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quinta-feira, novembro 14, 2024

D. Miguel I morreu há 158 anos

  
D. Miguel I de Portugal, de nome completo: Miguel Maria do Patrocínio João Carlos Francisco de Assis Xavier de Paula Pedro de Alcântara António Rafael Gabriel Joaquim José Gonzaga Evaristo de Bragança e Bourbon (Queluz, 26 de outubro de 1802 - Jagdschloss Karlshöhe, Esselbach, Grão-ducado de Baden, 14 de novembro de 1866) cognominado de "o Absolutista" e "o Tradicionalista", foi Regente do Reino de 1826 a 1828, em nome de sua sobrinha e noiva D. Maria II, e depois Rei de Portugal e dos Algarves entre 1828 e 1834. Foi o terceiro filho varão do Rei D. João VI de Portugal, e de sua esposa, a infanta Carlota Joaquina de Espanha, era irmão mais novo de D. Pedro I do Brasil e IV de Portugal.

Após o fim da Guerra Civil (1832–1834), com a Convenção de Évora Monte, seguiu para o exílio. Casou em 1851 em Kleinheubach, na Alemanha, com a princesa Adelaide de Löwenstein-Wertheim-Rosenberg, de quem teve um filho e seis filhas. Entre a sua descendência encontram-se diversos monarcas reinantes da Europa, como os atuais Rei dos Belgas, Grão-Duque do Luxemburgo e Príncipe do Liechtenstein.

Faleceu em Wertheim, na Alemanha, a 14 de novembro de 1866, e foi sepultado no Convento dos Franciscanos de Engelberg, em Grossheubach, tendo o seu corpo chegado a Lisboa, de avião, já durante a República, a 5 de abril de 1967, para ser solenemente trasladado, juntamente com a sua consorte, para o Panteão da Dinastia de Bragança, no Mosteiro de São Vicente de Fora, da mesma cidade.
   
Brasão de armas de D. Miguel I
 

Isabel, princesa do Brasil e bisavô do atual Duque de Bragança, morreu há cento e três anos

 
Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança e Bourbon, (Rio de Janeiro, 29 de julho de 1846 - Eu, França, 14 de novembro de 1921), popularmente conhecida como princesa Isabel, foi a última princesa imperial e regente do Império do Brasil por três ocasiões, na qualidade de herdeira de seu pai, o imperador D. Pedro II, e da imperatriz Dona Teresa Cristina. Foi a terceira chefe de Estado e chefe de governo brasileira após sua avó Leopoldina e sua trisavó Maria I.
Foi cognominada a Redentora, pois quando regente do Império brasileiro assinou a Lei Áurea que aboliu a escravidão no Brasil. Assim como, inclusivamente, escreveu que defendia a indemnização de ex-escravos, a reforma agrária e o sufrágio feminino.
Após o seu casamento com Gastão de Orléans, conde d'Eu (neto do último rei da França, Luís Filipe I), em 1864, ocorreu uma junção matrimonial entre a Casa de Bragança e a de Orléans, originando o nome Orléans e Bragança, que foi passado, exclusivamente, aos descendentes do casal. Também, por a mesma ter sido a última herdeira do trono imperial brasileiro, os seus descendentes - os Orléans e Bragança - seriam os herdeiros da extinta coroa imperial do Brasil.

A princesa Isabel foi também a primeira senadora do Brasil, cargo a que tinha direito como herdeira do trono a partir dos 25 anos de idade conforme a Constituição de 1824, primeira carta constitucional do Brasil. Com a morte de seu pai, em 1891, tornou-se a chefe da Casa Imperial e a primeira na linha sucessória, sendo considerada, de jure, Sua Majestade Imperial, Dona Isabel I, Imperatriz Constitucional e Defensora Perpétua do Brasil.
 
Brasão de Príncipe Imperial, com três flores-de-lis em referência aos Orléans, encimado pelo lambel do herdeiro presuntivo, usado a partir de 1864
   

quarta-feira, novembro 06, 2024

El-Rei D. João IV morreu há 368 anos...

 Retrato por Peter Paul Rubens, circa 1628
           
D. João IV (Vila Viçosa, 19 de março de 1604 - Lisboa, 6 de novembro de 1656) foi o vigésimo primeiro Rei de Portugal, e o primeiro da quarta dinastia, fundador da dinastia de Bragança.
  

Bandeira pessoal de João IV
   
(...)
  
