sexta-feira, março 16, 2018

O massacre de My Lai foi há cinquenta anos...

Mỹ Lai é o nome da aldeia vietnamita onde, em 16 de março de 1968, centenas de civis, na maioria mulheres e crianças, foram executados por soldados do exército dos Estados Unidos, no maior massacre de civis ocorrido durante a Guerra do Vietname.

História
Na véspera da operação, integrantes da Companhia Charlie, da 11ª Brigada de Infantaria, mandados à região por denúncias de que a área estaria a servir de refúgio para guerrilheiros vietcongs da FNL (Frente Nacional para a Libertação do Vietname), foram informados pelo comando norte-americano que os habitantes de My Lai e das aldeias vizinhas saíam para o mercado da região às sete da manhã para compra de comida e que, consequentemente, aqueles que ficassem na área seriam guerrilheiros vietcongs ou simpatizantes.
Como consequência, integrantes de um dos pelotões da companhia, comandados pelo tenente William Calley, rumaram ao local. Muitos soldados dessa unidade haviam sido mortos ou feridos em combates, nos dias anteriores.
Quando as tropas penetraram na aldeia, o tenente Calley, lhes disse: "É o que vocês estavam esperando: uma missão de procurar e destruir". Calley diria mais tarde ter recebido ordens para "limpar My Lai", considerada um feudo dos combatentes da FNL. '"As ordens eram para matar tudo o que se mexesse"', diria mais tarde um dos militares americanos ao jornalista Seymour Hersh, que daria a conhecer ao mundo o horror praticado pelo exército dos EUA naquela aldeia.
Sob o comando de Calley, o pelotão não poupou ninguém. Em apenas quatro horas, mataram os animais, queimaram as choupanas, violaram e mutilaram as mulheres, assassinaram homens e trucidaram as crianças. Para sobreviver, alguns habitantes tiveram que fingir-se de mortos, passando horas no meio dos cadáveres. No final do derramamento de sangue, havia 504 cadáveres dos aldeões, na sua grande maioria idosos, mulheres e crianças (cerca de 170), todos desarmados e assassinados a sangue frio. Ron Haeberle, fotógrafo militar que acompanhava o pelotão, encarregou-se de imortalizar a chacina.
No ocidente, o episódio é conhecido como o massacre de My Lai, e no Vietname, como Son My, o nome do povoado a que pertenciam as quatro aldeias, entre elas My Lai, que serviram de cenário para a orgia matinal de atrocidades, celebrada pelos homens da Companhia Charlie, dirigida pelo capitão Ernest Medina.
Cerca de vinte pessoas sobreviveram. As casas foram incendiadas, e as quatro aldeias reduzidas a cinzas. Quando acabou a guerra, em 1975, alguns voltaram para recomeçar a vida na terra de seus ancestrais. Seis deles permanecem na comunidade, rebatizada pela República Socialista do Vietname como Tinh Khe.
O massacre só foi interrompido graças à iniciativa heróica de um piloto de helicóptero, Hugh Thompson, Jr., que vendo do alto a matança, pousou o aparelho e ameaçou atirar com as metralhadoras da sua própria aeronave contra os soldados americanos.
O crime só veio a público um mês depois, devido a denúncias saídas de dentro do exército, por soldados que testemunharam ou ouviram os detalhes do caso – e um deles, Ronald Ridenhour, escreveu a diversos integrantes do governo norte-americanos, inclusive ao presidente Richard Nixon – e chegaram a órgãos de imprensa e às televisões. Jornalistas independentes conseguiram fotos dos assassinatos e estamparam-nas nos media mundiais, ajudando a aumentar o horror e os esforços dos pacifistas a pressionar o governo Nixon a se retirar do Vietname.
Em março de 1970, 25 soldados foram indiciados pelo exército dos Estados Unidos por crime de guerra e ocultação de factos e provas no caso de My Lai. Comparado pelos media aos genocídios de Oradour-sur-Glane e Lídice durante a Segunda Guerra Mundial, que causou a condenação e execução de diversos oficiais nazis, apenas o tenente William Calley, comandante do pelotão responsável pelas mortes, foi indiciado e julgado.
Condenado à prisão perpétua, Calley foi perdoado dois dias depois da divulgação da sentença pelo presidente Nixon, cumprindo uma pena alternativa de três anos e meio em prisão domiciliar na base militar de Fort Benning, na Geórgia.
   

