quinta-feira, setembro 12, 2024

Júlio Dinis morreu há 153 anos...

  
Monumento a Júlio Dinis, no Porto, a sua cidade natal
  
Joaquim Guilherme Gomes Coelho (Porto, 14 de novembro de 1839Porto, 12 de setembro de 1871) foi um médico e escritor português.
  
Joaquim Guilherme Gomes Coelho, que no período mais brilhante da sua carreira literária usou o pseudónimo de Júlio Dinis, nasceu no Porto, na antiga Rua do Reguinho, a 14 de novembro de 1839, e faleceu na mesma cidade, na Rua Costa Cabral, numa casa que já não existe, a 12 de setembro de 1871.
Júlio Dinis era filho de José Joaquim Gomes Coelho, cirurgião, natural de Ovar, e de Ana Constança Potter Pereira Gomes Coelho, de ascendência anglo-irlandesa, e vitimada pela tuberculose quando Júlio Dinis contava apenas seis anos de idade. Frequentou a escola primária em Miragaia. Aos catorze anos de idade (1853), concluiu o curso preparatório do liceu. Matriculou-se na Escola Politécnica, tendo, em seguida, transitado para a Escola Médico-Cirúrgica do Porto, cujo curso completou a 27 de julho de 1861, com alta classificação. Posteriormente a sua saúde foi-se agravando, pelo que foi obrigado a recolher-se em Ovar e depois para a Madeira e a interromper a possibilidade de exercer a sua profissão.Durante esses tempos dedica-se à literatura. Mais tarde (1867), foi incluído como demonstrador e lente substituto no corpo docente desta mesma Escola.
Já então sofria da doença da tuberculose pelo que, esperançado em encontrar cura no ambiente mais salutar da província, se transferiu temporariamente para Ovar, para casa de uma sua tia, Rosa Zagalo Gomes Coelho, que vivia no Largo dos Campos. E foi ainda esperançado numa cura de ares, que esteve duas vezes na ilha da Madeira, além de outras peregrinações que terá feito através do país. Simplesmente, o mal de Júlio Dinis não tinha cura. E com quase trinta e dois anos apenas, morria aquele que foi o mais «suave e terno romancista português, cronista de afetos puros, paixões simples, prosa limpa». De resto, essa terrível doença, que já havia vitimado a mãe, em 1845, foi a causa da morte de todos os seus oito irmãos.
O romance «As Pupilas do Senhor Reitor» foi publicado em 1869, tendo sido representado, cinematizado e publicado em folhetins do Jornal do Porto. Um ano antes, tinha sido dado a público «Uma Família Inglesa» e, em 1870, veio a público «Serões da Província».
No ano do seu falecimento, 1871 (com apenas 32 anos de idade), publicou-se o romance «Os Fidalgos da Casa Mourisca». Só depois da sua morte se publicaram «Inéditos» e «Esparsos», em dois volumes, assim como as suas «Poesias», dadas à estampa entre 1873 e 1874. Encontra-se sepultado num jazigo de família com o n.º 58, no cemitério privado da Ordem Terceira de S. Francisco, em Agramonte.
Foi o criador do romance campesino e as suas personagens, tiradas, na sua maioria, de pessoas com quem viveu ou contactou na vida real, estão imbuídas de tanta naturalidade que muitas delas nos são ainda hoje familiares. É o caso da tia Doroteia, de «A Morgadinha dos Canaviais», inspirada por sua tia, na casa de quem viveu, quando se refugiou em Ovar, ou de Jenny, para a qual recebeu inspiração da sua prima e madrinha, Rita de Cássia Pinto Coelho.
Júlio Dinis viu sempre o mundo pelo prisma da fraternidade, do otimismo, dos sentimentos sadios do amor e da esperança. Quanto à forma, é considerado um escritor de transição entre o romantismo e o realismo.
Além deste pseudónimo, Júlio Dinis usou também o de Diana de Aveleda, com que assinou pequenas narrativas ingénuas como «Os Novelos da Tia Filomena» e o «Espólio do Senhor Cipriano», publicados em 1862 e 1863, respetivamente. Foi com este pseudónimo que se iniciou nas andanças das letras, tendo, com ele, assinado também pequenas crónicas no Diário do Porto.
A casa onde Júlio Dinis nasceu, foi demolida com a abertura da Rua Nova da Alfândega, e aquela onde morreu, deu lugar à construção de uma casa de espetáculos cinematográficos.
  

 
MOMENTO DECISIVO

O Sol descia ao poente,
E florente estava o prado ;
Ouviam-se auras suaves
E das aves o trinado.

Tu sentada ao pé da fonte
O horizonte contemplavas
Vias o Sol declinando
E, corando, suspiravas.

E depois... seria acaso?
Do ocaso a vista ergueste,
E, ao olhar-me, mais coraste,
Suspiraste e emudeceste.

Foi bem rápido o momento
Dum alento repentino;
Porém nesse olhar de fogo
Eu li logo o meu destino.

Nesse olhar, no rubor vivo,
No furtivo respirar...
Diz, tu mesma nessas letras
Não soletras já: amar?

Maurice Chevalier nasceu há 136 anos

 


Maurice Auguste Chevalier, né le à Paris 20e et mort le à Paris 15e, est un chanteur, acteur, écrivain, parolier, danseur, imitateur, comique et brièvement chroniqueur et homme d'affaires français

 

in Wikipédia

 


Jesse Owens nasceu há cento e onze anos...

