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sexta-feira, dezembro 20, 2024

Os Estados Unidos da América invadiram o Panamá há 35 anos...


Manuel Antonio Noriega, ex-presidente do Panamá, capturado e julgado pelos EUA, acusado de tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e corrupção

   

A invasão do Panamá foi uma operação militar realizada pelo exército dos Estados Unidos, durante a administração do presidente George H. W. Bush, em 20 de dezembro de 1989, com o objetivo de capturar o general e ditador panamenho Manuel Noriega, que atuava Comandante-em-Chefe das Forças de Defesa da República do Panamá, que foi exigido pela justiça norte-americana, acusado de tráfico de drogas. A operação foi denominada Operation Just Cause (Operação Justa Causa) pelo comando militar dos Estados Unidos. 

   

quarta-feira, dezembro 18, 2024

O ditador genocida Estaline nasceu há 145 anos...

   
Josef Vissarionovitch Stalin
(Gori, 18 de dezembro de 1879 - Moscovo, 5 de março de 1953), nascido Iossif Vissarionovitch Djugashvili e conhecido como Estaline em língua portuguesa, foi secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética e do Comité Central a partir de 1922 até à sua morte, em 1953, sendo assim o líder da União Soviética neste período.
Sob a liderança de Estaline, a União Soviética desempenhou um papel decisivo na derrota da Alemanha nazi na Segunda Guerra Mundial (1939 - 1945) e passou a atingir o estatuto de superpotência, após rápida industrialização e melhoras nas condições sociais do povo soviético, durante esse período, o país também expandiu o seu território para um tamanho semelhante ao do antigo Império Russo.
Durante o XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética, em 1956, o sucessor de Estaline, Nikita Khrushchov, apresentou o seu discurso secreto, oficialmente chamado "Do culto à personalidade e suas consequências", a partir do qual se iniciou um processo de "desestalinização" da União Soviética. Ainda hoje existem diversas perspetivas ao redor de Estaline e do seu governo, alguns vendo-o como um ditador e tirano e outros como um líder habilidoso.
    
Estaline cumprimentando o ministro nazi Joachim von Ribbentrop no Kremlin, 1939
  
(...)
  
A Grande Purga
Em 1928 iniciou um programa de industrialização intensiva e de coletivização da agricultura soviética (plano quinquenal), impondo uma grande reorganização social e provocando a fome - genocídio na Ucrânia (Holodomor), em 1932 - 1933. Esta fome foi imposta ao povo ucraniano pelo regime soviético, tendo causado um mínimo de 4,5 milhões de mortes na Ucrânia, além de 3 milhões de vítimas noutras regiões da U.R.S.S. Nos anos 30 consolidou a sua posição através de uma política de modernização da indústria. Como arquitecto do sistema político soviético, criou uma poderosa estrutura militar e de policiamento. Mandou prender e deportar opositores, ao mesmo tempo que cultivava o culto da personalidade como arma ideológica.
A ação persecutória de Estaline, supõe-se, estendeu-se mesmo a território estrangeiro, uma vez que o assassinato de Leon Trótski, então exilado no México é-lhe creditado. Por mais providências que Trótski tomasse para proteger-se de agentes secretos, Ramón Mercader, membro do Partido dos Comunistas da Catalunha, foi para o México e conseguiu ganhar a confiança do dissidente, para executá-lo com um golpe de picareta. No momento do assassinato, Trótski escrevia uma biografia reveladora sobre Estaline. Esta seria uma das motivações para o crime, uma vez que o dirigente soviético desejava ocultar seu passado pré-revolucionário.
Desconfiando que as reformas económicas que implantara produziam descontentamento entre a população, Estaline dedicou-se, nos anos 30, a consolidar seu poder pessoal. Tratou de expulsar toda a oposição política. Se alguém lhe parecesse indesejável desse ponto de vista, ele se encarregava de desacreditá-lo perante a opinião pública.
Em 1934, Sergei Kirov, principal líder do Partido Comunista em Leningrado - e tido como sucessor presuntivo de Estaline - foi assassinado por um anónimo, Nikolaev, de forma até agora obscura; muitos consideram até hoje que Estaline não teria sido estranho a este assassinato. Seja como for, Estaline utilizou o assassinato como pretexto imediato para uma série de repressões que passaram para a história como a "Grande Purga". No dia 1 de dezembro de 2009 foi divulgado um diário de Nikolaev segundo ao qual se supôs que Nikolaev decidiu se vingar da sua demissão feita por Kirov do Instituto de História, e que o levou a ficar desempregado.
Estes deram-se no período entre 1934 e 1938 no qual Estaline concedeu tratamento duro a todos que lutassem contra o Estado soviético, ou mesmo supostos inimigos do Estado. Entre os alvos mais destacados dessa ação, estava o Exército Vermelho: parte de seus oficiais acima da patente de major foi presa, inclusive treze dos quinze generais-de-exército. Entre estes, Mikhail Tukhachevsky foi uma de suas mais famosas vítimas. Sofreu a acusação de ser agente do serviço secreto alemão. Com base em documentos entregues por Reinhard Heydrich, chefe do Serviço de Segurança das SS, Tukhachevsky foi executado, além de deportar muitos outros para a Sibéria. Com isso foi enfraquecido o comando militar soviético; ou seja, Estaline acreditou nas informações de Heydrich, e a sua atitude acabou debilitando a estrutura militar russa, que no entanto, conseguiu resistir ao ataque das tropas da Alemanha.
O principal instrumento de perseguição foi a NKVD. De acordo com Alan Bullock, o uso de espancamentos e tortura era comum, um facto francamente admitido por Khrushchev em seu famoso discurso posterior à morte de Estaline, onde ele citou uma circular de Estaline para os secretários regionais em 1939, confirmando que isto tinha sido autorizado pelo Comité Central em 1937.
  