O rei faleceu em 6 de novembro, devido ao «mal da gota e da pedra» de que fala o conde da Ericeira, doença que se manifestara em 1648. Jaz no Panteão dos Braganças, no mosteiro de São Vicente de Fora, em Lisboa. No seu testamento, datado de 2 de novembro de 1656, confiou a regência à mulher, Luísa de Gusmão.
Diz Veríssimo Serrão que «a historiografia liberal procurou denegri-lo na ação de governo, mas as fontes permitem hoje assentar um juízo histórico completamente diferente. (...) Deve pôr-se em relevo a ação do monarca na defesa das fronteiras do Reino (....). Também providenciou no envio de várias embaixadas às cortes europeias, para a assinatura de tratados de paz ou de trégua, a obtenção de auxílio militar e financeiro e a justificação legítima de 1640
Deve-se-lhe a criação do Conselho de Guerra (1640), da Junta dos Três Estados (1643), do Conselho Ultramarino (1643) e da Companhia da Junta de Comércio (1649), além da reforma em 1642 do Conselho da Fazenda. E a regulamentação dos negócios da Secretaria de Estado, para melhor coordenação das tarefas de Governo. Esta em 29 de novembro de 1643 foi dividida em Secretaria de Estado, de um lado, que coordenava toda a política interna e externa, e à «das Mercês e Expediente», do outro, que tratava de «consultas, despachos, decretos e ordens» não dependentes da outra Secretaria.
Promulgou abundante legislação para satisfazer as carências de governo na Metrópole e no Ultramar. E, para além do monarca e do restaurador, impõe-se considerar nele o artista e o letrado, o amador de música que, no seu tempo, compondo o hino Adeste Fideles, esteve à altura dos maiores de Portugal.»
      

domingo, outubro 13, 2024

A rainha Luísa de Gusmão nasceu há 411 anos

     
D.ª Luísa Maria Francisca de Gusmão (Sanlúcar de Barrameda, 13 de outubro de 1613 - Lisboa, 6 de novembro de 1666), pelo seu casamento com João, duque de Bragança em 12 de janeiro de 1633, veio a ser a primeira Rainha de Portugal da quarta dinastia.
  

Brasão de D.ª Luísa de Gusmão
       
Da Casa Ducal de Medina-Sidónia, Dona Luísa era filha de João Manuel Peres de Gusmão, 8º duque de Medina-Sidónia, e de Joana Lourença Gomes de Sandoval e Lacerda, os senhores mais poderosos da Andaluzia. Descendia dos reis de Portugal por via paterna - a sua avó Ana de Silva e Mendonça era descendente de D. Afonso Henriques) - e por via materna - a sua outra avó, Catarina de Lacerda, descendia de D. Afonso I de Bragança.
Em 1621, na subida ao trono de Filipe IV, o plano de incorporação de Portugal na Coroa de Espanha tinha já realizado duas fases: a fase da união pela monarquia dualista jurada em Tomar (1581) por Filipe II, prometendo o respeito pela autonomia do Governo de Portugal; e a fase da anexação, entretanto operada durante o reinado de Filipe III (1598-1621).
No início do reinado de Filipe IV faltava apenas consumar a absorção de Portugal. Na Instrucción sobre el gobierno de España, que o Conde-Duque de Olivares apresentou ao rei Filipe IV, em 1625, tratava-se do planeamento e da execução dessa fase final da absorção. O conde-duque indicava três caminhos:
  1.  Realizar uma cuidadosa política de casamentos, para confundir e unificar os vassalos de Portugal e de Espanha;
  2. Ir o rei Filipe IV fazer corte temporária em Lisboa;
  3. Abandonar a letra e o espírito dos capítulos das Cortes de Tomar (1581), que colocava na dependência do Governo autónomo de Portugal os portugueses admitidos nos cargos militares e administrativos do Reino e do Ultramar (Oriente, África e Brasil), passando estes a ser vice-reis, embaixadores e oficiais palatinos de Espanha.
Dos três caminhos indicados, aquele que era talvez o mais difícil de realizar era o da política de casamentos. O casamento de Dona Luísa de Gusmão com o Duque de Bragança surgiu como uma oportunidade a não perder. Juntando duas importantes Casas Ducais, uma de Espanha e a outra de Portugal, esperava-se por seu intermédio vir a impedir o levantamento de Portugal contra a Dinastia Filipina.
Dª Luísa de Gusmão, porém, apoiou a política do marido na rebelião contra a Espanha. Tê-lo-á mesmo incitado a aceitar a Coroa do Reino de Portugal, nem que para isso fossem precisos grandes sacrifícios. O conde da Ericeira atribuiu à duquesa Dona Luísa o propósito "mais acertado de morrer reinando do que acabar servindo", a partir do qual os adversários da autonomia portuguesa fizeram depois sonoras frases ao gosto popular, como a de que ela teria afirmado, "melhor ser Rainha por um dia, do que duquesa toda a vida". Segundo a opinião de Veríssimo Serrão, «não é de manter-se a falsa tradição que fez dela um dos «motores» da Restauração, mas não oferece dúvida que se identificou com o movimento e soube enfrentar os sacrifícios com ânimo varonil».
      