        
James Cleveland "Jesse" Owens (Oakville, 12 de setembro de 1913 - Tucson, 31 de março de 1980) foi um atleta e líder civil norte-americano. Ele participou nos Jogos Olímpicos de Verão de 1936 em Berlim, Alemanha, onde se tornou conhecido mundialmente por ganhar quatro medalhas de ouro nos 100 e 200 metros, no salto em comprimento e nas estafetas de 4 x 100. Em 2012, foi imortalizado no Hall da Fama do Atletismo, criado no mesmo ano, como parte das celebrações pelo centenário da IAAF.

Infância
Owens foi o mais novo de 10 filhos, três meninas e sete meninos, nascidos de Henry Cleveland Owens e Emma Mary Fitzgerald, em Oakville, Alabama, a 12 de setembro de 1913. JC, como era chamado, tinha nove anos quando a família foi para Cleveland, Ohio, em busca de melhores oportunidades, como parte da grande migração, quando 1,5 milhões de afro-americanos deixaram o segregado sul. Quando o seu novo professor perguntou o seu nome (para entrar no seu livro de anotações), ele disse que JC, mas por causa de seu forte sotaque do sul, ele pensou que ele disse "Jesse". O nome pegou, e ele ficou conhecido como Jesse Owens o resto de sua vida.

Jogos Olímpicos de Berlim
A notória propaganda pan-germanista não ficou de fora dos Jogos Olímpicos de Berlim, tanto que o incentivo aos atletas germânicos (não judeus) foi tão grande que estes conseguiram colocar a Alemanha no topo do ranking com 33 medalhas de ouro seguidos do segundo colocado, os EUA com 24 medalhas de ouro.
Uma imensa movimentação foi feita, em que os anfitriões cantavam o hino alemão Deutschland, Deutschland über Alles ("Alemanha acima de todos", em português), saudavam com um "Sieg Heil".

Owens vs. Hitler
Antes de começar a saga de Owens, Cornelius Johnson, um outro atleta negro, ganhou a medalha de ouro no salto em altura. Hitler, que até então tinha apenas apertado a mão de um atleta finlandês e outro alemão ambos vencedores de atletismo, retirou-se do estádio logo no primeiro dia, após ser alertado pelo Comité Olímpico Internacional de que teria de cumprimentar todos os vencedores ou nenhum destes. A versão conhecida de que Hitler tenha abandonado o estádio quando Owens venceu foi trocada pela de quando Johnson o fez. Isso porque a falsa propaganda aliada preferia consagrar Owens, que ganhou não uma, mas quatro medalhas.
Daí em diante entrava em cena Jesse Owens, que venceu os 100 metros e 200 metros, estafetas de 4 x 100 metros e salto em comprimento. Quando Owens venceu a prova dos 200 metros ele olhou para o COI e não para a tribuna de Hitler, pois Hitler estava ausente nesse dia. Jesse Owens foi aclamado por milhares de torcedores de diversas nações naquele dia, juntamente com o alemão Lutz Long, que terminou a prova em segundo lugar. Os EUA conseguiram vencer dez provas de atletismo. Destas, seis medalhas de ouro foram conseguidas com a participação de quatro negros.
A maior conquista de Owens foi não se contrapor ao regime nazi, mas sim abalar a noção racista da nação norte-americana no século XX, como ele mesmo deixou bem claro na sua biografia. Ele declarou que o que mais o magoou não foram as atitudes de Hitler, mas o facto do presidente americano Franklin Delano Roosevelt não ter lhe mandado sequer um telegrama felicitando-o pelas suas conquistas na olimpíada. Owens teria dito mais tarde: "É verdade que Hitler não me cumprimentou, mas também nunca fui convidado para almoçar na Casa Branca."
 

Steve Biko foi assassinado há 47 anos...

     
Stephen Bantu Biko (Ginsberg, 18 de dezembro de 1946 - Pretoria, 12 de setembro de 1977) foi um ativista anti-apartheid da África do Sul na década de 60 e 70.
Líder estudantil, fundou o Movimento da Consciência Negra (Black Consciousness Movement), que capacitava e mobilizava grande parte da população negra urbana. Desde sua morte sob custódia da polícia, ele foi chamado de mártir de um movimento anti-apartheid. Enquanto vivia, os seus escritos e ativismo tentaram capacitar as pessoas negras, e era famoso pelo seu slogan "Black is Beautiful", que o próprio descreveu como: "você está bem como você é, comece a olhar para si mesmo como um ser humano".
Mesmo que Biko nunca tenha sido um membro do Congresso Nacional Africano (ANC), foi incluído no seu panteão dos heróis de luta, indo tão longe como a utilização da sua imagem para cartazes de campanha nas primeiras eleições não-raciais da África do Sul, em 1994. Nelson Mandela disse a respeito de Biko: "Tiveram que matá-lo para prolongar a vida do apartheid".
   
