Carl Edward Sagan (Nova Iorque, 9 de novembro de 1934 - Seattle, 20 de dezembro de 1996) foi um cientista e astrónomo dos Estados Unidos.
O Curso de Geologia de 85/90 da Universidade de Coimbra escolheu o nome de Geopedrados quando participou na Queima das Fitas. Ficou a designação, ficaram muitas pessoas com e sobre a capa intemporal deste nome, agora com oportunidade de partilhar as suas ideias, informações e materiais sobre Geologia, Paleontologia, Mineralogia, Vulcanologia/Sismologia, Ambiente, Energia, Biologia, Astronomia, Ensino, Fotografia, Humor, Música, Cultura, Coimbra e AAC, para fins de ensino e educação.
Carl Edward Sagan (Nova Iorque, 9 de novembro de 1934 - Seattle, 20 de dezembro de 1996) foi um cientista e astrónomo dos Estados Unidos.
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Uma pedra caiu no telhado de uma casa nos EUA. Era um meteorito mais antigo que a Terra

O fragmento pertence a um meteorito com 4,56 mil milhões de anos, sendo centenas de milhões de anos mais antigo do que o nosso planeta.
Uma pequena rocha espacial que atravessou o telhado de uma casa nos subúrbios de Atlanta, na Geórgia, revelou-se muito mais antiga do que o planeta em que aterrou.
Os investigadores determinaram que o recém-nomeado meteorito McDonough, que caiu a 26 de junho de 2025, se formou há cerca de 4,56 mil milhões de anos - tornando-o centenas de milhões de anos mais antigo do que a própria Terra, cuja idade é estimada em cerca de 4,5 mil milhões de anos.
A descoberta surge de uma análise liderada pelo geólogo planetário Scott Harris, da Universidade da Geórgia.
“Este meteorito em particular tem uma longa história antes de chegar ao solo de McDonough”, disse Harris. “Para compreender esta história, precisamos de estudar a rocha em detalhe e descobrir a que grupo de asteroides pertence.”
A viagem do meteorito terminou dramaticamente quando atravessou a atmosfera terrestre, criando um espetáculo de fogo antes de um fragmento perfurar o telhado e amassar o chão interior da casa em Atlanta. Os detritos sobreviventes pesavam cerca de 50 gramas no total, e a equipa de Harris obteve 23 gramas para estudo.
Recorrendo a microscopia ótica e eletrónica, os investigadores identificaram o objeto como um condrito comum do tipo L, uma classe comum de meteoritos rochosos. Estas rochas datam do início do Sistema Solar, formando-se a partir do pó e dos detritos que rodeavam o jovem Sol, explica o Science Alert.
Os cientistas acreditam que o corpo original deste meteorito sofreu uma colisão catastrófica há cerca de 470 milhões de anos na cintura principal de asteroides, entre Marte e Júpiter. Esta antiga fragmentação enviou inúmeros fragmentos para novas órbitas, tendo alguns eventualmente cruzado a trajetória da Terra.
“Neste rompimento, alguns pedaços entram em órbitas que atravessam a Terra”, explicou Harris. “Se houver tempo suficiente, as suas órbitas em torno do Sol e da Terra alinham-se no mesmo lugar, no mesmo momento.” Este alinhamento celeste preparou o cenário para o impacto do meteorito McDonough este verão.
O espécime será agora preservado na Universidade da Geórgia para exames mais aprofundados. Os cientistas esperam que os estudos contínuos esclareçam as condições que existiam antes da formação dos planetas, oferecendo uma rara amostra física do primeiro capítulo da história do Sistema Solar.
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O que aconteceu ao planeta que a Terra “comeu”?

Conceito artístico da colisão de um corpo celeste semelhante a Theia com a Terra
O corpo celeste Theia terá colidido com a Terra há 4,5 mil milhões de anos e originado a Lua, assim como deixado marcas na nossa geologia — e pode até ter ajudado o planeta a tornar-se habitável.
Os cientistas estão a desvendar a história cataclísmica da origem da Lua, remontando-a a uma colisão dramática ocorrida há mais de 4,5 mil milhões de anos que remodelou a Terra e deixou para trás pistas nas profundezas do planeta.
