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segunda-feira, dezembro 23, 2024

Akihito, o Imperador emerito do Japão, faz hoje 91 anos

   

Akihito (Tóquio, 23 de dezembro de 1933) é o imperador emérito e foi o 125.º imperador do Japão, de acordo com a ordem tradicional de sucessão, de 7 de janeiro de 1989 a 30 de abril de 2019, dita a época de Heisei. Sucedeu no trono do crisântemo com a morte do seu pai, o imperador Showa. Após a sua abdicação, devido à sua idade e à saúde em declínio, ele tornou-se imperador emérito. Foi sucedido pelo seu filho mais velho, Naruhito, em 1 de maio de 2019.

Ascendeu ao trono, após a morte de seu pai, Hirohito, ocupando a 17.ª posição na lista de monarcas e líderes com mais longo reinado. Akihito foi o único monarca reinante da atualidade a ter o título de Imperador.

Apesar de não possuir poderes diretos sobre a política japonesa, Akihito diferenciou-se do seu pai por demonstrar uma atitude pacífica e conciliadora para com os antigos rivais do Japão, tais como a Rússia e a China.

  

Brasão do Imperador do Japão

   

A Rainha Sílvia da Suécia nasceu há 81 anos


Rainha Sílvia da Suécia, nascida Silvia Renate Sommerlath (Heidelberg, 23 de dezembro de 1943) é a rainha consorte do rei Carlos XVI Gustavo da Suécia. Chamada de Sua Majestade A Rainha, Silvia é a mãe da herdeira ao trono da Suécia, a princesa Vitória.

Silvia Renate Sommerlath nasceu em Heidelberg, Alemanha, no dia 23 de dezembro de 1943. É a mais nova de três crianças, filha do empresário alemão Walther Sommerlath (que se tornou presidente da subsidiária brasileira da metalúrgica Uddeholm) e da brasileira Alice Soares de Toledo. O seu avô materno foi Artur Floriano de Toledo (1873-1935), um descendente do Rei Afonso III de Portugal e sua amante, Maria Peres de Enxara. A rainha tem dois irmãos: Ralf e Walther Sommerlath e o seu terceiro irmão, Jörg Sommerlath, faleceu em 2006. A família Sommerlath viveu em São Paulo, Brasil, entre 1947 e 1957, onde Silvia estudou no tradicional colégio alemão do Visconde de Porto Seguro. A família regressou à Alemanha Ocidental em 1957.
  
(...)
   
Culta, elegante, educada e reconhecida pela simplicidade e simpatia, a Rainha Sílvia é admirada não apenas pelo cumprimento das suas atribuições, mas também pelo empenhamento em projetos sociais importantes. Em 1999, Sílvia da Suécia fundou a World Childhood Foundation, com o objetivo de promover melhores condições de vida e de defesa do direito das crianças contra a pobreza e o abuso sexual. A instituição está presente em catorze países e realiza mais de cem programas.
A 13 de janeiro de 1987 recebeu a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo e a 2 de maio de 2008 recebeu a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.
  

Brasão da Rainha Sílvia
      

domingo, dezembro 15, 2024

El-Rei D. Fernando II morreu há 139 anos...

      
D. Fernando II de Portugal, batizado Fernando Augusto Francisco António de Saxe-Coburgo-Gota-Koháry (Viena, Áustria, 29 de outubro de 1816 - Lisboa, 15 de dezembro de 1885), foi o Príncipe e, posteriormente, Rei de Portugal, pelo seu casamento com a Rainha D. Maria II, em 1836.
De acordo com as leis portuguesas, D. Fernando de Saxe-Coburgo-Gota-Koháry tornou-se Rei de Portugal jure uxoris apenas após o nascimento do primeiro príncipe, que foi o futuro rei D. Pedro V. Dado D. Maria II ser a Rainha, D. Fernando evitava sempre que possível a política, preferindo envolver-se com a arte.
D. Fernando evitou envolver-se no panorama político, preferindo dedicar-se às artes. Por ocasião da fundação da Academia de Belas-Artes de Lisboa a 25 de outubro de 1836, D. Fernando e a rainha declaram-se seus protetores.
Após uma visita ao Mosteiro da Batalha (que encontrava-se abandonado, depois das extinção das ordens religiosas), D. Fernando passa a dedicar parte das suas preocupações à causas de cariz nacionalistas com a proteção do património arquitetónico português edificado, tendo também impulsionado aspetos culturais e financeiros, a par do estímulo à ação desenvolvida por sociedades eruditas, como projetos de restauração e manutenção respeitantes não só a vila da Batalha, mas também ao Convento de Mafra, Convento de Cristo, em Tomar, ao Mosteiro dos Jerónimos, Sé de Lisboa e Torre de Belém.
Como amante de pintura que era, colaborou com algumas gravuras de sua autoria, na Revista Contemporânea de Portugal e Brasil (1859-1865).
        

