domingo, novembro 08, 2009

Uma democracia condicionada

socrates-e-vara-bonnie-and-clyde

Depois da destruição de documentos do processo dos Aterros Sanitários da Cova da Beira, depois de parada a investigação aos projectos arquitectónicos guardenses de um ilustre "engenheiro" (que, curiosamente, nunca fez um projecto assinado por amigos no concelho onde residia), depois de eliminada a Universidade Independente e os seus perturbadores papéis, depois de silenciadas as cabeças pensantes da TVI e do Público, depois de manietadas várias instituições (uma inglesa, a Serious Fraud Office, na dependência política do amigo Prime Minister Brown, outra portuguesa, com uma Procuradora sempre muito simpática e que tudo faz para nada fazer e ainda uma europeia, com o juiz amigo Lopes da Mota, escolhido a dedo para chefiar o Eurojust) que poderiam cooperar para deslindar o caso Freeport, agora vem nova mão amiga a preparar para limpar mais branco as conversas (quase cantares de amigo...) escutados por causa dos negócios do ex-sócio Armando Vara:


PS - será que em Portugal não temos direito a votar com base no conhecimento de todos os dados de carácter dos nossos políticos? Porque motivo votamos primeiro e só depois vêm os despedimentos, a crise, o deficit ou as trapalhadas de um político que, governando-nos, se vai governando e governando os seus amigos?

sábado, novembro 07, 2009

O Muro de Berlim caiu há 20 anos

O Muro de Berlim ("Berliner Mauer" em alemão) foi uma barreira física, construída pela República Democrática Alemã (Alemanha Oriental) durante a Guerra Fria, que circundava toda a Berlim Ocidental, separando-a da Alemanha Oriental, incluindo Berlim Oriental. Este muro, além de dividir a cidade de Berlim ao meio, simbolizava a divisão do mundo em dois blocos ou partes: República Federal da Alemanha (RFA), que era constituído pelos países capitalistas encabeçados pelos Estados Unidos; e República Democrática Alemã (RDA), constituído pelos países socialistas simpatizantes do regime soviético. Construído na madrugada de 13 de Agosto de 1961, dele faziam parte 66,5 km de gradeamento metálico, 302 torres de observação, 127 redes metálicas electrificadas com alarme e 255 pistas de corrida para ferozes cães de guarda. Este muro provocou a morte a 80 pessoas identificadas, 112 ficaram feridas e milhares aprisionadas nas diversas tentativas de o atravessar.

O Muro de Berlim começou a ser derrubado no dia 9 de Novembro de 1989, acto inicial da reunificação das duas Alemanhas, que formaram finalmente a República Federal da Alemanha, acabando também a divisão do mundo em dois blocos. Muitos apontam este momento também como o fim da Guerra Fria.

O governo de Berlim incentiva a visita do muro derrubado, tendo preparado a reconstrução de trechos do muro. Além da reconstrução de alguns trechos está marcado no chão o percurso que o muro fazia quando estava erguido.


in Wikipédia

Uma grande data, que merece ser recordada. Para a relembrar, uma música nacional com referência ao Muro:


Os 3 Pilares da Economia

Com os nossos agradecimento ao amigo Rui:



A Condessa de Sabrosa (Maria Teresa de Noronha) nasceu há 91 anos

sexta-feira, novembro 06, 2009

Avaliação e estudo dos riscos vulcanológicos açoreanos

Projecto tem uma duração de três anos
Cientistas avaliam perigos vulcânicos nos Açores


Os principais vulcões potencialmente activos nos Açores vão ser estudados durante os próximos três anos, num projecto de investigação que permitirá melhorar o sistema de resposta rápida em caso de erupção.


“Vamos estudar alguns dos vulcões mais importantes dos Açores e assim aumentar o conhecimento sobre o seu comportamento para melhorar o sistema de resposta rápida em caso de erupção”, disse Vittorio Zanon, coordenador científico responsável pelo projecto do Centro de Vulcanologia e Avaliação de Riscos Geológicos (CVARG) da Universidade dos Açores, em declarações à agência Lusa.

Segundo o investigador, o estudo vai centrar-se nos vulcões das Sete Cidades (São Miguel), Pico e Flores e Caldeiras do Faial e da Graciosa. “São importantes vulcões em relação aos quais não temos muita informação do funcionamento do sistema em profundidade que possa ser utilizada em caso de possível reactivação da actividade magmática”, referiu.

Vittorio Zanon explicou que o projecto PLUSYS vai traçar o percurso do magma e a sua desgaseificação desde o manto até a superfície “com a finalidade de obter um modelo da estrutura interna de cada um desses vulcões”.

Vão ser colhidas, nomeadamente, informações sobre as condições de génese e evolução dos basaltos.

“As diferentes temperaturas, pressão e conteúdo em gases são parâmetros fundamentais para a modelação das erupções e para uma correcta parametrização do risco vulcânico”, explicou.

O estudo permitirá indicar a quantidade de Flúor, Cloro, Iodo e Bromo, elementos gasosos presentes nos basaltos que podem ser libertados durante uma erupção e causar contaminção dos pastos e das águas, acrescentou.

Assim, durante três anos investigadores das Universidades dos Açores, de Perugia e Siena (Itália) e da Agência para as Ciências da Terra e Tecnologia (Japão) vão realizar vários trabalhos de campo e análises laboratoriais, com base nas amostras colhidas.

O projecto PLUSYS está orçado em 190 mil euros, financiados pela Fundação para a Ciência e Tecnologia.

