sexta-feira, maio 20, 2022

Robin Gibb, dos Bee Gees, morreu há dez anos...

   
Robin Hugh Gibb (Douglas, Ilha de Man, 22 de dezembro de 1949 - Londres, 20 de maio de 2012) foi um músico, cantor e compositor britânico. Foi um dos membros fundadores da famosa banda de pop Bee Gees. Era irmão de Barry Gibb, Andy Gibb e gémeo de Maurice Gibb, falecido em 2003, e que também era um dos membros dos Bee Gees.
Ficou mais conhecido pelos shows com a Neue Philharmonie Frankfurt, uma das mais importantes orquestras do mundo. Robin possuía uma carreira a solo de sucesso, com vários hits e álbuns.
Robin começou a cantar com os seus irmãos com 6 anos de idade. Em 28 de dezembro de 1957, quando Robin tinha 8 anos, foi a primeira apresentação dos Bee Gees. Não estava planeada, é verdade, mas foi o primeiro concerto da banda. Durante os primeiros anos da banda, destacava-se Barry Gibb, o seu irmão mais velho, na composição das canções e nos vocais. Entretanto, com a banda tocando rock psicadélico, Robin ganhou espaço na banda, passando a compor canções e a ser o vocalista principal. São muito conhecidas suas interpretações na banda, dentre elas: "Massachusetts", "And the Sun Will Shine", "I've Gotta Get a Message to You", "I Started a Joke", "How Can You Mend a Broken Heart?", "Secret Love" e "For Whom the Bell Tolls", além de uma participação na música "Nights on Broadway" entre outras.
Robin era considerado dono de uma das melhores vozes de todos os tempos, com um timbre de voz marcante e um vibrato fantástico. Robin também possui um falsete inigualável, facto que pode ser conferido na música "Living Together" do álbum Spirits Having Flown, de 1979.
Em 1969, Robin queria ainda mais espaço dentro do grupo, espaço este que não foi lhe dado, o que resultou numa disputa e uma consequente separação do grupo. Robin decidiu, então, começar a sua carreira a solo, até com sucesso, em 1969, ao lançar o single "Saved by the Bell", que chegou ao topo de vários hits de sucesso, especialmente na Europa, e proporcionou a gravação de seu primeiro álbum a solo, Robin's Reign, lançado em 1970. Em meados dos anos 70, os Bee Gees reconciliaram-se e modificaram a banda, e o segundo álbum a solo de Robin, Sing Slowly Sisters, que estava para ser lançado, foi guardado, e só circulam cópias bootlegs entre fãs.
Mesmo depois do regresso aos Bee Gees, Robin gravou algumas canções solo, a saber: "Oh! Darling", cover dos Beatles presente na trilha de um filme-tributo chamado Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band; "Sesame Street Fever" e "Trash", canções gravadas com os personagens do programa televisivo infantil norte-americano Sesame Street; e "Help Me", cantada com Marcy Levy, parte da banda de Times Square.
Na década de 80, os Bee Gees deixaram a carreira como cantores um pouco de lado e investiram na produção de discos para outros artistas. Entretanto, Robin decidiu investir na sua carreira a solo. Lançou três álbuns: How Old Are You?, do hit mundial "Juliet"; Secret Agent, famoso pelo sucesso pop "Boys Do Fall in Love"; e Walls Have Eyes que levou aos tops a canção "Like a Fool" em alguns países. Os dois primeiros trazem um ritmo mais pop, dançante, sendo particularmente bem-sucedidos na Alemanha. O terceiro não deixa de ser eletrónico, mas tem mais baladas, e foi produzido com a ajuda dos dois irmãos de Robin companheiros de Bee Gees.
Depois de Walls Have Eyes, os Bee Gees juntaram-se novamente, e ficaram juntos até 2002, quando pararam por algum tempo. Quando o quinto álbum de Robin ia ser lançado, já tendo sido mandado para as rádios o novo single "Please", morre Maurice, irmão gémeo de Robin. Mas mesmo assim o disco foi lançado, estando disponível para o público apenas uma semana depois o trágico acontecimento. Magnet vem recheado de canções eletrónicas, a maioria composições alheias, mas também regravações de clássicos da carreira de Robin.
Em 2004, Robin começou uma turnê com a orquestra Neue Philharmonie Frankfurt, turnê esta que durou até 2006 e foi registada no CD e DVD Robin Gibb with the Neue Philharmonie Frankfurt Orchestra Live. Neste meio tempo, são lançadas parcerias de Robin com outros cantores, como Alistair Griffin, G4 e US5. Após o fim da turnê, Robin lança no mercado o seu sexto disco, My Favourite Christmas Carols, que é, essencialmente, um álbum de cantigas de Natal, trazendo ainda uma nova composição de Robin, a primeira em anos: "Mother of Love", que foi lançada como single em sistema de download digital.
Em 2008, Robin entrou em estúdio para gravar o que será o seu sétimo álbum de estúdio, chamado até o momento de 50 St. Catherine's Drive, que continua até hoje sem ser lançado. O álbum, segundo o site oficial de Gibb, foi adiado para que ele se dedicasse mais ao relançamento de material dos Bee Gees. Algumas faixas, porém, já são conhecidas. Em 2008 mesmo, foram lançados para download digital as canções "Alan Freeman Days" e "Wing and a Prayer" (que, apesar do nome, é uma faixa diferente da do álbum One dos Bee Gees). Em agosto de 2009, ele disponibilizou no seu site a nova canção "Instant Love".
Em 2009, Robin e Barry anunciaram o regresso dos Bee Gees aos palcos. Porém, enquanto isto não acontecia, Robin continua fazendo shows pelo mundo, tendo sido marcada uma turnê por várias cidades brasileiras em 2011, que, porém, teve que ser cancelada por motivos médicos.
Robin, juntamente com os Bee Gees, está, desde junho de 1994, no Songwriters Hall of Fame (Hall da Fama dos Compositores) pela sua grande contribuição, compondo com os Bee Gees e na carreira a solo.
Além de finalizar um álbum em tributo ao Titanic, lançado no final de 2011, Robin lançou em julho de 2011, o seu novo DVD ao vivo. O DVD foi gravado em 2009 na Dinamarca e conta com a participação da Danish Philarmonic Orchestra e reúne os grandes sucessos dos Bee Gees, sucessos da sua carreira a solo e ainda conta com o seu single mais recente, que já é bem popular na Europa: Alan Freeman Days. Em outubro de 2011, Robin participou da regravação do hit I've Gotta Get A Message To You, junto ao The Soldiers, que será lançado como single de beneficiência. O video da música já está disponível no seu site oficial.
Robin casou com Molly Hullis, secretária que trabalhava na Robert Stigwood Organization, em 1968, e separou-se dela em 1982. Com Molly, teve dois filhos: Spencer (1972-) e Melissa (1974-). Casou-se depois com a escritora Dwina Murphy, em 1985, com a qual teve um filho: Robin John (1983-). Em 2008 foi novamente pai, desta vez com a governanta da sua casa, Claire Yang, que deu à luz Snow Evelyn Robin Juliet Gibb. O caso gerou um grande ciúme da sua esposa Dwina, que chegou a expulsar a governanta da sua casa.
Robin foi internado diversas vezes por problemas de doença. A morte repentina do irmão gémeo Maurice Gibb, em 2003, assustou os fãs, já que Robin apresentava sintomas parecidos. Em 2011 cancelou uma turnê no Brasil, por conta destes mesmos problemas.
Em novembro de 2011 o jornal Daily Mirror noticiou que Robin estaria com cancro no fígado e que o artista já sabia do diagnóstico desde o início daquele ano, mas manteve oculta a informação dos media para não preocupar os fãs.
Em 14 de abril de 2012 o jornal The Sun noticiou que o músico havia sido hospitalizado em Londres, em estado de coma, devido a uma pneumonia.
Gibb sofria de cancro do cólon e fígado e, por causa duma pneumonia, chegou a estar em coma 12 dias. Morreu no dia 20 de maio de 2012, após uma longa luta contra o cancro.
O corpo do músico foi sepultado no dia 8 de junho, na presença do irmão Barry Gibb, de familiares e amigos. Encontra-se sepultado na cidade de Thame, no centro da Inglaterra.
   

