Chanucá ou Hanucá é uma festa judaica, também conhecido como o Festival das Luzes. "Chanucá" é uma palavra hebraica que significa "dedicação" ou "inauguração". A primeira noite de Chanucá começa após o pôr-do-sol do 24º dia do mês judaico de Kislev
e a festa é comemorada por oito dias. Uma vez que na tradição judaica o
dia do calendário começa no pôr-do-sol, o Chanucá começa no 25º dia.
História
Por volta do ano de 200 a.C. os judeus viviam como um povo autónomo na terra de Israel, a qual, nessa época, era controlada pelo rei selêucida
da Síria. O povo judeu pagava impostos à Síria e aceitava a autoridade
dos selêucidas, sendo, em troca, livre para seguir sua própria fé e
manter seu modo de vida.
Em 180 a.C. Antíoco IV Epifanes
ascendeu ao trono selêucida. Braço remanescente do império grego,
encontrou barreiras para a sua dominação completa do povo judeu, e o
modo mais prático para resolver isso era dominar de vez a região de
Israel (mais precisamente a Judeia, ao sul) impondo de maneira firme a
cultura da Grécia sobre os judeus, eliminado, assim, aquilo que os
unificava em qualquer lugar que estivessem: a Torá. O rei Antíoco
ordenou que todos aqueles que estavam sob seu domínio (em específico
Israel) abandonassem a sua religião e os seus costumes. No caso dos
judeus, isso não funcionou, ao menos em parte. Muitos judeus,
principalmente os mais ricos, aderiram ao helenismo (cultura grega) e
ficaram odiados e conhecidos pelos judeus mais pobres como
"helenizantes", uma vez que ficavam tentando fazer a cabeça do resto
dos judeus para também seguirem a cultura grega. Antíoco queria
transformar Jerusalém numa "pólis" (cidade) grega, e conseguiu.
Em 167 a.C., após acabar com uma revolta dos judeus de Jerusalém, Antíoco ordenou a construção de um altar para Zeus erguido no Templo, fazendo sacrifícios de animais imundos (não kasher) sobre o altar, e proibiu a Torá de ser lida e praticada, sendo morto todo aquele que não cumprisse tal ordem.
Na cidade de Modim (a sul de Jerusalém), tem início uma ofensiva contra os greco-sírios, liderada por Matatias (Matitiahu) (um sacerdote judeu
de família dos Hasmoneus) e seus cinco filhos: João, Simão, Eliézer,
Jonatas e Judas (Yehudá). Após a morte de Matatias, Yehudá toma à frente
da batalha, com um pequeno exército formando na sua maioria por
camponeses. Mesmo assim, os judeus lograram vencer o forte exército de
Antíoco no ano de 164 a.C, e libertaram Jerusalém, purificando o Templo
Sagrado. Judas acabou conhecido como Judas Macabeu (Judas, o Martelo).
O festival de Chanucá foi instituído por Judas Macabeu e seus irmãos para celebrar esse evento. Após terem recuperado Jerusalém
e o Templo, Judá ordenou que o Templo fosse limpo, que um novo altar
fosse construído no lugar daquele que havia sido profanado e que novos
objetos sagrados fossem feitos. Quando o fogo foi devidamente renovado
sobre o altar e as lâmpadas dos candelabros foram acesas, a dedicação do
altar foi celebrada por oito dias entre sacrifícios e músicas.
Até aqui, viu-se a vitória do pequenino exército judeu, esse foi o
primeiro milagre. O segundo milagre é mais sobrenatural e deu origem à
festa de Chanuká. Após a purificação da Cidade Santa e da Casa de Deus,
foi constatado que só havia um pequeno jarro de azeite puro no Templo,
com o selo intacto do Sumo Sacerdote para que as luzes da Menorá
fossem acesas, e isso duraria apenas um dia, mas milagrosamente durou
oito dias, tempo suficiente para que um novo azeite puro fosse produzido
e levado ao templo para o seu devido fim conforme manda a Torá. A
Judeia ficou independente até à chegada do domínio romano, em 63 a.C. A
festa é realizada no dia 25 de Kislev (que cai normalmente em
dezembro), data em que o Templo foi reedificado. É uma festa marcada
pelo clima familiar e pela grande alegria. Encontramos os fragmentos
históricos da história do Chanuká nos livros deuterocanónicos de I e II
Macabeus e também em escritos talmúdicos. A caraterística principal do
Chanuká hoje é o acender da Chanukia (Menorá - candelabro - de 9
braços). Oito braços são para lembrar o milagre dos oito dias em que a
Menorá ficou acesa com azeite que devia durar apenas um dia. O outro
braço, que é chamado de "shamash" - servente - é um braço, para acender
as outras velas. Segundo a tradição, somente este (o shamash) pode ser
usado para, se for o caso, iluminar a casa ou para outro fim, sendo
que as outras velas só podem servir para o cumprimento do mandamento. A
cada noite um nova vela é acrescentada até que se completem as nove.
Outras tradições como brincar com o "sevivon" (pião) onde em cada lado
dele estão escritas as iniciais da frase "nes gadol hayá sham" (um
grande milagre aconteceu - em Israel) são válidas, e para quem está em
Israel a última palavra da frase é "pó" (aqui). Também há o costume de
servir alimentos como sonho com geleia (sufganyot) e panquecas de batata (latkes).
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