O Blitz faz 25 anos



Hoje, dia 6 de Novembro, celebram-se os 25 anos passados desde a primeira edição do jornal Blitz (na foto - para as páginas interiores desta e de outras edições do primeiro ano do jornal, aconselha-se vivamente uma visita a ovelhoblitz.blogspot.com). O jornal semanal, enquanto tal, sobreviveu pouco mais de duas décadas. Em 2006, mudou de sexo (transformou-se em revista), passou a mensal, abraçou definitivamente o mainstream e as agendas comerciais dos principais agentes do mercado musical português, redefiniu de forma a sua presença na web (de forma notável, diga-se) e afastou, assim parece, as piores tempestades que pairavam sobre a publicação.


Fonte: Blog Juramento sem Bandeira

Mais um poema de Sophia cantado por Fanhais


Parabéns Sophia!

Luar

Toma-me ó noite em teus jardins suspensos
Em teus pátios de luar e de silêncio
Em teus adros de vento e de vazio.

in Mar Novo (1958) - Sophia de Mello Breyner Andresen



PS - a Sophia nunca morreu - apenas foi descansar no mar que tanto amava. O filme aqui apresentado é um pedaço de uma ópera sobre textos da nossa amada poetisa: SAGA - Ópera Extravagante.

Sophia nasceu há 90 anos

Uma poetisa nunca morre - fica na voz da criança que memoriza os seus versos, no coração do leitor que ainda a chora, na voz do cantor que deu nova cor às suas palavras...


quinta-feira, novembro 05, 2009

Música adequada à época

Ao ouvir parte do debate do Programa do Governo na Assembleia da República (e com a família doente - uma de baixa, por exaustão total, e outro de quarentena por suspeita de Gripe A, enquanto eu aperto a queixada para aguentar...), não sei porquê mas lembrei-me desta velha canção:




Depeche Mode - Master and servant (1984)

It's a lot
It's a lot
Like life

There's a new game
We like to play you see
A game with added reality
You treat me like a dog
Get me down on my knees

We call it master and servant
We call it master and servant

It's a lot like life
This play between the sheets
With you on top and me underneath
Forget all about equality

Let's play master and servant
Let's play master and servant

It's a lot like life
And thats what's appealing
If you despise that throwaway feeling
From disposable fun
Then this is the one

Domination's the name of the game
In bed or in life
They're both just the same
Except in one you're fulfilled
At the end of the day

Let's play master and servant
Let's play master and servant

Let's play master and servant
Come on master and servant.

domingo, novembro 01, 2009

Uma forma simpática de dizer as coisas...




PS - este Valter, um dos mestres de Boston que arruinaram a Educação em Portugal, depois de ter feito um valente estrago nas escolas portuguesas, vai agora gerir o emprego. Como especialista em melhorar estatísticas, será muito útil no próximo ano em Portugal - pelo menos para os senhores que dizem haver hoje 9,2 % de desempregados...

sábado, outubro 31, 2009

Ali Farka Touré nasceu há 70 anos

Ali Ibrahim "Farka" Touré (Kanau, Mali, 31 de Outubro de 1939Bamako, 7 de Março de 2006) foi um cantor e guitarrista malinês e um dos músicos mais internacionalmente reconhecidos do continente africano.

Sua música é amplamente considerada como representando um ponto de intersecção da tradicional música de Mali e seu primo estado-unidense, o blues. A crença de que este último é, de facto, historicamente derivado da primeira reflecte-se nas frequentes citações de Martin Scorsese caracterizando a tradição de Touré como constituindo "o DNA dos blues". Ele foi classificado como o número 76 dos "Cem Melhores Guitarristas de Todos os Tempos" pela revista de música Rolling Stone.





sexta-feira, outubro 30, 2009

A propósito de negócios escuros que os moços do partido do governo fazem

Mãos sujas, alma limpa

Como sucede habitualmente quando, como agora, vêm a público os negócios sujos que, um pouco por todo o país, envolvem lixo e tratamento de resíduos, os envolvidos são quase sempre gente (empresários, autarcas, políticos…) lavada e educada, da do género que não entra em casa sem limpar cuidadosamente os pés.

O problema é não haver tapete de entrada onde se limpe a sujidade das mãos. De qualquer modo, quando os jornais conseguem enfim chegar à fala com eles, estão todos de consciência limpa. O lixo e o dinheiro são, com efeito, matérias com a singular propriedade de sujarem as mãos e raramente sujarem a consciência (e mais raramente ainda o cadastro, pelo menos entre nós, onde as leis penais e processuais penais lavam mais branco que em qualquer outra parte do mundo), de tal modo que o capítulo moral da democracia portuguesa que vier um dia a ser dedicado ao assunto não poderá deixar de levar o sugestivo título de "Mãos sujas, alma limpa". Não se percebe é que a PJ se dê a tanto trabalho para desvendar a "Face oculta" de tais negócios, se ela e o MP é que acabam sempre por sair sujos dos tribunais.

segunda-feira, outubro 26, 2009

Música para os noivos do dia - II


As minhas despedidas à Ministra da Educação

Vai-se embora hoje um estafermo que esteve quase a acabar com a sanidade mental e a dignidade dos professores portugueses.

Vai com quatro anos e meio de atraso. Para ela e para os seus moços de recados (os execráveis secretários, as popotas das DRE's e os albinoides das CONFAP's) aqui fica uma cópia de uma notícia de 15 de Outubro deste mês, do jornal Público:

Imagem 004
Para a nova Ministra da Educação, apenas um conselho: o seu melhor activo são os professores - não o desperdice. E varra a porcaria legislativa que emperra as escolas para os arquivos mortos do ministério...

