segunda-feira, fevereiro 10, 2025
A princesa Alice do Mónaco nasceu há 167 anos
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quarta-feira, fevereiro 05, 2025
O cartógrafo e naturalista Alexander Thomas Emeric Vidal morreu há 162 anos
Biografia
Levantamento hidrográfico dos Açores
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sábado, fevereiro 01, 2025
Hoje é dia de recordar que há 207 anos houve uma erupção no Pico...!
Os Mistérios de Santa Luzia são uma localidade da Freguesia de Santa Luzia, Concelho de São Roque do Pico, ilha do Pico, arquipélago dos Açores.
Na origem desta local estiveram duas erupções vulcânicas, uma ocorrida no século XVI e uma outra nos princípios do século XVIII, mais precisamente em 1718. Esta última erupção teve grande violência, tendo procedido à expulsão de grandes quantidades de lava, cujas escoadas de lava, em alguns casos, chegaram a percorrer distâncias de nove quilómetros até atingirem o mar entre o Porto do Cachorro e o Lajido.
Estes campos de lava negra, tem sido ao longo dos séculos locais de cultivo de vinha, de cujos vinhos de elevadas qualidades se destaca o Verdelho.
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terça-feira, janeiro 28, 2025
António Feliciano de Castilho nasceu há 225 anos
(Cantilena)
Já tenho treze anos,
que os fiz por Janeiro:
Madrinha, casai-me
com Pedro Gaiteiro.
Já sou mulherzinha,
já trago sombreiro,
já bailo ao Domingo
com as mais no terreiro.
Já não sou Anita,
como era primeiro;
sou a Senhora Ana,
que mora no outeiro.
Nos serões já canto,
nas feiras já feiro,
já não me dá beijos
qualquer passageiro.
Quando levo as patas,
e as deito ao ribeiro,
olho tudo à roda,
de cima do outeiro.
E só se não vejo
ninguém pelo arneiro,
me banho co’as patas
Ao pé do salgueiro.
Miro-me nas águas,
rostinho trigueiro,
que mata de amores
a muito vaqueiro.
Miro-me, olhos pretos
e um riso fagueiro,
que diz a cantiga
que são cativeiro.
Em tudo, madrinha,
já por derradeiro
me vejo mui outra
da que era primeiro.
O meu gibão largo,
de arminho e cordeiro,
já o dei à neta
do Brás cabaneiro,
dizendo-lhe: «Toma
gibão, domingueiro,
de ilhoses de prata,
de arminho e cordeiro.
A mim já me aperta,
e a ti te é laceiro;
tu brincas co’as outras
e eu danço em terreiro».
Já sou mulherzinha,
já trago sombreiro,
já tenho treze anos,
que os fiz por Janeiro.
Já não sou Anita,
sou a Ana do outeiro;
Madrinha, casai-me
com Pedro Gaiteiro.
Não quero o sargento,
que é muito guerreiro,
de barbas mui feras
e olhar sobranceiro.
O mineiro é velho,
não quero o mineiro:
Mais valem treze anos
que todo o dinheiro.
Tão-pouco me agrado
do pobre moleiro,
que vive na azenha
como um prisioneiro.
Marido pretendo
de humor galhofeiro,
que viva por festas,
que brilhe em terreiro.
Que em ele assomando
co’o tamborileiro,
logo se alvorote
o lugar inteiro.
Que todos acorram
por vê-lo primeiro,
e todas perguntem
se ainda é solteiro.
E eu sempre com ele,
romeira e romeiro,
vivendo de bodas,
bailando ao pandeiro.
Ai, vida de gostos!
Ai, céu verdadeiro!
Ai, Páscoa florida,
que dura ano inteiro!
Da parte, madrinha,
de Deus vos requeiro:
Casai-me hoje mesmo
com Pedro Gaiteiro.
António Feliciano de Castilho
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quarta-feira, janeiro 22, 2025
Steve Perry celebra hoje 76 anos
Steve Perry (nascido Stephen Ray Perry em 22 de janeiro de 1949) é um vocalista e escritor de músicas norte-americano. Perry nasceu em Hanford, Califórnia, e é mais conhecido por ter sido o vocalista da banda Journey de 1977 até 1987 e também de 1995 até 1998.
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quarta-feira, janeiro 01, 2025
Há quarenta e cinco anos um terramoto nos Açores matou 71 pessoas...
