domingo, março 16, 2025
Mudam-se os Tempos, Mudam-se as Vontades...!
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Pedro Luna
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Marcadores: Académica, Coimbra, Estudantina, Estudantina Universitária de Coimbra, Mudam-se os tempos mudam-se as vontades, música, Secção de fado
Hoje é dia de cantar poesia de Natália Correia...
Queixa das almas jovens censuradas
Dão-nos um lírio e um canivete
E uma alma para ir à escola
E um letreiro que promete
Raízes, hastes e corola.
Dão-nos um mapa imaginário
Que tem a forma duma cidade
Mais um relógio e um calendário
Onde não vem a nossa idade.
Dão-nos a honra de manequim
Para dar corda à nossa ausência.
Dão-nos o prémio de ser assim
Sem pecado e sem inocência.
Dão-nos um barco e um chapéu
Para tirarmos o retrato.
Dão-nos bilhetes para o céu
Levado à cena num teatro.
Penteiam-nos os crânios ermos
Com as cabeleiras dos avós
Para jamais nos parecermos
Connosco quando estamos sós.
Dão-nos um bolo que é a história
Da nossa história sem enredo
E não nos soa na memória
Outra palavra para o medo.
Temos fantasmas tão educados
Que adormecemos no seu ombro
Sonos vazios, despovoados
De personagens do assombro.
Dão-nos a capa do evangelho
E um pacote de tabaco.
Dão-nos um pente e um espelho
Para pentearmos um macaco.
Dão-nos um cravo preso à cabeça
E uma cabeça presa à cintura
Para que o corpo não pareça
A forma da alma que o procura.
Dão-nos um esquife feito de ferro
Com embutidos de diamante
Para organizar já o enterro
Do nosso corpo mais adiante.
Dão-nos um nome e um jornal,
Um avião e um violino.
Mas não nos dão o animal
Que espeta os cornos no destino.
Dão-nos marujos de papelão
Com carimbo no passaporte.
Por isso a nossa dimensão
Não é a vida. Nem é a morte.
Natália Correia
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Pedro Luna
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Marcadores: José Mário Branco, música, Natália Correia, poesia
O Nobel da Física Frederick Reines nasceu há 107 anos
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Marcadores: Física, Frederick Reines, neutrino, Prémio Nobel
O vergonhoso massacre de My Lai foi há 57 anos...


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Marcadores: crimes contra a humanidade, crimes de guerra, genocídio, guerra do Vietname, My Lai, USA
Tammi Terrell morreu há 55 anos...
Tammi Terrell, nascida como Thomasina Winifred Montgomery (Filadélfia, Pensilvânia, 29 de abril de 1945 – Filadélfia, Pensilvânia, 16 de março de 1970) foi uma cantora de soul norte-americana, mais conhecida pelos seus trabalhos desenvolvidos na Motown e pelos seus duetos com Marvin Gaye. Ainda adolescente, gravou para os selos Scepter Records/Wand Records, Try Me Records e Checker Records. Assinou com a Motown em 1965 e experimentou um modesto sucesso como cantora a solo. A partir do momento em que passou a trabalhar com Gaye, em 1967, a sua carreira entrou em ebulição, mas naquele mesmo ano cairia, quando Terrell desmaiou, nos braços de Gaye, durante uma atuação. Foi-lhe então diagnosticado um tumor cerebral, que a levou à morte, com apenas 24 anos.
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Fernando Martins
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Marcadores: Ain't No Mountain High Enough, Marvin Gaye, música, rythm and blues, soul, Tammi Terrell
O Levantamento das Caldas foi há cinquenta e um anos
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Fernando Martins
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Marcadores: 25 de Abril, Caldas da Rainha, Guerra Colonial, Levantamento das Caldas, MFA, Movimento das Forças Armadas
Uma maré negra, provocada pelo naufrágio do Amoco Cadiz, começou há 47 anos...
- 9 h 45 : le pétrolier tombe en avarie de gouvernail à 7,5 milles d'Ouessant : celui-ci est bloqué et fait virer le pétrolier sur bâbord. Un premier message radio de sécurité TTT est envoyé sur 500 kHz, stipulant la non-manœuvrabilité du bateau et demandant aux autres bâtiments de se tenir à l'écart.
- 11 h 05 : l'Amoco Cadiz prend contact avec la station Le Conquet radio. L'armateur du bateau étant à Chicago, le capitaine tente de lui téléphoner. À cause du décalage horaire il n'y parviendra pas. Il tente alors vainement de joindre des représentants basés à Gênes et Milan.