Música para os noivos do dia


Músicas para um triste dia


Poder - Jose Mario Branco



Inquietação - José Mário Branco

domingo, outubro 25, 2009

O Príncipe Perfeito morreu há 514 anos

JoaoII-P.jpg

Faz hoje 514 anos que morreu aquele que o povo e muitos historiadores consideraram um dos melhores chefes de Estado na longa História de Portugal.

Abriu as portas aos Descobrimentos e acabou radicalmente com as intrigas e privilégios da classe política que estava no poder. Diz-se que, ao saber da sua morte, Isabel a Católica de Espanha terá exclamado: "Murió el Hombre!".

Chamam-lhe o Príncipe Perfeito.

Música a prepósito da tomada de posse de amanhã


Elogio da Corporação - José Mário Branco

Amanhã começa uma nova Aventura no Ministério da da Educação

A Rainha D.ª Amélia morreu há 58 anos

A nossa última Rainha morreu há exactamente 58 anos, no seu país natal.

Dona Maria Amélia Luísa Helena de Orleães (Twickenham, 28 de Setembro de 1865 — Chesnay, 25 de Outubro de 1951) foi a última rainha de facto de Portugal.

Durante a sua vida, D. Amélia perdeu todos os seus familiares directos: defrontou-se com o assassinato do marido, o rei D. Carlos I, e do filho mais velho, D. Luís Filipe (episódio conhecido como Regicídio de 1908); vinte e quatro anos mais tarde, recebeu a notícia da morte do segundo e último filho, o futuro D. Manuel II; e também ficou de luto com a morte de sua filha, a infanta D. Maria Ana de Bragança, nascida em um parto prematuro.

Ela foi o único membro da família real portuguesa exilada pela República que visitou Portugal em vida, bem como o último membro a morrer, aos oitenta e seis anos. Amélia de Orleães viveu sofridas décadas de exílio, entre Inglaterra e França, onde aguentou a Segunda Guerra Mundial.

Esta frase estava entre as suas últimas palavras: "Quero bem a todos os portugueses, mesmo àqueles que me fizeram mal".

in Wikipédia

sábado, outubro 24, 2009

Esta noite muda a hora...

Segurar as rédeas do tempo tem muito que se lhe diga
Por Ana Rita Faria

Com o atraso dos relógios esta noite, os pais não terão de levar os filhos para a escola de noite e os empresários perderão uma hora para negociar com a Europa. Afinal por que muda a hora (e o que acontecia, se não mudasse?)

Deixemo-nos de ilusões. Este é um assunto em que não parece possível chegar a consenso para saber quem sofre mais: se o funcionário público que sente que o dia já acabou quando chega a casa às 18h e é noite, ou a criança que vai para a escola antes do raiar do sol. Ou seja, o que é que custa mais: continuar a mudar a hora para o Inverno (logo à noite os relógios atrasam uma hora, das 2h para a 1h) ou deixar os ponteiros como estão, para alinhar pelo horário da Europa Central, como já aconteceu na década de 90. Resta, pois, fazer o mesmo que se tenta fazer com outros mistérios insolúveis da vida: tentar perceber por que acontece assim e não ao contrário.

Se bastasse ler a história para entender a razão da mudança da hora, a resposta seria fácil. Tudo começou com Benjamin Franklin, o político e inventor do pára-raios e das lentes bifocais. Em 1784, num artigo publicado num jornal francês, Franklin sugeria que a França adiantasse uma hora no Verão, alegando que Paris poderia poupar anualmente 32 mil toneladas de cera de vela. Só mais de um século depois é que a sugestão seria tida em conta, no contexto da Primeira Guerra Mundial, para economizar energia.

Os governos europeus decidiram, assim, adiantar os seus relógios uma hora, inaugurando a chamada "hora de Verão". Consequentemente, os dias passaram a acabar mais tarde e menos energia era consumida. Mas, com o desenvolvimento das sociedades, o pretexto de poupança energética perdeu força e deixou de justificar por si só mudanças no compasso do tempo. Por isso, se hoje quisermos explicar por que muda a hora em Portugal, teríamos de partir de um palavrão - a cronobiologia, ciência que estuda os ritmos biológicos.

"Ao atrasarmos agora uma hora vamos regressar ao ponto mais próximo da hora solar, da qual estamos actualmente desfasados 1h37, devido ao horário de Verão", explica Rui Agostinho, director do Observatório Astronómico de Lisboa, instituição responsável pela hora legal do país. Portugal, ao alinhar-se pelo meridiano de Greenwich tal como acontece com a Grã-Bretanha e Irlanda, está sempre pelo menos 37 minutos desfasado em relação à hora solar e é esta pequena diferença que passaremos a ter a partir de amanhã.

"Se agora não fizéssemos a transição para a hora de Inverno, manter-se-ia um desfasamento de 1h37, mas teríamos os relógios alinhados com a restante Europa Central", que se guia pelo meridiano de Berlim, adianta Rui Agostinho. Isso faria com que só amanhecesse por volta das 9h00 e que sol se pusesse uma hora mais tarde do que amanhã.

Além disso, quando chegasse o Verão e fizéssemos o normal adiantamento da hora, ficaríamos ainda mais desfasados em relação à hora solar (2h37). "Só ficaria céu mesmo escuro à uma da manhã", resume o director do Observatório. Portugal viveu essa experiência entre 1992 e 1996, durante o Governo de Cavaco Silva, mas acabou por voltar atrás devido a um turbilhão de protestos. O problema, invocaram na altura cientistas e médicos, era o facto de o desfasamento em relação à hora solar trocar as voltas ao nosso relógio biológico.

