Placa no lugar da sua execução, na Île de la Cité, em Paris, na Pont-Neuf; traduzindo para o português: Nesse local, Jacques de Molay, último Grão-Mestre da Ordem dos Templários, foi queimado, em 18 de março de 1314
Nobres de toda a Europa enviavam seus filhos para serem cavaleiros templários, e isso fez com que a Ordem passasse a ser muito rica e popular em todo o continente europeu e
Oriente Médio.
Como Grão-Mestre, Jacques passou por uma difícil posição pois as cruzadas não estavam atingindo seus objetivos. O
anticristianismo sarraceno derrotou as Cruzadas em
batalhas, capturando algumas cidades e portos vitais dos cavaleiros templários e dos
hospitalários (outra ordem de
cavalaria). Restaram apenas um único grupo do confronto contra os sarracenos.
Os templários resolveram, então, se reorganizar e readquirir sua força. Viajaram para a
ilha de
Chipre, esperando que o público geral se levantasse em apoio à outra Cruzada.
Em vez de apoio público, como sempre, os cavaleiros atraíram a atenção dos poderosos
senhores feudais, muito deles seus parentes, pois para se entrar na ordem teria de se pertencer à nobreza. Em
1305,
Filipe IV, "O Belo",
rei de França, resolveu obter o controle dos templários para impedir a ascensão da ordem no poder da Igreja católica. O rei era amigo de Jacques de Molay, um de seus filhos era afilhado do mesmo, o
Delfim Carlos, que mais tarde seria rei de França como Carlos IV. Mesmo sendo seu amigo, o rei de França tentou juntar a ordem dos Templários e a dos Hospitalários, pois sentiu que as duas ordens formavam uma grande potência
económica. Filipe IV sabia que a Ordem dos Templários possuía várias propriedades e outros tipos de riqueza.
Sem obter o sucesso desejado, que era a de juntar as duas ordens e se transformar em um líder absoluto, o então rei de França arranjou um plano para acabar com a Ordem dos Templários, tendo chamado um nobre francês de nome Esquin de Floyran. O tal nobre teria como missão denegrir a imagem dos templários e de seu Grão-Mestre Jacques de Molay, e como recompensa receberia terras pertencentes aos
templários logo após derrubá-los.
O ano de
1307 viu o começo da perseguição aos cavaleiros. Apesar de possuir um exército com cerca de 15 mil homens, Jacques de Molay havia ido a França para o
funeral de um membro
feminino da Casa Real Francesa e havia levado consigo poucos cavaleiros. Na madrugada de
13 de outubro, ele e seus homens foram capturados e lançados nas
masmorras por um homem de confiança do rei Filipe IV,
Guilherme de Nogaret.
Durante sete anos, Jacques de Molay e os cavaleiros aprisionados sofreram
torturas e viveram em condições subumanas. Enquanto isso, Filipe IV media forças com o
papa Clemente V para condenar os templários. As suas riquezas e propriedades foram confiscadas e dadas a protegidos de Filipe.
Após três julgamentos, Jacques de Molay continuou sendo leal para com os seus amigos e cavaleiros. Ele se recusou a revelar o local das riquezas da Ordem, e recusou-se a denunciar os seus companheiros. Em
18 de março de
1314, foi levado à Corte Especial. Como evidências, a Corte dependia de confissões forjadas, supostamente assinadas por de Molay. Desmentiu, então, as mesmas confissões. Sob as leis da época, a pena por desmentir uma confissão era a morte. Foi julgado pelo Papa Clemente V, e assim como Jacques de Molay, outro cavaleiro, Guy d'Auvergne, desmentiu sua confissão e ambos foram condenados. O rei Filipe IV, O
Belo, ordenou que ambos fossem queimados naquele mesmo dia, e deste modo a história de Jacques de Molay se tornou um testemunho de lealdade e companheirismo. De Molay veio a falecer aos seus 70 anos de idade no dia 18 de março de 1314.
Diz a lenda que, durante a sua morte na fogueira, intimou os seus três algozes a comparecer diante do tribunal de
Deus, amaldiçoando os descendentes do então rei de França, Filipe IV, O
Belo. O primeiro a morrer foi o Papa Clemente V, logo em seguida o Chefe da guarda e o conselheiro real Guilherme de Nogaret e no dia
27 de novembro de 1314 morreu o rei Filipe IV com 46 anos de idade.