- 11 h 20 : le capitaine Pasquale Bardari demande l'assistance d'un remorqueur car l'avarie ne peut être réparée. Un appel d'urgence XXX est envoyé sur 500 kHz. Le pétrolier est alors à 10 milles au nord d'Ouessant. Le remorqueur le plus proche, le Pacific, est à 13 milles de là, à proximité de Portsall. Il fait alors route vers le nord dans le cadre d'une autre mission. Sa puissance est de 10 000 chevaux.
- 11 h 28 : prise de contact directe entre l’Amoco Cadiz et le Pacific. Ce dernier fait demi-tour et contacte son armateur, la société Bugsier. L’Amoco Cadiz tente de joindre son assureur à Chicago car le Pacific propose un contrat fondé sur le Lloyd's open form. Bugsier contacte un autre remorqueur, le Simson, plus puissant (16 000 chevaux), situé alors au large de Cherbourg.
- 12 h : le Pacific est à 6 milles du pétrolier. Aucune certitude quant à l'accord sur l'assurance. Le Pacific se rapproche encore car le pétrolier a déjà dérivé de 2 milles sous l'effet du vent et est à la limite sud du rail d'Ouessant.
- 13 h 15 : première tentative de passage de la remorque. Le Pacific envoie une touline pour hisser la remorque, sur le pétrolier. Cette remorque est constituée d'un gros câble d'acier et d'une chaîne. L'ensemble pèse 15 tonnes.
- 13 h 31 : la remorque est tournée sur l’Amoco Cadiz.
- 14 h 05 : le remorqueur commence à tirer lentement.
- 14 h 49 : le Pacific a laissé filer 1.000 m de remorque et porte ses moteurs à 80 % de ses capacités (250 tr/min). Malgré cela, les deux bateaux dérivent vers l'est.
- 15 h 15 : l’Amoco Cadiz refuse une nouvelle fois la proposition de contrat sur la base du Lloyd's open form.
- 16 h : le contrat est finalement accepté, Chicago ayant pu être contacté. Le Simson prévoit d'arriver vers 23 h.
- 16 h 15 : la chaîne de remorque casse. À ce moment le pétrolier a évité et se trouve orienté vers le sud. Le capitaine du pétrolier décide de mettre les machines en arrière pour s'éloigner de la côte, malgré son avarie de gouvernail. Le vent est d'ouest force 8, avec des rafales à 9-10 et la mer est formée avec des creux de 8 mètres.
- 17 h 05 : les 980 m de remorque sont ramenés à bord du Pacific. À cause de la houle, deux matelots sont blessés, mais le remorqueur se prépare à repasser la remorque.
- 18 h 20 : nouvelles tentatives de remorquage, par l'arrière du pétrolier. Les deux bateaux se sont éloignés l'un de l'autre.
- 18 h 40 : le Pacific se dirige vers le pétrolier.
- 18 h 53 : les officiers des deux bateaux ne sont pas d'accord sur la manœuvre : le capitaine de l’Amoco Cadiz préférerait être remorqué par la proue.
- 19 h 10 : la touline est lancée, mais n'a pas pu être récupérée.
- 19 h 26 : après deux autres échecs, la quatrième tentative sera fructueuse. L'équipage ramène la touline mais celle-ci casse et la remorque retombe à l'eau.
- 19 h 40 : le courant est plus fort à présent et les deux bateaux continuent à dériver.
- 19 h 55 : l’Amoco Cadiz se prépare à jeter l'ancre pour limiter la dérive.
- 20 h 04 : l'ancre est mouillée.
- 20 h 07 : le Pacific a renvoyé l'amarre qui est tournée sur le treuil du pétrolier.
- 20 h 15 : le Simson est à 40 milles. La prise de la remorque se poursuit. À ce moment le risque d'échouement est très important et il devient urgent de remorquer le pétrolier.
- 20 h 28 : le guindeau, système de relevage de l'ancre, se casse et est arraché.
- 20 h 37 : le câble de remorquage est finalement tourné sur un jeu de bittes d'amarrage.
- 20 h 55 : le remorqueur laisse filer 400 m et commence à tirer. Le pétrolier est toujours mouillé et espère pouvoir tourner.
- 21 h 04 : le pétrolier talonne (touche le fond) pour la première fois. Il roule sous les vagues et ses machines sont noyées.
