O Curso de Geologia de 85/90 da Universidade de Coimbra escolheu o nome de Geopedrados quando participou na Queima das Fitas.
Ficou a designação, ficaram muitas pessoas com e sobre a capa intemporal deste nome, agora com oportunidade de partilhar as suas ideias, informações e materiais sobre Geologia, Paleontologia, Mineralogia, Vulcanologia/Sismologia, Ambiente, Energia, Biologia, Astronomia, Ensino, Fotografia, Humor, Música, Cultura, Coimbra e AAC, para fins de ensino e educação.
Shafiq Ades (Arabic: شفيق عدس, Hebrew: שפיק עדס; born in 1900, died on 23 September 1948) was a wealthy Iraqi-Jewish businessman of Syrian origins. After a short show trial in 1948, he was executed by hanging on charges of selling weapons to Israel and supporting the Iraqi Communist Party.
Early life and career
Ades was born to a wealthy family based in Aleppo, Syria. He migrated to Iraq and based himself in Basra.
His main business activity was the establishment and management of the Ford car company
agency in Iraq. He further partnered with a Muslim named Naji
Al-Khedhairi in purchasing military metal scrap left in Iraq by the
British army, selling the unusable parts after usable parts were sold to
the government of Iraq.
Involved with the Ford concession in the country, Ades accumulated
business and personal ties with high-profile Iraqi notables and
officials and even had accessibility to the regent,'Abd al-Ilah. The richest Jew in Iraq,
Martin Gilbert writes that Ades “had lunched with Government ministers
and dined with the Regent.” The Ford importer was by 1948 the wealthiest
Jew in Iraq. He was described by historians as a “political pragmatist”
with “no time for ideologues of any stripe, least of all Zionists.
Trial and conviction
In July 1948, Iraq made Zionist affiliation a criminal offense.
When arrested, Ades was “accused simultaneously of being a Zionist and a
Communist. For the main charge against him, that he had sold arms to
Israel, the military court presented no evidence. He was also refused
the right to a proper defense.
In a military tribunal, accused of sending cars to Israel,
Ades was charged with donating money to the Iraqi Communist Party and
with supporting the military efforts of Israel. He was sentenced to
death and ordered to pay a fine of 5 million Dinars. The rest of his
property was confiscated. Scholars Moshe Gat and Philip Mendes reached
the conclusion that Ades was clearly innocent. They cite the following
evidence:
No such complaints were ever filed against his Muslim partner or many other scrap traders.
The trial lasted only 3 days and the defendant was not allowed to plead his case.
No witnesses were ever called.
The show trial was presided over by Judge Abdullah al-Naasni, a member of the anti-Jewish, pro-Nazi Istiqlal Party.
No concrete evidence was presented that the arms were shipped from Italy to Israel.
His execution was set to take place several days after he was found guilty.
Although hundreds of Jewish individuals were detained that summer, Ades
was the only one who received a death sentence. The only Jew in his
organization, he was also the only member of his business to be punished
for the crime the business was convicted of.
Execution
Following
the show trial, Ades was hanged in front of his newly completed mansion
in Basra on September 23, 1948. 12,000 onlookers came from all parts of
Iraq to witness the hanging of the so-called "traitor." Authorities
left his dead body in the square for hours and it was abused by the
celebrating crowds.
Mona Yahya, who had family living in Iraq at the time, later wrote
about the hanging that “crowds gathered to watch the spectacle and their
cheers incited the hangman to a repeat performance. The next day,
close-up shots of the hanged man covered the front pages of the Iraqi
newspapers. His neck was broken, his corpse dangled over his puddle of
excrement. He was labelled the Serpent, the Traitor, the Spy, the
Zionist, the Jew, while his estate worth millions was appropriated by
the Ministry of Defense."
A Guerra Irão-Iraque foi um conflito militar entre o Irão e o Iraque entre 1980 e 1988, resultado de disputas políticas e territoriais entre ambos os países.
Em 1980, o presidente Saddam Hussein, do Iraque, revogou um acordo de 1975 que cedia ao Irão cerca de 518 quilómetros quadrados de uma área de fronteira ao norte do canal de Shatt-al-Arab em troca da garantia de que o Irão cessaria a assistência militar à minoria curda no Iraque que lutava por independência.
Exigindo a revisão do acordo para demarcação da fronteira ao longo do Chatt al-Arab (que controla o porto de Bassorá), a devolução de três ilhas no estreito de Ormuz (tomadas pelo Irão em 1971) e a cessação da autonomia dada às minorias dentro do Irão, o exército iraquiano, a 22 de setembro de 1980, invadiu a zona ocidental do Irão e, contando com o elemento surpresa, avançou no território iraniano.
O Iraque também estava interessado na desestabilização do governo islâmico de Teerão e na anexação do Cuzistão, a província iraniana mais rica em petróleo.
Segundo os iraquianos, o Irão infiltrou agentes no Iraque para
derrubar o regime de Saddam Hussein. Além disso, fez intensa campanha
de propaganda e violou diversas vezes o espaço terrestre, marítimo e
aéreo iraquiano. Ambos os lados foram vítimas de ataques aéreos a
cidades e a poços de petróleo.
O Iraque esperava uma guerra rápida, pois contava com um moderno exército equipado pela URSS. Outros países muçulmanos, como o Kuwait e a Arábia Saudita,
também lhe davam apoio financeiro, na esperança de enfraquecer o
regime de Teerão. O Irão estava isolado internacionalmente, pois
considerava igualmente os EUA e a URSS
como inimigos. Como vantagem, o Irão contava apenas com uma população
bem superior. O exército iraquiano empenhou-se numa escaramuça de
fronteira numa região disputada, porém não muito importante, efetuando
posteriormente um assalto armado dentro da região produtora de petróleo
iraniana. A ofensiva iraquiana encontrou forte resistência e o Irão
recapturou o território.