Aldo Moro foi sequestrado há quarenta anos

Ocupou por cinco vezes o cargo de primeiro-ministro da Itália. Membro ativo da Igreja Católica, foi um dos líderes mais destacados da democracia cristã na Itália.
Sequestrado a 16 de março de 1978 pelo grupo terrorista Brigadas Vermelhas, foi assassinado depois de 55 dias de cativeiro. Há várias teorias acerca os motivos da recusa do governo italiano em negociar a libertação de Aldo Moro com os sequestradores e sobre os interesses envolvidos no seu sequestro e morte. Segundo o historiador Sergio Flamigni, as Brigadas Vermelhas foram usadas pela Gladio, rede dirigida pela NATO, de modo a justificar a manutenção da estratégia da tensão. O filósofo Antonio Negri chegou a ser preso, acusado de ser o inspirador da ação das Brigadas Vermelhas e do assassinato de Aldo Moro.
  
 
 

(imagem daqui)
  
On March 16, 1978, on Via Fani, a street in Rome, a unit of the militant communist organisation known as the Red Brigades (Italian: Brigate Rosse) blocked the two-car convoy transporting Moro and kidnapped him, murdering in cold blood his five bodyguards. At the time, all of the founding members of the Red Brigades were in jail; the organisation led by Mario Moretti that kidnapped Moro, therefore, is said to be the "Second Red Brigades."
On the day of his kidnapping, Moro was on his way to a session of the House of Representatives, where a discussion was to take place regarding a vote of confidence for a new government led by Giulio Andreotti (DC) that would have, for the first time, the support of the Communist Party. It was to be the first implementation of Moro's strategic political vision as defined by the Compromesso storico (historic compromise).
In the following days, trade unions called for a general strike, while security forces made hundreds of raids in Rome, Milan, Turin and other cities searching for Moro's location. Held for two months, he was allowed to send letters to his family and politicians. The government refused to negotiate, despite demands by family, friends and Pope Paul VI. In fact, Paul VI "offered himself in exchange … for Aldo Moro …"
During the investigation of Moro's kidnapping, General Carlo Alberto Dalla Chiesa reportedly responded to a member of the security services who suggested torturing a suspected brigatista, "Italy can survive the loss of Aldo Moro. It would not survive the introduction of torture." The Red Brigades initiated a secret trial where Moro was found guilty and sentenced to death. Then they sent demands to the Italian authorities, stating that unless 16 Red Guard prisoners were released, Moro would be killed. The Italian authorities responded with a large-scale manhunt.
  

O Massacre de Halabja foi há trinta anos

 
Uma das bombas originais usada como suporte de flores no Monumento do Memorial de Halabja, em 2011

O ataque com gás venenoso em Halabja (em curdo: Kîmyabarana Helebce), também conhecido como massacre de Halabja ou sexta-feira sangrenta, foi um incidente que ocorreu a 16 de março de 1988, durante o final da Guerra Irão-Iraque, quando foram utilizadas armas químicas pelas forças do governo iraquiano na cidade curda de Halabja, no Curdistão iraquiano.
O ataque matou entre 3.200 e 5.000 pessoas e feriu cerca de 7.000 e mais 10.000, a maioria civis, milhares morreram de complicações e doenças congénitas nos anos após o ataque. O incidente, que foi oficialmente definido como um ato de genocídio contra o povo curdo no Iraque, foi e ainda continua a ser o maior ataque de armas químicas contra uma área com população civil na história.
O ataque em Halabja foi reconhecido como um evento separado do Genocídio Anfal, que também foi levado a cabo contra o povo curdo pelo regime iraquiano de Saddam Hussein. O Alto Tribunal Penal iraquiano reconheceu o massacre de Halabja, como ato de genocídio a 1 de março de 2010, uma decisão bem acolhida pelo Governo Regional do Curdistão. O ataque também foi condenado como um crime contra a humanidade pelo Parlamento do Canadá.
 

Natália Correia morreu há 25 anos

Natália Correia retratada por Bottelho
   
Natália de Oliveira Correia (Fajã de Baixo, São Miguel, 13 de setembro de 1923 - Lisboa, 16 de março de 1993) foi uma intelectual, poetisa e activista social açoriana, autora de extensa e variada obra publicada, com predominância para a poesia. Deputada à Assembleia da República (1980-1991), interveio politicamente ao nível da cultura e do património, na defesa dos direitos humanos e dos direitos das mulheres. Foi a autora da letra do Hino dos Açores. Juntamente com José Saramago (Prémio Nobel de Literatura, 1998), Armindo Magalhães, Manuel da Fonseca e Urbano Tavares Rodrigues foi, em 1992, uma das fundadoras da Frente Nacional para a Defesa da Cultura (FNDC).
A obra de Natália Correia estende-se por géneros variados, desde a poesia ao romance, teatro e ensaio. Colaborou com frequência em diversas publicações portuguesas e estrangeiras. Foi uma figura central das tertúlias que reuniam em Lisboa nomes centrais da cultura e da literatura portuguesas nas décadas de 50 e 60. Ficou conhecida pela sua personalidade, livre de convenções sociais, vigorosa e polémica, que se reflecte na sua escrita. A sua obra está traduzida em várias línguas.
  