Depurações
A condenação dos contra-revolucionários nos julgamentos de 1937-38 depois das depurações no Partido, exército e no aparelho estatal, tem raízes na história inicial do movimento revolucionário da Rússia.
Milhões de pessoas participaram no quê acreditavam ser uma batalha contra o czar e a burguesia. Ao ver que a vitória seria inevitável, muitas pessoas entraram para o partido. Entretanto nem todos haviam se tornado bolcheviques porque concordavam com o socialismo. A luta de classes era tal que muitas vezes não havia tempo nem possibilidades para pôr à prova os novos militantes. Até mesmo militantes de outros partidos inimigos dos bolcheviques foram aceites depois triunfo da revolução. Para uma parcela desses novos militantes foram dados cargos importantes no Partido, Estado e Forças Armadas, tudo dependendo da sua capacidade individual para conduzir a luta de classes.
Eram tempos muito difíceis para o jovem Estado soviético e a grande falta de comunistas, ou simplesmente de pessoas que soubessem ler, o Partido era obrigado a não fazer grandes exigências no que diz respeito à qualidade dos novos militantes. De todos estes problemas formou-se com o tempo uma contradição que dividiu o Partido em dois campos - de um lado os que queriam reduzir o socialismo para atuação de fortalecimento da URSS, ou seja, socialismo em um só país, por outro lado, aqueles que defendiam a ideia de que o socialismo deveria ser espalhado por todo o mundo e que a URSS não deveria se limitar a si própria. A origem destas últimas ideias vinha de Trótski, que foi caçado por Estaline após assumir o poder da URSS.
Trótski foi com o tempo obtendo apoio de alguns dos bolcheviques mais conhecidos. Esta oposição unida contra os ideais defendidas pelos marxistas-estalinistas, eram uma das alternativas na votação partidária sobre a política a seguir pelo Partido, realizada em 27 de dezembro de 1927. Antes desta votação foi realizada uma grande discussão durante vários anos e não houve dúvida quanto ao resultado. Dos 725.000 votos, a oposição só obteve 6.000 - ou seja, menos de 1% dos militantes do Partido apoiaram a oposição trotskista.
  
Deportações
Antes, durante e depois da Segunda Guerra, Estaline conduziu uma série de deportações em grande escala que acabaram por alterar o mapa étnico da União Soviética. Estima-se que entre 1941 e 1949 cerca de 3,3 milhões de pessoas foram deportadas para a Sibéria ou para repúblicas asiáticas. Separatismo, resistência/oposição ao governo soviético e colaboração com a invasão alemã eram alguns dos motivos oficiais para as deportações.
Durante o governo de Estaline os seguintes grupos étnicos foram completamente ou parcialmente deportados: ucranianos, polacos, coreanos, alemães, checos, lituanos, arménios, búlgaros, gregos, finlandeses, judeus entre outros. Os deportados eram transportados em condições espantosas, frequentemente em camiões de gado, milhares de deportados morriam no caminho. Aqueles que sobreviviam eram mandados para Campos de Trabalho Forçado.
Em fevereiro de 1956, no XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética, Nikita Khrushchov condenou as deportações promovidas por Estaline, no seu relatório secreto. Nesse momento começa a chamada desestalinização, que, de chofre, engloba todos os partidos comunistas do mundo. Na verdade, esta desestalinização foi a afirmação de que Estaline cometeu excessos graças ao culto à personalidade que fora promovido ao longo de sua carreira política. Para vários autores anticomunistas, teria sido somente neste sentido que teria havido desestalinização, porquanto o movimento comunista na URSS deu prosseguimento à prática estalinista sem a figura de Estaline. De fato, a desestalinização não alterou em nada o caráter unipartidário do estado soviético e o poder incontestado exercido pelo Partido e pelos seus órgãos de repressão, mas significou também o fim da repressão policial em massa (a internação maciça de presos políticos em campos de concentração sendo abandonada, muito embora os campos continuassem como parte do sistema penal, principalmente para presos comuns), a suspensão de grande parte das sentenças estalinistas e o retorno e reintegração à vida quotidiana de grande massa de presos políticos e deportados. A repressão política, muito embora tenha continuado, não atingiu jamais, durante o restante da história soviética, os níveis de violência do estalinismo, principalmente porque foi abandonada a prática das purgas internas em massa no Partido.
As deportações acabaram por influenciar o surgimento de movimentos separatistas nos estados bálticos, no Tartaristão e na Chechénia, até os dias de hoje.
   