Palácio Nacional da Pena
         
Era o primogénito do príncipe Fernando de Saxe-Coburgo-Gota, irmão do duque Ernesto I e do Rei Leopoldo I dos Belgas, e de sua esposa, Maria Antónia de Koháry. Tinha três irmãos menores: Augusto, Vitória e Leopoldo.
O príncipe cresceu em vários lugares: nas terras da sua família, na atual Eslováquia e nas cortes austríacas e germânicas.
O seu corpo jaz ao lado de Maria II, a sua primeira esposa, no Panteão dos Braganças, em São Vicente de Fora, Lisboa.
 
    

sábado, dezembro 14, 2024

O príncipe Alberto, marido da Rainha Vitória do Reino Unido, morreu há 163 anos...

  
Francisco Alberto Augusto Carlos Emanuel (Coburgo, 26 de agosto de 1819Windsor, 14 de dezembro de 1861) foi o marido da rainha Vitória e príncipe consorte do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda de 1840 até à sua morte.
Nasceu no ducado saxão de Saxe-Coburgo-Saalfeld, numa família com relações familiares com vários monarcas europeus, aos vinte anos de idade casou-se com a sua prima direita Vitória, de quem teve nove filhos. Ao início sentia-se restringido pela sua posição de consorte, que não lhe dava nenhum poder ou função oficial. Com o passar do tempo adotou várias causas, como uma reforma educacional e a abolição mundial da escravatura, também assumindo responsabilidades administrativas da funcionários, propriedades e escritório da rainha. Alberto envolveu-se ativamente na organização da Grande Exposição de 1851 e ajudou no desenvolvimento da monarquia constitucional britânica, ao persuadir a sua esposa a mostrar menos partidarismo nos assuntos do parlamento - mesmo discordando ativamente da política internacional, intervencionista, promovida por Henry Temple, 3.º Visconde Palmerston, o secretário de assuntos estrangeiros.
Morreu jovem, aos 42 anos de idade, deixando Vitória em estado de profundo luto, que durou pelo resto da sua vida. Quando a rainha morreu, em janeiro de 1901, o seu filho mais velho, Eduardo VII, sucedeu-lhe como o primeiro monarca britânico da Casa de Saxe-Coburgo-Gota, assim designada por causa da casa ducal à qual Alberto pertencia.
  
  

terça-feira, dezembro 10, 2024

O primeiro Rei dos Belgas morreu há 159 anos...

          
Leopoldo I (Coburgo, 16 de dezembro de 1790 - Laeken, 10 de dezembro de 1865) foi um príncipe de Saxe-Coburgo-Gota, e foi o primeiro Rei dos Belgas, título que deteve de 21 de julho de 1831 até à sua morte.
Ele foi o fundador da linhagem belga da Casa de Saxe-Coburgo-Gota. Entre os seus filhos estavam o rei Leopoldo II da Bélgica e a imperatriz Carlota do México.
      
Família e carreira militar
Leopoldo era o filho mais jovem do duque Francisco de Saxe-Coburgo-Saalfeld e da condessa Augusta Reuss-Ebersdorf.
Ele tornou-se um príncipe de Saxe-Coburgo-Gota somente depois de uma troca territorial realizada pelo seu pai, em 1826.
Em 1795, com cinco anos de idade, Leopoldo foi nomeado coronel do regimento imperial de Izmailovski, na Rússia. Sete anos depois, com doze anos, tornou-se general. As tropas napoleónicas ocuparam o ducado de Saxe-Coburgo em 1806. Leopoldo, a quem Napoleão Bonaparte ofereceu a posição de ajudante (recusada), partiu para a Rússia, ao encontro de Alexandre I, que era cunhado da sua irmã Juliana.
Em 1808, Leopoldo acompanhou Alexandre I durante os seus encontros com Napoleão em Erfurt. Como general de brigada do regimento de cavalaria russa, ele participou das campanhas de 1807, 1808 e 1813 e nas batalhas de Lützen, Bautzen e Leipzig (1814) contra as tropas francesas. Tais confrontos garantiram-lhe a posição de major-general do exército russo.
Leopoldo acabou condecorado com várias ordens russas: a Ordem de Santo André, a Ordem de Santa Ana, a Ordem de Santo Alexandre Nevsky, a Ordem de São Jorge, entre outras.
       