   
  
Biko became a close friend of white liberal activist Donald Woods, who wrote a book about Biko after his death
   
On 18 August 1977, Biko was arrested at a police roadblock under the Terrorism Act No 83 of 1967 and interrogated by officers of the Port Elizabeth security police including Harold Snyman and Gideon Nieuwoudt. This interrogation took place in the Police Room 619 of the Sanlam Building in Port Elizabeth. The interrogation lasted twenty-two hours and included torture and beatings resulting in a coma. He suffered a major head injury while in police custody at the Walmer Police Station, in a suburb of Port Elizabeth, and was chained to a window grille for a day.
On 11 September 1977, police loaded him in the back of a Land Rover, naked and restrained in manacles, and began the 1,100 kilometres (680 mi) drive to Pretoria to take him to a prison with hospital facilities. He was nearly dead owing to the previous injuries. He died shortly after arrival at the Pretoria prison, on 12 September. The police claimed his death was the result of an extended hunger strike, but an autopsy revealed multiple bruises and abrasions and that he ultimately succumbed to a brain hemorrhage from the massive injuries to the head, which many saw as strong evidence that he had been brutally clubbed by his captors. Then Donald Woods, a journalist, editor and close friend of Biko's, along with Helen Zille, later leader of the Democratic Alliance political party, exposed the truth behind Biko's death.
Because of his high profile, news of Biko's death spread quickly, publicizing the repressive nature of the apartheid government. His funeral was attended by over 10,000 people, including numerous ambassadors and other diplomats from the United States and Western Europe. Donald Woods, who photographed his injuries in the morgue as proof of police abuse, was later forced to flee South Africa for England. Woods later campaigned against apartheid and further publicised Biko's life and death, writing many newspaper articles and authoring the book, Biko, which was later turned into the film Cry Freedom. Speaking at a National Party conference following the news of Biko's death then–minister of police, Jimmy Kruger said, "I am not glad and I am not sorry about Mr. Biko. It leaves me cold (Dit laat my koud). I can say nothing to you ... Any person who dies ... I shall also be sorry if I die."
After a 15-day inquest in 1978, a magistrate judge found there was not enough evidence to charge the officers with murder because there were no eyewitnesses. On 2 February 1978, based on the evidence given at the inquest, the attorney general of the Eastern Cape stated he would not prosecute. On 28 July 1979, the attorney for Biko's family announced that the South African government would pay them $78,000 in compensation for Biko's death.
The Truth and Reconciliation Commission, which was created following the end of minority rule and the apartheid system, reported that five former members of the South African security forces who had admitted to killing Biko were applying for amnesty. Their application was rejected in 1999.
On 7 October 2003, the South African justice ministry announced that the five policemen accused of killing Biko would not be prosecuted because the time limit for prosecution had elapsed and because of insufficient evidence.
A year after his death, some of his writings were collected and released under the title I Write What I Like.
   

O tratado que permitiu a reunificação alemã foi assinado há trinta e quatro anos

     
O Tratado sobre a Regulamentação Definitiva referente à Alemanha (em inglês: Treaty on the Final Settlement with Respect to Germany, em francês: Traité portant Règlement Définitif concernant l'Allemagne), mais habitualmente conhecido como Tratado Dois-Mais-Quatro, é o tratado de paz definitivo negociado entre a República Federal da Alemanha, a República Democrática Alemã e as quatro potências que ocuparam a Alemanha desde o fim da Segunda Guerra Mundial na Europa: Estados Unidos, França, Reino Unido e União Soviética.
O tratado, celebrado em Moscovo em 12 de setembro de 1990, permitiu a reunificação da Alemanha naquele mesmo ano, em 3 de outubro.
Nos termos do acordo, as Quatro Potências renunciam a todos os direitos que detinham na Alemanha, inclusive em Berlim. Dessa maneira, o país reunificado tornou-se plenamente soberano em 15 de março de 1991. As tropas soviéticas sairiam do país até o final de 1994. A Alemanha concordou em limitar as suas forças armadas a um máximo de 370 mil homens. O país também confirmou a sua renúncia à fabricação e posse de armas nucleares, biológicas e químicas, reiterando que o Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares continuaria a vincular a Alemanha reunificada. Determinou-se, também, a proibição à presença de forças armadas estrangeiras e armas nucleares no território da antiga Alemanha Oriental.
Talvez a disposição mais significativa do tratado seja a renúncia, por parte da Alemanha, a todas as reivindicações referentes a territórios a leste da linha Oder-Neisse, o que implicou a aceitação, pelo país, das perdas territoriais sofridas no fim da Segunda Guerra Mundial. A Alemanha concordou, ainda, em celebrar um tratado separado com a Polónia para confirmar a fronteira comum, o que ocorreu no ano seguinte.
Embora o tratado tenha sido assinado pelas duas Alemanhas independentemente, foi ratificado pela Alemanha reunificada. 

Música adequada à data...

Barry White nasceu há oitenta anos...

     
Barrence Eugene Carter, mais conhecido como Barry White (Galveston, 12 de setembro de 1944 - Los Angeles, 4 de julho de 2003) foi um cantor, compositor, maestro e produtor musical norte-americano. Compositor de inúmeros sucessos em estilo soul e disco e de baladas românticas, era um intérprete com voz profunda e grave inconfundível.
   

 


Randy Jones, o cowboy dos Village People, comemora hoje 72 anos


Randy Jones
(Raleigh, North Carolina, September 13, 1952) is an American disco and pop singer and best known as the cowboy from Village People from 1977 to 1980, and again from 1987 until 1990. 
   
Early life

Jones attended William G. Enloe High School in Raleigh, North Carolina and graduated in 1970. While there, he was a founder of Enloe's Drama Club, which was then called Amicus Scaena, Latin for "friend of scene" or "friend of theatre". He then studied at North Carolina School of the Arts before moving to New York.

   
Personal life and career

Jones had a marriage ceremony with his boyfriend of 20 years, Will Grega, at a New York City club on May 7, 2004. Although the marriage was not legally binding at the time, as gay marriage was not yet recognized in New York State, Jones commented, "It's only a matter of time before the courts rule in favor of what's morally right and humanly decent." The pair had published a book together in 1996, titled Out Sounds: The Gay and Lesbian Music Alternative.