O sismo da Terceira de 1980, também referido como terramoto de 1980 nos Açores, foi uma catástrofe natural, um sismo de grande intensidade, ocorrido a 1 de janeiro de 1980 no Grupo Central do arquipélago dos Açores.
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Fernando Martins
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quinta-feira, dezembro 19, 2024
Hoje é dia de recordar Vitorino Nemésio...
Corno Coxo
Fui hoje à Caixa, Marga, receber
A pensão de reforma.
Coxo e doido, Marga. Muito!
Duro é ser velho, e, então, de ossos a arder?
A minha tíbia engole facas.
Fui hoje à Caixa receber
O troco das pernas fracas.
E lembrei-me de ti, que eras habituée
Lá pela ordem dos trinta, dos cinquenta milhões.
Da formiga à cigarra:
(Iguais ocasiões)
- Que faisiez vous aux temps chaux,
Dit-elle à cette emprunteuse.
Lembrei-me de ti com La Fontaine,
Cigarra, claro, chanteuse.
Formiga fora uma aubaine.
Marga, é tão triste o dinheiro!
Até já o ganhas, como eu,
E andaste coxa, cheia de dores
Tu que o atiravas aos punhados
Como em batalha de flores
Estás como os reformados
À espera dos directores
Mas como ainda és bonita
E há sempre um, pronto aos favores,
Vê bem o que ele te debita
Que descontos te faz
Ê provável que insista
Sabendo-te "petite amie" de um pobre pensionista
A menina bem sabe que há certas coisas que nem mesmo um aperto
(Ai, a minha perninha!)
Cornucópia - corno coxo.
in Caderno de Caligraphia e outros Poemas a Marga (2003) - Vitorino Nemésio
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Pedro Luna
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Vitorino Nemésio nasceu há cento e vinte e três anos...
O Futuro Perfeito
A neta explora-me os dentes.
Penteia-me como quem carda.
Terra da sua experiência,
Meu rosto diverte-a, parda
Imagem dada à inocência.
Finjo que lhe como os dedos,
Fura-me os olhos cansados,
Íntima aos meus próprios medos
Deixa-mos sossegados.
E tira, tira puxando
Coisas de mim, divertida.
Assim me vai transformando
Em tempo de sua vida.
Vitorino Nemésio
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quarta-feira, dezembro 11, 2024
Um avião da SATA caiu (matando 35 pessoas) há vinte e cinco anos...
NOTA: alguns meses antes do acidente, voei, neste voo da SATA e fiz este percurso, com alunos do curso de Engenharia da Energia e Ambiente do ISLA de Leiria, conhecendo, na Horta, no DOP (Departamento de Oceanografia e Pescas) um professor da Universidade dos Açores que foi vítima mortal deste acidente...
quinta-feira, dezembro 05, 2024
Raul Brandão morreu há 94 anos
Filho de José Germano Brandão, negociante, e de Laurinda Laurentina Ferreira de Almeida Brandão, Raul Germano Brandão nasceu a 12 de março de 1867, na Foz do Douro, localidade onde passou a sua adolescência e mocidade. Sendo descendente de pescadores, o mar foi tema recorrente da sua obra.
Depois de uma passagem, menos feliz, por um colégio do Porto, Raul Brandão gravita para o grupo dos nefelibatas, sendo sob o seu signo que desperta para o mundo das letras e publica as suas primeiras obras. Em 1891, terminado o curso secundário e depois de breve passagem, como ouvinte, pelo Curso Superior de Letras, matricula-se na Escola do Exército. Com esse ingresso, ao que parece a contragosto, inicia uma carreira militar caracterizada por longas permanências no Ministério da Guerra, envolvido na máquina burocrática militar. Nas suas próprias palavras: "no tempo em que fui tropa vivi sempre enrascado." Paralelamente, mantém uma carreira de jornalista e vai publicando extensa obra literária. Encontra-se colaboração da sua autoria no semanário O Micróbio (1894-1895) e nas revistas Brasil-Portugal (1899-1914), Revista nova (1901-1902), Serões (1901-1911) e Homens Livres (1923).
Em 1896, foi colocado no Regimento de Infantaria 20, em Guimarães, onde conhece Maria Angelina de Araújo Abreu, com quem se casa, a 11 de março de 1897. Inicia, então, a construção de uma casa, a "Casa do Alto", na freguesia de Nespereira, nos arredores daquela cidade. Aí se fixará em definitivo, embora com prolongadas estadas em Lisboa e noutras cidades. Reformado no posto de capitão, em 1912, inicia a fase mais fecunda da sua produção literária.
