Mostrar mensagens com a etiqueta Egipto. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Egipto. Mostrar todas as mensagens

terça-feira, novembro 19, 2024

Ferdinand de Lesseps nasceu há 219 anos

     
Ferdinand Marie, visconde de Lesseps (Versalhes, 19 de novembro de 1805 - La Chesnaye, Guilly, 7 de dezembro de 1894), na maior parte das vezes referido como Ferdinand de Lesseps, foi um diplomata e empresário francês. É conhecido sobretudo por promover a construção dos canais de Suez e do Panamá.

Chamado de Le Grand Français, Ferdinand de Lesseps foi o promotor dos dois projetos de canais mais ambiciosos da sua época - o canal de Suez e o canal do Panamá. Esse último projeto fez os acionistas perderem tanto dinheiro que Lesseps foi condenado a cinco anos de prisão, que ele não cumpriu em razão de seu precário estado de saúde, apesar de o primeiro ter sido concluído em 1869 e ter recebido muita honra e mérito pelo seu feito.

Com efeito, este personagem é um dos muitos visionários daquela época, defendendo a intercomunicação entre os povos, através da abertura de estradas e canais. Este seu raciocínio reduziria as distâncias e aproximaram todas as regiões do mundo, aumentando assim, na sua perspetiva, o avanço industrial.

 
   

 

domingo, novembro 17, 2024

O Canal de Suez foi inaugurado há 161 anos

 

O Canal de Suez é um canal inaugurado em 1869 que liga Porto Said, porto egípcio no Mar Mediterrâneo, a Suez, no Mar Vermelho.
Com a extensão de 195 quilómetros, permite que embarcações naveguem da Europa à Ásia sem terem que contornar a África pelo cabo da Boa Esperança. Antes da sua construção, as mercadorias tinham que ser transportadas por terra entre o Mar Mediterrâneo e o Mar Vermelho ou fazer a rota do Cabo.
    
Ferdinand de Lesseps, construtor do canal
     
O moderno Canal
A companhia Suez de Ferdinand de Lesseps construiu o canal entre 1859 e 1869. No final dos trabalhos, o Egito e a França eram os proprietários do canal.
Estima-se que 1,5 milhão de egípcios tenham participado da construção do canal e que 120.000 morreram, principalmente de cólera.
Em 17 de fevereiro de 1867, o primeiro navio atravessou o canal, mas a inauguração oficial foi a 17 de novembro de 1869. O imperador da França Napoleão III, não estava presente, estando enfermo, sendo representado pela sua esposa, a imperatriz Eugénia, sobrinha do próprio Lesseps. Ao contrário da crença popular, a ópera Aida não foi encomendada ao compositor italiano Verdi para ser apresentada na inauguração, que só foi concluída e apresentada dois anos depois. Também presente, como jornalista convidado, o escritor português Eça de Queiroz, que  escreveu uma reportagem para o Diário de Notícias de Lisboa.
A dívida externa do Egito obrigou o país a vender a sua parte do canal ao Reino Unido, que garantia assim a sua rota para as Índias. Essa compra, conduzida pelo primeiro-ministro Disraeli, foi financiada por um empréstimo do banco Rotschild. As tropas britânicas instalaram-se nas margens do canal para protegê-lo em 1882.
    

segunda-feira, novembro 04, 2024

A escadaria de acesso ao túmulo de Tutankhamon foi descoberta há 102 anos


O túmulo KV62 (acrónimo de "King's Valley #62"), no Vale dos Reis, foi o túmulo usada pelo faraó Tutankhamon e que se tornou famoso por causa da riqueza e conservação dos tesouros encontrados no seu interior. O túmulo foi descoberto em 1922 por Howard Carter sob ruínas de um acampamento de trabalhadores do Período Raméssida. Isto explica o porquê de o túmulo ter escapado de roubos e depredações. Ao ser aberto, ele ainda continha peças de ouro, tecidos, mobília, armas e textos sagrados que revelam muito sobre o Egito de há 3.400 anos atrás. Os itens encontrados no túmulo foram todos levados para o Museu Egípcio do Cairo exceto um dos sarcófagos, que ainda lá permanece. 

  

As decorações das paredes são modestas, em comparação com outros túmulos reais do Vale dos Reis

Em 1907, logo após a descoberta do túmulo de Horemheb, a equipe de Theodore M. Davis descobriu também um pequeno sítio contendo artefactos funerários com o nome de Tutankhamon. Assumindo que aquele era o túmulo completo de Tutankhamon, Davis encerrou a escavação. Os detalhes das duas descobertas estão documentados em uma publicação de Davis de 1912, The Tombs of Harmhabi and Touatânkhamanou
O egiptólogo britânico Howard Carter (patrocinado por Lord Carnarvon) descobriu o túmulo KV62 em 4 de novembro de 1922, próximo da entrada do túmulo de Ramessés VI, fazendo aumentar novamente o interesse mundial pelo Egito Antigo. Carter juntamente com o seu patrocinador, foram os primeiros a entrar no túmulo em 3.000 anos. Depois de muitas semanas de uma cuidadosa escavação, em 16 de fevereiro de 1923, Carter abriu a câmara do sarcófago e foi o primeiro a ver o sarcófago e os vários itens funerários do faraó. 
     

terça-feira, outubro 29, 2024

A Guerra do Suez começou há 68 anos...