A ligação ao sol

Localizado no cérebro, o relógio biológico do ser humano dita ao organismo os ritmos que afectam o sono, o apetite, os níveis de energia e atenção e outros aspectos da nossa fisiologia. Mas tem um senão. "O nosso ciclo interno tem mais de 24 horas e, para se manter alinhado com o ciclo de rotação da Terra, precisa de um sinal: a luz solar", explica Susana Salgado Pires, especialista em cronobiologia.

"Ora, se durante o Inverno acordarmos antes do nascer do sol, fizermos a nossa rotina matinal quase às escuras e chegarmos ao trabalho ainda de noite, dificilmente o nosso cérebro vai aceitar que é de dia", diz a investigadora, que se doutorou em Biomedicina com o professor inglês Russell Foster, um dos mais conhecidos cientistas na área da cronobiologia.

A contribuir para essa dormência está a melatonina. A chamada "hormona do sono" é segregada por uma glândula cerebral à medida que anoitece, atinge o seu pico na primeira parte da noite (até às duas da manhã) e começa a inibir-se a partir do momento em que a luz aparece.

Ao mudar a hora no Inverno, acrescentamos uma hora de luz a cada manhã, o que, segundo Susana Pires, é "crucial para informar o cérebro de que é dia e, portanto, que deve regular o organismo para fazer face às exigências das 24 horas seguintes". As crianças e os idosos são as faixas da população mais "escravas" destes ritmos biológicos, pois são as mais fiéis ao seu relógio interno, tendendo a acordar quando o sol nasce e a dormir quando se põe.

Contudo, segundo Mário Durval, presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública (ANMSP), o impacto de mudar ou manter a hora actual é relativamente pequeno e seria apenas mais uma adaptação, visto que o ser humano já cortou a sua ligação à hora solar. "Neste momento, estamos completamente escravizados pelo relógio e desregulados em relação ao ritmo do nascer e pôr do sol", constata o presidente da ANMSP.

Também Susana Pires considera que a mudança de hora no Inverno poderia deixar de existir, se houvesse "flexibilidade de horários nas escolas e empresas, de modo a acompanharmos o ciclo solar". Além disso, alguns países europeus, sobretudo os do Norte, que têm muito menos luz solar diária do que Portugal, encontraram formas de compensar a situação - as chamadas "caixas de luz". Compostas por lâmpadas que emitem luz com a mesma intensidade de um dia de sol de Primavera, estas caixas são geralmente usadas ao início do dia para fazer uma espécie de terapia solar.

Por outro lado, zonas como a Galiza aprenderam também a contornar o problema de ter os relógios alinhados com a Europa Central. Embora tenham a mesma hora solar de Portugal, os nossos vizinhos galegos tiveram de alinhar com a hora espanhola e, por extensão, com o resto da Europa. Alguns movimentos nacionalistas da região reivindicaram já uma hora igual à portuguesa, mas nada mudou até agora. "As pessoas adaptaram-se e, apesar de o relógio marcar uma coisa, fazem a sua vida em função do ciclo solar, almoçando às 14h ou 15h e fazendo a sesta a seguir", realça o director do Observatório Astronómico de Lisboa. A experiência do passado

Mas se haveria impactos para o organismo, caso Portugal alinhasse a sua hora com a Europa Central, também há problemas que surgem com a mudança para a hora de Inverno. Ao acordamos uma hora antes do habitual, o nosso organismo é apanhado de surpresa e podem surgir sintomas de fadiga, falta de energia e de atenção e alterações subtis do ritmo cardíaco e da tensão arterial.

Segundo Susana Pires, há vários estudos que mostram que o número de ataques cardíacos, acidentes de trânsito e suicídios aumenta nas semanas seguintes à mudança da hora. Mário Durval reconhece também que o facto de anoitecer mais cedo no Inverno propicia situações de depressão. Contudo, ambos são unânimes em afirmar que se trata de casos excepcionais, que não afectam a generalidade da população. O mesmo parece não ter acontecido quando se ensaiou o alinhamento com a hora central europeia, há mais de uma década.

Entre 1992 e 1996, por sugestão do então ministro do Planeamento e Administração do Território Valente de Oliveira e decisão do executivo de Cavaco Silva, Portugal esteve adiantado uma hora no Inverno e duas horas no Verão em relação ao Tempo Universal Coordenado (que equivale ao tempo indicado pelo meridiano de Greenwich). Só durante a Segunda Guerra Mundial tinha acontecido o mesmo.

As alterações introduzidas nesses anos tinham por objectivo alinhar a hora portuguesa com a dos seus parceiros comunitários, favorecendo os negócios. E, segundo Francisco van Zeller, presidente da Confederação da Indústria Portuguesa (CIP), foi isso que aconteceu: "Nesses anos os negócios com a Europa foram mais fáceis e foi muito mau quando se regressou ao modelo anterior."

Os empresários deixaram de conseguir ir no próprio dia às reuniões matinais em Bruxelas e voltaram a lembrar-se que os telefones dos escritórios europeus deixavam de ser atendidos a partir das 18h portuguesas. "Ficámos novamente com uma janela de negociação diminuída com a Europa", destaca Van Zeller. Mas reconhece: "O que era melhor para os negócios não era para as pessoas."

Aos relatórios que apontavam para uma escala do consumo de medicamentos para o stress somou-se a contestação de pais, professores e pediatras. "As crianças não conseguiam adormecer antes das 22h e, quando deviam estar a dormir, pois ainda era de noite, tinham de ser arrancadas da cama para ir para a escola", lembra Albino Pinto de Almeida, presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap).

