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segunda-feira, dezembro 16, 2024

Arthur C. Clarke nasceu há 107 anos...

   
Sir Arthur Charles Clarke, mais conhecido como Arthur C. Clarke (Minehead, Somerset, Inglaterra, 16 de dezembro de 1917 - Colombo, Sri Lanka, 19 de março de 2008) foi um escritor e inventor britânico, radicado no Sri Lanka, autor de obras de divulgação científica e de ficção científica como o conto The Sentinel (que deu origem ao filme 2001: Odisseia no Espaço) e ao premiado Rendezvous with Rama (Encontro com Rama).
   
Biografia
Desde pequeno mostrou a sua fascinação pela astronomia, a ponto de, utilizando um telescópio caseiro, desenhar um mapa da Lua. Durante a Segunda Guerra Mundial, serviu na Royal Air Force (Real Força Aérea Britânica) como especialista em radares, envolvendo-se no desenvolvimento de um sistema de defesa por radar, sendo uma peça importante do êxito na batalha da Inglaterra. Depois, estudou Física e Matemática, no King's College de Londres.
Talvez a sua contribuição científica de maior importância seja o conceito de satélite geoestacionário como futura ferramenta para desenvolver as telecomunicações. Ele propôs essa ideia num artigo científico intitulado "Can Rocket Stations Give Worldwide Radio Coverage?", publicado na revista Wireless World, em outubro de 1945. A órbita geoestacionária também é conhecida, desde então, como órbita de Clarke.
Em 1956 mudou-se para Colombo, no Sri Lanka (antigo Ceilão), em parte devido ao seu interesse pela fotografia e exploração submarina, onde permaneceu até à sua morte, em 2008.
Teve dois dos seus romances levados ao cinema, 2001: Odisseia no Espaço, dirigido por Stanley Kubrick (1968) e 2010: O Ano do Contacto, dirigido por Peter Hyams (1984), sendo o primeiro considerado um importante ícone da ficção científica mundial, aclamado por muitos como um dos melhores filmes já feitos em todos os tempos. Especialistas atribuem-lhe forte influência sobre a maioria dos filmes do género que lhe sucederam.
Também em homenagem aos feitos de Clarke, o asteroide 4923 foi batizado com o seu nome, assim como uma espécie de dinossauro ceratopsídeo, o Serendipaceratops arthurclarkei, descoberto em Inverloch, Austrália.
Em maio de 2000 foi-lhe concedido o título de Cavaleiro do Império Britânico.
O compositor francês Jean Michel Jarre realizou, em 2001, um concerto intitulado 2001: A Rendez-Vous In Space, em homenagem à adaptação da sua obra para o cinema, que resultou no filme 2001: Odisseia no espaço. Clarke teve, inclusive, uma participação especial nalgumas partes do show.    
  

sábado, novembro 23, 2024

O Doctor Who comemora hoje sessenta e um anos...!

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Principais atores a interpretarem o Doutor, em ordem cronológica - da esquerda para direita: William Hartnell, Patrick Troughton, Jon Pertwee, Tom Baker, Peter Davison, Colin Baker, Sylvester McCoy, Paul McGann, Christopher Eccleston, David Tennant, Matt Smith, Peter Capaldi, Jodie Whittaker e Ncuti Gatwa

   

Doctor Who é uma série de ficção científica britânica, produzida e transmitida pela British Broadcasting Corporation (BBC) desde 1963. A série retrata as aventuras do Doutor, um alienígena da espécie fictícia de Senhores do Tempo do planeta Gallifrey, que explora o universo em sua máquina capaz de viajar pelo espaço e pelo tempo, conhecida como TARDIS (Time and Relative Dimension in Space), cuja aparência exterior se assemelha a uma cabine de polícia londrina de 1963. Juntamente aos seus companheiros, o Doutor enfrenta uma variedade de inimigos, enquanto trabalha para salvar as civilizações, ajudar as pessoas comuns e corrigir erros.

Começando com William Hartnell, diversos atores já atuaram na série como diferentes diferentes encarnações do Doutor. Em papel de destaque, já foram ao todo 19 atores dando vida a 17 encarnações, sendo quinze "oficiais" e duas versões especiais de John Hurt e Jo Martin (o Primeiro Doutor foi interpretado por três atores diferentes, enquanto David Tennant interpreta tanto o Décimo quanto o Décimo Quarto Doutor). A transição de um ator para outro é descrita no enredo da série como regeneração, um processo biológico dos Senhores do Tempo pelo qual o personagem do Doutor assume um novo corpo e uma nova personalidade, que ocorre quando o o personagem sofre uma lesão que seria fatal para a maioria das outras espécies. Apesar de cada interpretação ser diferente, e em algumas ocasiões uma encarnação encontrar outra, elas são pensadas para serem aspetos do mesmo personagem. O Doutor atualmente é interpretado por David Tennant, que assumiu o papel depois da aparição final de Jodie Whittaker em 23 de outubro de 2022, mas que apenas fará sua aparição nos especiais de 60 anos da série, previstos para lançarem em novembro de 2023.

A série é uma parte significativa da cultura popular britânica, e em outros países tornou-se um programa clássico da televisão. O show tem influenciado gerações de profissionais da televisão britânica, muitos dos quais cresceram assistindo a série. A série está listada no Guinness World Records como a série de ficção científica mais duradoura do mundo, assim como a mais bem-sucedida.