Em 1981, somente Khorramshahr caiu inteiramente em poder do Iraque. Em 1982,
as forças iraquianas recuaram em todas as frentes. A cidade de
Khorramshahr foi evacuada. A resistência do Irão levou o Iraque a propor
um cessar-fogo, recusado pelo Irão (os iranianos exigiram pesadas
condições e, entre elas, a queda de Hussein). Graças ao contrabando de armas (escândalo Irão-Contras), o Irão conseguiu recuperar boa parte dos territórios ocupados pelas forças iraquianas. Nesse mesmo ano, o Irão atacou o Kuwait e outros Estados do Golfo Pérsico. Nessa altura, a Organização das Nações Unidas e alguns Estados Europeus enviaram vários navios de guerra para a zona. Em 1985, aviões iraquianos destruíram uma central nuclear parcialmente construída em Bushehr e depois bombardearam alvos civis, o que levou os iranianos a bombardear Bassorá e Bagdad. Entre 1984 e 1987
a guerra terrestre passou para uma fase onde predominou o atrito, que
favoreceu o desgaste iraquiano, enquanto o conflito transbordava para o
Golfo Pérsico,
envolvendo o ataque iraniano a navios petroleiros que saiam do Iraque e
o uso de minas submarinas nas proximidades da fronteira marítima dos
dois países.
Mas, em meados da década de 80, a reputação internacional do Iraque ficou abalada quando foi acusado de ter utilizado armas químicas contra as tropas iranianas, embora tenha acusado o Irão de fazer o mesmo (1987-1988).
A guerra entrou em uma nova fase em 1987, quando os iranianos aumentaram as hostilidades contra a navegação comercial dentro e nas proximidades do Golfo Pérsico,
resultando na ampliação da presença de navios norte-americanos e de
outras nações na região. Oficiais graduados do exército iraniano
começaram a perder credibilidade à medida que as suas tropas sofriam perdas
de armas e equipamentos, enquanto o Iraque continuava a ser abastecido pelo Ocidente.
O conflito começou a efetivamente preocupar as potências quando
atingiu o fluxo regular de petróleo, na medida em que os beligerantes
passaram a afundar navios e instalações petrolíferas, prejudicando
grandes fornecedores como o Kuwait. A partir disso, começaram as pressões mundiais pela paz. No princípio de 1988, o Conselho de Segurança da ONU exigiu um cessar-fogo. O Iraque aceitou, mas o Irão, não. Em agosto de 1988, hábeis negociações levadas a cabo pelo secretário-geral da ONU, Perez de Cuéllar,
e a economia caótica do Irão, levaram a que o país aceitasse que a
Organização das Nações Unidas (ONU) fosse mediadora do cessar-fogo. O
armistício veio em julho e a paz foi restabelecida em 15 de agosto.
Em 1990, o Iraque aceitou o acordo de Argel
de 1975, que estabelecia a fronteira com o Irão. Não houve ganhos e as
perdas foram estimadas em cerca de um milhão e quinhentas mil vidas. A
guerra destruiu os dois países e diminuiu o ímpeto revolucionário no
Irão. Em 1989, o aiatolá Khomeini morreu. A partir de então, o governo iraniano passou a adotar posições mais moderadas. Em setembro de 1990, enquanto o Iraque se preocupava com a invasão do Kuwait, ambos os países restabeleceram relações diplomáticas.
Tornou-se funcionário da ONU em 1969 - o mesmo ano em que o seu pai,
então embaixador, foi aposentado compulsoriamente dos quadros do
Ministério das Relações Exteriores brasileiro. Passou a maior parte de
sua vida trabalhando no Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados
(UNHCR, ou ACNUR, em português), servindo em missões humanitárias e de
manutenção da paz: em Bangladesh, durante sua independência, em 1971; no
Sudão e em Chipre, após a invasão turca de 1974. Por três anos foi responsável pelas operações do UNHCR em Moçambique, durante a guerra civil que se seguiu à independência do país, em 1975, e depois, no Peru.
Em 1981 foi nomeado conselheiro político sénior das forças da ONU no
Líbano. Em 1982 dececionou-se com os ataques sistemáticos do Hezbollah a
partir de território libanês a Israel, o que acabou por iniciar a
Guerra do Líbano, com Israel invadindo território daquele país visando
desarmar o grupo terrorista financiado pelo Irão e apoiado pela Síria.
Depois disso, desempenhou diversas funções importantes, no UNHCR, de
1983 a 1991. Foi chefe do Departamento Regional para Ásia e Oceânia e diretor da Divisão de Relações Externas.
Entre 1991 e 1996 foi enviado especial do Alto Comissário ao Camboja,
como diretor do repatriamento da Autoridade da ONU de Transição no
Camboja (U.N. Transitional Authority in Cambodia, UNTAC), tendo sido o
primeiro e único representante da ONU a manter conversações com o Khmer Vermelho. Foi diretor da United Nations Protection Force (UNPROFOR), a primeira força de paz na Croácia e na Bósnia e Herzegovina, durante as guerras da Jugoslávia. Foi também coordenador humanitário da ONU na região dos Grandes Lagos Africanos.
Para muitos, o brasileiro era a personificação do que a ONU poderia e
deveria ser: com uma disposição fora do comum para ir ao campo de ação,
corajoso, carismático, flexível, pragmático e muito eficiente na
negociação com governos corruptos e ditadores sanguinários, em busca da
paz.
O secretário-geral da ONU, Kofi Annan,
afirmava que Vieira de Mello era "a pessoa certa para resolver qualquer
problema". Foi o primeiro brasileiro a atingir um alto escalão na ONU.
