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segunda-feira, março 24, 2025

O paleontólogo Harry Whittington nasceu há 109 anos...

(imagem daqui)

      
Harry Blackmore Whittington (Birmingham, 24 de março de 1916 - Cambridge, 20 de junho de 2010) foi um paleontólogo britânico.
Professor no Departamento de Ciências da Terra, Cambridge, membro do Colégio Sidney Sussex. Frequentou a Escola Handsworth Grammar em Birmingham, seguido por sua licenciatura e doutoramento em Geologia na Universidade de Cambridge, onde foi professor de 1966 a 1983 (continuando a publicar mesmo depois de reformado). Durante a sua carreira paleontológica, que abrange mais de sessenta anos, o Dr. Whittington conseguiu brilhantes resultados no estudo de fósseis de artrópodes do início da Era Paleozóica, com foco particular nas trilobites. Entre as suas principais realizações estão:
Entre os seus muitos prémios, recebeu o International Prize for Biology de 2001 e a Medalha Wollaston, também em 2001.
 
 Anomalocaris canadensis - espécie estudada por Whittington
 
   
Opabinia - género estudado por Whittington
       

domingo, março 16, 2025

Notícia interessante de Paleontologia...

Não é um pássaro, um avião ou dinossauro. É o Quetzalcoatlus (e vai voar outra vez)

 


Foi o maior animal que alguma vez se elevou nos ares do nosso planeta. Com 12 metros de envergadura e 500 quilos, o Quetzalcoatlus não era um dinossauro, tinha que saltar para levantar voo, e vai voltar a voar  - no Museu da Ciência da Virgínia, nos Estados Unidos.

Era um réptil gigante, do tamanho de uma girafa, e foi a maior criatura voadora que já existiu. Tinha de saltar cerca de 2,4m do chão para conseguir levantar voo.

Este pterossauro, designado Quetzalcoatlus (pronuncia-se ket-zel-co-uat-lus), fazia parte de grupo extinto de répteis voadores. Tinha membros finos, um bico bastante longo e asas com 12 metros de comprimento.

Embora parente dos dinossauros, o Quetzalcoatlus não era um dinossauro, mas um pterossauro de quase 500 quilos, que viveu entre 70 e 66 milhões de anos atrás.

Apesar de se ter extinguido e passado à (pré)história, podemos agora observar uma representação em tamanho real desta criatura magnífica, em todo o seu esplendor, no Museu da Ciência da Virgínia, nos Estados Unidos.

O exemplar está suspenso no teto do museu, visível dos três andares do edifício, à medida que os visitantes se deslocam pela que já foi uma histórica estação de comboios.

Está representado em voo, com as asas estendidas a 11 metros de altura. O seu corpo inclinado, com 8 metros, está coberto por milhões de picnofibras pintadas à mão, com um revestimento corporal felpudo, e a sua enorme boca está aberta - pormenores todos eles destinados a dar vida à criatura.

Esta representação do réptil gigante é o maior Quetzalcoatlus alguma vez produzido, o único alguma vez feito com a boca aberta e o único com esta coloração, dada por uma pintura personalizada, criada pelo maior fabricante mundial de animais cientificamente exatos com qualidade de museu.

Para celebrar a chegada do seu novo hóspede” o Museu está a organizar uma Festa Pré-Histórica, conta o RVA Hub. As pessoas esperam ver dinossauros quando visitam um museu de ciência, mas o Museu da Ciência da Virgínia quer dar aos visitantes algo ainda melhor: o inesperado.

50 anos depois da descoberta dos ossos fossilizados do majestoso pterossauro, no Parque Nacional de Big Bend, no Texas, Estados Unidos, um estudo publicado em 2021 na Journal of Vertebrate Paleontology explicava, finalmente, como é que um animal tão grande conseguia voar.

E, na próxima sexta-feira, um evento especial com o nome de “Science After Dark” irá dar aos visitantes a oportunidade de ver o Quetzalcoatlus em ação.

Misterioso, impressionante e inspirador, tal como um dinossauro, o Quetzalcoatlus irá proporcionará um momento de descoberta e deleite a visitantes de todas as idades.

 

 

in ZAP

sexta-feira, março 14, 2025

A mina da Guimarota, em Leiria, continua a surpreender-nos...

Descoberta nova espécie fóssil de réptil primitiva que viveu em Portugal

 

Os fósseis da mina da Guimarota (em Leiria) armazenados no Museu Geológico de Lisboa foram revisitados pelos cientistas e daí resultou a descoberta de um réptil que viveu há 150 milhões de anos.


 

Visão geral da da coleção de fósseis da mina da Guimarota

 

Uma nova espécie de réptil primitiva, que viveu em Portugal há 150 milhões de anos, foi identificada num estudo liderado pelo paleontólogo Alexandre Guillaume, da Universidade Nova de Lisboa (UNL) e do Museu da Lourinhã.

A nova espécie, Marmoretta drescherae, pertence ao género Marmoretta, que “representa o ramo primitivo da árvore evolutiva dos lagartos modernos”, refere em comunicado a Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT) da UNL, onde Alexandre Guillaume conduziu o estudo no âmbito do seu doutoramento.

Até agora apenas estava referenciada uma espécie pertencente ao género Marmoretta, a Marmoretta oxoniensis.

“O Marmoretta drescherae não é um antepassado direto dos lagartos atuais, mas sim um representante primitivo de uma linhagem que se extinguiu no final do Jurássico”, sublinha o paleontólogo Alexandre Guillaume, citado no comunicado, acrescentado que a “descoberta reforça a hipótese de que, no final do Jurássico, a América do Norte, a Europa e o Noroeste de África partilhavam faunas semelhantes, ao mesmo tempo que sugere diferenças ecológicas locais”.

