domingo, julho 06, 2025

Thomas More foi executado há 490 anos...

   
São Thomas More, por vezes latinizado em Thomas Morus ou aportuguesado em Tomás Morus (Londres, 7 de fevereiro de 1478 - Londres, 6 de julho de 1535) foi homem de estado, diplomata, escritor, advogado e homem de leis, ocupou vários cargos públicos, e em especial, de 1529 a 1532, o cargo de "Lord Chancellor" (Chanceler do Reino - o primeiro leigo em vários séculos) de Henrique VIII da Inglaterra. É geralmente considerado como um dos grandes humanistas do Renascimento. Foi canonizado como santo da Igreja Católica em 19 de maio de 1935 e a sua festa litúrgica celebra-se em 22 de junho.
  
Biografia
Thomas More chegou a se autodescrever como "de família honrada, sem ser célebre, e um tanto entendido em letras". Era filho do juiz Sir John More, investido cavaleiro por Eduardo IV, e de Agnes Graunger. Casou-se com Jane Colt em 1505, em primeiras núpcias, tendo tido como filhos: Margaret, Elizabeth, Cecily e John. Jane morreu em 1511 e Thomas More casou-se em segundas núpcias com Lady Alice Middleton. More era homem de muito bom humor, caseiro e dedicado à família, muito próximo e amigo dos filhos. Dele se disse que era amigo de seus amigos, entre os quais se encontravam os mais destacados humanistas de seu tempo, como Erasmo de Rotterdam e Luis Vives.
Deu aos filhos uma educação excecional e avançada para a época, não discriminando a educação dos filhos e das filhas. A todos indistintamente fez estudar latim, grego, lógica, astronomia, medicina, matemática e teologia. Sobre esta família escreveu Erasmo: "Verdadeiramente, é uma felicidade conviver com eles."
Fez carreira como advogado respeitado, honrado e competente e exerceu por algum tempo a cátedra universitária. Em 1504, fazia parte da Câmara dos Comuns da qual foi eleito Speaker (ou presidente), tendo ganho fama de parlamentar combativo. Em 1510, foi nomeado Under-Sheriff de Londres, no ano seguinte juiz membro da Commission of Peace. Entrou para a corte de Henrique em 1520 foi várias vezes embaixador do rei e tornou-se cavaleiro (Knight) em 1521. Foi nomeado vice-tesoureiro e depois Chanceler do Ducado de Lancaster e, a seguir, Chanceler da Inglaterra.
A sua obra mais famosa é "Utopia" (1516) (em grego, utopos = "em lugar nenhum") . Neste livro criou uma ilha-reino imaginária que alguns autores modernos viram como uma proposta idealizada de Estado e outros como sátira da Europa do século XVI. Um dos aspetos desta obra de More é que ela recorreu à alegoria (como no Diálogo do Conforto, ostensivamente uma conversa entre tio e sobrinho) ou está altamente estilizada, ou ambos, o que lhe abre um largo campo interpretativo .
Como intelectual, ele foi inicialmente um humanista no sentido consensual do termo. Latinista, escreveu uma "História de Ricardo III" em texto bilíngue latim-inglês, em que Shakespeare, mais tarde se basearia para escrever a peça de igual nome. Foi um grande amigo de Erasmo de Roterdão que lhe dedicou o seu "In Praise of Folly" (a palavra "folly" equivale à "moria" em grego).
Era um leitor das obras de Santo Agostinho e traduziu para o vernáculo "A Vida de Pico della Mirandolla", obras que exerceram sobre ele grande influência. Escolheu John Colet, sacerdote, como diretor espiritual, que lhe estabeleceu um plano intenso de práticas pietistas.
De Morus teria dito Erasmo: "É um homem que vive com esmero a verdadeira piedade, sem a menor ponta de superstição. Tem horas fixas em que dirige a Deus suas orações, não com frases feitas, mas nascidas do mais profundo do coração. Quando conversa com os amigos sobre a vida futura, vê-se que fala com sinceridade e com as melhores esperanças. E assim é More também na Corte. Isto, para os que pensam que só há cristãos nos mosteiros."
   
O divórcio de Henrique VIII
Thomas Wolsey, Arcebispo de York, não foi bem sucedido na sua tentativa de conseguir o divórcio e anulação do casamento do rei com Catarina de Aragão como Henrique VIII de Inglaterra pretendia e foi forçado a demitir-se em 1529. More foi nomeado chanceler em sua substituição, sendo evidente que Henrique ainda não se tinha apercebido da retidão de caráter de More nesta matéria.
A sua chancelaria (1529-32) distinguiu-se pela sua exemplaridade, tratando pessoalmente, de todos os litígios existentes, até mesmo os herdados, sendo extremamente eficiente, imparcial e justo em suas decisões.
Sendo profundo conhecedor de teologia e do direito canónico e homem religioso - ao ponto de se mortificar por Deus - usava por baixo das roupas uma camisa cilício - More via no anulamento do sacramento do casamento uma matéria da jurisdição do papado, e a posição do Papa Clemente VII era claramente contra o divórcio em razão da doutrina sobre a indissolubilidade do matrimónio. Contrário às Reformas Protestantes então já efetuadas e percebendo que na Inglaterra poderia acontecer o mesmo (devido às questões pessoais do soberano que conduziram à crise político-diplomática com Roma), More - apoiante das decisões da Santa Sé e arreigadamente católico - deixa o seu cargo de Lord Chancellor do Rei em 16 de maio de 1532, provocando desconfiança na Corte e em Henrique VIII particularmente.
A reação de Henrique VIII foi atribuir-se a si mesmo a liderança da Igreja em Inglaterra sendo o sacerdócio obrigado a um juramento ao abrigo do Acto de Supremacia que consagrava o soberano como chefe supremo da Igreja.
More escapara, entretanto, a uma tentativa de o implicar numa conspiração. Em 1534, o Parlamento promulgou o "Decreto da Sucessão" (Succession Act), que incluía um juramento (1) reconhecendo a legitimidade de qualquer criança nascida do casamento de Henrique VIII com Ana Bolena, e (2) repudiando "qualquer autoridade estrangeira, príncipe ou potentado". Tal como no juramento de supremacia, este apenas foi exigido àqueles especificamente chamados a fazê-lo, por outras palavras, a todos os funcionários públicos e àqueles suspeitos de não apoiarem Henrique.
   
