O Curso de Geologia de 85/90 da Universidade de Coimbra escolheu o nome de Geopedrados quando participou na Queima das Fitas.
Ficou a designação, ficaram muitas pessoas com e sobre a capa intemporal deste nome, agora com oportunidade de partilhar as suas ideias, informações e materiais sobre Geologia, Paleontologia, Mineralogia, Vulcanologia/Sismologia, Ambiente, Energia, Biologia, Astronomia, Ensino, Fotografia, Humor, Música, Cultura, Coimbra e AAC, para fins de ensino e educação.
Maria Callas (Nova Iorque, 2 de dezembro de 1923 - Paris, 16 de setembro de 1977) foi uma cantora lírica americana de ascendênciagrega, considerada a maior celebridade da Ópera no século XX e a maior soprano e cantora
de todos os tempos. Apesar de também famosa pela sua vida pessoal, o
seu legado mais duradouro deve-se ao impulso a um novo estilo de atuação
nas produções operáticas, à raridade e diferença do seu tipo de voz e
ao resgate de óperas há muito esquecidas do bel canto, estreladas por ela.
Biografia
Nascida Maria Cecilia Sofia Anna Kalogeropoulou, Callas era filha de imigrantes gregos e, devido a dificuldades económicas, teve que regressar à Grécia, com a sua mãe, em 1937. Estudou canto no Conservatório de Atenas, com a soprano coloraturaElvira de Hidalgo.
Callas começou a despontar no cenário lírico em 1948, com uma interpretação bastante notável para a protagonista da ópera Norma, de Bellini, em Florença.
Todavia, sua carreira só viria a projetar-se à escala mundial no ano
seguinte, quando a cantora surpreendeu crítica e público ao alternar, na
mesma semana, récitas de I Puritani, de Bellini, e Die Walküre, de Wagner. Ela preparara o papel de Elvira
para a primeira ópera em apenas dois dias, a convite de Serafin, para
substituir quem realmente faria aquele papel. Para se ter ideia do seu
feito, é o mesmo que pedir para Birgit Nilsson, famosa soprano
dramático para cantar Violetta em La Traviata, e como Callas não teve
tempo para aprender o libretto completo, apenas a música, tanto que o
ponto lhe soprou o texto.
A partir dos anos 1950, Callas começou a apresentar-se regularmente nas mais importantes casas de espetáculo dedicadas à ópera, tais como La Scala, Covent Garden e Metropolitan.
São os seus anos áureos e, ao lado de sua fama como cantora
internacional, também vai sua fama de temperamental, muitas vezes
excessivamente por causa do seu perfecionismo. Famosa foi a sua
rivalidade com Renata Tebaldi
e as disputas públicas, através de declarações para jornais, que
várias vezes lhe renderam a primeira página, assim como seus triunfos
operáticos. Era uma figura extremamente pública e contribuiu para
reacender o estrelato da ópera e dos seus intérpretes. Alguns críticos
inclusive afirmam que até nas gravadoras havia uma divisão, para acirrar
as disputas entre Callas e Tebaldi, e para influenciar as comparações
entre gravações feitas por Tebaldi ao lado do tenor Del Monaco, e
Callas ao lado de Di Stefano. A sua voz começou a apresentar sinais de
declínio no final dessa década, e a cantora diminuiu consideravelmente
as suas participações em montagens de óperas completas, limitando sua
carreira a recitais e noites de gala e terminando por abandonar os
palcos em 1965. O seu abandono deveu-se em grande parte ao desequilíbrio emocional da cantora, que ao conhecer o magnata gregoAristóteles Onassis,
dedica-se integralmente ao seu amado, afirmando ter começado ali sua
vida de verdade. Foi quando ela parou de ensaiar, adiou e cancelou
apresentações, se tornou figura constante em noites de festa, bebendo
inclusive, coisas que contribuíram para o declínio de sua voz e o fim da
carreira. Em 1964, encorajada pelo cineastaitalianoFranco Zefirelli, volta aos palcos em sua maior criação, Tosca, no Convent Garden, tendo como seu parceiro o amigo de longa data Tito Gobbi. Essa versão da Tosca está disponível em DVD (apenas o segundo ato) e em CD (completa) e entrou para a história do mundo operático. A sua última apresentação em uma ópera completa foi como Norma,
em Paris, no ano de 1965, e, devido à sua saúde vocal debilitada, não
aguentou até ao fim, desmaiando ao cair da cortina no fim da terceira
parte.