 


Começou a Queima das Fitas...!

ADENDA: está  a dar na RTP1 a Serenata Monumental...!

quinta-feira, maio 19, 2022

Chamava-se Catarina...

 

Cantar Alentejano - Zeca Afonso

Chamava-se Catarina
O Alentejo a viu nascer
Serranas viram-na em vida
Baleizão a viu morrer

Ceifeiras na manha fria
Flores na campa lhe vão pôr
Ficou vermelha a campina
Do sangue que então brotou

Acalma o furor campina
Que o teu pranto não findou
Quem viu morrer Catarina
Não perdoa a quem matou

Aquela pomba tão branca
Todos a querem p'ra si
O Alentejo queimado
Ninguém se lembra de ti

Aquela andorinha negra
Bate as asas p'ra voar
O Alentejo esquecido
Inda um dia hás-de cantar

Ho Chi Minh nasceu há 132 anos

  
Hồ Chí Minh (Kiem Lan, 19 de maio de 1890 - Hanói, 2 de setembro de 1969) foi um revolucionário e estadista vietnamita. Nguyễn Sinh Cung nasceu na província de Nghệ An e somente mais tarde seria mundialmente conhecido como Hồ Chí Minh ("aquele que ilumina"). Embora Ho desejasse ser cremado, foi embalsamado e o seu corpo actualmente encontra-se no seu mausoléu, em Hanói.
Em 1911 começa a trabalhar como cozinheiro num navio francês, em que visita o mundo todo, inclusive o Brasil. Instala-se em Londres em 1915; e com 21 anos de idade parte para a França, onde vive como jardineiro e garçon. Envolve-se com os movimentos socialistas franceses e, em 1920, ajuda a fundar o Partido Comunista Francês. Em 1923 vai para Moscovo estudar tácticas de guerrilha e entra para o Comintern, braço internacional do Partido Comunista Russo. Dois anos depois, é enviado para a China, país de onde é expulso em 1927. Vive em vários países até chegar a Hong Kong, de onde dirige o movimento anti-imperialista na Indochina, dominada pela França desde 1854.
Preso pelos Ingleses em 1930, consegue escapar e refugia-se em Moscovo. Em 1941 funda a Liga pela Independência (Vietminh), para lutar contra os Franceses. Durante a II Guerra Mundial utiliza a guerrilha no combate aos Japoneses, invasores da Indochina. Ao fim do conflito, forma um Estado independente ao norte da região, o Vietname. A França contra-ataca e a Guerra da Indochina só termina em 1954, com a vitória do Vietminh. O país é dividido em dois. Ho Chi Minh, presidente do Vietname do Norte, treina e aparelha as forças da Frente de Libertação Nacional do Vietname do Sul (Vietcong), que visam reunificar o país, o que leva à Guerra do Vietname. Morre em Hanói em 2 de setembro de 1969. Em 30 de abril de 1975 um tanque Norte-Vietnamita entrou no palácio presidencial do regime Sul-Vietnamita, apoiado pelos Estados Unidos, encerrando mais de dez anos de sangrento conflito. Saigão, a antiga capital do Vietname do Sul, foi rebatizada posteriormente com o nome de Cidade de Ho Chi Minh.
  

José Martí morreu há 127 anos

    

José Julián Martí Pérez (Havana, 28 de janeiro de 1853 - Dos Ríos, 19 de maio de 1895) foi um político nacionalista, intelectual, jornalista, filósofo, poeta e maçom cubano, criador do Partido Revolucionário Cubano (PRC) e organizador da Guerra de 1895 ou Guerra Necessária. Seu pensamento transcendeu as fronteiras de sua Cuba natal para adquirir um caráter universal. Em seu país natal, também é conhecido como «El apóstol». 