Para este estudo, feito em colaboração com investigadores da Universidade de Saragoça (Espanha), Alexandre Guillaume analisou 150 fósseis armazenados no Museu Geológico de Lisboa, que tinham sido encontrados na mina da Guimarota, em Leiria, “um dos mais ricos depósitos de microfósseis do Jurássico Superior”.

Com base na análise dos fósseis portugueses, por comparação com fósseis encontrados no Reino Unido e Estados Unidos, o trabalho confirmou, ainda, a presença na fauna jurássica de Portugal de um pequeno réptil semiaquático pertencente ao género Cteniogenys, embora sem conseguir determinar se se trata de uma espécie diferente das já descritas noutras regiões”.

 

Os fósseis do Cteniogenys dentaries oriundos da mina da Guimarota

 

Alexandre Guillaume, que se dedica ao estudo da pequena herpetofauna (répteis e anfíbios) do Jurássico Superior de Portugal, e a restante equipa analisaram fragmentos isolados de mandíbulas, crânios, membros e vértebras.

A investigação, que visou reavaliar fósseis descritos nas décadas de 70 e 90 por paleontólogos da Universidade Livre de Berlim, na Alemanha, foi publicada na revista científica de acesso aberto Acta Palaentologica Polonica.



in Público

 

ADENDA: a mesma informação, no jornal Região de Leiria...

quarta-feira, março 12, 2025

As coisas estranhas que alguns artrópodes fósseis fazem...

Estas aranhas fingiam ser formigas para afugentar os predadores

 

 

 

Um novo fóssil de aranha indica que a espécie em causa imitava as formigas para aumentar as suas probabilidades e sobrevivência.

Um novo estudo publicado na An International Journal of Paleobiology descobriu um fóssil que fornece provas concretas de que as aranhas imitavam as formigas como mecanismo de defesa contra os predadores.  

Este achado raro, a Myrmarachne colombiana, foi descoberto fossilizado em resina de copal de Medellin, Colômbia. A pesquisa destaca as estratégias de sobrevivência intrincadas desenvolvidas pelas aranhas, que já somam milhões de anos.

As formigas, conhecidas pelos seus mecanismos de defesa agressivos, incluindo mordidas fortes, ferrões venenosos e a capacidade de chamar reforços, são frequentemente evitadas pelos predadores. Isto torna-as modelos ideais para o mimetismo de espécies mais vulneráveis, como as aranhas, que não possuem defesas químicas e são geralmente criaturas solitárias.

A Myrmarachne colombiana utilizou esta forma de mimetismo para escapar à predação de aranhas maiores, vespas e aves, que tendem a evitar as formigas. Ao imitar as formigas, estas aranhas aumentam as suas hipóteses de sobrevivência.

 Esta descoberta foi possível através do estudo de um pedaço de copal, uma forma menos madura de resina fossilizada em comparação com o âmbar, que se estima ter cerca de três milhões de anos. Apesar dos desafios em determinar a idade exata da resina sem danificar o fóssil da aranha, esta descoberta abre novos caminhos para a compreensão da história evolutiva do mimetismo nas aranhas.

Curiosamente, não existem atualmente provas vivas de aranhas mimetizadoras de formigas na Colômbia, o que indica uma possível extinção ou uma população rara. As adaptações físicas necessárias para que uma aranha se assemelhe a uma formiga são complexas, envolvendo mudanças significativas na sua anatomia, como o posicionamento de suas pernas dianteiras para imitar antenas e a modificação de seus segmentos corporais para se assemelharem aos das formigas.

O trabalho sugere que, para além do mero instinto, pode estar envolvido um nível de raciocínio e inteligência na forma como estas aranhas selecionam e se modelam a partir de espécies específicas de formigas no seu ambiente.

Esta descoberta desafia os pressupostos anteriores sobre o comportamento dos insetos ser apenas instintivo e abre questões fascinantes sobre as capacidades cognitivas das aranhas, relata o Interesting Engineering.

O facto de a Myrmarachne colombiana ser potencialmente uma aranha saltadora acrescenta ainda mais intriga a este estudo, realçando as diversas estratégias utilizadas pelas aranhas para se adaptarem e sobreviverem num mundo cheio de predadores.

 

in ZAP

William Buckland nasceu há duzentos e quarenta e um anos

     
William Buckland (Axminster, Devon, 12 de março de 1784 - 24 de agosto de 1856) foi um teólogo britânico que se tornou Deão de Westminster, geólogo e paleontólogo que fez a primeira recolha e descrição completa de um dinossauro nomeado megalossauro, no seu trabalho na caverna de Kirkdale comprovando um covil pré-histórico de hiena, e pelo qual foi premiado com a Medalha Copley, foi amplamente elogiado como um exemplo de como a análise científica detalhada pode ser usada para entender a história geológica pela reconstrução de eventos de tempo profundo. Foi um pioneiro no uso de fezes, restos fossilizados, pelo qual ele inseriu o termo coprólito, para reconstruir antigos eco-sistemas. Buckland foi o proponente da Teoria do Hiato, que interpretava o acontecimento Bíblico de Génesis se referindo a dois episódios da Criação separados por um período de duração, que surgiu no final do século XVIII e começo do século XIX com uma maneira de reconciliar os acontecimentos das escrituras com as descobertas geológicas que sugeria a terra muito antiga. No começo de sua carreira ele acreditou que tivesse encontrado evidência geológica do Dilúvio Bíblico, porém mais tarde convenceu-se que a Era do Gelo de Louis Agassiz era uma melhor explicação e desempenhou um importante papel na promoção da teoria na Grã Bretanha.
Foi laureado com a Medalha Copley, em 1822, e com a medalha Wollaston, concedida pela Sociedade Geológica de Londres, em 1848.
   