Número de vítimas
Após a extinção do regime comunista na União Soviética, historiadores passaram a estimar que, excluindo os que morreram por fome, entre 4-10 milhões de pessoas morreram sob o regime de Estaline. O escritor russo Vadim Erlikman, por exemplo, faz as seguintes estimativas:
 
Quantidade de pessoas Razão da morte
1,5 milhão Execução
5 milhões Gulags
1,7 milhão Deportados¹
1 milhão Países ocupados²
¹ Erlikman estima um total de 7,5 milhões de deportados
² Diz respeito aos mortos civis durante a ocupação russa
  
Este total estimado de 9 milhões, para alguns pesquisadores, deve ainda ser somado a 6-8 milhões dos mortos na fome soviética de 1932-1933, episódios também conhecidos como Holodomor. Existe controvérsia entre historiadores a respeito desta fome ter sido ou não provocada deliberadamente por Stalin para suprimir opositores de seu regime. Muitos argumentam que a fome ocorreu por questões circunstanciais não desejadas por Estaline ou que foi uma consequência acidental de uma tentativa de forçar a coletivização naquelas áreas afetadas pela fome. Todavia, também existem argumentos no sentido contrário, de que a fome foi sim provocada por Estaline. Para a última corrente, uma prova de que a fome foi provocada seria o facto de que a exportação de cereais da União Soviética para a Alemanha Nazi aumentou consideravelmente no ano de 1933, o que provaria que havia alimento disponível. Esta versão da história é retratada pelo documentário The Soviet Story.
Sendo assim, se o número de vítimas da fome for incluído, chega-se a um número mínimo de 10 milhões de mortes (mínimo de 4 milhões de mortos por fome e mínimo de 6 milhões de mortos pelas demais causas expostas). No entanto, Steven Rosefielde tem como mais provável o número de 20 milhões de mortos, Simon Sebag Montefiores sugere número um pouco acima de 20 milhões, no que é acompanhado por Dmitri Volkogonov (autor de Estaline: Triunfo e Tragédia), Alexander Nikolaevich Yakovlev, Stéphane Courtois e Norman Naimark. O pesquisador Robert Conquest recentemente reviu a sua estimativa original de 30 milhões de vítimas para cerca de 20 milhões, afirmando ainda ser muitíssimo pouco provável qualquer número abaixo de 15 milhões de vidas ceifadas pelo regime de Estaline.

 


   

terça-feira, dezembro 17, 2024

O ditador Kim Jong-il morreu há treze anos...




Kim Jong-il (16 de fevereiro de 1941, pelo registo soviético, ou 1942, pelo registo norte-coreano - 17 de dezembro de 2011) foi um ditador, que, de 1994 a 2011, exerceu as funções de Líder Supremo da República Popular Democrática da Coreia do Norte e de Presidente da Comissão de Defesa Nacional da Coreia do Norte e Secretário-Geral do Partido dos Trabalhadores da Coreia — cargos máximos em âmbito militar e político da nação coreana. Kim Jong-il herdou do pai, Kim Il-Sung, o controle da Coreia do Norte. No poder, Kim Jong-il manteve a ideologia oficial juche, de completa autossuficiência nacional, e um regime comunista de cariz estalinista.

Kim Jong-il era oficialmente designado "Líder Supremo" (e também chamado de "Querido Líder", "Comandante Supremo" e "Nosso Pai"), e a referência a sua figura estava presente em quase todas as esferas da vida quotidiana norte-coreana, promovida por um ferrenho culto à personalidade que não admitia oposição. Por esse motivo, Kim Jong-il era reconhecido internacionalmente como sendo o chefe de estado mais totalitário do planeta.
Em junho de 2009, noticiou-se que o líder da Coreia do Norte nomeou o seu filho mais novo, o general Kim Jong-un, para lhe suceder, o que faria da Coreia do Norte um regime comunista de controle hereditário.

A morte de Kim Jong-il foi anunciada publicamente pela imprensa estatal da Coreia do Norte em 19 de dezembro de 2011, e teria ocorrido em 17 de dezembro. Fontes oficiais atribuíram o falecimento à "fadiga" do Líder Supremo e à "dedicação de sua vida ao povo". A agência de notícias sul-coreana Yonhap, com base em informações obtidas na Coreia do Norte, divulgou que Kim Jong-Il morreu durante uma viagem e por causa de ataque cardíaco. Kim Jong-Il havia sofrido uma apoplexia em 2008.

 O filho mais novo do estadista, o general Kim Jong-un, com 29 anos de idade, foi designado seu sucessor. Um de seus primeiros eventos públicos é o funeral de seu pai.




NOTA: uma democracia tão avançada e tão amada merece uma nota especial neste dia - queríamos dedicar este post ao Partido que ainda não entendeu bem o conceito de democracia e que acha que a Coreia do Norte é uma democracia.