Raul Brandão visitou os Açores no verão de 1924, numa viagem feita a título pessoal, mas que coincidiu, em parte, com a "Visita dos Intelectuais", então organizada sob a égide dos autonomistas, particularmente de José Bruno Carreiro e do seu jornal, o «Correio dos Açores». Dessa viagem, que durou cerca de dois meses (mais demorada, portanto, que a dos intelectuais convidados por Bruno Carreiro), resultou a publicação da obras As ilhas desconhecidas - Notas e paisagens (Lisboa, 1927), uma das obras que mais influíram na formação da imagem interna e externa dos Açores. Basta dizer que é em As ilhas desconhecidas que se inspira o conhecido código de cores das ilhas açorianas: Terceira, ilha lilás; Pico, ilha negra; S. Miguel, ilha verde...
Faleceu, de aneurisma, na Rua de São Domingos à Lapa, número 44, 1º, a 5 de dezembro de 1930, aos 63 anos de idade, após sofrer síncope cardíaca, no dia anterior. Foi sepultado no Cemitério dos Prazeres, e, em 1934, trasladado para o Cemitério de Guimarães, onde repousa até hoje.
Deixou uma extensa obra literária e jornalística que muito influenciou a literatura em língua portuguesa com o seu lirismo e profundidade filosófica, marcando o seu comprometimento ético e social, numa linguagem forte de contrastes, contradições e ruturas que prefiguram a modernidade do século XX. "Húmus" é sua obra maior, inovando na narrativa sem enredo nem personagens, a que chamaram anti-romance. Eduardo Lourenço considera que “o único personagem das quase-ficções de Raul Brandão é a própria ficção que agoniza ou indefinidamente clama a impossibilidade da ficção”, cita Luci Ruas, a que acrescenta que no seu grito simultaneamente individual e coletivo, este autor coincide com Freud e Nietzsche e antecipa o movimento do Orpheu.
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Fernando Martins
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segunda-feira, dezembro 02, 2024
Música de aniversariante de hoje...
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Pedro Luna
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Marcadores: Açores, Canadá, dance pop, folk, hip hop, I'm Like A Bird, música, Nelly Furtado, pop, rythm and blues contemporâneo
Nelly Furtado comemora hoje quarenta e seis anos
Nelly Kim Furtado (Victoria, 2 de dezembro de 1978) é uma cantora, compositora e atriz luso-canadiana, filha de emigrantes portugueses, mais propriamente da freguesia de Ponta Garça, em São Miguel, nos Açores.
sábado, novembro 16, 2024
Luiz Saldanha morreu há vinte e sete anos...
![](https://upload.wikimedia.org/wikipedia/pt/6/66/L_Saldanha.jpg)
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Marcadores: Açores, Biologia Marinha, fontes hidrotermais, Luiz Saldanha, Monte Saldanha, Parque Marinho Professor Luiz Saldanha, Parque Natural da Arrábida
quinta-feira, novembro 14, 2024
O vulcanólogo Victor Hugo Forjaz comemora hoje 84 anos
Victor Hugo Lecoq de Lacerda Forjaz, nascido na Horta, Açores, a 14 de novembro de 1940, filho de António Macedo Lacerda Forjaz. Geólogo, vulcanólogo e professor-associado do Departamento de Geociências da Universidade dos Açores (DG/UAç). É um defensor da livre difusão do conhecimento científico.
Estudou da Escola Manuel de Arriaga, tendo completado os estudos liceais na Escola Secundária Antero de Quental, em Ponta Delgada. Teve a oportunidade de acompanhar, entusiasticamente, todas as fases da erupção do Vulcão dos Capelinhos (1957-58) e os trabalhos desenvolvidos por conceituados cientistas - H. Tazieff, Eng.º Frederico Machado e R. Fisher. Em 1968, é licenciado em Ciências Geológicas pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Trabalhou como geólogo ligado à empresa Teixeira Duarte – Engenharia e Construções, SA.