domingo, março 09, 2025

A paleontóloga Mary Anning morreu há 178 anos

   
Mary Anning (Lyme Regis, 21 de maio de 1799 - Lyme Regis, 9 de março de 1847), foi uma paleontóloga inglesa.
Foi Mary Anning quem descobriu o primeiro fóssil de ictiossauro. Esta encontrou, por volta dos 12 anos, na costa de Dorset, incrustado num íngreme penhasco, o primeiro fóssil de ictiossauro conhecido, que media cinco metros de comprimento.
Mary Anning ainda descobriu muitos outros répteis marinhos antigos, hoje em exposição no Museu de História Natural de Londres, como o plesiossauro, e um dos primeiros fósseis de pterodáctilo.
Anning passou boa parte da vida recolhendo fosseis na praia e vendendo-os aos visitantes, e por isso pode ser a inspiração para o trava-línguas inglês She sells seashells on the seashore (Ela vende conchas à beira-mar).
Curiosamente, Mary Anning nunca descobriu nenhum dinossáurio.
Mary Anning foi uma coletora, negociante e paleontóloga britânica que se tornou conhecida em todo o mundo pelo número de importantes achados que ele fez nos leitos fósseis marinhos de idade jurássica na cidade de Lyme Regis, no condado de Dorset, onde ela viveu. O trabalho dela contribuiu para mudanças fundamentais no pensamento científico sobre a vida pré-histórica e sobre a história da Terra que ocorreram no início do século XIX.
Anning procurou fósseis na área dos penhascos de Blue Lies, particularmente durante os meses de inverno, quando deslizamentos expunham novos fósseis que tinham de ser recolhidos rapidamente, antes que eles desaparecessem no mar. Era um trabalho perigoso, e ela quase perdeu a sua vida, em 1833, durante um deslizamento que matou o seu cão Tray. As descobertas dela incluíram o primeiro esqueleto de ictiossauro a ser corretamente identificado, que ela e o irmão dela encontraram quando ela tinha apenas 12 anos de idade; os dois primeiros esqueletos de plesiossauros já encontrados; o primeiro esqueleto de pterosauro localizado fora da Alemanha; e alguns importantes fósseis de peixes. As observações dela tiveram um papel chave nas descobertas de que fósseis de belemnites continham sacos de tinta fossilizados, e que coprólitos, conhecidos como pedras de bezoar na época, eram fezes fossilizadas. Quando o geólogo Henry De La Beche pintou Duria Antiquior, a primeira representação pictórica largamente divulgada de uma cena da vida pré-histórica derivada de reconstruções de fósseis, ele baseou-se em grande parte nos fósseis que Anning tinha encontrado, e vendeu impressões da ilustração em seu benefício.
O género e a classe social da Anning impediram-na completamente de participar da comunidade cientifica da Grã-Bretanha do século XIX - dominada como ela era por senhores anglicanos ricos. Ela lutou financeiramente por grande parte de sua vida. A família dela era pobre, e como dissidentes religiosos, estavam sujeitos a discriminação legal. O pai dela, um marceneiro, morreu quando ela tinha onze anos. Ela tornou-se bem conhecida nos círculos geológicos na Grã Bretanha, Europa e América, e foi consultada sobre assuntos de anatomia, bem como sobre recolha de fósseis. Entretanto, como mulher, não era elegível para se juntar à Geological Society of London, e muitas vezes nem sequer recebia o crédito completo pelas suas contribuições científicas. Na verdade ela escreveu em uma carta: "O mundo usou-me tão maldosamente, que eu temo que todos suspeitem de mim." O único escrito científico dela publicado em toda a sua vida apareceu na Magazine of Natural History em 1839, um trecho de uma carta na qual Anning tinha escrito para o editor da revista, questionando uma de suas reivindicações. Depois da sua morte a história da sua vida pouco comum atraiu interesse crescente. Charles Dickens escreveu sobre ela, em 1865 , e disse que:"a filha do carpinteiro conquistou um nome por ela mesma, e mereceu conquistá-lo." Em 2010 a Royal Society incluiu Anning numa lista das dez mulheres britânicas que mais influenciaram a história da ciência.
   
Carta e desenho de Mary Anning anunciando a descoberta de um fóssil animal hoje conhecido como Plesiosaurus dolichodeirus, 26 de dezembro de 1823
   

terça-feira, março 04, 2025

Novidades sobre a vida dos primeiros animais fora de água...

Novas provas sugerem que os primeiros animais do planeta sobreviviam sem água

 


 

A descoberta pode alterar a forma como concebemos o período Câmbrico e as espécies que viveram há cerca de 500 milhões de anos.

Uma equipa de investigadores analisou fósseis do período Câmbrico, que teve lugar há cerca de 500 milhões de anos, e chegou a uma conclusão surpreendente: foram descobertas finas camadas de xisto com fissuras reveladoras - o que indica que as rochas se formaram a partir de lama que secou ao sol. 

“Devem ter tido mecanismos para lidar com alguns dos factores de stress deste ambiente”, afirma à New Scientist o investigador Giovanni Mussini. “Já havia um conjunto de ferramentas genéticas e fisiológicas para fazer estas breves excursões a ambientes muito terrestres”.

O estudo, publicado na Palaeontology, centrou-se em análises a rochas sedimentares da Formação Pika no Parque Nacional de Jasper, no Canadá, que já tinham sido recolhidas há mais de duas décadas, mas nunca as haviam estudado.

“Tudo o que podemos dizer, pelo menos a partir das provas que vi, é que por vezes estavam expostos”, diz Mussini. “Algumas vezes, se não a maior parte do tempo, diria que estava debaixo de água”.

“Os animais, nesta altura, não estavam confinados a estes ambientes de águas profundas”, explica ainda. “Alguns deles já tinham tolerâncias fisiológicas e ambientais que lhes permitiam aproximar-se de ambientes expostos”.