   
A Crise do Suez, também conhecida como Guerra do Suez (ou ainda Guerra do Sinai), foi uma crise política que teve início a 29 de outubro de 1956, quando Israel, com o apoio da França e Reino Unido, que utilizavam o canal para ter acesso ao comércio oriental, declarou guerra ao Egito. O presidente do Egito, Gamal Abdel Nasser havia nacionalizado o canal de Suez, cujo controle ainda pertencia à Inglaterra. Como consequência, o porto israelita de Eilat ficaria bloqueado, assim como o acesso de Israel ao mar Vermelho, através do estreito de Tiran, no golfo de Acaba.
Em 1956, o nacionalismo, a guerra fria e o conflito árabe-israelita estiveram reunidos como fatores de um curto e violento conflito nas regiões egípcias do Canal de Suez e da Península do Sinai. O Egito e outras nações árabes tinham obtido há pouco tempo a independência completa dos impérios controlados por potências europeias como Grã-Bretanha e França. Estas nações jovens, com culturas antigas e histórias, esforçaram-se para ganhar suficiência económica e militar e para valer os seus direitos políticos como povos livres. A luta da Guerra Fria entre o Ocidente, na sua maioria democrática e capitalista, contra o Oriente comunista, dominado pela União Soviética tanto ajudou e impediu os objetivos nacionalistas de muitos países africanos e asiáticos. Por exemplo, o Egito procurou ajuda externa na construção do projeto da Barragem de Assuão, que passaria a controlar o selvagem rio Nilo. Os Estados Unidos e a Grã-Bretanha, os principais intervenientes no Ocidente, recusaram-se a ajudar o Egito, por causa de seus laços políticos e militares para a União Soviética. Os soviéticos apressaram-se ansiosamente para ajudar o Egito. Após isso, o Egito passou a ser considerado um amigo dos soviéticos, e uma nação não muito amigável para o Ocidente. Desta forma, a Guerra Fria afetou a jovem nação do Egito e suas relações com o resto do mundo. O conflito árabe-israelita começou em 1948 e levou Egito e Israel a serem inimigos até 1979. A segunda guerra entre esses vizinhos do Oriente Médio teve lugar em 1956.
Como parte da agenda nacionalista, o presidente egípcio Nasser tomou o controle do Canal de Suez tomando-o das empresas britânicas e francesas, que o possuíam. Ao mesmo tempo, como parte de sua luta permanente com Israel, forças egípcias bloquearam o Estreito de Tiran, a hidrovia estreita que é a única saída de Israel para o Mar Vermelho. Israel e Egito enfrentaram-se várias vezes desde a guerra de 1948, tendo o Egito permitido e incentivado grupos de combatentes palestinianos para atacar Israel a partir de território egípcio. Em resposta, as forças israelitas constantemente atacavam a fronteira, em retaliação. Grã-Bretanha e França, ambos em processo de perder os seus seculares impérios, decidiram, numa estratégia conjunta, a ocupação do Canal de Suez. Isto teve como objetivo reafirmar o controle dessa hidrovia vital para as empresas britânicas e francesas, expulsas pela nacionalização realizada por Nasser. Por sugestão da França, o planeamento foi coordenado com Israel, um facto que as três nações negaram anos depois.
Em 29 de outubro de 1956, tropas israelitas invadiram a Península do Sinai e rapidamente superou a oposição das tropas egípcias. No dia seguinte, a Grã-Bretanha e França, ofereceram-se para ocupar temporariamente a Zona do Canal e sugeriu uma zona de 10 milhas em cada lado que iria separar as forças egípcias dos israelitas. Nasser, é claro, recusou, e em 31 de outubro, o Egito foi atacado e invadido por forças militares da Grã-Bretanha e França. Em resposta a estes desenvolvimentos, a União Soviética, que na época estava a impiedosamente suprimir uma revolta anti-comunista na Hungria, ameaçou intervir, em nome do Egito. O presidente Eisenhower dos Estados Unidos pressionou a Grã-Bretanha, França e Israel a concordar com um cessar-fogo e eventual retirada do Egito. Os Estados Unidos, apanhados de surpresa pelas duas invasões, estava mais preocupado com a guerra soviética na Hungria e na Guerra Fria do que com a Grã-Bretanha e da França na Guerra do Suez. A última coisa que o presidente Eisenhower queria era uma guerra mais ampla sobre Suez. A guerra em si durou apenas uma semana, e as forças invasoras foram retiradas num mês, sob a supervisão das tropas das Nações Unidas. Como resultado, o Egito alinhou-se firmemente com a União Soviética, que armou o Egito e outras nações árabes para a luta contínua contra Israel.
  
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/96/1956_Suez_war_-_conquest_of_Sinai.jpg
        
    
in Wikipédia

domingo, outubro 06, 2024

A Guerra do Yom Kippur começou há 51 anos

Mapa descritivo dos conflitos Árabe-Israelitas
   
A Guerra do Yom Kippur, também conhecida como Guerra Árabe-Israelita de 1973, Guerra de Outubro, Guerra do Ramadão ou ainda Quarta Guerra Árabe-Israelita, foi um conflito militar ocorrido entre 6 e 26 de outubro de 1973, entre uma coligação de estados árabes, liderados por Egipto e Síria, contra Israel. O episódio começou com um contra-ataque inesperado do Egipto e Síria. Coincidindo com o dia do feriado judaico do Yom Kippur, Egipto e Síria cruzaram as linhas de cessar-fogo no Sinai e nos Montes Golã, respetivamente, que tinham sido ocupadas, por Israel, já em 1967, durante a Guerra dos Seis Dias.
Inversamente ao fator surpresa, usado pelos israelitas na guerra dos seis dias, durante os primeiros dias, egípcios e sírios avançaram recuperando partes dos seus territórios. O cenário começou a  inverter-se para o lado de Israel na segunda semana de luta, pois Israel fez com que os sírios retrocederem nos Montes Golã, enquanto o Egito manteve a sua posição no Sinai, fechando a comunicação entre a linha Bar-Lev e Israel, porém este também sem comunicação com o Egito.
Ao sul do Sinai, os israelitas encontraram uma "brecha" entre os exércitos egípcios e conseguiram cruzar para o lado oeste do canal de Suez no local onde a a grande muralha Bar-Lev não havia sido tomada, e ameaçaram a cidade egípcia de Ismaília.
Este desenvolvimento levou as duas superpotências da época, os EUA, a defender os interesses de Israel, e a URSS, dos países árabes, a uma tensão diplomática. Mas um cessar-fogo das Nações Unidas entrou em vigor em 25 de outubro de 1973.
No término das hostilidades, as forças israelitas, já recuperadas das baixas iniciais e com um esmagador poderio militar, tinham entrado profundamente no território dos países árabes e encontravam-se a 40 km de Damasco, capital da Síria, a qual foi intensamente bombardeada, e 101 km do Cairo, capital egípcia.
   