(imagem daqui)

sexta-feira, dezembro 13, 2024

O ditador e genocida Saddam Hussein foi capturado há 21 anos

Fotografia tirada por soldados americanos durante a captura de Saddam
       
O paradeiro de Saddam não foi conhecido durante vários meses até que, em 4 de abril, a televisão iraquiana mostrou o ex-ditador, cercado de aliados seus, passeando pelas ruas da cidade. Em 8 de abril, um dia antes de as forças americanas atingirem o coração de Bagdad, um bombardeiro B-1 lançou quatro bombas de perfuração de bunkers contra um edifício da capital iraquiana, onde se acreditava que Saddam Hussein estivesse reunido com outros chefes do regime, com o deliberado objetivo de assassiná-lo.
Mas ele conseguiu desaparecer depois que as forças da coligação invadiram Bagdad, em 9 de abril. Escondido, continuou tentando motivar os seus antigos combatentes, que se mostraram mais frágeis do que se imaginava e não resistiram ao poderio militar dos Estados Unidos - nem tão pouco usaram as supostas armas químicas que motivaram o ataque.
Em 13 de dezembro de 2003, Saddam Hussein foi localizado, militando na resistência à ocupação, e preso num cave de uma quinta da cidade de Adwar, próximo de Tikrit, a sua cidade natal, numa operação conjunta entre tropas americanas e rebeldes curdos. As tropas encontraram o ex-presidente escondido num pequeno buraco subterrâneo, camuflado com terra e tijolos. Embora estivesse armado com uma pistola e dois AK-47, rendeu-se pacificamente após uma suposta patética negociação onde pretendia subornar os seus captores com a soma de US$ 750.000 que guardava numa mala. "Sou o presidente do Iraque e quero negociar", teria proposto, em inglês. Segundo a coligação militar, foi um membro de uma família próxima de Saddam quem o delatou. Um jornal jordano publicou uma versão alternativa da prisão. Saddam teria sido drogado por um parente, que lhe servia de guarda-costas, e vendido aos americanos, em troca da recompensa milionária que era oferecida. A filha Raghad, exilada na Jordânia, diz que com certeza seu pai foi drogado, de outra forma teria lutado como "um leão". Paul Bremer e Tony Blair confirmaram esta notícia.
Saddam, que não apresentou resistência alguma, estava sujo e desorientado quando foi capturado. Posteriormente, foi submetido a um exaustivo reconhecimento médico e a um teste de DNA, que confirmou a sua identidade. Entre as primeiras imagens transmitidas, algumas mostravam Hussein sendo examinado por um médico militar americano, assim como outras mostravam o local de sua captura. Tais imagens causaram variadas reações pelo mundo, desde aqueles que - tais como grande parte da população americana e até iraquiana - as justificaram por motivos políticos, sociais e militares, até os que (baseando-se em interpretações do direito internacional) argumentaram que as imagens representavam uma violação intolerável da Convenção de Genebra acerca do tratamento de prisioneiros de guerra capturados.
Em 1 de janeiro de 2004, o Pentágono reconheceu-o como "prisioneiro de guerra", e, em 30 de junho, transferiu a sua custódia judicial para o novo Governo provisório iraquiano.
Durante 24 meses, Saddam permaneceu sob custódia das forças norte-americanas, à espera de ser julgado por um Tribunal Especial iraquiano, patrocinado pelos Estados Unidos, que, em 19 de outubro de 2005 iniciou o processo contra o ex-ditador e o condenou à morte, por enforcamento, em 5 de novembro de 2006.
   

terça-feira, dezembro 10, 2024

O ditador Pinochet morreu há dezoito anos

(imagem daqui)
  
Augusto José Ramón Pinochet Ugarte (Valparaíso, 25 de novembro de 1915 - Santiago, 10 de dezembro de 2006) foi um general do exército chileno, ditador do Chile após um golpe militar em 11 de setembro de 1973, pelo Decreto Lei Nº 806 editado pela junta militar (Conselho do Chile), que foi estabelecida para governar o Chile após a deposição de Salvador Allende, e posteriormente tornado senador vitalício de seu país, cargo que foi criado exclusivamente para si, por ter sido um ex-governante.
Governou o Chile entre 1973 e 1990, depois de liderar o golpe militar que derrubou o governo democraticamente eleito do presidente Salvador Allende. O seu regime foi marcado por constantes violações de direitos humanos, com mais de 80.000 pessoas presas e outras 30.000 torturadas. Segundo números oficiais, mais de 3 mil pessoas foram assassinadas pelo governo Pinochet.
 
 

quinta-feira, dezembro 05, 2024

Józef Piłsudski, o fundador do moderno estado polaco, nasceu há 157 anos

  
Józef Piłsudski (Zułów, na atual Lituânia, 5 de dezembro de 1867Varsóvia, 12 de maio de 1935) foi um revolucionário polaco e estadista, marechal de campo, primeiro chefe de estado (1918-1922) e ditador (1926-1935) da Segunda República Polaca, bem como o líder das suas forças armadas. Foi uma das mais proeminentes figuras políticas polacas do seu tempo e é considerado o maior responsável pelo ressurgimento da Polónia, quase 120 anos após a sua partição pela Áustria, Prússia e Rússia em 1772-1795. A partir de metade da Primeira Guerra Mundial, até à sua morte, Piłsudski foi o político mais influente na política externa e no governo da Polónia. Após o golpe de estado de maio de 1926, tornou-se o seu ditador de facto.
Quando jovem, pertenceu a diversas organizações clandestinas e usou vários pseudónimos, entre eles: Wiktor, Mieczysław e Ziuk. Mais tarde foi afetuosamente chamado de Dziadek ("Avô") ou Marszałek ("o Marechal"). Os seus antigos soldados também o chamavam de Komendant ("o Comandante").
  

terça-feira, novembro 26, 2024

O ditador Fidel Castro morreu há oito anos...