No início dos anos 70 passou a dedicar-se ao ensino de música na Juilliard School. Em 1974, entretanto, retornou aos palcos, para realizar uma série de concertos pela Europa, Estados Unidos e Extremo Oriente ao lado do tenorGiuseppe di Stefano.
Com sucesso no público, o programa foi todavia massacrado pela crítica
especializada. A voz já não era a mesma, mas o que mantinha o público
firme nas apresentações era o amor. A sua atuação foi prejudicada, pois
uma vez que tinha que fazer muito mais esforço para manter a afinação, a
entrega à interpretação não foi tão subtil como no passado.
Cantou em público pela última vez, a 11 de novembro de 1974, no Japão.
Onassis, então casado com Mrs. Kennedy, tem sérios problemas de saúde e
vem a falecer. Callas começa agora um período de isolamento e, afastada
do mundo, passa a viver na Avenue Georges Mandel, em Paris, com a
companhia da governanta, Bruna, e do motorista, Ferruccio. Um possível
regresso é ensaiado e preparada pelo cineastaFranco Zefirelli,
mas Callas não tem mais a segurança do passado, pois faltava-lhe a
vontade. Tenta realmente outras funções, como professora, diretora
artística, mestre de coral, mas nada a satisfazia. Não sabia sequer
como deslocar um coro. Começa a impor exigências absurdas para que
aconteçam as apresentações. Essa é agora sua maneira de dizer não,
exigindo o impossível. Uma gravação da Traviata, com o tenor em
ascensão Luciano Pavarotti
é estudada, mas o projeto logo é abandonado por Maria. Amigos ainda a
visitam com frequência. Giulini (maestro), o crítico John Ardoin, mas
Callas ja está "morta" há muito tempo, e, em 16 de setembro de 1977, ela
simplesmente deixa de existir, pouco antes de completar 54 anos, no
seu apartamento em Paris, por causa de um ataque cardíaco.
As suas cinzas foram atiradas ao Mar Egeu, como era a sua vontade.
Vida pessoal
Maria Callas foi a mais controversa e possivelmente a mais dedicada
intérprete lírica. Com uma voz de considerável alcance, Callas encantou
nos teatros mundiais de maior destaque. Esta intérprete, senhora de
raros dotes vocais e interpretativos, revolucionou o mundo da Ópera,
trazendo-a novamente às origens. Para Maria Callas a expressão vocal era
primordial, em detrimento dos exageros vocais injustificados - tudo na
Ópera tem que fazer sentido visando a dar ao público algo que o mova,
algo credível.
Esta foi a mais destacada e famosa cantora lírica, e fez jus à sua
fama, pois interpretou várias dezenas de Óperas de diversíssimos
estilos. Callas perpetuou-se em papéis como Medea, Norma, Tosca, Violetta, Lucia, Gioconda, Amina, entre outros, continuando, nestes papéis, a não existir nenhuma artista que lhe faça sombra.
Um dos aspectos que certamente contribuiu para a lenda que se formou em
torno de Maria Callas diz respeito à sua conturbada vida pessoal. Dona
de um temperamento forte, que parecia a correlação perfeita para a
intensa carga dramática com que costumava abordar as suas personagens no
palco, tornou-se famosa por indispor-se com maestros e colegas em
nome de suas crenças estéticas.
Em 1958, após ter abandonado uma récita de Norma na Ópera de Roma
doente, foi fortemente atacada pela imprensa italiana, que julgou que a
soprano queria ofender o presidente italiano, presente na plateia. O
escândalo comprometeu a sua carreira na Itália e, no mesmo ano, entrou
em disputa com Antonio Ghiringhelli, responsável pelo La Scala, que não mais a queria no teatro. Somente voltou a apresentar-se no La Scala em 1960, na ópera Poliuto de Donizetti; ainda em 1958, foi sumariamente demitida do Metropolitan por Rudolf Bing, que desejava que ela alternasse apresentações de La Traviata e Macbeth, óperas de Verdi
com exigências vocais muito distintas para a soprano. À exigência de
Bing, Callas, numa réplica célebre, respondeu que a sua voz não era um
elevador.
Em 1959, rompeu um casamento de dez anos com seu empresário, G. B.
Meneghini, muito mais velho do que ela. Manteve, em seguida, uma tórrida
relação com o milionário grego Aristoteles Onassis, com quem não foi feliz e que rendeu variado material para jornais tabloides sensacionalistas.
