Amanhã, dia 11 de setembro de 2024, na Escola EB 23 Dr. Correia Mateus, em Leiria, entre as 21.00 e as 24.00, vai haver uma observação astronómica gratuita, no âmbito das atividades do Clube Ciência Viva na Escola Dr. Correia Mateus e do Centro Ciência Viva do Alviela - Carsoscópio. Estão todos convidados - e não necessitam inscrever-se...!
terça-feira, setembro 10, 2024
Ciência Viva no Verão - observação astronómica de 11.09.24 na Escola Correia Mateus (Leiria)
Postado por Fernando Martins às 21:23 0 bocas
Marcadores: 2024, astronomia, Carsoscópio, Ciência Viva no Verão, Escola Correia Mateus, Leiria, observação astronómica
quarta-feira, agosto 07, 2024
Poema de aniversariante de hoje...
a minha poesia
é uma profunda ignorância
senhor
faz com que seja ainda mais
e que nela habitem os insectos
e as crianças da chuva
e que cada verso louve
a abundância da tua ausência
e que nela não haja soberba
orgulho ou impaciência
mas apenas silêncio
Postado por Pedro Luna às 00:06 0 bocas
Marcadores: a palavra que diz o mundo, blogosfera, Carlos Lopes Pires, Leiria, poesia, Quadrazais
segunda-feira, julho 15, 2024
Começou a Ciência Viva no Verão 2024
Começam hoje, 15.07.24, as atividades da Ciência Viva no Verão - e que saudades do tempo em que ainda havia Castelos, Faróis, Engenharia, Empresas e afins no programa. Que pena que algumas associações e universidades, que então eram também eram membros de pleno direito na organização das atividades, as tenham deixado de fazer - fiz centenas desta forma, como organizador, e participei em dezenas. Também é pena que agora muitas sejam a pagar e que algumas instituições estejam ainda ausentes das listagens...
Este ano irei novamente fazer atividades (a próxima é já no sábado, em Leiria, já com suplentes na lista de inscritos, a seguinte, uma observação astronómica, é em setembro) - participem...!
Postado por Fernando Martins às 00:40 0 bocas
Marcadores: 2024, Ciência Viva, Ciência Viva no Verão, Escola Correia Mateus, Leiria
quarta-feira, maio 22, 2024
Dentro de ti, ó Leiria... - música de Coimbra para recordar que hoje é o dia da cidade do Lis...
Letra e música: D. José Pais de Almeida e Silva
Dentro de ti, ó Leiria,
Vive uma moira encantada,
Não sabes, é minha amada
E tem por nome Maria.
Leiria foste um ladrão
Leiria do rio Lis.
Roubaste-me o coração
E, vê lá tu, sou feliz!
Postado por Fernando Martins às 00:53 0 bocas
Marcadores: Balada do Encantamento, Edmundo de Bettencourt, Fado de Coimbra, feriado, Leiria, música
quinta-feira, fevereiro 15, 2024
Rui Patrício - 36 anos
Até 2018, antes se transferir para o Wolverhampton, havia passado toda a sua carreira no Sporting: fez a sua estreia aos 18 anos de idade e disputou mais de 464 partidas oficiais pelos leões, sendo o segundo jogador na história do clube que mais vestiu a camisola em jogos oficiais de futebol. Em 2021 transferiu-se para o Roma.
Fez a sua estreia pela Seleção em 2010, onde desde então tem sido titular até à ascensão de Diogo Costa que atualmente é o detentor da titularidade. Representou Portugal no Europeu de Futebol de 2012, no Mundial de 2014, no Euro 2016, na Taça das Confederações de 2017, na Taça do Mundo de 2018 e na Liga das Nações de 2018–19.
quarta-feira, janeiro 31, 2024
Ernesto Korrodi nasceu há 154 anos...
Ernesto Korrodi, nascido Ernst Korrodi (Zurique, 31 de janeiro de 1870 - Leiria, 3 de fevereiro de 1944), foi um arquiteto de origem suíça que desenvolveu a sua atividade em Portugal.
Foi o mais bem sucedido dos arquitetos da sua época sediados fora de Lisboa.
Os seus projetos seguiram uma linha persistentemente eclética, de base revivalista romântico-historicista, a que foi incorporando elementos das novas correntes da arquitetura - Arte Nova e Artes Decorativas - até ao advento do Modernismo Internacional, na fase mais tardia da sua carreira e já em parceria com o filho, Camilo Korrodi.