João Grancho, presidente da Associação Nacional de Professores, recorda que a mudança gerou irritabilidade e desatenção nos mais jovens, e muitos chegavam a adormecer nas aulas. E nem o argumento da poupança energética que o Governo de então foi buscar à história do "nascimento" da mudança horária salvaria a ideia de Valente de Oliveira.

"Uma empresa contratada pela Comissão Europeia mostrou na altura que a poupança de energia que se ganhava ao final do dia se perdia com o aumento do gasto de manhã, porque os trabalhadores esqueciam-se de apagar as luzes nos escritórios, e também pela maior actividade das pessoas ao final do dia, com recurso aos transportes, o que também consumia energia", revela Rui Agostinho.

A experiência de ter a hora portuguesa igual à da Europa Central acabaria por conhecer o seu fim em 1996, com o Governo socialista de António Guterres. E, apesar de as empresas continuarem a querer mais tempo para negociar com a Europa e de os portugueses repetirem todos os anos, por esta altura, a queixa de que perdem horas de sol, ainda ninguém voltou a atrever-se a congelar os ponteiros do relógio.

sexta-feira, outubro 23, 2009

As guerras de Deus e Saramago

Bartoon, Público, 22-10-2009

quinta-feira, outubro 22, 2009

As nossas poéticas despedidas para o trio maravilha

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(c) Maurício Brito

E agora um poema para o trio fantástico, com direito a efígie da sua Anarquista-Mor que deixa o Ministério da Educação...

Chaves na mão, melena desgrenhada

Chaves na mão, melena desgrenhada,
Batendo o pé na casa, a mãe ordena
Que o furtado colchão, fofo e de pena,
A filha o ponha ali ou a criada.

A filha, moça esbelta e aperaltada,
Lhe diz coa doce voz que o ar serena:
- «Sumiu-se-lhe um colchão? É forte pena;
Olhe não fique a casa arruinada…

- «Tu respondes assim? Tu zombas disto?
Tu cuidas que, por ter pai embarcado,
Já a mãe não tem mãos?» E, dizendo isto,

Arremete-lhe à cara e ao penteado.
Eis senão quando (caso nunca visto!)
Sai-lhe o colchão de dentro do toucado!…

Nicolau Tolentino

A nossa despedida ao Ministro da Agricultura



Queríamos dedicar este fantástico soneto ao ex-ministro da Agricultura - adivinhe o leitor porquê...

Vai, mísero cavalo lazarento

Vai, mísero cavalo lazarento,
Pastar longas campinas livremente;
Não percas tempo, enquanto to consente
De magros cães faminto ajuntamento.

Esta sela, teu único ornamento,
Para sinal da minha dor veemente,
De torto prego ficará pendente,
Despojo inútil do inconstante vento.

Morre em paz, que, em havendo algum dinheiro,
Hei-de mandar, em honra de teu nome,
Abrir em negra pedra este letreiro:

«Aqui piedoso entulho os ossos come
Do mais fiel, mais rápido sendeiro,
Que fora eterno, a não morrer de fome».

Nicolau Tolentino

Dia da criação

Para alguns senhores a Terra faz hoje anos - mais exactamente 6.012 anos...

Poema da interrogação

«Deus abençoou o sétimo dia e santificou-o, visto ter sido nesse dia que Ele repousou de toda a obra da criação.»

Génesis

Deus de tudo e do nada, se existes,
uno e trino, suprema omnisciência,
trabalhaste seis dias e resistes
impassível no céu, com paciência;

se em vez da criação numa semana
tivesses operado um mês a eito,
esculpisses o barro com mais gana
e fizesses um mundo mais perfeito;

(repara, por exemplo, vê o homem
que se diz ser à tua semelhança
e que mata e devasta e cria a fome,
em nome do poder e da abastança);

perdoa-me a pergunta impertinente:
existes como O Ser, ou como ente?

Domingos da Mota- Blog Fogo Maduro


ADENDA: recebemos o seguinte comentário do autor deste belo poema:

Caríssimo Fernando Martins,

Vejo que publicou aqui o meu "Poema da interrogação", numa alusão ao Dia da criação, e nos marcadores escreveu:"aldrabices, criacionismo, Domingos da Mota, Fogo Maduro, poesia".
Se ler bem o poema, a começar pelo título e a acabar no seu último verso, verá que ele é atravessado por uma forte carga de ironia, e, ainda que tenha como epígrafe uma passagem do Génesis, é mesmo um poema de interrogação sobre a existência de Deus e sobre o criacionismo, e não de afirmação da sua existência e desse acto criador.
Daí que considero que para defender o que afirma, o poema foi mal escolhido. E mesmo que um poema não precise de explicações, já o poeta não é um desses «senhores» que defende que a Terra só tem a idade que aqui refere.
Com estima,

Domingos da Mota

Queremos assim deixar bem claro que partilhamos os pontos de vista do autor do poema e que a sua brilhante e fina ironia é que nos levou a escolher o poema - não podia ser de outro modo... Os marcadores escolhidos são para a data e para quem nela acredita, não para o Poema.

terça-feira, outubro 20, 2009

O Ildo Lobo dos Tubarões morreu há 5 anos

Ildo Lobo (November 25, 1953October 20, 2004) was a famous Cape Verdean singer. His versatile and melodic voice, commanding stage presence and trademark beret hats made him one of the all time great performers of Cape Verde. Always well-known throughout the Cape Verde Islands, Lobo rose to international fame with his first solo work, “Nôs Morna”, following it with another album “Intelectual”.



segunda-feira, outubro 19, 2009

As comemorações esquecidas pelos republicanos





A infame "camioneta fantasma" usada na Noite Sangrenta para recolher gente a executar...


