Biografia
Terceiro filho de
José Leonardo Venâncio Saraiva,
um professor agnóstico, de formação positivista, e de sua mulher Maria
da Ressurreição Baptista, uma católica devota, cresceu em
Leiria, onde frequentou o Liceu Nacional. Posteriormente ingressou na
Universidade de Lisboa, onde se licenciou em Ciências Histórico-Filosóficas, em 1941, e em Ciências Jurídicas, em 1942, doutorando-se mais tarde.
Envolvido na política, durante o
Estado Novo, foi
deputado à
Assembleia Nacional entre 1957 e 1961,
procurador à
Câmara Corporativa (1965-1973) e
ministro da Educação. Durante o seu ministério, entre 1968 e 1970, enfrentou um dos momentos mais conturbados da oposição ao
salazarismo, com a "Crise Académica de 1969". Quando deixou o Governo, substituído por
José Veiga Simão, foi exercer o cargo de
embaixador de
Portugal no
Brasil, em
Brasília, entre 1972 e o
25 de abril de 1974, tendo-se deslocado para o seu novo cargo numa embaixada flutuante a bordo do navio
Gil Eanes, o qual mais tarde salvou da destruição através dum apelo feito num dos seus programas.
Pela sua grande capacidade de comunicação, popularizou-se com programas televisivos sobre História e cultura.
Ficou classificado em 26.º lugar entre os cem
Grandes Portugueses, do concurso da
RTP 1.
Foi o irmão do professor
António José Saraiva, que chegou a ser militante do
PCP, e pelo qual sempre nutriu uma profunda admiração, apesar das diferenças políticas, e tio do jornalista
José António Saraiva. Foi também sobrinho, pelo lado da mãe, de
José Maria Hermano Baptista, militar centenário, (1895 - 2002, viveu até aos 107 anos) o último veterano português sobrevivente da
Primeira Guerra Mundial. Casou com Maria de Lurdes de Bettencourt de Sá Nogueira, sobrinha-bisneta do 1.º
Barão, 1.º
Visconde e 1.º
Marquês de Sá da Bandeira, de quem teve cinco filhos.
No seu livro de memórias provocou um grande escândalo ao afirmar que
Aristides de Sousa Mendes
esteve longe de ser o herói que fizeram dele, e inclusivamente levantou
suspeitas sobre as verdadeiras intenções de Sousa Mendes naquilo que se
considera o seu grande papel na salvação de vidas.
José Hermano Saraiva morreu a 20 de julho de 2012, aos 92 anos, em
Palmela, onde residia. Foi homenageado posteriormente com um voto de
pesar e um
minuto de silêncio pela
Assembleia da República, o qual foi aprovado com os votos a favor do
PSD,
PS e
PP, e os votos contra do
PCP,
PEV (
CDU) e
BE.