A teoria amplamente aceite defende que um objeto da dimensão de Marte, denominado Theia, embateu na Terra primitiva num impacto de alta energia. Este acontecimento não só fundiu partes dos dois corpos planetários, como também ejetou uma enorme quantidade de detritos para a órbita. Esses detritos acabaram por se fundir para formar a Lua.
Embora teorias anteriores sugerissem que Theia poderia ter apenas roçado a Terra, simulações mais recentes e provas geológicas indicam um impacto muito mais direto. Neste cenário, a colisão foi tão intensa que os dois mundos se tornaram num só, misturando os seus materiais quase completamente. Alguns dos detritos formaram um grande satélite, que mais tarde caiu na Terra, enquanto um pedaço mais pequeno foi empurrado para fora – acabando por se tornar a Lua.
Uma peça chave de apoio vem de comparações detalhadas de isótopos de oxigénio em rochas lunares e terrestres. Estes isótopos são praticamente idênticos, o que sugere que o material que formou ambos os corpos provém de uma fonte partilhada e completamente misturada, refere o IFLScience.
“Se tivesse havido uma diferença de isótopos, isso teria apontado para um golpe angulado. Mas o que encontrámos apoia uma colisão mais violenta e central”, explica Ed Young, um dos investigadores principais dedicados a este assunto.
As propriedades invulgares da Lua também apoiam esta teoria. A sua órbita está estreitamente alinhada com a da Terra em torno do Sol, permitindo eclipses solares e lunares. Há também o elevado impulso angular do sistema Terra-Lua, a menor densidade da Lua, a falta de elementos mais leves e o facto de o passado fundido da Lua não poder ser explicado com um simples modelo de acreção.
Mas o legado de Theia pode ser ainda mais profundo – literalmente. Os cientistas acreditam agora que regiões densas e anómalas nas profundezas do manto terrestre, conhecidas como Grandes Províncias de Baixa Velocidade (LLVPs), podem ser remanescentes de Theia.
Localizadas por baixo das placas tectónicas do Pacífico e de África, estas estruturas podem ter-se afundado no manto após o impacto, o que sugere que tiveram uma origem extraterrestre. Alguns investigadores propõem mesmo que o material do núcleo de Theia ajudou a iniciar a atividade tectónica da Terra, uma das caraterísticas derradeiras que torna o nosso planeta habitável.
A colisão pode também ter inclinado o eixo da Terra, dando origem às estações que definem o nosso clima atual.
Embora Theia já não exista como um corpo celeste distinto, a sua chegada dramática alterou para sempre a Terra, moldando tanto a sua superfície como os seus céus.
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Gigantesco oceano de magma formou-se no início da história da Terra (e continua a moldar o planeta)

Um novo estudo revelou que a Terra manteve um profundo oceano de magma sob a sua superfície no início da sua história. Isso pode explicar as estranhas anomalias observadas ainda hoje, no manto do nosso planeta.
Um oceano de magma formou-se no início da história da Terra. Um novo estudo teoriza que os restos dessa camada líquida de magma perto do núcleo da Terra podem persistir ainda hoje como estranhas anomalias no manto.
Esta não é uma ideia nova. Como escreve a Live Science, esse oceano de magma basal tem sido objeto de um debate aceso durante anos. Algumas provas geoquímicas indicam que, nas primeiras centenas de milhões de anos da existência do planeta, se formou um mar persistente de fusão na fronteira entre o núcleo da Terra e a sua camada intermédia, o manto.
No entanto, os modelos de formação do planeta sugerem que, quando a Terra era nova e fundida, solidificou-se de baixo para cima, tornando difícil compreender como poderia existir um oceano de magma profundo.
O novo estudo, publicado na Nature, descobriu que não só podia existir um oceano de magma, como a sua presença era inevitável. Independentemente do local exato onde o recém-nascido planeta fundido começou a cristalizar-se num sólido, formou-se mesmo um oceano basal.
Um das conclusões do estudo é que os vestígios deste mar de magma oculto podem ainda existir hoje sob a forma de grandes províncias de baixa velocidade de corte (LLVPs) ou “bolhas” do manto. Essas são regiões gigantes do manto profundo onde as ondas sísmicas viajam mais lentamente do que no resto do manto.