 
O Poema
 
O poema não é o canto
que do grilo para a rosa cresce.
O poema é o grilo
é a rosa
e é aquilo que cresce.
 
É o pensamento que exclui
uma determinação
na fonte donde ele flui
e naquilo que descreve.
O poema é o que no homem
para lá do homem se atreve.
 
Os acontecimentos são pedras
e a poesia transcendê-las
na já longínqua noção
de descrevê-las.
 
E essa própria noção é só
uma saudade que se desvanece
na poesia. Pura intenção
de cantar o que não conhece.
 
in
"Poemas (1955) - Natália Correia

quinta-feira, março 15, 2018

David Cronenberg, o mestre do terror, faz hoje 75 anos

David Paul Cronenberg(Toronto, Ontario, March 15, 1943) is a Canadian director, screenwriter and actor. He is one of the principal originators of what is commonly known as the body horror genre, with his films exploring visceral bodily transformation, infection, and the intertwining of the psychological with the physical. In the first half of his career, he explored these themes mostly through horror and science fiction films such as Scanners (1981) and Videodrome (1983), although his work has since expanded beyond these genres.
Cronenberg's films have polarized audiences and critics alike; he has earned critical acclaim and has sparked controversy for his depictions of gore and violence. The Village Voice called him "the most audacious and challenging narrative director in the English-speaking world". His films have won numerous awards, including the Jury Prize at the Cannes Film Festival for his film Crash (1996).
 

Sérgio Vieira de Mello nasceu há setenta anos

Sérgio Vieira de Mello (Rio de Janeiro, 15 de março de 1948 - Bagdad, 19 de agosto de 2003) foi um brasileiro funcionário da Organização das Nações Unidas (ONU) durante 34 anos e Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos desde 2002. Morreu em Bagdad, juntamente com outras 21 pessoas, vítima de um atentado a bomba contra a sede local da ONU. A organização extremista Al Qaeda assumiu a responsabilidade pelo ocorrido e afirmou que Mello era o alvo principal do ataque.
(...) 
Em 1996 foi nomeado assistente do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, antes de ser enviado para Nova Iorque, em janeiro de 1998, como Secretário-geral-adjunto para Assuntos Humanitários das Nações Unidas.
Para muitos, o brasileiro era a personificação do que a ONU poderia e deveria ser: com uma disposição fora do comum para ir ao campo de ação, corajoso, carismático, flexível, pragmático e muito eficiente na negociação com governos corruptos e ditadores sanguinários, em busca da paz.
O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, afirmava que Vieira de Mello era "a pessoa certa para resolver qualquer problema". Foi o primeiro brasileiro a atingir o alto escalão da ONU. Como negociador da ONU atuou em alguns dos principais conflitos mundiais - Bangladesh, Camboja, Líbano, Bósnia e Herzegovina, Kosovo, Ruanda e Timor-Leste, entre 1999 e 2002, quando se mostraria inflexível nas denúncias dos crimes indonésios.
Em maio de 2003, foi enviado como representante oficial do Secretário-geral das Nações Unidas para o Iraque, país que estava mergulhado num sangrento conflito. Em julho daquele ano, Sérgio fez parte de uma equipe que vistoriou a Prisão de Abu Ghraib antes do local ser reformado.
Foi na capital iraquiana, Bagdad, que acabou sendo morto em 2003 durante o ataque suicida ao Hotel Canal, com a explosão provocada por um camião-bomba. O hotel era usado como sede da ONU em Bagdad havia mais de uma década. Além dos 22 mortos, cerca de 150 pessoas ficaram feridas no ataque - o mais violento realizado contra uma missão civil das Nações Unidas até então. Abu Musab Zarqawi, chefe da organização terrorista Al Qaeda, assumiu a responsabilidade pelo atentado. Segundo os autores do ataque, Mello foi assassinado pois ele era um "cruzado" que teria ajudado a retirar uma parte (Timor-Leste) do país muçulmano que é a Indonésia. O atentado provocou a retirada dos funcionários estrangeiros da ONU do território iraquiano.