(...)
Korrodi veio para Portugal, com dezanove anos, através de um concurso lançado na Embaixada de Portugal em Berna, em que se procuravam professores de desenho para as escolas portuguesas. Em 1889 começou a exercer funções na Escola Industrial e Comercial de Braga, onde ficaria até 1894. Nesse ano foi transferido para a Escola Industrial e Comercial de Leiria, lecionando Desenho Ornamental e Modelagem.
Após completar os cursos de escultor decorador e de professor de desenho, no "Winterthur - Technikum" (Escola de Arte Industrial do cantão de Zurique), Korrodi viria a concorrer a um cargo para professor de Desenho, anunciado no consulado de Portugal, em Berna, e, em 1889, foi colocado na Escola Industrial de Braga, onde permaneceu cinco anos. Em Braga, para além do ensino dedicou-se ao estudo de monumentos, igrejas, e palácios, sendo transferido, em 1894, para a Escola Industrial de Leiria, onde, de imediato, se dedicou, nas suas horas vagas, ao minucioso levantamento do que restava das ruínas do Castelo de Leiria.
Em 1897 Korrodi publica um pequeno estudo sobre São Fructuoso de Montélius, intitulado “Um monumento Bizantino-Latino em Portugal”, no Boletim de Arquitetura da Associação dos Arquitectos Civis e Arqueólogos Portugueses.
Em 1898, publica os “Estudos de Reconstrução sobre o Castelo de Leiria”, edição de 200 exemplares, subsidiada pelo Governo Português e impressa no Instituto Poligráfico de Zurique. Ainda nesse ano é homenageado com a Comenda do Mérito Industrial.
Em 1901, casa em Leiria com Quitéria Maia, professora do Ensino Primário. Tiveram uma filha (Maria Teresa 1903-2002) e um filho (Camilo Korrodi 1905-1985, também arquiteto).
Em 1902, é agraciado com a Ordem de S. Thiago do Mérito Científico, Literário e Artístico, pelo projeto de reconstituição dos Paços do Duque de Bragança, em Barcelos.
Em 1905, foi nomeado diretor da Escola Industrial de Leiria.
O seu empenho em defesa do Castelo de Leiria conduziu à sua classificação como Monumento Nacional em 1910, e em 1915 cria a Liga dos Amigos do Castelo que, com a ajuda do Estado, deu início às primeiras obras de consolidação.
Após a derrocada parcial de um dos muros no Castelo de Leiria, foi nomeado diretor das obras, em 1921, à frente de uma comissão sujeita à Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN), em caráter de urgência. O seu trabalho desenvolveu-se até 1934, quando se desligou. As obras, porém, prosseguiram na década de 30, mas não corresponderam por completo aos seus estudos.
Para além do ensino e do estudo de monumentos históricos, desde cedo se dedicou à arquitetura, como autodidata, e em 1899 já era sócio da Real Associação dos Arquitectos e Arqueólogos, bem como da Associação dos Engenheiros Civis Portugueses.
Os seus projetos de arquitetura estendem-se por todo o país, desde Chaves até Vila Real de Santo António, e em Lisboa foi agraciado com dois Prémios Valmor, em 1910 e em 1917.
Criou em Leiria uma pequena escola de cantaria artística, a expensas suas, e esta viria a transformar-se numa grande oficina de verdadeiros artistas cujo trabalho, na sua maior parte, era passado à pedra sob modelação sua. Esses trabalhos de cantaria enriqueceram não só as obras por si projetadas, como as de outros arquitetos por todo o país.
Em 1919 projetou o Santuário de Nossa Senhora da Assunção, em Monte de Córdova, Santo Tirso, mas muitos outros projetos marcantes se poderiam referir.
Em 1926, foi-lhe concedido, pelo Governo Português, o título de Arquiteto (na mesma data que a Raul Lino).
Desde cedo se envolveu em diversos movimentos de modernização, chegando a realizar trabalhos e conferências por todo o país sobre o Ensino em Portugal, pelo que foi agraciado, em 1909, com a Comenda da Instrução Pública.
Em 1911, viria a liderar um movimento de âmbito nacional a favor do descanso dominical, promovendo-o energicamente através de conferências e artigos na imprensa.
Fez parte da Maçonaria, tendo sido iniciado em 1908 na Loja Trindade Leitão, em Alcobaça, pertença do Grande Oriente Lusitano Unido, com o nome de "Helvétius".
