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sábado, julho 06, 2024

Hoje é dia de cantar a poesia de Matilde Rosa Araújo...

 

Cantar Para Um Pastor 

Letra e Música: Matilde Rosa Araújo e Adriano Correia de Oliveira

   

Acorda meu sangue preso 

Acorda meu sangue mudo 

Se te amo não te amo 

E meu cantar não diz tudo

Se te amo não te amo 

E meu cantar não diz tudo 

   

Meu olhar de madrugada 

Pastor da noite comprida 

Luz no peito vigiada 

Liberdade consentida

Luz no peito vigiada 

Liberdade consentida 

      

Acorda meu sangue preso 

Rasga o ventre do meu dia 

Se te amo não te amo 

Meu pastor de alegria

Se te amo não te amo 

Meu pastor de alegria 

   

Meu pastor de alegria 

Meu olhar de madrugada

Se eu piso campos verdes 

É sempre noite na estrada

Se eu piso campos verdes 

É sempre noite na estrada 

     

Se te amo não te amo 

Meu olhar da madrugada 

Trago uma pomba de espanto 

Nesta garganta velada

Trago uma pomba de espanto

Nesta garganta velada

Saudades de Matilde Rosa Araújo...

 

BALADA DAS VINTE MENINAS FRIORENTAS

   
 
Vinte meninas, não mais,
Eu via ali no beiral:
Tinham cabecinha preta
E branquinho o avental.

Vinte meninas, não mais,
Eu via naquele muro:
Tinham cabecinha preta,
Vestidinho azul escuro.

As minhas vinte meninas,
Capinhas dizendo adeus,
Chegaram na Primavera
E acenaram lá dos céus.

As minhas vinte meninas
Dormiam quentes num ninho
Feito de amor e de terra,
Feito de lama e carinho.

As minhas vinte meninas
Para o almoço e o jantar
Tinham coisas pequeninas,
Que apanhavam pelo ar.

Já passou a Primavera
Suas horas pequeninas:
E houve um milagre nos ninhos.
Pois foram mães, as meninas!

Eram ovos redondinhos
Que apetecia beijar:
Ovos que continham vidas
E asinhas para voar.

Já não são vinte meninas
Que a luz do Sol acalenta.
São muitas mais! muitas mais!
Não são vinte, são oitenta!

Depois oitenta meninas
Eu via ali no beiral:
Tinham cabecinha preta
E branquinho o avental.

Mas as oitenta meninas,
Capinhas dizendo adeus,
Em certo dia de Outono
Perderam-se pelos céus.



Matilde Rosa Araújo

 

Matilde Rosa Araújo morreu há 14 anos...

 

Matilde Rosa Lopes de Araújo (Lisboa, 20 de junho de 1921 - Lisboa, 6 de julho de 2010) foi uma escritora portuguesa, especializada em literatura infantil.  


Biografia

Matilde Rosa Araújo nasceu e viveu em Lisboa, em 1921, tendo estudado em casa com professores particulares até ter entrado na Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa, em 1945. Foi professora, lecionando a disciplina de Português e de Literatura Portuguesa na Escola Industrial Fonseca de Benevides em Lisboa. Foi formadora de professores na Escola do Magistério Primário de Lisboa.

Foi autora de mais de 40 livros (contos e de poesia para adultos) e de mais de duas dezenas de livros de contos e poesia para crianças. Dedicou-se à defesa dos direitos das crianças através da publicação de livros e de intervenções em organismos com atividade nesta área, como a UNICEF em Portugal.

Em 1980, recebeu o Grande Prémio de Literatura para Crianças, da Fundação Calouste Gulbenkian, e o prémio para o melhor livro infantil, pela mesma fundação, em 1996, pelo seu trabalho Fadas Verdes (livro de poesias de 1994).

Matilde Rosa Araújo recebeu o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique (8 de março de 2003) e, em maio de 2004, foi distinguida com o Prémio Carreira, da Sociedade Portuguesa de Autores.

Encontra-se colaboração da sua autoria na revista Mundo Literário (1946-1948). Faleceu, em 6 de julho de 2010, na sua casa em Lisboa.

Matilde tinha 2 irmãos e nunca casou nem teve filhos. 

  

Morte 

A escritora Matilde Rosa Araújo tinha 89 anos quando morreu em sua casa em Lisboa na madrugada de 6 de julho de 2010. O seu corpo esteve em câmara ardente na Sociedade Portuguesa de Autores, donde saiu para o Talhão dos Artistas do Cemitério dos Prazeres, em Lisboa. 

 

in Wikipédia

 

Loas à Chuva e ao Vento

  
   
Chuva, porque cais?
Vento, aonde vais?
Pingue...Pingue...Pingue...
Vu...Vu...Vu...

Chuva, porque cais?
Vento, aonde vais?
Pingue...Pingue...Pingue...
Vu...Vu...Vu...