Resumo
O Presidente Gamal Abdel Nasser do Egito, morreu em setembro de 1970. Sucedeu-lhe o vice-presidente Anwar Sadat, considerado mais moderado e pragmático que Nasser. Como meta do seu governo, resolve neutralizar a política expansionista do Estado de Israel e ao mesmo tempo assegurar a sua posição de liderança no mundo árabe. Decide, então, retomar a península do Sinai. O plano para um ataque a Israel sem aviso, em conjunto com a Síria, recebeu o nome de código Operação Badr (palavra árabe que significa "lua cheia"), sugerindo usar a maré cheia (fenómeno da atração gravitacional exercido entre a lua e a terra) para transpor os obstáculos bélicos instalados por israelitas ao longo do canal de Suez.
Para tanto, os egípcios, recorrem a utilização possantes bombas de sucção e usam as águas do canal como agente de erosão hídrica, destruindo as fundações da (até então) intransponível e elaborada barreira, de 50 metros de altura, construída pelos israelitas com a areia do deserto para guarnecer toda a margem ao norte do canal de Suez contra os exércitos árabes.
Com o corte, feito à custa de jatos de água, os soldados egípcios, em questões de horas, puderam abrir diversas passagens ao longo dos 160 quilómetros das fortificações integrantes da linha Bar-Lev, alcançando o lado desprotegido das casamatas israelitas e, consequentemente, obrigando os israelitas a render-se.
Enquanto o Egito atacava as posições israelitas desprotegidas na Península do Sinai, as forças sírias atacaram os baluartes dos Montes Golã. Nessa investida, graves perdas foram infligidas ao exército israelita. Contudo, após três semanas de luta, as Forças de Defesa de Israel (FDI) obrigaram as tropas árabes a retroceder, e as fronteiras iniciais reconfiguraram-se.
    
Batalhas navais
A Batalha de Latakia entre os sírios e os israelitas aconteceu a 7 de outubro, segundo dia do conflito. Com uma nítida vitória israelita, que demonstrou a eficácia dos barcos militares equipados com sistema de autodefesa ECM. A marinha israelita também demonstrou a sua superioridade naval no Mediterrâneo com uma segunda vitória em 9 de outubro, na Batalha de Baltim, afundando três barcos da marinha egípcia. As batalhas de Latakia e Baltim "mudaram favoravelmente a situação para Israel".
Cinco noites depois da Batalha de Baltim, cinco barcos da marinha israelita entraram no porto egípcio de Ras Ghareb, onde mais de cinquenta pequenas embarcações do Egito estavam ancoradas, incluindo barcos de pesca armados e carregados com tropas e munições. Na batalha que se seguiu 19 destes foram afundados.
Quando terminou o conflito, pode-se dizer que o balanço foi muito positivo para Israel.
      
Consequências
A guerra teve implicações profundas para muitas nações. O mundo árabe, que havia sido humilhado pela derrota desproporcional da aliança egípcio-sírio-jordana, durante a Guerra dos Seis Dias, sentiu-se psicologicamente vingado pelos seus momentos de vitórias no início do conflito, apesar do resultado final. Esse sentimento de vingança pavimentou o caminho para o processo de paz que se seguiu, assim como liberalizações como a política de infitah do Egito. Os Acordos de Camp David (1978), que vieram pouco depois, levaram a relações normalizadas entre Egito e Israel - a primeira vez que um país árabe reconheceu o estado israelita. O Egito, que já vinha se afastando da União Soviética, então deixou a esfera de influência soviética completamente.
Uma das consequências desta guerra foi a crise do petróleo, já que os estados árabes, membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) boicotaram os Estados Unidos e os países europeus que apoiavam a sobrevivência de Israel. Se a curto prazo a medida agravou a crise económica mundial, a longo prazo a comunidade internacional aprendeu a usar fontes alternativas de energia, e inclusive algumas áreas do planeta começaram a descobrir que também possuíam petróleo, como foi o caso da região do Mar do Norte, na Europa, do Alasca, nos Estados Unidos, da Venezuela, do México, da África do Sul, da União Soviética e, também, no Brasil.
     
Forças do Egito cruzando o Canal de Suez, a 7 de outubro de 1973
         

Sadat foi assassinado há quarenta e três anos...

        
Muhammad Anwar Al Sadat (Mit Abu al-Kum, Monufia, 25 de dezembro de 1918 - Cairo, 6 de outubro de 1981) foi um militar e político egípcio, presidente do seu país de 1970 a 1981. Recebeu o Prémio Nobel da Paz em 1978.
       
(...)
      
Num esforço para acelerar um acordo no Oriente Médio, visitou Israel, em 1977, facto que marcou o primeiro reconhecimento daquele país por um país árabe, tendo tido fortes condenações de todo o mundo árabe. Encontrou-se novamente com o primeiro-ministro israelita Menachem Begin em Camp David, Maryland, Estados Unidos (1978), sob a chancela do então presidente americano Jimmy Carter e assinou um tratado de paz com Israel em 1979, em Washington, DC
    
     
(...)
     
