Nasceu em
Braga, onde viveu durante alguns anos. Radicou-se, juntamente com a sua
família, em
1950, em terras moçambicanas e só voltou a Portugal em
1984, voltando novamente para a «Cidade dos Arcebispos»,
Braga. Mas foi em
Moçambique que se formou em
jornalismo, lecionou em várias escolas e contraiu matrimónio com uma moçambicana.
Publicou, em
1965,
Poesias, inspirado na sua própria biografia. Um dos seus primeiros
poemas foi
Eu, a canção. Os seus três
livros colocaram-no numa posição cimeira no ambiente cultural
bracarense.
Faleceu com 60 anos, atropelado numa
rodovia. Deixa um bilhete dirigido ao irmão: «
Se
um dia encontrarem o teu irmão Dinis, o espólio será fácil de
verificar: dois sapatos, a roupa do corpo e alguns papéis que a polícia
não entenderá».
Obras publicadas
- Poesias, Quelimane, Edição do Autor, 1965.
- O Ritmo do Presságio, Maputo, Livraria Académica, 1974.
- O Ritmo do Presságio, Lisboa, Edições 70, 1981.
- A Noite Dividida, Lisboa, Edições 70, 1982.
- A Noite Dividida (O Ritmo do Presságio / A Noite Dividida / O Limite Diáfano), Lisboa, Assírio e Alvim, 1996.
- Uma Pedra Ao Lado Da Evidência, (Antologia: O Ritmo do Presságio / A Noite Dividida / O Limite Diáfano + inédito), Porto, Campo das Letras, 2000.
- Albas, Quasi Edições, 2003
um anjo erra (o amor confuso)
Um anjo erra
nos teus olhos diurnos
humedecido do véu
(ao fundo, a íris entardece)
seguiu de cor a revoada das pombas
místico
um arroubo ascende a prumo
do plano em que me fitas
cisnes desaguam
do teu olhar em fio
e vogam ao redor, pelo estuário da sala
ao sol-poente
os vitrais das janelas
ardem na catedral assim erguida
colocamos um sonho
em cada nicho
e no círculo formado pelas nossas bocas
subentende-se com verve
a língua.
Sebastião Alba