O programa originalmente funcionou de 1963 a 1989. Depois de uma tentativa frustrada de retomar a produção normal em 1996 com um piloto secreto na forma de um filme para a televisão, o programa foi relançado em 2005 pela BBC Wales, em Cardiff com a produção de Russell T Davies, que atuou como produtor executivo e escritor-chefe nos cinco primeiros anos. A primeira temporada no século XXI, com Christopher Eccleston como o Nono Doutor, foi produzida pela BBC. As segundas e terceiras temporadas tiveram algum dinheiro de desenvolvimento contribuído pela Canadian Broadcasting Corporation (CBC), que foi creditada como co-produtora. Doctor Who também gerou spin-offs em vários media, incluindo Torchwood (2006) e As Aventuras de Sarah Jane (2007), ambas as séries criadas por Russell T Davies; Class (2016), criada por Patrick Ness e co-Produzida por Steven Moffat; uma série de vídeos dividida em quatro partes chamado P.R.O.B.E (1994) e um único episódio piloto de K-9 and Company (1981). Houve também muitas paródias e referências culturais do personagem em outras meios. K-9 (2009), criada por Bob Baker e Paul Tams, apesar de não se passar no mesmo universo das demais, foi uma série anglo-australiana de 26 episódios que utilizou alguns elementos de Doctor Who, como o personagem K-9; é também a única a não ter sido transmitida originalmente pela BBC, e sim pela Ten Network, na Austrália, e pela Disney XD, na Europa.
    
A nave espacial TARDIS
       
Doctor Who segue as aventuras de um renegado Senhor do Tempo do planeta Gallifrey que simplesmente atende pelo nome de "Doutor". Fugiu de seu planeta natal numa TARDIS (abreviação para "Time and Relative Dimensions in Space" em português "Tempo e Dimensões Relativas no Espaço") Tipo 40 - o que lhe permite viajar através do tempo e espaço. Devido a um mau funcionamento do "circuito camaleão" da TARDIS, que normalmente permite que a TARDIS possa assumir a aparência de objetos locais para disfarçar-se, a TARDIS do Doutor permanece fixa como uma cabine telefónica policial britânica. O Doutor raramente viaja sozinho e muitas vezes traz um ou mais companheiros para compartilhar essas aventuras. Como um Senhor do Tempo, o Doutor tem a capacidade de se regenerar quando seu corpo é mortalmente danificado, ganhando uma nova aparência e personalidade. O Doutor ganhou inúmeros inimigos recorrentes durante as suas viagens, incluindo Daleks, Cybermen e outros Senhores do Tempo renegados, como o Mestre.

     

segunda-feira, novembro 04, 2024

Michael Crichton morreu há dezasseis anos...

     
John Michael Crichton (Chicago, 23 de outubro de 1942 - Los Angeles, 4 de novembro de 2008) foi um autor, roteirista, diretor de cinema, produtor e ex-médico norte-americano mais conhecido por seu trabalho nos géneros de ficção científica, ficção médica e thriller. Os seus livros já venderam mais de 200 milhões de cópias em todo o mundo e muitos foram adaptados em filmes. Em 1994, Crichton tornou-se o único artista criativo a ter obras simultâneas no topo da televisão (ER), cinema (Jurassic Park) e vendas de livros (Disclosure) dos Estados Unidos.
O seu género literário pode ser descrito como thriller tecnológico, que é, geralmente, a união de ação e de detalhes técnicos. Os seus romances muitas vezes exploram a tecnologia e as falhas da interação humana com ela, especialmente resultando em catástrofes com biotecnologia. Muitas das suas novelas têm termos médicos ou científicos, refletindo o seu treino médico e científico - Crichton era formado em Medicina pela Harvard Medical School. Escreveu, entre outras obras, The Andromeda Strain (1969), Congo (1980), Sphere (1987), Travels (1988), Jurassic Park (1990), Rising Sun (1992), Disclosure (1994), The Lost World (1995), Airframe (1996), Timeline (1999), Prey (2002), State of Fear (2004), Next (2006, o último livro, publicado antes de sua morte), Pirate Latitudes (2009), um techno-thriller incompleto, Micro, que foi publicado em novembro de 2011, e Dragon Teeth, um romance histórico ambientado durante a "guerra dos ossos", que foi publicado em todo o mundo em maio de 2017. Michael Crichton morreu no dia 4 de novembro de 2008, vítima de cancro (linfoma). 
   

sexta-feira, setembro 20, 2024

H. G. Wells nasceu há 158 anos...

 

