queria que me acompanhasses
vida fora
como uma vela
que me descobrisse o mundo
mas situo-me no lado incerto
onde bate o vento
e só te posso ensinar
nomes de árvores
cujo fruto se colhe numa próxima estação
por onde os comboios estendem
silvos aflitos
Ana Paula Inácio
de Vago Pressentimento Azul por Cima, Porto, Ilhas, 2000
in POETAS SEM QUALIDADES 1994-2002, Averno, Novembro de 2002
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domingo, janeiro 24, 2010
Para o meu bebé...
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Marcadores: Ana Paula Inácio, aniversário, Fogo Maduro, João, poesia
quinta-feira, outubro 22, 2009
Dia da criação
Poema da interrogação
«Deus abençoou o sétimo dia e santificou-o, visto ter sido nesse dia que Ele repousou de toda a obra da criação.»
Génesis
Deus de tudo e do nada, se existes,
uno e trino, suprema omnisciência,
trabalhaste seis dias e resistes
impassível no céu, com paciência;
se em vez da criação numa semana
tivesses operado um mês a eito,
esculpisses o barro com mais gana
e fizesses um mundo mais perfeito;
(repara, por exemplo, vê o homem
que se diz ser à tua semelhança
e que mata e devasta e cria a fome,
em nome do poder e da abastança);
perdoa-me a pergunta impertinente:
existes como O Ser, ou como ente?
Domingos da Mota- Blog Fogo Maduro
ADENDA: recebemos o seguinte comentário do autor deste belo poema:
Caríssimo Fernando Martins,Vejo que publicou aqui o meu "Poema da interrogação", numa alusão ao Dia da criação, e nos marcadores escreveu:"aldrabices, criacionismo, Domingos da Mota, Fogo Maduro, poesia".Se ler bem o poema, a começar pelo título e a acabar no seu último verso, verá que ele é atravessado por uma forte carga de ironia, e, ainda que tenha como epígrafe uma passagem do Génesis, é mesmo um poema de interrogação sobre a existência de Deus e sobre o criacionismo, e não de afirmação da sua existência e desse acto criador.Daí que considero que para defender o que afirma, o poema foi mal escolhido. E mesmo que um poema não precise de explicações, já o poeta não é um desses «senhores» que defende que a Terra só tem a idade que aqui refere.Com estima,Domingos da Mota
Queremos assim deixar bem claro que partilhamos os pontos de vista do autor do poema e que a sua brilhante e fina ironia é que nos levou a escolher o poema - não podia ser de outro modo... Os marcadores escolhidos são para a data e para quem nela acredita, não para o Poema.
Postado por Fernando Martins às 11:11 3 bocas
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