Até agora, acreditava-se que as plantas e os animais só começaram a viver permanentemente em terra nos períodos Silúrico e Devónico, dezenas de milhões de anos mais tarde.

No entanto, novos estudos têm sugerido que isso pode não ser verdade - e este aponta nessa direção.

“Não sabemos realmente o que se passava perto da costa”, conclui Mussini, mas estas descobertas podem estar a mudar a forma como concebemos o período Cambriano e as espécies que aí viveram.

 

in ZAP

segunda-feira, março 03, 2025

Robert Hooke morreu há 322 anos...

      
Robert Hooke (Freshwater, Isle of Wight, 28 July 1635 – London, 3 March 1703) was an English natural philosopher, architect and polymath.
His adult life comprised three distinct periods: as a scientific inquirer lacking money; achieving great wealth and standing through his reputation for hard work and scrupulous honesty following the great fire of 1666, and eventually becoming ill and party to jealous intellectual disputes (the latter may have contributed to his relative historical obscurity).
At one time he was simultaneously the curator of experiments of the Royal Society, a member of its council, Gresham Professor of Geometry, and Surveyor to the City of London after the Great Fire of London (in which capacity he appears to have performed more than half of all the surveys after the fire). He was also an important architect of his time – though few of his buildings now survive and some of those are generally misattributed – and was instrumental in devising a set of planning controls for London whose influence remains today. Allan Chapman has characterised him as "England's Leonardo".
Robert Gunther's Early Science in Oxford, a history of science in Oxford during the Protectorate, Restoration and Age of Enlightenment, devotes five of its fourteen volumes to Hooke.
Hooke studied at Wadham College, Oxford during the Protectorate where he became one of a tightly knit group of ardent Royalists led by John Wilkins. Here he was employed as an assistant to Thomas Willis and to Robert Boyle, for whom he built the vacuum pumps used in Boyle's gas law experiments. He built some of the earliest Gregorian telescopes and observed the rotations of Mars and Jupiter. In 1665 he inspired the use of microscopes for scientific exploration with his book, Micrographia. Based on his microscopic observations of fossils, Hooke was an early proponent of biological evolution. He investigated the phenomenon of refraction, deducing the wave theory of light, and was the first to suggest that matter expands when heated and that air is made of small particles separated by relatively large distances. He performed pioneering work in the field of surveying and map-making and was involved in the work that led to the first modern plan-form map, though his plan for London on a grid system was rejected in favour of rebuilding along the existing routes. He also came near to an experimental proof that gravity follows an inverse square law, and hypothesised that such a relation governs the motions of the planets, an idea which was independently developed by Isaac Newton. Much of Hooke's scientific work was conducted in his capacity as curator of experiments of the Royal Society, a post he held from 1662, or as part of the household of Robert Boyle.
     

domingo, fevereiro 23, 2025

Descoberta paleontológica interessante no concelho da Marinha Grande...!

Fóssil Marinha Grande

 

Fóssil de dinossauro com mais de 190 milhões de anos descoberto na Marinha Grande

Fóssil de um esqueleto de dinossauro, um dos mais antigos de Portugal, foi extraído dos calcários margosos do Jurássico Inferior, da praia de Água de Madeiros, na passada semana


O fóssil de um esqueleto de um dinossauro que terá mais de 190 milhões de anos foi retirado há uma semana da praia de Água de Madeiros, revelou hoje a Câmara Municipal da Marinha Grande.

“O fóssil de um esqueleto de dinossauro, um dos mais antigos de Portugal, foi extraído dos calcários margosos do Jurássico Inferior, da praia de Água de Madeiros, na passada semana, tendo sido acolhido no laboratório especializado do Museu da Lourinhã, onde decorrem os trabalhos da sua preparação e conservação”, indica o município, em comunicado.

Na nota, a autarquia, liderada por Aurélio Ferreira, adianta que a escavação do esqueleto fossilizado foi realizada pela equipa de paleontólogos do Museu da Lourinhã e pelos serviços do Município da Marinha Grande, de acordo com as orientações da Agência Portuguesa do Ambiente (APA).

A tarefa, refere, “foi muito desafiante por ser condicionada pelas marés, estado do mar e acesso difícil a máquinas com capacidade para transportar o bloco de rocha com ossos fossilizados com cerca de 1.200 quilogramas e que os técnicos estimam ter mais de 190 milhões de anos”.

 

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O município da Marinha Grande, no distrito de Leiria, recolheu e transportou o achado fóssil com o apoio da Câmara e do Museu da Lourinhã, que acolheu o fóssil para conservação.

“A descoberta será, posteriormente, estudada por uma equipa internacional de cientistas liderada pelo Museu da Lourinhã e os resultados da investigação serão divulgados na Marinha Grande”, lê-se na nota.

Ainda de acordo com o município, os ossos de dinossauro foram descobertos em 2024, pela equipa do Museu da Lourinhã, e encontravam-se numa zona da praia sob influência diária das ondas, “fortemente afetada pelas tempestades de inverno, tendo obrigado a uma escavação de emergência”.

A descoberta resulta de diversos trabalhos de prospeção nesta área que estão a ser desenvolvidos desde 2021, através de uma parceria entre o município da Marinha Grande e o museu da Lourinhã, para investigação e salvaguarda do património paleontológico do concelho.