Herbert George Wells, conhecido como H. G. Wells (Bromley, 21 de setembro de 1866 - Londres, 13 de agosto de 1946), foi um escritor britânico e membro da Sociedade Fabiana.
Nascido num distrito (borough) da Grande Londres, na juventude foi, sem sucesso, aprendiz de negociante de panos - a sua experiência nesta ocupação veio mais tarde a ser usada como material para o romance Kipps. Em 1883 tornou-se professor na Midhurst Grammar School, até ganhar uma bolsa na Escola Normal de Ciências em Londres, para estudar Biologia com T. H. Huxley.
Nos seus primeiros romances, descritos, ao tempo, como "romances científicos", inventou uma série de temas que foram mais tarde aprofundados por outros escritores de ficção científica, e que entraram na cultura popular, em trabalhos como A Máquina do Tempo, O Homem Invisível e A Guerra dos Mundos. Outros romances, de natureza não fantástica, foram bem recebidos, sendo exemplos a sátira à publicidade edwardiana Tono-Bungay e Kipps.
Visionário, chegou a discutir em obras do início do século XX questões ainda atuais, como a  ameaça de guerra nuclear, o advento de Estado Mundial e a Ética na manipulação de animais.
Desde muito cedo na sua carreira, Wells sentiu que devia haver uma maneira melhor de organizar a sociedade, e escreveu alguns romances utópicos. Começavam em geral com o mundo a caminhar inexoravelmente em direção de uma catástrofe, até que as pessoas se apercebiam da existência de uma maneira melhor para viver: ou através dos gases misteriosos de um cometa, que fariam com que as pessoas começassem subitamente a comportar-se racionalmente (Os Dias do Cometa), ou pela tomada do poder por um conselho mundial de cientistas, como em The Shape of Things to Come (1933), livro que o próprio Wells adaptou mais tarde para o filme de Alexander Korda Daqui a Cem Anos (1936). Aqui descrevia-se, com demasiada exatidão, a guerra que estava a chegar, com cidades a serem destruídas por bombardeamentos aéreos.
Ele analisa a dicotomia entre a natureza e a educação e questiona a humanidade em livros como A Ilha do Dr. Moreau. Nem todos os seus romances terminam em feliz Utopia, como mostra o distópico When the Sleeper Awakes. A Ilha do Dr. Moreau ainda é mais sombria. O narrador, após ficar encurralado numa ilha cheia de animais vivissecados (sem sucesso) até se transformarem em seres humanos, acaba por regressar a Inglaterra e, tal como Gulliver no regresso do país dos Houyhnhms, vê-se incapaz de afastar a perceção dos membros da sua própria espécie como bestas só ligeiramente civilizadas, regressando a pouco e pouco à sua natureza animal.
Wells chamava às suas ideias políticas "socialistas", e com o seu gosto por utopias, olhou inicialmente com bastante simpatia para as tentativas de Lenine de reconstruir a destroçada economia russa, como mostra o seu relato de uma visita ao país (Russia in the Shadows1920). No entanto, desiludiu-se com a crescente rigidez doutrinária dos bolcheviques e, após um encontro com Estaline, convenceu-se de que a revolução correra terrivelmente mal. Nisto foi provavelmente mais clarividente do que muitos dos intelectuais do seu tempo.
    

domingo, setembro 08, 2024

O primeiro episódio da série Star Trek foi para o ar há 58 anos


Star Trek
é uma série de televisão americana de ficção científica criada por Gene Roddenberry, produzida pela Desilu Productions (mais tarde pela Paramount Television) e exibida pela NBC de 8 de setembro de 1966 até 3 de junho de 1969.
Apesar de o seu título ser Star Trek, adquiriu o retrónimo de Star Trek: The Original Series, para se diferenciar de suas sequências e do universo ficcional criado. Ela se passa no século XXIII. A série segue as aventuras da tripulação da nave estelar USS Enterprise, comandada pelo Capitão James T. Kirk, o Primeiro Oficial Comandante Spock e o Oficial Médico Chefe Leonard McCoy. O monólogo de introdução narrado por William Shatner em cada episódio estabelece o propósito da nave:
   
Espaço: a fronteira final. Estas são as viagens da nave estelar Enterprise, na sua missão de cinco anos: para explorar novos mundos, para procurar novas vidas e novas civilizações, para audaciosamente ir onde nenhum homem jamais esteve. 
  
Quando Star Trek estreou na NBC em 1966 não foi um sucesso. Inicialmente os seus Nielsen Ratings foram baixos. Antes do final da primeira temporada, alguns executivos da NBC queriam cancelar o programa devido aos seus índices baixos de audiência.

 
No final de sua segunda temporada, a série foi quase cancelada novamente. Devido a uma campanhas dos fãs, a série recebeu uma terceira temporada, porém a NBC mudou o dia de exibição para o "horário da morte" de sexta-feira, 22.00 horas. Star Trek foi cancelada ao final de sua terceira temporada depois de 79 episódios. Entretanto, isso foi o suficiente para o programa ir para a venda de episódios, permitindo tornar-se extremamente popular, com repetições durante a década de 70. O sucesso do programa foi seguido por outras cinco séries de televisão e onze filmes. O Guinness World Records reconhece Star Trek como a série de televisão com o maior número de spin-offs (produtos derivados) da história.
   

domingo, setembro 01, 2024

Edgar Rice Burroughs nasceu há 149 anos

   
Edgar Rice Burroughs (Chicago, 1 de setembro de 1875 - Encino, 19 de março de 1950) foi um escritor norte-americano, conhecido pela criação das personagens Tarzan e John Carter.
Edgar Rice Burroughs nasceu no ano de 1875 em Chicago, nos Estados Unidos. Foi o criador de Tarzan e de John Carter, herói da guerra civil americana que foi raptado por marcianos verdes, salvou uma princesa inimiga e se meteu na guerra civil marciana. A série de ficção cientifica foi escrita inicialmente como contos, iniciados em 1912, e depois transformar-se-ia numa coleção de 11 livros. Ele também foi jornalista antes de se tornar escritor. Ao morrer, em 1950, Burroughs foi enterrado numa pequena cidade do estado da Califórnia chamada Tarzana.
    