Rainha de Portugal
Após a aclamação, instalou-se em Lisboa com os filhos, vivendo para a sua educação. Não teve um papel apagado, pois, aquando da revolta de 1641, foi de parecer que os culpados não mereciam perdão, mesmo o inocente duque de Caminha. Exerceu governo sempre que o Rei acorria à fronteira do Alentejo, como, em julho de 1643, auxiliada nos negócios públicos por D. Manuel da Cunha, bispo capelão-mor, Sebastião César de Meneses e o marquês de Ferreira.
Desde muito cedo, as rainhas de Portugal contaram com os rendimentos de bens, adquiridos na sua grande maioria por doação. Às rainhas cabiam tenças sobre a receita das alfândegas, a vintena do ouro de certas minas, para além dos rendimentos das terras de que dispunham e a nomeação dos respetivos ofícios.
No entanto, e de acordo com o estipulado nas Ordenações Manuelinas, as doações feitas às rainhas, mesmo quando não reservavam para o monarca nenhuma parte da jurisdição cível e crime, deviam ser interpretadas com reserva da mais alta superioridade e senhorio para o Rei. Para além de estipularem as formas de exercício da jurisdição das rainhas, determinavam o regimento do ouvidor, que era desembargador na Casa da Suplicação.
Após o período de domínio filipino, durante o qual cessara o estado, dote e jurisdição das rainhas, D. João IV determinou que sua mulher, D. Luísa Gabriela de Gusmão, detivesse todas as terras que tinham pertencido à anterior rainha D. Catarina: (Silves, Faro, Alvor, Alenquer, Sintra, Aldeia Galega e Aldeia Gavinha, Óbidos, Caldas da Rainha e Salir do Porto), com as respetivas rendas, direitos reais, tributos e ofícios (vedor, juiz, ouvidor e mais desembargadores, oficiais dos feitos de sua fazenda e estado), padroados, e toda a jurisdição e alcaidarias mores, de acordo com a Ordenação manuelina.
Por Carta de 10 de janeiro de 1643 foram confirmadas as doações e jurisdição das rainhas. A 9 de fevereiro do mesmo ano, foram doadas a D. Luísa as terras da Chamusca e Ulme, mais bens pertencentes ao morgado Rui Gomes da Silva, e ainda o reguengo de Nespereira, Monção e Vila Nova de Foz Côa.
D. Luísa, por decreto de 16 de julho de 1643, criou o Conselho ou Tribunal do Despacho da Fazenda e Estado da Casa das Senhoras Rainhas, constituído por um ouvidor presidente, dois deputados, um provedor, um escrivão e um porteiro. O Regimento do Conselho da Fazenda e Estado, outorgado em 11 de outubro de 1656, fixou a existência de um vedor da Fazenda, um ouvidor e dois deputados, um dos quais ouvidor geral das terras das rainhas, um procurador da Fazenda e respetivo escrivão, um chanceler e um escrivão da câmara. Esse regimento viria a ser confirmado por alvará de 11 de maio de 1786.
    
Regente do Reino
No testamento do esposo, D. Luísa foi nomeada regente durante a menoridade de D. Afonso VI, aclamado no Paço da Ribeira em 15 de novembro de 1656, aos 13 anos. Era voz corrente que D. Afonso sofria de grave doença, pelo que chegou-se a pensar no adiamento da cerimónia.
A regente procurou organizar o governo de modo a impor-se às fações palacianas em jogo. Nomeou D. Francisco de Faro e Noronha, conde de Odemira, para aio do monarca e manteve os ofícios da casa real nas mãos dos que os exerciam no tempo do marido. Os negócios públicos continuaram com os secretários de Estado e Mercês, Pedro Vieira da Silva e Gaspar de Faria Severim.
Mas a rivalidade entre o conde de Odemira e D. António Luís de Meneses, conde de Cantanhede, dificultou a sua ação. Viu-se assim coagida a nomear a chamada Junta Noturna (por ter reuniões à noite) com vários conselheiros da sua confiança. Além dos dois nobres, havia ainda o marquês de Nisa, Pedro Fernandes Monteiro, o conde de São Lourenço e, o principal, Frei Domingos do Rosário, hábil diplomata. O sistema durou durante a regência, útil para a boa marcha dos negócios públicos.
Durante sua regência houve a grande vitória portuguesa das Linhas de Elvas, em 14 de janeiro de 1659, batalha decisiva porque a derrota implicaria a perda de Lisboa. Não foi uma vitória decisiva, pois o Tratado dos Pirinéus iria deixar a Espanha sem outros compromissos militares e Portugal voltaria a sentir ameaças mais graves.
O partido afeto a D. Afonso VI lançou-se abertamente na luta contra a regente, sob a orientação de D. Luís de Vasconcelos e Sousa, 3.º conde de Castelo Melhor. Em 1661, a rainha pretendia abandonar o governo, chegando a redigir um papel para justificar a sua atitude e a «monstruosidade que representava o reino com duas cabeças». Mas temendo a desastrosa administração de seu filho, resolveu manter-se regente.
A aliança com Inglaterra, assinada em 1662, foi em grande parte obra sua, bem como a organização das forças que, no ano seguinte, já no governo de D. Afonso VI, vieram a obter as vitórias da Guerra da Restauração. A viúva de D. João IV defendeu os princípios de liberdade e independência da restauração e manteve-se no governo, receosa de que o filho mais velho o comprometesse.
Jaz no Panteão dos Braganças, no Mosteiro de São Vicente de Fora em Lisboa, para onde foi trasladada de Xabregas.
     