Ó vento que vais,
Vai devagarinho.
Ó chuva que cais,
Mas cai de mansinho.
Pingue...Pingue...
Vu...Vu...

Muito de mansinho
Em meu coração.
Já não tenho lenha,
Nem tenho carvão...
Pingue...Pingue...
Vu...Vu...

Que canto tão frio
Que canto tão terno,
O canto da água,
O canto do Inverno...
Pingue...

Que triste lamento,
Embora tão terno,
O canto do vento,
O canto do Inverno...
Vu...

E os pássaros cantam
E as nuvens levantam!



in O Livro da Tila - Matilde Rosa Araújo

quinta-feira, junho 20, 2024

Hoje é dia de cantar a poesia de Matilde Rosa Araújo...



 

Cantar Para Um Pastor 

Letra e Música: Matilde Rosa Araújo e Adriano Correia de Oliveira

   

Acorda meu sangue preso 

Acorda meu sangue mudo 

Se te amo não te amo 

E meu cantar não diz tudo

Se te amo não te amo 

E meu cantar não diz tudo 

   

Meu olhar de madrugada 

Pastor da noite comprida 

Luz no peito vigiada 

Liberdade consentida

Luz no peito vigiada 

Liberdade consentida 

      

Acorda meu sangue preso 

Rasga o ventre do meu dia 

Se te amo não te amo 

Meu pastor de alegria

Se te amo não te amo 

Meu pastor de alegria 

   

Meu pastor de alegria 

Meu olhar de madrugada

Se eu piso campos verdes 

É sempre noite na estrada

Se eu piso campos verdes 

É sempre noite na estrada 

     

Se te amo não te amo 

Meu olhar da madrugada 

Trago uma pomba de espanto 

Nesta garganta velada

Trago uma pomba de espanto

Nesta garganta velada

 

Matilde Rosa Araújo nasceu há 103 anos...

 

Matilde Rosa Lopes de Araújo (Lisboa, 20 de junho de 1921 - Lisboa, 6 de julho de 2010) foi uma escritora portuguesa, especializada em literatura infantil.  


Biografia

Matilde Rosa Araújo nasceu e viveu em Lisboa, em 1921, tendo estudado em casa com professores particulares até ter entrado na Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa, em 1945. Foi professora, lecionando a disciplina de Português e de Literatura Portuguesa na Escola Industrial Fonseca de Benevides em Lisboa. Foi formadora de professores na Escola do Magistério Primário de Lisboa.

Foi autora de mais de 40 livros (contos e de poesia para adultos) e de mais de duas dezenas de livros de contos e poesia para crianças. Dedicou-se à defesa dos direitos das crianças através da publicação de livros e de intervenções em organismos com atividade nesta área, como a UNICEF em Portugal.

Em 1980, recebeu o Grande Prémio de Literatura para Crianças, da Fundação Calouste Gulbenkian, e o prémio para o melhor livro infantil, pela mesma fundação, em 1996, pelo seu trabalho Fadas Verdes (livro de poesias de 1994).

Matilde Rosa Araújo recebeu o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique (8 de março de 2003) e, em maio de 2004, foi distinguida com o Prémio Carreira, da Sociedade Portuguesa de Autores.

Encontra-se colaboração da sua autoria na revista Mundo Literário (1946-1948). Faleceu, em 6 de julho de 2010, na sua casa em Lisboa.

Matilde tinha 2 irmãos, nunca casou nem teve filhos. 

 

Morte 

A escritora Matilde Rosa Araújo tinha 89 anos quando morreu em sua casa, em Lisboa, na madrugada de 6 de julho de 2010. O seu corpo esteve em câmara ardente na Sociedade Portuguesa de Autores, donde saiu para o Talhão dos Artistas do Cemitério dos Prazeres, em Lisboa. 

 

in Wikipédia

 

BALADA DAS VINTE MENINAS FRIORENTAS

   
 
Vinte meninas, não mais,
Eu via ali no beiral:
Tinham cabecinha preta
E branquinho o avental.

Vinte meninas, não mais,
Eu via naquele muro:
Tinham cabecinha preta,
Vestidinho azul escuro.

As minhas vinte meninas,
Capinhas dizendo adeus,
Chegaram na Primavera
E acenaram lá dos céus.

As minhas vinte meninas
Dormiam quentes num ninho
Feito de amor e de terra,
Feito de lama e carinho.

As minhas vinte meninas
Para o almoço e o jantar
Tinham coisas pequeninas,
Que apanhavam pelo ar.

Já passou a Primavera
Suas horas pequeninas:
E houve um milagre nos ninhos.
Pois foram mães, as meninas!

Eram ovos redondinhos
Que apetecia beijar:
Ovos que continham vidas
E asinhas para voar.

Já não são vinte meninas
Que a luz do Sol acalenta.
São muitas mais! muitas mais!
Não são vinte, são oitenta!

