terça-feira, setembro 18, 2012

Luiz Goes deixou-nos...

Aos 79 anos
Morreu Luiz Goes, a voz do fado de Coimbra


Fotos: Nuno Ferreira Santos

O cantor Luiz Goes, 79 anos, uma das referências da canção de Coimbra, morreu esta terça-feira em Mafra, confirmou à agência Lusa o músico Manuel Alegre Portugal.

Nascido em 1933, em Coimbra, Luiz Fernando de Sousa Pires de Goes licenciou-se em Medicina, tendo exercido a profissão de médico dentista em paralelo com a carreira artística.

Iniciou-se no fado por influência do tio paterno, Armando Goes, contemporâneo de Edmundo Bettencourt, António Menano, Lucas Junot, Paradela de Oliveira, Almeida d’Eça e Artur Paredes.

Manuel Alegre Portugal recordou que Luiz Goes “foi padrinho musical de Adriano Correia de Oliveira e José Afonso”.

O músico referiu ainda que Luiz Goes gravou na década de 1950 com os músicos Carlos Paredes, João Bagão e António Portugal gravou o álbum “Serenata de Coimbra” que “é ainda hoje o disco português mais vendido”, disse Manuel Alegre Portugal.

O músico recordou que “na altura o Luiz Goes recusou um milionário contrato da gravadora Philips porque queria acabar o curso”.

“O Luiz Goes representa para a música de Coimbra o que Amália Rodrigues representa para a música portuguesa”, rematou.

Como autor, Luiz Goes assinou 25 fados e 18 baladas, dos quais se destacam “Fado da Despedida”, “Toada Beira”, “Balada da Distância”, “Canção do Regresso”, “Homem Só”, “Meu Irmão”, “Romagem à Lapa”, “É Preciso Acreditar”, entre muitos outros.

Em 2002, assinalando os 50 anos da sua primeira gravação a discográfica EMI-Valentim de Carvalho reuniu a obra integral numa edição intitulada “Canções Para Quem Vier”.

in Público - ler notícia


Toada Beirã - Luiz Goes

Eu vi a Amélia, no meio do rio
Tão pequenina, cheia de frio
Eu vi a Amélia, no meio do rio
Tão pequenina, cheia de frio

Eu vi a Amélia, no meio do rio
Tão pequenina, cheia de frio
Anda comigo, Amélia vem,
Que eu estou sozinho 

Não tenho ninguém

Que eu estou sozinho
Não tenho ninguém

Eu vi a Amélia, no arvoredo
Tão pequenina, cheia de medo
Eu vi a Amélia, no arvoredo
Tão pequenina,
Cheia de medo

Eu vi a Amélia, no arvoredo
Tão pequenina, cheia de medo
Anda comigo, Amélia vem
Que eu estou sozinho 

Não tenho ninguém

Que eu estou sozinho
Não tenho ninguém

Foucault nasceu há 193 anos

Jean Bernard Léon Foucault ((Paris, 18 de setembro de 1819 - Paris, 11 de fevereiro de 1868) foi um físico e astrónomo francês.
É mais conhecido pela invenção do pêndulo de Foucault, um dispositivo que demonstra o efeito da rotação da Terra. Ele também fez uma medição inicial da velocidade da luz, descobriu as correntes de Foucault e, embora não o tenha inventado, é creditado por nomear o giroscópio. A cratera Foucault sobre a Lua e o asteróide 5668 Foucault são assim chamados em sua homenagem.

Início de vida
Foucault era filho de um publicitário em Paris, onde nasceu em 18 de setembro de 1819. Após receber a educação básica em sua própria casa, ele estudou medicina, abandonando-a para se dedicar à física devido a aversão a sangue. Primeiro dedicou sua atenção para a melhoria das técnicas fotográficas de L. J. M. Daguerre. Durante três anos foi assistente experimental de Alfred Donné (1801-1878) em seu ciclo de palestras sobre anatomia microscópica.
Com A. H. L. Fizeau, realizou uma série de investigações sobre a intensidade da luz do sol, comparando-a com a de carbono na lâmpada de arco e com a de cal na chama do maçarico oxigénio-hidrogénio, além da interferência da radiação infravermelha e sobre a polarização cromática da luz.

Vida
Em 1850, Foucault fez uma experiência com o aparelho de Fizeau-Foucault para medir a velocidade da luz, que veio a ser conhecida com a experiência de Foucault-Fizeau. Tal experiência foi vista como "o último prego no caixão" na teoria corpuscular da luz, de Newton, pois mostrou que a luz viaja mais lentamente na água que no ar.
Em 1851, ele fez a primeira demonstração experimental da rotação da Terra em torno seu eixo. A experiência foi feita por meio da rotação do plano de oscilação de um pêndulo longo e pesado suspenso livremente, no Panteão de Paris. A experiência causou sensação em todas as teorias vigentes. No ano seguinte, utilizou (e nomeou) o giroscópio como a comprovação experimental conceptualmente mais simples. Em 1855, recebeu a Medalha Copley da Royal Society por "notáveis pesquisas experimentais" Pouco antes, no mesmo ano, foi nomeado physicien (físico) do Observatório Imperial de Paris.
Em setembro de 1855, descobriu que a força necessária para a rotação de um disco de cobre aumenta quando o disco gira com sua borda entre os pólos de um íman, ao mesmo tempo que o disco torna-se aquecido pelas "correntes de Foucault" induzidas no metal.
Em 1857, Foucault inventou o polarizador que leva seu nome, e no ano seguinte criou um método para investigar espelhos de telescópios refletores, com o objetivo de determinar seu formato. O chamado "teste de Foucault" permite que o fabricante descubra se o espelho é perfeitamente esférico ou possui um desvio não-esférico, através da imagem formada pelo espelho. Antes de Foucault publicar suas descobertas, os testes de reflexão de espelhos de telescópios eram por “tentativas".
O teste de Foucault determina o formato de um espelho a partir dos comprimentos focais de suas áreas, comummente chamados de zonas e medidos a partir do centro do espelho. O teste concentra a luz de uma fonte puntiforme no centro de curvatura e reflete-a de volta para uma fenda. O teste permite ao usuário uma análise quantitativa da seção cónica do espelho, permitindo assim que ele avalie seu formato real, o que é necessário para obter-se um sistema óptico de boa qualidade. O teste de Foucault é utilizado até hoje, principalmente por amadores e pequenos fabricantes de telescópios comerciais, porque é barato e utiliza equipamentos simples e manuais.
Foi com o espelho rotativo de Charles Wheatstone que Foucault, em 1862, determinou a velocidade da luz como sendo igual a 298,000 km/s – 10.000 km/s menor que a obtida pelos pesquisadores anteriores e apenas 0,6% menor que o valor atualmente aceite.