   

Vida

Era filho de Mariano Martí, natural de Valência, e de Leonor Pérez Cabrera, natural de Tenerife, nas ilhas Canárias.

José Martí foi o grande mártir da Independência de Cuba em relação à Espanha. Além de poeta e pensador fecundo, desde sua mocidade demonstrou sua inquietude cívica e sua simpatia pelas ideias revolucionárias que surgiam entre os cubanos.

Influenciado pelas ideias de independência de Rafael María de Mendive, seu mestre na escola secundária de Havana, iniciou sua participação política escrevendo e distribuindo jornais com conteúdo separatista no início da Guerra dos Dez Anos. Com a prisão e deportação de seu mestre Mendive, cristalizou-se a atitude de rebeldia que Martí nutria contra a dominação espanhola.

Em 1869, com apenas dezasseis anos, publicou a folha impressa separatista "El Diablo Cojuelo" e o primeiro e único número da revista "La Patria Libre". No mesmo ano, passou a distribuir um periódico manuscrito intitulado "El Siboney". Pouco depois, foi preso e processado pelo governo espanhol por estar de posse de papéis considerados revolucionários. Foi condenado a seis anos de trabalhos forçados mas passou somente seis meses na prisão. Em 1871, com a saúde debilitada, sua família conseguiu um indulto e obteve a permuta da pena original pela deportação à Espanha. Na Espanha, Martí publicou, naquele mesmo ano, seu primeiro trabalho de importância: "El Presidio Político en Cuba", no qual expôs as crueldades e os horrores vividos no período em que esteve na prisão. Nesta obra, já se encontravam presentes o idealismo e o estilo vigoroso que tornariam Martí conhecido nos círculos intelectuais de sua época. Mais tarde, dedicou-se ao estudo do Direito, obtendo o doutoramento em Leis, Filosofia e Letras da Universidade de Saragoça em 1874.

Em 19 de maio de 1895, no comando de um pequeno contingente de patriotas cubanos, após um encontro inesperado com tropas espanholas nas proximidades do vilarejo de Dos Ríos, José Martí foi atingido e veio a falecer em seguida. O seu corpo, mutilado pelos soldados espanhóis, foi exibido à população e posteriormente sepultado na cidade de Santiago de Cuba, em 27 de maio do mesmo ano.

 

in Wikipédia

Pol Pot nasceu há 97 anos

    
Saloth Sar, também conhecido como Pol Pot ou Minh Hai (19 de maio de 192515 de abril de 1998), foi um revolucionário comunista que liderou os Khmer Vermelhos, governante do Camboja, mais conhecido por ser responsável pelo genocídio cambodjano.
   
Biografia
Nascido numa família rica, Saloth Sar estudou em França, de 1949 a 1952, numa escola particular. Fazia parte então de um grupo de estudantes cambodjanos que se opunha ao poder do rei Norodom Sihanouk e que, por essa razão, perderam a sua bolsa de estudo e se sentiram atraídos pelo leninismo (paralelamente a Ho Chi Min, que luta contra a ocupação francesa no Vietname). Nesse período, lê A Grande Revolução de P. Kropotkin, obra que descreve a Revolução Francesa como uma revolta camponesa que precederia a Revolução Russa.
No início de 1953, retorna ao Cambodja sem ter terminado os seus estudos. Após a independência do país, ocorrida nesse mesmo ano, junta-se ao Partido Comunista Indochinês, que possui poucos quadros cambodjanos. Em 1960 foi fundado o Partido dos Trabalhadores Khmers, no qual Saloth Sar se filia, mudando o seu nome para Pol Pot (nome bastante comum no campo). Em 1963, torna-se chefe do partido, que em 1966 muda sua denominação para Partido Comunista Khmer.
Em 1966, faz uma viagem a Pequim. Atraído pelo maoísmo, irritado pela dominação vietnamita sobre o seu partido, recebe apoio chinês. Em 1970, o general Lon Nol derruba Norodom Sihanouk. É o início da guerra civil. Os monárquicos aliam-se aos Khmer vermelhos contra o novo governo. Em abril de 1975, Phnom Penh é tomada pelos comunistas, que tomam o poder e renomeiam o país como «Kampuchéa democrática». Tem início aí o genocídio cambojano: uma grande parte da população é massacrada, de acordo com as ordens de Pol Pot.
Em 1979, o Vietname invade o Cambodja e destitui os Khmer vermelhos. Pol Pot lidera a resistência e em 1985, deixa de ocupar qualquer função oficial mas continua como figura de proa dos Khmer vermelhos. Em 1989 o Vietname retira-se do Camboja e Pol Pot recusa-se a cooperar com o processo de paz, continuando a lutar contra o novo governo de coligação. Os Khmer vermelhos conseguem então manter as tropas do governo afastadas até 1996, ano em que as tropas dos Khmer, desmoralizadas, começam a desertar. Vários líderes importantes dos Khmer vermelhos também desertam e Pol Pot ordena a execução do seu braço direito, Son Sen, e onze membros da sua família em 10 de junho de 1997, por supostamente Son Sen querer fazer um acordo com o governo. Pol Pot fugiu então da sua fortaleza mas, depois, foi preso pelo chefe militar dos Khmer vermelho, Ta Mok e sentenciado à prisão domiciliar perpétua, algemado a uma coluna. Em abril de 1998, Ta Mok, foge para a floresta após novo ataque do governo e leva Pol Pot consigo. Alguns dias depois, em 15 de abril de 1998, Pol Pot morreu, oficialmente de ataque cardíaco. O seu corpo foi queimado na área rural do Camboja, com várias centenas de ex-Khmer vermelhos presentes.
Durante a revolução do Camboja, Pol Pot rebatizou o país como República Democrática do Kampuchea, e após a invasão de Phnom Penh, os pagodes, teatros e museus da cidade viraram pocilgas para porcos. Ele defendia uma sociedade 100% agrária, ordenou a destruição de qualquer rastro de tecnologia. No campo, o trabalho começava às 04.00 horas da manhã e terminava às 22.00 horas da noite. Os camponeses recebiam 1 xícara de arroz a cada 2 dias. mais de 90% da classe artística foi exterminada.
  