   

Fóssil Marinha Grande 2

  

quinta-feira, fevereiro 13, 2025

O paleontólogo Édouard de Verneuil nasceu há 220 anos

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Philippe Édouard Poulletier de Verneuil, né à Paris le et mort à Paris le , est un paléontologue français

 

Biographie

Il fait des études de droit, mais son indépendance financière lui permet d'explorer d'autres voies. Après avoir suivi les cours de géologie de Jean-Baptiste Élie de Beaumont (1798-1874), il décide de se consacrer aux études scientifiques. Il voyage pendant plusieurs années en Europe en s'attardant sur la géologie de la Crimée, sur laquelle il publie un essai en 1837. Puis il étudie les fossiles et les couches du Dévonien du Bas-Boulonnais dans le Pas-de-Calais. En 1839, il accompagne Adam Sedgwick (1785-1873) et Sir Roderick Murchison (1792-1871) pour une étude des couches du paléozoïque ancien des provinces Rhénanes et de la Belgique, dont les résultats sont présentés à la Geological Society of London avec la participation du Vicomte d'Archiac (1802-1868).

Lorsque Murchison entreprend d'étudier la géologie de l'Empire russe, il demande à Verneuil de l'accompagner. Ses recherches sont incorporées dans le second volume de The Geology of Russia in Europe and the Ural Mountains (La Géologie de la Russie européenne et des montagnes de l'Oural), parue en 1845. Puis il visite les États-Unis afin d'étudier l'histoire du Paléozoïque de ce pays. Les résultats sont publiés en 1847 dans le bulletin de la Société géologique de France. De retour en Europe, il fait en Espagne de nombreuses expéditions dont il tire la Carte géologique de l'Espagne et du Portugal, élaborée en association avec Édouard Collomb (1801-1875) et parue en 1864. 

 

Hommages

En 1853, il reçoit la médaille Wollaston. Il est élu membre libre de l'Académie des sciences en 1854 et de la Royal Society en 1860. Il est également président de la Société géologique de France en 1840, 1853 et 1867. Il fait partie le des nombreuses personnalités invitées par Augustin Louis Cauchy et Charles Lenormant à la 1re réunion qui a jeté les bases de la fondation de L'Œuvre des Écoles d'Orient, plus connue actuellement sous le nom de L’Œuvre d’Orient. Il fut même membre de son 1er Conseil général du de la même année.

 

in Wikipédia

quinta-feira, fevereiro 06, 2025

Mary Leakey nasceu há cento e doze anos...

 

Mary Leakey (London, 6 February 1913 – Nairobi, 9 December 1996) was a British archaeologist and anthropologist, who discovered the first fossilized Proconsul skull, an extinct ape now believed to be ancestral to humans, and also discovered the robust Zinjanthropus skull at Olduvai Gorge. For much of her career she worked together with her husband, Louis Leakey, in Olduvai Gorge, uncovering the tools and fossils of ancient hominines. She developed a system for classifying the stone tools found at Olduvai. She also discovered the Laetoli footprints. In 1960 she became director of excavation at Olduvai and subsequently took it over, building her own staff. After the death of her husband she became a leading palaeoanthropologist, helping to establish the Leakey tradition by training her son, Richard, in the field.

   


Replica of an Australopithecus boisei skull discovered by Mary Leakey in 1959
     
Replica of Laetoli footprints, exhibit in the National Museum of Nature and Science, Tokyo, Japan

   

terça-feira, fevereiro 04, 2025

Raymond Dart nasceu há 132 anos

      
Raymond Dart (Brisbane, Queensland, 4 de fevereiro de 1893 - Joanesburgo, 22 de novembro de 1988) foi um anatomista e antropologista australiano que descreveu, em 1924 uma nova espécie de hominídeo, o Australopithecus africanus, a partir dum crânio fóssil encontrado em Taung, na Bechuanalândia (antigo nome do atual Botswana).
Nascido em Toowong, Brisbane, na Austrália, ele estudou nas universidades de Queensland, Sydney e no University College de Londres. Em 1922 Dart foi nomeado chefe do novo departamento de anatomia da Universidade de Witwatersrand em Joanesburgo, na África do Sul.
Em 1924, um aluno trouxe-lhe o crânio fossilizado de um babuíno descoberto numa pedreira perto da Universidade, em Taung. Isto despertou o interesse de Dart que solicitou que novas descobertas similares lhe fossem trazidas. A primeira a chegar foi o rosto e um maxilar de um crânio fossilizado cravado na rocha. Inicialmente pensou que os ossos pertencessem a um símio mas depois concluiu que os dentes e o maxilar pareciam humanos. Dart demorou 73 dias a remover os ossos incrustados na rocha. Um exame mais minucioso levou-o a concluir que se tratava de um jovem. Dart atribuiu ao fóssil o nome Australopithecus africanus, que significa "macaco do Sul da África" e alcunhou-o de "rapaz de Taung".
Embora o crânio tivesse o tamanho do de um macaco, Dart estava convencido, pela forma como este assentava sobre a coluna vertebral, que a criatura deveria ter caminhado sobre duas pernas, sendo assim um hominídeo. Portanto, Dart considerou o Australopithecus africanus uma espécie nova e, possivelmente o "elo perdido" da evolução entre os símios e os seres humanos, devido ao pequeno volume do seu crânio, mas com uma dentição relativamente próxima dos humanos e por ter provavelmente uma postura vertical.
Esta revelação foi muito criticada pelos cientistas da época, entre os quais Sir Arthur Keith, que postulava que o “crânio infantil de Taung” não passava do crânio de um pequeno gorila. Como o crânio era realmente dum jovem, havia espaço para várias interpretações e, mais importante, nessa altura não se acreditava que o "berço da humanidade" pudesse estar em África.
As descobertas de Robert Broom em Swartkrans, na década de 30, corroboraram a conclusão de Dart, mas algumas das suas ideias continuam a ser contestadas, nomeadamente a de que os ossos de gazela encontrados junto com o crânio podiam ser instrumentos daquela espécie.
Raymond Dart continuou como diretor da Escola de Anatomia da Universide de Witwatersrand, até 1958 e, em 1959 escreveu a suas memórias, a que chamou “Aventuras com o Elo Perdido”. O Instituto para o Estudo do Homem em África foi fundado na Wits em sua honra.
        