quinta-feira, setembro 19, 2024

O avô paterno do atual Duque de Bragança nasceu há 171 anos

 
D. Miguel II de Bragança (nome completo Miguel Maria Carlos Egídio Constantino Gabriel Rafael Gonzaga Francisco de Paula e de Assis Januário de Bragança; Kleinheubach, 19 de setembro de 1853 - Seebenstein, 11 de outubro de 1927) foi o único filho varão de D. Miguel I e da sua consorte, Adelaide de Löwenstein-Wertheim-Rosenberg, e pretendente ao trono português.
   
Vida
Nascido em 19 de setembro de 1853, no Castelo de Kleinheubach, na Baviera, estado que na época, pertencia ao Império Alemão, atual Alemanha, Miguel de Bragança estudou no Colégio de São Clemente, em Metz, e frequentou a Universidade de Innsbruck, no Tirol, na época Império Austro-Húngaro, atual Áustria. Foi nomeado alferes do décimo quarto Regimento de Dragões, tomando parte na campanha de ocupação da Bósnia.
Após a morte do seu pai, em 1866, passou a ser o herdeiro da Coroa portuguesa para o Partido Legitimista, defensor da monarquia tradicional e opositor ao regime monárquico constitucional então em vigor. Foi pretendente ao trono durante os reinados de D. Luís I, D. Carlos I e D. Manuel II de Portugal.
D. Miguel de Bragança foi agraciado em 1890, pelo imperador Francisco José I, com o privilégio da extra-territorialidade. Terá visitado apenas uma vez Portugal, passando completamente despercebido. Desde a Convenção de Évora Monte (1834) e a vitória dos exércitos da Quádrupla Aliança apoiantes de D. Pedro IV, os descendentes de D. Miguel I encontravam-se excluídos da sucessão à Coroa e interditos de pisarem o território nacional pela Carta de Lei de 19 de dezembro de 1834. Esta Lei será retomada na implantação da República, tornando-a extensível a toda a família de Bragança, mas acabou sendo formalmente revogada pela Assembleia Nacional em 1950 (Lei n.º 2040 de 27 de maio). Para os monárquicos constitucionais, a lei de banimento fora revogada do sistema Constitucional desde 1842, quando se anulara a Constituição de 1838.
Em 1912, D. Miguel II subscreveu o Pacto de Dover, com El-Rei D. Manuel II, abrindo o caminho à resolução definitiva de uma questão dinástica que, desde 1834, vinha dilacerando a causa da monarquia em Portugal.
Durante a I Guerra Mundial, integrou o exército austríaco, do qual se retirou quando Portugal entrou no conflito, em 1916. Apesar de se ter retirado das fileiras do exército austríaco, renunciou em favor do seu filho mais novo, D. Duarte Nuno de Bragança, pai do atual Duque de Bragança, em Bronnbach, a 30 de julho de 1920, a pedido de uma comissão de monárquicos, representante do Partido Legitimista e da Junta Central do Integralismo Lusitano.
Veio a falecer em Seebenstein, na Áustria, em 11 de outubro de 1927.
    

    

sábado, agosto 10, 2024

O primeiro Bragança nasceu há 647 anos

   
D. Afonso de Portugal, depois D. Afonso I de Bragança (Veiros - Estremoz, 10 de agosto de 1377 - Chaves, 15 de dezembro de 1461) foi o 8º conde de Barcelos, 2º conde de Neiva e o 1º Duque de Bragança. Supõe-se que D. Afonso tenha nascido em Veiros, no Alentejo, como filho natural do futuro rei D. João I de Portugal e de Inês Pires.