Em 1997, foi publicada em livro a tese de Mestrado de 1984 "Ernesto Korrodi – Arquitectura, Ensino, e Restauro do Património" de Lucília Verdelho da Costa, contribuindo de uma forma decisiva para dar a conhecer a dimensão da sua obra.
Ao longo dos anos, várias teses de Mestrado têm sido apresentadas sobre a sua obra.
O Arquivo Distrital de Aveiro publicou o livro "Ernesto Korrodi - uma marca na cidade".
Em 2023 foi publicado em edição bilingue português/inglês "Ernesto Korrodi - Vi(n)da e Obra / Ernst Korrodi – Life and Work” " de José Manuel Teixeira.
Faleceu em Leiria em 1944.
in Wikipédia
Postado por Fernando Martins às 01:54 0 bocas
Marcadores: arquitecto, Castelo de Leiria, Ernesto Korrodi, Leiria, Suíça
sexta-feira, janeiro 26, 2024
Afonso Lopes Vieira nasceu há 146 anos
Pinhal do Rei
Catedral verde e sussurrante, aonde
a luz se ameiga e se esconde
e aonde, ecoando a cantar,
se alonga e se prolonga a longa voz do mar:
ditoso o "Lavrador" que a seu contento
por suas mãos semeou este jardim;
ditoso o Poeta que lançou ao vento
esta canção sem fim...
Ai flores, ai flores do Pinhal florido,
que vedes no mar?
Ai flores, ai flores do Pinhal florido,
rei D. Dinis, bom poeta e mau marido,
lá vem as velidas bailar e cantar.
Encantado jardim da minha infância,
aonde a minh'alma aprendeu;
a música do Longe e o ritmo da Distância
que a tua voz marítima lhe deu;
místico órgão cujo além se esfuma
no além do Oceano, e onde a maresia
ameiga e dissolve em bruma,
e em penumbra de nave, a luz do dia.
Por estes fundos claustros gemem
os ais do Velho do Restelo...
Mas tu debruças-te no mar e, ao vê-lo,
teus velhos troncos de saudades fremem...
Ai flores, ai flores do Pinhal louvado,
que vedes no mar?
Ai flores, ai flores do Pinhal louvado,
são as caravelas, teu corpo cortado,
é lo verde pino no mar a boiar.
Pinhal de heróicas árvores tão belas,
foi do teu corpo e da tua alma também
que nasceram as nossas caravelas
ansiosas de todo o Além;
foste tu que lhe deste a tua carne em flor
e sobre os mares andaste navegando,
rodeando a terra e olhando os novos astros,
ó gótico Pinhal navegador,
em naus, erguida, levando
tua alma em flor na ponta alta dos mastros!...
Ai flores, ai flores do Pinhal florido,
que vedes no mar?
Ai flores, ai flores do Pinhal florido,
que grande saudade, que longo gemido
ondeia nos ramos, suspira no ar!
Na sussurrante e verde catedral
oiço rezar a alma de Portugal:
ela aí vem, dorida, e nos seus olhos
sonâmbulos de surda ansiedade,
no roxo da tardinha,
abre a flor da Saudade;
ela aí vem, sozinha,
dorida do naufrágio e dos escolhos,
viúva de seus bens
e pálida de amor,
arribada de todos os aléns
de este mundo de dor;
ela aí vem, sozinha,
e reza a ladainha
na sussurrante catedral aonde
toda se espalha e esconde,
e aonde, ecoando a cantar,
se alonga e se prolonga a longa voz do mar.
in Onde a Terra se Acaba e o Mar Começa (1940) - Afonso Lopes Vieira
Postado por Fernando Martins às 01:46 0 bocas
Marcadores: Afonso Lopes Vieira, Integralismo Lusitano, Leiria, monárquicos, neogarretismo, poesia, Renascença Portuguesa, S. Pedro de Moel
domingo, dezembro 17, 2023
Notícia interessante sobre património arqueológico português...
25 anos depois, o “Menino do Lapedo” vai ou não ser mostrado ao público?
Vinte e cinco anos depois da sua descoberta, o esqueleto do “Menino do Lapedo”, a criança neandertal portuguesa descoberta em 1998, permanece depositado no Museu Nacional de Arqueologia, em Lisboa — e está por decidir se algum dia será exposto ao público.
No Lagar Velho, no vale do Lapedo, a cerca de 150 km de Lisboa, foi descoberto em 1998 o esqueleto conhecido como Menino do Lapedo - o esqueleto português que sugere que neandertais e humanos se cruzaram.