Últimos anos
Nesse ano, Foucault foi eleito membro do Bureau des Longitudes e membro oficial da Légion d'Honneur. Em 1864, foi eleito membro da Royal Society de Londres, e no ano seguinte, membro da parte mecânica do Instituto. Em 1865, apareceram artigos propondo uma modificação no governador centrífugo de Watt, que tinha sido estudado há algum tempo com o objetivo de tornar seu período de revolução constante, além de um novo aparelho para regular a luz elétrica. Nesse ano (Comptes Rendus LXIII), ele mostrou que, através da precipitação de um filme de prata fino e transparente sobre o lado externo da objetiva de vidro de um telescópio, o Sol pode ser observado sem causar danos aos olhos. O seus trabalhos científicos podem ser encontrados no Comptes Rendus, 1847-1869.

Morte
Provavelmente Foucault morreu, com apenas 48 anos, de esclerose múltipla rapidamente desenvolvida, em 11 de fevereiro de 1868, em Paris, e foi enterrado no Cemitério de Montmartre.


Jimi Hendrix morreu há 42 anos

James Marshall "Jimi" Hendrix (nascido Johnny Allen Hendrix; Seattle, 27 de novembro de 1942Londres, 18 de setembro de 1970) foi um guitarrista, cantor e compositor norte-americano. Frequentemente é citado por críticos e outros músicos como o melhor guitarrista da história do rock, e um dos mais importantes e influentes músicos de sua era, em diferentes diversos géneros musicais. Depois de obter sucesso inicial na Europa, conquistou fama nos Estados Unidos depois de sua performance em 1967 no Festival Pop de Monterey. Hendrix foi a principal atração, dois anos mais tarde, do icónico Festival de Woodstock e do Festival da Ilha de Wight, em 1970. Hendrix dava preferência a amplificadores distorcidos e crus, dando ênfase ao ganho e aos agudos, e ajudou a desenvolver a técnica, até então indesejada, da microfonia. Hendrix foi um dos músicos que popularizou o pedal wah-wah no rock popular, que ele utilizava frequentemente para dar um timbre exagerado a seus solos, particularmente com o uso de bends e legato baseados na escala pentatônica. Foi influenciado por artistas de blues como T-Bone Walker, B.B. King, Muddy Waters, Howlin' Wolf, Albert King e Elmore James, guitarristas de rhythm and blues e soul como Curtis Mayfield, Steve Cropper, assim como de alguns artistas do jazz moderno. Em 1966, Hendrix, que tocou e gravou com a banda de Little Richard de 1964 a 1965, foi citado como tendo dito: "Quero fazer com minha guitarra o que Little Richard faz com sua voz."
O guitarrista mexicano Carlos Santana sugeriu que a música de Hendrix poderia ter sido influenciada por sua herança parcialmente indígena. Como produtor musical, Hendrix também inovou ao usar o estúdio de gravação como uma extensão de suas ideias musicais. Foi um dos primeiros a experimentar com a estereofonia e phasing em gravações de rock.
Hendrix conquistou diversos dos mais prestigiosos prémios concedidos a artistas de rock durante sua vida, e recebeu diversos outros postumamente, incluindo sua confirmação no Hall da Fama do Rock and Roll americano, em 1992, e no Hall da Fama da Música do Reino Unido, em 2005. Uma blue plaque (placa azul) foi erguida, com seu nome, diante de sua antiga residência, na Brook Street, de Londres, em setembro de 1997. Uma estrela na Calçada da Fama de Hollywood (Hollywood Boulevard, 6627) foi dedicada a ele em 1994. Em 2006 o seu álbum de estreia nos Estados Unidos, Are You Experienced, foi inserido no Registro Nacional de Gravações, e a revista Rolling Stone classificou-o como o melhor guitarrista na sua lista de 100 maiores guitarristas de todos os tempos, em 2003. Hendrix também foi a primeira pessoa a fazer parte do Hall da Fama da Música Nativo-Americana.

(...)