A 6 de outubro de 1981, Sadat foi assassinado, durante uma parada militar no Cairo, por membros da Jihad Islâmica Egípcia infiltrados no exército e que eram parte da organização egípcia que se opunha ao acordo de paz com Israel e à entrega da Faixa de Gaza a Israel. Sucedeu-lhe o seu vice-presidente, Hosni Mubarak. Encontra-se sepultado no Monumento ao Soldado Desconhecido, no Cairo, Egito.
   

terça-feira, setembro 17, 2024

Os Acordos de Paz de Camp David foram assinados há 46 anos...

 Begin, Carter e Sadat em Camp David
          

Os dois Acordos de Paz de Camp David, foram dois acordos políticos, assinados pelo presidente egípcio Anwar Sadat e pelo primeiro-ministro israelita Menachem Begin, em 17 de setembro de 1978, após doze dias de negociações secretas, em Camp David, o retiro do Presidente dos Estados Unidos em Maryland. Os dois acordos-quadro foram assinados na Casa Branca e testemunhados pelo presidente Jimmy Carter. O segundo dessas acordos (Uma Estrutura para a Conclusão de um Tratado de Paz entre o Egito e Israel) levou diretamente ao tratado de paz Egito-Israel de 1979. Devido ao acordo, Sadat e Begin receberam o Prémio Nobel da Paz de 1978, compartilhado. O primeiro acordo (Um Marco para a Paz no Oriente Médio), que tratava dos territórios palestinianos, foi escrito sem a participação dos palestinianos e foi condenado pelas Nações Unidas

 

sábado, julho 27, 2024

A Primeira Batalha de El Alamein terminou, com a vitória dos aliados, há 82 anos


A Primeira Batalha de El Alamein foi travada pelas forças da Alemanha nazi, comandadas pelo general Erwin Rommel, e pelas forças inglesas, comandadas por Claude Auchinleck, durante a Segunda Guerra Mundial, entre 1 de julho de 1942 e 27 de julho de 1942. Essa foi a primeira importante vitória aliada na África.

 

domingo, julho 21, 2024

A Barragem de Assuão faz hoje 54 anos

Vista geral da barragem dita Assuão Alta

A Represa Alta de Assuão ou Assuão Alta é uma barragem egípcia localizada no rio Nilo, próxima da cidade de Assuão.
  
Construção
A mais antiga tentativa registada de construir uma represa próxima de Assuão remonta ao século XI, quando o polímata e engenheiro Alhazen foi convocado ao Egito pelo califa fatímida Aláqueme Biamir Alá, para controlar a inundação do Nilo. Para concluir esta tarefa, seria necessário construir uma represa em Assuão. O seu trabalho de campo o convenceu de que o projeto era impraticável.
Os britânicos começaram a planear a construção da primeira represa em 1899 e terminaram em 1902. Ela possuía 54 metros de altura e 1.900 metros de extensão, logo este tamanho se mostrou inadequado por isso a barragem foi ampliada em duas novas etapas, a primeira entre 1907 e 1912 e depois entre 1929 e 1933. Em 1946, a represa quase se rompeu, e percebeu-se que seria necessário construir uma segunda represa. Ela seria construída a aproximadamente 6 quilómetros acima da atual. Os planos para a construção começaram a ser realizados em 1952, logo após a revolução de Nasser, e os Estados Unidos e o Reino Unido ajudariam a financiar a construção com um empréstimo de USD $ 270 milhões de dólares. Em julho de 1956, no entanto, o acordo foi cancelado. Para concluir a construção da represa, Nasser nacionalizou o canal de Suez, pretendendo utilizar a renda proveniente para o intento. Isto fez com que Reino Unido, França e Israel atacassem o Egito, ocupando o Canal de Suez, começando a Guerra de Suez. As Nações Unidas, os Estados Unidos e a URSS forçaram os invasores a devolver o canal a Nasser. Em 1958, a URSS ajudou a construção da represa, com um terço dos recursos financeiros necessários, máquinas e técnicos especializados.
   
(...)
  
A construção começou em 1960, com o primeiro estágio concluído em 1964, tendo sido concluída em 21 de julho de 1970.  

Monumento celebrando a conclusão das obras
      

sábado, junho 15, 2024

Demis Roussos nasceu há 78 anos...

   

Demis Roussos, nome artístico de Artemios Ventouris Roussos, (Alexandria, 15 de junho de 1946 - Atenas, 25 de janeiro de 2015) foi um cantor grego, nascido no Egipto. Artemios acabou sendo abreviado para Demis.
  
(...)
  
Roussos faleceu no dia 25 de janeiro de 2015, após permanecer um longo período internado num hospital de Atenas. A filha Emily (do primeiro casamento) anuncia que o pai morreu de um cancro fulminante no estômago.
     

 


segunda-feira, junho 10, 2024

A Guerra dos Seis Dias terminou há 57 anos...

Os movimentos militares de Israel durante a guerra e, em azul ardósia claro, os territórios anexados

 

A Guerra dos Seis Dias foi um conflito armado que opôs Israel a uma coligação de países árabes - Egito, Jordânia e Síria, apoiados pelo Iraque, Kuwait, Arábia Saudita, Argélia e Sudão. O crescimento da tensão entre os países árabes e Israel, em meados de 1967, levou ambos os lados a mobilizarem as suas tropas. O conflito de facto iniciou-se quando a força aérea israelita lançou uma grande ofensiva contra as bases da força aérea egípcia no Sinai. Israel alegou que o Egito preparava-se para fazer guerra contra si e que o ataque era uma ação preventiva. Se os países árabes realmente estavam se mobilizando para avançar contra os israelitas ou se a sua preparação era meras medidas defensivas, ainda é assunto de debates e controvérsia até aos nossos dias.