Os cientistas têm debatido se estas LLVPs são os restos da crosta oceânica que foram empurrados para as profundezas do manto, o que significa que datam de há algumas centenas de milhões de anos, ou se são os restos do oceano de magma basal da Terra, o que faz com que tenham 4,4 mil milhões de anos.
O novo estudo defende a segunda hipótese; e os resultados podem ter implicações importantes na forma como os investigadores compreendem a história da Terra.
Os primórdios da Terra
Como detalha a Live Science, no novo estudo, os investigadores construíram um novo modelo de formação da Terra que considerou tanto os dados geoquímicos como os dados sísmicos – os dois principais métodos de perscrutar a história profunda da Terra.
A equipa analisou o ponto em que o manto teria sido suficientemente cristalizado para se comportar como um sólido e não como um líquido. Descobriu-se que, independentemente do local onde a solidificação começou – no meio do manto ou mesmo na fronteira com o núcleo – formou-se um oceano de magma basal.
Os investigadores variaram as condições do seu modelo para alterar a profundidade da formação sólida, mas esses parâmetros não alteraram nada. Ou seja, mesmo nas circunstâncias menos propícias à formação de um oceano de magma profundo, este formou-se.
“Os resultados sugerem que a estrutura principal do planeta se formou muito cedo na sua história”, disse, à Live Science, o autor principal do estudo e físico planetário da Universidade de York em Toronto (Canadá), Charles-Édouard Boukaré.
A dinâmica da Terra ter-se-á estabelecido muito cedo, com estas estruturas antigas a continuarem a influenciar a forma como o planeta se alterou no futuro.
“Se tivermos uma condição inicial do planeta e conseguirmos modelar as fases iniciais da evolução planetária, podemos prever a maior parte do seu comportamento em escalas de tempo longas”, explicou Boukaré.
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Carl Edward Sagan (Nova Iorque, 9 de novembro de 1934 - Seattle, 20 de dezembro de 1996) foi um cientista e astrónomo dos Estados Unidos.
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Finalmente sabemos de onde veio a maioria dos meteoritos da Terra

Até agora, apenas uma pequena fração dos meteoritos que aterram na Terra tinha sido firmemente ligada ao seu corpo progenitor no espaço - mas um conjunto de novos estudos acaba de nos dar evidências convincentes da origem de mais de 90% dos meteoritos atuais.
Segundo o Science Alert, as análises anteriores de meteoritos que atingem o nosso planeta sugerem algum tipo de origem partilhada. São feitos de materiais muito semelhantes e foram cozidos por radiação cósmica durante um período de tempo suspeitosamente curto, sugerindo uma separação relativamente recente de corpos progenitores partilhados.
As equipas responsáveis por três novos artigos, publicados em setembro na Astronomy and Astrophysics [artigo 1], e em outubro na Nature [artigo 2, artigo 3] e utilizaram uma combinação de observações telescópicas muito detalhadas e simulações de modelos informáticos para comparar asteroides no espaço com meteoritos recuperados na Terra, fazendo corresponder os tipos de rocha e as trajetórias orbitais entre os dois.
Liderados por investigadores do Centro Nacional Francês de Investigação Científica, do Observatório Europeu do Sul e da Universidade Charles, na República Checa, os estudos centraram-se nos condritos H (alto teor de ferro) e L (baixo teor de ferro), o tipo mais comum, que representa cerca de 70% dos meteoritos.
São assim designados porque são constituídos por pequenas partículas chamadas côndrulos, causadas pelo arrefecimento rápido da rocha fundida.
Os investigadores determinaram que estes meteoritos condritos H e L chegaram ao nosso planeta vindos de três famílias de asteroides chamadas Massalia, Karin e Koronis, todas localizadas na cintura principal de asteroides entre Marte e Júpiter.
Uma equipa de estudo conseguiu também atribuir datas a colisões notáveis nestas famílias de asteroides, causando novas cascatas de rocha que acabariam por chegar à Terra.
Massalia sofreu colisões importantes há 466 milhões de anos e há 40 milhões de anos, enquanto as famílias Karin e Koronis sofreram colisões há cerca de 5,8 e 7,6 milhões de anos, respetivamente.
