Escritor modernista norte-americano, John Roderigo Dos Passos nasceu em 1896, em Chicago.
Oriundo de uma família de origem portuguesa, era fruto de uma relação
ilegítima entre o seu pai, o advogado John Randolph Dos Passos, e Lucy
Sprigg.
Estudou na Choate School (atualmente Choate Rosemary Hall) em Wallingford, Connecticut em 1907, tendo viajado posteriormente com um professor particular numa viagem de 6 meses pela França, Inglaterra, Itália, Grécia e Médio Oriente para estudar arte clássica, arquitetura e literatura.
Licenciou-se em Harvard em 1916, partindo depois para Espanha para estudar arte e arquitetura. Em 1917 voluntariou-se para se juntar às tropas americanas durante a Primeira Guerra Mundial, ao lado dos amigos E. E. Cummings e Robert Hillyer, como condutor de ambulâncias. Regressando aos Estados Unidos, publicou a sua primeira obra, One Man's Initiation, em 1919. Com Manhattan Transfer (1925), romance que retrata em episódios a vida na cidade de Nova Iorque, obteve o reconhecimento da crítica. Publicou ainda a trilogia U.S.A., incluindo The 42nd Parallel (1930), 1919 (1932) e The Big Money (1936).
John Dos Passos e Hemingway tornaram-se amigos em Paris em 1923 (tendo-se conhecido brevemente quando conduziram ambulâncias em Itália em junho de 1918). Tinham muitos amigos em comum, tendo Dos Passos casado com uma paixoneta de escola secundária de Hemingway, Katy Smith. Em maio de 1937, em Espanha, zangaram-se devido a desentendimentos políticos: Hemingway era um apoiante da causa anti-fascista espanhola, enquanto Dos Passos tinha-se tornado desconfiado do comunismo e com a esquerda em geral.
No domínio da poesia, publicou, entre outras obras, A Pushcard at The Curb (1922). Também cultivou a narrativa de viagens, como, por exemplo, em Orient Express (1927). Nota-se neste autor uma evolução temática e filosófica, que começa por ser de carácter social, cheia de esperança, e passa por um ceticismo político, terminando nos últimos anos num conservadorismo ultradireitista. Dos Passos trabalhou como correspondente durante a Segunda Guerra Mundial.
Escreveu na revista Life em 7 de janeiro de 1946 citando que "o estupro brutal e álcool é o salário de um soldado", sobre os estupros e atrocidades cometidos pelos aliados na Alemanha pós guerra - o exército de assassinos e estupradores."
Morreu em 1970, aos 74 anos, sendo enterrado no Yeocomico Episcopal Churchyard, Kinsale, Westmoreland County, Virgínia.
On Poetic Composition
He sat in a garden under a moon of gold
while a black slave scratched his back
with a backscratcher of emerald.
Before him beyond the tulipbed
where the tulips were stiff goblets of fiery wine
stood the poets in a row.
One sang of the intricate patterns of snowflakes.
One sang of the hennatipped breasts of girls dancing
and of yellow limbs rubbed with attar.
One sang of the red bows of Tartar horsemen
and the whine of arrows, and bloodclots on new spearshafts.
Others sang of wine and dragons coiled in purple bowls,
and one, in a droning voice
recited the maxims of Lao T'se.
(Far off at the walls of the city
a groaning of drums and a clank of massed spearmen.
Gongs in the temples.)
The king sat under a moon of gold
while a black slave scratched his back
with a backscratcher of emerald.
The long gold nails of his left hand
twined about a red tulip blotched with black,
a tulip shaped like a dragon's mouth
or the flames bellying about a pagoda of sandalwood.
The long gold nails of his right hand
were held together at the tips
in an attitude of discernment: --
to award the tulip to the poet
of the poets that stood in a row.
(Gongs in the temples,
Men with hairy arms
climbing on the walls of the city.
They have red bows slung on their backs,
their hands grip new spearshafts.)
The guard of the tomb of the king's great grandfather
stood with two swords under the moon of gold.
With one sword he very carefully
slit the base of his large belly
and inserted the other and fell upon it
and sprawled beside the king's footstool;
his blood sprinkled the tulips
and the poets in a row.
(The gongs are quiet in the temples.
Men with hairy arms
scatter with taut bows through the city.
There is blood on new spearshafts.)
The long gold nails of the king's right hand
were held together at the tips
in an attitude of discernment:
the geometric glitter of snowflakes,
the pointed breasts of yellow girls
crimson with henna,
the swirl of river-eddies about a barge
where men sit drinking,
the eternal dragon of magnificence . . .
Beyond the tulipbed
stood the poets in a row.
The garden full of spearshafts and shouting
and the whine of arrows and the red bows of Tartars
and trampling of the sharp hoofs of warhorses.
Under the golden moon
the men with hairy arms
struck off the heads of the tulips in the tulipbed
and of the poets in a row.
The king lifted the hand that held the flaming dragonflower:
To him of the snowflakes, he said.
On a new white spearshaft
the men with hairy arms
spitted the king and the black slave
who scratched his back with a backscratcher of emerald.
There was a king in China.
John Dos Passos
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