 

quarta-feira, junho 05, 2024

A Guerra dos Seis Dias começou há 57 anos

Esquema da conquista da península do Sinai durante a Guerra dos Seis Dias
       
A Guerra dos Seis Dias foi um conflito armado que opôs Israel a uma frente de países árabes - Egito, Jordânia e Síria, apoiados pelo Iraque, Kuwait, Arábia Saudita, Argélia e Sudão.
O crescimento das tensões entre os países árabes e Israel, em meados de 1967, levou ambos os lados a mobilizarem as suas tropas. A Força Aérea Israelita lançou um ataque preventivo e arrasador à força aérea egípcia. Segundo Menahem Begin, "em junho de 1967, tivemos novamente uma alternativa. As concentrações do exército egípcio nas proximidades do Sinai não provam que Nasser estivesse realmente a ponto de atacar-nos. Temos que ser honestos. Nós decidimos atacá-lo." Yitzhak Rabin, chefe do Estado Maior de Israel em 1967, declarou: "Não penso que Nasser buscava uma guerra. As duas divisões que enviou ao Sinai não seriam suficientes para lançar uma guerra ofensiva. Ele sabia e nós o sabíamos."
O plano traçado pelo Estado-Maior de Israel, chefiado pelo general Moshe Dayan (1915-1981), começou a ser posto em prática às 07.45 horas da manhã do dia 5 de junho de 1967, quando caças israelitas atacaram nove aeroportos militares, aniquilando a força aérea egípcia antes que esta saísse do chão e causando danos às pistas de aterragem, inclusive com bombas de efeito retardado para dificultar as reparações. Ao mesmo tempo, forças blindadas de Israel investiam contra a Faixa de Gaza, o sul da Síria, os Montes Golã e o norte do Sinai. A Jordânia abriu fogo em Jerusalém, e a Síria interveio no conflito depois de ser atacada.
No terceiro dia de luta, todo o Sinai já estava sob o controle de Israel. Nas 72 horas seguintes, Israel impôs sua superioridade militar, ocupando também a Cisjordânia, o sector oriental de Jerusalém e os Montes Golã, na Síria.
Como resultado da guerra, aumentou o número de refugiados palestinos na Jordânia e no Egito. Síria e Egito estreitaram ainda mais as relações com a URSS, aproveitando também para renovarem seu arsenal de blindados e aviões, além de conseguirem a instalação de novos mísseis, mais perto do Canal de Suez.
   
Situação geoestratégica prévia
Nos anos seguintes à crise de Suez, a tensão entre árabes e israelitas havia aumentado perigosamente. Contribuíram para isso vários fatores, entre os quais:
1. A instalação de governos nacionalistas em países árabes (Síria e Iraque), em substituição à dominação colonial europeia. Era uma época em que o pan-arabismo (união de todos os países árabes) estava em ascensão. O Egito e a Síria uniram-se na República Árabe Unida (R.A.U.), e o presidente egípcio Gamal Abdel Nasser tentava usar a luta comum contra Israel como um fator de aglutinação dos povos árabes sob o seu comando.
2. A formação de movimentos de resistência palestinianos como a Organização de Libertação da Palestina (OLP), chefiada por Ahmed Shukairi e posteriormente por Yasser Arafat, que passaram a atuar de forma cada vez mais agressiva contra o estado judeu. A contínua repetição de episódios de confronto, principalmente ao longo da fronteira de Israel com seus vizinhos, criaram uma situação de atrito constante.
3. A Faixa de Gaza era administrada pelo Egito (R.A.U.), e a Cisjordânia era parte do território do Reino Hachemita da Jordânia, cujos governos faziam vistas grossas às ações de guerrilha da OLP e grupos menores. O Egito formalizou pactos militares de defesa mútua com a Síria, a Jordânia e o Iraque. Egito e Síria estabelecem, em 1966, um Pacto de Defesa - uma aliança militar que os comprometia reciprocamente em caso de guerra que implicasse um dos dois países.
4. Em 18 de maio de 1967, o presidente egípcio Nasser exigiu do secretário-geral das Nações Unidas, o birmanês U Thant, a retirada das Forças de Paz da ONU que faziam a separação entre os israelitas e egípcios na fronteira. O secretário-geral aceitou as exigências e determinou a retirada dos "capacetes azuis", o que possibilitou a concentração de tropas egípcias frente às tropas israelitas na fronteira.
5. Na sequência, em 22 de maio, Nasser ordenou o encerramento do Estreito de Tiran para os navios israelitas e para todos os que tivessem Israel como destino ou origem, interrompendo o fluxo comercial de Israel pelo Mar Vermelho em uma estratégia de asfixia económica.
O primeiro passo para o desencadear da guerra deu-se em 7 de abril de 1967, quando Israel lançou um ataque contra posições da artilharia árabe e bases de resistência nos Montes Golã. Durante a operação seis aviões sírios Mig foram abatidos pelos caças Mirage de Israel, que voavam baixo sobre a capital da Síria, Damasco. Esta provocação inflamou as tensões entre árabes e israelitas.
A União Soviética teria passado, através dos seus serviços secretos, informações ao governo sírio, que alertariam para um ataque em massa do exército de Israel. Embora não existam provas absolutas dessa colaboração russa, tais informações teriam ajudado a empurrar tanto a Síria quanto o Egipto para a guerra.
Contudo, o Presidente do Egito, Gamal Abdel Nasser não foi perspicaz sobre uma guerra com Israel e tomou decisões que levavam a uma guerra fechada - um bloqueio para prevenir um provável ataque israelita.
Em maio de 1967, exércitos árabes começaram a juntar forças ao longo das fronteiras de Israel. Ao mesmo tempo Nasser ordenou um bloqueio no Golfo de Aqaba. Enviou tropas para o Deserto do Sinai e pediu aos Capacetes Azuis da ONU para partirem.
Em resposta a esta ação e ao apoio soviético, o exército israelita foi mobilizado. Egito, Síria e Jordânia declararam estado de emergência. Em 22 de maio Nasser fechou o estreito de Tiran aos barcos de Israel, isolando a cidade portuária de Eilat. Três dias mais tarde o exército do Egito moveu-se para junto das fronteiras com Israel. Em 30 de maio, a Jordânia juntou-se ao Pacto Egito-Síria, formando o Pacto de Defesa Árabe. Durante este período, a imprensa árabe teve um papel vital para a abertura das hostilidades. Jornais e rádios passavam constantemente propaganda contra Israel.
Em 4 de junho de 1967, Israel estava cercado por forças árabes que eram muito mais numerosas do que as suas e seu plano de invasão parecia condenado ao fracasso, até o Mossad pensar numa solução, a guerra era iminente.
   