- 21 h 10 : l’Amoco Cadiz est privé d'éclairage et de radio.
- 21 h 39 : le pétrolier talonne une seconde fois.
- 21 h 43 : le pétrolier lance des fusées de détresse, la marée noire commence.
- 21 h 50 : un appel de détresse SOS est envoyé sur 500 kHz. Le Pacific demande un hélicoptère pour évacuer l'équipage de l’Amoco Cadiz. Il met les machines au maximum pour tenter de déséchouer le pétrolier.
- 22 h 12 : la remorque casse et est récupérée sur le Pacific.
- 22 h 30 : le Simson arrive sur les lieux.
- 24 h : l'équipage de l’Amoco Cadiz est hélitreuillé par les équipages des hélicoptères Super Frelon de la 32e flottille de la Marine nationale basée à Lanvéoc-Poulmic. Seuls le capitaine et un officier restent à bord.
- 1 h 45 : 42 personnes sur 44 ont été évacuées. Les deux derniers vont devoir attendre jusqu'à 5 h avant de pouvoir quitter le navire.
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Fernando Martins
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O rapto de Aldo Moro, pelas Brigadas Vermelhas, começou há 47 anos...
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Marcadores: Aldo Moro, assassinato, Brigadas Vermelhas, Compromisso histórico, democracia cristã, dignidade, Gladio, Guerra Fria, Igreja Católica, Itália, rapto, terrorismo
Ginga Malaia...! - a Estudantina Universitária de Coimbra comemora hoje quarenta anos...!
Formado, essencialmente, por estudantes, o grupo acarreta um cancioneiro que atravessa gerações, cativa quem o ouve e é indissociável das vivências que se levam da cidade de Coimbra.
História
Corria o ano de 1984 quando a vontade comum de um grupo de estudantes se materializou no que é hoje o grupo mais representativo e irreverente da Academia Coimbrã.
Foi então no dia 16 de março de 1985 que 15 “iluminados” subiram a palco na Póvoa de Lanhoso naquilo que foi o concretizar de um sonho que tinha nascido já algum tempo antes. "De lá para cá já demos a volta ao mundo levando sempre connosco Coimbra, a sua cultura e as suas tradições."
Desde o início da formação do grupo até à atualidade, a Estudantina Universitária de Coimbra aglutina já mais de 200 elementos conservando sempre a alma e espírito que incentivaram os fundadores.
Festuna
Em 1986 a Estudantina participou num Festival de Tunas em Salamanca, após o qual se desdobrou em contactos com grupos congéneres e passou a ser presença habitual em “Certames de Tunas” por toda a Espanha . Em 1989, à semelhança do que acontecia no país vizinho, decidiu institucionalizar um Encontro Internacional de Tunas, que fazia parte do programa cultural da Queima das Fitas e que veio dar lugar ao atual Festival Internacional de Tunas de Coimbra – FESTUNA.
Já se congregaram em Coimbra, através do Festuna, estudantes e antigos estudantes de todas as idades e de ambos os sexos, das mais variadas academias mundiais – colombianas, espanholas, irlandesas, italianas, holandesas – que tiveram a oportunidade de nos presentear com o seu encanto, e de usufruir da hospitalidade portuguesa e em particular a Coimbrã que tanto nos caracteriza. Com o passar dos anos, o Festuna também adquiriu novas valências e refundou-se num projeto muito mais vasto, abarcando áreas de intervenção que vão desde a pedagogia à intervenção social e um vínculo muito estreito com a matriz solidária.
Discografia
Álbum | Ano | |
---|---|---|
Estudantina Passa | 1989 | |
Canto da Noite | 1992 | |
Portugal Total | 1998 | |
25 Anos de Sonho e Tradição | 2009 | |
Concerto para Coimbra (live) | 2014 | |
MAIS ALÉM | 2024 |
A Estudantina Universitária de Coimbra conta já com 5 álbuns editados com bastante sucesso, são eles:“Canto da Noite”, “Portugal Total”
ou o álbum comemorativo dos 25 anos de atividade do grupo é só mais um
exemplo do dinamismo e qualidade da EUC. Tendo já atingido uma dimensão
que ultrapassa em larga escala a cidade e o país que a acolhem, a
Estudantina “mostrou-se” já um pouco por todo o mundo: Espanha, França,
Bélgica, Holanda, Alemanha, Suíça, Itália, Finlândia, Luxemburgo, São
Tomé e Príncipe, Porto Rico, Perú, Cabo Verde, Estados Unidos, Polónia,
Canadá, Colômbia…
Um passaporte mais que preenchido pelo grupo de Coimbra que foi agraciado em 1990 com a Medalha de Mérito do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras. É ainda Tuna de Honra da Tuna de Arquitetura de Valladolid e da Tuna de Direito de Múrcia, da Tuna de San Martin de Porres (Lima, Peru) e da Cuarentuna de Marbella. Encontra-se geminada com a Tuna Universitária de Salamanca, com a Tuna de Arquitetura de Valladolid, com Cuarentuna de Alicante, com a Tuna Universitária de Zaragoza e com a Tuna de Veteranos da Coruña. Tem participado, ao longo dos seus 40 anos, nos mais reconhecidos festivais e certames, nacionais e internacionais, tendo sido galardoada com inúmeros prémios que são o reconhecimento da sua crescente evolução artística.