In 2007, he released a disco and pop solo album Ticket to the World. In 2009, he appeared on Flight of the Conchords in their music video for "Too Many Dicks".

Jones appears as himself in the 2011 video game Postal III.

In 2014, Jones appears as Tiberius in the Off-Broadway musical, The Anthem. The production was directed and choreographed by Rachel Klein, with a book by Gary Morgenstein, lyrics by Erik Ransom, and music by Jonnie Rockwell. The production performed at the Lynn Redgrave Theatre in New York City.

In 2017, he released "Hard Times", the first single from the album, Still Makin' Noise. The single reached number 42 on the Billboard Dance Club Songs chart, and was the first chart placement from any member of the Village People as a solo artist.

 
   

 


Rachid Taha morreu há seis anos...

 
Rachid Taha
(Sig, Província de Muaskar, 18 de setembro de 1958Paris, 12 de setembro de 2018) foi um cantor franco-argelino do género Raï, autor e intérprete de clássicos como "Menfi", "Voilà Voilà" ou "Ida".

A sua música caracteriza-se por ser uma fusão entre diversos géneros musicais, como o rock, techno ou Indie com o género Raï. A sua voz rouca e áspera tem um cunho único que o diferencia de todos os outros cantores do mesmo género. Com exceção de alguns temas, todos o seu trabalho é cantado em árabe. É conhecido também pelo som único que transmite com o "mandolute", uma espécie de oud, que junta a instrumentos musicais elétricos e eletrónicos.

A exaltação das suas raízes argelinas, as dificuldades de integração dos imigrantes em França, a oposição ao racismo e à discriminação, são a base dos seus temas e estão patentes em todo o seu trabalho, como pode notar-se até no nome do seu primeiro álbum: "Carte de Séjour" (documento de autorização de residência em França).

A sua versão do tema "Rock de Casbah", dos The Clash, faz parte da banda sonora do documentário "Joe Strummer, The Future Is Unwritten", de 2007, sobre o líder do mesmo grupo.

O tema Barra Barra, do álbum Made In Medina, faz parte do filme Black Hawk Down, de 2001, e do trailer de apresentação do jogo Far Cry 2

  

 (...)

  

Rachid Taha morreu em 12 de setembro de 2018, após uma paragem cardíaca.

  

in Wikipédia

 


Amílcar Cabral nasceu há um século...

  
Amílcar Lopes Cabral
(Bafatá, Guiné-Bissau, 12 de setembro de 1924 - Conacri, 20 de janeiro de 1973) foi um político da Guiné-Bissau e de Cabo Verde.
   
Filho de Juvenal Lopes Cabral (cabo-verdiano) e de Iva Pinhel Évora (guineense) aos oito anos de idade a sua família mudou-se para Cabo Verde, estabelecendo-se em Santa Catarina (ilha de Santiago), que passou a ser a cidade de sua infância, onde completou o ensino primário. De seguida mudou-se, com a mãe e os irmãos, para Mindelo, São Vicente, onde veio a terminar o curso liceal em 1943. No ano seguinte, mudou-se para a cidade de Praia, na Ilha de Santiago, e começou a trabalhar na Imprensa Nacional, mas só por um ano, pois, tendo conseguido uma bolsa de estudos, no ano de 1945 ingressou no Instituto Superior de Agronomia, em Lisboa. Após concluir o curso em 1950, trabalhou durante dois anos na Estação Agronómica de Santarém.
Contratado pelo Ministério do Ultramar como adjunto dos Serviços Agrícolas e Florestais da Guiné, regressou a Bissau em 1952. Iniciou o seu trabalho na quinta experimental de Pessube, percorrendo grande parte do país, de porta em porta, durante o Recenseamento Agrícola de 1953, adquirindo um conhecimento profundo da realidade social vigente. As suas atividades políticas, iniciadas já em Portugal, reservam-lhe a antipatia do Governador da colónia, Melo e Alvim, que o obriga a emigrar para Angola. Nesse país, une-se ao MPLA.
Em 1959, Amílcar Cabral, juntamente com Aristides Pereira, o seu irmão Luís Cabral, Fernando Fortes, Júlio de Almeida e Elisée Turpin, funda o partido clandestino Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC). Quatro anos mais tarde, o PAIGC sai da clandestinidade ao estabelecer uma delegação na cidade de Conacri, capital da República de Guiné-Cronacri. Em 23 de janeiro de 1963 tem início a luta armada contra a tropa portuguesa, com o ataque ao quartel de Tite, no sul da Guiné-Bissau, a partir de bases na Guiné-Conacri.
Em 1970, Amílcar Cabral, fazendo-se acompanhar de Agostinho Neto e Marcelino dos Santos, é recebido pelo Papa Paulo VI em audiência privada. Em 21 de novembro do mesmo ano, o Governador português da Guiné-Bissau determina o início da Operação Mar Verde, com a finalidade de capturar ou mesmo eliminar os líderes do PAIGC, então aquartelados em Conacri. A operação não teve sucesso.
Em 20 de janeiro de 1973, Amílcar Cabral é assassinado em Conacri, por dois membros de seu próprio partido. Amílcar Cabral profetizara o seu fim, ao afirmar: "Se alguém me há de fazer mal, é quem está aqui entre nós. Ninguém mais pode estragar o PAIGC, só nós próprios." Aristides Pereira, substituiu-o na chefia do PAIGC. Após a morte de Cabral a luta armada intensifica-se e a independência de Guiné-Bissau é proclamada, unilateralmente, em 24 de setembro de 1973. O seu meio-irmão, Luís de Almeida Cabral, é nomeado o primeiro presidente do país.      
   

quarta-feira, setembro 11, 2024

As coisas que os asteroides fazem...