“As provas de apoio incluem a existência de bandas de poeira associadas, as idades de exposição aos raios cósmicos dos meteoritos de condrito H e a distribuição das órbitas pré-atmosféricas dos meteoritos”, escrevem os autores.
Isto significa que a maioria dos meteoritos que atingem a Terra atualmente provêm de menos grupos de asteroides do que seria de esperar - e também de eventos de colisão mais recentes. Esses eventos de colisão (relativamente) recentes explicam a aterragem dos meteoritos na era atual.
Segundo a equipa, isto é parcialmente explicado pelo ciclo de vida das famílias de asteroides. Os eventos de colisão vividos por estas famílias de asteroides conduzem a um grande número de fragmentos de asteroides mais pequenos, o que aumenta as suas hipóteses de novas colisões e de se libertarem da cintura de asteroides.
Os investigadores também analisaram outros meteoritos menos comuns para além dos condritos H e L, aumentando o número de meteoritos contabilizados para mais de 90%. Estes foram atribuídos a famílias de asteroides, incluindo Veritas, Polana e Eos.
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Nova teoria desafia tudo o que sabemos sobre a origem da Lua

Uma nova pesquisa desafia a hipótese dominante, que defende que a Lua se formou a partir de material ejetado após o choque da Terra com um antigo planeta hipotético chamado Theia.
Um estudo recente disponível em pré-publicação pôs em causa a teoria dominante de que a Lua se formou a partir de material ejetado quando um objeto da dimensão de Marte, Theia, colidiu com a proto-Terra.
Esta hipótese tem sido amplamente aceite na ciência planetária, mas a nova investigação sugere que a Lua pode ter a mesma idade da Terra, em vez de ser algumas centenas de milhões de anos mais nova, como se pensava anteriormente.
A hipótese Theia ganhou força devido à necessidade de explicar o facto de a Lua da Terra ser invulgarmente grande em comparação com outros planetas do Sistema Solar. A maioria dos planetas interiores, como Vénus, não tem luas, e as luas de Marte são minúsculas em comparação, escreve o IFLScience.
A lua da Terra, com um tamanho relativamente próximo do planeta, é excecional, levando a especulações sobre a sua formação. A existência de um satélite tão grande pode ter sido crucial para o desenvolvimento de vida complexa na Terra, estabilizando o clima e a inclinação axial do planeta.
Um elemento chave da hipótese de Theia é a expectativa de que a Terra e a Lua teriam diferenças subtis de composição. Se Theia se formou noutro local do Sistema Solar, a sua composição isotópica deveria ser ligeiramente diferente da da Terra.
No entanto, o investigadores descobriram que a Terra e a Lua têm uma composição surpreendentemente semelhante, especialmente nos seus isótopos de oxigénio, crómio e titânio.
O estudo revelou que as rochas lunares partilham rácios isotópicos quase idênticos aos do manto da Terra, desafiando a ideia de que Theia introduziu uma assinatura isotópica única.
A principal diferença entre os dois corpos é a quantidade de ferro, com a Lua a conter significativamente menos (7,5% em comparação com os 33% em peso da Terra). Os modelos anteriores esforçaram-se por explicar esta mistura de semelhanças e diferenças sob a hipótese de Theia.
Os investigadores analisaram 70 elementos em rochas lunares e descobriram que os elementos mais propensos a transformarem-se em gás estavam em falta na Lua, provavelmente devido à sua menor gravidade.
Os elementos que se vaporizam a temperaturas superiores a 1130°C permaneceram em quantidades semelhantes nos dois corpos. Isto sugere que a Lua e a Terra se formaram a partir do mesmo material, sendo o núcleo mais pequeno da Lua responsável por outras variações.
Os autores propõem que a Terra e a Lua podem ter-se formado independentemente, mas a partir de material da mesma região do Sistema Solar.
Esta teoria contrasta com a hipótese prevalecente de Theia, que postula um impacto cataclísmico. No entanto, levanta novas questões sobre como é que ambos os corpos acabaram por ter composições tão semelhantes.
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Um gigantesco impacto de asteroide deslocou o eixo da maior lua do Sistema Solar

Ganimedes e Júpiter
Há cerca de quatro mil milhões de anos, um asteroide atingiu Ganimedes, uma lua de Júpiter. Agora, uma equipa de cientistas descobriu que o eixo da maior lua do Sistema Solar mudou depois desse impacto.