in Wikipédia
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Fernando Martins
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Hjoje é dia de ouvir a Estudantina...!
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Pedro Luna
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O Massacre de Halabja foi há 37 anos...
Oficial norte-americano patrulhando, em 2005, um cemitério com os túmulos de 1.500 das vítimas do ataque
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Fernando Martins
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Marcadores: Curdistão, genocídio, guerra Irão-Iraque, guerra química, massacre de Halabja, Saddam Hussein
Natália Correia morreu há trinta e dois anos...
(imagem daqui)
A defesa do poeta
Senhores juízes sou um poeta
um multipétalo uivo um defeito
e ando com uma camisa de vento
ao contrário do esqueleto.
Sou um vestíbulo do impossível um lápis
de armazenado espanto e por fim
com a paciência dos versos
espero viver dentro de mim.
Sou em código o azul de todos
(curtido couro de cicatrizes)
uma avaria cantante
na maquineta dos felizes.
Senhores banqueiros sois a cidade
o vosso enfarte serei
não há cidade sem o parque
do sono que vos roubei.
Senhores professores que pusestes
a prémio minha rara edição
de raptar-me em crianças que salvo
do incêndio da vossa lição.
Senhores tiranos que do baralho
de em pó volverdes sois os reis
dou um poeta jogo-me aos dados
ganho as paisagens que não vereis.
Senhores heróis até aos dentes
puro exercício de ninguém
minha cobardia é esperar-vos
umas estrofes mais além.
Senhores três quatro cinco e sete
que medo vos pôs em ordem?
que pavor fechou o leque
da vossa diferença enquanto homem?
Senhores juízes que não molhais
a pena na tinta da natureza
não apedrejeis meu pássaro
sem que ele cante minha defesa.
Sou um instantâneo das coisas
apanhadas em delito de paixão
a raiz quadrada da flor
que espalmais em apertos de mão.
Sou uma impudência a mesa posta
de um verso onde o possa escrever.
Ó subalimentados do sonho!
A poesia é para comer.
Natália Correia
Giovanni Battista Pergolesi morreu há 289 anos...
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Fernando Martins
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Caroline Herschel nasceu há 275 anos
Caroline Lucretia Herschel (Hanover, 16 de março de 1750 - Hanover, 9 de janeiro de 1848) foi uma astrónoma germano-britânica.
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Fernando Martins
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O segundo Imperador romano, Tibério, morreu há 1988 anos
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Fernando Martins
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Marcadores: Imperador, Império Romano, Tibério
A Estudantina faz hoje quarenta anos!
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Fernando Martins
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Camilo Castelo Branco nasceu há dois séculos...
Luís - O Bom
Quando El-Rei D. Luís for acolhido
Aos penetrais da escura eternidade,
Será pungente a funeral saudade
Que mais pondera e chora o bem perdido...
Não houve em seu reinado um só gemido
De guerra fratricida! A Majestade,
Passando o ceptro às mãos da Caridade,
Baixava ao lar sem pão, do desvalido.
Senhor! deram-te as letras ledos dias,
E as intimas, supremas alegrias
De quem trabalha - Eterna e santa lei!
Revives na saudade, alma serena!
Se a pátria em que reinaste era pequena,
Foras em maior reino um grande rei.
in NAS TREVAS - Sonetos sentimentais e humorísticos (1890) - Camilo Castelo Branco
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Fernando Martins
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Marcadores: Camilo Castelo Branco, literatura
sábado, março 15, 2025
Carolina Michaëlis nasceu há 174 anos...