Com cerca de 4 anos, a criança foi enterrada neste local há cerca de 29 mil anos.
Na altura da descoberta, algo diferente no seu corpo chamou a atenção dos arqueólogos que começaram a escavar o sítio arqueológico.
“Havia algo estranho na anatomia da criança. Quando encontramos a mandíbula, sabíamos que seria um humano moderno, mas quando expusemos o esqueleto completo […] vimos que tinha as proporções corporais de um Neandertal”, explica João Zilhão, arqueólogo e líder da equipa que trabalhou na descoberta.
“A única coisa que poderia explicar essa combinação de características é que a criança era, de facto, evidência de que os neandertais e os humanos modernos se cruzaram”.
Mas a teoria do cientista português provocou então uma revolução nos estudos evolutivos, e imortalizou o Menino de Lapedo — que está depositado, desde então, nas reservas do Museu Nacional de Arqueologia (MNA).
Agora, no âmbito das comemorações dos 25 anos da descoberta, o MNA organizou uma visita ao esqueleto.
O MNA está encerrado ao público há mais de um ano, para remodelação no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), mas algumas das obras e coleções, como o esqueleto do “Menino do Lapedo”, e laboratórios estão depositados em oito contentores climatizados, numa área ao ar livre do edifício.
Na visita conduzida pelo diretor do MNA, António Carvalho, foi possível ver as caixas onde estão colocadas as dezenas de fragmentos e ossos da “Criança do Lapedo”, com cerca de 29.000 anos, classificados como tesouro nacional.
A descoberta marcou a paleoantropologia internacional, por se tratar do primeiro enterramento Paleolítico escavado na Península Ibérica e porque a criança apresenta traços de ‘Neandertal’ e de ‘homo sapiens‘.
Questionado pela Lusa, António Carvalho disse que ainda está a ser debatido, e não há uma decisão tomada, sobre o futuro deste achado arqueológico: se permanecerá nas reservas do museu nacional, se poderá integrar a exposição permanente quando reabrir, ou se regressará ao sítio arqueológico, classificado como monumento nacional.
“No quadro da intervenção do museu certamente que esta questão e outras vão ser debatidas, porque é normal. Um museu que depois se oferece com todas as condições de conservação e de alguma projeção das suas reservas que vá ser objeto de reflexão, se se vão juntar determinados bens arqueológicos”, disse.
“Até para respeitar um princípio legal que é a da não-dispersão dos bens arqueológicos. Vamos ver”, detalhou António Carvalho.
Presente na visita, a antropóloga Cidália Duarte, que em 1998 fez parte da equipa de escavações, e que atualmente ainda trabalha no projeto de conservação, falou na “enorme responsabilidade” em lidar com este tesouro nacional.
“É uma descoberta tão importante que é uma responsabilidade que recai em cima de nós se isto se deteriora por alguma ação que queiramos fazer. Já o imaginei exposto de várias maneiras, mas eu tenho receio, todos nós temos de tratar dessa memória para o futuro”, acrescentou a antropóloga.
A antropóloga recordou que o esqueleto só esteve uma vez exposto ao público, numa exposição temporária, na Alemanha, no âmbito da exposição de 2011 que assinalou os 150 anos da descoberta do Homem de Neandertal nesse país.
A visita realizada esta quinta-feira é uma das várias iniciativas que assinalam os 25 anos da descoberta do Menino do Lapedo — agora também conhecido como a “Criança do Lapedo”.
O programa prolongar-se-á até ao final de 2024 e “inclui conferências, conversas, mesas-redondas, exposições, residências artísticas, publicações, em vários formatos, percursos pedestres e atividades performativas e educativas, de distintas naturezas”, anunciou a Câmara de Leiria.
in ZAP
Postado por Fernando Martins às 12:29 0 bocas
Marcadores: Arqueologia, Lagar Velho, Lapedo, Leiria, Menino do Lapedo, neandertais, paleoantropologia, Paleontologia
sábado, agosto 05, 2023
Pequeno sismo sentido na região de Leiria
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera informa que no dia 05.08.2023 pelas 02.37 (hora local) foi registado nas estações da Rede Sísmica do Continente, um sismo de magnitude 2.7 (Richter) e cujo epicentro se localizou a cerca de 12 km a Sul de Pombal.Este sismo, de acordo com a informação disponível até ao momento, não causou danos pessoais ou materiais e foi sentido com intensidade máxima III (escala de Mercalli modificada) no concelho de Leiria (Leiria). Se a situação o justificar serão emitidos novos comunicados.A localização do epicentro de um sismo é um processo físico e matemático complexo que depende do conjunto de dados, dos algoritmos e dos modelos de propagação das ondas sísmicas. Agências diferentes podem produzir resultados ligeiramente diferentes. Do mesmo modo, as determinações preliminares são habitualmente corrigidas posteriormente, pela integração de mais informação. Em todos os casos acompanhe sempre as indicações dos serviços de proteção civil.