Casamentos e filhos
Em 2 de maio de 1816, em Carlton House, Leopoldo desposou a princesa Carlota de Gales, a única filha legítima do príncipe-regente britânico (mais tarde Jorge IV do Reino Unido) e por isso herdeira ao trono. Consequentemente, tornou-se marechal de campo britânico e cavaleiro da Ordem da Jarreteira. Em 5 de novembro de 1817, a princesa Carlota deu à luz um menino, natimorto, e ela própria morreu, no dia seguinte. Se ela tivesse sobrevivido, teria se tornado rainha do Reino Unido em 1830, com a morte de seu pai, e Leopoldo teria sido titulado príncipe consorte britânico, em vez de rei dos Belgas.
Em 2 de julho de 1829, Leopoldo casou-se com a atriz Karoline Bauer, posteriormente condessa de Montgomery, uma prima dum conselheiro do rei, o barão Christian Friedrich von Stockmar. O contrato de casamento foi assinado sem cerimónia religiosa ou pública e, alegadamente, terminou em 1831.
Em 9 de agosto de 1832, Leopoldo casou-se de novo, desta vez com a princesa Luísa Maria d'Orléans, filha do rei Luís Filipe I da França, da qual teve quatro filhos:
  
Rei dos Belgas
Em 1830, o povo da Grécia ofereceu a Leopoldo a coroa grega, que recusou. Depois da Bélgica conquistar a sua independência dos Países Baixos, a 4 de outubro daquele mesmo ano, o Congresso Nacional da Bélgica, depois de considerar muitos outros candidatos, ofereceu a Leopoldo a coroa do país, recentemente formado. Ele aceitou e tornou-se o "rei dos Belgas", em 26 de junho de 1831. Ele jurou lealdade à constituição à frente da Igreja de São Jacob, na praça de Coudenbergh, Bruxelas, em 21 de julho daquele ano. Este dia tornou-se feriado nacional na Bélgica. Jules van Praet tornou-se o seu secretário particular.
Menos de duas semanas mais tarde, em 2 de agosto, os Países Baixos invadiram a Bélgica. Os combates continuaram por oito anos, mas, em 1839, os dois países assinaram o Tratado de Londres, estabelecendo a independência da Bélgica.
Com a abertura de uma nova linha ferroviária entre Bruxelas e Mechelen, em 5 de maio de 1835, um dos maiores desejos de Leopoldo - o de construir a primeira ferrovia na Europa continental - tornou-se realidade. No mesmo ano, Leopoldo foi investido cavaleiro da Ordem do Tosão de Ouro.
Em 1840, Leopoldo arranjou o casamento entre a sua sobrinha, a Rainha Vitória do Reino Unido (filha da sua irmã, Vitória de Saxe-Coburgo-Saalfeld) com o seu sobrinho, o príncipe Alberto de Saxe-Coburgo-Gota (filho de seu irmão Ernesto I de Saxe-Coburgo-Gota). Leopoldo agiu como conselheiro de Vitória.
Em 1842, Leopoldo tentou criar leis para regulamentar o trabalho infantil e feminino, mas não teve sucesso. Uma onda de revoluções varreu a Europa depois da deposição do seu sogro, o rei Luís Filipe, do trono francês, em 1848. A Bélgica permaneceu neutra, por causa do papel de diplomata de Leopoldo.
       
     

sexta-feira, dezembro 06, 2024

A Espanha escolheu ser uma Democracia e uma Monarquia Constitucional há 46 anos

Papeleta favorable a la Constitución de 1978
       
En aplicación de lo dispuesto en el artículo 3º de la Ley para la Reforma Política, por el Real Decreto 2550/1978 de 3 de noviembre, se convocó el Referéndum para la aprobación del Proyecto de Constitución que tuvo lugar el miércoles 6 de diciembre de 1978. Se llevó a cabo de acuerdo con lo prevenido en el Real Decreto 2120/1978, de 25 de agosto. La pregunta planteada fue "¿Aprueba el Proyecto de Constitución?". El Proyecto fue aprobado por el 87,78 por 100 de votantes que representaba el 58,97 por 100 del censo electoral.
    