Hoje passam 88 anos sobre um interessante e revelador episódio sobre o que foi, verdadeiramente, a I República - a Noite Sangrenta. Assim, na leva da morte dessa noite pereceu o chefe do Governo, António Granjo, fuzilado no Arsenal da Marinha, bem como Machado dos Santos, Carlos da Maia e outras personalidades do regime republicano.

Para os que quiserem conhecer este triste evento ou desejarem, de facto, celebrar o regime nascido a 5 de Outubro de 1910, aqui fica uma sugestão de leitura:

domingo, outubro 18, 2009

Espeleomergulho em Portugal - um novo record de distância e profundidade!


Via Blog Profundezas..., aqui fica o link para site (em francês...) com descrição e fotos da aventura...!

Plano de Ordenamento do PNSAC (revisão)

Entre 20 de Março e 03 de Maio de 2007 decorreu o período de Discussão Pública da revisão do Plano de Ordenamento do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros.

Os interessados puderam, durante esse período, apresentar as observações e sugestões que julgaram pertinentes acerca da proposta de revisão do Plano de Ordenamento do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros.

Durante o período da discussão pública realizaram-se sete sessões públicas de esclarecimento

Documentos que estiveram disponíveis para consulta durante a Discussão Pública:


Regulamento

(PDF 177Kb) >

Planta de Síntese
A0 - Escala 1:25 000 - Este (PDF 14Mb) >
A0 - Escala 1:25 000 - Oeste (PDF 11Mb) >
A3 - Escala 1:120 000 - (PDF 2Mb) >
Websig * >


Planta Complementar
A0 - Escala 1:25 000 - Este (PDF 12Mb) >
A0 - Escala 1:25 000 - Oeste (PDF 9Mb) >
A3 - Escala 1:120 000 - (PDF 513kb) >
Websig * >

Planta de Condicionantes
A0 - Escala 1:25 000 - Este (PDF 13Mb) >
A0 - Escala 1:25 000 - Oeste (PDF 12Mb) >
A3 - Escala 1:120 000 - (PDF 810kb) >
Websig * >

Plano de Execução (PDF 119kb) >
Relatório Final (PDF 603kb)>
Relatório de Caracterização e Diagnóstico (PDF 538kb)>
Relatório de conformidade com os objectivos da
Rede Natura (PDF 32kb)>

2.ª DISCUSSÃO PÚBLICA DA REVISÃO DO PLANO DE ORDENAMENTO DO PARQUE NATURAL DAS SERRAS DE AIRE E CANDEEIROS - 09.10.2009 A 20.11.2009

A revisão do Plano de Ordenamento do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros - (POPNSAC) foi concluída em 2007, tendo-se realizado a Discussão Pública no período compreendido entre 20 de Março e 3 de Maio de 2007. A proposta de Plano com o respectivo Relatório de Ponderação foi enviada, durante o ano de 2008, para apreciação da Secretaria de Estado do Ambiente.

Deste processo de apreciação resultaram profundas alterações na proposta de POPNSAC, as quais se verificaram quer ao nível do zonamento (com a redução concertada com o ICNB, I.P., de 9 para 4 áreas de protecção e com a ampliação da área de intervenção específica da indústria extractiva), quer ao nível da regulamentação (fruto da concertação parcialmente realizada em processo legislativo), modificações que representam uma alteração significativa de aspectos que caracterizavam a anterior versão e que, à luz dos critérios enunciados pela jurisprudência administrativa portuguesa, conforme Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo n.º 01159/05 de 21-05-2008, motivam a renovação da fase de discussão pública para garantia do direito dos interessados à pronúncia sobre a mesma e legitimação das opções ora firmadas.


Neste contexto irá realizar-se a 2.ª Discussão Pública do Plano de Ordenamento do PNSAC no período de 09 de Outubro a 20 de Novembro de 2009.


DOCUMENTOS DISPONÍVEIS PARA CONSULTA:

Regulamento

Cartografia Anexo I Regulamento

Planta de Síntese - W

Planta de Síntese - E

Planta de Condicionantes - W

Planta de Condicionantes - E

Parecer da Comissão Técnica de Acompanhamento

Ficha de Participação


Info: ICNB (via Blog Profundezas...)

sábado, outubro 17, 2009

I like Chopin

Para recordar que o compositor polaco Frédéric Chopin morreu há 160 anos (e daqui a meses comemora-se o duplo centenário do seu nascimento...) aqui fica uma música da minha adolescência (roei-vos iconoclastas...):


sexta-feira, outubro 16, 2009

Dia Mundial da Alimentação


Hoje é Dia Mundial da Alimentação. Para ver melhor o mapa da fome no mundo clique sobre a imagem. Para ler um comentário a propósito do dia clique aqui.

quinta-feira, outubro 15, 2009

Friedrich Nietzsche nasceu há 165 anos




Ó Homem! Ouve!

Que diz a Meia-noite com a sua voz grave?

«Eu dormia, eu dormia,

Emergia de um sono profundo:

O universo é profundo,

E mais profundo do que o Dia imagina.

Profunda é a sua dor,

Mais profunda ainda é a sua alegria.

A dor diz: “Vai!”

Mas a alegria quer a Eternidade,

Quer a profunda Eternidade!»


(Friedrich Nietzsche, in Assim falava Zaratustra)


No dia em que se cumprem 165 anos do seu nascimento.