  
Crânios de vítimas dos Khmer Vermelhos 
   
O Genocídio cambojano é como ficou conhecido o processo de assassinato em massa promovido no Camboja pelo regime dos Khmer Vermelhos, liderado por Pol Pot, entre 1975 e 1979. Estima-se que, em quatro anos, foram executados cerca de 1,7 a 2 milhões de pessoas — cerca de 25% da população da época — alguns sendo membros do governo anterior (de Lon Nol), servidores públicos, militares, policiais, professores, vietnamitas, líderes cristãos e muçulmanos, pessoas da classe média e com boa formação escolar.
Surgido por volta de 1969, o Khmer Vermelho era uma pequena guerrilha comunista composta por cerca de 4 mil membros e atacava postos militares isolados. Posteriormente, em 1975, os aliados de Pol Pot tomaram Phnom Penh, a capital cambojana, e expulsando Lon Nol, o primeiro-ministro do país. Pol Pot e os Khmer Vermelhos uniram-se à China e invadiram o Vietname. Em represália, o regime só teve o seu fim no começo de 1979, com a invasão de forças vietnamitas aliadas aos dissidentes de Pol Pot.
Desde 1997, o governo do Camboja e a ONU negociam a criação de um tribunal para o julgamento dos membros do regime de Pol Pot, os Khmer Vermelhos. Em junho de 2000, a ONU e o governo do Camboja apresentam um memorando de acordo em que de delineava "tribunal nacional com presença internacional". Em 1996, sob assédio das forças de coligação de governo, os guerrilheiros começaram a desertar e o grupo dividiu-se. Son Sen, o substituto de Pol Pot, ensaiou negociar a paz - e, por isso, acabou executado, juntamente com toda a sua família. No meio da desordem, Pol Port fugiu, acompanhado por fiéis seguidores, mas logo foi capturado por Ta Mok, um antigo líder dos Khmer Vermelhos, submetido a um julgamento-espetáculo na selva e condenado a prisão perpétua. Na noite de 16 de abril de 1998, Pol Pot foi encontrado misteriosamente morto, quando estava prestes a ser entregue para um julgamento num Tribunal.
   

Malcolm X nasceu há 97 anos

      
Al Hajj Malik Al-Habazz, mais conhecido como Malcolm X (originalmente registado Malcolm Little, Omaha, Nebraska, 19 de maio de 1925 - Nova Iorque, 21 de fevereiro de 1965), foi um dos maiores defensores dos direitos dos negros nos Estados Unidos. Fundou a Organização para a Unidade Afro-Americana, de inspiração socialista. Ele era um defensor dos direitos dos afro-americanos, um homem que conseguiu mobilizar os brancos americanos sobre seus crimes cometidos contra os negros. É descrito frequentemente como um dos mais importantes e mais influentes negros da história. Em 1998, a influente revista Time nomeou a Autobiografia de Malcolm X um dos 10 livros não ficcionais mais importantes do século XX.
     

Lawrence da Arábia morreu há 87 anos

Lawrence na Arábia Saudita, em 1919
       
Thomas Edward Lawrence (Tremadog, 16 de agosto de 1888 - Dorset, 19 de maio de 1935), também conhecido como Lawrence da Arábia, e (aparentemente entre os seus aliados árabes) Aurens ou El Aurens, foi um arqueólogo, militar, agente secreto, diplomata e escritor britânico.
Tornou-se famoso pelo seu papel como oficial britânico de ligação durante a Revolta Árabe de 1916-1918. A sua fama como herói militar foi largamente promovida pela reportagem da revolta feita pelo viajante e jornalista norte-americano Lowell Thomas, e ainda devido ao livro autobiográfico de Lawrence, Os Sete Pilares da Sabedoria.
   
      
(...) 
  
Depois da passagem à reserva, Lawrence planeava levar uma vida tranquila e solitária em Clouds Hill, rejeitando mais uma vez convites para posições importantes. Contudo, em 13 de maio de 1935, quando Lawrence foi de moto até aos correios de Bovington, para enviar uma encomenda de livros a um amigo e um telegrama a Henry Williamson, sucedeu o imprevisto. De regresso a Clouds Hill, ao desviar-se abruptamente, para evitar o embate com dois jovens ciclistas, foi projetado violentamente da moto, fraturando gravemente o crânio. Permaneceu em coma durante seis dias, morrendo a 19 de maio, aos 46 anos e 9 meses de idade, sem nunca ter recuperado a consciência (se tivesse sobrevivido teria ficado em estado vegetativo). Foi enterrado a 21 de maio, na Igreja de São Nicolau, em Moreton, Dorset. Assistiram ao enterro Winston Churchill e Lady Astor, entre outros notáveis.
As circunstâncias do acidente levaram Hugh Cairns, neurologista que atendeu Lawrence, a realizar um estudo sobre a adoção de capacete motociclístico por civis e militares, concluindo que a prática poderia diminuir drasticamente o número de fatalidades causadas por traumatismo craniano. A morte de Lawrence e o subsequente trabalho de Cairns contribuiu largamente para a adoção de capacetes entre motociclistas, trabalhadores e desportistas em todo o mundo.
   

