sexta-feira, novembro 01, 2024

Ezra Pound morreu há 52 anos...


Ezra Weston Loomis Pound (Hailey, 30 de outubro de 1885 - Veneza, 1 de novembro de 1972) foi um poeta, músico e crítico literárioamericano que, juntamente com T. S. Eliot, foi uma das maiores figuras do movimento modernista da poesia do início do século XX no seu país. Ele foi o motor de diversos movimentos modernistas, nomeadamente do Imagismo (o seu líder e principal representante) e do Vorticismo.
   
Nascido em Hailey, no estado americano de Idaho, cresceu em Wyncote, perto de Filadélfia e formou-se na Universidade da Pensilvânia em 1906. Durante um breve período deu aulas em Crawfordsville, Indiana, e, entre 1906 e 1907, viajou pela Espanha, Itália e França. O seu primeiro livro de poemas, A Lume Spento, foi publicado em Veneza, em 1908. Nesse ano fixou-se em Londres, onde viveu até 1920 e onde travou conhecimento com alguns dos mais importantes escritores da época: Ford Madox Ford, James Joyce, Wyndham Lewis, W. B. Yeats e T. S. Eliot, entre outros, tendo influenciado todos estes.
Em 1909 publicou Personae e Exultations, a que se seguiu um volume de ensaios críticos, intitulado The Spirit of Romance, de 1910. Entre 1914-1915 foi co-editor da revista do movimento Vorticista, Blast. Em Londres teve ainda a seu cargo a edição da revista de Chicago Little Review (1917-1919) e a partir de 1920 tornou-se correspondente da publicação The Dial na capital francesa, para onde se mudou em 1921.
Datam de 1920 as publicações de um segundo volume de textos críticos, Instigations, e de Hugh Selwyn Mauberley, uma das suas obras-primas. O poema Homage to Sextus Propertius foi publicado no ano anterior. Conhecedor das literaturas europeia e oriental, Pound associou-se desde muito cedo à escola dos imagistas, que liderou de forma particularmente enérgica. Os adeptos desta corrente poética, fundada em 1912 sob inspiração das ideias de T. E. Hulme, pretendiam explorar de forma disciplinada as potencialidades da imagem e da metáfora, consideradas a essência da poesia. O movimento, que Pound abandonou em 1914, teve a sua expressão na revista inglesa The Egoist (iniciada em 1912) e na revista americana Poetry (a partir de 1914). As raízes do movimento encontravam-se fundamentalmente na poesia chinesa e japonesa, mas os imagistas inspiraram-se também na poesia latina, em poemas da tradição medieval inglesa, nas composições poéticas dos trovadores provençais e em alguns poetas italianos. Nos seus Cantos, publicados numa longa série entre 1917- e 1949, inacabados, Pound procurou elaborar uma versão moderna da Divina Comédia.
A fase em que o poeta leva mais a extremos os princípios do seu movimento imagista é ilustrada pelas obras Ripostes (1912) e Lustra (1916). Em 1924 Pound mudou-se para Itália, onde as teorias político-económicas que defendeu o associaram ao fascismo, tal qual o fizeram outros poetas como Fernando Pessoa, tendo chegado a proferir comunicações antidemocráticas na rádio italiana durante a Segunda Guerra Mundial. Nos seus tratados económicos e históricos, Jefferson and/or Mussolini de 1935 e Guide to Kulchur de 1938, Pound comprometeu-se definitivamente com o fascismo e foi preso em 1945 (e libertado, em função do protesto de vários artistas, tendo sido posteriormente repatriado).
Considerado, oficialmente, incapaz mentalmente, com o objetivo de livrá-lo da prisão, foi internado durante 13 anos num hospital psiquiátrico em Washington DC. A acusação de traição foi retirada em 1958 e Pound voltou a Itália depois da sua libertação. Trabalhou nos seus Cantos até 1972, ano da sua morte.
   

 

 A Virginal

  

No, no! Go from me. I have left her lately.
I will not spoil my sheath with lesser brightness,   
For my surrounding air hath a new lightness;
Slight are her arms, yet they have bound me straitly   
And left me cloaked as with a gauze of æther;   
As with sweet leaves; as with subtle clearness.   
Oh, I have picked up magic in her nearness
To sheathe me half in half the things that sheathe her.   
No, no! Go from me. I have still the flavour,   
Soft as spring wind that’s come from birchen bowers.   
Green come the shoots, aye April in the branches,
As winter’s wound with her sleight hand she staunches,   
Hath of the trees a likeness of the savour:
As white their bark, so white this lady’s hours.

   

 

Ezra Pound

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