in IPMA
Registo do Geofone de Manteigas
ADENDA: o IPMA agradece que a população da área afetada por este pequeno sismo responda ao seu inquérito - CLICAR AQUI
Postado por Fernando Martins às 11:37 0 bocas
Marcadores: geofone de Manteigas, Leiria, sismo
quarta-feira, julho 26, 2023
Notícia sobre o menino do Lapedo e o neandertal que persiste dentro de nós...
Menino do Lapedo. O esqueleto português que sugere que neandertais e humanos se cruzaram
No Lagar Velho, no vale do Lapedo, a cerca de 150 km de Lisboa, foi descoberto em 1998 o esqueleto conhecido como menino do Lapedo. Com cerca de 4 anos, foi enterrado neste local em Portugal há cerca de 29 mil anos.
Algo diferente no seu corpo chamou a atenção dos arqueólogos que começaram a escavar o local.
“Havia algo estranho na anatomia da criança. Quando encontramos a mandíbula, sabíamos que seria um humano moderno, mas quando expusemos o esqueleto completo […] vimos que tinha as proporções corporais de um Neandertal”, explicou à BBC João Zilhão, arqueólogo e líder da equipa que trabalhou na descoberta.
“A única coisa que poderia explicar essa combinação de características é que a criança era, de facto, evidência de que os neandertais e os humanos modernos se cruzaram”.
Se voltarmos ao que se pensava sobre a evolução dos humanos no final dos anos 90 — quando se supunha que os neandertais e os humanos modernos eram espécies diferentes e, portanto, o cruzamento era impensável — não surpreende que a grande maioria dos especialistas tenha acreditado que a interpretação de Zilhão e sua equipa era um tanto exagerada.
Mas a sua teoria provocou uma revolução nos estudos evolutivos. A comunidade à qual o menino pertencia era de caçadores-coletores e de natureza nómada.
Conforme explicou à BBC Reel a arqueóloga Ana Cristina Araújo, quando o menino morreu, o grupo cavou um buraco no chão, queimou um galho de pinheiro e depositou o seu corpo envolto numa mortalha tingida de ocre sobre as cinzas.
“Não sabemos (com certeza) se era menino ou menina, mas há indícios de que era menino”.
Sobre a causa da morte, a arqueóloga diz que não há pistas que apontem para uma doença ou queda. Portanto, é possível imaginar uma diversidade de cenários. “O menino pode ter comido um cogumelo venenoso ou pode ter-se afogado”.
O seu corpo permaneceu enterrado por milénios até que, em 1998, foi descoberto por acaso e estava com o esqueleto quase intacto quando os donos do terreno começaram a escavar para construir uma série de estruturas em terraços.
Depois de transferido para o Museu Nacional de Lisboa, começaram a estudá-lo detalhadamente.
“Os ossos das pernas eram mais curtos do que o normal para uma criança da idade dele. Como é que as pernas poderiam parecer de um neandertal? Alguns dentes também pareciam de um neandertal, enquanto outros pareciam de um humano moderno. Como explicar isso?”, questionou Zilhão.
Os investigadores lidaram com duas hipóteses. Uma delas era que a criança era o resultado de um cruzamento entre um neandertal e um humano moderno.
Zilhão, porém, não se convenceu disso. Se esse foi um evento único, raro e esporádico, a possibilidade de encontrá-lo 30 mil anos depois era quase impossível.
A segunda hipótese sugeria que os neandertais e os sapiens mantinham relações sexuais regulares entre si.
“Sabíamos que na Península Ibérica o momento do contacto [entre os dois] foi […] há cerca de 37 mil anos. Se o esqueleto pertencesse a essa época, a primeira teoria poderia funcionar. Mas se o menino era de um período muito mais tardio, as implicações tinham que ser que estávamos a olhar para um processo em nível populacional, não um encontro casual entre dois indivíduos”, diz Zilhão.
A datação por radiocarbono resolveu a questão: a criança do Lapedo tinha 29 mil anos.