 
Capa da revista The All-Story Magazine, de outubro de 1912

quinta-feira, agosto 22, 2024

Ray Bradbury nasceu há cento e quatro anos...

   
Ray Douglas Bradbury (Waukegan, 22 de agosto de 1920 - Los Angeles, 6 de junho de 2012) foi um escritor e roteirista norte-americano. É um dos mais celebrados escritores dos séculos XX e XXI, tendo escrito em uma variada gama de géneros como ficção-científica, horror e fantasia.
É conhecido principalmente por seu livro Fahrenheit 451 (1953) e a sua coletânea de ficção científica, Crónicas Marcianas (1950) e The Illustrated Man (1951) e I Sing the Body Electric! (1969). Grande parte de seu trabalho é de ficção especulativa, mas Bradbury escreveu também em outros géneros, tendo escrito roteiros para a televisão como a versão de 1956 de Moby Dick e It Came from Outer Space. Vários dos seus trabalhos foram adaptados para a televisão, cinema e em quadradinhos.
Para o The New York Times, Bradbury é o escritor responsável por popularizar a moderna ficção científica.
 
    

terça-feira, agosto 13, 2024

H. G. Wells morreu há 78 anos

     
Herbert George Wells, conhecido como H. G. Wells (Bromley, 21 de setembro de 1866 - Londres, 13 de agosto de 1946), foi um escritor britânico e membro da Sociedade Fabiana.
Nascido num distrito (borough) da Grande Londres, na juventude foi, sem sucesso, aprendiz de negociante de panos - a sua experiência nesta ocupação veio mais tarde a ser usada como material para o romance Kipps. Em 1883 tornou-se professor na Midhurst Grammar School, até ganhar uma bolsa na Escola Normal de Ciências em Londres, para estudar Biologia com T. H. Huxley.
Nos seus primeiros romances, descritos, ao tempo, como "romances científicos", inventou uma série de temas que foram mais tarde aprofundados por outros escritores de ficção científica, e que entraram na cultura popular em trabalhos como A Máquina do Tempo, O Homem Invisível e A Guerra dos Mundos. Outros romances, de natureza não fantástica, foram bem recebidos, sendo exemplos a sátira à publicidade edwardiana Tono-Bungay e Kipps.
Visionário, chegou a discutir em obras do início do século XX questões ainda atuais, como a ameaça de guerra nuclear, o advento de Estado Mundial e a Ética na manipulação de animais.
Desde muito cedo na sua carreira, Wells sentiu que devia haver uma maneira melhor de organizar a sociedade, e escreveu alguns romances utópicos. Começavam em geral com o mundo a caminhar inexoravelmente em direção de uma catástrofe, até que as pessoas se apercebiam da existência de uma maneira melhor para viver: ou através dos gases misteriosos de um cometa, que fariam com que as pessoas começassem subitamente a comportar-se racionalmente (Os Dias do Cometa), ou pela tomada do poder por um conselho mundial de cientistas, como em The Shape of Things to Come (1933), livro que o próprio Wells adaptou mais tarde para o filme de Alexander Korda Daqui a Cem Anos (1936). Aqui descrevia-se, com demasiada exatidão, a guerra que estava a chegar, com cidades a serem destruídas por bombardeamentos aéreos.
Ele analisa a dicotomia entre a natureza e a educação e questiona a humanidade em livros como A Ilha do Dr. Moreau. Nem todos os seus romances terminam em feliz utopia, como mostra o distópico When the Sleeper Awakes. A Ilha do Dr. Moreau ainda é mais sombria. O narrador, após ficar encurralado numa ilha cheia de animais vivissectados (sem sucesso) até se transformarem em seres humanos, acaba por regressar a Inglaterra e, tal como Gulliver no regresso do país dos Houyhnhms, vê-se incapaz de afastar a perceção dos membros da sua própria espécie como bestas só ligeiramente civilizadas, regressando a pouco e pouco à sua natureza animal.
Wells chamava às suas ideias políticas "socialistas", e com o seu gosto por utopias, olhou inicialmente com bastante simpatia para as tentativas de Lenine de reconstruir a destroçada economia russa, como mostra o seu relato de uma visita ao país (Russia in the Shadows 1920). No entanto, desiludiu-se com a crescente rigidez doutrinária dos Bolcheviques e, após um encontro com Estaline, convenceu-se de que a revolução correra terrivelmente mal. Nisto foi provavelmente mais clarividente do que muitos dos intelectuais do seu tempo.
À medida que envelhecia, Wells foi-se tornando cada vez mais pessimista acerca do futuro da humanidade, como é sugerido pelo título do seu último livro, Mind at the End of its Tether. Os seus últimos livros tendiam a pregar mais do que a contar uma história, e não tinham a energia e inventiva dos trabalhos iniciais.