Jimi Hendrix morreu em Londres nas primeiras horas de 18 de setembro de 1970, em circunstâncias que nunca foram completamente explicadas. Havia passado parte da noite anterior numa festa, onde a namorada Monika Dannemann o havia buscado, e ambos seguiram para o Hotel Samarkand, no número 22 da Lansdowne Crescent, em Notting Hill. Estimativas indicam que ele teria morrido pouco tempo depois.
Dannemann alegou em seu depoimento original que Hendrix teria tomado (sem que ela soubesse), na noite anterior, nove comprimidos de um remédio para dormir que ela utilizava. De acordo com o médico que o atendeu inicialmente, Hendrix tinha se asfixiado (literalmente afogado) em seu próprio vômito, composto principalmente de vinho tinto. Por anos Dannemann alegou publicamente que Hendrix ainda estava vivo quando o colocaram na ambulância; seus comentários sobre aquela manhã, no entanto, foram frequentemente contraditórios, e variaram de entrevista para entrevista. Declarações de policiais e paramédicos revelam que não havia ninguém além de Hendrix no apartamento, e que não apenas ele estava morto quando chegaram à cena, mas também estava totalmente vestido, e já estava morto há algum tempo.



segunda-feira, setembro 17, 2012

Hoje é dia de recordar um grande Poeta...


Exortação ao meu Anjo


Quando eu me deixar cair
No sonho de adoecer para poder dormir,
Fere-me com a tua lança!
Reaviva em mim a dor, fonte de esperança.

Quando a verdade, que é nua,
Me cegar como um sol, e eu me voltar para onde há lua,
E procurar jardins convencionais e plácidos,
Queima-me com os teus olhos ácidos!

Quando me for mais fácil a verdade do que ter
Um papel de actor qualquer,
Como aos que assim se recreiam,
Faz-me exibir-me bobo ante os que aplaudem ou pateiam.

Quando eu julgar, falando, dizer tudo,
Faz ante de mim sorrir teu lábio mudo!
Quando eu me poupe a falar,
Aperta-me a garganta e obriga-me a gritar!

Quando eu tiver medo do Medo
E acender fósforos nos cantos rumorosos de segredo,
Arrasta-me pelos cabelos
Para entre os pesadelos!

Quando, a meio da noite e da ansiedade,
Eu me rojar por terra e te pedir piedade
Não me apareças nem me fales!
Deixa-me só com o meu cálix.

Quando eu te falsificar,
E alugar anjos de serrim para em seus braços me embalar,
Derrete o chumbo das casas:
Leva-me no tufão das tuas asas!

Quando eu, enfim, não puder mais
Por tuas próprias mãos belíssimas e leais,
E sem caixões nem mortalhas,
Enterra-me na terra das batalhas.

Quando, depois de morto, a glória
Me levantar o seu jazigo e celebrar minha vitória,
Desvenda os alçapões dos meus escritos
E arranca à terra que me esconde os mais secretos dos meus gritos!


in As Encruzilhadas de Deus (1936) - José Régio

Anastacia - 44 anos

Anastacia Lyn Newkirk mais conhecida por Anastacia (Chicago, Illinois, 17 de setembro de 1968) é uma multipremiada cantora e compositora americana.
Anastacia faz muito sucesso na Europa, América Latina, Oceania, Ásia, África do Sul e Austrália, mas não obteve o mesmo sucesso em sua terra natal, os Estados Unidos. Em 2005, foi reconhecida pela venda de 20 milhões de discos em todo o mundo.
É conhecida mundialmente pela sua voz aguda e emotiva, e é famosa pela habilidade de atingir poderosas notas (C3 - C6/D6) numa ótima faixa completa de voz como Soprano Tessitura. Devido à sua pequena estatura (160 cm ou 5'3") ganhou o apelido de "A Pequena Senhora com uma Grande Voz" ("The Little Lady with The Big Voice"). Até meados de 2005, Anastacia era conhecida por usar óculos (geralmente de lentes escuras), tendo nesta altura feito uma cirurgia para corrigir a visão.


Guerra Junqueiro nasceu há 162 anos

Abílio Manuel Guerra Junqueiro (Freixo de Espada à Cinta, 17 de setembro de 1850 - Lisboa, 7 de Julho de 1923) foi bacharel formado em direito pela Universidade de Coimbra, alto funcionário administrativo, político, deputado, jornalista, escritor e poeta. Foi o poeta mais popular da sua época e o mais típico representante da chamada "Escola Nova". Poeta panfletário, a sua poesia ajudou criar o ambiente revolucionário que conduziu à implantação da República.


A minha Filha (vendo-a dormir)

Que alma intacta e delicada!
Que argila pura e mimosa!
É a estrela d’alvorada
Dentro dum botão de rosa!

E, enquanto dormes tranquila,
Vejo o divino esplendor
Da alma a sair da argila,
Da estrela a sair da flor!

Anjos, no azul inocente,
Sobre o teu hálito leve
Desdobram candidamente,
Em pálio, as asas de neve...

E eu, urze má das encostas,
Eu sinto o dever sagrado
De te beijar, - de mãos postas!
De te abençoar, - ajoelhado!