Trabalhava intensamente e em mais de uma ocasião subiu aos palcos
contra a recomendação dos seus médicos. Com uma forte constipação,
escapou em 2 de janeiro de 1958 da Ópera de Roma pela porta dos fundos após um primeiro ato sofrível de Norma, de Bellini, numa récita prestigiada pelo então presidente da Itália, Giovanni Gronchi, o que gerou o escândalo acima referido. Em 29 de maio de 1965,
ao concluir a primeira cena do segundo ato de Norma, Callas desfaleceu
e a apresentação foi interrompida. Depois disso, ela só cantaria em
ópera mais uma vez, numa última apresentação de Tosca no Covent Garden de Londres, ao lado de Tito Gobbi.
Poucos sopranos podem rivalizar com Callas no que diz respeito à
capacidade de despertar reações intensas entre seus admiradores e
detratores. Elevada à categoria de "mito" e conhecida mesmo fora do
círculo de amantes de ópera,
ela criou em torno de si uma legião de entusiastas capazes de defender
a todo custo os méritos da cantora. Apesar da mútua amizade, as
disputas entre seus fãs e os de Renata Tebaldi tornaram-se célebres, chegando mesmo em alguns casos às vias de facto.
Apesar destas características, Callas entrou para a história da ópera
por suas inigualáveis habilidades cénicas. Levando à perfeição a
habilidade de alterar a "cor" da voz com o objetivo de expressar
emoções, e explorando cada oportunidade de representar no palco as
minúcias psicológicas de suas personagens, Callas mostrou que era
possível imprimir dramatismo mesmo em papéis que exigiam grande
virtuosismo vocal por parte do intérprete - o que usualmente
significava, entre as grandes divas da época, privilegiar o canto em
detrimento da cena.
Muitos consideram que seu estilo de interpretação imprimiu uma
revolução sem precedentes na ópera. Segundo este ponto de vista, Callas
seria tributária da importância que assumiram contemporaneamente os
aspetos cénicos das montagens. Em particular, é claramente percetível
desde a segunda metade do século XX
uma tendência entre os cantores em favor da valorização de sua
formação dramática e de sua figura cénica - que se traduz, por exemplo,
na constante preocupação em manter a forma física. Em última análise,
esta tendência foi responsável pelo surgimento de toda uma geração de
sopranos que, graças às suas habilidades de palco, poderiam ser
considerados legítimos herdeiros de Callas, tais como Joan Sutherland ou Renata Scotto.
Maria Callas (Nova Iorque, 2 de dezembro de 1923 - Paris, 16 de setembro de 1977) foi uma cantora lírica americana de ascendênciagrega, considerada a maior celebridade da Ópera no século XX e a maior soprano e cantora
de todos os tempos. Apesar de também famosa pela sua vida pessoal, o
seu legado mais duradouro deve-se ao impulso a um novo estilo de atuação
nas produções operáticas, à raridade e diferença do seu tipo de voz e
ao resgate de óperas há muito esquecidas do bel canto, estreladas por ela.
Biografia
Nascida Maria Cecilia Sofia Anna Kalogeropoulou, Callas era filha de imigrantes gregos e, devido a dificuldades económicas, teve que regressar à Grécia, com a sua mãe, em 1937. Estudou canto no Conservatório de Atenas, com a soprano coloraturaElvira de Hidalgo.
Callas começou a despontar no cenário lírico em 1948, com uma interpretação bastante notável para a protagonista da ópera Norma, de Bellini, em Florença.
Todavia, sua carreira só viria a projetar-se à escala mundial no ano
seguinte, quando a cantora surpreendeu crítica e público ao alternar, na
mesma semana, récitas de I Puritani, de Bellini, e Die Walküre, de Wagner. Ela preparara o papel de Elvira
para a primeira ópera em apenas dois dias, a convite de Serafin, para
substituir quem realmente faria aquele papel. Para se ter ideia do seu
feito, é o mesmo que pedir para Birgit Nilsson, famosa soprano
dramático para cantar Violetta em La Traviata, e como Callas não teve
tempo para aprender o libretto completo, apenas a música, tanto que o
ponto lhe soprou o texto.
A partir dos anos 1950, Callas começou a apresentar-se regularmente nas mais importantes casas de espetáculo dedicadas à ópera, tais como La Scala, Covent Garden e Metropolitan.