     
Fidel Alejandro Castro Ruz (Birán, 13 de agosto de 1926 - Havana, 25 de novembro de 2016) foi um político e revolucionário cubano que governou a República de Cuba como primeiro-ministro de 1959 a 1976 e depois como presidente de 1976 a 2008. Politicamente, era nacionalista e marxista-leninista. Também foi o primeiro-secretário do Partido Comunista de Cuba de 1961 até 2011. Sob a sua administração, Cuba tornou-se um estado socialista autoritário unipartidário, a indústria e os negócios foram nacionalizados e reformas socialistas foram implementadas em toda a sociedade. Castro morreu em Havana na noite de 25 de novembro de 2016, aos 90 anos.
     

segunda-feira, novembro 25, 2024

Hoje é o Dia Internacional da Eliminação da Violência contra a Mulher - Las Mariposas foram assassinadas há 64 anos...

Museu onde descansam os restos mortais de Las Mariposas
 
Patria Mercedes Mirabal (27 de fevereiro de 1924 - 25 de novembro de 1960), Minerva Argentina Mirabal (12 de março de 1926 - 25 de novembro de 1960) e Antonia María Teresa Mirabal (15 de outubro de 1936 - 25 de novembro de 1960) foram mulheres dominicanas que se opuseram à ditadura de Rafael Leónidas Trujillo e foram, por isso, assassinadas.
As irmãs Mirabal cresceram numa zona rural, no município de Cibao (hoje província). Quando Trujillo chegou ao poder, a família das irmãs perdeu a casa e todo o seu dinheiro. As irmãs acreditavam que Trujillo levaria o país ao caos económico e, então, formaram um grupo de oposição ao regime se tornando conhecidas como Las Mariposas.
Foram presas e torturadas várias vezes. Apesar disso, continuaram na luta contra a ditadura. Trujillo decidiu acabar com Las Mariposas em 25 de novembro de 1960, enviando homens para intercetar as três mulheres quando iam visitar os seus maridos na prisão. Las Mariposas foram apanhadas desarmadas e levadas para uma plantação de cana-de-açúcar, onde foram apunhaladas e estranguladas.
Trujillo acreditou que havia eliminado um grande problema, mas o assassinato teve péssimas repercussões. A morte de Las Mariposas causou grande comoção na República Dominicana e levou o povo dominicano a ficar cada vez mais inclinado a apoiar os ideais de Las Mariposas. Esta reação contribuiu no despertar da consciência do povo e culminou no assassinato de Trujillo, em maio de 1961.
No Primeiro Encontro Feminista Latino-Americano e Caribenho, em 1981, realizado em Bogotá, Colômbia, a data do assassinato das irmãs foi proposta pelas feministas para ser o dia Latino-Americano e Caribenho de luta contra a violência à mulher.
Em 17 de dezembro de 1999 a Assembleia Geral das Nações Unidas declarou o dia 25 de novembro como o Dia Internacional da Eliminação da Violência contra a Mulher, em homenagem ao sacrifício de Las Mariposas.
Em 1995, a escritora dominicana Julia Álvarez publicou o livro No Tempo das Borboletas, baseada na vida de Las Mariposas, e que, em 2001, se tornou num filme. A sua história é também recordada no livro A Festa do Bode, do peruano Mario Vargas Llosa.
        
   
in Wikipédia

sábado, novembro 23, 2024

Nicolás Maduro, o ditador que os venezuelanos (não) elegeram presidente, nasceu há 62 anos

 

Nicolás Maduro Moros (Caracas, 23 de novembro de 1962) é um político venezuelano e atual presidente da República Bolivariana da Venezuela. Como vice-presidente, assumiu interinamente a presidência da República em 2012, logo após a vitória eleitoral de Hugo Chávez, em razão da grave enfermidade do presidente eleito. Chávez faleceu em 5 de março de 2013, e novas eleições foram convocadas. Em 14 de abril de 2013, Maduro foi eleito 57.º presidente da Venezuela, para cumprir um mandato integral. Acabou reeleito em 2018, num pleito controverso e não reconhecido pela oposição e pela comunidade internacional, com muitos países e órgãos supranacionais não admitindo mais sua legitimidade como presidente. Maduro havia servido anteriormente como Ministro dos Negócios Estrangeiros de 2006 a 2013.