Bebé de Taung
        

segunda-feira, fevereiro 03, 2025

Gideon Mantell nasceu há 235 anos

  
Gideon Algernon Mantell (Lewes, 3 de fevereiro de 1790 - Londres, 10 de novembro de 1852) foi um ginecologista, geólogopaleontólogo britânico. As suas tentativas de reconstruir a estrutura e vida do Iguanodon iniciaram o estudo científico dos dinossauros. Em 1822, foi responsável pela descoberta (e eventual identificação) do primeiro dente fóssil, e mais tarde a maioria do esqueleto, do Iguanodon

 


lustração de Mantell dos dentes fósseis do Iguanodonte

 

 

sábado, fevereiro 01, 2025

O barão de Eschwege morreu há 170 anos

 
Wilhelm Ludwig von Eschwege (Auer Wasserburg, Hesse, 10 de novembro de 1777 - Kassel, 1 de fevereiro de 1855), também conhecido por barão de Eschwege, Guilherme von Eschwege ou por Wilhelm Ludwig Freiherr von Eschwege, foi um geólogo, geógrafo, arquiteto e metalurgista alemão.
Foi contratado pela coroa portuguesa para proceder ao estudo do potencial mineiro do país. Encontrava-se em Portugal quando, em 1808, a Corte se transferiu para o Brasil, devido à invasão francesa comandada por Junot. Seguiu posteriormente para o Brasil, onde se viria a notabilizar-se pela realização da primeira exploração geológica de carácter científico feita naquele país.
  
Biografia
Wilhelm Ludwig von Eschwege nasceu a 10 de novembro de 1777, em Aue bei Eschwege, Hessen, Alemanha, filho de família aristocrática. Destinado à carreira militar, estudou na Universidade de Göttingen (1796-1799), tendo sido contemporâneo de Georg Heinrich von Langsdorff. Em Marburg tomou contacto com a engenharia de minas, e tornou-se consultor em Clausthal e Richelsdorf, em 1801.
Apesar de alguns afirmarem que foi aluno de Abraham Gottlob Werner (1749-1817), o fundador da moderna Mineralogia, não há nos anais de Freiberg referência à sua passagem por lá. Destinado à vida militar, a sua curiosidade intelectual levou-o a adquirir a formação académica eclética, característica da intelectualidade europeia do século XIX. Estudou direito, ciências naturais, arquitetura, ciência e economia política, economia florestal, mineralogia e paisagismo.

Em Portugal
José Bonifácio de Andrada e Silva foi o responsável, embora indireto, pela vinda do barão de Eschewege para Portugal, conforme nos explica o próprio barão nos seus registos. Bonifácio solicitara a vinda de operários alemães especializados para a exploração de minas, sendo-lhe enviados cientistas alemães e entre eles um barão. Após reação adversa e explosiva de acolhimento, no seu habitual mau génio, Bonifácio recompôs-se, felicitando os recém-chegados e considerando-os seus hóspedes. É o barão que nos traça o modo como José Bonifácio vivia na Quinta do Almegue, nos arredores de Coimbra, com pouco conforto, no período em que foi professor de Metalurgia na Universidade. Este encontro merece ser destacado, pela importância que ambos vieram a ter nos destinos de Portugal e do Brasil.
Em 1802, Eschwege parte para Portugal, país onde permanece até 1810, ocupando o cargo de diretor de minas. Da sua experiência em Portugal, e das viagens de prospeção que empreendeu por todo o país, recolheu informação geológica e paleontológica, além de informação sobre técnicas de mineração e de administração das minas em Portugal e nas colónias, que lhe permitiram iniciar a publicação de diversas obras de carácter científico e integrar uma rede intelectual abrangente, que incluía, entre outros, sumidades como Goethe, Karl Marx e Alexander von Humboldt.
Durante a sua estada em Portugal catalogou inúmeros aspetos da mineralogia portuguesa e publicou um estudo sobre as conchas fossilizadas da região de Lisboa.
De 1803 a 1809 o barão de Eschwege esteve à testa da fábrica de artilharia e aprestos de ferro na Arega, Figueiró dos Vinhos, onde se fabricavam, entre muitas outras obras em ferro, os canhões para as forças armadas portuguesas.

 
No Brasil

Depois de ter trabalhado em Portugal, o barão de Eschwege seguiu em 1810 para o Brasil, a convite do príncipe regente D. João VI, para reanimar a decadente mineração de ouro e para trabalhar na nascente indústria siderúrgica. Foi ainda encarregado do ensino das ciências da engenharia aos futuros oficiais do exército e de continuar, agora naquele território, os seus trabalhos de exploração mineira e de metalurgia.
Em 1810 foi criado pelo príncipe regente D. João o Real Gabinete de Mineralogia do Rio de Janeiro, sendo ele chamado para o dirigir e ensinar aos mineiros técnicas avançadas de extração mineral. Permaneceu até 1821 no Brasil, com a patente de tenente-coronel engenheiro, nomeado "Intendente das Minas de Ouro" e curador do Gabinete de Mineralogia.
Nesse mesmo ano Eschwege iniciou, em Congonhas do Campo, Minas Gerais, os trabalhos de construção de uma fábrica de ferro, denominada de "Patriótica", empreendimento privado, sob a forma de sociedade por ações. Em 1811 a sua siderurgia já produzia em escala industrial.
No ano de 1812, em Itabira do Mato Dentro (atual Itabira, Minas Gerais), foi pela primeira vez extraído ferro por malho hidráulico, com a ajuda de Eschwege, que ali inovou a mineração de ouro introduzindo os pilões hidráulicos na lavra do coronel Romualdo José Monteiro de Barros, futuro Barão de Paraopeba, em Congonhas do Campo.
Em 1817 foram aprovados pelo governo os estatutos das sociedades de mineração, que estabeleciam as bases para a fundação da primeira companhia mineradora do Brasil, sugeridas por Eschwege.
Nos campos da geologia e da mineralogia, empreendeu viagens de exploração das quais resultou uma vasta obra escrita de pesquisas geológicas e mineralógicas. Foram importantes suas expedições de exploração científica aos estados de São Paulo e Minas Gerais, o primeiro a assinalar a presença de manganés.
Da obra escrita, publicada na Europa, sobressaem Pluto Brasiliensis (Berlim, 1833) a primeira obra científica sobre a geologia brasileira, e Contribuições para a Orografia Brasileira.
Com Francisco de Borja Garção Stockler, teve papel importante na estruturação do ensino nas áreas da matemática e da física na Academia Militar do Rio de Janeiro, escola militar criada por carta régia de 4 de dezembro de 1810, que iniciou atividades a 23 de abril de 1811, e é uma das instituições antecessoras da atual Academia Militar das Agulhas Negras e a primeira escola de engenharia no Brasil.
   