Execução
More foi convocado, excepcionalmente, para fazer o juramento em 17 de abril de 1534, e, perante sua recusa, foi preso na Torre de Londres, juntamente com o Cardeal e Bispo de Rochester John Fisher, tendo ali escrito o "Dialogue of Comfort against Tribulation". A sua decisão foi manter o silêncio sobre o assunto. Pressionado pelo rei e por amigos da corte, More decidiu não enumerar as razões pelas quais não prestaria o juramento.
Inconformado com o silêncio de More, o rei determinou o seu julgamento, sendo condenado à morte, e posteriormente executado em Tower Hill, a 6 de julho. Nem no cárcere nem na hora da execução perdeu a serenidade e o bom humor e, diante das próprias dificuldades reagia com ironia.
Pela sentença o réu era condenado "a ser suspenso pelo pescoço" e cair em terra ainda vivo. Depois seria esquartejado e decapitado. Em atenção à importância do condenado, o rei, "por clemência", reduziu a pena a "simples decapitação". Ao tomar conhecimento disto, Tomás comentou: "Não permita Deus que o rei tenha semelhantes clemências com os meus amigos." No momento da execução suplicou aos presentes que orassem pelo monarca e disse que "morria como bom servidor do rei, mas de Deus primeiro."
A sua cabeça foi exposta na ponte de Londres durante um mês, foi posteriormente recolhida por sua filha, Margaret Roper. A execução de Thomas More na Torre de Londres, no dia 6 de julho de 1535 "antes das nove horas", ordenada por Henrique VIII, foi considerada uma das mais graves e injustas sentenças aplicadas pelo Estado contra um homem de honra, consequência de uma atitude despótica e de vingança pessoal do rei. Ele foi sepultando na Capela Real de São Pedro ad Vincula.
    
Canonização
A sua trágica morte - condenado a pena capital por se negar a reconhecer Henrique VIII como cabeça da Igreja da Inglaterra, é considerada pela Igreja Católica como modelo de fidelidade à Igreja é à própria consciência, e representa a luta da liberdade individual contra o poder arbitrário.
Devido à sua retidão e exemplo de vida cristã, foi reconhecido como mártir, declarado beato em 29 de dezembro de 1886 por decreto do Papa Leão XIII e canonizado, conjuntamente com São João Fisher, em 19 de maio de 1935, pelo Papa Pio XI. O seu dia festivo é 22 de junho.
Deixou vários escritos de profunda espiritualidade e de defesa do magistério da Igreja. Em 1557, o  seu genro, William Roper, escreveu a sua primeira biografia. Desde a sua beatificação e posterior canonização publicaram-se muitas outras.
Em 2000 São Thomas More foi declarado Patrono dos Estadistas e Políticos pelo Papa João Paulo II:
"Esta harmonia do natural com o sobrenatural é talvez o elemento que melhor define a personalidade do grande estadista inglês: viveu a sua intensa vida pública com humildade simples, caracterizada pelo proverbial «bom humor» que sempre manteve, mesmo na iminência da morte.
Esta foi a meta a que o levou a sua paixão pela verdade. O homem não pode separar-se de Deus, nem a política da moral: eis a luz que iluminou a sua consciência. Como disse uma vez, "o homem é criatura de Deus, e por isso os direitos humanos têm a sua origem n'Ele, baseiam-se no desígnio da criação e entram no plano da Redenção. Poder-se-ia dizer, com uma expressão audaz, que os direitos do homem são também direitos de Deus" (Discurso, 7 de abril de 1998).
É precisamente na defesa dos direitos da consciência que brilha com luz mais intensa o exemplo de Tomás Moro. Pode-se dizer que viveu de modo singular o valor de uma consciência moral que é "testemunho do próprio Deus, cuja voz e juízo penetram no íntimo do homem até às raízes da sua alma" (Carta encíclica Veritatis splendor, 58), embora, no âmbito da ação contra os hereges, tenha sofrido dos limites da cultura de então.
     

Nic Cester, vocalista da banda Jet, faz hoje 46 anos

Nic Cester on a concert with Jet.

 

Nicholas John Cester (Melbourne, 6 July 1979) is an Australian musician, singer, songwriter and guitarist, known for being the frontman and lead singer in rock band Jet alongside his younger brother Chris. Cester is also a founder of the Australian supergroup The Wrights. Jet's track "Are You Gonna Be My Girl", has won APRA Awards for 'Most Performed Australian Work Overseas' in 2006 and 2007

 

in Wikipédia

 


A plataforma petrolífera Piper Alpha explodiu há 37 anos...

  

Piper Alpha was an oil platform located in the North Sea approximately 120 miles (190 km) north-east of Aberdeen, Scotland. It was operated by Occidental Petroleum (Caledonia) Limited and began production in 1976, initially as an oil-only platform but later converted to add gas production.