Militares israelitas ao lado de uma aeronave árabe destruída, 1967
    
Os seis dias de guerra
Diante da ação árabe iminente, antes da invasão começar, o governo e os líderes militares de Israel implementaram uma estratégia para furar o bloqueio militar imposto pelos árabes. Logo depois das 08.45 horas do dia 5 de junho lançaram um ataque aéreo contra as forças árabes. Este ataque aéreo, com o nome de código 'Moked', foi desenhado para destruir a Força Aérea do Egito enquanto estava no solo. Em três horas, a maioria dos aviões e bases estava destruída. Os caças israelitas operavam continuamente apenas voltando para se reabastecer de combustível e armamento em apenas sete minutos. Neste primeiro dia, os árabes perderam mais de 400 aviões; Israel perdeu 20. Esses ataques aéreos deram a Israel a hipótese de destroçar de forma desigual as forças de defesa árabes. A ideia inicial era somente deixar inoperante a base aérea egípcia, inviabilizando qualquer descolagem de aviões militares, onde obtiveram êxito.
De seguida, as forças terrestres de Israel deslocaram-se para a Península do Sinai e Faixa de Gaza onde cercaram as unidades egípcias.
A guerra não era longe da frente leste de Israel. O primeiro-ministro de Israel, Levi Eshkol, enviou uma mensagem ao rei Hussein da Jordânia: "Não empreenderemos ações contra a Jordânia, a menos que seu país nos ataque". Mas na manhã do 2º dia, Nasser telefonou a Hussein, encorajando-o a lutar. Ele disse a Hussein que o Egito tinha saído vitorioso no combate da manhã - um engano de Nasser que provocou uma derrota esmagadora da Jordânia, mas que conseguiu impedir que Israel tomasse Amã.
No mesmo dia, às 11.00 horas, tropas da Jordânia atacaram Israel a partir de Jerusalém, com morteiros e artilharia. Com o controle total dos céus, as forças israelitas em terra estavam livres para invadir o Egito e a Jordânia. Por causa disto, os reforços árabes que foram enviados tiveram sérios contratempos, o que permitiu que os israelitas tomassem grande parte da cidade dos jordanos em apenas 24 horas.
No terceiro dia da guerra, 7 de junho, as forças jordanas foram empurradas para a Cisjordânia, atravessando o rio Jordão. Israel tinha anexada toda a Cisjordânia e Jerusalém, entrando e reunificando a cidade.
A ONU, sob pressão americana, inicia apelo e negociações com os países árabes envolvidos já prevendo um super re-armamento desses países pelos soviéticos, face as perdas havidas, além da possível entrada de mais países muçulmanos nessa guerra, podendo a situação ficar desproporcional e incontrolável. Felizmente conseguiu-se de inicio um acordo de cessar-fogo entre Israel e a Jordânia que entra em vigor nessa tarde. Após o cessar-fogo, o grande contingente de tropas e tanques de Israel foi dirigido contra as forças do Egito no Deserto do Sinai e Faixa de Gaza. As Forças de Defesa de Israel atacaram com três divisões de tanques, páraquedistas e infantaria.
Conscientes de que a guerra somente poderia durar poucos dias face aos apelos da ONU, onde era essencial uma vitória rápida e domínio de territórios limítrofes, apesar de poder haver uma reação, os israelitas concentraram todo o seu poder através das linhas egípcias no Deserto do Sinai.
Em 8 de junho, os israelitas começam o seu ataque no Deserto do Sinai e, sob a liderança do General Ariel Sharon, empurraram os egípcios para o Canal do Suez. No final do dia, as Tzahal alcançaram o canal e a sua artilharia continuou a batalha ao longo da linha de frente, enquanto a força aérea atacava as forças egípcias, que, em retirada, tentavam recuar utilizando as poucas estradas não controladas. No final do dia os israelitas controlavam toda a Península do Sinai e em seguida o Egito, por intervenção da ONU, aceitou um cessar-fogo com Israel.
Às primeiras horas do mesmo dia 8 de junho, Israel bombardeou acidentalmente o navio de guerra americano USS Liberty, ao largo da costa de Israel, que havia sido confundido com um barco de tropas árabes. 34 americanos morreram. Isso obrigou Israel a anteceder a sua aceitação dos acordos de cessar fogo pela ONU que resultaria em poucos dias.
Com o Sinai sob controle, Israel começa o assalto às posições sírias nos Montes Golã, no dia 9 de junho. Foi uma ofensiva difícil devido às bem entrincheiradas forças sírias e ao terreno acidentado. Israel envia uma brigada blindada para as linhas da frente, enquanto a infantaria atacava as posições sírias, e ganha o controle das colinas, hoje divididas com tropas sírias e da ONU.
Às 18.30 horas do dia 10 de junho, a Síria retirou-se da ofensiva face ao apelo da ONU e foi assinado o armistício, apesar dos soviéticos iniciarem um re-armamento ao estado sírio.
Era o fim da guerra nos campos de batalha e início da guerra burocrática nas dependências da ONU, como tais países o assinaram. Mas alguns resultados se estenderam por anos posteriores.
   