“Se tantos milénios após o tempo de contacto, as pessoas que vivem nesta parte do mundo ainda apresentam evidências anatómicas dessa população ancestral de neandertais, deve ser porque o cruzamento não aconteceu apenas uma vez, foi a norma”, apontou o arqueólogo.
A força das evidências encontradas pela equipa em Portugal fez com que outros especialistas tivessem que considerar seriamente essa hipótese.
Graças a esta descoberta, houve uma mudança na nossa compreensão dos neandertais como espécie.
A investigação dá a entender que os neandertais não são uma espécie diferente. “Nós sobreinterpretamos pequenas diferenças no esqueleto facial ou na robustez do esqueleto”, diz Zilhão.
Outras descobertas de fósseis feitas posteriormente com características semelhantes às do menino do Lapedo deram mais peso à teoria do cruzamento, que mais tarde foi reforçada quando os investigadores sequenciaram todo o genoma neandertal.
É assim que sabemos que é possível que europeus e asiáticos tenham até 4% de ADN neandertal.
“Isso não quer dizer que em cada um de nós 2% ou 4% seja [neandertal]. Na realidade, se juntar todas as partes do genoma neandertal que ainda persistem, isso é quase 50% ou 70% do que era especificamente neandertal. Portanto, o genoma neandertal persistiu quase na sua totalidade”, explica o investigador.
Esse conhecimento “enriquece a nossa compreensão da evolução humana”, diz Zilhão, em vez de “pensar que apenas descendemos de uma população muito pequena que viveu nalgum lugar de África há 250 mil anos e que todo o resto das pessoas que viveram nessa época simplesmente desapareceram”.
in ZAP
Postado por Fernando Martins às 14:05 0 bocas
Marcadores: Arqueologia, evolução, Homo sapiens, Leiria, Menino do Lapedo, neandertais, Paleontologia
segunda-feira, maio 22, 2023
Porque hoje é preciso cantar a princesa do Lis, no seu dia...
Letra e música: D. José Pais de Almeida e Silva
Dentro de ti, ó Leiria,
Vive uma moira encantada,
Não sabes, é minha amada
E tem por nome Maria.
Leiria foste um ladrão
Leiria do rio Lis.
Roubaste-me o coração
E, vê lá tu, sou feliz!
Postado por Fernando Martins às 01:13 0 bocas
Marcadores: Balada do Encantamento, Edmundo de Bettencourt, Fado de Coimbra, feriado, Leiria, música
quarta-feira, abril 05, 2023
Sismo fraco sentido na região de Leiria
Foi ainda sentido com menor intensidade nos concelhos de Leiria e Nazaré (Leiria).
Se a situação o justificar serão emitidos novos comunicados.
Postado por Fernando Martins às 15:04 0 bocas
Marcadores: falha da Nazaré, Leiria, sismo, sismologia
sábado, março 18, 2023
Documentário da BBC sobre o Menino do Lapedo
Postado por Fernando Martins às 01:35 0 bocas
Marcadores: Arqueologia, Lapedo, Leiria, Menino do Lapedo
quarta-feira, fevereiro 15, 2023
Rui Patrício faz hoje 35 anos...!
Até 2018, antes se transferir para o Wolverhampton, havia passado toda a sua carreira no Sporting: fez a sua estreia aos 18 anos de idade e disputou mais de 464 partidas oficiais pelos leões, sendo o segundo jogador na história do clube que mais vestiu a camisola em jogos oficiais de futebol. Em 2021 transferiu-se para o Roma.
Fez a sua estreia pela Seleção em 2010, onde desde então tem sido titular até à ascensão de Diogo Costa que atualmente é o detentor da titularidade. Representou Portugal no Europeu de Futebol de 2012, no Mundial de 2014, no Euro 2016, na Taça das Confederações de 2017, na Taça do Mundo de 2018 e na Liga das Nações de 2018–19.
quinta-feira, janeiro 26, 2023
Afonso Lopes Vieira nasceu há 145 anos
Pinhal do Rei
Catedral verde e sussurrante, aonde
a luz se ameiga e se esconde
e aonde, ecoando a cantar,
se alonga e se prolonga a longa voz do mar:
ditoso o "Lavrador" que a seu contento
por suas mãos semeou este jardim;
ditoso o Poeta que lançou ao vento
esta canção sem fim...
Ai flores, ai flores do Pinhal florido,
que vedes no mar?