Como negociador da ONU atuou em alguns dos principais conflitos mundiais
- Bangladesh, Camboja, Líbano, Bósnia e Herzegovina, Kosovo, Ruanda e Timor-Leste, entre 1999 e 2002, quando se mostraria inflexível nas denúncias dos crimes indonésios. E por fim, no Iraque, onde foi morto durante o ataque suicida ao Hotel Canal, com a explosão provocada por um camião-bomba. O Hotel Canal era usado como sede da ONU em Bagdade há mais de uma década.
Além dos 22 mortos, cerca de 150 pessoas ficaram feridas no ataque - o
mais violento realizado contra uma missão civil da ONU até então.
Atribuído pelos Estados Unidos à rede Al Qaeda, o ataque provocou a
retirada dos funcionários estrangeiros da organização do território
iraquiano.
Segundo o ministro de Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim,
momentos depois da explosão, Vieira de Mello telefonou para a ONU de
seu telemóvel, falando sobre a situação. Ele permaneceu preso sob os
escombros durante mais de três horas.
Entretanto, segundo Samantha Power, que entrevistou mais de 400 pessoas
(diversas das quais presentes no local da explosão) para escrever o
livro "O homem que queria salvar o mundo", Vieira de Mello comunicou
apenas com a equipa de resgate e com Carolina Larriera,
sua companheira, através de um buraco nos escombros. Ainda segundo
Samantha Power, os contactos telefónicos com a sede da ONU em Nova Iorque
partiram de Ramiro Lopes da Silva, vice de Vieira de Mello e
funcionário responsável pela segurança. O chefe da administração civil
dos EUA no Iraque, Paul Bremer, disse que possivelmente Vieira de Mello
teria sido o alvo do atentado. "Tudo aconteceu debaixo da janela de Sérgio Vieira de Mello. Eu acho que ele era o alvo", disse Lone à rede BBC.
Vieira de Mello era considerado por muitos como o virtual sucessor de Kofi Annan na Secretaria-Geral das Nações Unidas.
Apesar de frequentemente confrontar-se com a impotência da ONU diante
de tragédias humanas, sua biografia prova que ainda existe algo a ser
defendido na organização.
Em maio de 2003 fora indicado pelo secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, como seu representante especial, durante quatro meses no Iraque.
Sérgio Vieira de Mello foi enterrado no cemitério de Plainpalais (Cimetière des Rois), em Genebra.
Alguns meses após o atentado, a ONU realizou uma homenagem póstuma,
entregando o Prémio de Direitos Humanos das Nações Unidas àquele que foi
um dos mais importantes funcionários da entidade.
Sérgio era conhecido pelo seu carisma e obstinação. Mas a aversão à
ostentação de bens materiais também fez parte da sua história. Fazia
questão de mostrar-se igual aos mais humildes. Na Bósnia, Vieira de
Mello recusou colete blindado. Como os civis não dispunham daquele
"luxo", acreditava que criaria uma barreira com o povo local se saísse
às ruas com a proteção. Apesar de dispor de carros de luxo, em Nova
Iorque, Bruxelas, Bagdade e Paris, andava a pé, de táxi ou de
metro. Mas sempre foi amigo dos motoristas colocados à sua disposição e
era através deles que obtinha importantes informações sobre os autóctones, principalmente das suas necessidades, os seus anseios e a localização
dos bairros mais humildes, onde viviam os refugiados, com quem se reunia
espontaneamente, para ensinar os princípios básicos de moral, ética e
cidadania. Em Bagdad saiu de um bairro de refugiados a meio da noite e
voltou com meia dúzia de ovos, que ele mesmo cozinhou e dividiu com as
crianças e jovens. A um militar americano que o abordou, disse "não há
como falar sobre moral com quem está de barriga vazia". Abdicou de um
apartamento de mais de 500 metros quadrados em Nova Iorque, com vista
para o Central Park, por um outro de apenas dois quartos, próximo do
seu local de trabalho. Dizia que ali sentia-se mais feliz.
O seu brilhantismo, cultura, simpatia e desapego aos holofotes e bens
materiais eram as suas principais características, que somadas ao seu tipo
pessoal atlético, tornaram-no um ícone entre as principais celebridades
mundiais. Por duas vezes foi eleito o homem mais desejado e charmoso do
mundo pelas revistas VOGUE e Vanity Affairs, mas não compareceu para
receber os títulos. Em entrevista ao New York Times, humilde como
sempre, comentou que as revistas haviam se enganado e disse que se ele
tinha algo a receber, que fosse revertido para donativos aos refugiados
do Iraque.
Faisal II (Baghdad, 2 May 1935 – Baghdad, 14 July 1958) was the last King of Iraq. He reigned from 4 April 1939 until July 1958, when he was murdered during the 14 July Revolution together with numerous members of his family. This regicide marked the end of the thirty-seven-year-old Hashemite monarchy in Iraq. Afterwards the country became a republic without any consent of the Iraqi people by democratic referendum.
(...)
In the summer of 1958, King Hussein of Jordan asked for Iraqi military assistance during the escalating Lebanon crisis. Units of the Iraqi Army under the command of Abd al-Karim Qasim, en route to Jordan, chose to march on Baghdad instead, where they mounted a coup d'état on 14 July 1958. During the 14 July Revolution, Faisal II ordered the royal guard to offer no resistance, and Faisal himself surrendered to the insurgents.
Around 8 am, Captain Abdul Sattar Sabaa Al-Ibousi, leading the
revolutionary assault group at the palace, ordered the King, Crown
Prince 'Abd al-Ilah,
Princess Hiyam ('Abd al-Ilah's wife), Princess Nafeesa ('Abd al-Ilah's
mother), Princess Abadiya (Faisal's aunt) and several servants to gather
in the palace courtyard. Here, they were told to turn towards the wall,
where all were immediately machine-gunned by their captors. Faisal, who
had not died during the initial fusillade, was transported to a
hospital, but died en route. Princess Hiyam survived her injuries,
caused during the massacre, and was able to escape the country.