São os seus anos áureos e, ao lado de sua fama como cantora
internacional, também vai sua fama de temperamental, muitas vezes
excessivamente por causa do seu perfecionismo. Famosa foi a sua
rivalidade com Renata Tebaldi
e as disputas públicas, através de declarações para jornais, que
várias vezes lhe renderam a primeira página, assim como seus triunfos
operáticos. Era uma figura extremamente pública e contribuiu para
reacender o estrelato da ópera e dos seus intérpretes. Alguns críticos
inclusive afirmam que até nas gravadoras havia uma divisão, para acirrar
as disputas entre Callas e Tebaldi, e para influenciar as comparações
entre gravações feitas por Tebaldi ao lado do tenor Del Monaco, e
Callas ao lado de Di Stefano. A sua voz começou a apresentar sinais de
declínio no final dessa década, e a cantora diminuiu consideravelmente
as suas participações em montagens de óperas completas, limitando sua
carreira a recitais e noites de gala e terminando por abandonar os
palcos em 1965. O seu abandono deveu-se em grande parte ao desequilíbrio emocional da cantora, que ao conhecer o magnata gregoAristóteles Onassis,
dedica-se integralmente ao seu amado, afirmando ter começado ali sua
vida de verdade. Foi quando ela parou de ensaiar, adiou e cancelou
apresentações, se tornou figura constante em noites de festa, bebendo
inclusive, coisas que contribuíram para o declínio de sua voz e o fim da
carreira. Em 1964, encorajada pelo cineastaitalianoFranco Zefirelli, volta aos palcos em sua maior criação, Tosca, no Convent Garden, tendo como seu parceiro o amigo de longa data Tito Gobbi. Essa versão da Tosca está disponível em DVD (apenas o segundo ato) e em CD (completa) e entrou para a história do mundo operático. A sua última apresentação em uma ópera completa foi como Norma,
em Paris, no ano de 1965, e, devido à sua saúde vocal debilitada, não
aguentou até ao fim, desmaiando ao cair da cortina no fim da terceira
parte.
No início dos anos 70 passou a dedicar-se ao ensino de música na Juilliard School. Em 1974, entretanto, retornou aos palcos, para realizar uma série de concertos pela Europa, Estados Unidos e Extremo Oriente ao lado do tenorGiuseppe di Stefano.
Com sucesso no público, o programa foi todavia massacrado pela crítica
especializada. A voz já não era a mesma, mas o que mantinha o público
firme nas apresentações era o amor. A sua atuação foi prejudicada, pois
uma vez que tinha que fazer muito mais esforço para manter a afinação, a
entrega à interpretação não foi tão subtil como no passado.
Cantou em público pela última vez, a 11 de novembro de 1974, no Japão.
Onassis, então casado com Mrs. Kennedy, tem sérios problemas de saúde e
vem a falecer. Callas começa agora um período de isolamento e, afastada
do mundo, passa a viver na Avenue Georges Mandel, em Paris, com a
companhia da governanta, Bruna, e do motorista, Ferruccio. Um possível
regresso é ensaiado e preparada pelo cineastaFranco Zefirelli,
mas Callas não tem mais a segurança do passado, pois faltava-lhe a
vontade. Tenta realmente outras funções, como professora, diretora
artística, mestre de coral, mas nada a satisfazia. Não sabia sequer
como deslocar um coro. Começa a impor exigências absurdas para que
aconteçam as apresentações. Essa é agora sua maneira de dizer não,
exigindo o impossível. Uma gravação da Traviata, com o tenor em
ascensão Luciano Pavarotti
é estudada, mas o projeto logo é abandonado por Maria. Amigos ainda a
visitam com frequência. Giulini (maestro), o crítico John Ardoin, mas
Callas ja está "morta" há muito tempo, e, em 16 de setembro de 1977, ela
simplesmente deixa de existir, pouco antes de completar 54 anos, no
seu apartamento em Paris, por causa de um ataque cardíaco.
As suas cinzas foram atiradas ao Mar Egeu, como era a sua vontade.
Vida pessoal
Maria Callas foi a mais controversa e possivelmente a mais dedicada
intérprete lírica. Com uma voz de considerável alcance, Callas encantou
nos teatros mundiais de maior destaque. Esta intérprete, senhora de
raros dotes vocais e interpretativos, revolucionou o mundo da Ópera,
trazendo-a novamente às origens. Para Maria Callas a expressão vocal era
primordial, em detrimento dos exageros vocais injustificados - tudo na
Ópera tem que fazer sentido visando a dar ao público algo que o mova,
algo credível.