Post publicado por Rui Crull Tabosa in Blog 31 da Armada

quarta-feira, outubro 14, 2009

Mais dois sismos no território continental de Portugal


Ocorreu, em 10 de Outubro de 2009 (sábado) pelas 10.07 horas (09.07 UTC), no Cadaval, um sismo de magnitude 2,6 na escala de Richter e intensidade III na Escala de Mercalli. O seu hipocentro situou-se a 6 quilómetros de profundidade, segundo o Instituto de Meteorologia (IM) português.

Já ontem, dia 13 de Outubro de 2009 (terça-feira) pelas 21.17 horas (22.17 UTC), ocorreu no Alentejo um novo sismo, de magnitude 2,4 na escala de Richter e intensidade II na Escala de Mercalli (epicentro próximo da Vila de Redondo, segundo o IM) . O seu hipocentro situou-se a 17 quilómetros de profundidade e o Público, na sua versão on-line, colocou a seguinte notícia:

Ontem à noite
Sismo de fraca intensidade em Arraiolos, Mora e Redondo
14.10.2009 - 08h16 Lusa

Um sismo de magnitude 2.5 na escala de Richter foi sentido ontem à noite na região de Arraiolos, Mora e Redondo, de acordo com o Instituto de Meteorologia (IM).

O sismo foi registado nas estações da rede sísmica de Portugal continental às 22:17 de terça-feira, e o epicentro foi localizado a 16 quilómetros a Este de Arraiolos.

De acordo com informação do IM, não há conhecimento de danos pessoais ou materiais.

O sismo teve uma intensidade II na escala de Mercalli modificada. A escala de Richter mede a magnitude do sismo, enquanto a de Mercalli classifica a intensidade a partir dos seus efeitos em pessoas e estruturas na superfície da Terra.

Curso de Cogumelos Comestíveis em Leiria


Serve o presente post para divulgar o Curso de Cogumelos Comestíveis, que se irá realizar, no dia 7 de Novembro de 2009, sábado, no Centro de Interpretação Ambiental de Leiria.

Este curso permitirá dar a conhecer algumas "ferramentas" necessárias para se iniciar no fascinante mundo da identificação de cogumelos. Através das surpreendentes características, como o aroma, o sabor, a cor, as reacções ao corte e a múltiplas formas dos cogumelos, propõe-se descobrir estes fascinantes seres vivos. Esta formação será dada em sala, com verdadeiros cogumelos silvestres à disposição dos formandos.


Destinatários: técnicos, proprietários florestais, estudantes, amadores e demais interessados (maiores de 16 anos de idade).

Objectivos: aprender a saber identificar cogumelos.

Calendário: 7 de Novembro de 2009

Horário: entre as 10.00 e as 18.00 horas (com 2 horas para almoço)

Local: no Centro de Interpretação Ambiental de Leiria

Limite de inscrições: mínimo de 8 e máximo de 12

Formadora: Gabriela Sousa

Custo de inscrição: € 35,00


Inscrições:

Vertigem – Associação para a Promoção do Ambiente

http://www.vertigem-app.pt/

Telefone: 244 835 021

info@vertigem-app.pt

Sebastião Alba partiu há 9 anos

Dinis Albano Carneiro Gonçalves, cujo pseudónimo é Sebastião Alba (Braga, 11 de Março de 1940 - 14 de Outubro de 2000), é um ilustre escritor naturalizado moçambicano. Pertence à jovem vaga de autores moçambicanos que vingam na literatura lusófona.

Nasceu em Braga, onde viveu durante anos. Radicou-se, juntamente com a sua família, em 1950, em terras moçambicanas e só voltou a Portugal em 1984, transladando-se novamente para a «Cidade dos Arcebispos», Braga. Mas foi em Moçambique que se formou em jornalismo, e leccionou em várias escolas, e contraiu matrimónio com uma nativa.

Publicou, em 1965, Poesias, inspirado na sua própria biografia. Um dos seus primeiros poemas foi Eu, a canção. Os seus três livros colocaram-no numa posição cimeira no ambiente cultural bracarense.

Faleceu com 60 anos, atropelado numa rodovia. Deixa um bilhete dirigido ao irmão: «Se um dia encontrarem o teu irmão Dinis, o espólio será fácil de verificar: dois sapatos, a roupa do corpo e alguns papéis que a polícia não entenderá»



fim de poema


Para que nem tudo vos seja sonegado,
cultivai a surdina.
Eu fico em surdina.
Em surdina aparo
os utensílios,
em surdina me preparo
para morrer.
Amo, chut!, em surdina;
a minha vida,
nesga entre dois ponteiros, fecha-se
em surdina.

Sebastião Alba

I Gotta Feeling

Este Blog tem tem tentado não se meter em políticas (a nossa campanha contra Sócrates e Maria de Lurdes Rodrigues era apenas um imperativo moral, pois amamos o nosso país...) mas hoje há que fazer uma excepção à regra...



Assim, embora aqui nunca lhe tivesse feito referência, apoiei publicamente o candidato vencedor no Município de Leiria - o dr. Raul Castro. Como justo e formidável (iria dizer inesperado, mas as suas capacidades não são de esquecer) vencedor na cidade do Lis, aqui fica uma musiquinha que lhe dedico, relembrando que se pode começar só com um ou até com muito poucos, mas o que interessa é resultado final...


PS - para quem quer perceber a estória por detrás do filme, há que ler o primeiro comentário...

terça-feira, outubro 13, 2009

Música para Geopedrados - FYC

FYC, Good Thing

...and the winner is...