in Poesias Dispersas (1920) - Guerra Junqueiro

Agostinho Neto nasceu há 90 anos

António Agostinho Neto (Catete, Ícolo e Bengo, 17 de setembro de 1922 - Moscovo, 10 de setembro de 1979) foi um médico angolano, formado nas Universidades de Coimbra e de Lisboa, que em 1975 se tornou o primeiro presidente de Angola até 1979. Em 1975-1976 foi-lhe atribuído o "Prémio Lenine da Paz".
Fez parte da geração de estudantes africanos que viria a desempenhar um papel decisivo na independência dos seus países naquela que ficou designada como a Guerra Colonial Portuguesa. Foi preso pela PIDE, a polícia política do regime salazarista então vigente em Portugal, e deportado para o Tarrafal, uma prisão política em Cabo Verde; sendo-lhe depois fixada residência em Portugal, de onde fugiu para o exílio. Aí assumiu a direcção do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), do qual já era presidente honorário desde 1962. Em paralelo, desenvolveu uma actividade literária, escrevendo nomeadamente poemas.
Agostinho Neto dirigiu a partir de Argel e de Brazzaville as actividades políticas e de guerrilha do MPLA durante a Guerra de Independência de Angola, entre 1961 e 1974, e durante o processo de descolonização, 1974/75, que opôs o MPLA aos dois outros movimentos nacionalistas, a FNLA e a UNITA Tendo o MPLA saído deste último processo como vencedor, declarou a independência do país em 11 de novembro de 1975, assumindo as funções de Presidente da República, mantendo as de Presidente do MPLA, e estabelecendo um regime mono-partidário, inspirado no modelo então praticado nos países do Leste europeu.
Durante este período, houve graves conflitos internos no MPLA que puseram em causa a liderança de Agostinho Neto. Entre estes, o mais grave consistiu no surgimento, no início dos anos 1970, de duas tendências opostas à direcção do movimento, a "Revolta Activa" constituída no essencial por elementos intelectuais, e a "Revolta do Leste", formada pelas forças de guerrilha localizadas no Leste de Angola; estas divisões foram superadas num intrincado processo de discussão e negociação que terminou com a reafirmação da autoridade de Agostinho Neto. Já depois da independência, em 1977, houve um levantamento, visando a sua liderança e a linha ideológica por ele defendida; este movimento, oficialmente designado como fracionismo, foi reprimido de forma sangrenta, por suas ordens.
Agostinho Neto, que era casado com a portuguesa Eugénia Neto, morreu num hospital em Moscovo no decorrer de complicações ocorridas durante uma operação a um cancro hepático de que sofria, poucos dias antes de fazer 57 anos de idade. Foi substituído na presidência de Angola e do MPLA por José Eduardo dos Santos.

Mausoléu de Agostinho Neto em Luanda
Ao falecer em Moscovo, a 10 de setembro de 1979, Agostinho Neto deixou atrás de si um país em chamas. Não era só Angola que vivia uma guerra civil. O MPLA também. Na cadeia de São Paulo, em Luanda, e em campos de concentração espalhados por diversos pontos do território angolano, antigos militantes e dirigentes do MPLA, que se haviam oposto à liderança de Agostinho Neto - dos simpatizantes de Nito Alves aos intelectuais da Revolta Activa -, partilhavam celas e desditas com os jovens da Organização Comunista de Angola, OCA, com mercenários portugueses, ingleses e americanos, militares congoleses e sul-africanos, e gente da UNITA e da FNLA.
   
José Eduardo Agualusa no Público (Lisboa) - 26.08.2012


Civilização ocidental

Latas pregadas em paus
fixados na terra
fazem a casa

Os farrapos completam
a paisagem íntima

O sol atravessando as frestas
acorda o seu habitante

Depois as doze horas de trabalho
Escravo

Britar pedra
acarretar pedra
britar pedra
acarretar pedra
ao sol
à chuva
britar pedra
acarretar pedra

A velhice vem cedo

Uma esteira nas noites escuras
basta para ele morrer
grato
e de fome.

Cadeia do Aljube de Lisboa 
Outubro de1960



in
Sagrada Esperança (1974) - Agostinho Neto

José Régio nasceu há 111 anos

(imagem daqui)

José Régio, pseudónimo de José Maria dos Reis Pereira, (Vila do Conde, 17 de setembro de 1901 - Vila do Conde, 22 de dezembro de 1969) foi um escritor português que viveu grande parte da sua vida na cidade de Portalegre (de 1928 a 1967). Foi possivelmente o único escritor em língua portuguesa a dominar com igual mestria todos os géneros literários: poeta, dramaturgo, romancista, novelista, contista, ensaísta, cronista, jornalista, crítico, autor de diário, memorialista, epistológrafo e historiador da literatura, para além de editor e diretor da influente revista literária Presença, desenhador, pintor, e grande colecionador de arte sacra e popular. Foi irmão do poeta, pintor e engenheiro Júlio Maria dos Reis Pereira.


Romance de Vila do Conde

Vila do Conde, espraiada
Entre pinhais, rio e mar...
- Lembra-me Vila do Conde,
Já me ponho a suspirar.

Vento Norte, ai vento norte,
Ventinho da beira-mar,
Vento de Vila do Conde,
Que é a minha terra natal!,
Nenhum remédio me vale
Se me não vens cá buscar,
Vento norte, ai vento norte,
Que em sonhos sinto assoprar...

Bom cheirinho dos pinheiros,
A que não sei outro igual,
Do pinheiral de Mindelo,
Que é um belo pinheiral
Que em Azurara começa
E ao Porto vai acabar...,
Se me não vens cá buscar,
Nenhum remédio me vale!
Nenhum remédio me vale,
Se te não posso cheirar...

Vila do Conde espraiada
Entre pinhais, rio e mar!
- Lembra-me Vila do Conde,
Mais nada posso lembrar.

Bom cheirinho dos pinheiros...,
Sei de um que quase te vale:
É o cheiro da maresia,
- Sargaços, névoas e sal -
A que cheira toda a vila
Nas manhãs de temporal.
Ai mar de Vila do Conde,
Ai mar dos mares, meu mar!,
Se me não vens cá buscar,
Nenhum remédio me vale.
Nenhum remédio me vale,
Nem chega a remediar…

Abria, de manhãzinha,
As vidraças par em par.
Entrava o mar no meu quarto
Só pelo cheiro do ar.
Ia à praia, e via a espuma
Rolando pelo areal,
Espuma verde e amarela
Da noite de temporal!
Empurrada pelo vento,
Que em sonhos ouço ventar,
Ia à praia e via a espuma
Pelo areal a rolar...