   

sábado, agosto 10, 2024

Reinaldo Ferreira, o Reporter X, nasceu há 127 anos

   
Reinaldo Ferreira, mais conhecido pelo pseudónimo de Repórter X, (Lisboa, 10 de agosto de 1897 - Lisboa, 4 de outubro de 1935), foi um repórter, jornalista, dramaturgo e realizador de cinema português. Era pai do poeta Reinaldo Ferreira (filho), que viveu em Moçambique.
Iniciou a sua carreira jornalística aos doze anos de idade e foi, desde os vinte anos até à sua morte, considerado o maior repórter português. Em 1926, instalou residência permanente no Porto.
Imaginou entrevistas com Mata Hari e Conan Doyle, enviou reportagens da "Rússia dos Sovietes" sem nunca lá ter posto os pés, criou um dos primeiros detetives de gabinete da literatura policial, deu forma a uma galeria interminável de heróis de folhetim, fundou jornais, realizou filmes, previu, ao jeito de Júlio Verne, como seriam Lisboa e o Porto no ano 2000. Reinaldo Ferreira. R de realidade e F de ficção. Nasceu há um século. Os 38 anos da sua breve passagem pelo mundo foram vividos à beira do delírio, com a morfina a ajudar. Um tipógrafo distraído inventou a alcunha que o iria consagrar: Repórter X. 
Luís Miguel Queirós - Jornal PÚBLICO, 10 de agosto de 1997
   

terça-feira, junho 25, 2024

George Orwell nasceu há cento e vinte e um anos...


Eric Arthur Blair
(Motihari, 25 de junho de 1903  – Londres, 21 de janeiro de 1950), mais conhecido pelo pseudónimo George Orwell, foi um escritor e jornalista inglês. A sua obra é marcada por uma inteligência perspicaz e bem-humorada, uma consciência profunda das injustiças sociais, uma intensa oposição ao totalitarismo e uma paixão pela clareza da escrita. Apontado como simpatizante da proposta anarquista, o escritor faz uma defesa da auto-gestão ou autonomismo. A sua crença no socialismo democrático foi abalada pelo socialismo real, que ele denunciou em Animal Farm (O Triunfo dos Porcos).
Considerado talvez o melhor cronista da cultura inglesa do século XX, Orwell dedicou-se a escrever resenhas, ficção, artigos jornalísticos polémicos, crítica literária e poesia. Ele é mais conhecido pelo romance distópico Nineteen Eighty-Four - 1984 (1949) e pela novela satírica Animal Farm - O Triunfo dos Porcos (1945). Juntas, estas obras venderam mais cópias do que os dois livros mais vendidos de qualquer outro escritor do século XX. Um outro livro de sua autoria, Homage to Catalonia (1938) - um relato de sua experiência como combatente voluntário no lado republicano da Guerra Civil Espanhola - também é altamente aclamado, assim como seus ensaios sobre política, literatura, linguagem e cultura. Em 2008, o The Times colocou-o em segundo lugar na lista de "Os 50 maiores escritores britânicos desde 1945".
A influência de Orwell na cultura contemporânea, tanto popular quanto política, perdura até os dias de hoje. Vários neologismos criados por ele, assim como o termo orwelliano - palavra usada para definir qualquer prática social autoritária ou totalitária - já fazem parte do vernáculo popular.
    
    
in Wikipédia

sábado, maio 25, 2024

O primeiro filme Star Wars chegou aos cinemas há 47 anos

   
Star Wars (no Brasil, Guerra nas Estrelas e, em Portugal, Guerra das Estrelas) é o título de uma franquia de space opera norte-americana criada pelo cineasta George Lucas. A franquia conta com uma série de sete filmes de fantasia científica e um spin-off. O primeiro filme da série foi lançado apenas com o título Star Wars em 25 de maio de 1977, e se tornou um sucesso inesperado e fenómeno mundial de cultura popular. Star Wars foi responsável pelo início da "era dos blockbusters": super produções cinematográficas que fazem sucesso nas bilheteiras e viram franquias com brinquedos, jogos, livros etc. Foi seguido por duas sequências, O Império Contra-Ataca e O Retorno do Jedi, lançadas em intervalos de três anos. Esta primeira trilogia seguia o trio hoje icónico: Luke Skywalker, Princesa Leia e Han Solo. O trio lutava na Aliança Rebelde para derrubar o tirano Império Galático; paralelamente ocorre a jornada de Luke para se tornar um cavaleiro Jedi e derrotar tanto Darth Vader, um ex-jedi que sucumbiu ao Lado Sombrio da Força e o Imperador.
Depois de 16 anos sem filmes novos no cinema, uma nova trilogia, conhecida como trilogia de prequela, começou em 1999 com Star Wars Episódio I: A Ameaça Fantasma. Esta trilogia volta no tempo para contar como Anakin Skywalker se transformou em Darth Vader e acompanha a queda da Ordem Jedi e da República Galáctica que é substituída pelo Império. Mais uma vez foi lançada em intervalos de três anos, com o último filme sendo lançado em 2005. As reações à trilogia original foram extremamente positivas, enquanto a trilogia de prequela recebeu reações mistas tanto do público geral quanto de críticos especializados. Mesmo assim, todos os seis filmes foram bem sucedidos nas bilheteiras e receberam nomeações ou ganharam prémios nos Óscares.
Em 2008 foi lançado o filme de animação Star Wars: The Clone Wars, um spin-off que serve como piloto para uma série de animação do mesmo título. Neste ano aconteceu a soma da bilheteira arrecadada pelos seis filmes de Star Wars que totalizava aproximadamente 4,41 mil milhões de dólares. Após a estreia do episódio VII e Rogue One, este valor chegou a mais de 7 mil milhões, fazendo de Star Wars a quarta série cinematográfica com maior bilheteira de todos os tempos, atrás dos filmes do Universo Marvel Cinematográfico, James Bond e Harry Potter. A franquia gerou diversos subprodutos, incluindo filmes para televisão, livros, jogos eletrónicos, desenhos animados e banda desenhada, o que resultou na criação do universo expandido da saga. É a maior franquia da história do cinema, com a soma dos filmes e produtos equivalente a mais que 30 mil milhões de dólares.
Em 2012, a Walt Disney Company comprou a Lucasfilm por 4,05 mil milhões de dólares e anunciou uma nova trilogia de filmes, chamada de "trilogia sequela" que vai continuar seguindo a saga da família Skywalker após O retorno de Jedi. O primeiro capítulo dessa nova fase, sob o título de O Despertar da Força, estreou em 17 de dezembro de 2015, com aclamação da crítica especializada, tornou-se a maior estreia da história do cinema. Diferente das outras, a trilogia sequela terá um intervalo de dois anos entre os filmes, e nesses intervalos, a Disney lançará spin-offs que se passam durante os episódios das trilogias. O primeiro filme desses spin-offs, Rogue One, foi lançado em 15 de dezembro de 2016.
O antigo universo expandido foi feito não-canónico pela Lucasfilm em 2014, e seu material agora é lançado com o selo Legends. Isto foi feito para a Disney organizar o universo expandido que contêm histórias que contradizem uma a outra, e por causa da nova trilogia que conta uma história diferente do antigo canónico. A Disney considerou apenas os sete filmes e a série Clone Wars como canónico. O novo universo expandido entrou em vigor já em 2014, com o primeiro produto oficial de Star Wars após a compra pela Disney sendo Star Wars Rebels. Diferente do Legends, as histórias do novo universo expandido são criadas\supervisionadas pela Lucasfilm Story Group, fundado pela Kathleen Kennedy (presidente da Lucasfilm) com objetivo de manter a continuidade entre todos os produtos (filmes, livros, séries, banda desenhada e jogos) da franquia Star Wars.