Marku Ribas nasceu há 75 anos

(imagem daqui)
  
Marco Antonio Ribas mais conhecido como Marku Ribas (Pirapora, 19 de maio de 1947 - Belo Horizonte, 6 de abril de 2013) foi um cantor, compositor, ator, dançarino e percussionista brasileiro.
Seu estilo característico possui diversos elementos, entre eles: soul, samba, samba rock, jazz, funk, reisado, batuque e ritmos africanos.
Em 1985, Ribas participou no álbum Dirty Work da banda britânica Rolling Stones. Participou em vários filmes nacionais, entre eles, "Uma onda no ar" e "Batismo de Sangue" (como Carlos Marighella). Markú inovou ao utilizar o próprio corpo como instrumento de percussão. Em sua voz harmonias e melodias improvisadas em qualquer rítmo, o seu estilo de cantar e inventar palavras e frases com diferentes sonoridades influenciou e continua a influenciar diferentes gerações de músicos de diferentes estilos. Ativista político declarado, na luta por direitos sociais e contra o racismo, no auge do sucesso comercial da sua carreira, com o sucesso do samba rock e da soul music brasileira, rompe com as gravadoras multinacionais e parte para uma carreira independente. Afastado dos media nacional, em 2001 é redescoberto e apadrinhado pelo então rei do soul brasileiro, Ed Mota.
Marku Ribas faleceu na noite de sábado de 6 de abril de 2013, aos 65 anos, por causa de um cancro do pulmão.

 


Pete Townshend faz hoje 76 anos

    
Peter Dennis Blandford Townshend (Chiswick, Londres, 19 de maio de 1945) é um guitarrista, cantor, compositor e escritor britânico, mais conhecido por seu trabalho com a banda de rock The Who. A sua carreira com o conjunto estende-se durante mais de quarenta anos, durante os quais ele progrediu para ser considerado uma dos mais influentes das décadas de 60 e 70.
Townshend é o principal compositor dos Who, tendo escrito mais de cem canções espalhadas pelos onze álbuns de estúdio do grupo, incluindo trabalhos conceptuais e óperas rock como Tommy e Quadrophenia. Embora reconhecido primeiramente como guitarrista, é também cantor e multiinstrumentista, tendo gravado com instrumentos como banjo, acordeão, sintetizador, piano, teclado, baixo e bateria, tanto em seus projetos solo e trabalhos dos Who quanto em participações em álbuns de outros artistas.
Townshend também foi colaborador de diversos jornais e revistas, tendo escrito resenhas, artigos e roteiros, trabalhando também como letrista e compositor para diversos grupos musicais. Foi listado no 3º lugar da lista de "Melhores Guitarristas" do livro The New Book of Rock Lists de Dave Marsh, em 10° na lista de "50 Melhores Guitarristas" da Gibson.com e em 10° na lista de "100 Melhores Guitarristas de Todos os Tempos" da Rolling Stone.

 


Catarina Eufémia foi assassinada há 68 anos...

Desenho de José Dias Coelho - daqui
        
Catarina Efigénia Sabino Eufémia (Baleizão, 13 de fevereiro de 1928 - Monte do Olival, Baleizão, 19 de maio de 1954) foi uma ceifeira portuguesa que, na sequência de uma greve de assalariadas rurais, foi assassinada a tiros, pelo tenente Carrajola da Guarda Nacional Republicana. Com vinte e seis anos de idade, analfabeta, Catarina tinha três filhos, um dos quais de oito meses, que estava no seu colo no momento em que foi baleada.
      

Phil Rudd, o baterista dos AC/DC, faz hoje 68 anos

    
Phil Rudd (Melbourne, Austrália, 19 de maio de 1954), também conhecido como Adami, é um baterista australiano, membro da banda AC/DC.
Entrou em 1975 na banda e ficou nesta até 1983, quando houve um desentendimento com Malcolm Young e após esse episódio, ele saiu dos AC/DC (outro motivo associado à sua saída foram os vícios de drogas e bebidas).
Após a sua saída da banda, Phil montou na Nova Zelândia uma escola de pilotos de helicóptero. Em 1994, quando a banda estava fazendo shows na Nova Zelândia, os restantes membros perguntaram-lhe se ele queria regressar e ele aceitou.
Phil tem em seu estilo de tocar bateria uma boa batida, com muito controle sobre o ritmo da música. Costuma conduzir a música de uma forma simples, porém bem executada, misturando batidas de blues.
   

 


Júlio Dantas nasceu há 146 anos


Júlio Dantas  (Lagos, 19 de maio de 1876 - Lisboa, 25 de maio de 1962) foi um escritor, médico, político, e diplomata, que se distinguiu como um dos mais conhecidos intelectuais portugueses das primeiras décadas do século XX. Na sua actividade intelectual foi um polígrafo, cultivando os mais variados géneros literários, da poesia ao romance e ao jornalismo, mas foi como dramaturgo que ficou mais conhecido, em particular pela sua peça A Ceia dos Cardeais (1902), uma das mais populares produções teatrais portuguesas de sempre. Na política foi deputado, Ministro da Instrução Pública e Ministro dos Negócios Estrangeiros (1921-1922 e 1923), terminando a sua carreira pública como embaixador de Portugal no Brasil (1941-1949). Considerado retrógrado por alguns intelectuais coevos, como foi o caso de Almada Negreiros, que escreveu o Manifesto Anti-Dantas, muito polémico, conseguiu granjear durante a vida grande prestígio social e literário, prestígio que decaiu após a sua morte. Foi eleito sócio da Academia de Ciências de Lisboa (1908), instituição a que presidiu a partir de 1922. 

   

Biografia

Filho de Casimiro Augusto Vanez Dantas, militar, escritor e jornalista, e de sua mulher Maria Augusta Pereira de Eça, estudou no Colégio Militar, em Lisboa, sendo admitido com o número 114 em 1887, inscrevendo-se seguidamente no curso de Medicina da Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa, que concluiu em 1900 com uma tese intitulada Pintores e poetas de Rilhafoles. Pouco depois ingressou no Exército Português, sendo oficial médico a partir de 1902.