O pintor Salvator Rosa morreu há 345 anos

 
Salvator Rosa (Arenella, Nápoles, 20 de junho de 1615 - Roma, 15 de março de 1673) foi um pintor, poeta, ator e músico italiano do período barroco.
Estudou pintura em Nápoles, sob a influência do pintor e gravurista espanhol José de Ribera. Em Florença, Rosa dispôs do financiamento do cardeal Giovanni Carlo de' Medici e transformou a sua própria casa num círculo artístico, literário e musical conhecido como Accademia dei Percossi.

O astrónomo Lacaille nasceu há 305 anos

Abbé Nicolas-Louis de La Caille, comumente chamado de Lacaille (Rumigny, 15 de março de 1713 - 21 de março de 1762), foi um astrónomo francês, conhecido principalmente pelo seu trabalho de catalogação de estrelas (cerca de 10.000) e por ter nomeado 14 constelações das 88 atuais. Calculou e colocou em tabela uma lista de eclipses para 1.800 anos.

Biografia 
Lacaille estudou Teologia, Matemática e Astronomia no College de Lisieux em París. No ano de 1739 foi ajudante de Cassini na determinação do meridiano de Paris e em 1741 foi eleito membro da Academia de París. Durante os anos de 1750-1754 dedicou-se a estudar as estrelas e constelações do hemisfério austral, com este intuito viajou até ao Cabo da Boa Esperança na parte mais austral do continente africano. Com base nestas observações publicou o Coelum Australe Stelliferum, a sua obra mais importante.

O médico inglês John Snow nasceu há 205 anos

John Snow (York15 de março de 1813 – Londres16 de junho de 1858) foi um médico inglês, considerado pai da epidemiologia moderna. Em 1853 receberia o título de sir, após ter anestesiado a rainha Vitória no parto sem dor do seu oitavo filho, Leopoldo de Albany, facto que ajudou a divulgar a técnica entre os médicos da época.
Demonstrou que o cólera era causado pelo consumo de águas contaminadas com matérias fecais, ao comprovar que os casos dessa doença se agrupavam nas zonas onde a água consumida estava contaminada com fezes, na cidade de Londres, no ano de 1854. Nesse ano cartografou num mapa do distrito do Soho os poços de água, localizando como culpado o poço existente em Broad Street, em pleno coração da epidemia. Snow recomendou à comunidade fecha-lo, com o que foram diminuindo os casos da doença. Este episódio é considerado como um dos exemplos mais precoces no uso do método geográfico para a descrição de casos de uma epidemia.

Bret Michaels - 55 anos!

Bret Michael Sychak, mais conhecido como Bret Michaels, (Butler, Pensilvânia, 15 de março de 1963) é um cantor de hard rock, popular por fazer parte da banda Poison; também é um aclamado cantor, especialmente do género Glam Metal, o qual a banda Poison popularizou, mas o seu trabalho a solo tem  blues e country combinados com Heavy Metal.
É considerado o 40º dos "100 melhores vocalistas do Heavy Metal" superando muitos cantores excelentes e já vendeu mais de 35 milhões de cópias com os Poison. A sua carreira solo começou em 1998 e também esteve bem no álbum que lançou em 2008 intitulado "Rock My World". Em 2010 lançou o seu novo álbum "Custom Built", com músicas novas e outras pré-gravadas, mas fez novas versões.
Era conhecido pelo alcunha de "Bad Boy", devido ao facto de possuir diabetes e, antes dos shows do Poison, injetar em si mesmo a insulina, confundindo os media, que declaravam que ele usava drogas.
 