sexta-feira, maio 10, 2024

Fausto Fawcett faz hoje 67 anos

    
Fausto Fawcett, nome artístico de Fausto Borel Cardoso (Rio de Janeiro, 10 de maio de 1957), é um cantor-compositor, guitarrista rítmico, letrista, romancista, contista, dramaturgo, jornalista, ator e roteirista brasileiro, famoso por suas frequentes colaborações com o também músico Laufer e por ser um grande expoente do rap rock e da literatura cyberpunk no Brasil. As suas composições mais famosas são o sucesso de 1987 "Kátia Flávia, a Godiva do Irajá"; "Rio 40 Graus", gravada por Fernanda Abreu em 1992; e "Balada do Amor Inabalável", gravada pelo Skank em 2000
  

 


sábado, abril 06, 2024

Isaac Asimov morreu há trinta e dois anos...

     
Isaac Asimov (Petrovichi, circa 2 de janeiro de 1920 - Nova Iorque, 6 de abril de 1992), foi um escritor e bioquímico americano, nascido na Rússia, autor de obras de ficção científica e divulgação científica.
Asimov é considerado um dos mestres da Ficção Científica e, junto com Robert A. Heinlein e Arthur C. Clarke, foi considerado um dos "três grandes" da ficção científica. A obra mais famosa de Asimov é a série da Fundação, também conhecida como Trilogia da Fundação, que faz parte da série do Império Galáctico e que logo combinou com sua outra grande série dos Robots. Também escreveu obras de mistério e fantasia, assim como uma grande quantidade de não-ficção. No total, escreveu ou editou mais de 500 volumes, aproximadamente 90.000 cartas ou postais, e tem obras em cada categoria importante do sistema de classificação bibliográfica de Dewey, exceto em filosofia.
A maioria de seus livros mais populares sobre ciência, explicam conceitos científicos  de uma forma histórica, voltando no tempo o mais longe possível, quando a ciência em questão estava nos primeiros estágios. Ele providencia, muitas vezes, datas de nascimento e falecimento dos cientistas que menciona, também etimologias e guias de pronunciação para termos técnicos. Alguns exemplos incluem, "Guide to Science", os três volumes de "Understanding Physics" e a "Chronology of Science and Discovery", e trabalhos sobre Astronomia, Matemática, a Bíblia, textos sobre William Shakespeare e Química.
Asimov foi membro e vice-presidente por muito tempo da Mensa, ainda que faltasse frequentemente: ele os descrevia como "intelectualmente combalidos". Exercia, com mais frequência e assiduidade, a presidência da American Humanist Association (Associação Humanista Americana).
Em 1981, um asteroide recebeu o seu nome em sua homenagem, o 5020 Asimov. O robô humanoide "ASIMO" da Honda, também pode ser considerada uma homenagem indireta a Asimov, pois o nome do robô significa, em inglês, Advanced Step in Innovative Mobility, além de também significar, em japonês, "também com pernas" (ashi mo), em um trocadilho linguístico em relação à propriedade inovadora de movimentação deste robô.
   