«Nas suas cavalarias alentejanas, à volta de alguma montaria aos lobos ou aos castelhanos», se perdera (o futuro rei), em Veiros, pela filha de Berbadão, Inês Pires Esteves, que amara, seduzira, trouxera para o convento de Santos, e de quem houvera um filho, Conde de Barcelos, depois Duque de Bragança, nascido aos 20 anos do pai: foi Afonso I de Bragança ou Afonso de Portugal (nascido em Veiros em 10 de agosto de 1377 e morto em 15 de dezembro de 1461, em Chaves, ali sepultado). Foi feito, em 30 de dezembro de 1442, Duque de Bragança, também 8° Conde de Barcelos e Conde de Ourém.
O primitivo património dos Bragança formou-se com bens e terras com que dotou a filha o condestável Nuno Álvares Pereira (1360-1431), 7° Conde de Barcelos. Foi o fundador da casa de Bragança. O senhorio e o ducado de Bragança solicitou-os ao regente D. Pedro, por ocasião de breve reconciliação entre ambos, que lhos concedeu no ano de 1442. Os descendentes foram Duques de Guimarães em 23 de novembro de 1470 e de Barcelos em 5 de agosto de 1562.
Na armada de Ceuta foi encarregado dos aprestos nas províncias de Estremadura e Entre Douro e Minho e capitão da capitania real. Do regresso de Ceuta, e pelos serviços, recebeu novas mercês de seu pai, João I de Portugal. Durante o reinado de D. Duarte I teve excelentes relações com o meio-irmão, mas não o conseguiu demover da trágica expedição a Tânger.
Depois da morte de Duarte I e durante a regência da sua viúva Leonor de Aragão e Pedro, irmão do falecido rei, não foram boas as relações entre Afonso e Pedro, chegando quase ao campo de batalha em Mesão Frio, nas margens do rio Douro, luta que foi evitada pelo conde de Ourém, filho de Afonso. Em 1442, este obteve do regente o senhorio e ducado de Bragança. Era o terceiro ducado de Portugal (os dois primeiros foram criados por João I para seus dois filhos: o de Coimbra para Pedro e o de Viseu para o Infante D. Henrique)
Depois da batalha de Alfarrobeira (1449), D. Afonso V concedeu ao Duque de Bragança outras importantísssimas mercês, e nove anos depois, quando partiu para África, deixou entregue ao duque o governo do reino na sua ausência.

Casamento e posteridade
Casou em Frielas em 1 de novembro de 1401 com D. Brites ou D. Beatriz Pereira de Alvim (1380-1415) condessa de Barcelos e condessa de Arraiolos, filha única do condestável D. Nuno Álvares Pereira e de Leonor de Alvim, a herdeira da casa mais opulenta do reino.
Casou em 1420 com Constança de Noronha (morta em 1480 e sepultada em Guimarães), chamada a Pia ou a Condessa Santa, filha de Afonso Henriques, conde de Gijón e Noronha, filho do rei Henrique II de Castela.
O seu descendente na sexta geração, D. João II, 8° Duque de Bragança, viria a tornar-se D. João IV de Portugal, o nosso 21° Rei. Recorde-se que este título de Bragança foi criado em 1442 por Afonso V, sobrinho do 1º duque de Bragança.
  
   

quinta-feira, julho 04, 2024

Otto de Habsburgo, o último príncipe herdeiro do Império Austro-Húngaro, morreu há 13 anos...

 
O Arquiduque Otto de Habsburgo (Reichenau an der Rax, em 20 de novembro de 1912 - 4 de julho de 2011) foi chefe da casa dinástica de Habsburgo e filho mais velho de Carlos da Áustria, último Imperador da Áustria e último Rei da Hungria, e de sua esposa, Zita de Bourbon-Parma. Era membro do Parlamento Europeu pelo partido União Social Cristã da Baviera (CSU) e presidente da União Internacional Pan-Europeia.
Foi batizado Francisco José Otto Roberto Maria Antônio Carlos Max Henrique Sexto Xavier Félix Renato Luís Caetano Pio Inácio da Áustria (em alemão, Franz Joseph Otto Robert Maria Anton Karl Max Heinrich Sixtus Xaver Felix Renatus Ludwig Gaetan Pius Ignatius von Österreich).
Otto morava na Baviera, na Alemanha, e tinha nacionalidades alemã, austríaca, húngara e croata. Apesar de seu nome oficial ser Otto de Habsburgo, as autoridades austríacas se referiam a ele como Otto de Habsburgo-Lorena (Habsburg-Lothringen em alemão). Ele às vezes era chamado de Arquiduque Otto da Áustria, Príncipe-Herdeiro Otto da Áustria e, na Hungria, simplesmente como Habsburg Ottó. Era também um potencial pretendente ao título de Rei de Jerusalém.

(...)
   
Em 1940, Otto é uma das dezenas de milhares de pessoas a quem o cônsul português Aristides de Sousa Mendes concede o visto de saída da França, no momento da invasão nazis.

   
NOTA: era um primo próximo do Duque de Bragança e um europeísta convicto. Lutou contra os nazis e foi por eles perseguido, tendo sido salvo pelo nosso Aristides de Sousa Mendes. Abdicou dos seus direitos dinásticos para servir a Europa e os países que amava - um Grande Homem...

segunda-feira, maio 20, 2024

Alfarrobeira foi há 575 anos - Fartar, vilanagem...