Ganimedes é a maior lua do Sistema Solar e tem algumas características que a tornam um objeto de estudo bastante interessante. Esta lua tem depressões tectónicas, conhecidas como sulcos, que formam círculos concêntricos em torno de um ponto específico, que levou os cientistas a concluir, na década de 80, que são o resultado de um grande evento de impacto.
“As luas de Júpiter Io, Europa, Ganimedes e Calisto têm características individuais interessantes, mas o que me chamou a atenção foram os sulcos em Ganimedes”, referiu o investigador Hirata Naoyuki, citado pelo EurekAlert.
“Sabemos que os sulcos foram criados por um impacto de asteroide há cerca de quatro mil milhões de anos, mas não tínhamos a certeza da dimensão do impacto, nem que efeito teve na lua”, acrescentou.
Como os dados são escassos, a pesquisa foi muito difícil, mas Hirata percebeu desde cedo que a suposta localização do impacto é quase no meridiano mais distante de Júpiter.
Baseando-se nas semelhanças com um evento de impacto em Plutão, que fez com que o eixo de rotação do planeta anão mudasse, e com base nas várias simulações que fez de eventos de impacto em luas e asteroides, o cientista calculou que tipo de impacto poderia ter causado essa reorientação.
Foi então que a sua equipa, da Universidade de Kobe, no Japão, descobriu que o asteroide que alterou o eixo de Ganimedes era cerca de 20 vezes maior do que aquele que encerrou a era dos dinossauros na Terra, causando um dos maiores impactos no Sistema Solar.
De acordo com o artigo científico, publicado na Scientific Reports, o asteroide tinha um diâmetro estimado de cerca de 300 quilómetros e criou uma cratera transitória com um diâmetro entre 1.400 e 1.600 quilómetros.
As simulações indicam que só um impacto desta dimensão tornaria provável que a mudança na distribuição de massa pudesse fazer com que o eixo de rotação da lua mudasse para a sua posição atual.
“Quero entender a origem e a evolução de Ganimedes e de outras luas de Júpiter. Este impacto gigante deve ter causado alterações significativas na evolução inicial de Ganimedes, mas os efeitos térmicos e estruturais no interior de Ganimedes ainda não foram investigados”, rematou Hirata, com um mote para uma investigação futura.
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Descoberta origem dos 200 meteoritos que chegaram à Terra vindos de Marte

Mosaico do hemisfério Valles Marineris de Marte projetado de modo semelhante à que se veria a partir de uma nave espacial
Os investigadores identificaram os locais específicos de onde a maioria dos cerca de 200 meteoritos marcianos provém.
Uma equipa de investigadores rastreou os meteoritos que chegaram à Terra provenientes de Marte até 5 crateras de impacto em duas regiões vulcânicas do Planeta Vermelho, chamadas Tharsis e Elysium.
O seu estudo foi publicado a semana passada na revista Science Advances.
Os meteoritos marcianos chegam à Terra quando algo atinge a superfície de Marte com força suficiente para que o material seja “projetado da superfície e acelerado suficientemente depressa para escapar à gravidade de Marte”, explica Chris Herd, curador da Coleção de Meteoritos da Universidade de Alberta e professor na sua Faculdade de Ciências.
Este material ejetado é lançado para o espaço, acaba por entrar numa órbita à volta do Sol e parte eventualmente cai no nosso planeta sob a forma de meteoritos. A colisão deixa uma cratera de impacto na superfície de Marte. Isto aconteceu 10 vezes na história recente de Marte.
“Pensamos ter encontrado as crateras de origem de metade dos 10 grupos de meteoritos marcianos”, diz Herd.
Segundo o autor principal do estudo, a compreensão melhorada dos cientistas acerca da física de exatamente como as rochas são ejetadas de Marte foi fundamental para esta descoberta.
As descobertas deste estudo são um passo para desvendar os mistérios de Marte, uma vez que as tentativas anteriores para determinar as fontes exatas dos meteoritos marcianos tiveram um sucesso limitado.
“Agora, podemos agrupar estes meteoritos pela sua história comum e pela sua localização na superfície antes de chegarem à Terra”, diz Herd.