O poeta renascentista Sá de Miranda morreu há 460 anos

Francisco de Sá de Miranda (Coimbra, 28 de agosto de 1481 - Amares, 15 de março de 1558) foi um poeta português, introdutor do soneto e do Dolce Stil Nuovo na nossa língua.
Francisco de Sá de Miranda nasceu em Coimbra: possivelmente em 28 de agosto de 1481 (data em que D. João II subiu ao trono, dizem os biógrafos). Outros autores apontam para a data de "27 de outubro de 1495". Meio-irmão de Mem de Sá, era filho de Gonçalo Mendes de Sá, cónego da Sé de Coimbra e de Inês de Melo, solteira, nobre, e neto paterno de João Gonçalves de Crescente, cavaleiro fidalgo da Casa Real, e de sua mulher Filipa de Sá que viveram em São Salvador do Campo em (Barcelos) e em Coimbra, no episcopado de D. João Galvão. Estudou Gramática, Retórica e Humanidades na Escola de Santa Cruz. Frequentou depois a Universidade, ao tempo estabelecida em Lisboa, onde fez o curso de Leis alcançando o grau de doutor em Direito, passando de aluno aplicado a professor considerado e frequentando a Corte até 1521, datando-se de então a sua amizade com Bernardim Ribeiro, para o Paço, compôs cantigas, vilancetes e esparsas, ao gosto dos poetas do século XV. O Cancioneiro Geral de Garcia de Resende, impresso em 1516, publica treze poesias do Doutor Francisco de Sá. Os seus versos, à maneira dos trovadores da época, já revelam o carácter do homem e a vivacidade e cultura do seu espírito. Sá de Miranda começou imitando os poetas do Cancioneiro General de Hernan Castillo, impresso em 1511, glosando, em castelhano, os motes ou cantigas de Jorge Manrique e de Garcia Sanchez. Nunca abandonou as formas tradicionais da redondilha, antes e depois de conhecer e aceitar a escola italiana, e de introduzir em Portugal o verso decassílabo.
  
(...)
  
Influenciou decisivamente escritores seus contemporâneos e posteriores, como António Ferreira, Diogo Bernardes, Pero Andrade de Caminha, Luís de Camões, D. Francisco Manuel de Melo ou ainda, mais recentemente, Jorge de Sena, Gastão Cruz e Ruy Belo, entre outros, manifestando alguns textos destes autores nítida intertextualidade com textos mirandinos, sobretudo com o tão conhecido soneto «O Sol é grande, caem co'a calma as aves».
 

O Sol é Grande

O sol é grande, caem co’a calma as aves,
do tempo em tal sazão, que sói ser fria;
esta água que d’alto cai acordar-m’-ia
do sono não, mas de cuidados graves.

Ó cousas, todas vãs, todas mudaves,
qual é tal coração qu’em vós confia?
Passam os tempos vai dia trás dia,
incertos muito mais que ao vento as naves.

Eu vira já aqui sombras, vira flores,
vi tantas águas, vi tanta verdura,
as aves todas cantavam d’amores.

Tudo é seco e mudo; e, de mestura,
também mudando-m’eu fiz doutras cores:
e tudo o mais renova, isto é sem cura!

Tim Maia morreu há vinte anos...

Tim Maia, nome artístico de Sebastião Rodrigues Maia (Rio de Janeiro, 28 de setembro de 1942 - Niterói, 15 de março de 1998), foi um cantor, compositor, maestro, produtor musical, instrumentista e empresário brasileiro, responsável pela introdução do estilo soul na música popular brasileira e reconhecido mundialmente como um dos maiores ícones da música no Brasil. As suas músicas eram marcadas pela rouquidão da sua voz, sempre grave e carregada, conquistando o público e consagrando muitos sucessos.
 
(...)
 
Em 8 março de 1998, enquanto gravava um show para a televisão no Teatro Municipal de Niterói, Tim Maia se sentiu mal e foi internado com crise hipertensiva e edema pulmonar. Um quadro grave de infecção desenvolveu-se nos dias seguintes e acabou morrendo, com 55 anos, em 15 de março daquele ano, causando grande comoção no Rio de Janeiro e em todo o Brasil.
   
  

quarta-feira, março 14, 2018

O pintor suiço Ferdinand Hodler nasceu há 165 anos

Self-portrait, 1916

Ferdinand Hodler (Bern, March 14, 1853 – Geneva, May 19, 1918) was one of the best-known Swiss painters of the nineteenth century. His early works were portraits, landscapes, and genre paintings in a realistic style. Later, he adopted a personal form of symbolism he called "parallelism".
 
 Woodcutter, 1910
 

Celeste Rodrigues faz hoje 95 anos...

Maria Celeste Rebordão Rodrigues, celebrizada como Celeste Rodrigues (Alpedrinha, Fundão, 14 de março de 1923) é uma fadista portuguesa, irmã mais nova de Amália Rodrigues.
 