Um gigantesco impacto de asteroide deslocou o eixo da maior lua do Sistema Solar

 

 

Ganimedes e Júpiter

 

Há cerca de quatro mil milhões de anos, um asteroide atingiu Ganimedes, uma lua de Júpiter. Agora, uma equipa de cientistas descobriu que o eixo da maior lua do Sistema Solar mudou depois desse impacto.

Ganimedes é a maior lua do Sistema Solar e tem algumas características que a tornam um objeto de estudo bastante interessante. Esta lua tem depressões tectónicas, conhecidas como sulcos, que formam círculos concêntricos em torno de um ponto específico, que levou os cientistas a concluir, na década de 80, que são o resultado de um grande evento de impacto.

“As luas de Júpiter Io, Europa, Ganimedes e Calisto têm características individuais interessantes, mas o que me chamou a atenção foram os sulcos em Ganimedes”, referiu o investigador Hirata Naoyuki, citado pelo EurekAlert.

“Sabemos que os sulcos foram criados por um impacto de asteroide há cerca de quatro mil milhões de anos, mas não tínhamos a certeza da dimensão do impacto, nem que efeito teve na lua”, acrescentou.

Como os dados são escassos, a pesquisa foi muito difícil, mas Hirata percebeu desde cedo que a suposta localização do impacto é quase no meridiano mais distante de Júpiter.

Baseando-se nas semelhanças com um evento de impacto em Plutão, que fez com que o eixo de rotação do planeta anão mudasse, e com base nas várias simulações que fez de eventos de impacto em luas e asteroides, o cientista calculou que tipo de impacto poderia ter causado essa reorientação.

Foi então que a sua equipa, da Universidade de Kobe, no Japão, descobriu que o asteroide que alterou o eixo de Ganimedes era cerca de 20 vezes maior do que aquele que encerrou a era dos dinossauros na Terra, causando um dos maiores impactos no Sistema Solar.

De acordo com o artigo científico, publicado na Scientific Reports, o asteroide tinha um diâmetro estimado de cerca de 300 quilómetros e criou uma cratera transitória com um diâmetro entre 1.400 e 1.600 quilómetros.

As simulações indicam que só um impacto desta dimensão tornaria provável que a mudança na distribuição de massa pudesse fazer com que o eixo de rotação da lua mudasse para a sua posição atual.

“Quero entender a origem e a evolução de Ganimedes e de outras luas de Júpiter. Este impacto gigante deve ter causado alterações significativas na evolução inicial de Ganimedes, mas os efeitos térmicos e estruturais no interior de Ganimedes ainda não foram investigados”, rematou Hirata, com um mote para uma investigação futura.

 

in ZAP

Hoje é dia de saudar Antero...

 

De pé (Saudação a Antero) - José Mário Branco

 

Força é reconhecerQue a morte, quando escolhidaÉ uma espécie de anteverA vida dentro da vidaÉ parecidaSó parecidaCom a vida por viver
 
Num jardim quadrangularÀ vista do oceanoPode perder-se o olharNa praia do desenganoÉ humanoSobre-humanoÉ ter um canto p'ra salvar
  
De pé meu canto não te rendasSaúda o mestre das oferendasCanta, canta, coraçãoQue o poeta só te dá o que lhe dão
   
De pé memória do futuroHá sempre luz ao fim do escuroNuma ilha só morre o que lá estáO que conta no que foi, é o que será
    
É bem pobre condiçãoRender-se ao desesperoE ver só morte na mãoDireita de AnteroO que eu queroPorque queroÉ negar a negação
    
Há uma ausência ferozQue veste a nossa mágoaE esquecemos que é por nósQue a fonte deita águaMas eu trago-aSim eu trago-aÉ a razão da minha voz
    De pé meu canto não te rendasSaúda o mestre das oferendasCanta, canta, coraçãoQue o poeta só te dá o que lhe dão
    
De pé memória do futuroHá sempre luz ao fim do escuroNuma ilha só morre o que lá estáO que conta no que foi, é o que será
   
Num jardim quadrangularÀ vista do oceanoPode perder-se o olharNa praia do desenganoÉ humanoSobre-humanoÉ ter um canto p'ra salvar
  
De pé meu canto não te rendasSaúda o mestre das oferendasCanta, canta, coraçãoQue o poeta só te dá o que lhe dão
   
De pé memória do futuroHá sempre luz ao fim do escuroNuma ilha só morre o que lá estáO que conta no que foi, é o que será

Mais novidades sobre os estranhos astros a que chamamos centauros...

Mistério do Sistema Solar: o que é que se passa com Quíron?

   

 

Impressão de artista de atividade cometária no centauro Quíron

 

Em primeiro lugar, o que é Quíron? Originalmente descoberto em 1977 e classificado como um asteroide, o corpo menor Quíron foi o primeiro membro identificado de uma nova classe de objetos no nosso Sistema Solar, agora conhecida como centauros.

Os centauros são objetos em órbitas de curta duração que residem entre a cintura de asteroides e a cintura de Kuiper, uma região em forma de donut de corpos gelados que se estende muito para além da órbita de Neptuno.