Maduro governa a Venezuela por decreto, com poderes especiais, desde novembro de 2013. Sua presidência foi marcada pelo declínio socioeconómico venezuelano, com acentuado crescimento da pobreza, inflação, criminalidade e fome; seus críticos dizem que a crise que o país enfrentou na década de 2010 é resultado direto das políticas de Chávez e Maduro, e a oposição constantemente taxa o presidente de ditador. Maduro, por outro lado, culpa a especulação e uma "guerra económica" imposta à nação pelos seus oponentes, internos e externos. A escassez de produtos de subsistência na Venezuela e uma queda considerável no índice de qualidade de vida no país, resultou numa série de protestos populares a partir de 2014 que foram aumentando de intensidade com o tempo, instigando uma resposta violenta das forças de segurança do governo, causando dezenas de mortes, ajudando a puxar ainda mais para baixo a popularidade de Maduro. Essa impopularidade levou a oposição a vencer as eleições parlamentares de 2015 e dominar a Assembleia Nacional, porém Maduro conseguiu contornar a autoridade do legislativo e manter seu poder total através da Suprema Corte e os Tribunais Eleitorais, junto com outros corpos políticos, todos dominados por seus apoiantes, contando também com apoio dos militares. Em 2017, o presidente conclamou uma constituinte, não sancionada ou apoiada pelo parlamento, enchendo-a com seus partidários, efetivamente removendo os poderes da Assembleia Nacional (dominada pela oposição). Esses movimentos antidemocráticos levaram a condenações dentro e fora da Venezuela, com várias nações (como os Estados Unidos) impondo sanções contra o país.

Em maio de 2018, foi reeleito para um mandato de seis anos em uma polémica eleição, não reconhecida pela oposição, pela Organização dos Estados Americanos e União Europeia, além de países como Estados Unidos e Brasil. Em janeiro de 2019, Maduro foi empossado para um segundo mandato. Isso acabou gerando uma grave crise política interna, com a Assembleia Nacional não reconhecendo a posse do presidente e várias nações do mundo removendo seus embaixadores de Caracas, como protesto. Para a oposição, Nicolás Maduro estava, efetivamente, transformando a Venezuela numa ditadura sob seu comando.

Um relatório da Organização dos Estados Americanos determinou que, durante a sua gestão, foram cometidos crimes contra a humanidade, e as Nações Unidas reportaram mais de 9000 execuções extrajudiciais e mais de quatro milhões de venezuelanos foram forçados a deixar o país. Em 10 de janeiro de 2019, minutos após Nicolás Maduro tomar posse perante o Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela para o mandato presidencial 2019-2025, a Organização dos Estados Americanos, numa reunião extraordinária do seu Conselho Permanente, aprovou uma resolução que declarava Maduro como ilegítimo presidente da Venezuela, pedindo novas eleições. Em 26 de março de 2020, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, emitiu um mandado de prisão contra Maduro com uma recompensa de 15 milhões de dólares por acusações relacionadas ao tráfico de drogas.

Durante o seu mandato, especialmente desde meados de 2020, foram relatadas intervenções diretas e indiretas de potências estrangeiras na política interna da Venezuela, especialmente dos Estados Unidos, Rússia e China. Essas intervenções variaram desde sanções económicas, apoio diplomático e logístico, até supostas incursões militares. Essas intervenções tiveram implicações significativas na situação interna da Venezuela, exacerbando tanto a crise económica quanto as tensões políticas.

 

O fantoche da Coreia do Norte bombardeou Yeonpyeong há catorze anos

  
O bombardeamento de Yeonpyeong foi um incidente que ocorreu na península coreana a 23 de novembro de 2010. O incidente começou as 05:34 (UTC) do dia 23 de novembro, quando a artilharia norte-coreana iniciou o lançamento de projéteis contra a ilha sul-coreana de Yeonpyeong, no mar Amarelo. Dois militares sul-coreanos morreram. O ataque também deixou 20 feridos (3 deles civis) e provocou danos e incendiou edifícios na ilha, onde estava mobilizado um destacamento do Exército sul-coreano. Quatro dos militares feridos ficaram em estado grave.

   

  

quarta-feira, novembro 20, 2024

O ditador Francisco Franco morreu há 49 anos

     
Francisco Franco Bahamonde
(Ferrol, 4 de dezembro de 1892 - Madrid, 20 de novembro de 1975) foi um militar, chefe de estado e ditador espanhol. Conhecido como Generalíssimo, Francisco Franco ou simplesmente Franco, integrou o Golpe de Estado na Espanha em julho de 1936 contra o governo democrático da Segunda República, que levou à Guerra Civil Espanhola. Foi nomeado como chefe supremo das tropas sublevadas em 10 de outubro de 1936, sendo o chefe de Estado da Espanha desde o final do conflito até ao seu falecimento, em 1975, e como chefe de Governo entre 1938 e 1973.
Foi líder do partido único Falange Espanhola e das JONS (Juntas Ofensivas Nacional Sindicalistas), nos quais se apoiou para estabelecer um regime fascista no começo do seu governo, que mais tarde derivaria numa ditadura conhecida como franquismo, de tipo conservador, católico e anti comunista. A mudança do seu regime deveu-se à derrota do fascismo na Segunda Guerra Mundial. Aglutinou em torno do culto da sua imagem diferentes tendências do conservadorismo, nacionalismo e catolicismo, opostas à esquerda política e ao desenvolvimento de formas democráticas de governo.
Durante o seu mandato à frente do Exército e da Chefia do Estado, especialmente durante a Guerra Civil e os primeiros anos do regime, tiveram lugar múltiplas violações dos direitos humanos, segundo assinalam numerosas pesquisas históricas e denúncias de pessoas.  O número total de vítimas mortais varia em torno de centenas de milhares de pessoas que morreram, na maioria em campos de concentração, execuções extrajudiciais ou em prisão.
Ao contrário de Hitler e Mussolini, o governo de Franco, devido à teórica neutralidade na Segunda Guerra Mundial, resistiu ao fim da Segunda Guerra. Mas o líder fascista liderava um país industrialmente atrasado, mais pobre  do que as outras nações europeias. E, apesar de não gostar particularmente de futebol, viu no desporto uma forma da Espanha passar a ser conhecida positivamente no exterior. Depois de um governo de quase quarenta anos, Franco restaurou a monarquia e deixou o Rei Juan Carlos I como seu sucessor. Juan Carlos liderou a transição para a democracia, deixando a Espanha com seu atual sistema político.

