Carreira literária
Enquanto trabalhava em Paris, Dumas começou a escrever artigos para revistas e também peças para
teatro. Em
1829 foi produzida sua primeira peça,
Henrique III e sua Corte, alcançando sucesso de público. No ano seguinte, a sua segunda peça,
Christine,
também obteve popularidade. Como resultado, tornou-se financeiramente
capaz de trabalhar como escritor a tempo integral. Entretanto, em
1830, participou da revolução que depôs o rei
Carlos X de França e substituiu-o no trono pelo ex-patrão de Dumas, o Duque d'Orléans, que governaria com o nome de
Luís Filipe de França, alcunhado de
Rei Cidadão.
Até meados da década de 1830, a vida na França permaneceu agitada,
com tumultos esporádicos em busca de mudanças promovidos por
republicanos frustrados e trabalhadores urbanos empobrecidos. À medida
que a vida retornava lentamente à normalidade, o país começou a se
industrializar e, com uma economia em crescimento combinada com o fim da
censura à
imprensa, a vida recompensou as habilidades de escritor de Alexandre Dumas.
Após escrever mais algumas peças de sucesso, passou a dedicar-se aos
romances. Apesar de ter um estilo de vida extravagante e sempre gastar
mais do que ganhava, Dumas provou ser um divulgador astuto. Com a alta
demanda dos jornais por romances em folhetins, em
1838 simplesmente reescreveu uma de suas peças para criar a sua primeira série em romance. Intitulada "O Capitão Paulo" (em
francês Le Capitaine Paul) levou-o a criar um estúdio de produção que lançou centenas de histórias, todas sujeitas à sua apreciação pessoal.
Em
1840,
casou-se com uma atriz, Ida Ferrier, mas continuou a manter seus casos
com outras mulheres, sendo pai de, pelo menos, três filhos fora do
casamento. Um desses filhos, que recebeu o seu nome, seguiria os seus
passos na carreira de novelista e escritor de peças teatrais. Por causa
do mesmo nome e da mesma profissão, para distinguir um do outro, um é
chamado Alexandre Dumas, pai (Alexandre Dumas,
père) e o outro
Alexandre Dumas, filho (em francês,
Alexandre Dumas, fils).
(...)
O seu trabalho como escritor rendeu-lhe muito dinheiro, porém Dumas
vivia endividado por causa dos gastos com mulheres e do seu
estilo de vida. O grande e dispendioso
château que construiu
estava constantemente cheio de pessoas estranhas que se aproveitavam de
sua generosidade. Com a deposição do rei Luís Filipe após uma revolta,
não foi visto com bons olhos pelo presidente recém-eleito, o futuro
Napoleão III, e, em
1851, Dumas teve que ir embora, para
Bruxelas, para fugir dos seus credores. Dali viajou à
Rússia, onde o francês era a segunda língua falada e as suas novelas também eram muito populares.
Dumas passou dois anos na Rússia antes de se mudar, em busca de aventuras e inspiração, para mais histórias. Em março de
1861, o reino da
Itália foi proclamado, com
Vítor Emanuel II como rei. Nos três anos seguintes, Alexandre Dumas envolver-se-ia na luta pela unificação da Itália, regressando a Paris em
1864.
Apesar do sucesso e das ligações aristocráticas de Alexandre Dumas, a sua vida sempre foi marcada por ser mulato. Em
1843, escreveu uma curta novela intitulada
Georges,
que chamava atenção para alguns aspectos raciais e para os efeitos do
colonialismo. Apesar disso, atitudes racistas contrárias à sua legítima posição
na história da França continuaram a sentir-se bem depois de sua morte, a
5 de dezembro de
1870.