 

O naturalista e divulgador científico Félix Rodríguez de la Fuente nasceu há noventa anos

Félix Samuel Rodríguez de la Fuente (Poza de la Sal, Burgos; 14 de marzo de 1928-Shaktoolik, Alaska; 14 de marzo de 1980) fue un naturalista y divulgador ambientalista español, defensor de la naturaleza, y realizador de documentales para radio y televisión, destacando entre ellos la exitosa e influyente serie El hombre y la Tierra (1974-1980). Licenciado en medicina por la Universidad de Valladolid y autodidacta en biología, fue un personaje polifacético de gran carisma cuya influencia ha perdurado a pesar del paso de los años.​ Su saber abarcó campos como la cetrería y la etología, destacando en el estudio y convivencia con lobos. Casado con Marcelle Geneviève Parmentier Lepied.
Ejerció además como expedicionario, guía de safaris fotográficos en África, conferenciante y escritor. Contribuyó en gran medida a la concienciación ecológica de España en una época en la que el país todavía no contaba con un movimiento de defensa de la naturaleza. Su repercusión no fue solo a nivel nacional sino también internacional y se calcula que sus series de televisión, emitidas en numerosos países y plenamente vigentes hoy en día, han sido vistas por varios cientos de millones de personas. Murió en Alaska, Estados Unidos, junto con dos colaboradores y el piloto al accidentarse la aeronave que los transportaba mientras hacían una filmación aérea para uno de sus documentales.

O astronauta Frank Borman faz hoje noventa anos

Frank Frederick Borman II (Gary, 14 de março de 1928) foi o astronauta norte-americano que comandou a primeira circum-navegação da Lua a bordo da missão Apollo VIII, em dezembro de 1968.
Nascido na pequena cidade de Gary, no estado de Indiana, EUA, Borman sofria de graves problemas de sinusite na infância, o que fez com que a sua família se mudasse para Tucson, no Arizona, onde cresceu e tomou contacto com a aviação aos 15 anos de idade.
Graduado pela Academia Militar de West Point em 1950,  tornou-se piloto de caça e de testes da Força Aérea, até entrar para a NASA no segundo grupo de astronautas selecionado pela agência, em 1962.


NASA
A sua primeira missão no espaço foi no comando da nave Gemini VII, em 1965, juntamente com o astronauta James Lovell, que realizou o primeiro encontro entre duas naves em órbita, com a Gemini VI, ficando em órbita 14 dias, o mais longo período no espaço de uma missão Gemini.
Em dezembro de 1968 realizou o voo pelo qual seria mais conhecido, no comando da Apollo VIII, em direção à Lua, a primeira missão tripulada a circum-navegar o nosso satélite, mostrando que a NASA era capaz de construir um foguete em condições de levar missões tripuladas à Lua e pousar nesta.
No dia de Natal, durante a transmissão de televisão desde a órbita lunar, Borman leu passagens do Livro do Génesis ao vivo, o que causou controvérsia entre a audiência pública, resultando na recomendação da NASA para que os astronautas se abstivessem de transmitir mensagens de fé pessoal durante as missões, motivo pelo qual Edwin Aldrin, um dos tripulantes da futura Apollo XI, comungaria sozinho e em silêncio dentro do Módulo Eagle, na superfície lunar.
Com a reputação de ter sido um sério líder entre o grupo de astronautas da sua época, Frank Borman retirou-se da NASA em 1970, fazendo carreira executiva na companhia Eastern Airlines, chegando a comandar a empresa durante os anos 70 e 80.
Vive nos dias de hoje em Tucson, onde reconstrói e voa em diversos aviões antigos da II Guerra Mundial e da Guerra da Coreia.

Primeira imagem da Terra no horizonte lunar - foto tirada pela tripulação da Apollo VIII

Quincy Jones - 85 anos!

Quincy Delight Jones Jr. (Chicago, 14 de março de 1933) é um empresário, arranjador vocal e produtor musical norte-americano de bandas sonoras.
Durante 50 anos na indústria do entretenimento o trabalho de Jones foi indicado para 79 Grammy Award, sendo premiado com 27 destes, e um Grammy Legends Award em 1991. Ele é mais conhecido por ajudar o ícone cultural Michael Jackson a produzir o álbum Thriller, que viria a ser o álbum mais vendido de todos os tempos, e a canção "We Are the World".