Vida
Nascido Francisco Paulino Hermenegildo Teódulo Franco y Bahamonde na cidade galega de Ferrol, estudou na Academia de Infantaria de Toledo. Entre 1912 e 1917, distinguiu-se nas campanhas bélicas do Marrocos espanhol. Após uma estada de três anos em Oviedo, voltou ao Marrocos, onde combateu às ordens de Rafael de Valenzuela y Urzaiz e de Millán Astray, destacando-se pelo seu valor e frieza no combate. Em 1923, apadrinhado por Afonso XIII, casou-se com Carmen Polo, de uma família da burguesia das Astúrias.
Destinado novamente a Marrocos, com a patente de tenente-coronel, assumiu o comando da Legião Espanhola em 1923 e participou ativamente no desembarque na baía de Alhucemas e na reconquista do Protetorado (1925). É considerado, juntamente com José Sanjurjo, o mais brilhante dos militares chamados africanistas. Entre 1928 e 1931 dirigiu a Academia Militar de Saragoça.
Quando da implantação da República (1931) foi afastado de cargos de responsabilidade e destacado para os governos militares da Corunha e das Baleares. Com o triunfo das forças de direita em 1933, regressou a altos cargos do Exército. Planificou a cruel repressão da Revolução das Astúrias (1934) com tropas da Legião. Quando José María Gil-Robles ocupou o Ministério da Guerra, foi nomeado Chefe do Estado-Maior Central (1935). Em 1936, o Governo da Frente Popular nomeou-o comandante militar das Canárias. Dali manteve contacto com Emilio Mola (chamado «O Diretor») e Sanjurjo, que preparavam o levantamento militar.
Em 17 de julho voou das Canárias até Marrocos, revoltou a guarnição e tornou-se comandante das tropas. Cruzou o Estreito de Gibraltar com meios precários (aviões cedidos por Mussolini e Hitler e navios de pouca tonelagem) e avançou até Madrid por Mérida, Badajoz e Talavera de la Reina. Apoderou-se rapidamente da direção militar e política da guerra (em setembro de 1936), e em 1 de outubro de 1936 converteu-se em Chefe do Estado, chefiando igualmente o Governo. Em abril de 1937 uniu os membros da Falange Espanhola das Juntas de Ofensiva Nacional-Sindicalista, FE-JONS, e os monárquicos carlistas da Comunhão Tradicionalista numa única força política, a FET y de las JONS (Falange Espanhola Tradicionalista e das JONS), e colocou-se à frente da nova organização como seu Chefe Nacional - Caudilho. Anos mais tarde, disse que apenas prestaria contas da sua atividade "perante Deus e perante a História".
Terminada a guerra civil espanhola empreende a reconstrução do país. Recebeu a condecoração portuguesa do Grande-Colar da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito a 30 de junho de 1939. Não só não quer contar com os vencidos para esta tarefa, mas também a repressão e os fuzilamentos prolongam-se durante, pelo menos, um lustro. Cria um estado católico, autoritário e corporativo que recebe o nome de franquismo. Apesar das suas estreitas relações com a Alemanha e a Itália, mantém a neutralidade espanhola durante a Segunda Guerra Mundial. Terminada esta, os vencedores isolam o regime franquista. Contudo, este vai-se consolidando no poder, com a promulgação das novas Leis Fundamentais: criação das Cortes Espanholas (1942), o Foro dos Espanhóis (1945), Lei do Referendo Nacional (1945), Lei da Sucessão na Chefia do Estado (1947), etc.
Em 1953 são restabelecidas as relações diplomáticas com os Estados Unidos e, em 1955, o regime de Franco é reconhecido pela Organização das Nações Unidas. Recebeu a condecoração portuguesa da Banda das Três Ordens a 14 de fevereiro de 1962. Em 1966 promulga uma nova lei fundamental que junta às já existentes, a Lei Orgânica do Estado, e, três anos mais tarde, apresenta às Cortes, como sucessor a título de Rei, o príncipe Juan Carlos, neto de Afonso XIII. Em junho de 1973 cede a presidência do Governo ao seu mais direto colaborador, Luis Carrero Blanco. A morte deste, num atentado, poucos meses depois, é o princípio da decomposição do regime. Franco morre, após longa agonia, num hospital de Madrid.
       