Biografia
Isaac Asimov nasceu em Petrovichi, no Oblast de Smolensk, República Soviética Russa (hoje província de Mahilou, Bielorrússia), filho de Anna Rachel Berman Asimov e Judah Asimov, um moleiro de uma família de judeus. Em virtude das diferenças entre o calendário hebraico e o calendário juliano (à época ainda em uso na região pela Igreja Ortodoxa), bem como pela falta de registos, a sua data de nascimento não pode ser precisada, situando-se entre 4 de outubro de 1919 e 2 de janeiro de 1920, sendo esta última considerada como a correta por Asimov, que sempre celebrou o seu aniversário a 2 de janeiro. A família deve o seu nome a uma palavra da língua russa que significa um cereal de inverno, que o seu bisavô negociava, ao qual o sufixo paterno foi adicionado. A família emigrou para os Estados Unidos quando ele tinha só três anos de idade. Como os seus pais falavam sempre iídiche e inglês com ele, ele nunca aprendeu russo. Enquanto crescia em Brooklyn, Nova Iorque, Asimov aprendeu a ler, por si próprio, quando tinha cinco anos e permaneceu fluente em iídiche, bem como em inglês. Os seus pais tinham uma loja de doces, e toda a gente da família tinha de lá trabalhar. Revistas baratas de papel de fraca qualidade, chamadas pulp, sobre ficção científica eram vendidas em lojas, e ele começou a lê-las. Por volta dos onze anos, começou a escrever histórias próprias e, por volta dos dezanove anos, tendo-se tornado fã de ficção científica, começou a vender as suas histórias a revistas. John W. Campbell, o editor de Astounding Science Fiction,, a quem ele vendeu as suas primeiras histórias, foi uma forte influência formativa e tornou-se um amigo seu.
Asimov foi aluno das New York City Public Schools (escolas públicas de Nova Iorque), inclusive a Boys' High School, de Brooklyn. A partir daí, ele foi para a Universidade de Columbia, onde se graduou em 1939, depois tirando um Ph.D. em bioquímica, em 1948. Entretanto, passou três anos, durante a Segunda Guerra Mundial, a trabalhar como civil na Naval Air Experimental Station, do porto da Marinha em Filadélfia. Quando a guerra acabou foi destacado para o Exército Americano, tendo só servido nove meses antes de ser honrosamente dispensado. Durante a sua breve carreira militar ascendeu ao posto de cabo, baseado na sua habilidade para escrever à máquina, e escapou por pouco à participação nos testes da bomba atómica em 1946, no atol de Bikini.
Depois de completar o seu doutoramento, Asimov entrou para a Faculdade de Medicina da Universidade de Boston, à qual permaneceu associado a partir daí. Depois de 1958, isto foi sem ensinar, já que se virou para a escrita em tempo integral (os seus rendimentos da escrita já excediam os do salário académico). Pertencer ao quadro permanente significou que ele manteve o título de professor associado e, em 1979, a universidade honrou a sua escrita promovendo-o a professor catedrático de bioquímica. Os arquivos pessoais de Asimov, a partir de 1965, estão arquivados na Mugar Memorial Library da universidade, doados por ele a pedido do curador, Howard Gottlieb. A colecção preenche 464 caixas em 71 metros de prateleira.
Asimov casou-se com Gertrude Blugerman (Canadá, 1917 - Boston, 1990), em 26 de julho de 1942. Tiveram duas crianças, David (nascido em 1951) e Robyn Joan (nascida em 1955). Depois da separação, em 1970, ele e Gertrude divorciaram-se em 1973, e Asimov casou-se com Janet Jeppson mais tarde, no mesmo ano.