Depois oitenta meninas
Eu via ali no beiral:
Tinham cabecinha preta
E branquinho o avental.

Mas as oitenta meninas,
Capinhas dizendo adeus,
Em certo dia de Outono
Perderam-se pelos céus.



Matilde Rosa Araújo

quinta-feira, julho 06, 2023

Saudades de Matilde Rosa Araújo...

 

BALADA DAS VINTE MENINAS FRIORENTAS

   
 
Vinte meninas, não mais,
Eu via ali no beiral:
Tinham cabecinha preta
E branquinho o avental.

Vinte meninas, não mais,
Eu via naquele muro:
Tinham cabecinha preta,
Vestidinho azul escuro.

As minhas vinte meninas,
Capinhas dizendo adeus,
Chegaram na Primavera
E acenaram lá dos céus.

As minhas vinte meninas
Dormiam quentes num ninho
Feito de amor e de terra,
Feito de lama e carinho.

As minhas vinte meninas
Para o almoço e o jantar
Tinham coisas pequeninas,
Que apanhavam pelo ar.

Já passou a Primavera
Suas horas pequeninas:
E houve um milagre nos ninhos.
Pois foram mães, as meninas!

Eram ovos redondinhos
Que apetecia beijar:
Ovos que continham vidas
E asinhas para voar.

Já não são vinte meninas
Que a luz do Sol acalenta.
São muitas mais! muitas mais!
Não são vinte, são oitenta!

Depois oitenta meninas
Eu via ali no beiral:
Tinham cabecinha preta
E branquinho o avental.

Mas as oitenta meninas,
Capinhas dizendo adeus,
Em certo dia de Outono
Perderam-se pelos céus.



Matilde Rosa Araújo

Hoje é preciso cantar a poesia de Matilde Rosa Araújo...

 

Cantar Para Um Pastor 

Letra e Música: Matilde Rosa Araújo e Adriano Correia de Oliveira

   

Acorda meu sangue preso 

Acorda meu sangue mudo 

Se te amo não te amo 

E meu cantar não diz tudo

Se te amo não te amo 

E meu cantar não diz tudo 

   

Meu olhar de madrugada 

Pastor da noite comprida 

Luz no peito vigiada 

Liberdade consentida

Luz no peito vigiada 

Liberdade consentida 

      

Acorda meu sangue preso 

Rasga o ventre do meu dia 

Se te amo não te amo 

Meu pastor de alegria

Se te amo não te amo 

Meu pastor de alegria 

   

Meu pastor de alegria 

Meu olhar de madrugada

Se eu piso campos verdes 

É sempre noite na estrada

Se eu piso campos verdes 

É sempre noite na estrada 

     

Se te amo não te amo 

Meu olhar da madrugada 

Trago uma pomba de espanto 

Nesta garganta velada

Trago uma pomba de espanto

Nesta garganta velada

 

Matilde Rosa Araújo morreu há treze anos...

 

Matilde Rosa Lopes de Araújo (Lisboa, 20 de junho de 1921 - Lisboa, 6 de julho de 2010) foi uma escritora portuguesa, especializada em literatura infantil.  


Biografia

Matilde Rosa Araújo nasceu e viveu em Lisboa, em 1921, tendo estudado em casa com professores particulares até ter entrado na Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa, em 1945. Foi professora, lecionando a disciplina de Português e de Literatura Portuguesa na Escola Industrial Fonseca de Benevides em Lisboa. Foi formadora de professores na Escola do Magistério Primário de Lisboa.

Foi autora de mais de 40 livros (contos e de poesia para adultos) e de mais de duas dezenas de livros de contos e poesia para crianças. Dedicou-se à defesa dos direitos das crianças através da publicação de livros e de intervenções em organismos com atividade nesta área, como a UNICEF em Portugal.

Em 1980, recebeu o Grande Prémio de Literatura para Crianças, da Fundação Calouste Gulbenkian, e o prémio para o melhor livro infantil, pela mesma fundação, em 1996, pelo seu trabalho Fadas Verdes (livro de poesias de 1994).

Matilde Rosa Araújo recebeu o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique (8 de março de 2003) e, em maio de 2004, foi distinguida com o Prémio Carreira, da Sociedade Portuguesa de Autores.

Encontra-se colaboração da sua autoria na revista Mundo Literário (1946-1948). Faleceu, em 6 de julho de 2010, na sua casa em Lisboa.

Matilde tinha 2 irmãos e nunca casou nem teve filhos. 

  

Morte 

A escritora Matilde Rosa Araújo tinha 89 anos quando morreu em sua casa em Lisboa na madrugada de 6 de julho de 2010. O seu corpo esteve em câmara ardente na Sociedade Portuguesa de Autores, donde saiu para o Talhão dos Artistas do Cemitério dos Prazeres, em Lisboa. 