Nuri as-Said, Faisal's Prime Minister, was killed by Qassim's
supporters the following day. The monarchy was abolished without consent
from the people, and control over the country passed to a tripartite
"Sovereignty Council," composed of representatives of Iraq's three major
ethnic groups. A lengthy period of political instability ensued,
culminating in the ultimate triumph in 1968 of the Ba'ath Party, which
in turn led to the eventual coming to power of Saddam Hussein.
Cientistas revelam o rosto de um neandertal que viveu há 75 mil anos (e avisam que as descobertas podem não ficar por aqui)
Reconstrução do rosto de Neandertal que viveu há 75 mil anos
Uma mulher de 40 e
poucos anos foi enterrada numa gruta há 75 mil anos, numa vala escavada
para acolher o seu corpo. A sua mão esquerda estava enrolada debaixo da
cabeça e uma pedra atrás da cabeça pode ter sido colocada como almofada.
Conhecida
como Shanidar Z, em homenagem à caverna no Curdistão iraquiano onde foi
encontrada em 2018, a mulher era um neandertal, um tipo de humano
antigo que desapareceu há cerca de 40 mil anos.
Os cientistas que
estudam os seus restos mortais juntaram meticulosamente o crânio a
partir de 200 fragmentos de ossos, um processo que demorou nove meses.
Utilizaram os contornos do rosto e do crânio para guiar a reconstrução e
compreender como terá sido a sua aparência.
A
impressionante recriação é apresentada num novo documentário “Secrets
of the Neanderthals” (Segredos dos Neandertais) produzido pela BBC para a
Netflix, que já está disponível para transmissão.
Com
os contornos das sobrancelhas pronunciados e sem queixo, os crânios dos
neandertais são diferentes dos da nossa espécie, o Homo sapiens,
explica Emma Pomeroy, paleoantropóloga e professora associada do
departamento de arqueologia da Universidade de Cambridge, que
desenterrou o esqueleto e aparece no novo filme. A reconstrução facial
de Shanidar Z indica que essas diferenças podem não ter sido tão
acentuadas em vida,
“Há alguma liberdade
artística aqui, mas no centro está o crânio real e dados concretos sobre
o que sabemos acerca destas pessoas”, diz.
“Ela
na verdade tem um rosto bastante grande para o seu tamanho”, constata
Pomeroy. “Tem o contorno das sobrancelhas bastante grande, que
normalmente não veríamos, mas penso que vestida com roupas modernas
provavelmente não olharíamos duas vezes.”
Os
neandertais viveram na Europa, no Médio Oriente e nas montanhas da Ásia
Central durante cerca de 300 mil anos, sobrepondo-se aos humanos
modernos durante cerca de 30 mil anos. A análise do ADN dos seres
humanos atuais revela que, durante este período, os neandertais e o Homo
sapiens se encontraram ocasionalmente e cruzaram entre si.
A gruta de Shanidar no Curdistão iraquiano
foi escavada pela primeira vez na década de 50; foram aí encontrados
os restos mortais de mais de 10 neandertais
Nova análise
Quando
Pomeroy escavou o esqueleto pela primeira vez, o seu sexo não foi
imediatamente óbvio, porque apenas a metade superior do corpo estava
preservada. Faltavam-lhe os ossos pélvicos reveladores. A equipa que
inicialmente estudou os restos mortais baseou-se numa técnica
relativamente nova que envolve a sequência de proteínas no interior do
esmalte dos dentes para determinar o sexo de Shanidar Z, que é revelado
pela primeira vez no documentário.
Os investigadores das
universidades de Cambridge e Liverpool estimam a altura do espécime em
cerca de 1,5 metros, comparando o comprimento e o diâmetro dos ossos do
braço com dados relativos a humanos modernos. Uma análise do desgaste
dos dentes e dos ossos sugeriu que tinha cerca de 40 anos na altura da
sua morte.
“É uma
estimativa razoável, mas não podemos ter 100% de certeza, na realidade,
de que não eram mais velhos”, afirma Pomeroy. “O que podemos dizer é
que se trata de alguém que viveu uma vida relativamente longa. Para essa
sociedade, teria sido provavelmente muito importante em termos de
conhecimentos e experiência de vida”.
O crânio foi encontrado esmagado e
fragmentado em 200 pedaços; reconstruí-lo foi um “quebra-cabeças 3D de
alto risco”, diz Pomeroy
A gruta onde Shanidar Z foi enterrada é bem conhecida entre os
arqueólogos porque uma sepultura neandertal aí descoberta em 1960 levou
os investigadores a acreditar que os neandertais poderiam ter enterrado
os seus mortos com flores - o primeiro desafio à visão predominante de
que os antigos humanos eram tontos e brutos. Investigações posteriores
da equipa de Pomeroy lançaram, contudo, dúvidas sobre a teoria do
enterro de flores.
m vez disso, suspeitam que o pólen descoberto entre as sepulturas pode ter chegado através de abelhas polinizadoras.
Ainda
assim, ao longo dos anos, os cientistas têm encontrado cada vez mais
provas da inteligência, sofisticação e complexidade dos neandertais,
incluindo arte, cordas e ferramentas.
Os
neandertais regressavam repetidamente à Gruta de Shanidar para enterrar
os seus mortos. Os restos mortais de 10 deles foram desenterrados no
local, metade dos quais parecem ter sido sepultados deliberadamente em
série, segundo a investigação.
Os
neandertais podem não ter honrado os seus mortos com ramos de flores,
mas os habitantes da Gruta de Shanidar eram provavelmente uma espécie
empática, sugere a investigação. Por exemplo, um neandertal macho ali
enterrado era surdo e tinha um braço paralisado bem como um traumatismo
craniano, que provavelmente o tornava parcialmente cego, mas viveu muito
tempo, pelo que deve ter sido tratado com carinho, de acordo com o
estudo.