Bandeira pessoal do Infante D. Pedro, com a divisa da Ordem do Dragão: «Désir»

    

A Batalha de Alfarrobeira foi o recontro travado entre o jovem rei D. Afonso V e o Infante D. Pedro, seu tio, em 20 de maio de 1449, junto da ribeira do lugar de Alfarrobeira, em Vialonga, perto de Alverca. No princípio do ano de 1448, aconselhado por seu tio bastardo, D. Afonso, Duque de Bragança, pelo filho do anterior, o Conde de Ourém e pelo arcebispo de Lisboa, decidiu D. Afonso V afastar do governo do reino, o seu tio, tutor e sogro, que abandonou a corte, a pretexto da administração das suas terras e se instalou na casa ducal de Coimbra.

A intriga surtiu efeito no espírito do monarca que não atendeu às tentativas de conciliação quer do próprio D. Pedro, que lhe escreveu renovando a sua obediência e defendendo-se das calúnias, quer do Infante D. Henrique e do conde de Avranches, que pretenderam evitar o drama.
O rei escreve no final deste ano ao duque de Bragança requisitando-o à corte mas acompanhado de escolta uma vez que teria de atravessar terras de Coimbra. D. Pedro, sabedor da vinda do seu inimigo, proíbe-lhe a passagem por suas terras e é considerado súbdito desleal ao rei. Logo se publicam éditos contra o Infante e os seus aliados e o rei investe, com as suas tropas, na tentativa de submetê-los, instalando-se em Santarém; por sua vez D. Pedro desce de Coimbra em direção a Lisboa e encontra as tropas reais no lugar de Alfarrobeira, em Vialonga.
Travada a batalha, as tropas do monarca saem vitoriosas e o Infante morre no combate e com ele vários fidalgos que o acompanhavam, nomeadamente o seu "braço direito", D. Álvaro Vaz de Almada, sob o grito "Meu corpo sinto que não podes mais, e tu, minh'alma já tarda; é fartar vilanagem".
Foi geral a reprovação europeia, perante a conduta de D. Afonso V, e D. Isabel de Portugal, Duquesa da Borgonha, recolhe na corte da Borgonha os sobrinhos órfãos D. Jaime, mais tarde arcebispo de Lisboa e cardeal, D. Pedro, mais tarde conde de Barcelona, D. João, futuro príncipe de Antioquia e D. Isabel.
Em resumo, Alfarrobeira representa o triunfo da corrente senhorial sobre os princípios de centralização régia que já anunciam a Idade Moderna. Contudo, convém lembrar que este embate, em parte, foi um conflito entre as duas grandes casas senhoriais da altura, Coimbra e Bragança, numa querela originada nos inícios da regência, logo após a morte de El-Rei D. Duarte I.
     
    
   
 
 

     Poema da Alfarrobeira

 

Era Maio, e havia flores vermelhas e amarelas
nos campos de Alfarrobeira.

O homem,
de burel grosso e barba de seis dias,
arrastava os tamancos e o cansaço.
Ao lado iam seguindo os bois puxando o carro,
naquele morosíssimo compasso
que engole o tempo ruminando o espaço.

Era um velho mas tinha a voz sonora
e com ela incitava os bois em andamento,
voz cantada que os ecos prolongavam
indefinidamente.
Era um deus soberano e maltrapilho
a cuja imperiosa voz aquelas massas
de carne musculada
maciça, rude, bruta, inamovível,
obedeciam mansas e seguiam
no sulco aberto
como se um pulso alado as dirigisse,
mornas e sonolentas.

A voz era a de um deus que os mundos cria,
que do nada faz tudo,
que vence a inércia e anula a gravidade,
que levita o que pesa e o trata como leve.
Potência aliciadora alonga-se e prolonga-se
nos plainos da paisagem,
enquanto os animais prosseguem no caminho
do seu quotidiano,
pensativos e absortos.

Lá em baixo, na margem do ribeiro,
estendido sobre a erva,
jaz o infante.
Do seu coração ergue-se a haste de um virote
erecta como um junco,
e já nenhuma voz o acordará.

   
    
    
in Novos Poemas Póstumos (1990) – António Gedeão

quarta-feira, maio 15, 2024

Porque hoje é o dia em que o rei faz anos...

O atual Duque de Bragança comemora hoje 79 anos

    
D. Duarte Pio de Bragança (Berna, Suíça, 15 de maio de 1945) é, na atualidade, pretendente à Coroa de Portugal e duque de Bragança. Duarte Pio de Bragança é filho de Duarte Nuno de Bragança, por sua vez neto do rei D. Miguel I, e de sua esposa Maria Francisca de Orléans e Bragança, trineta de D. Pedro IV de Portugal e I do Brasil, no casamento que uniu os dois ramos, miguelista e liberal, da Casa de Bragança.
   