 

in Wikipédia

 

Loas à Chuva e ao Vento

  
   
Chuva, porque cais?
Vento, aonde vais?
Pingue...Pingue...Pingue...
Vu...Vu...Vu...

Chuva, porque cais?
Vento, aonde vais?
Pingue...Pingue...Pingue...
Vu...Vu...Vu...

Ó vento que vais,
Vai devagarinho.
Ó chuva que cais,
Mas cai de mansinho.
Pingue...Pingue...
Vu...Vu...

Muito de mansinho
Em meu coração.
Já não tenho lenha,
Nem tenho carvão...
Pingue...Pingue...
Vu...Vu...

Que canto tão frio
Que canto tão terno,
O canto da água,
O canto do Inverno...
Pingue...

Que triste lamento,
Embora tão terno,
O canto do vento,
O canto do Inverno...
Vu...

E os pássaros cantam
E as nuvens levantam!



in O Livro da Tila - Matilde Rosa Araújo

terça-feira, junho 20, 2023

Hoje é de cantar a poesia de Matilde Rosa Araújo...

 

Cantar Para Um Pastor 

Letra e Música: Matilde Rosa Araújo e Adriano Correia de Oliveira

   

Acorda meu sangue preso 

Acorda meu sangue mudo 

Se te amo não te amo 

E meu cantar não diz tudo

Se te amo não te amo 

E meu cantar não diz tudo 

   

Meu olhar de madrugada 

Pastor da noite comprida 

Luz no peito vigiada 

Liberdade consentida

Luz no peito vigiada 

Liberdade consentida 

      

Acorda meu sangue preso 

Rasga o ventre do meu dia 

Se te amo não te amo 

Meu pastor de alegria

Se te amo não te amo 

Meu pastor de alegria 

   

Meu pastor de alegria 

Meu olhar de madrugada

Se eu piso campos verdes 

É sempre noite na estrada

Se eu piso campos verdes 

É sempre noite na estrada 

     

Se te amo não te amo 

Meu olhar da madrugada 

Trago uma pomba de espanto 

Nesta garganta velada

Trago uma pomba de espanto

Nesta garganta velada 

Matilde Rosa Araújo nasceu há 102 anos

 

Matilde Rosa Lopes de Araújo (Lisboa, 20 de junho de 1921 - Lisboa, 6 de julho de 2010) foi uma escritora portuguesa, especializada em literatura infantil.  


Biografia

Matilde Rosa Araújo nasceu e viveu em Lisboa, em 1921, tendo estudado em casa com professores particulares até ter entrado na Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa, em 1945. Foi professora, lecionando a disciplina de Português e de Literatura Portuguesa na Escola Industrial Fonseca de Benevides em Lisboa. Foi formadora de professores na Escola do Magistério Primário de Lisboa.

Foi autora de mais de 40 livros (contos e de poesia para adultos) e de mais de duas dezenas de livros de contos e poesia para crianças. Dedicou-se à defesa dos direitos das crianças através da publicação de livros e de intervenções em organismos com atividade nesta área, como a UNICEF em Portugal.

Em 1980, recebeu o Grande Prémio de Literatura para Crianças, da Fundação Calouste Gulbenkian, e o prémio para o melhor livro infantil, pela mesma fundação, em 1996, pelo seu trabalho Fadas Verdes (livro de poesias de 1994).

Matilde Rosa Araújo recebeu o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique (8 de março de 2003) e, em maio de 2004, foi distinguida com o Prémio Carreira, da Sociedade Portuguesa de Autores.

Encontra-se colaboração da sua autoria na revista Mundo Literário (1946-1948). Faleceu, em 6 de julho de 2010, na sua casa em Lisboa.

Matilde tinha 2 irmãos, nunca casou nem teve filhos. 

 

Morte 

A escritora Matilde Rosa Araújo tinha 89 anos quando morreu em sua casa, em Lisboa, na madrugada de 6 de julho de 2010. O seu corpo esteve em câmara ardente na Sociedade Portuguesa de Autores, donde saiu para o Talhão dos Artistas do Cemitério dos Prazeres, em Lisboa. 

 

in Wikipédia

 

BALADA DAS VINTE MENINAS FRIORENTAS

   
 
Vinte meninas, não mais,
Eu via ali no beiral:
Tinham cabecinha preta
E branquinho o avental.

Vinte meninas, não mais,
Eu via naquele muro:
Tinham cabecinha preta,
Vestidinho azul escuro.

As minhas vinte meninas,
Capinhas dizendo adeus,
Chegaram na Primavera
E acenaram lá dos céus.

As minhas vinte meninas
Dormiam quentes num ninho
Feito de amor e de terra,
Feito de lama e carinho.

As minhas vinte meninas
Para o almoço e o jantar
Tinham coisas pequeninas,
Que apanhavam pelo ar.