Asimov e a segunda esposa

Asimov era um claustrofilo; gostava de espaços pequenos fechados. No primeiro volume da sua autobiografia, ele conta um desejo infantil de possuir uma banca de jornais numa estação de metrô de Nova Iorque, dentro da qual ele se fecharia e escutaria o ruído dos carros enquanto lia.
Asimov tinha medo de voar, só o tendo feito duas vezes na vida inteira (uma vez, durante o seu trabalho na Naval Air Experimental Station, e outra, na volta para casa da base militar de Oahu, em 1946). Raramente viajava grandes distâncias, em parte por causa de sua aversão a voar, adicionada às dificuldades logísticas de viajar longas distâncias. Esta fobia influenciou várias das suas obras de ficção, como as histórias de mistério de Wendell Urth e as novelas sobre robôs de Elijah Baley. Nos seus últimos anos, ele gostava de viajar em navios de cruzeiro e, em várias ocasiões, ele fez parte do "entretenimento" no cruzeiro, dando palestras baseadas em ciência, em navios, como os RMS Queen Elizabeth 2. Asimov sabia entreter muitíssimo bem, era prolífico e procurado como discursador. Seu sentido de tempo era fantástico; ele nunca olhava para um relógio, mas invariavelmente falava precisamente o tempo combinado.
Asimov era um participante habitual em convenções de ficção científica, onde ficava amável e disponível para conversa. Ele respondia pacientemente a dezenas de milhares de perguntas e outro tipo de correio com postais, e gostava de dar autógrafos. Embora gostasse de mostrar o seu talento, raramente parecia levar-se a si próprio demasiadamente a sério.
Ele era de altura mediana, forte, com bigode e um óbvio sotaque de judeus do Brooklyn. A sua motricidade física era bastante limitada. Ele nunca aprendeu a nadar ou andar de bicicleta; no entanto, aprendeu a conduzir um carro, depois de se mudar para Boston. No seu livro de humor, Asimov Laughs Again, ele descreve a condução em Boston como "anarquia sobre rodas".
Ele demonstrou o seu amor por conduzir no seu conto de ficção científica, Sally, sobre carros-robôs. Um leitor atento reparará que ele faz uma descrição detalhada de um dos carros a que chama 'Giuseppe', de Milão - o que significa que Giuseppe era um Alfa Romeo. Asimov não especificou nenhum outro tipo de veículo em nenhuma das suas histórias, o que levou muitos fãs a considerarem que ele foi pago por aquela marca de automóvel.
Os interesses variados de Asimov incluíram, nos seus anos tardios, sua participação em organizações devotadas à opereta de Gilbert and Sullivan e em The Wolfe Pack, um grupo de seguidores dos mistérios de Nero Wolfe, escritos por Rex Stout. Ele era um membro proeminente da Baker Street Irregulars, a mais importante sociedade sobre Sherlock Holmes. De 1985 até sua morte em 1992, ele foi presidente da American Humanist Association; seu sucessor foi o amigo e congénere escritor, Kurt Vonnegut. Ele também era um amigo próximo do criador de Star Trek, Gene Roddenberry, e foram-lhe dados créditos em Star Trek: The Motion Picture, pelos conselhos que deu durante a produção.
Asimov morreu em 6 de abril de 1992 em Nova Iorque. Foi cremado e as suas cinzas foram espalhadas. Ele deixou tudo à sua segunda mulher, Janet, e às crianças do primeiro casamento. Dez anos depois da sua morte, a edição da autobiografia de Asimov, It's Been a Good Life, revelou que sua morte foi causada por SIDA; ele contraiu o vírus HIV através de uma transfusão de sangue recebida durante a operação de bypass, em dezembro de 1983. A causa específica da morte foi falha cardíaca e renal, como complicações da infeção com o vírus da SIDA.
Janet Asimov escreveu no epílogo de It's Been a Good Life que Asimov o teria querido tornar público, mas os seus médicos convenceram-no a permanecer em silêncio, avisando que o preconceito anti-SIDA se estenderia aos seus familiares. A família de Asimov considerou divulgar a sua doença antes de ele morrer, mas a controvérsia que ocorreu, quando Arthur Ashe divulgou que tinha SIDA, convenceu-os do contrário. Dez anos mais tarde, depois da morte dos médicos de Asimov, Janet e Robyn concordaram que a situação em relação à SIDA podia ser levada a público.
   
Asimov e a Wikipédia
No livro Escolha a Catástrofe, Asimov disserta sobre os futuros problemas que poderiam levar a humanidade à extinção e como a tecnologia poderia salvá-la. Em certa parte do livro, ele fala sobre a educação e como ela poderia funcionar no futuro.
Cquote1.svg Haverá uma tendência para centralizar informações, de modo que uma requisição de determinados itens pode usufruir dos recursos de todas as bibliotecas de uma região, ou de uma nação e, quem sabe, do mundo. Finalmente, haverá o equivalente de uma Biblioteca Computada Global, na qual todo o conhecimento da humanidade será armazenado e de onde qualquer item desse total poderá ser retirado por requisição. Cquote2.svg
Cquote1.svg …Certamente, cada vez mais pessoas seguiriam esse caminho fácil e natural de satisfazer suas curiosidades e necessidades de saber. E cada pessoa, à medida que fosse educada segundo seus próprios interesses, poderia então começar a fazer suas contribuições. Aquele que tivesse um novo pensamento ou observação de qualquer tipo sobre qualquer campo, poderia apresentá-lo, e se ele ainda não constasse na biblioteca, seria mantido à espera de confirmação e, possivelmente, acabaria sendo incorporado. Cada pessoa seria, simultaneamente, um professor e um aprendiz. Cquote2.svg
Isaac Asimov - 1979

Asimov e o Futuro
Asimov não se mostrou visionário apenas em relação à existência de uma Biblioteca Global, como visto acima. Em 1964, aceitou uma proposta do jornal The New York Times e fez uma série de previsões acerca do mundo do futuro, projetando-o como seria dali a 50 anos, isto é, em 2014.
Embora não utilizasse, à época, os termos de hoje, por seus escritos podemos notar que previu a existência dos micro-ondas nas nossas cozinhas, da fibra ótica, da Internet, dos microchips, das TVs de tela plana e até de pessoas acometidas de depressão. Mas também errou, como ao prever carros voadores e centrais nucleares de fusão atómica.
  
Leis da Robótica
Apresentadas no livro Eu, Robô, as 3 Leis da Robótica foram criadas, como condição de coexistência dos robôs com os seres humanos, como prevenção de qualquer perigo que a inteligência artificial pudesse representar à humanidade. São elas:
  • 1ª Lei: Um robô não pode ferir um ser humano ou, por inação, permitir que um ser humano sofra algum mal;
  • 2ª Lei: Um robô deve obedecer às ordens que lhe sejam dadas por seres humanos, exceto nos casos em que tais ordens contrariem a Primeira Lei;
  • 3ª Lei: Um robô deve proteger a sua própria existência, desde que tal proteção não entre em conflito com a Primeira e Segunda Leis.
Mais tarde, no livro Os Robôs do Amanhecer, o robô Daneel viria a instituir uma quarta lei: a 'Lei Zero':
  • 'Lei Zero': Um robô não pode fazer mal à humanidade e nem, por inação, permitir que ela sofra algum mal.