Shanidar
Z é o primeiro neandertal encontrado na caverna em mais de 50 anos,
conta Pomeroy, mas o local ainda pode render mais descobertas. Durante
as filmagens do documentário em 2022, Pomeroy encontrou uma omoplata
esquerda, alguns ossos das costelas e uma mão direita pertencente a
outro neandertal.
“Penso
que a nossa interpretação neste momento”, diz, “é que, na verdade,
estes são provavelmente os restos mortais de um único indivíduo, que
depois foi mexido”.
Os paleoartistas holandeses Adrie e Alfons Kennis criaram uma reconstrução facial da mulher de Neandertal para o documentário
Reconstruir o crânio
Pomeroy
descreve a reconstrução do crânio de Shanidar Z, que tinha sido
esmagado relativamente pouco tempo depois da morte, como um “puzzle 3D
de alto risco”. Os ossos fossilizados foram endurecidos com uma
substância semelhante a cola, removidos em pequenos blocos de sedimentos
da caverna e embrulhados em papel de alumínio antes de os
investigadores os enviarem para a Universidade de Cambridge para
análise.
No
laboratório de Cambridge, os investigadores fizeram microtomografias de
cada bloco e utilizaram-nas para orientar a extração dos fragmentos de
osso. A colega de Pomeroy, Lucía López-Polín, uma conservadora
arqueológica do Instituto Catalão de Paleoecologia Humana e Evolução
Social, em Espanha, juntou mais de 200 pedaços de crânio a olho nu para
lhe devolver a forma original.
A
equipa digitalizou e imprimiu em 3D o crânio recriado, que serviu de
base a uma cabeça reconstruída feita pelos paleoartistas holandeses
Adrie e Alfons Kennis, irmãos gémeos que construíram camadas de músculo
fabricado e de pele para revelar o rosto de Shanidar Z.
Pomeroy garante que a reconstrução ajudou a “preencher a lacuna entre a anatomia e os 75 mil anos de tempo”.
Estátua de Saddam Hussein é derrubada no centro de Bagdad por populares
A Invasão do Iraque em 2003 iniciou-se a 20 de março através de uma aliança entre os Estados Unidos, Reino Unido e muitas outras nações, numa aliança conhecida como A Coligação. A ofensiva terrestre foi iniciada a partir do Kuwait, depois de uma série de ataques aéreos com mísseis e bombas a Bagdad e arredores ter aberto o caminho às tropas no terreno.
Os efetivos, assim como os meios materiais do exército iraquiano, haviam sofrido forte deterioração, desde a Guerra do Golfo (1991), contando então com 17 divisões do exército regular (contra as 40 que possuíam na guerra de 1991), além das seis divisões da Guarda Republicana.
Apesar de alguma resistência por parte dos iraquianos, as forças
terrestres da coligação norte-americana e britânica avançaram bastante
até terem um abrandamento no dia 25 de março por falta de provisões. A 26 de março foi aberta a frente norte de ataque com a chegada de forças aerotransportadas à região norte controlada pelos curdos.
Encontrando menor resistência do que a inicialmente previsto, as tropas norte-americanas, a 4 de abril ocupam o aeroporto internacional de Bagdad,
situado a poucos quilómetros da capital. No dia seguinte alguns tanques
norte-americanos fizeram incursões no centro de Bagdad.
Bagdad caiu a 9 de abril e a 1 de maio declarou o presidente norte-americanoGeorge W. Bush o fim das operações militares, dissolvendo o governo do partido Ba'ath, depondo o presidente Saddam Hussein. As forças da Coligação capturaram Saddam Hussein a 14 de dezembro de 2004,
dando início ao processo de transição de poderes para os iraquianos.
A invasão foi feita de acordo com uma doutrina militar de intervenção rápida, ao estilo Blitzkrieg, e com apenas 173 mortos da Coligação (dos quais 33 britânicos).
(...)
A expressão "ocupação do Iraque" refere-se ao envio de tropas norte-americanas e internacionais ao Iraque no ano de 2003, por decisão do presidente George W. Bush, dos Estados Unidos. O pretexto da ocupação, inicialmente, foi achar armas de destruição em massa
que, supostamente, o governo iraquiano teria em estoque e que, segundo
Bush, representavam um risco ao seu país, abalado desde então pelos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001. O presidente Bush tomou a decisão de invadir o Iraque sem a aprovação do Conselho de Segurança da ONU, mas com o apoio dos então primeiros ministros Silvio Berlusconi (Itália), José María Aznar (Espanha), Durão Barroso (Portugal) e Tony Blair (Reino Unido). Em 2004,
após 1 ano de ocupação, entretanto, o presidente Bush muda o discurso
ao dizer que a ocupação faz parte da libertação de países e a promoção
da Democracia e da Paz mundial. Em 2004, o presidente iraquiano Saddam Hussein é capturado e mantido preso num local não revelado. Os seus filhos são mortos numa emboscada em Bagdad.
Às 06.00 da manhã, horário de Bagdad, do dia 30 de dezembro de 2006, Saddam
Hussein é enforcado, apesar das posições contrárias de várias
instituições internacionais, como a Amnistia Internacional,
União Europeia e diversos outros países. Foi executado juntamente com dois
dos seus aliados, sendo um deles o seu meio-irmão, e recusou-se a vestir o
capuz, normalmente utilizado nas execuções. Antes de sua morte, Saddam
pronunciou o nome do líder xiita iraquiano Moqtada Al Sadr.
(...)
As supostas armas de destruição biológica e caseira em massa que
supostamente haviam no Iraque jamais foram encontradas pelas forças de
ocupação. As também alegadas ligações de Saddam com grupos terroristas
islâmicos nunca foram comprovadas. Na verdade, os grupos terroristas
islâmicos opunham-se a Saddam, pois eram xiitas na sua maioria, enquanto o líder iraquiano era sunita e ao contrário do
que se imaginava, o Iraque era um dos países mais laicos da região.