Já passou a Primavera
Suas horas pequeninas:
E houve um milagre nos ninhos.
Pois foram mães, as meninas!

Eram ovos redondinhos
Que apetecia beijar:
Ovos que continham vidas
E asinhas para voar.

Já não são vinte meninas
Que a luz do Sol acalenta.
São muitas mais! muitas mais!
Não são vinte, são oitenta!

Depois oitenta meninas
Eu via ali no beiral:
Tinham cabecinha preta
E branquinho o avental.

Mas as oitenta meninas,
Capinhas dizendo adeus,
Em certo dia de Outono
Perderam-se pelos céus.



Matilde Rosa Araújo

quarta-feira, julho 06, 2022

Que saudades de Matilde Rosa Araújo...

 

BALADA DAS VINTE MENINAS FRIORENTAS

   
 
Vinte meninas, não mais,
Eu via ali no beiral:
Tinham cabecinha preta
E branquinho o avental.

Vinte meninas, não mais,
Eu via naquele muro:
Tinham cabecinha preta,
Vestidinho azul escuro.

As minhas vinte meninas,
Capinhas dizendo adeus,
Chegaram na Primavera
E acenaram lá dos céus.

As minhas vinte meninas
Dormiam quentes num ninho
Feito de amor e de terra,
Feito de lama e carinho.

As minhas vinte meninas
Para o almoço e o jantar
Tinham coisas pequeninas,
Que apanhavam pelo ar.

Já passou a Primavera
Suas horas pequeninas:
E houve um milagre nos ninhos.
Pois foram mães, as meninas!

Eram ovos redondinhos
Que apetecia beijar:
Ovos que continham vidas
E asinhas para voar.

Já não são vinte meninas
Que a luz do Sol acalenta.
São muitas mais! muitas mais!
Não são vinte, são oitenta!

Depois oitenta meninas
Eu via ali no beiral:
Tinham cabecinha preta
E branquinho o avental.

Mas as oitenta meninas,
Capinhas dizendo adeus,
Em certo dia de Outono
Perderam-se pelos céus.



Matilde Rosa Araújo

Matilde Rosa Araújo morreu há doze anos...

 

Matilde Rosa Lopes de Araújo (Lisboa, 20 de junho de 1921 - Lisboa, 6 de julho de 2010) foi uma escritora portuguesa, especializada em literatura infantil.  


Biografia

Matilde Rosa Araújo nasceu e viveu em Lisboa, em 1921, tendo estudado em casa com professores particulares até ter entrado na Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa, em 1945. Foi professora, lecionando a disciplina de Português e de Literatura Portuguesa na Escola Industrial Fonseca de Benevides em Lisboa. Foi formadora de professores na Escola do Magistério Primário de Lisboa.

Foi autora de mais de 40 livros (contos e de poesia para adultos) e de mais de duas dezenas de livros de contos e poesia para crianças. Dedicou-se à defesa dos direitos das crianças através da publicação de livros e de intervenções em organismos com atividade nesta área, como a UNICEF em Portugal.

Em 1980, recebeu o Grande Prémio de Literatura para Crianças, da Fundação Calouste Gulbenkian, e o prémio para o melhor livro infantil, pela mesma fundação, em 1996, pelo seu trabalho Fadas Verdes (livro de poesias de 1994).

Matilde Rosa Araújo recebeu o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique (8 de março de 2003) e, em maio de 2004, foi distinguida com o Prémio Carreira, da Sociedade Portuguesa de Autores.

Encontra-se colaboração da sua autoria na revista Mundo Literário (1946-1948). Faleceu, em 6 de julho de 2010, na sua casa em Lisboa.

Matilde tinha 2 irmãos, nunca casou nem teve filhos. 

  

Morte 

A escritora Matilde Rosa Araújo tinha 89 anos quando morreu em sua casa em Lisboa na madrugada de 6 de julho de 2010. O seu corpo esteve em câmara ardente na Sociedade Portuguesa de Autores, donde saiu para o Talhão dos Artistas do Cemitério dos Prazeres, em Lisboa. 

 

in Wikipédia

 

Loas à Chuva e ao Vento

  
   
Chuva, porque cais?
Vento, aonde vais?
Pingue...Pingue...Pingue...
Vu...Vu...Vu...

Chuva, porque cais?
Vento, aonde vais?
Pingue...Pingue...Pingue...
Vu...Vu...Vu...

Ó vento que vais,
Vai devagarinho.
Ó chuva que cais,
Mas cai de mansinho.
Pingue...Pingue...
Vu...Vu...

Muito de mansinho
Em meu coração.
Já não tenho lenha,
Nem tenho carvão...
Pingue...Pingue...
Vu...Vu...

Que canto tão frio
Que canto tão terno,
O canto da água,
O canto do Inverno...
Pingue...

Que triste lamento,
Embora tão terno,
O canto do vento,
O canto do Inverno...
Vu...