Mais conhecimento sobre como e onde em Marte estes meteoritos tiveram origem dá-nos uma visão adicional sobre as amostras que já temos na Terra.
A capacidade de contextualizar e posicionar estas amostras dentro da geologia marciana pela primeira vez “permitirá a recalibração da cronologia de Marte, com implicações para o tempo, duração e natureza de uma vasta gama de grandes eventos ao longo da história marciana”, dizem os investigadores.
“Um dos maiores avanços aqui é ser capaz de modelar o processo de ejeção e, a partir desse processo, ser capaz de determinar o tamanho da cratera ou a gama de tamanhos de crateras que, em última análise, poderiam ter ejetado esse grupo particular de meteoritos, ou mesmo um meteorito em particular”, diz Herd.
“Chamo a isso o elo perdido – ser capaz de dizer, por exemplo, que as condições em que este meteorito foi ejetado foram satisfeitas por um evento de impacto que produziu crateras entre 10 e 30 quilómetros de diâmetro.”

Representação artística da física envolvida na ‘entrega’ de um meteorito marciano à Terra
O conhecimento sobre a origem dos meteoritos, combinado com os avanços da tecnologia, como a deteção remota, dá aos investigadores uma estrutura sobre a qual se podem basear.
Herd diz que também podemos restringir os potenciais locais em Marte que são a origem de meteoritos que ainda temos de investigar. Para isso, precisamos de certos pormenores sobre quando e como um meteorito foi lançado de Marte e que idade tinha quando cristalizou na superfície do planeta, explica Herd.
“De todas estas crateras potenciais, podemos reduzi-las a 15, e depois, das 15, podemos reduzi-las ainda mais com base em características específicas dos meteoritos. Talvez possamos até reconstruir a estratigrafia vulcânica, a posição de todas estas rochas, antes de terem sido expulsas da superfície”, diz Herd.
A estratigrafia é o registo geológico de um planeta, composto por camadas de rochas sedimentares ou, como neste caso, vulcânicas. É análoga a um livro, onde as camadas de rocha são páginas, e a partir delas os cientistas podem procurar pistas sobre ambientes passados no planeta.
“Quando refletimos nisto, é realmente espantoso“, diz Herd. “É o passo mais próximo que podemos ter sem ir a Marte e apanhar uma rocha”.
Quanto à forma de confirmar que uma determinada amostra de meteorito encontrada na Terra é de facto de Marte, Herd explica que, na década de 1980, os cientistas descobriram que “há uma assinatura, uma impressão digital da atmosfera marciana, que está presa dentro destas rochas”.
Essa impressão digital inclui uma combinação específica de gases aprisionados na rocha que correspondem aos gases da atmosfera de Marte medidos pelos ‘landers’ Viking na década de 1970.
Com este quadro em posição, é provável que haja mais descobertas a fazer, uma vez que existem várias crateras, no âmbito do estudo, das quais não foram identificados meteoritos marcianos conhecidos.
Embora possa ser porque não ejetaram qualquer material para o espaço, Herd diz que há também uma possibilidade real de que os meteoritos desses eventos de ejeção específicos ainda não tenham chegado à Terra, ou ainda não tenham sido encontrados.
“A ideia de pegar num grupo de meteoritos que foram todos lançados ao mesmo tempo e depois fazer estudos específicos sobre eles para determinar onde estavam antes de serem ejetados – para mim, esse é o mais excitante próximo passo”, diz Herd. “Isto vai mudar fundamentalmente a forma como estudamos os meteoritos de Marte”.
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Novos detalhes sobre os mares de hidrocarbonetos da lua Titã
A lua Titã exibe mares líquidos à superfície, compostos azoto, metano e etano. A nova análise baseia-se em dados recolhidos pela sonda Cassini, entre 2004 e 2017.
A sonda Cassini da NASA, que explorou Saturno e as suas luas geladas, incluindo a majestosa Titã, terminou a sua missão com um mergulho mortal no planeta gigante com anéis em 2017. Mas alguns dos volumosos dados recolhidos pela Cassini durante os seus 13 anos de observação do sistema saturniano só agora estão a ser totalmente examinados.
As observações de radar da sonda Cassini estão a fornecer novos e intrigantes detalhes sobre os mares de hidrocarbonetos líquidos na superfície de Titã, a segunda maior lua do nosso sistema solar e um local de interesse na procura de vida para além da Terra.