        

domingo, abril 28, 2024

D. Teodósio II, pai de D. João IV, nasceu há 456 anos

   
D. Teodósio II de Bragança (Vila Viçosa, 28 de abril de 1568 -Vila Viçosa, 29 de novembro de 1630) foi o 7° Duque de Bragança. Era filho do Duque João I e da Infanta D.Catarina, neta do rei Manuel I.
Ainda criança, Teodósio foi trazido para a corte e feito pajem do rei Sebastião de Portugal, que o fez Duque de Barcelos, por carta de 5 de agosto de 1562. O rei estimava o pequeno Bragança e, em 1578, insistiu na sua companhia durante a expedição ao Norte de África contra o rei de Marrocos.
Teodósio permaneceu junto do rei na batalha de Alcácer-Quibir até a situação se tornar grave e o rei ordenar a retirada da criança para a segurança da retaguarda. Teodósio não ficou satisfeito e fugiu à primeira oportunidade, apanhando um cavalo e lançando-se a galope em direção à linha de combate. Como muitos outros homens, acabou por ser ferido e feito prisioneiro pelos marroquinos.
O Duque seu pai ficou estarrecido com os eventos e ofereceu uma fortuna pelo resgate do seu filho, chegando a pedir a Filipe II de Espanha para intervir em seu favor. Não seria necessário tanto alarme. O rei de Marrocos tinha ficado impressionado com a bravura do pequeno Teodósio e deixou-o regressar a casa em agosto de 1579, via Espanha.
Em 1580, por morte do Cardeal-Rei Henrique de Portugal, o jovem Teodósio parecia ser o aspirante ao trono português com mais hipóteses de herdar o trono. Talvez por isso mesmo, Filipe II só permitiu o regresso de Teodósio ao país depois de ver assegurada a sua posição como Rei. Esteve retido amigavelmente em casa do duque de Medina-Sidónia. Regressando depois a Vila Viçosa em 1580, quando Filipe II de Espanha subiu ao trono de Portugal (tornando-se no rei Filipe I de Portugal). Em 1582 o Rei nomeou-o 13º Condestável de Portugal.
Teodósio tornou-se Duque de Bragança em 1583, por morte de seu pai, e cresceu para se tornar num fiel servidor dos reis espanhóis de Portugal. No início a sua mãe, D. Catarina, assumiu a chefia da Casa de Bragança, devido à tenra idade do filho. Filipe I de Portugal tinha entretanto proposto casamento a D. Catarina, que esta não aceitou.
O motivo principal para esta recusa foi talvez o de preservar o direito que D. Teodósio tinha à coroa portuguesa, pois se este casamento se realizasse era sinal de que a Casa de Bragança aceitava o facto de Filipe II de Espanha ter sido aclamado rei de Portugal. Foi nomeado pela segurança do reino e defendeu Lisboa dos ataques de outros pretendentes incluindo António I, Prior do Crato, que tinha a ajuda do corsário inglês Francis Drake.

 

Brasão da Casa de Bragança, após 1581
   

terça-feira, março 19, 2024

El-Rei D. João IV nasceu há quatrocentos e vinte anos...!

 

    
D. João IV (Vila Viçosa, 19 de março de 1604 - 6 de novembro de 1656) foi o vigésimo primeiro Rei de Portugal e o primeiro da quarta dinastia, fundador da dinastia de Bragança.

 


Bandeira pessoal de João IV
   
(...)
  
O rei faleceu em 6 de novembro, devido ao «mal da gota e da pedra» de que fala o conde da Ericeira, doença que se manifestara em 1648. Jaz no Panteão dos Braganças, no mosteiro de São Vicente de Fora, em Lisboa. No seu testamento, datado de 2 de novembro de 1656, confiou a regência à mulher, Luísa de Gusmão.
Diz Veríssimo Serrão que «a historiografia liberal procurou denegri-lo na ação de governo, mas as fontes permitem hoje assentar um juízo histórico completamente diferente. (...) Deve pôr-se em relevo a ação do monarca na defesa das fronteiras do Reino (....). Também providenciou no envio de várias embaixadas às cortes europeias, para a assinatura de tratados de paz ou de trégua, a obtenção de auxílio militar e financeiro e a justificação legítima de 1640
Deve-se-lhe a criação do Conselho de Guerra (1640), da Junta dos Três Estados (1643), do Conselho Ultramarino (1643) e da Companhia da Junta de Comércio (1649), além da reforma em 1642 do Conselho da Fazenda. E a regulamentação dos negócios da Secretaria de Estado, para melhor coordenação das tarefas de Governo. Esta em 29 de novembro de 1643 foi dividida em Secretaria de Estado, de um lado, que coordenava toda a política interna e externa, e à «das Mercês e Expediente», do outro, que tratava de «consultas, despachos, decretos e ordens» não dependentes da outra Secretaria.
Promulgou abundante legislação para satisfazer as carências de governo na Metrópole e no Ultramar. E, para além do monarca e do restaurador, impõe-se considerar nele o artista e o letrado, o amador de música que, no seu tempo, compondo o hino Adeste Fideles, esteve à altura dos maiores de Portugal.»
      