Espuma verde e amarela
Das noites de temmporal,
Quem te viu como eu te via,
Se te pudera olvidar!
E ai não me posso curar,
Nenhum remédio me vale,
Se te não tenho nos braços,
Se te não posso beijar…

Vila do Conde espraiada
Entre pinhais, rio e mar!
- Lembra-me Vila do Conde,
Passo a tarde a divagar…

Até Senhora da Guia
Me deixava ir devagar,
Até Senhora da Guia,
Que entra já dentro do mar,
Como uma pomba que as ondas
Receassem de levar;
Talvez como uma gaivota
Colhida num vendaval…
Ou rosa branca, trazida
Quem sabe de que lugar,
Que embaraçando nas pedras,
Ficasse ali, sem murchar,
O pé metido no rio,
A flor já n’água do mar.

Lá de cima do seu monte,
Sobre o fundo do pinhal,
Senhora Sant’Ana, ao longe,
Parece um lenço a acenar.
Convento de Santa Clara,
Que vulto fazes no ar,
Que aos marinheiros no mar
Deitas o «pelo sinal»!
E o sol desmaia na cal
Da capela a branquejar
Da Senhora do Socorro,
Onde sonhei me ir casar…

Da banda de lá do rio,
As gaivotas a voar
Sobre Azurara se esfolham
Como um grande roseiral!

Lembranças da minha terra,
Da minha terra natal,
Nenhum remédio me vale
Se me não vindes buscar!
Nenhum me pode salvar,
Morro em pecado mortal…

Vila do Conde, espraiada
entre pinhais, rio e mar!
- Lembra-me Vila do Conde,
Sinto os olhos a turvar…

Ia até Poça da Barca,
Meu muito amado local,
(E quem diz Poça da Barca
Diz Caxinas, sua igual)
E parava a olhar de longe,
Estátuas de bronze a andar,
As belas gentes do mar…
Parava a olhar o estendal
Das águas a rebrilhar,
E o arco-íris das cores,
Cada qual mais singular,
Que à tarde, pelos céus fora,
Se entornavam devagar…  
Caía a noite, e eu, parado,
Via, subindo no ar,
A lua juncar as ondas
De espadanas de luar…

Duma vez, estava eu triste,
Senti que o Anjo do Mal
Vinha para me tentar!
Caio de bruços na areia,
Ponho as mãos, e, sem rezar,
Aguardo que Deus me valha,
Me não deixe desgraçar…
Foi então que ouvi, distinta,
Distinta!, posso-o jurar,
Posto vagarosa, grave
Do seu repouso eternal,
A voz de Ana, que partira
Lá para melhor Lugar,
Do fundo do seu coval
Cantar-me o velho cantar:
«…Tomou-o um Anjo nos braços,
Não no deixou afogar»…

Nenhum remédio me vale,
Ou sou eu que não sei qual,
Se me não levam depressa
A ver o extenso areal
Onde se davam mistérios,
Que eu sabia decifrar…

Vila do Conde, espraiada
Entre pinhais, rio e mar...
- Lembra-me Vila do Conde,
Não me posso conformar…

Aquela funda toada,
Por toda a vila a toar,
Nas negras noites de inverno
Me vinha à cama acordar.
Vinha do cabo do mundo…?
Vinha do fundo do mar…?
Vinha do céu, ou do inferno?
Vinha de nenhum lugar…?

De olhos abertos no escuro
Me estarrecia a escutar…
E o meu gosto de a sondar
Que bem me fazia, ou mal!

Pela doçura outonal
Das tardinhas de Setembro,
Vai e vem, que bem me lembro!,
Como sabia embalar!
Vinha de longe, de longe,
Soturna e familiar,
Cada vez mais se achegando
Para se logo afastar…
Mas que viria dizer-me,
Que me diria, afinal,
Aquele canto fatal
Das ondas sempre a rolar…?  
Fechava os olhos, sonhava…
Ai! Nem me quero lembrar!

Mas sei de um som quase igual
A que o posso comparar:
O som do vento rolando
Nas copas dum pinheiral…
Pinhal do Corgo, seguido
De outro mais longo pinhal,
E esseoutro seguido de outro
Té onde a vista alcançar,
Como te posso olvidar
Se é na minh’alma, afinal,
Que chora, como num búzio,
Teu canto irmão do do mar…?

Fechava os olhos, sonhava…
Caía num meditar
Que era pairar noutros mundos…
Ai! Nem me quero lembrar!

Não quero, e nada mais lembro,
Nada me pode agradar,
Nada alcança, distrair-me,
Nada me vem consolar,
Nenhum remédio me vale,
Nenhum me pode salvar,
Nenhum mitiga este mal
Que eu gosto de exacerbar,
Morro em pecado mortal,
Sem me poder confessar…,
Se me não levam depressa,
Depressa! estou sem vagar,
A tomar ar! o meu ar
Da minha terra natal.

Vila do Conde, espraiada
Entre pinhais, rio e mar…

in Fado (1941) - José Régio

Estaline acabou os restos da Polónia, como previsto no Pacto Molotov-Ribbentrop, há 73 anos

(imagem daqui)

Estaline atacou a Polónia no dia 17 de setembro de 1939. De 1939 até 1941, os soviéticos deportaram 500.000 polacos (os funcionários públicos, a nobreza polaca, os padres e os camponeses mais ricos) para a Sibéria. Também mataram 30.000 soldados polacos em Katyn, Ostaszkowo e Charkow. Em 1941 a Alemanha atacou os territórios soviéticos.

