Saudade Viva assassinada
pelas balas do sol
na culatra da noite.
Meu amor. Minha espiga. Meu herói
Meu homem. Meu rapaz. Minha mulher
de corpo inteiro como ninguém foi
de pedra e alma como ninguém quer.
José Carlos Ary dos Santos
Postado por
Fernando Martins
às
00:41
0
bocas
Marcadores: Ary dos Santos, comunistas, música, poesia
quarta-feira, janeiro 15, 2025
Hoje é dia de chorar Rosa Luxemburgo...
Aqui jaz
Rosa Luxemburgo
Judia da Polónia
Vanguarda dos operários alemães
Morta por ordem
Dos opressores. Oprimidos
Enterrai as vossas desavenças!
Bertold Brecht
Postado por
Pedro Luna
às
10:06
0
bocas
Marcadores: Alemanha, Bertold Brecht, comunistas, judeus, Karl Liebknecht, KPD, Liga Espartaquista, poesia, Polónia, Revolução Espartaquista, Rosa Luxemburgo
Karl Liebknecht e Rosa Luxemburgo foram assassinados há 106 anos...
Karl Liebknecht (Leipzig, 13 de agosto de 1871 - Berlim, 15 de janeiro de 1919) foi um político e dirigente socialista alemão.
Postado por
Fernando Martins
às
01:06
0
bocas
Marcadores: Alemanha, comunistas, judeus, Karl Liebknecht, KPD, Liga Espartaquista, Polónia, Revolução Espartaquista, Rosa Luxemburgo
domingo, janeiro 05, 2025
Carlos Aboim Inglez nasceu há 95 anos
Carlos Aboim Inglez (Lisboa, 5 de janeiro de 1930 - Lisboa, 13 de fevereiro de 2002) foi um intelectual comunista português, militante e dirigente do PCP.
Entrou no partido apenas com 16 anos, em 1946. Preocupou-se, nos últimos anos de vida, sobre o tema da globalização, sob uma perspetiva marxista, articulando-a com a noção de fases na mundialização do capitalismo e a noção de imperialismo.
Vida na clandestinidade
Em 1953, com 23 anos, torna-se funcionário do PCP, o que significava, nessa altura, e durante mais de duas décadas ainda, passar à clandestinidade, algo que viveu com a sua mulher Maria Adelaide Aboim Inglez. Esteve preso durante o regime do Estado Novo, altura em que tentou traduzir a "Fenomenologia do Espírito" de Hegel, tendo ficado pela "Introdução".
Escrita
Poeta, mostrou grande interesse pela poesia portuguesa, como se nota no facto de incluir várias notas sobre poesia no jornal comunista "Avante!", como a respeito de Sá de Miranda, Camões ou Gil Vicente. Interessava-o as relações entre o pensamento materialista e a controvérsia medieval entre o realismo e nominalismo.
Falecimento
Quando morreu, pediu para ser cremado ao som do Coro dos Escravos da ópera Nabucco, de Verdi.
Homenagem
A Câmara Municipal de Lisboa prestou-lhe a sua homenagem ao atribuir o seu nome a uma rua, na freguesia da Charneca, no Alto do Lumiar.
Postado por
Fernando Martins
às
09:50
0
bocas
Marcadores: Carlos Aboim Inglez, comunistas, literatura, poesia
sexta-feira, janeiro 03, 2025
A Fuga de Peniche foi há 65 anos...
A chamada Fuga de Peniche foi um episódio da história de Portugal - no contexto da oposição ao regime salazarista - ocorrido na prisão de alta-segurança de Peniche, a 3 de janeiro de 1960.
- Álvaro Cunhal
- Carlos Costa
- Francisco Martins Rodrigues
- Francisco Miguel
- Guilherme da Costa Carvalho
- Jaime Serra
- Joaquim Gomes
- José Carlos
- Pedro Soares
- Rogério de Carvalho
No exterior, Pires Jorge e António Dias Lourenço, com o auxílio de Octávio Pato e Rui Perdigão, planearam a fuga. A execução do plano teve início às quatro da tarde, no dia 3 de janeiro de 1960. O carro dirigido por Rogério Paulo, com o porta-bagagens destrancado, parou no largo à frente do Forte, dando assim sinal aos que estavam dentro para iniciarem a fuga.
Postado por
Fernando Martins
às
06:50
0
bocas
Marcadores: Álvaro Cunhal, comunistas, Dez de Peniche, estado novo, Forte de Peniche, Fuga de Peniche, Octávio Pato, prisão, Rogério Paulo
Luís Carlos Prestes nasceu há 127 anos
Postado por
Fernando Martins
às
01:27
0
bocas
Marcadores: Brasil, comunistas, Luís Carlos Prestes, Partido Comunista do Brasil
Hoje é dia de cantar uma fuga....
Poema de David Mourão-Ferreira e música de Alain Oulman
Por teu livre pensamento
Foram-te longe encerrar
Tão longe que o meu lamento
Não te consegue alcançar
E apenas ouves o vento
E apenas ouves o mar
Levaram-te a meio da noite
A treva tudo cobria
Foi de noite numa noite
De todas a mais sombria
Foi de noite, foi de noite
E nunca mais se fez dia.
Ai! Dessa noite o veneno
Persiste em me envenenar
Oiço apenas o silêncio
Que ficou em teu lugar
E ao menos ouves o vento
E ao menos ouves o mar.