Esta foi a mais destacada e famosa cantora lírica, e fez jus à sua
fama, pois interpretou várias dezenas de Óperas de diversíssimos
estilos. Callas perpetuou-se em papéis como Medea, Norma, Tosca, Violetta, Lucia, Gioconda, Amina, entre outros, continuando, nestes papéis, a não existir nenhuma artista que lhe faça sombra.
Um dos aspectos que certamente contribuiu para a lenda que se formou em
torno de Maria Callas diz respeito à sua conturbada vida pessoal. Dona
de um temperamento forte, que parecia a correlação perfeita para a
intensa carga dramática com que costumava abordar as suas personagens no
palco, tornou-se famosa por indispor-se com maestros e colegas em
nome de suas crenças estéticas.
Em 1958, após ter abandonado uma récita de Norma na Ópera de Roma
doente, foi fortemente atacada pela imprensa italiana, que julgou que a
soprano queria ofender o presidente italiano, presente na plateia. O
escândalo comprometeu a sua carreira na Itália e, no mesmo ano, entrou
em disputa com Antonio Ghiringhelli, responsável pelo La Scala, que não mais a queria no teatro. Somente voltou a apresentar-se no La Scala em 1960, na ópera Poliuto de Donizetti; ainda em 1958, foi sumariamente demitida do Metropolitan por Rudolf Bing, que desejava que ela alternasse apresentações de La Traviata e Macbeth, óperas de Verdi
com exigências vocais muito distintas para a soprano. À exigência de
Bing, Callas, numa réplica célebre, respondeu que a sua voz não era um
elevador.
Em 1959, rompeu um casamento de dez anos com seu empresário, G. B.
Meneghini, muito mais velho do que ela. Manteve, em seguida, uma tórrida
relação com o milionário grego Aristoteles Onassis, com quem não foi feliz e que rendeu variado material para jornais tabloides sensacionalistas.
Trabalhava intensamente e em mais de uma ocasião subiu aos palcos
contra a recomendação dos seus médicos. Com uma forte constipação,
escapou em 2 de janeiro de 1958 da Ópera de Roma pela porta dos fundos após um primeiro ato sofrível de Norma, de Bellini, numa récita prestigiada pelo então presidente da Itália, Giovanni Gronchi, o que gerou o escândalo acima referido. Em 29 de maio de 1965,
ao concluir a primeira cena do segundo ato de Norma, Callas desfaleceu
e a apresentação foi interrompida. Depois disso, ela só cantaria em
ópera mais uma vez, numa última apresentação de Tosca no Covent Garden de Londres, ao lado de Tito Gobbi.
Poucos sopranos podem rivalizar com Callas no que diz respeito à
capacidade de despertar reações intensas entre seus admiradores e
detratores. Elevada à categoria de "mito" e conhecida mesmo fora do
círculo de amantes de ópera,
ela criou em torno de si uma legião de entusiastas capazes de defender
a todo custo os méritos da cantora. Apesar da mútua amizade, as
disputas entre seus fãs e os de Renata Tebaldi tornaram-se célebres, chegando mesmo em alguns casos às vias de facto.
Apesar destas características, Callas entrou para a história da ópera
por suas inigualáveis habilidades cénicas. Levando à perfeição a
habilidade de alterar a "cor" da voz com o objetivo de expressar
emoções, e explorando cada oportunidade de representar no palco as
minúcias psicológicas de suas personagens, Callas mostrou que era
possível imprimir dramatismo mesmo em papéis que exigiam grande
virtuosismo vocal por parte do intérprete - o que usualmente
significava, entre as grandes divas da época, privilegiar o canto em
detrimento da cena.
Muitos consideram que seu estilo de interpretação imprimiu uma
revolução sem precedentes na ópera. Segundo este ponto de vista, Callas
seria tributária da importância que assumiram contemporaneamente os
aspetos cénicos das montagens. Em particular, é claramente percetível
desde a segunda metade do século XX
uma tendência entre os cantores em favor da valorização de sua
formação dramática e de sua figura cénica - que se traduz, por exemplo,
na constante preocupação em manter a forma física. Em última análise,
esta tendência foi responsável pelo surgimento de toda uma geração de
sopranos que, graças às suas habilidades de palco, poderiam ser
considerados legítimos herdeiros de Callas, tais como Joan Sutherland ou Renata Scotto.