Os Acordos de Paz de Camp David foram assinados há 34 anos

 Begin, Carter e Sadat em Camp David

Os dois Acordos de Paz de Camp David, negociados na casa de campo do presidente dos EUA em Maryland (chamada Camp David) e assinados na Casa Branca pelo Presidente Anwar Sadat, do Egito, e pelo Primeiro-Ministro Menachem Begin, de Israel, em 17 de setembro de 1978, formam um pactum de contrahendo pelo qual Egito e Israel se comprometiam a negociar em boa fé e a assinar um tratado de paz, conforme os princípios delineados nos Acordos de Paz. O Presidente Jimmy Carter, dos Estados Unidos, foi o patrocinador e anfitrião do encontro, e participou ativamente das negociações.
O Tratado de Paz Israelo-Egípcio foi, de facto, posteriormente celebrado, em 26 de março de 1979, em Washington, DC.
Os dois Acordos de Paz, A Framework for Peace in the Middle East ("um quadro para a paz no Oriente Médio") e A Framework for the Conclusion of a Peace Treaty between Egypt and Israel ("um quadro para a conclusão de um tratado de paz entre Egito e Israel"), contêm disposições sobre como seria encaminhada a questão palestina (os palestinianos reivindicam a formação de um Estado próprio em áreas sobre as quais Israel exerce jurisdição) e sobre como seria negociado o tratado de paz israelo-egípcio (local e data das negociações, reconhecimento mútuo, desocupação da Península do Sinai por Israel, limitações militares na fronteira comum, solução pacífica de controvérsias, extinção de boicotes económicos, direitos de passagem, etc.).
A paz entre os dois países sobreveio após trinta anos de hostilidades, contados desde a fundação do Estado de Israel. Para o Egito, porém, a paz com os israelitas significou o isolamento egípcio da comunidade árabe e muçulmana (inclusive a suspensão do país da Liga Árabe), que perdurou até o fim da década de 1980. Apenas a Jordânia seguiu o exemplo do Egito, celebrando um tratado de paz israelo-jordaniano em 1994. Embora a instabilidade tenha continuado a marcar a Palestina até os dias de hoje, mesmo avanços parciais e incompletos como a paz com a Jordânia e os Acordo de Paz de Oslo não teriam sido possíveis sem o precedente de Camp David, que demonstrou ao mundo que árabes e israelitas eram capazes de dialogar de maneira positiva.

A Batalha de Antietam foi há 150 anos

Vista do campo na Batalha de Antietam durante a Guerra Civil Americana - fotografia de guerra, extraída da Library of Congress' American Memory Collection

A Batalha de Antietam, também conhecida como Batalha de Sharpsburg na Região Sul dos Estados Unidos da América, aconteceu em 17 de setembro de 1862, em Sharpsburg, Maryland. Foi a primeira grande batalha que ocorreu em território da União. A Batalha de Antietam caracteriza-se por ser o dia mais sangrento da história americana, onde mais de 23 mil americanos - incluindo aqueles lutando pelos Estados Confederados da América - perderam a vida. A vitória da batalha por parte da União deu ao então presidente dos Estados Unidos da América, e líder das forças da União, Abraham Lincoln, suficiente confiança para proclamar sua Proclamação de Emancipação, em 1 de janeiro de 1863.


domingo, setembro 16, 2012

Torquemada, O Grande Inquisidor, morreu há 514 anos

Tomás de Torquemada (Valladolid, 1420 - Ávila, 16 de setembro de 1498) ou O Grande Inquisidor foi o inquisidor-geral dos reinos de Castela e Aragão no século XV e confessor da rainha Isabel a Católica. Ele foi descrito pelo cronista espanhol Sebastián de Olmedo como "O martelo dos hereges, a luz de Espanha, o salvador do seu país, a honra do seu fim". Torquemada é conhecido por sua campanha contra os judeus e muçulmanos convertidos da Espanha. O número de autos-de-fé durante o mandato de Torquemada como inquisidor é muito controverso, mas o número mais aceite é normalmente de 2.200 vítimas.


Torquemada

Há sempre um nome triste
Na longa vida de cada nação.
Um nome que resiste
Ao esquecimento,
E que é um sinal de atenção
Ao pensamento
E ao sofrimento...

in Poemas Ibéricos (1965) - Miguel Torga

Charlie Byrd nasceu há 87 anos

Charlie Lee Byrd (September 16, 1925 – December 2, 1999) was an American guitarist. His earliest and strongest musical influence was Django Reinhardt, the gypsy guitarist. Byrd was best known for his association with Brazilian music, especially bossa nova. In 1962, Byrd collaborated with Stan Getz on the album Jazz Samba, a recording which brought bossa nova into the mainstream of North American music.
Byrd played fingerstyle on a classical guitar.