Piper Alpha exploded and sank on 6 July 1988, killing 165 of the men on board, plus a further two rescue workers after their rescue vessel, which had been trapped in debris and immobilised, was destroyed by the disintegrating rig. Sixty-one workers escaped and survived, and thirty bodies were never recovered. The total insured loss was about £1.7 billion, making it one of the costliest man-made catastrophes ever. At the time of the disaster, the platform accounted for approximately 10% of North Sea oil and gas production. The accident is the world's worst offshore oil disaster in terms of lives lost and industry impact.

In Aberdeen, the Kirk of St Nicholas on Union Street has dedicated a chapel in memory of those who died, containing a Book of Remembrance listing them. There is a memorial sculpture in the Rose Garden of Hazlehead Park

 

in Wikipédia 

Roy Rogers morreu há vinte e sete anos...

Roy Rogers e Dale Evans na 61.ª Cerimónia da entrega dos Óscares
       
Roy Rogers foi um famoso cantor e ator norte-americano, cujo nome verdadeiro era Leonard Franklin Slye (Cincinnati, Ohio, 5 de novembro de 1911Apple Valley, Califórnia, 6 de julho de 1998). Ele e a sua terceira esposa, Dale Evans, o seu cavalo Trigger e o seu cão, Bullet, apareceram em aproximadamente uma centena de filmes. Fizeram também o programa The Roy Rogers Show, que começou no rádio e depois de nove anos mudou-se para a televisão, onde ficou de 1951 a 1957. Dele participavam ainda dois antigos parceiros no cinema, Pat Brady, (que dirige um jipe de nome "Nellybelle"), e Gabby Hayes. A alcunha de Roy era "King of the Cowboys" (Rei dos Cowboys), enquanto a sua esposa era a "Queen of the West" (Rainha do Oeste).
   
 

John Paul Jones, um herói revolucionário norte-americano, nasceu há 278 anos


John Paul Jones, (Kirkbean, 6 de julho de 1747 - Paris, 18 de julho de 1792) foi um militar almirante e herói naval da Guerra Revolucionária Americana (1775-1783) e é reconhecido como patrono da Marinha dos Estados Unidos, pelos seus feitos militares na chamada Marinha Continental, que lhe valeram reputação internacional. 

 

Joaquín Rodrigo morreu há vinte e seis anos...

   

Joaquín Rodrigo Vidre, Marquês dos Jardins de Aranjuez (Sagunto, 22 de novembro de 1901  - Madrid, 6 de julho de 1999), foi um compositor e um pianista virtuoso espanhol. Apesar de cego, desde a mais tenra idade, atingiu grande sucesso. Rodrigo é considerado como um dos compositores que mais popularizou a guitarra na música clássica do século XX e o seu Concerto de Aranjuez é um dos expoentes máximos da música espanhola.
   
   
 

Matilde Rosa Araújo morreu há quinze anos...

 

Matilde Rosa Lopes de Araújo (Lisboa, 20 de junho de 1921 - Lisboa, 6 de julho de 2010) foi uma escritora portuguesa, especializada em literatura infantil.  


Biografia

Matilde Rosa Araújo nasceu e viveu em Lisboa, em 1921, tendo estudado em casa com professores particulares até ter entrado na Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa, em 1945. Foi professora, lecionando a disciplina de Português e de Literatura Portuguesa na Escola Industrial Fonseca de Benevides em Lisboa. Foi formadora de professores na Escola do Magistério Primário de Lisboa.

Foi autora de mais de 40 livros (contos e de poesia para adultos) e de mais de duas dezenas de livros de contos e poesia para crianças. Dedicou-se à defesa dos direitos das crianças através da publicação de livros e de intervenções em organismos com atividade nesta área, como a UNICEF em Portugal.

Em 1980, recebeu o Grande Prémio de Literatura para Crianças, da Fundação Calouste Gulbenkian, e o prémio para o melhor livro infantil, pela mesma fundação, em 1996, pelo seu trabalho Fadas Verdes (livro de poesias de 1994).

Matilde Rosa Araújo recebeu o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique (8 de março de 2003) e, em maio de 2004, foi distinguida com o Prémio Carreira, da Sociedade Portuguesa de Autores.

Encontra-se colaboração da sua autoria na revista Mundo Literário (1946-1948). Faleceu, em 6 de julho de 2010, na sua casa em Lisboa.

Matilde tinha 2 irmãos e nunca casou nem teve filhos. 

  

Morte 

A escritora Matilde Rosa Araújo tinha 89 anos quando morreu em sua casa em Lisboa na madrugada de 6 de julho de 2010. O seu corpo esteve em câmara ardente na Sociedade Portuguesa de Autores, donde saiu para o Talhão dos Artistas do Cemitério dos Prazeres, em Lisboa. 

 

in Wikipédia

 

Loas à Chuva e ao Vento

  
   
Chuva, porque cais?
Vento, aonde vais?
Pingue...Pingue...Pingue...
Vu...Vu...Vu...

Chuva, porque cais?
Vento, aonde vais?
Pingue...Pingue...Pingue...
Vu...Vu...Vu...

Ó vento que vais,
Vai devagarinho.
Ó chuva que cais,
Mas cai de mansinho.
Pingue...Pingue...
Vu...Vu...

Muito de mansinho
Em meu coração.
Já não tenho lenha,
Nem tenho carvão...
Pingue...Pingue...
Vu...Vu...

Que canto tão frio
Que canto tão terno,
O canto da água,
O canto do Inverno...
Pingue...

Que triste lamento,
Embora tão terno,
O canto do vento,
O canto do Inverno...
Vu...