        

segunda-feira, outubro 28, 2024

A Marcha sobre Roma, que levou o partido fascista ao poder na Itália, foi há cento e dois anos

  
A Marcha sobre Roma (em italiano: Marcia su Roma) foi uma vasta manifestação fascista, com características de golpe de estado, ocorrida a 28 de outubro de 1922 na capital da Itália, com o afluxo à cidade de dezenas de milhares de militantes fascistas, que reivindicavam o governo da Itália.
Este evento representou a ascensão ao poder do Partido Nacional Fascista (PNF) e o fim da democracia liberal, com a nomeação de Benito Mussolini como chefe de governo pelo rei Vítor Emanuel III.
  

domingo, outubro 20, 2024

O ditador que governou a Líbia durante quatro décadas foi brutalmente assassinado há 13 anos...

(imagem daqui)
     
Muammar Abu Minyar al-Gaddafi (Sirte, 7 de junho de 1942 - Sirte, 20 de outubro de 2011) foi um militar, político, ideólogo e ditador líbio, sendo o de facto chefe de estado do seu país entre 1969 e 2011.
Gaddafi chegou ao poder em 1969, sem derramar sangue, por meio de um golpe de estado e assumiu a função formal de Chefe da Nação até 1977, quando renunciou o comando do chamado Conselho do Comando Revolucionário da Líbia e alegou apenas ser uma figura simbólica do governo. Os seus críticos dizem que ele agia como um autocrata ou um demagogo, apesar do antigo governo líbio dizer que ele não detinha qualquer poder e o próprio Gaddafi tentava passar a imagem de um estadista e filósofo. Após Gaddafi renunciar ao cargo, ele ficou conhecido como o "Irmão Líder e Chefe da Grande Revolução de Jamahiriya Popular Socialista da Líbia" ou "líder Fraternal e chefe da revolução"; em 2008, durante um encontro de líderes africanos, alguns destes chamaram-no de "Rei dos Reis".
      
(...)
      
Em fevereiro de 2011, frente a protestos pedindo sua derrocada do poder, Gaddafi respondeu aos manifestantes com violência, porém as manifestações contrárias ao seu governo intensificaram-se. Então eclodiu no país uma violenta guerra civil, colocando em confronto forças leais e contrárias ao regime. Durante este conflito, Gaddafi foi acusado de cometer vários crimes contra a humanidade e um mandado de prisão foi expedido contra ele pelo Tribunal Penal Internacional. Em agosto de 2011, tropas do Conselho Nacional de Transição (CNT) atacaram e conquistaram a capital, Trípoli, colocando assim Gaddafi e seu governo em fuga. A 20 de outubro, após 8 meses de guerra, o ex-líder foi morto em Sirte por simpatizantes do CNT. 
    
Morte
Em 20 de outubro de 2011, após a queda de Sirte, o último grande reduto das forças de Gaddafi, o Conselho Nacional de Transição informou oficialmente à Al Jazeera que Gaddafi havia sido capturado. De acordo com algumas fontes, Gaddafi teria sido ferido nas pernas ou levado dois tiros no peito. Segundo as primeiras informações, ele teria morrido em consequência desses ferimentos. Imagens de um vídeo amador mostravam o corpo ensanguentado de Gaddafi, ainda vivo, sendo carregado como um troféu em Sirte.
O primeiro-ministro do Conselho Nacional de Transição (CNT) líbio, Mahmoud Jibril, confirmou a morte do ex-líder Muammar Kadhafi, durante os confrontos pela tomada da cidade de Sirte. "Esperávamos havia muito tempo por este momento. Muammar Kadhafi foi morto", afirmou à Associated Press. Segundo Jibril, a autópsia determinou que o líder deposto foi morto por um ferimento de bala na cabeça, após a sua captura. Jibril afirmou, durante entrevista coletiva, que Gaddafi estava em boa saúde e armado, quando foi encontrado. Enquanto era levado até uma camioneta, levou um tiro no braço ou na mão direita. Posteriormente, levou um tiro na cabeça, em circunstâncias pouco claras.
O corpo de Gaddafi foi levado para uma câmara frigorífica e ficou exposto para visita pública, juntamente com o corpo de seu filho, Mo'tassim, e do chefe militar do regime, Abu-Bakr Yunis Jabr, durante quatro dias. Posteriormente foram enterrados, num local secreto, numa simples e respeitosa cerimónia, de acordo com o governo líbio. De acordo com o jornal francês Le Figaro, o corpo de Muammar Gaddafi foi enterrado no meio do deserto num local não especificado, para evitar que o túmulo se torne um local de peregrinação dos seus partidários. No seu testamento político, divulgado pouco depois da sua morte, Gaddafi exortou o seu povo a continuar a lutar e resistindo de todas as formas contra o novo governo e deixou instruções sobre como ele gostaria de ser enterrado, à maneira muçulmana.

 

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