A carreira de medicina militar, onde optou por uma prática no campo de psiquiatria, não o absorveu: dedicou-se simultaneamente à literatura e a uma intensa actividade intelectual e social, que o tornou conhecido nos meios políticos e nos círculos cultos de Lisboa. Em 1905 foi eleito deputado às Cortes.

Na literatura revelou-se um verdadeiro polígrafo, dedicando-se aos mais variados géneros literários, desde a poesia, o teatro, o conto, o romance e a crónica até ao ensaio. Alcançou grandes êxitos com as suas peças teatrais, com obras como A Severa, A Ceia dos Cardeais (obra que foi traduzida para mais de 20 línguas), Rosas de Todo o Ano e O Reposteiro Verde.

Publicou o seu primeiro artigo em 1893 no jornal Novidades, e o seu primeiro livro de versos em 1897. A maior parte das suas obras de teatro e novelas são sobre o passado histórico, mas as suas melhores obras, Paço de Veiros (1903) ou O Reposteiro Verde (1921) estão escritas num estilo naturalista.

Nas suas obras defende o culto do heroísmo, da elegância e do amor, situando a trama das suas obras quase invariavelmente no século XVIII, época que escolhia quase sempre como cenário das suas produções, salientando a decadência da vida aristocrática da época. Nas suas obras é também comum encontrar a exaltação do efémero, da morte e do sentimentalismo mais pungente. A sua obra poética é claramente inspirada na lírica palaciana do Cancioneiro Geral de Garcia de Resende.

Do ponto de vista estilístico, a sua obra situa-se entre o romantismo e o parnasianismo, predominando nas obras de teatro e nas novelas os temas históricos. Contudo, as melhores obras de Júlio Dantas, nomeadamente Paço de Veiros (1903) e o O Reposteiro Verde (1921) têm um claro pendor para o naturalismo. Foi durante décadas um dos autores portugueses mais apreciados no estrangeiro.

A primeira produção de uma das suas peças ocorreu em 1899, no Teatro Dona Amélia (actual Teatro São Luiz) de Lisboa, com a apresentação da peça em quatro actos O que morreu de amor, pela Companhia Rosas & Brasão. Ainda no campo teatral dedicou-se à tradução, tendo publicado versões em língua portuguesa de Cyrano de Bregerac, de Edmond Rostand, e do Rei Lear, de William Shakespeare. Exímio tradutor, as suas traduções contam-se entre as melhores feitas para a língua portuguesa.

A Ceia dos Cardeais (1902) foi enormemente popular no seu tempo. Com base na sua obra teatral A Severa, José Leitão de Barros realizou o primeiro filme sonoro português em 1931. A sua peça Os Crucificados aborda, pela primeira vez no teatro português, a temática da homossexualidade.

Foi sócio correspondente da Academia das Ciências de Lisboa a partir de 1908 e sócio efectivo desde 1913. Por várias vezes foi escolhido para presidente da instituição. Em 1949 recebeu o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade do Brasil, título que em 1954 também lhe foi atribuído pela Universidade de Coimbra.

Aceitou também uma carreira no ensino artístico e foi director do Conservatório Nacional de Lisboa, sendo ali professor de História da Literatura e director da Secção de Arte Dramática.

A 14 de fevereiro de 1920 foi feito Grande-Oficial da Antiga, Nobilíssima e Esclarecida Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, do Mérito Científico, Literário e Artístico.

Foi Ministro da Instrução Pública no outono de 1920, no governo presidido por António Granjo, e Ministro dos Negócios Estrangeiros no governo de Cunha Leal, no inverno de 1921-1922, e novamente em 1923 no governo de Ginestal Machado.

A 14 de fevereiro de 1930 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Nosso Senhor Jesus Cristo e a 21 de março do mesmo ano foi elevado a Grã-Cruz da Antiga, Nobilíssima e Esclarecida Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, do Mérito Científico, Literário e Artístico.

Em 1938-1940 presidiu à Comissão Executiva dos Centenários, dirigindo a Exposição do Mundo Português que teve lugar em Lisboa e colaborou na Revista dos Centenários, órgão de propaganda da mesma.

Em 1941 foi um dos Embaixadores Especiais enviados ao Brasil para dignificar a cultura de Portugal e em 1949 foi nomeado embaixador de Portugal no Rio de Janeiro. Nessas funções teve papel destacada na elaboração de um acordo ortográfico com o Brasil.

Foi considerado retrógrado por alguns, como foi o caso de Almada Negreiros, que lhe dedicou o Manifesto Anti-Dantas. O facto de ter sido invectivado por aquele manifesto e se ter transformado num dos alvos dos jovens aderentes do modernismo comprova a sua notoriedade de homem público. Apesar disso, passado o teste do tempo e amainadas as paixões, Vitorino Nemésio e David Mourão Ferreira defenderam a sua qualidade literária e a sua invulgar mestria dramatúrgica, considerando-o merecedor de destaque nas letras portuguesas.

No jornalismo e na crítica literária, foi colaborador dos jornais mais importantes de Portugal, nomeadamente do Diário Ilustrado, Novidades, Correio da Manhã e Renascença e escreveu no Correio da Manhã, do Rio de Janeiro, e no La Nación, de Buenos Aires.

Na area da imprensa, também se encontra colaboração da sua autoria nas revistas Branco e Negro (1896-1898), Serões (1901-1911), Revista do Conservatório Real de Lisboa (1902), Illustração portugueza (1903-1980), Azulejos (1907-1909), O Palco (1912), Atlântida (1915-1920), Terra portuguesa (1916-1927), Revista de turismo iniciada em 1916, O domingo ilustrado (1925-1927), Ilustração (1926-), Feira da Ladra (1929-1943), Anais das bibliotecas, arquivo e museus municipais (1931-1936), Boletim cultural e estatístico (1937), Revista municipal (1939-1973) e Boletim do Sindicato Nacional dos Jornalistas (1941-1945).