E os pássaros cantam
E as nuvens levantam!



in O Livro da Tila - Matilde Rosa Araújo

A primeira vacina contra a raiva foi aplicada há 140 anos

Meister, enquanto criança
     
Joseph Meister (Steige, Alsácia, 21 de fevereiro de 1876 - Paris, 16 de junho de 1940) foi o primeiro ser humano imunizado contra a raiva, por Louis Pasteur, e a sobreviver à infeção da doença, em julho de 1885.
Mais tarde tornou-se funcionário do Instituto Pasteur de Paris, do qual foi porteiro. Suicidou-se após a invasão alemã na Segunda Guerra Mundial.
     
O ataque
No dia 4 de julho de 1885 Joseph, filho do padeiro Joseph Meister Anthony, como de costume vai à cervejaria Witz na vizinha vila de Maisonsgoutte, distante alguns quilómetros, a fim de comprar fermento.
A criança, que contava então nove anos de idade, ao chegar à aldeia, foi atacado pelo cão raivoso de Theodore Vonne, um taberneiro, que também fora ferido levemente pelo animal; Joseph, contudo, sofreu mais cruelmente - tendo ao todo catorze mordidelas na sua perna e braço direito.
Segundo o seu próprio relato:
"Passando pela povoação de Maisonsgoutte para ir à cervejaria, de repente vi um cão de caça grande, que eu conhecia bem, por entre duas casas, abaixando a cabeça e se atirando sobre mim. Eu estava segurando na mão uma taça de estanho, e os cães raivosos não gostam de nada que brilha. Ele mordeu a minha mão primeiro e, vindo sobre mim, derrubou-me e mordeu-me gravemente nas pernas, fazendo catorze ferimentos. Felizmente um serralheiro de Steige assistiu a cena de longe. Ele veio correndo com uma barra de ferro e bateu no cão. Enquanto isso o proprietário chegou. Pegou o animal pelo pescoço e o trancou num celeiro, mas também foi ferido no dedo."
Enquanto a filha do taberneiro lhe cosia as calças, alguns moradores lavaram-lhe os ferimentos. Meister foi depois, contudo, deixado sozinho para regressar a casa e, ferido, tinha que parar a cada dez metros, numa demorada jornada que preocupou os seus pais: a mãe, Marie Angelique, chegou a pensar que o garoto faltara às aulas, já que depois de trazer o fermento deveria ir à escola. Mandam, então, alguém procurar o menino.
Vendo o estado dele, ficaram apavorados e sua mãe levou-o até o consultório do Dr. Weber, o médico da vila. Este procede à desinfeção das feridas com ácido carbólico mas, ante a gravidade e número das lesões, avisa que não há grandes expectativas, se fosse o caso de raiva.
Nesse momento, o proprietário do cão, vendo o seu estado agressivo, conduziu-o até Sélestat - distante cerca de 25 km, para que um veterinário o examine mas, no caminho, como o animal tentava atacar as pessoas, ele foi abatido por gendarmes; Vonne continua a viagem e o cão é autopsiado, sendo encontrados no seu estômago restos de palha, feno e madeira - constatando-se assim que estava realmente raivoso.
Vonne então, no caminho de volta, para num café onde relata o ocorrido; ali alguns presentes contam ter lido nos jornais sobre as experiências de um químico, o Sr. Pasteur, inoculando a vacina experimental em cães com sucesso; ele, então, retorna à vila e, procurando os pais do rapaz, relata-lhes o que soubera.
No dia seguinte o Sr. Vonne e a esposa do padeiro, conduzidos por um seu familiar, partem para Paris, enquanto o pai permanece na vila, cuidando dos negócios. Na capital francesa tiveram grande dificuldade para encontrar o endereço de Pasteur; sobre isso Meister relatou:
"O Sr. Pasteur tinha, naquela época, muitos inimigos, especialmente no mundo da medicina, e tínhamos muita dificuldade encontrá-lo. Nos hospitais onde o procuramos queriam que ficasse por lá, dizendo que ali eu teria cuidados iguais aos do Sr. Pasteur e que, além disso, ele não estava em Paris. Minha mãe, irritada, respondia que ela havia chegado muito longe para encontrá-lo e queria saber onde ele se achava. Uma vez que não lhe atendiam, sem dar-lhe o endereço dele, ela começou a chorar. Vendo a sua insistência, fomos enviados para o Hotel Dieu, onde nos encontramos com o seu diretor que finalmente nos deu o endereço: ele trabalhava na Escola Normal, na rua d'Ulm..."
No dia 6 de julho, enfim, levam Meister a Pasteur.
  
Pasteur assiste à inoculação da vacina em Joseph Meister
   
A vacina
Pasteur recebeu a visita inesperada; ele registou: "A morte da criança parecia inevitável. Decidi, não sem profunda angústia e ansiedade, como se pode imaginar, aplicar em Joseph Meister o método que eu havia experimentado com sucesso consistente nos cães"
Meister também falou sobre esse momento: "O Sr. Pasteur ficou muito emocionado quando nos viu chegar, mas mostrou-se relutante em iniciar o tratamento, afirmando que não podia se responsabilizar por mim, já que fizera seus experimentos apenas em animais, mas nunca em seres humanos. Minha mãe então pediu-lhe para que fizesse uma experiência, dizendo que eu já estava condenado, era melhor tentar o único tratamento que havia."
Pasteur queria, antes de iniciar o tratamento - e também porque, não sendo médico, este deveria ser feito por um profissional habilitado - consultar dois colegas, os doutores Vulpian e Grancher, que estão de acordo com a situação de morte certa do menino, bem como na realização do tratamento, que tem início naquela mesma noite, pelo médico Grancher; até o dia seguinte, conseguiram alojar os visitantes na própria École Normale, na sala de esgrima.
O tratamento durou até o dia 16, com doses crescentes da vacina sendo aplicada, num total de 21 sessões; exausto, Pasteur foi descansar na sua residência no Jura, recebendo de Gracher relatórios diários sobre o estado de saúde do rapaz, a quem se afeiçoara. A 27 de julho Meister e a sua mãe terminam o tratamento e regressam à terra natal.
O sucesso daquela experiência pioneira marcou a primeira vitória contra a raiva em seres humanos na história.
   