Palácio Nacional da Pena
    
Era amante da arquitetura e colaborou, a convite de D. Fernando de Saxe-Coburgo-Gota, rei-consorte de Portugal, casado com a rainha D. Maria II, na elaboração dos planos para o Palácio Nacional da Pena. Tal colaboração deu-se entre 1836 e 1840, muito depois do seu regresso do Brasil. Regressou à Alemanha, onde faleceu, em Kassel-Wolfsanger, Hessen, a 1 de fevereiro de 1855.
  

domingo, janeiro 26, 2025

Roy Chapman Andrews nasceu há cento e quarenta e um anos


Roy Chapman Andrews (Beloit, Wisconsin, 26 de janeiro de 1884Carmel, Califórnia, 11 de março de 1960) foi um naturalista, zoólogo, cientista, explorador e escritor dos Estados Unidos da América.

Fez uma viagem de exploração no Alasca, em 1908, em 1911-1912 explorou o norte da Coreia. Especializou-se no estudo das baleias e outros animais aquáticos, mas foi a descoberta dos primeiros ovos e fósseis de dinossáurios na Ásia que lhe trouxeram maior fama. 

  


Obras
  • Across Mongolian Plains (Atravessando as Planícies da Mongólia), 1921
  • On the Trail of Ancient Man (Nas Pegadas do Homem Primitivo), 1926
  • The New Conquest of Central Asia (A Nova Conquista da Ásia Central), 1932
  • This Business of Exploring (Este Comércio da Exploração), 1935

 

segunda-feira, janeiro 20, 2025

Novidades sobre Paleontologia portuguesa...!

Investigadores descobrem fóssil de planta com 310 milhões de anos em Gondomar

 

A descoberta permitiu saber “como estas plantas primitivas evoluíram e se reproduziram durante o período Carbonífero, no final da era Paleozóica” (entre há cerca de 538,8 e 252 milhões de anos).


O local onde o fóssil de uma nova espécie de planta com 310 milhões de anos foi encontrado, em Fânzeres, Gondomar



Investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) e da Universidade da Madeira descobriram um fóssil de uma nova espécie de planta com 310 milhões de anos, em Fânzeres, Gondomar, no distrito do Porto.

A investigação, liderada pelo investigador do Centro de Geociências da FCTUC Pedro Correia, em colaboração com o paleobotânico da Universidade da Madeira Carlos Góis-Marques, descobriu uma nova espécie de uma gimnospérmica primitiva, com 310 milhões de anos, nas formações geológicas de Fânzeres.

O fóssil, denominado Palaeopteridium andrenelii, corresponde a uma nova espécie da extinta ordem Noeggerathiales, um grupo primitivo de plantas vasculares denominadas de progimnospérmicas da divisão Progymnospermophyta, revelou a FCTUC, em nota enviada à agência Lusa.

De acordo com Pedro Correia, a descoberta permitiu saber "como estas plantas primitivas evoluíram e se reproduziram durante o período Carbonífero, no final da era Paleozóica" (entre há cerca de 538,8 e 252 milhões de anos).

https://imagens.publico.pt/imagens.aspx/1971436?tp=UH&db=IMAGENS&type=JPG

Palaeopteridium andrenelii


"É um grupo de plantas ainda pouco compreendido e mal representado no registo fóssil da Península Ibérica, do qual são conhecidas apenas dez espécies noeggerathialeanas, número que pode ser reduzido para quase metade se tivermos em conta algumas considerações taxonómicas", explicou.

Palaeopteridium andrenelii é o segundo representante de Noeggerathiales descoberto no Carbonífero português, depois de o geólogo Carlos Teixeira ter descrito a noeggerathialeana Rhacopteris gomesiana, na década de 1940, na Bacia Carbonífera do Douro.

As Noeggerathiales eram, até há pouco tempo, consideradas um grupo de plantas com uma classificação taxonómica incerta que existiu nos períodos Carbonífero e Pérmico, há cerca de 359 a 252 milhões de anos.

Descobertas recentes permitiram classificar este grupo primitivo como progimnospérmicas heterosporosas, um grupo-irmão das pteridospérmicas – plantas produtoras de sementes que coexistiram com as Noeggerathiales.

Apesar da descoberta recente de espécimes completos encontrados nas formações do Pérmico da China, o grupo ainda permanece altamente artificial, uma vez que os seus órgãos reprodutores raramente são preservados em conexão orgânica com as partes frondosas da planta-mãe.

A nova espécie de progimnospérmica apresenta macroesporângios (estruturas reprodutoras) em associação, um dos quais ainda preserva um gametófito multicelular.