Para muitos, o brasileiro era a personificação do que a ONU poderia e
deveria ser: com uma disposição fora do comum para ir ao campo de ação,
corajoso, carismático, flexível, pragmático e muito eficiente na
negociação com governos corruptos e ditadores sanguinários, em busca da
paz.
O secretário-geral da ONU, Kofi Annan,
afirmava que Vieira de Mello era "a pessoa certa para resolver qualquer
problema". Foi o primeiro brasileiro a atingir o alto escalão da ONU.
Como negociador da ONU atuou em alguns dos principais conflitos mundiais
- Bangladesh, Camboja, Líbano, Bósnia e Herzegovina, Kosovo, Ruanda e Timor-Leste, entre 1999 e 2002, quando se mostraria inflexível nas denúncias dos crimes indonésios.
Foi na capital iraquiana, Bagdad, que acabou sendo morto, em 2003, durante o ataque suicida ao Hotel Canal, com a explosão provocada por um camião-bomba.
O hotel era usado como sede da ONU em Bagdad havia mais de uma década.
Além dos 22 mortos, cerca de 150 pessoas ficaram feridas no ataque - o
mais violento realizado contra uma missão civil das Nações Unidas até
então. Abu Musab Zarqawi, chefe da organização terrorista Al Qaeda, assumiu a responsabilidade pelo atentado.
Segundo os autores do ataque, Mello foi assassinado pois ele era um
"cruzado" que teria ajudado a retirar uma parte (Timor-Leste) do país
muçulmano que é a Indonésia. O atentado provocou a retirada dos funcionários estrangeiros da ONU do território iraquiano.
O consenso internacional sobre a gravidade da agressão de Saddam Hussein e a aceitação de que o os Estados Unidos
eram a peça fundamental na elaboração da resposta, na liderança militar
e nos esforços necessários para manter unida uma aliança de países sem
precedentes na história mundial, galvanizou as nações a agir rapidamente
e em força.
Para garantir apoio económico, James Baker,
o secretário de Estado americano, viajou para dezenas de países. A
Arábia Saudita foi o primeiro país a ser visitado e rapidamente
concordou em, não só apoiar financeiramente, mas também disponibilizar
seu território para as forças da Coligação. Egito, Síria e Omã
foram os outros países do Oriente Médio a apoiar os americanos. Várias
nações da Europa ocidental, como Portugal, Espanha, Itália e,
principalmente, o Reino Unido, também enviaram ou tropas ou equipamentos
para a linha de frente. Ao todo, 34 países participaram da Coligação,
em algum nível. Esta foi a maior coligação militar reunida desde a Segunda Guerra Mundial. Algumas nações, como Japão e Alemanha
preferiram fazer contribuições financeiras, ajudando com US$ 10 mil milhões
e US$ 6,6 mil milhões, respetivamente. No geral, cerca de 73% das 956 600
tropas da Coligação enviadas para combater o Iraque eram dos Estados
Unidos.
A guerra começou com uma enorme campanha de bombardeamentos aéreos em 17
de janeiro de 1991. Foram mais de 100 mil ataques e surtidas, com pelo
menos 88 500 toneladas de bombas lançadas pelo ar
e destruiu rapidamente a infraestrutura militar do Iraque, causando
danos colaterais também, atingindo a infraestrutura civil do país. A campanha aérea foi comandada pelo general Chuck Horner.
Um dia após passar da data limite estimado pela Resolução 678 da
ONU exigindo a retirada das tropas iraquianas do Kuwait, as forças da
Coligação lançaram uma maciça campanha aérea contra o Iraque, dando
início então a "Operação Tempestade no Deserto" (Desert Storm). A primeira prioridade era destruir a força aérea iraquiana
e as suas instalações de defesa antiaérea. A maior parte das surtidas
saíram de bases na Arábia Saudita ou dos porta-aviões da Coligação no Golfo Pérsico e no Mar Vermelho.
Os alvos seguintes dos aviões e mísseis de cruzeiro da Coligação
eram as instalações de comando e comunicação das forças de Saddam. O
ditador iraquiano pessoalmente comandava cada aspeto da estratégia do
seu exército e decisões espontâneas por parte dos oficiais eram
desencorajadas. Com seus postos de comunicação e postos de escuta
destruídos acabou por limitar a capacidade das forças iraquianas de
reagir.
Saddam Hussein foi entregue aos seus executores iraquianos pelas
forças americanas, que o custodiavam, alguns minutos antes do seu
enforcamento, no início do dia 30 de dezembro, em Bagdad, gerando posições contrárias de várias instituições internacionais, como a Amnistia Internacional,
o Vaticano, bem como de vários países. A televisão estatal iraquiana
levou para o ar imagens de Saddam Hussein, aparentando estar calmo,
conversando com o carrasco que ajeitava a corda em volta do seu pescoço e o encaminhava para o cadafalso.
Saddam recusou a usar o capuz preto na hora da execução, tendo
preferido ser enforcado com o rosto à mostra. Segundo o conselheiro da
Segurança Nacional do Iraque, Mouwafak al-Rubai,
durante a execução estiveram presentes um juiz do Tribunal de Apelação
iraquiano, um representante da Promotoria, outro do Governo e "um grupo de testemunhas".
Através de um telemóvel foram ilegalmente filmados os instantes finais de
Saddam, em que se comprova outra versão, de que a sua execução não foi o
formal cumprimento de sentença judicial, mas com os presentes o humilharam e insultaram, tentando impedir-lhe que morresse
proclamando a oração islâmica "Só há um Deus e Maomé é o seu profeta".
Fotografia tirada por soldados americanos durante a captura de Saddam
O paradeiro de Saddam foi desconhecido durante vários meses até que, em
4 de abril, a televisão iraquiana mostrou o ex-ditador, cercado de
aliados seus, passeando pelas ruas da cidade. Em 8 de abril, um dia
antes de as forças americanas atingirem o coração de Bagdad, um
bombardeiro B-1 lançou quatro bombas de perfuração de bunkers
contra um edifício da capital iraquiana, onde se acreditava que Saddam
Hussein estivesse reunido com outros chefes do regime, com o
deliberado objetivo de assassiná-lo.