Tornou-se assistente da Universidade de Lisboa (após 1972) e Professor-auxiliar convidado da Universidade dos Açores (após 1981). Em 1976, fixou-se na Ilha de São Miguel, onde instalou em seis meses, laboratórios de investigação científica. Frequentou vários cursos de especialização, nomeadamente em Geotermia (recursos, sondagens e turbinas) e em Riscos Geológicos e Hidrogeológicos, este último, em 1984, no USGS – United States Geological Survey (Denver). Doutorado em Vulcanologia de Engenharia, pela Universidade dos Açores, em 1995. Tirou ainda a especialidade em Riscos Geológicos e em Ciências Geotérmicas. Desde 1998, é Professor-associado da Universidade dos Açores.
Foi diretor do Programa Geotérmico dos Açores. Diretor do Projeto Geotérmico do Vulcão do Fogo da Universidade dos Açores e Coordenador do Projeto Furnas - Vulcão Laboratório Europeu. Foi responsável pela criação do Projeto de Sistema de Vigilância Sismo-vulcânica dos Açores (SVISA). É presidente do Observatório Vulcanológico e Geotérmico dos Açores (OVGA).
É co-fundador da Sociedade Internacional de Planetologia e fundador do Instituto de Geociências dos Açores. Em 1985, foi co-Fundador do Centro de Vulcanologia do INIC (Instituto Nacional de Investigação Científica). É co-representante nacional na Rede Europeia de Vulcanologia (ESF - European Science Foundation).
Como bolseiro e congressista, ao longo dos anos, efetuou missões cientificas aos vulcões na Europa continental, Islândia, América do Norte, América Central continental, Antilhas, Hawai, Indonésia, Filipinas, Japão, ... Foi investigador apaixonado das erupções submarinas na Ponta dos Capelinhos, na Ilha do Faial, e na Serreta, na Ilha Terceira. Participa no Projeto de Iniciativa Comunitária InterReg IIIB «VULCMAC- Vulcanismo da Macaronésia». É ainda correspondente da Academia de Ciências de Lisboa desde 24 de novembro de 2005 e membro da Academia da Marinha.
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Fernando Martins
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sábado, novembro 09, 2024
Poema de aniversariante de hoje...
Tão velho estou como árvore no inverno,
vulcão sufocado, pássaro sonolento.
Tão velho estou, de pálpebras baixas,
acostumado apenas ao som das músicas,
à forma das letras.
Fere-me a luz das lâmpadas, o grito frenético
dos provisórios dias do mundo:
Mas há um sol eterno, eterno e brando
e uma voz que não me canso, muito longe, de ouvir.
Desculpai-me esta face, que se fez resignada:
já não é a minha, mas a do tempo,
com seus muitos episódios.
Desculpai-me não ser bem eu:
mas um fantasma de tudo.
Recebereis em mim muitos mil anos, é certo,
com suas sombras, porém, suas intermináveis sombras.
Desculpai-me viver ainda:
que os destroços, mesmo os da maior glória,
são na verdade só destroços, destroços.
in Poemas (1958) - Cecília Meireles
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Fernando Martins
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Marcadores: Açores, Brasil, Cecília Meireles, literatura infantil, modernismo, poesia, Português, Simbolismo
Hojeé dia de celebrar a poesia de Cecília Meireles...
Fio
No fio da respiração,
rola a minha vida monótona,
rola o peso do meu coração.
Tu não vês o jogo perdendo-se
como as palavras de uma canção.
Passas longe, entre nuvens rápidas,
com tantas estrelas na mão...
— Para que serve o fio trêmulo
em que rola o meu coração?
Cecília Meireles
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Pedro Luna
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Marcadores: Açores, Brasil, Cecília Meireles, literatura infantil, modernismo, poesia, Português, Simbolismo
A poetisa Cecília Meireles morreu há sessenta anos...
Ou se tem chuva e não se tem sol,
ou se tem sol e não se tem chuva!
Ou se calça a luva e não se põe o anel,
ou se põe o anel e não se calça a luva!
Quem sobe nos ares não fica no chão ,
Quem fica no chão não sobe nos ares.
É uma grande pena que não se possa
estar ao mesmo tempo em dois lugares!
Ou guardo dinheiro e não compro o doce,
ou compro o doce e não guardo o dinheiro.
Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo...
e vivo escolhendo o dia inteiro!
Não sei se brinco, não sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranquilo.
Mas não consegui entender ainda
qual é melhor: se é isto ou aquilo.
Cecília Meireles
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Fernando Martins
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Marcadores: Açores, Brasil, Cecília Meireles, literatura infantil, modernismo, poesia, Português, Simbolismo
quinta-feira, novembro 07, 2024
Hintze Ribeiro nasceu há 175 anos...