Tal como Quíron, os centauros escaparam da cintura de Kuiper e estão a ser espalhados pelos planetas gigantes, tal como uma bola que bate nos “bumpers” de uma máquina de pinball.

A maior parte dos centauros vai “saltar” durante cerca de 10 milhões de anos, antes de ser expulsa do Sistema Solar, sendo que apenas alguns sobreviverão para se tornarem cometas de curto período.

Nos últimos 50 anos, Quíron continuou a destacar-se dos restantes centauros. Sendo um dos maiores centauros em termos de tamanho, este corpo do Sistema Solar é conhecido por se comportar como um cometa, com períodos de atividade que criam uma atmosfera difusa e poeirenta.

Estudos mais recentes encontraram até evidências de um possível anel duplo gelado em torno do planetoide.

Personagem complexo, Quíron tem intrigado os astrónomos há quase meio século. No entanto, foram os acontecimentos mais recentes dos centauros que suscitaram maior intriga.

   

O mistério

Ao analisar dados do ATLAS (Asteroid Terrestrial-impact Last Alert System) em 2021, astrónomos da Queen’s University de Belfast, Irlanda do Norte, notaram que Quíron estava inesperadamente muito mais brilhante no céu noturno quando comparado com os 5 anos anteriores de observações.

O ATLAS é uma rede de quatro pequenos telescópios robóticos no Hawaii, na África do Sul e no Chile, que trabalham em conjunto para analisar todo o céu noturno numa busca diária de asteroides potencialmente perigosos para a Terra.

Algo tinha acontecido e agora Quíron estava a refletir muito mais luz solar. Mas como?

Qualquer que fosse a causa, a mudança tinha ocorrido quando Quíron esteve atrás do Sol e, assim sendo, quando não foi visível da Terra durante mais de cinco meses.

Matthew Dobson, estudante de doutoramento da Escola de Matemática e Física da Queen’s University de Belfast, liderou uma equipa para tentar resolver o caso. Os resultados estão resumidos num novo artigo científico, publicado na revista The Planetary Science Journal, que explora várias hipóteses.

“O objetivo deste estudo era descobrir o que causou a mudança no brilho de Quíron. Terão sido os anéis, uma atividade cometária súbita, uma nova parte exposta do objeto virada para a Terra?”, explica Dobson.

“Combinámos dados históricos e examinámos observações de levantamentos em curso que tinham estudado Quíron para testar estas teorias. Também usámos o telescópio do Observatório Gemini, um dos maiores telescópios do mundo, para descobrir o máximo que pudemos”, acrescenta.

 

Os resultados

O artigo científico revela que Quíron registou um aumento ou sofreu um surto de atividade cometária. Os investigadores da Queen’s University de Belfast exploraram Quíron com o telescópio do Observatório Gemini para procurar uma cabeleira difusa, um sinal comum de um cometa.

Sem cabeleira à vista, determinaram que pode ser que a cabeleira esteja presa a Quíron pela sua fraca gravidade, ou que esteja tão longe que é demasiado ténue para ver à volta do objeto, mesmo com o enorme telescópio Gemini. No entanto, o aumento de luz da poeira extra à volta de Quíron permanece visível.

Examinar este estranho acontecimento num pequeno corpo do Sistema Solar, e explorar os processos ativos que ocorrem em tempo real, ajuda os astrónomos a melhor compreender os processos cometários ativos nos centauros, uma fase crucial na evolução de alguns dos cometas de curto período do nosso Sistema Solar.

“A maior parte das pesquisas de atividade procuram a assinatura reveladora de uma cabeleira difusa em torno do objeto”, explica Meg Schwamb, co-autora do artigo, também da Escola de Matemática e Física da Queen’s University de Belfast, num comentário sobre o impacto destes resultados.

“Este trabalho examinou a tendência de brilho a longo prazo do objeto com o passar do tempo, e pensamos que esta técnica será crucialmente importante à medida que a próxima geração de levantamentos de descoberta e monitorização do Sistema Solar, tais como o LSST (Legacy Survey of Space and Time), entram em funcionamento nos próximos anos”, acrescenta Schwamb.

“A técnica utilizada com os extensos dados do ATLAS permitiu a deteção do início da atividade de Quíron, que foi posteriormente corroborada por observações do JWST por uma equipa independente que revelou uma conspícua cabeleira em forma de leque”, nota Charles Schambeau, investigador dada Universidade da Flórida Central e líder das observações Gemini.

Consequentemente, diz o investigador, o método de Dobson para identificar atividade, mesmo quando as abordagens tradicionais sugeriam inatividade, pode ser alargado com confiança ao estudo de outros objetos no futuro.

 

in ZAP

Andy Whitfield morreu há treze anos...

  
Andy Whitfield (Amlwch, 17 de outubro de 1971 - Sydney, 11 de setembro de 2011) foi um ator e modelo galês, radicado na Austrália, mais conhecido pela representação do personagem Spartacus na série Spartacus: Blood and Sand.
  