Vendeu mais de 30 milhões de álbuns e mais de 2 milhões de DVDs, tendo
conquistado 160 discos de Ouro e Platina em 34 países. A banda sonora do
musical O Fantasma da Ópera,
interpretado por Sarah, vendeu mais de 40 milhões de cópias,
tornando-se um dos álbuns mais vendidos de todos os tempos, sendo o
mais vendido do seu género musical. Foi a fonte de inspiração para Andrew Lloyd Webber, com quem foi casada de 1984 a 1990, criar o papel de Christine Daaé para o musical The Phantom of the Opera. Sabe cantar em várias línguas, incluindo inglês, espanhol, francês, latim, alemão, italiano, russo, hindi e mandarim.
Maria Callas (Nova Iorque, 2 de dezembro de 1923 - Paris, 16 de setembro de 1977) foi uma cantora lírica norte-americana de ascendênciagrega, considerada a mais influente cantora de ópera
de renome do século XX e a maior soprano de todos os tempos. Apesar de também famosa pela sua vida
pessoal, o seu legado mais duradouro deve-se ao impulso a um novo
estilo de atuação nas produções operáticas, à raridade e diferença do
seu tipo de voz e ao resgate de óperas há muito esquecidas do bel canto, estreladas por ela.
Biografia
Nascida Maria Cecilia Sofia Anna Kalogeropoulou, Callas era filha de imigrantes gregos e, devido a dificuldades económicas, teve que regressar à Grécia com a sua mãe, em 1937. Estudou canto no Conservatório de Atenas, com a soprano coloraturaElvira de Hidalgo.
Callas começou a despontar no cenário lírico em 1948, com uma interpretação bastante notável para a protagonista da ópera Norma, de Bellini, em Florença.
Todavia, sua carreira só viria a projetar-se à escala mundial no ano
seguinte, quando a cantora surpreendeu crítica e público ao alternar,
na mesma semana, récitas de I Puritani, de Bellini, e Die Walküre, de Wagner. Ela preparara o papel de Elvira
para a primeira ópera em apenas dois dias, a convite de Serafin, para
substituir quem realmente faria aquele papel. Para se ter ideia do
seu feito, é o mesmo que pedir para Birgit Nilsson, famosa soprano
dramático para cantar Violetta em La Traviata, e como Callas não teve
tempo para aprender o libretto completo, apenas a música, tanto que o
ponto lhe soprou o texto.
A partir dos anos 1950, Callas começou a apresentar-se regularmente nas mais importantes casas de espetáculo dedicadas à ópera, tais como La Scala, Covent Garden e Metropolitan.
São os seus anos áureos e, ao lado de sua fama como cantora
internacional, também vai sua fama de temperamental, muitas vezes
excessivamente por causa do seu perfecionismo. Famosa foi a sua
rivalidade com Renata Tebaldi
e as disputas públicas, através de declarações para jornais, que
várias vezes lhe renderam a primeira página, assim como seus triunfos
operáticos. Era uma figura extremamente pública e contribuiu para
reacender o estrelato da ópera e dos seus intérpretes. Alguns críticos
inclusive afirmam que até nas gravadoras havia uma divisão, para
acirrar as disputas entre Callas e Tebaldi, e para influenciar as
comparações entre gravações feitas por Tebaldi ao lado do tenor Del
Monaco, e Callas ao lado de Di Stefano. A sua voz começou a apresentar
sinais de declínio no final dessa década, e a cantora diminuiu
consideravelmente as suas participações em montagens de óperas
completas, limitando sua carreira a recitais e noites de gala e
terminando por abandonar os palcos em 1965. O seu abandono deveu-se em grande parte ao desequilíbrio emocional da cantora, que ao conhecer o magnata gregoAristóteles Onassis,
dedica-se integralmente ao seu amado, afirmando ter começado ali sua
vida de verdade. Foi quando ela parou de ensaiar, adiou e cancelou
apresentações, se tornou figura constante em noites de festa, bebendo
inclusive, coisas que contribuíram para o declínio de sua voz e o fim da
carreira. Em 1964, encorajada pelo cineastaitalianoFranco Zefirelli, volta aos palcos em sua maior criação, Tosca, no Convent Garden, tendo como seu parceiro o amigo de longa data Tito Gobbi. Essa versão da Tosca está disponível em DVD (apenas o segundo ato) e em CD (completa) e entrou para a história do mundo operático. A sua última apresentação em uma ópera completa foi como Norma,
em Paris, no ano de 1965, e, devido à sua saúde vocal debilitada, não
aguentou até ao fim, desmaiando ao cair da cortina no fim da terceira
parte.