Referéndum Constitucional 1978
¿Aprueba el proyecto de Constitución?
Datos Postura Votos  %
  • Censo: 26.632.180
    • Votantes: 17.873.271 (67,11%)
    • Abstención: 8.758.909 (32,89%)
      • Válidos: 17.739.485 (99,25%)
      • Votos nulos: 133.786 (0,75%)
15.706.078 88,54
No 1.400.505 7,89
En blanco 632.902 3,57
  
Tanto en el Senado como en el Congreso de los Diputados el texto fue aprobado con los votos de UCD, PSOE, AP (aunque 5 de sus diputados votaron en contra), PDPC, UDC-DCC y PCE, que, junto a ORT, PTE (estos dos en una decisión de última hora) y el PC entre otros, pidieron el voto favorable en el referéndum.
Por su parte, ERC, que en la votación del Congreso se abstuvo, en el referéndum se sumó al voto negativo; mientras que PNV, MC y otros pequeños partidos de izquierdas hicieron campaña por la abstención. Asimismo, también pidieron el voto negativo Euskadiko Ezkerra (EE), Herri Batasuna (HB), OCI (actual POSI), POUM, PSAN, BNPG (futuro BNG), FE-JONS, FN, AFN, UC, LCR y CRPE, entre otros.
  
     

quinta-feira, dezembro 05, 2024

O Imperador D. Pedro II do Brasil morreu há cento e trinta e três anos...

      
D. Pedro II (Rio de Janeiro, 2 de dezembro de 1825Paris, 5 de dezembro de 1891), alcunhado de o Magnânimo, foi o segundo e último soberano do Império do Brasil, tendo sido chefe de estado durante um período de 58 anos. Nascido no Rio de Janeiro, foi o filho mais novo do imperador D. Pedro I do Brasil e da imperatriz Maria Leopoldina de Áustria e, portanto, membro do ramo brasileiro da Casa de Bragança. A abrupta abdicação do pai e a sua partida para Portugal, tornaram Pedro imperador com apenas cinco anos. Obrigado a passar a maior parte do seu tempo estudando na preparação para reinar, conheceu poucos momentos de alegria e amigos de sua idade. As suas experiências com intrigas palacianas e disputas políticas durante este período tiveram grande impacto na formação de seu caráter. O imperador D. Pedro II tornou-se um homem com forte senso de dever e devoção ao seu país e seu povo. Por outro lado, ele ressentiu-se cada vez mais de seu papel como monarca.

Teve a maioridade decretada para assumir o governo e evitar a desintegração do Império, tendo deixado ao sucessor republicano um país caracterizado como potência emergente na arena internacional. A nação distinguiu-se de seus vizinhos hispano-americanos devido à sua estabilidade política, à liberdade de expressão zelosamente mantida, respeito pelos direitos civis excetuando os escravos, ao seu crescimento económico vibrante e especialmente pela sua forma de governo: uma funcional monarquia parlamentar constitucional. O Brasil também foi vitorioso em três conflitos internacionais (a Guerra do Prata, a Guerra do Uruguai e a Guerra do Paraguai) sob o seu reinado, assim como prevaleceu em outras disputas internacionais e tensões domésticas. Sob o reinado de D. Pedro II foram tomadas medidas de abolição gradual da escravatura, apesar da oposição poderosa de interesses políticos e económicos. Um erudito, o imperador estabeleceu uma reputação como um vigoroso patrocinador do conhecimento, da cultura e das ciências. Ele ganhou o respeito e admiração de estudiosos como Graham Bell, Charles Darwin, Victor Hugo e Friedrich Nietzsche, e foi amigo de Richard Wagner, Louis Pasteur e Henry Wadsworth Longfellow, dentre outros.

Apesar de não haver desejo de uma mudança na forma de governo pela maior parte dos brasileiros, o imperador foi retirado do poder em 15 de novembro de 1889, por meio de um golpe de Estado. D. Pedro II não permitiu nenhuma medida contra a sua remoção e não apoiou qualquer tentativa de restauração da monarquia. O imperador deposto passou os seus últimos dois anos de vida no exílio na Europa, vivendo só. Os homens que o exilaram logo começaram a enxergá-lo como um modelo para a república brasileira. Algumas décadas após sua morte, a sua reputação foi restaurada e os seus restos mortais foram trazidos de volta ao Brasil no meio de amplas celebrações. 

  

   
(...)