Ai flores, ai flores do Pinhal florido,
rei D. Dinis, bom poeta e mau marido,
lá vem as velidas bailar e cantar.
Encantado jardim da minha infância,
aonde a minh'alma aprendeu;
a música do Longe e o ritmo da Distância
que a tua voz marítima lhe deu;
místico órgão cujo além se esfuma
no além do Oceano, e onde a maresia
ameiga e dissolve em bruma,
e em penumbra de nave, a luz do dia.
Por estes fundos claustros gemem
os ais do Velho do Restelo...
Mas tu debruças-te no mar e, ao vê-lo,
teus velhos troncos de saudades fremem...
Ai flores, ai flores do Pinhal louvado,
que vedes no mar?
Ai flores, ai flores do Pinhal louvado,
são as caravelas, teu corpo cortado,
é lo verde pino no mar a boiar.
Pinhal de heróicas árvores tão belas,
foi do teu corpo e da tua alma também
que nasceram as nossas caravelas
ansiosas de todo o Além;
foste tu que lhe deste a tua carne em flor
e sobre os mares andaste navegando,
rodeando a terra e olhando os novos astros,
ó gótico Pinhal navegador,
em naus, erguida, levando
tua alma em flor na ponta alta dos mastros!...
Ai flores, ai flores do Pinhal florido,
que vedes no mar?
Ai flores, ai flores do Pinhal florido,
que grande saudade, que longo gemido
ondeia nos ramos, suspira no ar!
Na sussurrante e verde catedral
oiço rezar a alma de Portugal:
ela aí vem, dorida, e nos seus olhos
sonâmbulos de surda ansiedade,
no roxo da tardinha,
abre a flor da Saudade;
ela aí vem, sozinha,
dorida do naufrágio e dos escolhos,
viúva de seus bens
e pálida de amor,
arribada de todos os aléns
de este mundo de dor;
ela aí vem, sozinha,
e reza a ladainha
na sussurrante catedral aonde
toda se espalha e esconde,
e aonde, ecoando a cantar,
se alonga e se prolonga a longa voz do mar.
in Onde a Terra se Acaba e o Mar Começa (1940) - Afonso Lopes Vieira
Postado por Fernando Martins às 01:45 0 bocas
Marcadores: Afonso Lopes Vieira, Integralismo Lusitano, Leiria, monárquicos, neogarretismo, poesia, Renascença Portuguesa, S. Pedro de Moel
domingo, maio 22, 2022
E viva Leiria, no seu feriado municipal - desta vez com um cheirinho a Coimbra...
Letra e música: D. José Pais de Almeida e Silva
Dentro de ti, ó Leiria,
Vive uma moira encantada,
Não sabes, é minha amada
E tem por nome Maria.
Leiria foste um ladrão
Leiria do rio Lis.
Roubaste-me o coração
E, vê lá tu, sou feliz!
Postado por Fernando Martins às 00:00 0 bocas
Marcadores: Balada do Encantamento, Edmundo de Bettencourt, Fado de Coimbra, feriado, Leiria, música
terça-feira, fevereiro 15, 2022
O (São) Patrício dos Marrazes faz hoje 34 anos...
Até 2018, antes se transferir para o Wolverhampton, havia passado toda a sua carreira no Sporting: fez a sua estreia aos 18 anos de idade e disputou mais de 464 partidas oficiais pelos leões, sendo o segundo jogador na história do clube que mais vestiu a camisola em jogos oficiais de futebol. Em 2021 transferiu-se para o Roma.
Fez a sua estreia pela Seleção em 2010, onde desde então tem sido titular. Representou Portugal no Euro 2012, no Campeonato do Mundo de 2014, no Euro 2016, na Taça das Confederações de 2017, na Campeonato do Mundo de 2018 e na Liga das Nações de 2018–19.
quarta-feira, janeiro 26, 2022
O poeta Afonso Lopes Vieira nasceu há 144 anos
Pinhal do Rei
Catedral verde e sussurrante, aonde
a luz se ameiga e se esconde
e aonde, ecoando a cantar,
se alonga e se prolonga a longa voz do mar:
ditoso o "Lavrador" que a seu contento
por suas mãos semeou este jardim;
ditoso o Poeta que lançou ao vento
esta canção sem fim...
Ai flores, ai flores do Pinhal florido,
que vedes no mar?
Ai flores, ai flores do Pinhal florido,
rei D. Dinis, bom poeta e mau marido,
lá vem as velidas bailar e cantar.