Na política foi considerado oportunista, mostrando realmente uma grande versatilidade, servido como deputado na Monarquia, como ministro na Primeira República e finalmente como deputado, presidente da Comissão dos Centenários e embaixador em pleno Estado Novo. Sob a sua plasticidade política, Fernando Dacosta afirmou: "para se aproximar do Paço e da Rainha escreve a "Ceia dos Cardeais". Não recebendo os cargos e as honrarias a que julgava ter direito, aproveita-se da crise do regime monárquico e faz "Um Serão nas Laranjeiras", denúncia da decomposição da corte. Mas não se afasta dela." Quando foi proclamada a República, Júlio Dantas aderiu ao regime e publicou, no diário A Capital, o folhetim "Cruz de Sangue", depois em livro com o título Pátria Portuguesa (1914), fazendo a exaltação do povo e a condenação da nobreza. Em 1911, desencadeado o conflito entre a Igreja Católica e o Estado Português por causa da Lei da Separação de Afonso Costa, publica a peça A Santa Inquisição (1910), um libelo contra a Inquisição. Com o advento do salazarismo, publicou Frei António das Chagas, um "elogio de quem se sacrifica, se imola pela Pátria". Terminada a Segunda Guerra Mundial, prevendo a queda do Estado Novo, reformulou introduziu, em 1946, na Antígona, peça de estreia de Mariana Rey Monteiro, uma crítica velada ao velho ditador por meio da personagem de Creonte.

Foi um dos fundadores da Sociedade de Escritores e Compositores Teatrais Portugueses, a SECTP, de que foi o primeiro presidente. Aquela sociedade deu origem à Sociedade Portuguesa de Autores (SPA).

Contrariando o estereótipo de conservadorismo ligado à sua imagem pública, quebrou com a tradição e resistiu à pressão social da época: casou civilmente, a 30 de maio de 1942, com Maria Isabel Penedo Cardoso e Silva, da qual não teve descendência, e recusou um funeral católico, mantendo-se fiel às suas convicções anticlericais dos inícios do século XX.

Júlio Dantas é lembrado na sua cidade natal, Lagos, por um busto, localizado em Santo Amaro, na área envolvente ao Mercado Novo, dando também o nome à biblioteca pública da cidade. É também patrono da Escola Secundária Júlio Dantas, a principal escola pública de ensino secundário daquela cidade.

     

Obra 

Um dos mais prolíficos polígrafos da literatura lusófona, Júlio Dantas cultivou os mais variados géneros literários, como o romance, a poesia, o teatro e conto, tendo-se também dedicado ao ensaio. Contudo, conseguiu os seus maiores êxitos como dramaturgo, com peças como A Severa, A Ceia dos Cardeais, Rosas de Todo o Ano e O Reposteiro Verde.

 

in Wikipédia

 

AS DUAS MÁSCARAS

 

Num doirado e antiquíssimo sossego

Vi num museu solene e venerando

Duas máscaras velhas,figurando

As duas formas do teatro grego.

 

E ao olhá-las (contraste singular

Que não sei compreender nem discutir)

A face da Tragédia fez-me rir

                   E a da Farsa chorar.

 

De tão contrárias impressões colhidas

Arranquei esta lúcida verdade:

Nas dores mais sinceras, mais sentidas,

Só vê trejeitos a humanidade...

 

Fui aprender a esse mundo antigo

Que o sofrimento tem o seu pudor:

Por isso te aconselho, meu amigo,

Quando sofreres, guarda a tua dor

                   E chora a sós contigo.

Mário de Sá-Carneiro nasceu há 132 anos

   
Mário de Sá-Carneiro (Lisboa, 19 de maio de 1890 - Paris, 26 de abril de 1916) foi um poeta, contista e ficcionista português, um dos grandes expoentes do modernismo em Portugal e um dos mais reputados membros da Geração d’Orpheu.
    
(...)
    
Uma vez que a vida que trazia não lhe agradava, e aquela que idealizava tardava em se concretizar, Sá-Carneiro entrou numa cada vez maior angústia, que viria a conduzi-lo ao seu suicídio prematuro, perpetrado no Hôtel de Nice, no bairro de Montmartre em Paris, com o recurso a cinco frascos de arseniato de estricnina. Embora tivesse adiado por alguns dias o dramático desfecho da sua vida, numa «cart de despedida» para Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro revela as suas razões para se suicidar:
  
Meu querido Amigo:

A menos de um milagre na próxima segunda-feira, 3 (ou mesmo na véspera), o seu Mário de Sá-Carneiro tomará uma forte dose de estricnina e desaparecerá deste mundo. É assim tal e qual – mas custa-me tanto a escrever esta carta pelo ridículo que sempre encontrei nas «cartas de despedida»... Não vale a pena lastimar-me, meu querido Fernando: afinal tenho o que quero: o que tanto sempre quis – e eu, em verdade, já não fazia nada por aqui... Já dera o que tinha a dar. Eu não me mato por coisa nenhuma: eu mato-me porque me coloquei pelas circunstâncias – ou melhor: fui colocado por elas, numa áurea temeridade – numa situação para a qual, a meus olhos, não há outra saída. Antes assim. É a única maneira de fazer o que devo fazer. Vivo há quinze dias uma vida como sempre sonhei: tive tudo durante eles: realizada a parte sexual, enfim, da minha obra – vivido o histerismo do seu ópio, as luas zebradas, os mosqueiros roxos da sua Ilusão. Podia ser feliz mais tempo, tudo me corre, psicologicamente, às mil maravilhas, mas não tenho dinheiro. [...]

Mário de Sá-Carneiro, carta para Fernando Pessoa, 31 de março de 1916
     
Contava tão-só vinte e cinco anos. Extravagante tanto na morte como em vida (de que o poema Fim é um dos mais belos exemplos), convidou para presenciar a sua agonia o seu amigo José de Araújo. E apesar de o grupo modernista português ter perdido um dos seus mais significativos colaboradores, nem por isso o entusiasmo dos restantes membros esmoreceu – no segundo número da revista Athena, Pessoa dedicou-lhe um belo texto, apelidando-o de «génio não só da arte como da inovação dela», e dizendo dele, retomando um aforismo das Báquides (IV, 7, 18), de Plauto, que «Morre jovem o que os Deuses amam» (tradução literal de Quem di diligunt adulescens moritur).
    