O Dalai Lama celebra hoje noventa anos

 

Jetsun Jamphel Ngawang Lobsang Yeshe Tenzin Gyatso (nascido Lhamo Döndrub, Taktser, 6 de julho de 1935) é um religioso tibetano, atual Dalai Lama (14º da linhagem), líder religioso do budismo tibetano. Considerado a reencarnação do bodisatva da compaixão, Tenzin Gyatso é monge e geshe (doutor) em filosofia budista, recebeu o Nobel da Paz e foi agraciado com mais de 100 títulos honoris causa. Nascido em 6 de julho de 1935, ou, no calendário tibetano, no ano do Porco-Madeira, 5.º mês, 5.º dia. Ele é considerado um Bodisatva vivo; especificamente, uma emanação de Avalokiteśvara em sânscrito e Chenrezig em tibetano. Ele também é o líder e um monge ordenado da escola Gelug, a mais nova escola do budismo tibetano, formalmente liderada pelo Ganden Tripa. O governo central do Tibete, o Ganden Phodrang, investiu o Dalai Lama com deveres temporais até ao seu exílio em 1959. Em 29 de abril de 1959, o Dalai Lama estabeleceu um governo tibetano independente, no exílio, na estação montanhosa de Mussoorie, no norte da Índia, que depois mudou, em maio de 1960, para Dharamshala, onde reside. Ele se aposentou como chefe político em 2011 para dar lugar a um governo democrático, a Administração Central Tibetana.


Bandeira do Tibete

 

Bill Haley nasceu há um século...


Bill Haley ou Willian John Clifton (Highland Park, Michigan, 6 de julho de 1925 - Harlingen, Texas, 9 de fevereiro de 1981) foi um músico de rock and roll.
Ele é referenciado por muitos como o primeiro a popularizar este tipo de música, no início dos anos 1950, com seu grupo Bill Haley & His Comets e a canção "Rock Around the Clock".
  
Halley nasceu em Highland Park, Michigan e cresceu na Pensilvânia. Em 1946, ele formou o seu primeiro grupo profissional, uma banda country chamada Down Homers, depois da qual ele passou a seguir carreira a solo. Haley lançou inúmeros discos de country nos anos 40, sem sucesso, enquanto trabalhava de músico itinerante e DJ. Em 1951 ele e sua nova banda The Saddlemen resolveram tocar em outro estilo, gravando versões das músicas "Rocket 88" e "Rock this Joint" de Jackie Brenston & Delta Cats (na verdade música composta e executada por Ike Turner & The Kings of Rhythm, Jackie Brenston que assume os vocais nessa gravação era saxofonista dessa banda).
O sucesso relativo alcançado por elas convenceu Haley de que ele poderia ser um músico de rock famoso. Em 1952 os The Saddlemen passaram a se chamar Bill Haley & His Comets e, em 1952 a composição de Haley, "Crazy Man Crazy" tornou-se o primeiro rock a entrar nos hits de sucesso americanos.
Em 1953 uma canção chamada "Rock Around the Clock" foi composta para Haley, mas ele só conseguiria gravá-la em 12 de abril de 1954. Inicialmente não obteve sucesso, mas Haley logo alcançaria fama mundial com a sua versão de "Shake, Rattle and Roll" de Big Joe Turner, que venderia milhões de cópias. Haley e sua banda foram fundamentais ao divulgar a música conhecida como "Rock and Roll" entre o público branco, depois de anos considerada como um movimento underground. Quando "Rock Around the Clock" apareceu na banda sonora do filme BlackBoard Jungle, desencadeou uma revolução musical, que abriu as portas a talentos como Elvis Presley. Haley continuou a colecionar sucessos nos anos 50, como "See You Later Alligator", e foi ator no primeiro musical cinematográfico de rock and roll. A sua fama seria ultrapassada nos Estados Unidos pelo mais famoso e mais sexy Elvis, mas Haley continuaria a ser um grande astro na América Latina e na Europa no resto da sua carreira. Os seus últimos shows foram na África, em 1980. Ele foi incluído no Hall da Fama do Rock and Roll em 1987.
Os Comets originais de 1954/55 ainda continuam a apresentar-se em todo o mundo. Embora na faixa etária dos 70 aos 82, a banda não mostra sinais de cansaço e recentemente lançou um DVD ao vivo.
Haley faleceu na sua casa, em Harlingen, Texas, em 1981, vítima de um tumor cerebral. O seu corpo foi cremado.
   
 

sábado, julho 05, 2025

Cabo Verde tornou-se independente há cinquenta anos

Bandeira de Cabo Verde

 

As origens históricas nacionais da independência de Cabo Verde podem ser localizadas no final do século XIX e no início do século XX. Foi um processo gradual. Surgiu como uma tentativa de solução para as reivindicações da elite crioula de então, que protestava contra o desleixo e a negligência da metrópole portuguesa em relação ao que se passava em Cabo Verde.