Os movimentos militares de Israel durante a guerra e, em azul claro, os territórios anexados como consequência do conflito
   
Consequências
A Guerra dos Seis Dias foi uma derrota para os Estados Árabes, que perderam mais de metade do seu equipamento militar. A Força Aérea da Jordânia foi completamente destruída. Os árabes sofreram 18.000 baixas, enquanto do lado de Israel houve 766.
No dia seguinte à conquista da Península do Sinai, o Presidente Nasser do Egipto resignou do cargo, por causa da derrota (embora depois voltasse atrás na sua decisão). Contudo, esta derrota não mudou a atitude dos Estados Árabes em relação a Israel. Em agosto de 1967, líderes árabes reuniram-se em Cartum e anunciaram uma mensagem de compromisso para o mundo: não às negociações diplomáticas e reconhecimento do Estado de Israel, que lhes havia causado um grande prejuízo. Tal guerra amplificou muito a aversão do mundo islâmico relativamente ao estado israelita, até em países que nunca tiveram atrito com ele, que acabaram por cortar relações em definitivo com este, como praticamente todos os países árabes (tal como Irão e Iraque), além do uso da religião islâmica na luta contra Israel.
Quanto a Israel, teve resultados consideráveis como consequência da guerra. As fronteiras sob controle eram agora maiores e incluíam os Montes Golã (com controle dividido com os sírios), a Cisjordânia ("Margem Ocidental") e a Península do Sinai com controle dividido com os egípcios. O controle de Jerusalém foi de considerável importância para o povo judeu, por causa do valor histórico e religioso, já que a cidade foi judaica até há quase 2000 anos atrás, quando os romanos expulsaram os judeus. Depois, com o passar dos séculos, Jerusalém esteve quase sempre sob o controle de grandes Impérios, como o Bizantino, o Otomano e o Britânico, sendo que, apenas após a guerra, voltaria totalmente ao controle de um estado judeu.
Por causa da guerra iniciou-se a fuga dos palestinianos das suas casas. Como resultado, aumentou o número de refugiados na Jordânia, EAU e demais países fronteiriços, principalmente o Líbano. O conflito criou 350.000 refugiados, que foram rejeitados por alguns estados árabes vizinhos. Tais refugiados tem constantemente atacado isoladamente e de forma localizada o estado de Israel, desde a Cisjordânia, Faixa de Gaza e ate do sul do Líbano.
          

sexta-feira, maio 03, 2024

Dalida desistiu há trinta e sete anos...


Dalida
, nascida Iolanda Cristina Gigliotti (Cairo, 17 de janeiro de 1933 - Paris, 3 de maio de 1987), foi uma famosa cantora, dançarina, modelo e atriz ítalo-egípcia, mais tarde naturalizada francesa. Dalida foi eleita Miss Egito (ainda como Iolanda Gigliotti) em 1954, aos 21 anos de idade, e, após aparecer nalguns filmes no Egito (creditada como Dalila), mudou-se para a França, onde deu início à sua respeitável carreira musical. Ela vendeu mais de 170 milhões de cópias, recebeu 55 discos de ouro e foi a primeira cantora a receber um Disco de Diamante, tornando-se conhecida como uma das mais notáveis artistas poliglotas a gravar no século XX.
Dalida gravou canções em 10 idiomas: francês, italiano, alemão, espanhol, inglês, árabe, japonês, holandês, hebraico e grego. O seu idioma materno era o italiano, apesar de ter aprendido o árabe egípcio e também o francês enquanto crescia no Cairo. Ela aprimoraria o seu francês na fase adulta, após se estabelecer em Paris em 1954, tornando-se em seguida fluente em inglês e aprendendo também conversações básicas em alemão e espanhol, além de possuir certa facilidade em cumprimentar seus fãs do Japão utilizando japonês básico.
Quatro discos de Dalida em inglês (Alabama Song, Money Money, Let Me Dance Tonight, e Kalimba de Luna) obtiveram bastante sucesso, principalmente na França e Alemanha, sem mesmo terem sido lançadas nos mercados dos Estados Unidos e Reino Unido. Ela juntou ao longo de sua carreira mais de 19 músicas de sucesso atribuídas ao seu nome, além de possuir uma longa lista de sucessos nas paradas Top 10 e Top 20 em francês, italiano, alemão, espanhol e árabe. Ao longo de sua carreira, o seu sucesso de vendas de compactos e discos foi ininterrupto, perdurando por mais de 30 anos na França, Itália, Alemanha, Bélgica, Espanha, Holanda, Luxemburgo, Suíça, Áustria, Egito, Jordânia, Líbano, Grécia, Canadá, Rússia, Japão e Israel. A sua morte em 1987, aos 54 anos, fez com que a ela fosse atribuída uma imagem icónica de diva trágica, em conjunto com a imagem de cantora de renome que já tinha consolidado. Dalida foi postumamente homenageada pelo "International Star Registry" (EUA), com a emissão de um diploma, concedido um ano após sua morte.
  
(...)
  