No início dos anos 1970, passou a dedicar-se ao ensino de música na Juilliard School. Em 1974, entretanto, retornou aos palcos para realizar uma série de concertos pela Europa, Estados Unidos e Extremo Oriente ao lado do tenorGiuseppe di Stefano.
Com sucesso no público, o programa foi todavia massacrado pela crítica
especializada. A voz já não era a mesma, mas o que mantinha o público
firme nas apresentações era o amor. A sua atuação foi prejudicada,
pois uma vez que tinha que fazer muito mais esforço para manter a
afinação, a entrega à interpretação não foi tão subtil como no
passado.
Cantou em público pela última vez, a 11 de novembro de 1974, no Japão.
Onassis, então casado com Mrs. Kennedy, tem sérios problemas de saúde e
vem a falecer. Callas começa agora um período de isolamento e,
afastada do mundo, passa a viver na Avenue Georges Mandel, em Paris,
com a companhia da governanta, Bruna, e do motorista, Ferruccio. Um
possível regresso é ensaiado e preparada pelo cineastaFranco Zefirelli,
mas Callas não tem mais a segurança do passado, pois faltava-lhe a
vontade. Tenta realmente outras funções, como professora, diretora
artística, mestre de coral, mas nada a satisfazia. Não sabia sequer
como deslocar um coro. Começa a impor exigências absurdas para que
aconteçam as apresentações. Essa é agora sua maneira de dizer não,
exigindo o impossível. Uma gravação da Traviata, com o tenor em
ascensão Luciano Pavarotti
é estudada, mas o projeto logo é abandonado por Maria. Amigos ainda a
visitam com frequência. Giulini (maestro), o crítico John Ardoin, mas
Callas ja está "morta" há muito tempo, e, em 16 de setembro de 1977,
ela simplesmente deixa de existir, pouco antes de completar 54 anos,
no seu apartamento, em Paris, por causa de um ataque cardíaco.
As suas cinzas foram atiradas ao Mar Egeu, como era a sua vontade.
Vida pessoal
Maria Callas foi a mais controversa e possivelmente a mais dedicada
intérprete lírica. Com uma voz de considerável alcance, Callas encantou
nos teatros mundiais de maior destaque. Esta intérprete, senhora de
raros dotes vocais e interpretativos, revolucionou o mundo da Ópera,
trazendo-a novamente às origens. Para Maria Callas a expressão vocal era
primordial, em detrimento dos exageros vocais injustificados - tudo
na Ópera tem que fazer sentido visando a dar ao público algo que o
mova, algo credível.
Esta foi a mais destacada e famosa cantora lírica, e fez jus à sua
fama, pois interpretou várias dezenas de Óperas de diversíssimos
estilos. Callas perpetuou-se em papéis como Medea, Norma, Tosca, Violetta, Lucia, Gioconda, Amina, entre outros, continuando, nestes papéis, a não existir nenhuma artista que lhe faça sombra.
Um dos aspetos que certamente contribuiu para a lenda que se formou em
torno de Maria Callas diz respeito à sua conturbada vida pessoal.
Dona de um temperamento forte, que parecia a correlação perfeita para a
intensa carga dramática com que costumava abordar as suas personagens
no palco, tornou-se famosa por indispor-se com maestros e colegas em
nome de suas crenças estéticas.
Em 1958, após ter abandonado uma récita de Norma na Ópera de Roma
doente, foi fortemente atacada pela imprensa italiana, que julgou que a
soprano queria ofender o presidente italiano, presente na plateia. O
escândalo comprometeu sua carreira na Itália e, no mesmo ano, ela
entrou em disputa com Antonio Ghiringhelli, dirigente do La Scala, que não mais a queria no teatro. Somente voltou a apresentar-se no La Scala em 1960, na ópera Poliuto de Donizetti; ainda em 1958, foi sumariamente demitida do Metropolitan por Rudolf Bing, que desejava que ela alternasse apresentações de La Traviata e Macbeth, óperas de Verdi
com exigências vocais muito distintas para a soprano. À exigência de
Bing, Callas, numa réplica célebre, respondeu que a sua voz não era um
elevador.
Em 1959, rompeu um casamento de dez anos com seu empresário, G. B.
Meneghini, muito mais velho do que ela. Manteve, em seguida, uma tórrida
relação com o milionário grego Aristoteles Onassis, com quem não foi feliz e que rendeu variado material para jornais tablóides sensacionalistas.