Os seus últimos dois anos de vida foram solitários e melancólicos, vivendo em hotéis modestos com quase nenhum recurso, ajudado financeiramente pelo seu amigo Conde de Alves Machado, e escrevendo em seu diário sobre sonhos em que lhe era permitido regressar ao Brasil.
Certo dia realizou um longo passeio pelo rio Sena numa carruagem aberta, apesar da temperatura extremamente baixa. Ao regressar ao hotel Bedford à noite, sentiu-se constipado. A doença evoluiu nos dias seguintes até tornar-se uma pneumonia. O estado de saúde de Pedro II rapidamente piorou até à sua morte, às 00.35 da manhã do dia 5 de dezembro de 1891. As suas últimas palavras foram: "Deus que me conceda esses últimos desejos - paz e prosperidade para o Brasil." Enquanto preparavam o seu corpo, um pacote lacrado foi encontrado no quarto com uma mensagem escrita pelo próprio imperador: "É terra de meu país; desejo que seja posta no meu caixão, se eu morrer fora de minha pátria". O pacote que continha terra de todas as províncias brasileiras foi colocada dentro do caixão.
A Princesa Isabel desejava realizar uma cerimónia discreta e íntima, mas acabou por aceitar o pedido do governo francês de realizar um funeral de Estado. No dia seguinte, milhares de personalidades compareceram a cerimónia realizada na Igreja de la Madeleine. Além da família de Pedro II, estavam: Francisco II, ex-rei das Duas Sicílias, Isabel II, ex-rainha da Espanha, Luís Filipe, o conde de Paris, e diversos outros membros da realeza europeia. Também estavam presentes o General Joseph Brugère, representando o Presidente Sadi Carnot, os presidentes do Senado e da Câmara, assim como senadores, deputados, diplomatas e outros representantes do governo francês. Quase todos os membros da Academia Francesa, do Instituto de França, da Academia de Ciências Morais e da Academia de Inscrições e Belas-Artes também participaram. Representantes de outros governos, tanto do continente americano como europeu estiveram presentes, além de países longínquos como a Turquia, China, Japão e Pérsia. Em seguida o caixão foi levado em cortejo até à estação de comboio, de onde partiria para Portugal. Apesar da chuva incessante e da temperatura extremamente baixa, cerca de 300 mil pessoas assistiram ao evento. A viagem prosseguiu até a Igreja de São Vicente de Fora, em Lisboa, onde o corpo de Pedro II foi depositado, no Panteão dos Braganças, em 12 de dezembro.
Os membros do governo republicano brasileiro, "temerosos da grande repercussão que tivera a morte do imperador", negaram qualquer manifestação oficial. Contudo, o povo brasileiro não ficou indiferente ao falecimento de Pedro II, pois a "repercussão no Brasil foi também imensa, apesar dos esforços do governo para a abafar. Houve manifestações de pesar em todo o país: comércio fechado, bandeiras a meio pau, toques de finados, tarjas pretas nas roupas, ofícios religiosos". Foram realizadas "missas solenes por todo o país, seguidas de pronunciamentos fúnebres em que se enalteciam D. Pedro II e o regime monárquico".

O Imperador Pedro II no seu leito de morte, a 6 de dezembro de 1891: o livro debaixo do travesseiro sob a sua cabeça simboliza que, mesmo após a morte, a sua mente descansa sobre o conhecimento

quinta-feira, novembro 28, 2024

O rei Afonso XII de Espanha nasceu há 167 anos...

   
Afonso XII (Madrid, 28 de novembro de 1857 – Madrid, 25 de novembro de 1885) foi Rei da Espanha de 1874 até à sua morte, tendo subido ao trono após um golpe de estado que restaurou a monarquia e encerrou a Primeira República Espanhola.
Era filho da rainha Isabel II e do seu marido Francisco, Duque de Cádiz. Afonso foi forçado a ir para o exílio ainda criança, depois da Revolução de 1868, que depôs a sua mãe. Estudou na Áustria e na França. Isabel abdicou formalmente a seu favor em 1870 e ele voltou para a Espanha em 1874 como seu rei. Afonso morreu de disenteria, aos 27 anos de idade, e foi sucedido pelo seu filho, ainda não nascido, que se tornou o rei Afonso XIII ao nascer, no ano seguinte.
  
   

A 1 de dezembro de 1874, Afonso publicou o Manifesto de Sandhurst, apresentando-se aos espanhóis como um príncipe católico, espanhol, constitucional, liberal e desejoso de servir à nação.

A 29 de dezembro de 1874 produziu-se a restauração da monarquia, ao dar o general Arsenio Martínez-Campos um golpe de estado em Sagunto (Valência) em favor do acesso ao trono do príncipe Afonso. Naquele momento, o Chefe de Estado era o general Serrano. O Chefe de Governo era Sagasta. Em janeiro de 1875 chegou à Espanha e foi proclamado rei ante as Cortes Generales

O seu reinado consistiu principalmente em consolidar a monarquia e a estabilidade institucional, reparando os danos que as lutas internas dos anos do chamado Sexénio Revolucionário deixaram, ganhando o cognome de «o Pacificador». Foi aprovada a nova Constituição de 1876 e durante esse mesmo ano terminou a guerra carlista, dirigida pelo pretendente Carlos VII (o próprio monarca esteve presente no campo de batalha, para presenciar o seu final). Os foros Bascos e Navarros foram reduzidos e conseguiu-se que cessassem, transitoriamente, as hostilidades em Cuba, com a assinatura da Paz de Zanjón.