Carreira
Whitfield nasceu em Amlwch, Anglesey. Estudou engenharia na Universidade de Sheffield, e exerceu em Londres antes de se mudar para Sydney em 1999. Ele teve aulas na Escola Screenwise de Atores de Filme e TV em Nova Gales do Sul, Austrália. Whitfield apareceu em várias séries australianas de televisão, como Opening Up, All Saints, The Strip, Packed to the Rafters e McLeod's Daughters. O seu primeiro papel de destaque foi-lhe concedido no filme australiano sobrenatural Gabriel. Whitfield também foi a estrela na série de televisão de 2010, Spartacus: Blood and Sand, filmada na Nova Zelândia. Ele interpretou Spartacus, um soldado condenado a lutar como gladiador, responsável por uma rebelião contra os romanos. Chegou a aparecer nu na série, ao lado de Manu Bennett. Whitfield também apareceu no thriller australiano The Clinic (filmado em Deniliquin), ao lado de Tabrett Bethell (famoso por Legend of the Seeker). Em agosto de 2010, Whitfield juntou-se a Freddie Wong e criou um vídeo de dois minutos intitulado Time Crisis, baseado no jogo de mesmo nome. Whitfield teve uma rápida aparição na minissérie e prequela Spartacus: Gods of the Arena, que estreou em 21 de janeiro de 2011.

Falecimento
 Em março de 2010, Whitfield foi diagnosticado com um linfoma não Hodgkin, e iniciou um tratamento imediatamente na Nova Zelândia. Esta ocorrência atrasou a produção da segunda temporada de Spartacus: Blood and Sand. Enquanto esperava o tratamento e recuperação do ator, o canal produziu uma série de seis partes de Spartacus, apenas aguardando a volta dele. Embora tivesse sido declarado curado do cancro apenas dois meses depois, sofreu complicações da doença no final do ano e foi obrigado a abandonar o papel. Em 11 de setembro de 2011, 18 meses após a descoberta do cancro, o ator veio a falecer. Whitfield deixou esposa e dois filhos. O ator Liam McIntyre, de 29 anos, foi escolhido como sucessor de Whitfield na série Spartacus.
  

Hoje é dia de recordar Antero de Quental...


Maria

 

Tenho cantado esperanças...
Tenho falado d'amores...
Das saudades e dos sonhos
Com que embalo as minhas dores...

Entre os ventos suspirando
Vagas, ténues harmonias,
Tendes visto como correm
Minhas doidas fantasias.

E eu cuidei que era poesia
Todo esse louco sonhar...
Cuidei saber o que e vida
Só porque sei delirar...

Só porque a noite, dormindo
Ao seio duma visão,
Encontrava algum alivio,
Meu dorido coração,

Cuidei ser amor aquilo
E ser aquilo viver...
Oh! que sonhos que se abraçam
Quando se quer esquecer !

Eram fantasmas que a noite
Trouxe, e o dia ja levou...
A luz d?estranha alvorada
Hoje minha alma acordou !

Esquecei aqueles cantos...
Só agora sei falar !
Perdoa-me esses delírios...
Só agora soube amar !

  

Antero de Quental

Poema para nunca esquecer um dia triste...


(imagem daqui)

 
 
Ainda refulge a chama
 
  
Ainda refulge a chama
que perturbou um dia meus sentidos?

Não se apaga jamais
a luz de certo olhar que em segredo amei?

Chora, em meu coração,
a nostalgia do bem com que sonhei?

Da noite, abismo imenso,
oiço indistinta voz chamar por mim?

O que me falta e inquieta
serás tu, de quem não sei o nome?

Ou todo o sonho erguido é cinza ao vento,
estrela fria, cada vez mais longe
do puro silêncio em que se esvai a vida?
 
  
 
Luís Amaro

Bento Gonçalves morreu há oitenta e dois anos...

   
Bento António Gonçalves (Montalegre, Fiães do Rio, 2 de março de 1902Tarrafal, 11 de setembro de 1942) foi um político português.

Biografia
Em 1915, após concluir a instrução primária, começa a trabalhar, em Lisboa, como torneiro de madeira. Dois anos depois, em 1917, é aprendiz de torneiro mecânico, sendo, em 1919, admitido como torneiro mecânico no Arsenal da Marinha.
Depois de desenvolver intensa atividade como sindicalista, Bento Gonçalves ingressa, em 1928, no Partido Comunista Português, participa ativamente na reorganização de 1929, e é, nesse mesmo ano, eleito secretário-geral, cargo que ocupará até à sua morte.
Preso em 1930, foi deportado para os Açores e posteriormente para Cabo Verde.
Em 1933, de novo em liberdade, passou à clandestinidade e reassumiu as suas funções de secretário-geral. Em 1935, chefiou a delegação portuguesa ao VII Congresso da Internacional Comunista, em Moscovo. Pouco depois do seu regresso, foi preso, juntamente com os dois outros membros do secretariado do PCP, José de Sousa e Júlio Fogaça.
Em 1936 é enviado para o campo de concentração do Tarrafal, onde morre, vítima de uma biliose.
A 30 de junho de 1980 foi feito Grande-Oficial da Ordem da Liberdade, a título póstumo.
 

 

La lámpara marina

 

III

Los presidios

 

Pero,
portugués de la calle,
entre nosotros,
nadie nos escucha,
sabes
dónde
está Álvaro Cunhal?
Reconoces la ausencia
del valiente
Militão?
Muchacha portuguesa,
pasas como bailando
por las calles
rosadas de Lisboa,
pero,
sabes dónde cayó Bento Gonçalves,
el portugués más puro,
el honor de tu mar y de tu arena?
Sabes
que existe
una isla,
la Isla de la Sal,
y Tarrafal en ella
vierte sombra?
Sí, lo sabes, muchacha,
muchacho, sí, lo sabes.
En silencio
la palabra
anda con lentitud pero recorre
no sólo el Portugal, sino la tierra.
Sí sabemos,
en remotos países,
que hace treinta años
una lápida
espesa como tumba o como túnica
de clerical murciélago,
ahoga, Portugal, tu triste trino,
salpica tu dulzura
con gotas de martirio
y mantiene sus cúpulas de sombra.