"Esta descoberta sugere que as Noeggerathiales possivelmente eram mais diversas do que pensávamos e a sua associação paleontológica a megaesporângios traz um novo conhecimento sobre a evolução destas plantas tão enigmáticas, bem como da sua paleoecologia", evidenciou o paleontólogo.

Carlos Góis-Marques afirmou tratar-se de "um achado singular", já que "fósseis de plantas pertencentes às extintas Noeggerathiales são raros na Europa e América, sobretudo devido aos seus requisitos ecológicos distintos".

"Esta nova espécie reforça o que já se conhecia: o registo paleobotânico do Carbonífero português apresenta um alto grau de endemismo de relevância internacional", concluiu o co-autor do artigo científico.



in Público

sábado, janeiro 11, 2025

Nicolau Steno, que além de brilhante geólogo foi anatomista e bispo católico, nasceu há 387 anos

    
Nicolau Steno
, do dinamarquês: Niels Steensen ou Niels Stensen; latinizado como Nicolaus Stenonis, por vezes referido como Nicolas Steno, (Copenhaga, 11 de janeiro de 1638 - Schwerin, 25 de novembro de 1686 - ou 1 de janeiro de 1638 e 25 de novembro de 1686, no calendário juliano, então em vigor na Dinamarca) foi um bispo católico dinamarquês e cientista, pioneiro nos campos da anatomia e da geologia. Foi beatificado pelo papa João Paulo II em 1988.
   
Primeiros trabalhos
Após completar a sua educação universitária em Copenhaga, a sua cidade natal, viajou pela Europa; de facto, manter-se-ia em viagem durante o resto da sua vida. Na França, Itália e Países Baixos entrou em contacto com vários cientistas e médicos proeminentes, e graças à sua grande capacidade de observação, em breve fez importantes descobertas. Numa altura em que os estudos científicos consistiam na leitura dos autores antigos, Steno foi suficientemente audaz como para confiar nas suas observações, mesmo quando estas diferiam das doutrinas tradicionalmente aceites.
Inicialmente dedicou-se ao estudo da anatomia, focando o seu trabalho sobre o sistema muscular e na natureza da contração muscular. Utilizou a geometria para mostrar que um músculo em contração altera a sua forma mas não o seu volume.
   
Steno e a Geologia
No entanto, em outubro de 1666, dois pescadores capturaram um enorme tubarão, próximo da cidade de Livorno e o grão-duque Fernando mandou enviar a cabeça do animal a Steno. Este dissecou-a e publicou as suas descobertas em 1667. O exame dos dentes do tubarão mostrou que estes eram muito semelhantes a certos objetos chamados glossopetrae, ou pedras língua, encontrados em algumas rochas. Os autores antigos, como Plínio, o Velho, haviam sugerido que estas pedras haviam caído do céu ou da Lua. Outros eram da opinião, também ela antiga, de que os fósseis cresciam naturalmente nas rochas. Um contemporâneo de Steno, Athanasius Kircher, por exemplo, atribuía a existência de fósseis a uma virtude lapidificante dispersa por todo o corpo do geocosmo.
Por seu lado, Steno argumentou que os glossopetrae pareciam-se com dentes de tubarão, porque eram dentes de tubarão, provenientes das bocas de antigos tubarões, que haviam sido enterrados em lodo e areia que eram agora terra seca. Existiam diferenças de composição entre os glossopetrae e os dentes dos tubarões atuais, mas Steno argumentou que os fósseis podiam ter a sua composição química alterada sem que a sua forma se alterasse, através da teoria corpuscular da matéria.
O trabalho de Steno sobre os dentes de tubarão levou-o a questionar-se sobre a forma como um objeto sólido poderia ser encontrado dentro de outro objeto sólido, como rocha ou uma camada rochosa. Os "corpos sólidos dentro de sólidos" que atraíram o interesse de Steno incluíam não apenas fósseis como hoje os definimos, mas também minerais, cristais, incrustações, veios, e mesmo camadas completas de rocha ou estratos. Os seus estudos geológicos foram publicados na obra Discurso prévio a uma dissertação sobre um corpo sólido contido naturalmente num sólido em 1669. Este trabalho seria aprofundado em 1772 por Jean-Baptiste Romé de l’Isle.
Steno não foi o primeiro a identificar os fósseis como sendo de organismos vivos. Os seus contemporâneos Robert Hooke e John Ray também defenderam este ponto de vista.
A Steno atribui-se definição da princípio de sobreposição dos estratos e dos princípios de horizontalidade original, continuidade lateral, que são os três princípios básicos da estratigrafia.
Outro princípio, conhecido simplesmente por lei de Steno, diz que os ângulos entre faces correspondentes em cristais da mesma substância são os mesmos para todos os exemplares desta.
    
 
Steno e a Religião
O seu modo de pensar era também importante no modo como via a religião. Criado na fé luterana, ainda assim não deixou de questionar os ensinamentos que recebeu, algo que se tornou importante quando contactou o catolicismo enquanto estudava em Florença. Após estudos teológicos, decidiu que a Igreja Católica e não a Igreja Luterana era a autêntica igreja e, como consequência, converteu-se ao catolicismo.
A sua conversão fez com que, gradualmente, Steno pusesse de lado os seus estudos científicos. Foi ordenado padre e, mais tarde, bispo e enviado em trabalho de missão para o norte da Alemanha, região luterana. Trabalhou inicialmente na cidade de Hanôver, onde conheceu Gottfried Leibniz, mudando-se mais tarde para Hamburgo. Após vários anos preenchidos com tarefas difíceis, morreu, após muito sofrimento, em Schwerin, em 1686.
A sua vida e trabalho têm sido intensamente estudados, em particular desde finais do século XIX. Especialmente, a sua piedade e virtude foram avaliadas, com vista a uma eventual canonização. Em 1987, foi beatificado pelo papa João Paulo II.
  

Brasão de Bispo de Nicolau Steno