Postado por
Pedro Luna
às
00:06
0
bocas
Marcadores: Álvaro Cunhal, Amália Rodrigues, comunistas, Dez de Peniche, estado novo, Fado de Peniche, Forte de Peniche, Fuga de Peniche, música, Octávio Pato, prisão, Rogério Paulo
domingo, dezembro 29, 2024
Poema adequado à data...
Portwine
O Douro é um rio de vinhoque tem a foz em Liverpool e em Londres
e em Nova-York e no Rio e em Buenos Aires:
quando chega ao mar vai nos navios,
cria seus lodos em garrafeiras velhas,
desemboca nos clubes e nos bars.
O Douro é um rio de barcos
onde remam os barqueiros suas desgraças,
primeiro se afundam em terra as suas vidas
que no rio se afundam as barcaças.
Nas sobremesas finas, as garrafas
assemelham cristais cheios de rubis,
em Cape-Town, em Sidney, em Paris,
tem um sabor generoso e fino
o sangue que dos cais exportamos em barris.
As margens do Douro são penedos
fecundados de sangue e amarguras
onde cava o meu povo as vinhas
como quem abre as próprias sepulturas:
nos entrepostos dos cais, em armazéns,
comerciantes trocam por esterlinos
o vinho que é o sangue dos seus corpos,
moeda pobre que são os seus destinos.
Em Londres os lords e em Paris os snobs,
no Cabo e no Rio os fazendeiros ricos
acham no Porto um sabor divino,
mas a nós só nos sabe, só nos sabe,
à tristeza infinita de um destino.
O rio Douro é um rio de sangue,
por onde o sangue do meu povo corre.
Meu povo, liberta-te, liberta-te!,
Liberta-te, meu povo! – ou morre.
Joaquim Namorado
Postado por
Pedro Luna
às
03:08
0
bocas
Marcadores: comunistas, Joaquim Namorado, neo-realismo, poesia, Universidade de Coimbra
Portinari nasceu há cento e vinte e um anos
Candido Torquato Portinari (Brodowski, 29 de dezembro de 1903 - Rio de Janeiro, 6 de fevereiro de 1962) foi um artista plástico brasileiro. Portinari pintou quase cinco mil obras, de pequenos esboços e pinturas de proporções padrão, como O Lavrador de Café, até gigantescos murais, como os painéis Guerra e Paz, presenteados à sede da ONU em Nova Iorque em 1956, e que, em dezembro de 2010, graças aos esforços de seu filho, retornaram para exibição no Teatro Municipal do Rio de Janeiro.
As telas Meninos e piões e Favela são parte do acervo permanente da Fundação Maria Luisa e Oscar Americano. O seu maior acervo sacro, entre pinturas e afrescos, está exposto na Igreja Bom Jesus da Cana Verde, centro da cidade de Batatais, no interior de São Paulo, situada a 16 quilómetros da sua cidade natal, Brodowski.
Postado por
Fernando Martins
às
01:21
0
bocas
Marcadores: Brasil, comunistas, modernismo, pintura, Portinari
O poeta Joaquim Namorado morreu há trinta e oito anos...
Joaquim Vitorino Namorado (Alter do Chão, Alter do Chão, 30 de junho de 1914 - Coimbra, 29 de dezembro de 1986), foi um poeta português.
Frequenta de 1924 a 1929 o curso geral no Liceu Mouzinho de Albuquerque em Portalegre, concluindo o curso complementar em Coimbra, no Liceu José Falcão, que frequenta de 1921 a 1931.
Matricula-se na Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra, para os preparatórios para a Escola Naval. Acabou por ingressar no curso de Ciências Matemáticas, que terminou em 1943.
Licenciado em Ciências Matemáticas pela Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra viria, após o 25 de Abril de 1974, a ingressar no quadro de professores da secção de Matemática da Faculdade de Ciências e Tecnologia daquela mesma universidade.
Foi um dos iniciadores e teóricos do movimento neo-realista em Portugal e colaborou nas revistas Seara Nova, Vértice e Sol Nascente, entre outras.
Foi militante do Partido Comunista Português desde os anos 30.
A 16 de março de 1983 foi feito Oficial da Ordem da Liberdade. Igualmente a Assembleia Municipal e o Executivo da Câmara Municipal de Coimbra deliberam, por unanimidade, atribuir-lhe a Medalha de Ouro da Cidade, durante as comemorações do 5 de outubro.
As senhoras da sociedade
deram um baile a rigor
para vestir a pobreza
e a pobreza horas a fio
cortou, coseu, enfeitou
os vestidos deslumbrantes
que a caridade exibiu.
Depois das contas bem feitas
bem tiradas as despesas
arranjou um namorado
a mais nova das Fonsecas;
esteve bem a viscondessa,
veio o nome e o retrato
da comissão nos jornais,
e o Doutor, o Menezes,
o senhor desembargador,
estiveram muito engraçados,
dançaram o tiro-liro
já meio-tombados...
Parece que ainda sobrou
algum dinheiro para chita
para vestir a pobreza
numa festa comovente
com discursos de homenagem
e uma missa...
a que assistiu toda a gente
Joaquim Namorado
Postado por
Fernando Martins
às
00:38
0
bocas
Marcadores: comunistas, Joaquim Namorado, neo-realismo, poesia, Universidade de Coimbra