 

Pablo Neruda

Arvo Part nasceu há 89 anos

   
Arvo Pärt (Paide, 11 de setembro de 1935) é um compositor erudito estónio. Pärt trabalha com um estilo minimalista que emprega a técnica de tintinnabuli (do latim, 'pequenos sinos') e repetições hipnóticas
   
Vida
Em 1944, Arvo Pärt presencia a ocupação da Estónia pela União Soviética, ocupação que duraria 50 anos, deixando profundas impressões sobre ele.
Em 1954 ingressa na escola secundária de música de Tallinn, a capital do país. No ano seguinte, deve fazer o seu serviço militar, durante o qual faz parte da banda, onde toca oboé e caixa.
Ingressa no conservatório de Tallinn em 1957, onde estuda com Heino Eller. Paralelamente, trabalha numa emissora de rádio, como engenheiro de som, posto que deverá ocupar de 1958 a 1967. Em 1962, uma das suas composições escrita para coro infantil e orquestra, Nosso jardim (escrita em 1959), dá-lhe o primeiro prémio dos jovens compositores da URSS. Em 1963 fica diplomado pelo conservatório de Tallinn. Nessa época compõe também para o cinema.
Ainda no início dos anos 60, inicia-se na composição serial, com as suas duas primeiras sinfonias. Isto vai provocar inimizades, dado que a música serial era considerada como um avatar da decadência burguesa ocidental. Também incorretas politicamente, no contexto soviético, eram as suas composições de inspiração religiosa e a técnica de colagem que adotou por algum tempo. Nessas circunstâncias, a sua obra será severamente limitada.
No final da década de 60, a meio de uma crise pessoal que bloqueia a sua criatividade, Arvo Pärt renuncia ao serialismo e, mais amplamente, à composição. Durante vários anos, dedica-se ao estudo do cantochão gregoriano e dos compositores renascentistas franco-flamengos, como Josquin des Prés, Machaut, Obrecht e Ockeghem. Esses estudos e reflexões resultaram na elaboração de uma peça de transição, a Sinfonia n° 3 (1971).
A sua evolução estilística é particularmente notável em 1976, com a composição de uma peça para piano que se tornou célebre, Für Alina, que marca uma rutura com as suas primeiras obras e prepara o terreno para seu novo estilo, qualificado por ele mesmo de "estilo tintinnabulum". O compositor explica: "Eu trabalho com bem poucos elementos - somente uma ou duas vozes. Construo a partir de um material primitivo - com o acorde perfeito, com uma tonalidade específica. As três notas de um acorde perfeito são como sinos. Por isso eu o chamei tintinnabulação". No ano seguinte, Pärt escreverá, nesse novo estilo, três das suas peças mais importantes e reconhecidas: Fratres, Cantus in Memoriam Benjamin Britten e Tabula rasa.
Os problemas constantes com a censura soviética levam-no a finalmente emigrar em 1980, com a sua esposa e os dois filhos. Inicialmente vai para Viena, onde obtém a cidadania austríaca. No ano seguinte, parte para Berlim Ocidental e frequentemente passa temporadas perto de Colchester, Essex. Por volta dos anos 2000, volta à Estónia e hoje vive em Talinn.
O seu sucesso no Ocidente e particularmente nos Estados Unidos teve por inconveniente a sua inclusão na categoria dos compositores "minimalistas místicos" ou "minimalistas sagrados", juntamente com Alan Hovhaness, Henryk Górecki, John Tavener, Pēteris Vasks e outros. Em 1996 torna-se membro da American Academy of Arts and Letters.
Criador de uma música apurada, de inspiração profundamente religiosa, associada por alguns à música pós-moderna, Arvo Pärt atualmente aprofunda o seu estilo tintinnabulum. As suas obras foram executadas em todo o mundo e foram objeto de mais de 80 gravações, além de terem sido muito usadas em bandas sonoras de filmes e em espetáculos de dança. É dele, por exemplo, a composição que Jean-Luc Godard utilizou na curta metragem Dans le noir du temps, episódio do filme Ten Minutes Older: The Cello (2002). A obra foi também usada em inúmeras produções cinematográficas e televisivas. A sua obra Spiegel im Spiegel, de 1978, integrou em 2014 a banda sonora do premiado filme brasileiro Hoje Eu Quero Voltar Sozinho. Em 10 de dezembro de 2011 foi indicado pelo Papa Bento XVI como membro do Pontifício Conselho para a Cultura.
   

 


Bob Catley - 77 anos

  
Robert Adrian "Bob" Catley (Aldershot, Inglaterra, 11 de setembro de 1947) é um cantor de hard rock e heavy metal, que canta na banda britânica Magnum. Tem ainda discos a solo e participações em trabalhos de outros grupos.
 

 


Richard Ashcroft comemora hoje 53 anos

   
Richard Paul Ashcroft (Billinge, Wigan, 11 de setembro de 1971) é um cantor e compositor britânico, conhecido por sua atuação no grupo The Verve. Em maio de 2019, Ashcroft recebeu, da British Academy of Songwriters, Composers, and Authors, um prémio Ivor Novello por Contribuição Excecional para a Música Britânica. Chris Martin, o vocalista dos Coldplay, referiu Ashcroft como "o melhor cantor do mundo".