Carreira
Nascido em Illinois, Jones descobriu a música na escola primária o que o levou a aprender trompete. Quando tinha 10 anos a sua família mudou para Bremerton, Washington, onde se tornou amigo do jovem Ray Charles, que mais tarde lhe ensinou braille. Os dois formaram um duo e tocaram em casamentos locais e em clubes de jazz.
Em 1951, com 18 anos, ganhou uma bolsa de estudos para a Schillinger House (agora conhecida como Berklee College of Music) em Boston. Contudo, abandonou os estudos quando recebeu uma oferta para viajar como trompetista com o lendário bandleader Lionel Hampton. Quando ainda viajava com Hampton, mostrou um jeito pouco comum para arranjar canções. Jones mudou-se para Nova York, onde recebeu vários pedidos de arranjos para artistas como Sarah Vaughan, Count Basie, Duke Ellington, Gene Krupa e o seu agora velho amigo Ray Charles.
Em 1956, Jones viajou novamente como trompetista e diretor musical da Dizzy Gillespie Band numa turnê pelo Oriente Médio e América do Sul patrocinada pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos. No retorno para os Estados Unidos obteve um contrato da ABC Paramount Records e iniciou a sua carreira de gravações como líder de sua própria banda.
Jones mudou-se para Paris em 1957. Estudou composição musical e teoria com Nadia Boulanger e Olivier Messiaen. Também tocou no no mítico Olympia. Jones foi diretor musical na Barclay Disques, o distribuidor francês da Mercury Records e durante os anos 50 Jones viajou muito pela Europa com várias orquestras de jazz. Formou a sua própria big band e organizou uma turnê pela América do Norte e Europa. Embora a turnê fosse um sucesso de crítica, um mau planeamento orçamental fez dela um desastre económico e levou Jones a uma crise financeira. Irving Green, chefe da Mercury Records, trouxe Jones de volta com um empréstimo e um novo trabalho como diretor musical da divisão da companhia em Nova York. Em 1964, Jones foi promovido a vice-presidente da companhia, se tornando assim o primeiro afro-americano a ocupar tal cargo. O ano de 1964 também viu Jones derrubar outra barreira social: a convite do diretor Sidney Lumet ele compôs a primeira de suas 33 maiores bandas sonoras. O resultado foi a lendária banda sonora de The Pawnbroker.
Com Hollywood acenando, Jones rescindiu com a Mercury Records e mudou-se para Los Angeles para compor bandas sonoras a tempo integral. Algumas das suas composições mais célebres foram para os filmes: Walk, Don't Run, In Cold Blood, In the Heat of the Night, Bob and Carol and Ted and Alice, Cactus Flower, Italian Job, The Getaway e A Cor Púrpura. Também compôs para televisão, incluindo os shows Ironside, Sanford and Son e The Cosby Show, assim como a música-tema de The New Bill Cosby Show chamada "Chump Change", que mais tarde foi usada como tema do show de jogos de Mark Goodson-Bill Todman chamado Now You See It.
Nos anos 60, Jones trabalhou como arranjador para alguns dos mais importantes artistas da era, incluindo Miles Davis, Frank Sinatra, Ella Fitzgerald, Peggy Lee, e Dinah Washington. As gravações a solo de Jones também foram aclamadas, incluindo Walking in Space, Gula Materi, Smackwater Jack and Ndeda, You've Got It Bad, Girl, Body Heat, Mellow Madness, I Heard That e The Dude.
  
Parceria lendária com Michael Jackson
Enquanto trabalhava no filme The Wiz, Jones conheceu Michael Jackson, que lhe pediu conselhos sobre qual produtor Quincy indicaria para trabalhar com ele no seu próximo álbum na carreira a solo.
Surpreendentemente, o nome que Quincy indicou foi o seu próprio. Formou-se ali a dupla de maior sucesso do mundo da música. O primeiro disco de Jackson com colaboração de Quincy, Off the Wall (1979), vendeu 40 milhões de cópias, tornando-se um dos mais aclamados discos de música negra do século XX. O trabalho seguinte, Thriller (1982), alcançou um sucesso sem precedentes, vendendo 100 milhões de cópias e tornou-se o álbum mais vendido de todos os tempos. Jones também trabalhou no terceiro álbum a solo de Jackson, intitulado Bad (1987), que vendeu 30 milhões de cópias mundialmente e que ficou durante algum tempo como o segundo álbum mais vendido da história.
Após Bad, Michael e Jones se separaram. Em uma entrevista de 2002, quando perguntado se trabalharia de novo com Jones, respondeu, "a porta estará sempre aberta". Após a cerimónia de 1984 do Grammy Awards, Jones usou a sua influência junto de Jackson para reunir os maiores artistas americanos em um estúdio para gravar a legendária canção We Are The World para angariar fundos para as vítimas da fome na Etiópia. Quando as pessoas se espantaram com a sua habilidade para fazer com que todos trabalhassem unidos, Jones explicou que ele apenas deixou uma placa na porta dizendo: "Deixe seu ego na porta".