Com o processo de formação nacional, muito cedo a máquina administrativa foi sendo assegurada pelos nascidos em Cabo Verde, ou pelos que já tinham grande identificação com a colónia, com exceção aos cargos elevados como governadores, chefes militares etc., ainda reservados aos representantes da soberania de Portugal. Esta "autossuficiência" administrativa de Cabo Verde estava associada a uma escolarização relativamente desenvolvida e à existência de uma imprensa mais ou menos dinâmica introduzida por Portugal, que contribuíram para o surgimento de uma elite intelectual e burocrática. Esta começou, no século XX, a discutir cada vez mais a questão da independência, gerando um clima de atrito com os representantes da metrópole. Os leitores que acompanhavam a imprensa oficial entendiam que se devia lutar pela independência ou, pelo menos, por uma autonomia honrosa.

O processo de independência cabo-verdiana esteve sempre ligada a Guiné-Bissau, na altura também uma colónia Portuguesa. Em 1956, partidários pela independência de ambos os países formaram o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), estando entre os fundadores vários cabo-verdianos radicados em Guiné-Bissau, tais como Amílcar Cabral (líder do movimento até à sua morte em 1973) Aristides Pereira, e Luís Cabral. O PAIGC tinha como objetivo a lutar contra o que chamavam de "deplorável política ultramarina portuguesa",  e eventualmente unir as duas colónias num único sistema político. Ao contrário do que aconteceu em Guiné-Bissau, nunca foram realizadas atividades de guerrilha no território de Cabo Verde. Apesar de o PAIGC ter organizado uma estrutura clandestina nas ilhas, problemas de logística, controlo apertado da PIDE, uma seca prolongada, e a falha do previsto apoio Cubano tornaram impossível uma maior presença do movimento em Cabo Verde.

Com o fim do regime político do Estado Novo em Portugal a 25 de Abril de 1974, foi criada em Cabo Verde a Frente Ampla Nacional e Anticolonial, tendo como objectivo unir os diferentes nacionalistas Cabo-Verdianos numa única organização. Ao mesmo tempo, ocorreram manifestações pela libertação de prisioneiros políticos encarcerados no campo de concentração do Tarrafal, e o PAIGC começou a enviar os primeiros guerrilheiros para as ilhas.

A 26 de Agosto de 1974 foi assinado o Acordo de Argel, que reconheceu formalmente a independência de Guiné-Bissau e “o direito do povo de Cabo Verde à autodeterminação e independência”. A 14 de Setembro desse mesmo ano o Presidente da República Portuguesa, António de Spínola, visitou Cabo Verde, tendo sido recebido por manifestações da população (incitada pelo PAIGC) a exigir uma resolução rápida para o problema da independência.

No entanto, Portugal ainda hesitava em entregar poder ao PAIGC devido a vários motivos: a perceção por Spínola e outros políticos (como Mário Soares, que preferia autonomia administrativa semelhante a Açores e Madeira, em vez de independência) de que Cabo Verde era culturalmente mais similar a Portugal do que a Guiné-Bissau, a falta de consenso sobre o PAIGC entre a população cabo-verdiana, e a viabilidade económica do novo estado que atravessava uma seca de 7 anos e era muito dependente de Portugal. Além disso, no contexto da Guerra Fria, a posição geoestratégica de Cabo Verde teria grande interesse para os Estados Unidos, que se poderia opor à independência, visto que o PAIGC era aliado à União Soviética. Em resposta o PAIGC tomou uma posição mais agressiva, tendo havido confrontos entre apoiantes do PAIGC e elementos das forças armadas Portuguesas, a PSP, e a Polícia Militar, e tendo sido realizada uma greve da função pública com forte adesão. Ao mesmo tempo, o PAIGC começou a preparar uma possível ação armada no arquipélago (até à demissão de António de Spínola, que levou a uma alteração desses planos).

A 19 de Dezembro de 1974 foi assinado um acordo entre o governo Português e o PAIGC que afirmava “o direito do Povo de Cabo Verde à autodeterminação e independência” (artigo 1º), e previa que um governo de transição seria nomeado até à efetivação de independência. Esse governo de transição, liderado pelo Alto-Comissário Almirante Vicente Almeida d’Eça, e composto por elementos apontados pelo PAIGC, tomou posse 12 dias mais tarde. Foi função deste governo começar a lidar com os muitos problemas do país, incluindo a seca, a falta de bens alimentares, o desemprego generalizado, as dificuldades de financiamento, e o regresso de emigrantes vindos de Angola.

A independência foi finalmente declarada na cidade de Praia a 5 de Julho de 1975, tendo o PAIGC (e o seu sucessor PAICV) estabelecido um sistema de partido único que governou as ilhas até 1990, quando as primeiras eleições multipartido foram realizadas, e o artigo que considerada o PAICV como a única força política foi removido da Constituição.


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Cecil Rhodes nasceu há 172 anos...

    

Cecil John Rhodes (Bishop's Stortford, Hertfordshire, 5 de julho de 1853 - Muizenberg, 26 de março de 1902) foi um colonizador e homem de negócios britânico. Foi também uma personagem essencial no projeto britânico de construção do caminho de ferro que ligaria o Cairo, no Egito, ao Cabo, na África do Sul, nunca realizado. É também um dos principais fundadores da companhia De Beers, que na atualidade detém aproximadamente 40% de todo o mercado mundial de diamantes, mas que um dia foi responsável por 90% dele.
Ficou famosa a sua divisa pessoal "So much to do, so little time..." (Tanto para fazer, tão pouco tempo...).
    