'Ranking'
Universidade de Coimbra é a melhor do País
por LUSA13 Outubro 2009

É a única instituição portuguesa na lista dos 400 melhores estabelecimentos de ensino superior do mundo do jornal britânico The Times. Subiu 11 lugares para a 366.ª posição

A Universidade de Coimbra (UC) foi considerada, pelo quarto ano consecutivo, a melhor instituição de ensino superior portuguesa no ranking do jornal britânico The Times.

A instituição subiu no ranking relativo a 2009 e, tal como no ano passado, "continua a ser a única portuguesa" entre as 400 melhores universidades mundiais, diz a UC em comunicado

"Apesar da queda das instituições portuguesas neste ranking nos últimos três anos, que aconteceu em paralelo com o desinvestimento do Estado no sistema de ensino superior, a Universidade de Coimbra consegue, em 2009, contrariar esta tendência: sobe do 387.º para o 366.º lugar, a nível mundial, e do 169.º para o 166.º, a nível europeu", salienta o comunicado da instituição de Coimbra.

O ranking publicado pelo suplemento sobre ensino superior do jornal britânico - que elege a Universidade de Harvard (EUA) como a melhor do mundo - considera ainda a UC como a terceira melhor universidade do espaço lusófono (a seguir às universidades de São Paulo e de Campinas, no Brasil) e a sexta melhor da Península Ibérica.

"É motivo de orgulho. Devemos considerar estes resultados como bastante encorajadores. O que me parece ser importante é que há uma clara tendência crescente de melhoria, que contraria o que tem acontecido com outras instituições", defende o vice-reitor da UC, Henrique Madeira. Entre as causas apontadas para a classificação no ranking estão "o envolvimento com a comunidade, a cooperação internacional, particularmente com os países lusófonos, e o intercâmbio cultural, científico e técnico com instituições portuguesas e estrangeiras".

in DN - ler notícia

domingo, outubro 11, 2009

Poesia para um dia com eleições

Porque hoje há eleições e daqui a uns tempos (em 22 de Dezembro deste ano) recordaremos que o grande José Régio morreu há 40 anos, uma poesia que me diz muito...




Cântico Negro

"Vem por aqui" - dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...

A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe

Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...

Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?

Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...

Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como, pois sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...

Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
- Sei que não vou por aí!

José Régio

sábado, outubro 10, 2009

O fadista Carlos Ramos nasceu há 102 anos

Blogue de jorgesilva :Fados (1), Carlos Ramos foto clonada de lisboanoguiness.blogs.sapo.pt

Faz hoje 102 anos que nasceu este fadista. Dele recordo-me muitas vezes, por causa da minha mãe, pois, quando na minha juventude irrequieta, saía à noite, ela me dizia sempre "Não venhas tarde..." e a minha resposta era, sempre, cantar-lhe o início deste fado que está neste post...

Que saudades desses tempos....!





ADENDA: Para quem quer recordar a letra deste fado, ela aqui fica:

Não venhas tarde!,
Dizes-me tu com carinho,
Sem nunca fazer alarde
Do que me pedes, baixinho.

Não venhas tarde!,
E eu peço a deus que no fim
Teu coração ainda guarde
Um pouco de amor por mim.

Tu sabes bem
Que eu vou p'ra outra mulher,
Que ela me prende também,
Que eu só faço o que ela quer,
Tu estás sentindo
Que te minto e sou cobarde,
Mas sabes dizer, sorrindo,
Meu amor, não venhas tarde!

Não venhas tarde!,
Dizes-me sem azedume,
Quando o teu coração arde
Na fogueira do ciúme.

Não venhas tarde!,
Dizes-me tu da janela,
E eu venho sempre mais tarde,
Porque não sei fugir dela

Tu sabes bem
Que eu vou p'ra outra mulher,
Que ela me prende também,
Que eu só faço o que ela quer,

Sem alegria,
Eu confesso, tenho medo,
Que tu me digas um dia,
Meu amor, não venhas cedo!

Por ironia,
Pois nunca sei onde vais,
Que eu chegue cedo algum dia,
E seja tarde demais!

Adeus Delfins!


Música para a data

O adeus definitivo dos Delfins

Acaba hoje uma das bandas pop-rock mais importante da história musicas das décadas de 80, 90 e até da primeira do novo século: os Delfins. O seu bom gosto musical, estético e até clubístico, o seu empenho em causas políticas e sociais, a sua inteligência e boas músicas marcam toda uma geração, da qual tenho orgulho de fazer parte...

Obrigado, Delfins!



sexta-feira, outubro 09, 2009

John Lennon

John Winston Ono Lennon, MBE (batizado John Winston Lennon; Liverpool, 9 de Outubro de 1940Nova Iorque, 8 de Dezembro de 1980), foi um músico, compositor, escritor e ativista em favor da paz britânico. É considerado um dos maiores ícones do século XX.

John Lennon ganhou notoriedade mundial como um dos integrantes do grupo de rock britânico The Beatles. Na época da existência dos Beatles, John Lennon formou com Paul McCartney o que seria uma das mais famosas duplas de compositores de todos os tempos, a dupla Lennon/McCartney. Em 1968, John Lennon apaixonou-se pela artista plástica Yoko Ono e depois disto ela se tornou a pessoa mais importante na vida e carreira do músico inglês. Em 1970, os Beatles chegaram ao fim e a partir de então John dedicou-se a carreira solo.

Afastado da música desde 1975, por se dedicar mais a família desde o nascimento de seu filho com Yoko Ono, Sean Lennon, John voltou aos estúdios em 1980 para gravar um novo álbum. Era como um recomeço. Porém em 8 de dezembro do mesmo ano, John foi assassinado em Nova York por Mark David Chapman quando retornava do estúdio de gravação junto com a mulher.