Mas ele conseguiu desaparecer depois que as forças da coligação
invadiram Bagdad, em 9 de abril. Escondido, continuou tentando motivar
os seus antigos combatentes, que se mostraram mais frágeis do que se
imaginava e não resistiram ao poderio militar dos Estados Unidos - nem
tão pouco usaram as supostas armas químicas que motivaram o ataque.
Em 13 de dezembro de 2003, Saddam Hussein foi localizado, militando na resistência à ocupação, e preso num cave de uma quinta da cidade de Adwar, próximo de Tikrit, a sua cidade natal, numa operação conjunta entre tropas americanas e rebeldes curdos.
As tropas encontraram o ex-presidente escondido num pequeno buraco
subterrâneo, camuflado com terra e tijolos. Embora estivesse armado com
uma pistola e dois AK-47, rendeu-se pacificamente após uma suposta patética negociação onde pretendia subornar os seus captores com a soma de US$ 750.000 que guardava numa mala. "Sou o presidente do Iraque e quero negociar", teria proposto, em inglês. Segundo a coligação militar, foi um membro de uma família próxima de Saddam quem o delatou. Um jornaljordano
publicou uma versão alternativa da prisão. Saddam teria sido drogado
por um parente, que lhe servia de guarda-costas, e vendido aos
americanos, em troca da recompensa milionária que era oferecida. A filha
Raghad, exilada na Jordânia, diz que com certeza seu pai foi drogado,
de outra forma teria lutado como "um leão". Paul Bremer e Tony Blair confirmaram esta notícia.
Saddam, que não apresentou resistência alguma, estava sujo e
desorientado quando foi capturado. Posteriormente, foi submetido a um
exaustivo reconhecimento médico e a um teste de DNA,
que confirmou a sua identidade. Entre as primeiras imagens transmitidas,
algumas mostravam Hussein sendo examinado por um médico militar
americano, assim como outras mostravam o local de sua captura. Tais
imagens causaram variadas reações pelo mundo, desde aqueles que - tais
como grande parte da população americana e até iraquiana - as
justificaram por motivos políticos, sociais e militares, até os que
(baseando-se em interpretações do direito internacional) argumentaram
que as imagens representavam uma violação intolerável da Convenção de Genebra acerca do tratamento de prisioneiros de guerra capturados.
Em 1 de janeiro de 2004, o Pentágono reconheceu-o como "prisioneiro de guerra", e, em 30 de junho, transferiu a sua custódia judicial para o novo Governo provisório iraquiano.
Durante 24 meses, Saddam permaneceu sob custódia das forças
norte-americanas, à espera de ser julgado por um Tribunal Especial
iraquiano, patrocinado pelos Estados Unidos, que, em 19 de outubro de
2005 iniciou o processo contra o ex-ditador e o condenou à morte, por enforcamento, em 5 de novembro de 2006.
Shafiq Ades (Arabic: شفيق عدس, Hebrew: שפיק עדס; born in 1900, died on 23 September 1948) was a wealthy Iraqi-Jewish businessman of Syrian origins. After a short show trial in 1948, he was executed by hanging on charges of selling weapons to Israel and supporting the Iraqi Communist Party.
Early life and career
Ades was born to a wealthy family based in Aleppo, Syria. He migrated to Iraq and based himself in Basra.
His main business activity was the establishment and management of the Ford car company
agency in Iraq. He further partnered with a Muslim named Naji
Al-Khedhairi in purchasing military metal scrap left in Iraq by the
British army, selling the unusable parts after usable parts were sold to
the government of Iraq.
Involved with the Ford concession in the country, Ades accumulated
business and personal ties with high-profile Iraqi notables and
officials and even had accessibility to the regent,'Abd al-Ilah. The richest Jew in Iraq, Martin Gilbert writes that Ades “had lunched with Government ministers and dined with the Regent.” The Ford importer was by 1948 the wealthiest Jew in Iraq. He was described by historians as a “political pragmatist” with “no time for ideologues of any stripe, least of all Zionists.
Trial and conviction
In July 1948, Iraq made Zionist affiliation a criminal offense.
When arrested, Ades was “accused simultaneously of being a Zionist and a
Communist. For the main charge against him, that he had sold arms to
Israel, the military court presented no evidence. He was also refused
the right to a proper defense.
In a military tribunal, accused of sending cars to Israel,
Ades was charged with donating money to the Iraqi Communist Party and
with supporting the military efforts of Israel. He was sentenced to
death and ordered to pay a fine of 5 million Dinars. The rest of his
property was confiscated. Scholars Moshe Gat and Philip Mendes reached
the conclusion that Ades was clearly innocent. They cite the following
evidence:
No such complaints were ever filed against his Muslim partner or many other scrap traders.
The trial lasted only 3 days and the defendant was not allowed to plead his case.
No witnesses were ever called.
The show trial was presided over by Judge Abdullah al-Naasni, a member of the anti-Jewish, pro-Nazi Istiqlal Party.
No concrete evidence was presented that the arms were shipped from Italy to Israel.
His execution was set to take place several days after he was found guilty.
Although hundreds of Jewish individuals were detained that summer, Ades
was the only one who received a death sentence. The only Jew in his
organization, he was also the only member of his business to be punished
for the crime the business was convicted of.
Execution
Following
the show trial, Ades was hanged in front of his newly completed mansion
in Basra on September 23, 1948. 12,000 onlookers came from all parts of
Iraq to witness the hanging of the so-called "traitor." Authorities
left his dead body in the square for hours and it was abused by the
celebrating crowds.