Afonso XII realizou, em 1883, uma visita oficial à Bélgica, Áustria, Alemanha e França. Na Alemanha aceitou a sua nomeação como coronel de honra de um regimento da guarnição de Alsácia, território conquistado pelos alemães e cuja soberania reclamava a França. Este facto deu lugar a uma receção hostil ao monarca espanhol por parte da população de Paris durante a sua visita oficial a França.

A Alemanha tentou ocupar as ilhas Carolinas, naquele momento debaixo do domínio espanhol, provocando um incidente entre os dois países que terminou em favor da Espanha com a assinatura de um acordo hispano-alemão em 1885. Nesse mesmo ano desencadeou-se um surto de cólera em Aranjuez. O monarca, sem contar com a aprovação do governo, visitou os enfermos, gesto que foi apreciado pela população. Pouco tempo depois, a 25 de Novembro, Afonso XII faleceu de tuberculose no Palacio Real de El Pardo, em Madrid.

Casou-se em primeiras núpcias com Mercedes de Orleães e depois com a arquiduquesa Maria Cristina da Áustria, de quem teve três filhos.

Quando morreu, a sua mulher encontrava-se grávida e foi nomeada regente até ao nascimento de seu filho, Afonso XIII.

 

sábado, novembro 23, 2024

O Luxemburgo tornou-se independente há 134 anos


Guilherme III (Bruxelas, 17 de fevereiro de 1817 - Apeldoorn, 23 de novembro de 1890) Rei dos Países Baixos e Grão-Duque de Luxemburgo de 1849 a 1890, foi filho e sucessor de Guilherme II dos Países Baixos.

Guilherme nasceu em Bruxelas, na Bélgica, como filho de Guilherme II dos Países Baixos e da Rainha Ana, filha do Czar Paulo I da Rússia e da Imperatriz Maria Feodorovna. Na sua juventude, teve uma carreira militar.
Ele casou-se com a sua prima Sofia, filha do Rei Guilherme I de Württemberg e da Grã-Duquesa Catarina Pavlovna da Rússia, em 18 de junho de 1839. O casamento foi definitivamente infeliz. Sofia era uma intelectual liberal, odiando tudo relacionado com ditadura, como a armada. Guilherme era mais simples, mais conservador e amava o exército.

Guilherme III pretendeu repetidamente abdicar assim que seu filho tivesse dezoito anos. Isso ocorreu em 1858, mas como nunca tomou uma decisão, permaneceu Rei. O seu primeiro ato foi a inauguração do gabinete parlamentar de Thorbecke, o projetista da constituição de 1848, a quem Guilherme III odiava.
Quando a hierarquia católica dos bispos foi restaurada em 1853, ele achou uma razão para demitir o seu rival. Nas primeiras duas décadas de seu reinado, ele demitiu vários gabinetes e debandou vários generais de estado muitas vezes, instalando gabinetes reais que reinaram brevemente, pois não havia apoio no parlamento eleito.
Em 1867, tentou vender o grão-ducado de Luxemburgo. A tentativa por pouco não causou uma guerra entre a França e a Prússia e fez de Luxemburgo um país completamente independente.
Guilherme III foi popular entre pessoas ordinárias, apresentado-se como um homem cordial.
Em 1877, Sofia morreu, e anos de guerra dentro do palácio tiveram um fim. Em 1879, dois anos depois, Guilherme III resolveu desposar a jovem Princesa Ema de Waldeck e Pyrmont, um pequeno principado na Alemanha. Alguns políticos ficaram furiosos porque Ema tinha 41 anos a menos do que Guilherme. Entretanto, Ema revelou ser uma mulher cordial, e, quando o rei pediu permissão ao parlamento, o casamento foi facilmente aceite e foi rápido. Contudo, Ema não havia sido a sua primeira escolha: a sua irmã, a princesa Paulina de Waldeck e Pyrmont, tinha-o rejeitado, bem como Tira da Dinamarca, cuja irmã era a Princesa de Gales (depois Rainha Alexandra).
Ema teve uma influência atenuada e suavizadora nas mudanças constantes de personalidade de Guilherme, e o casamento entre os dois foi feliz. A última década foi, sem dúvida, a melhor de seu reinado. Em 1880, Ema deu luz a uma menina: a futura Guilhermina dos Países Baixos, que se tornou herdeira em 1884, com a morte do último filho sobrevivente do primeiro casamento de Guilherme III. Muitos herdeiros potenciais morreram entre 1878 e 1884, e o mausoléu de Nieuwe Kerk em Delft nunca foi aberto tantas vezes na história.
Guilherme III ficou seriamente doente em 1887, morrendo em 1890. Como Guilhermina tinha apenas 10 anos, Ema tornou-se a Rainha Regente, cargo que assumiu até a sua filha fazer os dezoito anos. O Grã-Ducado de Luxemburgo, que na época só podia ser herdado por homens, sob a Lei Sálica, foi para um primo distante de Guilherme III, Adolfo, Duque de Nassau.
   