E os pássaros cantam
E as nuvens levantam!



in O Livro da Tila - Matilde Rosa Araújo

segunda-feira, junho 20, 2022

Matilde Rosa Araújo nasceu há cento e um anos

 

Matilde Rosa Lopes de Araújo (Lisboa, 20 de junho de 1921 - Lisboa, 6 de julho de 2010) foi uma escritora portuguesa, especializada em literatura infantil.  


Biografia

Matilde Rosa Araújo nasceu e viveu em Lisboa, em 1921, tendo estudado em casa com professores particulares até ter entrado na Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa, em 1945. Foi professora, lecionando a disciplina de Português e de Literatura Portuguesa na Escola Industrial Fonseca de Benevides em Lisboa. Foi formadora de professores na Escola do Magistério Primário de Lisboa.

Foi autora de mais de 40 livros (contos e de poesia para adultos) e de mais de duas dezenas de livros de contos e poesia para crianças. Dedicou-se à defesa dos direitos das crianças através da publicação de livros e de intervenções em organismos com atividade nesta área, como a UNICEF em Portugal.

Em 1980, recebeu o Grande Prémio de Literatura para Crianças, da Fundação Calouste Gulbenkian, e o prémio para o melhor livro infantil, pela mesma fundação, em 1996, pelo seu trabalho Fadas Verdes (livro de poesias de 1994).

Matilde Rosa Araújo recebeu o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique (8 de março de 2003) e, em maio de 2004, foi distinguida com o Prémio Carreira, da Sociedade Portuguesa de Autores.

Encontra-se colaboração da sua autoria na revista Mundo Literário (1946-1948). Faleceu, em 6 de julho de 2010, na sua casa em Lisboa.

Matilde tinha 2 irmãos, nunca casou nem teve filhos. 

 

Morte 

A escritora Matilde Rosa Araújo tinha 89 anos quando morreu em sua casa, em Lisboa, na madrugada de 6 de julho de 2010. O seu corpo esteve em câmara ardente na Sociedade Portuguesa de Autores, donde saiu para o Talhão dos Artistas do Cemitério dos Prazeres, em Lisboa. 

 

in Wikipédia

 

BALADA DAS VINTE MENINAS FRIORENTAS

   
 
Vinte meninas, não mais,
Eu via ali no beiral:
Tinham cabecinha preta
E branquinho o avental.

Vinte meninas, não mais,
Eu via naquele muro:
Tinham cabecinha preta,
Vestidinho azul escuro.

As minhas vinte meninas,
Capinhas dizendo adeus,
Chegaram na Primavera
E acenaram lá dos céus.

As minhas vinte meninas
Dormiam quentes num ninho
Feito de amor e de terra,
Feito de lama e carinho.

As minhas vinte meninas
Para o almoço e o jantar
Tinham coisas pequeninas,
Que apanhavam pelo ar.

Já passou a Primavera
Suas horas pequeninas:
E houve um milagre nos ninhos.
Pois foram mães, as meninas!

Eram ovos redondinhos
Que apetecia beijar:
Ovos que continham vidas
E asinhas para voar.

Já não são vinte meninas
Que a luz do Sol acalenta.
São muitas mais! muitas mais!
Não são vinte, são oitenta!

Depois oitenta meninas
Eu via ali no beiral:
Tinham cabecinha preta
E branquinho o avental.

Mas as oitenta meninas,
Capinhas dizendo adeus,
Em certo dia de Outono
Perderam-se pelos céus.



Matilde Rosa Araújo

terça-feira, julho 06, 2021

Saudades de Matilde...

 

BALADA DAS VINTE MENINAS FRIORENTAS

   
 
Vinte meninas, não mais,
Eu via ali no beiral:
Tinham cabecinha preta
E branquinho o avental.

Vinte meninas, não mais,
Eu via naquele muro:
Tinham cabecinha preta,
Vestidinho azul escuro.

As minhas vinte meninas,
Capinhas dizendo adeus,
Chegaram na Primavera
E acenaram lá dos céus.

As minhas vinte meninas
Dormiam quentes num ninho
Feito de amor e de terra,
Feito de lama e carinho.

As minhas vinte meninas
Para o almoço e o jantar
Tinham coisas pequeninas,
Que apanhavam pelo ar.

Já passou a Primavera
Suas horas pequeninas:
E houve um milagre nos ninhos.
Pois foram mães, as meninas!

Eram ovos redondinhos
Que apetecia beijar:
Ovos que continham vidas
E asinhas para voar.

Já não são vinte meninas
Que a luz do Sol acalenta.
São muitas mais! muitas mais!
Não são vinte, são oitenta!

Depois oitenta meninas
Eu via ali no beiral:
Tinham cabecinha preta
E branquinho o avental.

Mas as oitenta meninas,
Capinhas dizendo adeus,
Em certo dia de Outono
Perderam-se pelos céus.