Biografia
Nascido no condado de Hertfordshire,Cecil foi o quinto filho do reverendo Francis William Rodhes (18071878) e da sua segunda mulher, Louisa Peacock Rhodes (18161873). Teve onze irmãos, entre eles duas mulheres.
Criança brilhante mas de frágil saúde, em 1870 Cecil Rhodes tem apenas 17 anos quando, para tratar a sua asma, interrompe os seus estudos em Oxford para ir ter com o seu irmão Herbert no Natal, na África do Sul, onde o clima lhe é favorável.
Com dezanove anos converteu 3.000 libras que um tio lhe havia dado, com a ideia de cultivar algodão, em licenças para explorar uma mina de diamantes em Kimberley, na África do Sul, associado a John X Merrimam e C. D. Rudd, que mais tarde o acompanhariam na fundação a De Beers Mining Company.
Em 1872, Cecil sofreu um ataque de coração, mas conseguiu recuperar. Foi então que começou a investigar as possibilidades de descobrir ouro no interior africano. Para isso, os irmãos Rhodes marcharam para norte, chegando a Mafeking. Porém, no ano seguinte, ao anunciar-se que a mina mais rica de Kimberley estava esgotada, Cecil ficou com todas as licenças que lhe ofereceram e ficou rico ao descobrir mais minas de diamantes, as quais deixou aos cuidados do seu sócio, Rudd, pois voltou para Inglaterra, com o objetivo de completar os seus estudos. Para tal inscreveu-se no Oriel College e não voltou a África antes de 1876.
Em abril de 1880, associado a Rudd, fundou a De Beers Mining Company, um investimento de 200 000 libras. Assim, em 1885, já controlava mais de 50% da economia de Kimberley.
Em 1886, ao ser descoberta uma mina de ouro em Joanesburgo, Cecil Rhodes compra grande parte desta.
   
Relações com a Companhia Britânica da África do Sul
A companhia foi criada por Cecil Rhodes através da fusão da Central Gold Search Association, empresa liderada por Charles Rudd, e da Exploring Company, Ltd, de Arthur Edward Maund.
Os feitos de Rhodes, no período em que atuou na companhia, foram resumidos por Daniel Litvin, que é consultor e escritor inglês, em seu livro: " Empires of Profit:
"Num período de menos de dez anos, Rhodes e a sua companhia tinham invadido ou levado a autoridade imperial britânica a se impor sobre uma região que corresponde à moderna Botswana, Zimbábue, Zâmbia e Malaui, - uma área com três vezes o tamanho da França."
O trecho acima citado, extraído do livro: "Empires of Profit", sinaliza a atuação conjunta de Cecil Rhodes com a companhia, num longo processo de intervenção britânica na África do Sul, que ocasionou num violento esmagamento dos grupos locais sul-africanos, na perda de milhares de vidas, além da geração de lucros em escala inimaginável.
Rhodes tornou-se um personagem emblemático ao se falar do expansionismo e do colonialismo inglês do século XIX, uma de suas frases mais popularizadas foi:
"O mundo está quase todo parcelado e o que dele resta está sendo dividido, conquistado, colonizado. Penso nas estrelas que vemos à noite, esses vastos mundos que jamais poderemos atingir. Eu anexaria os planetas se pudesse. Entristece-me vê-los tão claramente e ao mesmo tempo tão distantes". (Cecil Rhodes 1895)
     
Rhodes e o racismo
Rhodes, assim como muitos homens de seu tempo, acreditava nas aplicação social das ideias de Darwin, o chamado darwinismo social. Devido a isso era um profundo defensor da superioridade da raça branca, em relação as demais raças. Em um de seus testamentos, intitulado: "Last Will and Testament", ele escreve:
"Considerei a existência de Deus e decidi que há uma boa hipótese de que ele exista. Se ele realmente existir, deve estar trabalhando em um plano. Portanto, se devo servir a Deus, preciso descobrir o plano e fazer o melhor possível para ajudá-lo em sua execução. Como descobrir o plano? Primeiramente, procurar a raça que Deus escolheu para ser o instrumento divino da futura evolução. Inquestionavelmente, é a raça branca… Devotarei o restante de minha vida ao propósito de Deus e a ajudá-lo a tornar o mundo inglês."
Talvez essas crenças na superioridade do homem branco, sejam a explicação para as empreitadas violentas, dirigidas por Rhodes, contra os nativos da África do Sul e a vontade que o acompanhou por toda a sua vida de expandir o Império britânico apesar de sua tradição anticolonialista no Congresso de Viena, sendo um dos maiores apologistas do imperialismo anglo-saxónico ao lado de Joseph Chamberlain no final do século XIX.
      
Morte
O local onde ele decidiu que seria enterrado - da mesma forma que um rei africano - foram as colinas de Matobo, onde ele dominou uma rebelião dos matabeles. O funeral de Rhodes ocorreu em 11 de abril de 1902 e ele foi enterrado perto do rei Mzilikazi. Milhares de matabeles vieram ao seu enterro, mesmo tendo sido Rhodes o opressor deste povo. A cerimónia foi cristã, apesar disso os chefes guerreiros matabeles pagaram tributos a Rhodes de acordo com as suas crenças animistas locais.
     

Salazar chegou a primeiro-ministro há 93 anos...

   

O 8.º governo da Ditadura portuguesa, nomeado a 5 de julho de 1932 e exonerado a 11 de abril de 1933, com a adoção da Constituição de 1933, que instituiu o Estado Novo, foi o primeiro dos três governos, consecutivos, liderados por António de Oliveira Salazar

 

São Francisco de Assis nasceu há 843 anos...