     

 

 

Adolfo, Grão-Duque de Luxemburgo, (Biebrich, 24 de julho de 1817 - Hohenburg, 17 de novembro de 1905) foi o último duque de Nassau e o quarto grão-duque de Luxemburgo.

 

Família e ascensão

Ele era o segundo filho de Guilherme, Duque de Nassau (1792-1839) e de sua primeira esposa, Carlota Luísa Frederica de Saxe-Altenburgo. A sua meia-irmã, a princesa Sofia de Nassau, casou-se com o rei Óscar II da Suécia. No dia 30 de agosto de 1839, depois da morte de seu pai, Adolfo tornou-se duque de Nassau. Ele apoiou o Império Austríaco durante a Guerra das Sete Semanas, em 1866. Depois da derrota da Áustria, o território de Nassau foi anexado pelo Reino da Prússia.

Em 1879, a sobrinha de Adolfo, Ema de Waldeck e Pyrmont, a filha de uma das suas meia-irmãs, desposou o seu distante parente, o rei Guilherme III dos Países Baixos. Em 1890, a única filha deles, Guilhermina dos Países Baixos, sucedeu ao trono holandês, mas foi excluída da sucessão ao trono luxemburguês pela lei sálica. O grão-ducado, que estivera ligado com os Países Baixos desde 1815, passou então para o desapossado duque Adolfo.

 

Casamentos

Em 31 de janeiro de 1844, em São Petersburgo, Adolfo casou-se com a grã-duquesa Isabel Mikhailovna da Rússia, neta do czar Paulo I, que morreu menos de um ano depois, ao dar à luz uma menina que também não sobreviveu.

No dia 23 de abril de 1851, Adolfo desposou a princesa Adelaide Maria de Anhalt-Dessau, uma filha do príncipe Frederico Augusto de Anhalt-Dessau. Eles tiveram cinco filhos, dos quais apenas dois chegaram aos dezoito anos e se tornaram príncipe e princesa de Luxemburgo.

O filho mais velho, Guilherme, tornou-se grão-duque de Luxemburgo com a morte de seu pai em 1905. A sua única filha, a princesa Hilda, casou-se com o grão-duque Frederico II de Baden.

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in Wikipédia

sexta-feira, novembro 22, 2024

A restauração da Monarquia em Espanha foi oficializada pelas Cortes há 49 anos...

Proclamação como Rei, a 22 de novembro de 1975, ante as Cortes franquistas
    
Depois da morte do anterior Chefe de Estado, Francisco Franco, Juan Carlos foi proclamado Rei a 22 de novembro de 1975, e pronunciou nas Cortes a sua primeira mensagem à nação, na qual expressou as ideias básicas do seu reinado: restabelecer a democracia e ser Rei de todos os espanhóis, sem exceção.
A transição para a democracia, preparada por uma nova equipa, começou com a Lei da Reforma Política em 1976. Em maio de 1977, o Conde de Barcelona, seu pai, transmitiu ao Rei os seus direitos dinásticos e a Chefia da Casa Real espanhola, num ato que constatava o cumprimento do papel que pertencia à Coroa no retorno da democracia. Um mês mais tarde, celebraram-se as primeiras eleições democráticas desde 1936, e o novo parlamento elaborou o texto da atual Constituição, aprovada por referendo a 6 de dezembro de 1978 e sancionada por Juan Carlos, em sessão solene das Cortes Gerais, de 27 do mesmo mês. A Constituição estabeleceu, como forma política do Estado, a monarquia parlamentar, em que o rei arbitra e modera o funcionamento regular das instituições políticas. Na sua mensagem às Cortes, Juan Carlos proclamou expressamente o seu propósito de aceitá-la e servi-la. Em suma, foi a atuação do monarca que salvou a Constituição e a democracia, na noite de 23 de fevereiro de 1981, quando os demais poderes constitucionais estavam reféns no parlamento por uma tentativa golpista.
Ao longo do seu reinado, visitou oficialmente a quase totalidade dos países do Mundo e os principais organismos internacionais, tanto de caráter universal como regional.
  