Mona Yahya, who had family living in Iraq at the time, later wrote
about the hanging that “crowds gathered to watch the spectacle and their
cheers incited the hangman to a repeat performance. The next day,
close-up shots of the hanged man covered the front pages of the Iraqi
newspapers. His neck was broken, his corpse dangled over his puddle of
excrement. He was labelled the Serpent, the Traitor, the Spy, the
Zionist, the Jew, while his estate worth millions was appropriated by
the Ministry of Defense."
A Guerra Irão-Iraque foi um conflito militar entre o Irão e o Iraque entre 1980 e 1988, resultado de disputas políticas e territoriais entre ambos os países.
Em 1980, o presidente Saddam Hussein, do Iraque, revogou um acordo de 1975 que cedia ao Irão cerca de 518 quilómetros quadrados de uma área de fronteira ao norte do canal de Shatt-al-Arab em troca da garantia de que o Irão cessaria a assistência militar à minoria curda no Iraque que lutava por independência.
Exigindo a revisão do acordo para demarcação da fronteira ao longo do Chatt al-Arab (que controla o porto de Bassorá), a devolução de três ilhas no estreito de Ormuz (tomadas pelo Irão em 1971) e a cessação da autonomia dada às minorias dentro do Irão, o exército iraquiano, a 22 de setembro de 1980, invadiu a zona ocidental do Irão e, contando com o elemento surpresa, avançou no território iraniano.
O Iraque também estava interessado na desestabilização do governo islâmico de Teerão e na anexação do Cuzistão, a província iraniana mais rica em petróleo.
Segundo os iraquianos, o Irão infiltrou agentes no Iraque para
derrubar o regime de Saddam Hussein. Além disso, fez intensa campanha
de propaganda e violou diversas vezes o espaço terrestre, marítimo e
aéreo iraquiano. Ambos os lados foram vítimas de ataques aéreos a
cidades e a poços de petróleo.
O Iraque esperava uma guerra rápida, pois contava com um moderno exército equipado pela URSS. Outros países muçulmanos, como o Kuwait e a Arábia Saudita,
também lhe davam apoio financeiro, na esperança de enfraquecer o
regime de Teerão. O Irão estava isolado internacionalmente, pois
considerava igualmente os EUA e a URSS
como inimigos. Como vantagem, o Irão contava apenas com uma população
bem superior. O exército iraquiano empenhou-se numa escaramuça de
fronteira numa região disputada, porém não muito importante, efetuando
posteriormente um assalto armado dentro da região produtora de petróleo
iraniana. A ofensiva iraquiana encontrou forte resistência e o Irão
recapturou o território.
Em 1981, somente Khorramshahr caiu inteiramente em poder do Iraque. Em 1982,
as forças iraquianas recuaram em todas as frentes. A cidade de
Khorramshahr foi evacuada. A resistência do Irão levou o Iraque a propor
um cessar-fogo, recusado pelo Irão (os iranianos exigiram pesadas
condições e, entre elas, a queda de Hussein). Graças ao contrabando de armas (escândalo Irão-Contras), o Irão conseguiu recuperar boa parte dos territórios ocupados pelas forças iraquianas. Nesse mesmo ano, o Irão atacou o Kuwait e outros Estados do Golfo Pérsico. Nessa altura, a Organização das Nações Unidas e alguns Estados Europeus enviaram vários navios de guerra para a zona. Em 1985, aviões iraquianos destruíram uma central nuclear parcialmente construída em Bushehr e depois bombardearam alvos civis, o que levou os iranianos a bombardear Bassorá e Bagdad. Entre 1984 e 1987
a guerra terrestre passou para uma fase onde predominou o atrito, que
favoreceu o desgaste iraquiano, enquanto o conflito transbordava para o
Golfo Pérsico,
envolvendo o ataque iraniano a navios petroleiros que saiam do Iraque e
o uso de minas submarinas nas proximidades da fronteira marítima dos
dois países.
Mas, em meados da década de 80, a reputação internacional do Iraque ficou abalada quando foi acusado de ter utilizado armas químicas contra as tropas iranianas, embora tenha acusado o Irão de fazer o mesmo (1987-1988).
A guerra entrou em uma nova fase em 1987, quando os iranianos aumentaram as hostilidades contra a navegação comercial dentro e nas proximidades do Golfo Pérsico,
resultando na ampliação da presença de navios norte-americanos e de
outras nações na região. Oficiais graduados do exército iraniano
começaram a perder credibilidade à medida que suas tropas sofriam perdas
de armas e equipamentos, enquanto o Iraque continuava a ser abastecido pelo Ocidente.
O conflito começou a efetivamente preocupar as potências quando
atingiu o fluxo regular de petróleo, na medida em que os beligerantes
passaram a afundar navios e instalações petrolíferas, prejudicando
grandes fornecedores como o Kuwait. A partir disso, começaram as pressões mundiais pela paz. No princípio de 1988, o Conselho de Segurança da ONU exigiu um cessar-fogo. O Iraque aceitou, mas o Irão, não. Em agosto de 1988, hábeis negociações levadas a cabo pelo secretário-geral da ONU, Perez de Cuéllar,
e a economia caótica do Irão levaram a que o país aceitasse que a
Organização das Nações Unidas (ONU) fosse mediadora do cessar-fogo. O
armistício veio em julho e a paz foi restabelecida em 15 de agosto.
Em 1990, o Iraque aceitou o acordo de Argel
de 1975, que estabelecia fronteira com o Irão. Não houve ganhos e as
perdas foram estimadas em cerca de um milhão e quinhentas mil vidas. A
guerra destruiu os dois países e diminuiu o ímpeto revolucionário no
Irão. Em 1989, o aiatolá Khomeini morreu. A partir de então, o governo iraniano passou a adotar posições mais moderadas. Em setembro de 1990, enquanto o Iraque se preocupava com a invasão do Kuwait, ambos os países restabeleceram relações diplomáticas.