Trabalhava intensamente e em mais de uma ocasião subiu aos palcos
contra a recomendação dos seus médicos. Com uma forte constipação,
escapou em 2 de janeiro de 1958 da Ópera de Roma pela porta dos fundos após um primeiro ato sofrível de Norma, de Bellini, em uma récita prestigiada pelo então presidente da Itália, Giovanni Gronchi, o que gerou o escândalo acima referido. Em 29 de maio de 1965,
ao concluir a primeira cena do segundo ato de Norma, Callas
desfaleceu e a apresentação foi interrompida. Depois disso, ela só
cantaria em ópera mais uma vez, numa última apresentação de Tosca no Covent Garden de Londres, ao lado de Tito Gobbi.
Poucos sopranos podem rivalizar com Callas no que diz respeito à
capacidade de despertar reações intensas entre seus admiradores e
detratores. Elevada à categoria de "mito" e conhecida mesmo fora do
círculo de amantes de ópera,
ela criou em torno de si uma legião de entusiastas capazes de
defender a todo custo os méritos da cantora. Apesar da mútua amizade,
as disputas entre seus fãs e os de Renata Tebaldi tornaram-se célebres, chegando mesmo em alguns casos às vias de facto.
Apesar destas características, Callas entrou para a história da ópera
por suas inigualáveis habilidades cénicas. Levando à perfeição a
habilidade de alterar a "cor" da voz com o objetivo de expressar
emoções, e explorando cada oportunidade de representar no palco as
minúcias psicológicas de suas personagens, Callas mostrou que era
possível imprimir dramatismo mesmo em papéis que exigiam grande
virtuosismo vocal por parte do intérprete - o que usualmente
significava, entre as grandes divas da época, privilegiar o canto em
detrimento da cena.
Muitos consideram que seu estilo de interpretação imprimiu uma
revolução sem precedentes na ópera. Segundo este ponto de vista, Callas
seria tributária da importância que assumiram contemporaneamente os
aspetos cénicos das montagens. Em particular, é claramente percetível
desde a segunda metade do século XX
uma tendência entre os cantores em favor da valorização de sua
formação dramática e de sua figura cénica - que se traduz, por exemplo,
na constante preocupação em manter a forma física. Em última análise,
esta tendência foi responsável pelo surgimento de toda uma geração de
sopranos que, graças às suas habilidades de palco, poderiam ser
considerados legítimos herdeiros de Callas, tais como Joan Sutherland ou Renata Scotto.
Josep Carreras i Coll (Barcelona, 5 de dezembro de 1946), conhecido como José Carreras, é um tenor líricoespanhol conhecido, em especial, pelas suas performances em óperas de Giuseppe Verdi e Giacomo Puccini. Fez sua estreia operística com onze anos de idade, como Trujamán em El retablo de Maese Pedro de Manuel de Falla e, durante toda a sua carreira, cantou mais de sessenta papéis diferentes nos maiores e melhores teatros de óperas do mundo.
Maria Callas (Nova Iorque, 2 de dezembro de 1923 - Paris, 16 de setembro de 1977) foi uma cantora lírica norte-americana de ascendênciagrega, considerada a maior celebridade da Ópera no século XX e a maior soprano e cantora
de todos os tempos. Apesar de também famosa pela sua vida pessoal, o
seu legado mais duradouro deve-se ao impulso a um novo estilo de atuação
nas produções operísticas, à raridade e distinção do seu tipo de voz e
ao resgate de óperas há muito esquecidas do bel canto, cantadas por ela. O seu tipo vocal era classificado como o raríssimo soprano absoluto e o seu reportório, por sua vez, variava de ópera-séria clássica para as óperas bel canto de Donizetti, de Bellini e de Rossini e, ainda, para as obras de Verdi e de Puccini; e, no início da sua carreira, para os dramas musicais de Wagner.
Maria Callas (Nova Iorque, 2 de dezembro de 1923 - Paris, 16 de setembro de 1977) foi uma cantora lírica norte-americana de ascendênciagrega, considerada a mais influente cantora de ópera
de renome do século XX e a maior soprano de todos os tempos. Apesar de também
famosa pela sua vida pessoal, o seu legado mais duradouro deve-se ao
impulso a um novo estilo de atuação nas produções operísticas, à
raridade e distinção do seu tipo de voz e ao resgate de óperas há muito
esquecidas do bel canto cantadas por ela.