Charlie Byrd was born in Suffolk, Virginia, in 1925 and grew up in the town of Chuckatuck, Virginia. His father, a mandolinist and guitarist, taught him how to play the acoustic steel guitar at age 10. Byrd had three brothers, Oscar, Jack, and Joe, who was a bass player. In 1942 Byrd entered the Virginia Polytechnic Institute and played in the school orchestra. In 1943 he was drafted into the United States Army for World War II, saw combat, then was stationed in Paris in 1945 where he played in an Army Special Services band.
After the war, Byrd returned to the United States and went to New York, where he studied composition and jazz theory at the Harnett National Music School in Manhattan, New York. During this time he began playing a classical guitar. After moving to Washington, D.C. in 1950, he studied classical guitar with Sophocles Papas for several years. In 1954 he became a pupil of the Spanish classical guitarist Andres Segovia and spent time studying in Italy with Segovia.
Byrd's greatest influence was the gypsy guitarist Django Reinhardt, whom he saw perform in Paris.
In 1957 Byrd met double bassist Keter Betts in a Washington, D.C., club called the Vineyard. The two began doing gigs together, and by October they were frequently performing at a club called the Showboat. In 1959 the pair joined Woody Herman's band and toured Europe for 3 weeks as part of a State Department-sponsored "goodwill" tour. The other members of the band were Vince Guaraldi, Bill Harris, Nat Adderley and drummer Jimmy Campbell. Byrd also led his own groups that sometimes featured his brother Joe. Byrd was also active as a teacher in the late 1950s; he trained several guitar students at his home in D.C., each being required to 'audition' for him, before he decided if they had potential enough to warrant his input.
Byrd was first introduced to Brazilian music by his friend radio host Felix Grant who had established contacts in Brazil in the late 1950s and who was well-known there by 1960, due to the efforts of Brazilian radio broadcaster Paulo Santos. Following a spring 1961 diplomatic tour of South America (including Brazil) for the State Department, Byrd returned home and met with Stan Getz at the Showboat Lounge. Byrd invited Getz back to his home to listen to some bossa nova recordings by João Gilberto and Antonio Carlos Jobim that he had brought back. Getz liked what he heard and the two decided they wanted to make an album of the songs. The task of creating an authentic sound, however, proved much more challenging than either had anticipated.
Getz convinced Creed Taylor at Verve Records to produce the album, and Byrd and he assembled a group of musicians they both knew to create the recordings. These early sessions did not turn out to either man's liking, so Byrd gathered a group of musicians that had been to Brazil with him previously and practiced with them in Washington, D.C. until he felt they were ready to record. The group included his brother Gene Byrd, as well as Keter Betts, Bill Reichenbach and Buddy Deppenschmidt. Bill and Buddy were both drummers, and the combination made it easier to achieve authentic samba rhythms. Finally the group was deemed ready and Getz and Taylor arrived in Washington D.C. on February 13, 1962. They recorded in a building adjacent to All Souls Unitarian Church because of the building's excellent acoustics.
The recordings were released in April 1962 as the album Jazz Samba, and by September the recording had entered Billboard's pop album chart. By March of the following year the album had moved all the way to number one, igniting a bossa nova craze in the American jazz community as a result. It should be noted that the term bossa nova did not become used in reference to the music until later. The album remained on the charts for seventy weeks, and Getz soon beat John Coltrane in a Down Beat poll. One of the album's most popular tunes was a Jobim hit, titled "Desafinado".
In 1963 Byrd did a European tour with Les McCann and Zoot Sims, among others. Either in 1964 or 1965 Byrd appeared at the Newport Jazz Festival with Episcopal priest Malcolm Boyd, accompanying prayers from his book Are You Running With Me Jesus? with guitar. In 1967 Byrd brought a lawsuit against Stan Getz and MGM, contending that he was unfairly paid for his contributions to the 1962 album Jazz Samba. The jury agreed with Byrd and awarded him half of all royalties from the album.
His earliest trios included bassist Keeter Betts and drummers Buddy Deppinschmidt and Bertel Knox. In the early 1960s Betts joined Ella Fitzgerald and Byrd's brother Gene H. (Joe) Byrd became bassist for the group. Joe Byrd played with his brother until Charlie Byrd's death in 1999 of cancer. Byrd's trios also included drummers Billy Reichenbach for over ten years, Wayne Phillips for several years and for the last 19 years Chuck Redd.
In 1967, or more likely 1968, his quartet was on a state department tour in Asia, which included Katmandu, Nepal. Upon invitation by the pastor, that stop included him playing both Bach and a spiritual at the worship service of the (International) Protestant Congregation on Sunday morning.
In 1973 Byrd moved to Annapolis, Maryland, and in September of that year he recorded an interesting album with Cal Tjader titled Tambú, the only recording the two would make together. That same year Byrd joined guitarists Herb Ellis and Barney Kessel and formed the Great Guitars group, which also included drummer Johnny Rae. Byrd collaborated with Venezuelan pianist and composer Maestro Aldemaro Romero on the album Onda Nueva/The New Wave.
From 1980 through 1996, he released several of his arrangements to the jazz and classical guitar community through Guitarist's Forum (gfmusic.com) including Charlie Byrd's Christmas Guitar Solos, Mozart: Seven Waltzes For Classical Guitar, and The Charlie Byrd Library featuring the music of George Gershwin and Irving Berlin. He also collaborated with the Annapolis Brass Quintet in the late 1980s, appearing with them in over 50 concerts across the United States and releasing two albums.
A jazz supper club in Georgetown, DC also bore his name, "Charlie's". When he died, he was "at home" in the King of France Tavern of the Maryland Inn.
Upon his death, a scholarship was endowed in his name at the Peabody Conservatory of the Johns Hopkins University.
Byrd played for several years at a jazz club in Silver Spring, Maryland, called The Showboat II which was owned and managed by his manager, Peter Lambros. He was also home-based at the King of France Tavern nightclub at the Maryland Inn in Annapolis from 1973 until his death in 1999. In 1992 the book "Jazz Cooks"—by Bob Young[disambiguation needed] and Al Stankus—was published by Stewart, Tabori & Chang, a compilation of recipes that include a few recipes from Byrd. He also authored the 1973 publication Charlie Byrd's Melodic Method for Guitar.