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Fernando Martins
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Marcadores: Açores, autonomia, D. Carlos I, Hintze Ribeiro, Monarquia Constitucional, primeiro-ministro
A poetisa Cecília Meireles nasceu há 123 anos
Biografia
Cecília Benevides de Carvalho Meireles nasceu no bairro da Tijuca, Rio de Janeiro, a 7 de novembro de 1901, filha dos açorianos Carlos Alberto de Carvalho Meireles, um funcionário de banco, e Matilde Benevides Meireles, uma professora. Cecília Meireles foi filha órfã, criada por sua avó açoriana, D.ª Jacinta Garcia Benevides, natural da ilha de São Miguel. Aos nove anos, ela começou a escrever poesia. Frequentou a Escola Normal no Rio de Janeiro, entre os anos de 1913 e 1916 estudou línguas, literatura, música, folclore e teoria educacional.
Em 1919, aos dezoito anos de idade, Cecília Meireles publicou o seu primeiro livro de poesias, Espectros, um conjunto de sonetos simbolistas. Embora vivesse sob a influência do modernismo, apresentava ainda, em sua obra, heranças do Simbolismo e técnicas do classicismo, gongorismo, romantismo, parnasianismo, realismo e surrealismo, razão pela qual a sua poesia é considerada atemporal.
No ano de 1922 casou com o artista plástico português Fernando Correia Dias, com quem teve três filhas. O seu marido, que sofria de depressão aguda, suicidou-se em 1935. Voltou a casar, no ano de 1940, quando se uniu ao professor e engenheiro agrónomo Heitor Vinícius da Silveira Grilo, falecido em 1972. Dentre as três filhas que teve, a mais conhecida é Maria Fernanda que se tornou atriz.
Teve ainda importante atuação como jornalista, com publicações diárias sobre problemas na educação, área à qual se manteve ligada, tendo fundado, em 1934, a primeira biblioteca infantil do Brasil. Observa-se ainda seu amplo reconhecimento na poesia infantil com textos como Leilão de Jardim, O Cavalinho Branco, Colar de Carolina, O mosquito escreve, Sonhos da menina, O menino azul e A pombinha da mata, entre outros. Com eles traz para a poesia infantil a musicalidade característica de sua poesia, explorando versos regulares, a combinação de diferentes metros, o verso livre, a aliteração, a assonância e a rima. Os poemas infantis não ficam restritos à leitura infantil, permitindo diferentes níveis de leitura.
Em 1923, publicou Nunca Mais… e Poema dos Poemas, e, em 1925, Baladas Para El-Rei. Após longo período, em 1939, publicou Viagem, livro com o qual ganhou o Prémio de Poesia da Academia Brasileira de Letras. Católica, escreveu textos em homenagem a santos, como Pequeno Oratório de Santa Clara, de 1955, O Romance de Santa Cecília e outros.
Em 1951 viajou pela Europa, Índia e Goa, e visitou, pela primeira e única vez, os Açores, onde, na ilha de São Miguel, contactou o poeta Armando César Côrtes-Rodrigues, amigo e correspondente desde a década de 40.
- Prémio Machado de Assis (1965)
- Sócia honorária do Real Gabinete Português de Leitura
- Sócia honorária do Instituto Vasco da Gama (Goa)
- Doutora "honoris causa" pela Universidade de Delhi (Índia)
- Oficial da Ordem do Mérito (Chile)
Após a sua morte, recebeu como homenagem a impressão de uma nota de cem cruzados novos. Esta nota com a efígie de Cecília Meireles, lançada pelo Banco Central do Brasil, no Rio de Janeiro, em 1989, seria mudada para cem cruzeiros, quando houve a troca da moeda pelo governo de Fernando Collor de Mello.
Ninguém me Venha Dar Vida
Ninguém me venha dar vida,
que estou morrendo de amor,
que estou feliz de morrer,
que não tenho mal nem dor,
que estou de sonho ferida,
que não me quero curar,
que estou deixando de ser
e não me quero encontrar,
que estou dentro de um navio
que sei que vai naufragar,
já não falo e ainda sorrio,
porque está perto de mim
o dono verde do mar
que busquei desde o começo,
e estava apenas no fim.
Corações, por que chorais?
Preparai meu arremesso
para as algas e os corais.
Fim ditoso, hora feliz:
guardai meu amor sem preço,
que só quis a quem não quis.
in Poemas (1947) - Cecília Meireles