Encantado jardim da minha infância,
aonde a minh'alma aprendeu;
a música do Longe e o ritmo da Distância
que a tua voz marítima lhe deu;
místico órgão cujo além se esfuma
no além do Oceano, e onde a maresia
ameiga e dissolve em bruma,
e em penumbra de nave, a luz do dia.
Por estes fundos claustros gemem
os ais do Velho do Restelo...
Mas tu debruças-te no mar e, ao vê-lo,
teus velhos troncos de saudades fremem...
Ai flores, ai flores do Pinhal louvado,
que vedes no mar?
Ai flores, ai flores do Pinhal louvado,
são as caravelas, teu corpo cortado,
é lo verde pino no mar a boiar.
Pinhal de heróicas árvores tão belas,
foi do teu corpo e da tua alma também
que nasceram as nossas caravelas
ansiosas de todo o Além;
foste tu que lhe deste a tua carne em flor
e sobre os mares andaste navegando,
rodeando a terra e olhando os novos astros,
ó gótico Pinhal navegador,
em naus, erguida, levando
tua alma em flor na ponta alta dos mastros!...
Ai flores, ai flores do Pinhal florido,
que vedes no mar?
Ai flores, ai flores do Pinhal florido,
que grande saudade, que longo gemido
ondeia nos ramos, suspira no ar!
Na sussurrante e verde catedral
oiço rezar a alma de Portugal:
ela aí vem, dorida, e nos seus olhos
sonâmbulos de surda ansiedade,
no roxo da tardinha,
abre a flor da Saudade;
ela aí vem, sozinha,
dorida do naufrágio e dos escolhos,
viúva de seus bens
e pálida de amor,
arribada de todos os aléns
de este mundo de dor;
ela aí vem, sozinha,
e reza a ladainha
na sussurrante catedral aonde
toda se espalha e esconde,
e aonde, ecoando a cantar,
se alonga e se prolonga a longa voz do mar.
in Onde a Terra se Acaba e o Mar Começa (1940) - Afonso Lopes Vieira
Postado por Fernando Martins às 01:44 0 bocas
Marcadores: Afonso Lopes Vieira, Integralismo Lusitano, Leiria, monárquicos, neogarretismo, poesia, Renascença Portuguesa, S. Pedro de Moel
sábado, maio 22, 2021
E viva Leiria - hoje é o seu dia...!
Letra e música: D. José Pais de Almeida e Silva
Dentro de ti, ó Leiria,
Vive uma moira encantada,
Não sabes, é minha amada
E tem por nome Maria.
Leiria foste um ladrão
Leiria do rio Lis.
Roubaste-me o coração
E, vê lá tu, sou feliz!
Postado por Fernando Martins às 00:00 0 bocas
Marcadores: Balada do Encantamento, Fado de Coimbra, feriado, Leiria, Manuel Branquinho, música
domingo, março 21, 2021
Sismo sentido em Leiria
Registo das ondas sísmicas no Geofone de Manteigas - 01.36
Zona atingida pelo sismo - IPMA
Citando o Professor Doutor Pedro Proença e Cunha, catedrático da Universidade de Coimbra e de quem tive o prazer e a honra de ter sido aluno:
Hoje (2021-03-21), pelas 01.36 (AM), ocorreu sismo com magnitude 3,1 e foco aos 2 km de profundidade (dados IPMA; 3,4 M e 2 km de profundidade segundo IGME), localizado imediatamente a NW de Leiria (círculo vermelho no mapa do IPMA). Em minha opinião, este sismo ocorreu na falha SSE-NNW que se prolonga para NW da falha Pombal-Leiria, passando por Monte Real e W-Cabo Mondego. Mais um evento tectónico em Portugal continental, onde frequentemente têm ocorrido sismos com relevante magnitude. Esta actividade tectónica está registada pela minha equipa de investigação, por desnivelar terraços fluviais e marinhos que estamos a datar por OSL e ESR. A Margarida P. Gouveia, uma das minhas doutoranda em Geologia (DCT-FCTUC) e investigadora do MARE, já em Dezembro de 2020 submeteu a sua Tese sobre esta temática. Estando Portugal numa zona de tão elevado risco sísmico seria desejável que a Fundação para a Ciência e a Tecnologia desse significativo apoio a esta temática de tão grande relevância para a Sociedade.
Postado por Fernando Martins às 02:34 0 bocas
Marcadores: Leiria, Pedro Proença e Cunha, sismo