Pós-Michael Jackson
Em 1993, Jones colaborou com David Saltzman para produzir o extravagante concerto An American Reunion, uma celebração da início do mandato de Bill Clinton como presidente dos Estados Unidos. Saltzman e Jones decidiram unir as suas consideráveis forças e formar a companhia Quincy Jones/David Saltzman Entertainment (QDE) com a Time Warner Inc.. QDE é uma companhia que produz tecnologia de media, filmes, programas para a televisão (The Fresh Prince of Bel Air, inclusive é o próprio Quincy Jones que dirige o taxi na abertura do programa) e publicações literárias (as revistas Vibe e Spin).
Em 2001 publicou a sua autobiografia Q: The Autobiography of Quincy Jones.
No mesmo ano, a sua fundação, a Quincy Jones Listen Up Foundation, construiu mais de 100 casas para a fundação Nelson Mandela na África do Sul.
Em 2004, ao lado de Carlos Santana, Alicia Keys, Oprah Winfrey, Angelina Jolie, Fher (de Mana), Evander Holyfield, Chris Tucker, e vários outros músicos, celebridades, dignitários, e políticos, produziu o concerto "WE Are The Future" para uma audiência de mais de meio milhão de pessoas em Roma, Itália. O concerto angariou fundos para a fundação Quincy Jones Listen Up Foundation.
Em 2013 foi devidamente homenageado, introduzido, com um belo discurso de Oprah Winfrey, no Rock and Roll Hall of Fame.

Ativismo social
O ativismo social de Quincy Jones começou nos anos 60 com o apoio do Dr. Martin Luther King Jr. Jones é um dos fundadores do Instituto para a Música Negra Americana (IBAM) cujos eventos buscam obter fundos para a criação de uma biblioteca nacional de arte e música afro-americana. Também é um dos fundadores do Black Arts Festival (Festival de Artes Negras) na sua cidade natal,  Chicago. Durante muitos anos tem trabalhado ao lado de Bono, dos U2, em vários trabalhos filantrópicos. Ele é o fundador da Quincy Jones Listen Up Foundation, uma fundação que dá aos jovens acesso à tecnologia, educação, cultura e música. Um dos programas da organização é um intercâmbio intercultural entre os jovens carentes de Los Angeles e da África do Sul. Jones apoia vários associações sociais incluindo o NAACP, GLAAD, Jogos da Paz e AmFAR.

Música Brasileira 
Grande pesquisador, incentivador e observador de todas manifestações musicais de qualidade, Jones é um grande admirador da música brasileira. Entre os seus artistas favoritos figuram Simone, a qual cita como "uma das maiores cantoras do mundo", Milton Nascimento, Gilson Peranzzetta, Ivan Lins, entre outros da bossa nova.

Michael Caine - 85 anos

Michael Caine, nascido Maurice Joseph Micklewhite (Londres, 14 de março de 1933), é um premiado ator e produtor de cinema britânico, duas vezes vencedor do Óscar da Academia para Melhor Ator Coadjuvante (pelas suas atuações em Hannah and Her Sisters e The Cider House Rules).
Michael Caine serviu no Exército Britânico na Guerra da Coreia, nos anos cinquenta. Estreou no cinema com o filme A Hill in Korea, de 1956, no qual interpreta um cabo do exército britânico. O seu primeiro papel de destaque no cinema foi no filme Zulu, de 1964, dirigido por Cy Endfield. Caine ficou popular numa série de filmes realizados nos anos sessenta, no auge da Guerra Fria, nos quais interpretou um espião inteligente e racional chamado Harry Palmer.
Caine foi nomeado para cinco Óscars, sendo ele e Jack Nicholson são os únicos atores a terem sido nomeados para um Óscar de atuação em cada uma das últimas cinco décadas (situação em 2007). Além deste, outro feito de Caine é estar presente em mais de cem filmes ao longo da sua carreira.
  

O ator Billy Crystal faz hoje setenta anos

William "Billy" Edward Crystal (Nova Iorque, 14 de março de 1948) é um ator, escritor, produtor e diretor norte-americano.
Os seus pais são judeus-americanos e chamam-se Jack e Helen. Jack Crystal, o seu pai, trabalhava no Commodore Music Shop.
Crystal entrou na Universidade de Marshall em Huntington, Virgínia Ocidental com uma bolsa de estudos como atleta de baseball, jogo que aprendeu com o seu pai. Contudo, ele nunca jogou em Marshall e a bolsa foi suspensa no seu primeiro ano. Crystal, então, retornou para Nova Iorque com a sua futura esposa, Janice Goldfinger, com quem teve duas filhas. Estudou direção de cinema e televisão na Universidade de Nova Iorque.
Billy Crystal já apresentou nove vezes a entrega dos Óscares e possui uma estrela na Calçada da Fama, localizada em 6925 Hollywood Boulevard.