Após 31 anos de sucesso ininterrupto, Dalida tinha uma incrível habilidade de transmitir alegria e otimismo, apesar de estar tão ferida sentimentalmente. Dalida teve na sua vida três homens suicidas  e sentia-se cada vez mais sozinha e pesarosa por passar a sua vida inteira dedicada à sua carreira e a homens que ela acreditava serem o ideal a cada relacionamento, além do facto de não ter podido ser mãe. Os passar dos anos começaram a pesar-lhe. Talvez a canção dela que mais justifique o seu sofrimento seja "Je suis malade".
Após anos de buscas através da filosofia, religião e misticismo a fim de preencher o vazio que a colocara em profunda solidão, em virtude de abandonos afetivos e juras não cumpridas, Dalida suicidou-se, aos 54 anos de idade, no dia 3 de maio de 1987, ingerindo elevada dose de barbitúricos, por achar que já tinha dado tudo de si e que nada mais seria novidade para uma profissional que trabalhava incessantemente. Ela deixou duas cartas: uma ao seu irmão Orlando e outra ao seu companheiro François Naudy, além de uma nota de suicídio aos seus fãs com a frase: “Pardonnez-moi, la vie m'est insupportable” (Perdoem-me, a minha vida tornou-se insuportável).
  

 


quinta-feira, abril 25, 2024

Hoje é dia de São Marcos - o evangelista morreu há 1956 anos

São Marcos Evangelista - Il Pordenone (circa 1484–1539)
 

São Marcos Evangelista (circa 10 a.c. - Alexandria, 25 de abril de 68) é o nome tradicional do autor de um dos Evangelhos. Ele é também um dos Setenta Discípulos e é considerado o fundador da Igreja de Alexandria, uma das principais sedes do cristianismo primitivo.

 
A tradição cristã o identifica com o João Marcos mencionado como companheiro de São Paulo nos Atos dos Apóstolos, e que posteriormente se teria tornado um discípulo de Simão Pedro (São Pedro). Uma tradição anterior, relatada já no século II-III d.C. por Hipólito (obra espúria;"Sobre os Setenta Apóstolos") distingue os dois. De acordo com ele, Marcos, o evangelista, de 2 Timóteo 4:11 é diferente de João Marcos (de Atos 12:12-25, Atos 13:5-13 e Atos 15:37) e Marcos, primo de Barnabé (de Colossenses 4:10 e Filemon 24:1). Todos eles pertenceriam aos "Setenta Discípulos" que foram enviados por Jesus para converter a Judeia com o evangelho (veja-se Lucas 10:1-16).
 
De acordo com Eusébio de Cesareia (Hist. Ecl. II.9.1-4), Herodes Agripa I no seu primeiro de governo sob toda a Judeia (41 d.C.) matou Tiago, filho de Zebedeu, e prendeu Pedro, planeando matá-lo após a Páscoa judaica. Pedro foi salvo milagrosamente por anjos e escapou do reino de Herodes (Atos 12:1-19). Depois de muitas viagens pela Ásia Menor e pela Síria, ele chegou em Roma no segundo ano do imperador Cláudio (42 d.C.). Em algum ponto pelo caminho, Pedro encontrou Marcos, o evangelista, restaurou a sua fé (após ele ter deixado Jesus em João 6:44-66), e tomou-o como companheiro de viagem e intérprete. A pregação de Pedro na cidade teve tanto sucesso que ele foi presenteado pelos habitantes da cidade com uma estátua e, a pedidos da população, Marcos escreveu os sermões de Pedro, compondo assim o Evangelho segundo Marcos (Hist. Ecl. II 15 e 16) antes de partir para Alexandria no terceiro ano de Cláudio (43 d.C.).
Lá, ele fundou a Igreja de Alexandria, cuja sucessão até os dias de hoje é alegada por diversas diferentes denominações, mas principalmente pela Igreja Ortodoxa Copta. Aspetos da liturgia copta podem ser referenciados ao próprio São Marcos. Ele então se tornou o primeiro bispo de Alexandria e tem a honra de ser também o fundador do Cristianismo na África.
Ainda de acordo com Eusébio (Hist. Ecl. II 24.1), o sucessor de Marcos como bispo de Alexandria foi Aniano, no oitavo ano do imperador Nero (62-63 d.C.), provavelmente (mas não certamente) por conta da sua morte. Tradições coptas posteriores dizem que ele foi martirizado em 68 d.C.
A evidência de que o autor do Evangelho que tem o seu nome é Marcos vem de Pápias de Hierápolis, nos fragmentos de sua "Exposição dos oráculos do Senhor".
  
(...)
  
A Igreja Ortodoxa Copta mantém a tradição de que Marcos, o evangelista, foi um dos Setenta Discípulos enviados por Cristo, o que é confirmado pela lista de Hipólito. Porém, a Igreja Copta adotou a tradição que mistura as figuras de Marcos com João Marcos. Ela acredita que foi sim o evangelista que recebeu os discípulos em sua casa após a morte de Jesus, a mesma onde para onde foi o Jesus ressuscitado e onde também o Espírito Santo desceu nos discípulos no Pentecostes. Os coptas ainda defendem que Marcos era um dos servos nas Bodas de Caná, o que despejou a água que Jesus transformou em vinho (João 2:1-11).
Ainda de acordo com a Igreja Copta, São Marcos nasceu em Cirene, na Pentápolis, na antiga Líbia. Esta tradição acrescenta ainda que ele para lá regressou mais tarde, após ter sido enviado por São Paulo para Colossos (Colossenses 4:10 e Filemon 24:1 - passagens que tratam de Marcos, primo de Barnabé) e de ter servido com ele em Roma (2 Timóteo 4:11). Da Pentápolis seguiu para Alexandria e, quando Marcos regressou, os pagãos da cidade ficaram ressentidos com os seus esforços para tentar afastar os alexandrinos da religião tradicional helénica. Conta esta tradição que lhe colocaram uma corda à volta de seu pescoço e o arrastaram pelas ruas até estar morto.