Família e nascimento
Nascida em Berlim, Prússia, na época parte da Confederação Germânica, a 15 de março de 1851, Carolina Wilhelma Michaëlis era filha do professor liceal de matemática e, mais tarde na universidade de fonética e estenografia, Gustav Michaëlis, e de Henriette Louise Lobeck. Era a mais nova dos cinco filhos do casal, sendo irmã da lexicógrafa e autora dos primeiros dicionários Michaelis, Henriette Michaëlis.
Primeiros Anos
Desde muito cedo demonstrou ter uma rara aptidão e gosto pelas línguas e literatura germânica, eslava e latina, tendo ingressado com 7 anos no colégio feminino municipal Luisenschule já a saber ler e escrever. Aos 12 anos de idade tornou-se órfã de mãe. Querendo aprofundar os seus estudos, e apesar do ensino superior ser à época exclusivo para o sexo masculino, dos 16 aos 25 anos foi educada e instruída pelo seu pai, o filólogo Eduard Matzner e pelo romancista e amigo da família Carl Goldbeck que lhe ensinaram filologia clássica e românica, para além de literatura greco-romana, francesa, espanhola e italiana, entre outras.
Em 1867, com apenas 16 anos de idade, Carolina começou a publicar em revistas alemãs da especialidade e, com 20 anos, já trabalhava como tradutora e intérprete para os assuntos da Península Ibérica, no Ministério do Interior alemão, assim como colaborara nas enciclopédias de Brockhaus e Meyer e em várias revistas e periódicos internacionais, como a Bibliografia Crítica de História e Literatura, dirigida por Francisco Adolfo Coelho.
Casamento
Em 1876, durante a sua colaboração luso-germânica e após o polémico caso da "Questão do Fausto", na qual foi bastante criticada a versão traduzida da obra Fausto, de Goëthe, feita por António Feliciano de Castilho, Carolina conheceu Joaquim António da Fonseca de Vasconcelos, musicólogo e historiador de arte português. Com ele, iniciou uma longa correspondência de cartas que, em pouco tempo, se transformou num fervoroso namoro à distância. Ficou conhecido o episódio em que Joaquim António de Vasconcelos, arrebatado e decidido em ir ao encontro da sua amada, em plena terceira guerra carlista, à falta de comboios, decidiu atravessar os Pirenéus a cavalo. Nesse mesmo ano, os dois casaram-se em Berlim e foi dada a dupla cidadania a Carolina.
Investigação literária e carreira profissional
Decidida a investigar mais sobre a literatura, língua e história de Portugal, Carolina Michaëlis de Vasconcelos começou a desenvolver um intenso trabalho de investigação, levando-a a se corresponder com inúmeras figuras da elite intelectual e cultural do país, como escritores, políticos, historiadores, médicos e filólogos, tais como Eugénio de Castro, Antero de Quental, João de Deus de Nogueira Ramos, Henrique Lopes de Mendonça, José Leite de Vasconcelos, Conde de Sabugosa, Teófilo Braga, Trindade Coelho, Anselmo Braamcamp Freire, Sousa Viterbo, Alexandre Herculano, António Egas Moniz e Ricardo Jorge, ou personalidades espanholas, como os escritores Menéndez y Pelayo e Menéndez Pidal, para além de diversas outras figuras de origem francesa, inglesa e alemã.
Pelo seu trabalho na divulgação e valorização da língua portuguesa, em 1901, foi-lhe concedida pelo rei D. Carlos a insígnia de oficial da Real Ordem Militar de Santiago da Espada.
Dez anos depois, em 1911, Carolina Michaëlis de Vasconcelos foi nomeada, por distinção, docente de Filologia Germânica da Universidade de Lisboa, tornando-se na primeira mulher a lecionar numa universidade portuguesa. Um ano depois, por querer estar mais perto da cidade do Porto, pediu transferência para a Universidade de Coimbra, onde viria a reger cinco cursos distintos: dois de Filologia (românica e portuguesa) e três de Língua e Literatura Alemã.
Nesse mesmo ano, foi inscrita e votada para entrar, novamente por mérito, juntamente com Maria Amália Vaz de Carvalho, como membro e sócia da Academia das Ciências de Lisboa, tornando-se assim numa das primeiras mulheres a entrar na prestigiada instituição científica.
Em 1924, dirigiu a revista Lusitânia (1924-1927), uma das publicações de maior projeção cultural em território nacional.
(...)
Morte
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Fernando Martins
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Marcadores: Alemanha, Carolina Michaëlis, literatura, Universidade de Coimbra