 

quarta-feira, janeiro 31, 2024

A infanta Adelaide de Bragança, neta de D. Miguel e afilhada dos nossos últimos Rei e Rainha, nasceu há 112 anos

 

Maria Adelaide de Bragança, de seu nome completo Maria Adelaide Manuela Amélia Micaela Rafaela de Bragança, (Saint-Jean-de-Luz, 31 de janeiro de 1912 - Caparica, Almada, 24 de fevereiro de 2012) foi uma infanta de Portugal, filha do pretendente miguelista ao trono Miguel Januário de Bragança e de Maria Teresa de Löwenstein-Wertheim-Rosenberg

 

in Wikipédia

 

Nota: A infanta rebelde era tia-avó do atual Duque de Bragança e foi a última neta viva de um Rei de Portugal, lenda viva da resistência contra os nazis e da vontade de ajudar. É ainda de salientar que os seus padrinhos de batismo, no âmbito da reconciliação dos dois ramos da Casa de Bragança, foi o Rei D. Manuel II e a sua Mãe, D.ª Amélia de Orleães e Bragança. É assim um símbolo de reconciliação nacional, tal como o seu sobrinho-neto, D. Duarte Pio de Bragança, o chefe da Casa Real Portuguesa, que é trineto do Rei D. Miguel, por parte do pai, e tetaraneto do Rei D. Pedro IV, por parte da mãe (e, curiosamente, também afilhado de batismo da Rainha Dª Amélia...).

sábado, dezembro 23, 2023

O penúltimo Duque de Bragança morreu há 47 anos...

  

D. Duarte Nuno de Bragança (de nome completo: Duarte Nuno Fernando Maria Miguel Gabriel Rafael Francisco Xavier Raimundo António de Bragança; Seebenstein, 23 de setembro de 1907 - Ferragudo, 23 de dezembro de 1976), 23° Duque de Bragança e o herdeiro presuntivo do trono de Portugal. Era filho de D. Miguel II de Bragança e de D. Maria Teresa de Löwenstein-Wertheim-Rosenberg.


(...)

Em 1942, casou-se, no Brasil, com D. Maria Francisca de Orléans e Bragança, bisneta de Dom Pedro II, último imperador do Brasil (1825–1891), e neta da última princesa imperial, D. Isabel de Bragança e do príncipe imperial consorte, D. Luís Gastão de Orléans, conde d'Eu. Através deste casamento, uniram-se os dois ramos da família. O casal teve três filhos:
  1. D. Duarte Pio de Bragança (Berna, 15 de maio de 1945), atual duque de Bragança.
  2. D. Miguel Rafael de Bragança (Berna, 3 de dezembro de 1946), Infante de Portugal e duque de Viseu.
  3. D. Henrique Nuno de Bragança (Berna, 6 de novembro de 194914 de fevereiro de 2017), Infante de Portugal e duque de Coimbra.
  
 
in Wikipédia

quarta-feira, dezembro 06, 2023

D. Teodósio, 9º Duque de Bragança e herdeiro do trono português, faleceu há 370 anos

    
D. Teodósio de Bragança
(Vila Viçosa, 8 de fevereiro de 1634 - Belém, 6 de dezembro de 1653), primogénito do Rei de Portugal, D. João IV e da Rainha D. Luísa de Gusmão, herdeiro da coroa portuguesa, 9.º Duque de Bragança (como D. Teodósio III) e 1.º Príncipe do Brasil, título especialmente criado em sua honra, enquanto herdeiro do trono, por carta do seu pai, de 27 de outubro de 1645.
Desde cedo vocacionado para o exercício do poder, revelou grandes dotes para as letras e para a música, à semelhança de seu pai; contudo, a sua morte prematura, aos 19 anos, apartou-o do trono, levando ao poder, em seu lugar, o seu irmão D. Afonso, mentalmente débil.
Com apenas seis anos, impusera-se como a grande esperança da Restauração da Independência de Portugal. Diz Veríssimo Serrão, na sua "História de Portugal", no volume V, página 36: «recebera uma boa educação literária, científica e militar, contribuindo para a sua formação o padre António Vieira, que lhe moldou o espírito religioso na consciência do grande papel que o destino lhe reservava.» «O impulso da juventude o fez visitar em 1651 os castelos do Alentejo, onde animou os soldados e as populações; e, no regresso a Lisboa, viu-se nomeado capitão-general das armas do Reino. Para ele houve várias tentativas de consórcio, mas a diplomacia portuguesa não conseguiu impor o projeto na corte de França. Referem os cronistas que era muito devoto e, ao mesmo tempo, impregnado de ideal guerreiro. Mas tinha uma saúde frágil, pelo que aos 19 anos não resistiu aos efeitos de uma tuberculose pulmonar de que há muito padecia.»