 

Quási

Um pouco mais de sol - eu era brasa,
Um pouco mais de azul - eu era além.
Para atingir, faltou-me um golpe d'asa...
Se ao menos eu permanecesse aquém...

Assombro ou paz? Em vão... Tudo esvaído
Num baixo mar enganador de espuma;
E o grande sonho despertado em bruma,
O grande sonho - ó dor! - quási vivido...

Quási o amor, quási o triunfo e a chama,
Quási o princípio e o fim - quási a expansão...
Mas na minh'alma tudo se derrama...
Entanto nada foi só ilusão!

De tudo houve um começo... e tudo errou...
- Ai a dor de ser-quási, dor sem fim... -
Eu falhei-me entre os mais, falhei em mim,
Asa que se elançou mas não voou...

Momentos d'alma que desbaratei...
Templos aonde nunca pus um altar...
Rios que perdi sem os levar ao mar...
Ânsias que foram mas que não fixei...

Se me vagueio, encontro só indícios...
Ogivas para o sol - vejo-as cerradas;
E mãos de herói, sem fé, acobardadas,
Puseram grades sobre os precipícios...

Num ímpeto difuso de quebranto,
Tudo encetei e nada possuí...
Hoje, de mim, só resta o desencanto
Das coisas que beijei mas não vivi...

. . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . .

Um pouco mais de sol - e fora brasa,
Um pouco mais de azul - e fora além.
Para atingir, faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse aquém...


in
Dispersão - Mário de Sá-Carneiro

Abraham Pais nasceu há 104 anos

  
Abraham ("Bram") Pais (Amsterdão, 19 de maio de 1918 - Copenhaga, 28 de julho de 2000) foi um físico neerlandês e teórico da física quântica.
Como profundo conhecedor da física do século XX e do seu desenvolvimento, ganhou reconhecimento internacional; como colega, mais tarde parceiro e amigo de Albert Einstein, pertence a ele a mais representativa biografia de Einstein do nosso tempo.
Abraham Pais estudava Física na Universidade de Utrecht, quando os nazis, em maio de 1940, ocuparam os Países Baixos. Em junho de 1941, poucos dias antes de todos os judeus serem proibidos de frequentar as Universidades, consegue ainda apresentar a sua monografia. O seu trabalho chama a atenção de Niels Bohr, que quer levá-lo para o seu país, Dinamarca. Mas Pais precisa fugir da perseguição da Gestapo e vive mais de um ano escondido nos Países Baixos. Pouco antes do final da Segunda Guerra Mundial é capturado pela Gestapo, mas sobrevive.
Depois da guerra trabalhou finalmente no Instituto para Física Teórica em Copenhaga. Em 1946 transfere-se, como físico teórico, para o Instituto de Estudos Avançados em Princeton, onde, devido ao seu trabalho, recebe a  alcunha de "Senhor Teoria Quântica" e conhece Albert Einstein.
As suas mais importantes contribuições dizem respeito à teoria moderna das partículas elementares. Em 1941 ele marca protões e neutrões com o conceito de "Núcleo atómico", em 1952 explica como uma determinada partícula subatómica pode rapidamente surgir, mas demorar muito tempo para se desintegrar, em 1955 publica um trabalho teórico muito aguardado sobre as leis da mecânica quântica. Dos conhecimentos ali descritos os físicos Val Logsdon Fitch e James Watson Cronin retiraram anos mais tarde a base para as experiências que lhes deram o Prémio Nobel de Física em 1980.
Em 1956 tornou-se cidadão dos Estados Unidos. A sua auto-biografia A Tale of Two Continents (Princeton, 1997) conta a sua história de vida como físico num mundo turbulento.
Pais talvez tenha ficado mais conhecido pela sua biografia de Albert Einstein, "Subtil é o Senhor..." (em inglês: Subtle is the Lord, Oxford, 1982), e sua sequência, "Einstein Viveu Aqui" (em inglês: Einstein Lived Here).
Escreveu também a história dos físicos no século XX, Inward Bound (Oxford, 1986), uma biografia de Niels Bohr, Niels Bohr's Times, In Physics, Philosophy and Polity (Oxford, 1991), e "Os Génios da Ciência" (em inglês: The Genius of Science: A Portrait Gallery (Oxford, 2000).
Abraham Pais foi ainda professor de Física na Universidade Rockefeller, membro da Academia Nacional das Ciências, da Sociedade Americana de Filosofia e da Academia Americana das Artes e Ciências. Faleceu em 2000, aos 82 anos.
Era descendente de judeus sefarditas que vieram de Portugal no século XVII, de onde vinha o sobrenome Pais.
  

O poeta galego Valentín Paz-Andrade morreu há 34 anos

 


Valentín Paz-Andrade (
Pontevedra, Galiza, 23 de abril de 1898 - Vigo, Galiza, 19 de maio de 1987) foi um jurista, economista, escritor, poeta e jornalista galego. O Dia das Letras Galegas do ano 2012 foi dedicado a este escritor.
  

   

O QUE TODO GALEGO CHORARÍA



Chora, Terra, teu pranto xeneroso.

O que todo galego choraría,

en roda de multánime silenzo

e ollares abatidos

sobor do longo corpo derrubado

que fora vivo mastro en loita núa;

perto daqueles beizos, seca fonte

da verba nunca de antes máis belida;

do peito petrucial, refrorecido

de mapoulas pampeiras,

que envexan a nacencia das chorimas;

xunto das postas maos voltas ao xelo,

onde a eito agromaron da súa arte,

no cerne da galega patronía,

vizosas primaveras.