 Giotto: Estigmatização de São Francisco (detalhe), circa 1300 - Museu do Louvre
   
Giovanni di Pietro di Bernardone, mais conhecido como São Francisco de Assis (Assis, 5 de julho de 1182 - 3 de outubro de 1226), foi um frade católico da Itália. Depois de uma juventude irrequieta e mundana, voltou-se para uma vida religiosa de completa pobreza, fundando a ordem mendicante dos Frades Menores, mais conhecidos como Franciscanos, que renovaram o catolicismo do seu tempo. Com o hábito da pregação itinerante, quando os religiosos de seu tempo costumavam fixar-se em mosteiros, e com sua crença de que o Evangelho devia ser seguido à risca, imitando-se a vida de Cristo, desenvolveu uma profunda identificação com os problemas de seus semelhantes e com a humanidade do próprio Cristo. A sua atitude foi original também quando afirmou a bondade e a maravilha da Criação num tempo em que o mundo era visto como essencialmente mau, quando se dedicou aos mais pobres dos pobres, e quando amou todas as criaturas chamando-as de irmãos. Alguns estudiosos afirmam que sua visão positiva da natureza e do homem, que impregnou a imaginação de toda a sociedade de sua época, foi uma das forças primeiras que levaram à formação da filosofia da Renascença.
Dante Alighieri disse que ele foi uma "luz que brilhou sobre o mundo", e para muitos ele foi a maior figura do Cristianismo desde Jesus, mas a despeito do enorme prestígio de que ele desfruta até os dias de hoje nos círculos cristãos, que fez sua vida e mensagem serem envoltas em copioso folclore e darem origem a inumeráveis representações na arte, a pesquisa académica moderna sugere que ainda há muito por elucidar quanto aos aspetos políticos de sua atuação, e que devem ser mais exploradas as conexões desses aspetos com o seu misticismo pessoal. A sua vida é reconstituída a partir de biografias escritas pouco após a sua morte mas, segundo alguns estudiosos, essas fontes primitivas ainda estão à espera de edições críticas mais profundas e completas, pois apresentam contradições factuais e tendem a fazer uma apologia de seu caráter e obras; assim, deveriam ser analisadas sob uma ótica mais científica e mais isenta de apreciações emocionais do que tem ocorrido até agora, a fim de que sua verdadeira estatura como figura histórica e social, e não apenas religiosa, se esclareça. De qualquer forma, a sua posição como um dos grandes santos da Cristandade afirmou-se enquanto ele ainda era vivo, e permanece inabalada. Foi canonizado pela Igreja Católica menos de dois anos após falecer, em 1228, e pelo seu apreço pela natureza é mundialmente conhecido como o santo patrono dos animais e do meio ambiente.
 
O sermão aos pássaros - Basílica de São Francisco de Assis
 
     

 

   

Lagartixa-das-Berlengas e gaivota - fotos Fernando Martins

 
O leite puro

O mundo devia ser refeito
por alguns santos.
São Francisco de Assis,
a seu cargo as criaturas,
não deixaria que se pervertessem
e o sol poluísse os mortos.
Santo António
falaria aos peixes
e dar-lhes-ia de comer
multiplicando as águas
com o canal dessalgado do abismo.
São João da Cruz
faria o amor
exasperadamente sensual
à semelhança do seu por Deus.
E São João
do Apocalipse simularia
ressuscitar Nossa Senhora
e seu pobre Filho.
 


in Décima Aurora (1982) - António Osório

Robbie Robertson nasceu há oitenta e dois anos...

        
Jaime Royal "Robbie" Robertson (Toronto, 5 de julho de 1943 - Los Angeles, 9 de agosto de 2023) foi um compositor, cantor e guitarrista canadiano, mais conhecido por ser um dos integrantes fundadores do The Band, onde compôs clássicos como "The Weight", "The Night They Drove Old Dixie Down" e "Up on Cripple Creek", entre muitos outros. Foi considerado o 59º melhor guitarrista de todos os tempos pela revista norte-americana Rolling Stone.
 
 

A Batalha de Kursk começou há oitenta e dois anos...

 
A Batalha de Kursk foi uma batalha significativa da II Guerra Mundial, entre as forças nazis alemãs e soviéticas na Frente Oriental, perto de Kursk (450 quilómetros a sudoeste de Moscovo) na União Soviética, entre 5 de julho e 23 de agosto de 1943. A ofensiva alemã teve o nome de código Operação Cidadela (alemão: Unternehmen Zitadelle) e levou a um dos maiores confrontos blindados da história, a batalha de Prokhorovka. Mantém-se, até hoje, como a maior batalha de blindados de todos tempos, e inclui o maior número de perdas aéreas num só dia na história da guerra. Embora os alemães tivessem planeado e iniciado uma ofensiva, a defesa soviética conseguiu com sucesso lançar uma contra-ofensiva e parar as suas ambições.
  
    

O Biquíni faz hoje 79 anos

Micheline Bernardini a 5 de julho de 1946 na Piscina Molitor

 

O biquíni ou bikini é um conjunto de duas peças, derivadas do maiô, de tamanhos reduzidos, que cobrem o busto e a parte inferior do tronco. O seu nome deriva do atol de Bikini, um atol do Pacífico, usado para testes com bombas nucleares e em 5 de julho de 1946 ocorreu o seu lançamento, numa piscina de Paris. Assim, pretendia-se propor que a mulher de biquíni provocava, na época, o efeito de uma "bomba atómica". Na França, o termo é marca registada

    

 (...)

     

A criação do biquíni é disputada por dois estilistas franceses: primeiro, em 1946, Jacques Heim apresentou o "átomo" como "o menor maiô do mundo"; três semanas depois, em 5 de julho de 1946, Louis Réard mostrou o "bikini, menor que o menor maiô do mundo" e ficou com a fama de criador da peça.