Byrd was married to Rebecca Byrd, and has two daughters from previous marriages, Carol Rose of Charlotte, NC, and Charlotte Byrd of Crownsville, MD. He loved sailboating, and owned a twenty-six foot boat called "I'm Hip" that he sailed to various parts of the world. Charlie Byrd died of lung cancer on December 2, 1999 at his home in Annapolis, Maryland.





El-Rei D. Pedro V nasceu há 175 anos

D. Pedro V de Portugal (nome completo: Pedro de Alcântara Maria Fernando Miguel Rafael Gonzaga Xavier João António Leopoldo Victor Francisco de Assis Júlio Amélio de Saxe-Coburgo-Gotha e Bragança; 16 de setembro de 1837 - 11 de novembro de 1861), cognominado O Esperançoso, O Bem-Amado ou O Muito Amado, foi Rei de Portugal de 1853 a 1861. Era o filho mais velho da Rainha D. Maria II e do seu consorte D. Fernando II.

Embora muito jovem aquando a sua ascensão ao trono português, com apenas 16 anos, foi considerado por muitos como um monarca exemplar, que reconciliou o povo com a casa real, após o reinado da sua mãe ter sido fruto de uma guerra civil vencida. D. Fernando II, seu pai, desempenhou um papel fundamental no início do seu reinado, tendo exercido o governo da nação na qualidade de regente do Reino, orientando o jovem rei no que diz respeito às grandes obras públicas efectuadas. D. Pedro é frequentemente descrito como um monarca com valores sociais bem presentes, em parte devida à sua educação, que incluiu trabalho junto das comunidades e um vasto conhecimento do continente europeu.
A 16 de setembro de 1855, completando 18 anos, é aclamado rei, presidindo nesse mesmo ano à inauguração do primeiro telégrafo eléctrico no país e, no ano seguinte (28 de outubro), inaugura o caminho de ferro entre Lisboa a Carregado. É também no seu reinado que se iniciam as primeiras viagens regulares de navio, entre Portugal e Angola.
Dedicou-se com afinco ao governo do País, estudando com minúcia as deliberações governamentais propostas. Criou ainda, o Curso Superior de Letras, em 1859, que subsidiou do seu bolso, com um donativo de 91 contos de réis. Nesse mesmo ano é introduzido o sistema métrico em Portugal.
D. Pedro V foi um defensor acérrimo da abolição da escravatura e data do seu reinado um episódio que atesta a convicção do monarca nessa matéria e que simultaneamente demonstra a fragilidade de Portugal perante as grandes potências europeias: junto à costa de Moçambique é apresado um navio negreiro francês, tendo o seu comandante sido preso. O governo de França, não só exigiu a libertação do navio, bem como uma avultada indemnização ao governo português.
Portugal é, por essa altura, flagelado por duas epidemias, uma de cólera, que grassa de 1853 a 1856, e outra de febre amarela, principalmente em 1856/57. Durante esses anos o monarca, em vez de se refugiar, percorria os hospitais e demorava-se à cabeceira dos doentes, o que lhe trouxe muita popularidade.
Em 1858, D. Pedro V casa-se por procuração com a princesa D. Estefânia de Hohenzollern-Sigmaringen, que veio a morrer no ano seguinte, vitíma de difteria.
Sendo a saúde pública uma das suas preocupações, foi juntamente com a sua mulher, a princesa D. Estefânia de Hohenzollern-Sigmaringen, que Pedro fundou hospitais públicos e instituições de caridade. Aliás, cumprindo os desejos por ela manifestados, o monarca, fundou o Hospital de Dona Estefânia, em Lisboa.
Morreu com apenas 24 anos, em 11 de novembro de 1861, que segundo parecer dos médicos, devido a febre tifóide (enquanto o povo suspeitava de envenenamento e por isso viria a amotinar-se). A sua morte provocou uma enorme tristeza em todos os quadrantes da sociedade. Não tendo filhos, foi sucedido pelo irmão, o infante D. Luís, que habitava então no sul de França.
Teve uma notável preparação moral e intelectual. Estudou ciências naturais e filosofia, dominava bem o grego e o latim e chegou a estudar inglês. O seu espírito terá sido influenciado pela convivência que teve com Alexandre Herculano, que foi seu educador.
No dizer dos biógrafos, D. Pedro V: "com um temperamento observador, grave, desde criança [...] mandou pôr à porta do seu palácio uma caixa verde, cuja chave guardava, para que o seu povo pudesse falar-lhe com franqueza, queixar-se [...] O povo começava a amar a bondade e a justiça de um rei tão triste [...]".


(imagem daqui)

B. B. King - 87 anos!

Riley Ben King, mais conhecido como B. B. King, (16 de setembro de 1925, Itta Bena, Mississippi) é um guitarrista de Blues e cantor norteamericano. O "B. B." em seu nome significa Blues Boy, seu pseudónimo como moderador na rádio WDIA. Foi considerado o sexto melhor guitarrista do mundo pela revista norte-americana Rolling Stone.
Começou por tocar, a troco de algumas moedas, na esquina da Igreja com a Second Street e chegou mesmo a tocar em quatro cidades diferentes aos sábados à noite. É um dos mais reconhecidos guitarristas de Blues da actualidade, sendo por vezes referido como o Rei do Blues. É bastante apreciado por seus solos, nos quais, ao contrário de muitos guitarristas, prefere usar poucas notas. Certa vez, B. B. King teria dito: "posso fazer uma nota valer por mil".