Ana Sofia Reboleira, de Caldas da Rainha coordena projeto de investigação de espécies relevantes em "hotspot mundial de biodiversidade subterrânea"
Prémio Belmiro de Azevedo-Fundação para a Ciência e a Tecnologia irá financiar projeto coordenado por bióloga nos próximos 36 meses
Ana Sofia Reboleira, professora da Faculdade de Ciências da Universidade
de Lisboa e investigadora no Centro de Ecologia, Evolução e Alterações
Ambientais, natural de Caldas da Rainha, é a responsável pela
investigação distinguida com o segundo lugar do Prémio Fundação Belmiro
de Azevedo 2023, cujo foco é a conservação da Gruta do Vale Telheiro, no
Barrocal do Algarve, reconhecida como um "hotspot mundial de
biodiversidade subterrânea".
Os estudos, realizados com o
financiamento atribuído pelo galardão de 163.883 euros, terão como fim
criar informação útil para a proteção da gruta e um quadro para a sua
futura avaliação ecológica, garantindo a sua sustentabilidade.
Está ainda prevista uma proposta de enquadramento legal para a proteção do habitat e das espécies mais relevantes.
Ana Sofia Reboleira é a líder do grupo de investigação em Ecologia Subterrânea do Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais (cE3c), neste projeto que tem como parceiros a Universidade Lusófona e a Universidade do Algarve e o apoio da Câmara Municipal de Loulé, proprietária do terreno onde se encontra a gruta e do Centro de Ciência Viva do Algarve.
O lançamento da investigação acontecerá no Palácio Gama Lobo, em Loulé, no dia 3 de maio.
Resumo técnico
Recentemente, uma gruta no Algarve (Barrocal) foi reconhecida como hotspot mundial de biodiversidade subterrânea, devido à sua incomparável riqueza em espécies endémicas, muitas das quais só são conhecidas nessa gruta.
Um sítio único em Portugal que enfrenta diversas ameaças, como a urbanização e degradação de áreas de influência superficial.Isto urge o seu estudo, proteção e restauração de áreas degradadas, a fim de gerar informações úteis para a sua proteção e um quadro para a sua futura avaliação ecológica, baseada em sólidos conhecimentos científicos.
O projeto Barrocal-Cave irá colmatar esta lacuna, estabelecendo as bases para a conservação do hotspot de biodiversidade cavernícola de classe mundial em Portugal.
O projeto irá avaliar a sua biodiversidade e estado de conservação, implementar uma monitorização a longo prazo e a criação da primeira Investigação Ecológica de Longo Prazo em Grutas da Europa Ocidental, e avaliar as suas necessidades de restauração ecológica em áreas degradadas da gruta e da sua área de influência superficial.
Por último, em alinhamento com as partes interessadas, será criada uma proposta formal de um quadro jurídico para a proteção deste habitat cavernícola de importância mundial e das suas espécies únicas mais relevantes, garantindo a sua sustentabilidade.
Tal inclui a adoção de um programa específico de sensibilização para o valor e a singularidade dos ecossistemas cavernícolas como legado para as gerações futuras.
NOTA: parabéns à Doutora Ana
Sofia Reboleira, conhecida de longa data das lides espeleológicas e cuja carreira temos acompanhado aqui no nosso Blog, por mais este feito...!
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