Titã, envolto numa névoa laranja semelhante a smog, é o único mundo conhecido, para além da Terra, que exibe mares líquidos à superfície, embora não sejam compostos por água, mas sim por azoto e pelos compostos orgânicos metano e etano, componentes do gás natural.
O estudo envolveu três mares perto do polo Norte de Titã: Kraken Mare, o maior, cobrindo uma área comparável ao mar Cáspio na Eurásia; Ligeia Mare, o segundo maior e comparável em área ao Lago Superior (o maior dos cinco Grandes lagos, na América do Norte); e Punga Mare, aproximadamente equivalente ao lago Vitória em África.
Verificou-se que a composição química destes mares – ricos em metano e etano – varia consoante a latitude. O estudo também documentou a extensão e a distribuição das ondulações à superfície dos mares, indicando correntes de maré ativas e uma maior espessura perto dos estuários – a foz dos rios.
Chuva de metano
Titã, com 5150 quilómetros de diâmetro, é a segunda maior lua do nosso sistema solar, atrás de Ganimedes, de Júpiter, e é maior do que o planeta Mercúrio. Titã e a Terra são os únicos mundos no sistema solar onde os líquidos chovem das nuvens, fluem como rios para os mares e lagos na superfície e evaporam-se de volta para o céu para recomeçar o processo hidrológico.
Na Terra, a água chove das nuvens. Em Titã, as nuvens lançam metano – que, na Terra, é um gás – em forma líquida devido ao clima gelado.
“Titã é realmente um mundo semelhante à Terra, com um conjunto diversificado de morfologias de superfície muito familiares, moldadas por um sistema hidrológico à base de metano que opera numa densa atmosfera de azoto”, disse o cientista planetário Valerio Poggiali, engenheiro da Universidade de Cornell (EUA) e autor principal do estudo publicado agora na revista Nature Communications.
“Os mares e os lagos de hidrocarbonetos líquidos pontuam a superfície das regiões polares, especialmente a setentrional, e os canais alimentados pela precipitação fluem para esses mares, criando estuários e, nalguns casos, deltas”, acrescentou Valerio Poggiali.
Ilustração artística da superfície de Titã com lagos de hidrocarbonetos
Os dados da sonda Cassini indicaram que os rios transportam metano líquido puro, que depois se mistura com os líquidos mais ricos em etano destes mares, tal como a água doce dos rios da Terra se mistura com a água salgada dos oceanos.
“Os mares de Titã são puxados pela enorme gravidade de Saturno, tal como os nossos mares [que sofrem a força gravitacional da Lua e do Sol], e a amplitude das marés em algumas das suas linhas costeiras é de cerca de 30 centímetros”, começa por explicar Ralph Lorenz, cientista planetário do Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins (EUA), e também um dos autores do estudo. “Como o período de maré – o dia de Titã – é longo, 16 dias terrestres, o ciclo de maré é lento, pelo que as correntes de maré são geralmente fracas.”
O estudo utilizou dados de radar “biestático” recolhidos durante as passagens da Cassini por Titã, três em 2014 e uma em 2016. A Cassini apontou um feixe de rádio a alvos na superfície de Titã, que depois o refletiu para uma antena recetora na Terra. Isto forneceu mais informação sobre a composição da superfície refletida e a sua rugosidade do que o vulgar radar “monostático” (convencional) da Cassini, que reflete um sinal de rádio num alvo e volta ao ponto de origem.
“Este é provavelmente o último conjunto de dados inexplorados que a sonda Cassini nos deixou”, referiu Valerio Poggiali.
Titã possui ambientes com condições consideradas potencialmente adequadas para a vida. Por exemplo, Titã parece ter um vasto oceano subsuperficial de água líquida.
“Será que na atmosfera de Titã se produzem moléculas orgânicas pesadas de natureza pré-biótica?”, perguntou Valerio Poggiali, referindo-se à química que poderia levar à formação de vida. “Será que todo este material orgânico alguma vez esteve em contacto com água líquida? Acreditamos que interações semelhantes poderiam ter levado à origem da vida no nosso planeta, com a geração de moléculas capazes de produzir energia ou armazenar informação.”
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