Brasão do rei Juan Carlos I
   

quarta-feira, novembro 20, 2024

O Marechal Duque de Saldanha morreu há 148 anos

     
João Carlos Gregório Domingos Vicente Francisco de Saldanha Oliveira e Daun
  (Lisboa, 17 de novembro de 1790 - Londres, 20 de novembro de 1876), 1.º conde, 1.º marquês e 1.º duque de Saldanha, também conhecido por Marechal Saldanha, foi um oficial do Exército Português, no qual atingiu o posto de marechal, diplomata e um dos políticos dominantes do século XIX em Portugal, com uma carreira política que se iniciou na Guerra Civil Portuguesa (1828-1834) e só terminou com a sua morte em 1876. A sua longa carreira política, e os cargos de relevo que exerceu, fizeram dele o mais importante homem de estado do período da monarquia constitucional portuguesa, influenciando de forma substancial o rumo dos acontecimentos políticos em Portugal ao longo de meio século. Entre outros cargos e honrarias, foi marechal general do exército, par do reino, conselheiro de estado efetivo, ministro plenipotenciário em Londres, mordomo-mor da Casa Real, vogal do Supremo Conselho de Justiça Militar, vinte e quatro vezes ministro, assumindo designadamente as pastas da Guerra e dos Negócios da Fazenda, e, por quatro vezes, presidente do Conselho de Ministros de Portugal (em 1835, 1846 - 1849, 1851- 1856 e em 1870). Dedicou-se ao estudo de temas filosóficos e, infelizmente, foi um dos pioneiros da homeopatia em Portugal. O marechal duque de Saldanha é lembrado na toponímia de inúmeras povoações e por um monumento nacional, na Praça Duque de Saldanha, em Lisboa, inaugurado a 18 de fevereiro de 1909 com imponente solenidade.

   Brasão de Armas dos Duques de Saldanha - daqui

 

A Espanha voltou a ter Rei há 49 anos...!


O papel político do rei Juan Carlos I
A morte de Franco converteu oficialmente, dois dias depois, a 22 de novembro de 1975, em Chefe de Estado a D. Juan Carlos de Bourbon, proclamado como Rei em virtude da Lei da Sucessão na Chefia do Estado. Até então o príncipe mantivera-se num discreto segundo plano seguindo as pautas pontuadas por Franco. Mas o desaparecimento do geral ia permitir a D. Juan Carlos facilitar, como Rei da Espanha, a implantação de um sistema político democrático no país. Este projeto contava com amplos apoios dentro e fora da Espanha: os países ocidentais, um setor importante do capitalismo espanhol e internacional, a grande maioria da oposição ao franquismo e uma parte crescente do próprio regime franquista.
Porém, a transição teve de superar as resistências do regime, num quadro de tensões causadas por grupos radicais da extrema esquerda e grupos franquistas da extrema direita. Estes últimos contavam com um apoio considerável dentro do exército. Estes grupos ameaçavam com deteriorar a situação política, iniciando um processo de involução.
A realização desse projeto exigia que a oposição controlasse os seus partidários para evitar qualquer provocação e que o exército não caísse na tentação de intervir no processo político para salvar as estruturas franquistas. Nesta dupla direção moveu-se a atuação política de Dom Juan Carlos e dos seus colaboradores.
Frente da nova etapa histórica, havia três posturas claramente diferençadas:
  • Os partidários do regime franquista (conhecidos como ultras ou o bunker), defensores do mantimento da legalidade franquista, ou no máximo, a sua atualização. Apesar do seu escasso apoio social, dominavam o exército e um órgão fundamental dentro da organização do Estado, o Conselho do Reino.
  • A oposição democrática, organizada primeiro em duas associações de partidos políticos, a Junta Democrática de Espanha e a Plataforma de Convergência Democrática, que acabaram fundindo-se na associação Coordenação Democrática, conhecida como Platajunta. Esta defendia a rutura legal com o regime franquista para passar diretamente a um Estado democrático.
  • Torcuato Fernández Miranda, ex presidente interino do governo em 1973, professor de Direito Político de Juan Carlos I, partidário de reformar as Leis Fundamentais do Movimento mediante as suas próprias disposições para chegar assim à democracia, evitando vazios legais. Em palavras do próprio Fernández Miranda, tratava-se de ir "da lei à lei através da lei".
D. Juan Carlos iniciou o seu reinado sem sair da legalidade franquista. Assim, jurou fidelidade aos princípios do Movimiento, tomou posse da coroa ante as Cortes franquistas e respeitou a Lei Orgânica do Estado de 1966 para a nomeação do seu primeiro Chefe de Governo. Contudo, já no seu discurso ante as Cortes, se mostrou aberto a uma transformação do sistema político espanhol.