Matilde Rosa Araújo

Matilde Rosa Araújo morreu há onze anos...

 

Matilde Rosa Lopes de Araújo (Lisboa, 20 de junho de 1921 - Lisboa, 6 de julho de 2010) foi uma escritora portuguesa, especializada em literatura infantil.  


Biografia

Matilde Rosa Araújo nasceu e viveu em Lisboa, em 1921, tendo estudado em casa com professores particulares até ter entrado na Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa, em 1945. Foi professora, leccionando a disciplina de Português e de Literatura Portuguesa na Escola Industrial Fonseca de Benevides em Lisboa. Foi formadora de professores na Escola do Magistério Primário de Lisboa.

Foi autora de mais de 40 livros (contos e de poesia para adultos) e de mais de duas dezenas de livros de contos e poesia para crianças. Dedicou-se à defesa dos direitos das crianças através da publicação de livros e de intervenções em organismos com actividade nesta área, como a UNICEF em Portugal.

Em 1980, recebeu o Grande Prémio de Literatura para Crianças, da Fundação Calouste Gulbenkian, e o prémio para o melhor livro infantil, pela mesma fundação, em 1996, pelo seu trabalho Fadas Verdes (livro de poesias de 1994).

Matilde Rosa Araújo recebeu o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique (8 de março de 2003) e, em maio de 2004, foi distinguida com o Prémio Carreira, da Sociedade Portuguesa de Autores.

Encontra-se colaboração da sua autoria na revista Mundo Literário (1946-1948). Faleceu, em 6 de julho de 2010, na sua casa em Lisboa.

Matilde tinha 2 irmãos, nunca casou nem teve filhos. 

  

Morte 

A escritora Matilde Rosa Araújo tinha 89 anos quando morreu em sua casa em Lisboa na madrugada de 6 de julho de 2010. O seu corpo esteve em câmara ardente na Sociedade Portuguesa de Autores, donde saiu para o Talhão dos Artistas do Cemitério dos Prazeres, em Lisboa. 

 

in Wikipédia

 

Loas à Chuva e ao Vento

  
   
Chuva, porque cais?
Vento, aonde vais?
Pingue...Pingue...Pingue...
Vu...Vu...Vu...

Chuva, porque cais?
Vento, aonde vais?
Pingue...Pingue...Pingue...
Vu...Vu...Vu...

Ó vento que vais,
Vai devagarinho.
Ó chuva que cais,
Mas cai de mansinho.
Pingue...Pingue...
Vu...Vu...

Muito de mansinho
Em meu coração.
Já não tenho lenha,
Nem tenho carvão...
Pingue...Pingue...
Vu...Vu...

Que canto tão frio
Que canto tão terno,
O canto da água,
O canto do Inverno...
Pingue...

Que triste lamento,
Embora tão terno,
O canto do vento,
O canto do Inverno...
Vu...

E os pássaros cantam
E as nuvens levantam!



in O Livro da Tila - Matilde Rosa Araújo

domingo, junho 20, 2021

Matilde Rosa Araújo nasceu há um século...!

 

Matilde Rosa Lopes de Araújo (Lisboa, 20 de junho de 1921 - Lisboa, 6 de julho de 2010) foi uma escritora portuguesa, especializada em literatura infantil.  


Biografia

Matilde Rosa Araújo nasceu e viveu em Lisboa, em 1921, tendo estudado em casa com professores particulares até ter entrado na Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa, em 1945. Foi professora, leccionando a disciplina de Português e de Literatura Portuguesa na Escola Industrial Fonseca de Benevides em Lisboa. Foi formadora de professores na Escola do Magistério Primário de Lisboa.

Foi autora de mais de 40 livros (contos e de poesia para adultos) e de mais de duas dezenas de livros de contos e poesia para crianças. Dedicou-se à defesa dos direitos das crianças através da publicação de livros e de intervenções em organismos com actividade nesta área, como a UNICEF em Portugal.

Em 1980, recebeu o Grande Prémio de Literatura para Crianças, da Fundação Calouste Gulbenkian, e o prémio para o melhor livro infantil, pela mesma fundação, em 1996, pelo seu trabalho Fadas Verdes (livro de poesias de 1994).

Matilde Rosa Araújo recebeu o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique (8 de março de 2003) e, em maio de 2004, foi distinguida com o Prémio Carreira, da Sociedade Portuguesa de Autores.

Encontra-se colaboração da sua autoria na revista Mundo Literário (1946-1948). Faleceu, em 6 de julho de 2010, na sua casa em Lisboa.

Matilde tinha 2 irmãos, nunca casou nem teve filhos. 

 

Morte 

A escritora Matilde Rosa Araújo tinha 89 anos quando morreu em sua casa em Lisboa na madrugada de 6 de julho de 2010. O seu corpo esteve em câmara ardente na Sociedade Portuguesa de Autores, donde saiu para o Talhão dos Artistas do Cemitério dos Prazeres, em Lisboa. 

 

in Wikipédia

 

BALADA DAS VINTE MENINAS FRIORENTAS

   
 
Vinte meninas, não mais,
Eu via ali no beiral:
Tinham cabecinha preta
E branquinho o avental.

Vinte meninas, não mais,
Eu via naquele muro:
Tinham cabecinha preta,
Vestidinho azul escuro.

As minhas vinte meninas,
Capinhas dizendo adeus,
Chegaram na Primavera
E acenaram lá dos céus.

As minhas vinte meninas
Dormiam quentes num ninho
Feito de amor e de terra,
Feito de lama e carinho.

As minhas vinte meninas
Para o almoço e o jantar
Tinham coisas pequeninas,
Que apanhavam pelo ar.

Já passou a Primavera
Suas horas pequeninas:
E houve um milagre nos ninhos.
Pois foram mães, as meninas!

Eram ovos redondinhos
Que apetecia beijar:
Ovos que continham vidas
E asinhas para voar.

Já não são vinte meninas
Que a luz do Sol acalenta.
São muitas mais! muitas mais!
Não são vinte, são oitenta!

Depois oitenta meninas
Eu via ali no beiral:
Tinham cabecinha preta
E branquinho o avental.

Mas as oitenta meninas,
Capinhas dizendo adeus,
Em certo dia de Outono
Perderam-se pelos céus.



Matilde Rosa Araújo

terça-feira, julho 06, 2010

Música para um poético e triste dia ...



NOTA: morreu uma poetisa de quem li, em garoto, muitas coisas. É um dia triste - mas, enquanto houver dentro de mim um vestígio do puto endiabrado que sossegava ao ler ou ouvir as suas poesias, ela nunca morrerá...


Loas à Chuva e ao Vento

Chuva, porque cais?
Vento, aonde vais?
Pingue...Pingue...Pingue...
Vu...Vu...Vu...

Chuva, porque cais?
Vento, aonde vais?
Pingue...Pingue...Pingue...
Vu...Vu...Vu...

Ó vento que vais,
Vai devagarinho.
Ó chuva que cais,
Mas cai de mansinho.
Pingue...Pingue...
Vu...Vu...

Muito de mansinho
Em meu coração.
Já não tenho lenha,
Nem tenho carvão...
Pingue...Pingue...
Vu...Vu...

Que canto tão frio
Que canto tão terno,
O canto da água,
O canto do Inverno...
Pingue...

Que triste lamento,
Embora tão terno,
O canto do vento,
O canto do Inverno...
Vu...

E os pássaros cantam
E as nuvens levantam!

in O Livro da Tila - Matilde Rosa Araújo

Hoje é um frio e triste dia de Outono




BALADA DAS VINTE MENINAS FRIORENTAS

Vinte meninas, não mais,
Eu via ali no beiral:
Tinham cabecinha preta
E branquinho o avental.

Vinte meninas, não mais,
Eu via naquele muro:
Tinham cabecinha preta,
Vestidinho azul escuro.

As minhas vinte meninas,
Capinhas dizendo adeus,
Chegaram na Primavera
E acenaram lá dos céus.

As minhas vinte meninas
Dormiam quentes num ninho
Feito de amor e de terra,
Feito de lama e carinho.

As minhas vinte meninas
Para o almoço e o jantar
Tinham coisas pequeninas,
Que apanhavam pelo ar.

Já passou a Primavera
Suas horas pequeninas:
E houve um milagre nos ninhos.
Pois foram mães, as meninas!

Eram ovos redondinhos
Que apetecia beijar:
Ovos que continham vidas
E asinhas para voar.

Já não são vinte meninas
Que a luz do Sol acalenta.
São muitas mais! muitas mais!
Não são vinte, são oitenta!

Depois oitenta meninas
Eu via ali no beiral:
Tinham cabecinha preta
E branquinho o avental.

Mas as oitenta meninas,
Capinhas dizendo adeus,
Em certo dia de Outono
Perderam-se pelos céus.

Matilde Rosa Araújo

Matilde Rosa Araújo deixou-nos...



A escritora Matilde Rosa Araújo morreu hoje de madrugada, na sua casa, em Lisboa, aos 89 anos, disse à agência Lusa fonte da família. De acordo com fonte da Editorial Caminho o corpo de Matilde Rosa Araújo será velado hoje na sede da Sociedade Portuguesa de Autores, em Lisboa.

HISTÓRIA DO SR. MAR

Deixa contar...
Era uma vez
O senhor Mar
Com uma onda...
Com muita onda...


E depois?
E depois...
Ondinha vai...
Ondinha vem...
Ondinha vai...
Ondinha vem...
E depois...


A menina adormeceu
Nos braços da sua Mãe...

in O Livro da Tila - Matilde Rosa Araújo