segunda-feira, novembro 11, 2019

O jovem Rei D. Pedro V morreu há 158 anos

D. Pedro V de Portugal (de nome completo: Pedro de Alcântara Maria Fernando Miguel Rafael Gonzaga Xavier João António Leopoldo Victor Francisco de Assis Júlio Amélio de Saxe-Coburgo-Gotha e Bragança; Lisboa, 16 de setembro de 1837 - Lisboa, 11 de novembro de 1861), cognominado O Esperançoso, O Bem-Amado ou O Muito Amado, foi Rei de Portugal de 1853 a 1861. Filho mais velho da Rainha D. Maria II e do seu consorte, o Rei D. Fernando II, era sobrinho do Imperador do Brasil D. Pedro II, irmão mais novo da sua mãe.
  
Bandeira pessoal de D. Pedro V
   

A Grande Guerra acabou há 101 anos

O Armistício de Compiègne foi um tratado assinado a 11 de novembro de 1918 entre os Aliados e a Alemanha, dentro de um vagão-restaurante, na floresta de Compiègne, com o objetivo de encerrar as hostilidades na frente ocidental da Primeira Guerra Mundial. Os principais signatários foram o Marechal Ferdinand Foch, comandante-em-chefe das forças da Tríplice Entente, e Matthias Erzberger, representante alemão.
Seguiu-se ao armistício o tratado de paz de Versalhes, celebrado em 1919, segundo o qual, a Alemanha, derrotada, era obrigada a:
  • reduzir as suas tropas a metade;
  • pagar pesadas indemnizações aos países vencedores;
  • ceder todas as suas colónias;
  • restituir a Alsácia-Lorena à França.
   
   
Poppies are laid on the Tomb of the Unknown Soldier on Remembrance Day in Ottawa
  
Remembrance Day (also known as Poppy Day) is a memorial day observed in Commonwealth of Nations member states since the end of the First World War to remember the members of their armed forces who have died in the line of duty. The day, specifically designated by King George V on 7 November 1919, or alternative dates, are also recognised as special days for war remembrances in many non-Commonwealth countries. Remembrance Day is observed on 11 November to recall the end of hostilities of World War I on that date in 1918. Hostilities formally ended "at the 11th hour of the 11th day of the 11th month", in accordance with the armistice signed by representatives of Germany and the Entente between 5:12 and 5:20 that morning. ("At the 11th hour" refers to the passing of the 11th hour, or 11:00 am.) The First World War officially ended with the signing of the Treaty of Versailles on 28 June 1919.
The memorial evolved out of Armistice Day, which continues to be marked on the same date. The initial Armistice Day was observed at Buckingham Palace, commencing with King George V hosting a "Banquet in Honour of the President of the French Republic" during the evening hours of 10 November 1919. The first official Armistice Day was subsequently held on the grounds of Buckingham Palace the following morning.
The red remembrance poppy has become a familiar emblem of Remembrance Day due to the poem In Flanders Fields. These poppies bloomed across some of the worst battlefields of Flanders in World War I; their brilliant red colour became a symbol for the blood spilled in the war.
  
    

Yasser Arafat morreu, de forma suspeita, há quinze anos

Yasser Arafat (Cairo, 24 de agosto de 1929 - Clamart, 11 de novembro de 2004) foi o líder da Autoridade Palestiniana, presidente (desde 1969) da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), líder da Fatah, a maior das fações da OLP, e co-detentor do Nobel da Paz.
     
Biografia
Nascido Mohammed Abdel Rahman Abdel Raouf Arafat al-Qudwa al-Husseini, também conhecido como Abu Ammar, Arafat foi um dos sete filhos de um comerciante. O estabelecimento da data e local de nascimento de Arafat são controversos. O seu registo de nascimento indica que ele nasceu no Cairo, Egipto, a 24 de agosto de 1929. No entanto, alguns ainda tomam por verdadeira a afirmação de Arafat de que nasceu em Jerusalém a 4 de agosto de 1929.
A descoberta do seu certificado de nascimento e outros documentos pela Universidade de Cairo puseram fim ao debate sobre o local de nascimento de Arafat (mesmo o seu biógrafo autorizado, Alan Hart, admite agora que ele nasceu no Cairo).
Nascido Mohammed Abdel Rahman Abdel Raouf Arafat Al Qudwa Al Husseini, "Mohammed Abdel Rahman" era o seu nome próprio; "Abdel Raouf" era o nome do seu pai; Arafat era o nome do seu avô; Al Qudua o nome da família e Al Husseini o nome do clã a que todos os Al Quduas pertenciam, conforme explica seu biógrafo palestiniano árabe, Said K. Aburish. Foi afirmado que ele era um parente do clã Husseini, de Jerusalém, por parte da sua mãe (uma Abul Saoud), o que parece ser falso, uma vez que a pertença ao clã Husseini parece vir do lado do seu pai. Aburish explica que Arafat "não tinha parentesco com os verdadeiros Husseini, os notáveis de Jerusalém" (Ibid, p. 9) e explica que "o jovem Arafat pretendeu estabelecer as suas credenciais palestinianas e promover a sua ambição à liderança... e não se podia permitir admitir quaisquer factos que pudessem reduzir a sua identidade palestiniana. ...Arafat perpetuou insistentemente a lenda de que ele nascera em Jerusalém e que era um parente do importante clã Husseini daquela cidade." (ibidem, pp. 8)
Arafat viveu a maior parte da sua infância no Cairo, com a exceção de quatro anos (após a morte de sua mãe, entre os seus 5 e 9 anos) em que viveu com o seu tio em Jerusalém.
Ele frequentou a Universidade do Cairo, onde se formou como engenheiro civil. Nos seus tempos de estudante, aderiu à Irmandade Muçulmana e à associação de estudantes, da qual foi presidente entre1952 e 1956.
Ainda durante a sua estadia no Cairo, Arafat desenvolveu uma relação próxima com Haj Amin Al-Husseini, também conhecido como o Mufti de Jerusalém.
Em 1956 ele serviu ao exército egípcio durante a Crise do Suez. No Congresso Nacional Palestiniano, no Cairo, em 3 de fevereiro de 1969, Arafat foi nomeado líder da Organização para a Libertação da Palestina (OLP).
Arafat casou-se já nos seus anos mais tardios com uma palestiniana cristã. A sua esposa, Suha Arafat, deu à luz uma criança do sexo feminino (Zahwa). A sua esposa e filha vivem actualmente em Paris e Suha Arafat tornou-se recentemente cidadã francesa.
Arafat era muito requisitado pelos media internacionais para entrevistas. Numa delas (para a veterana jornalista da CNN Christiane Amanpour), ele perdeu o controle e deixou a cena, nitidamente irado com as perguntas da jornalista. Esse facto deu primeiras páginas no mundo todo.
    
A criação da Fatah 
Após a Crise de Suez, em 1956, o presidente egípcio Gamal Abdel Nasser, líder do Movimento de Oficiais Livres, concordou em permitir que a Força de Emergência das Nações Unidas de estabelecer-se na Península do Sinai e na Faixa de Gaza, causando a expulsão de todas as forças da guerrilha ("fedayeen") incluindo Arafat. Ele originalmente tentou obter um visto para o Canadá e, posteriormente, para Arábia Saudita, mas não teve sucesso em ambas as tentativas.
Em 1957, ele pediu um visto para o Kuwait (na época um protetorado britânico) e foi aprovado com base em seu trabalho em engenharia civil. Lá ele encontrou dois amigos palestinos: Salah Khalaf ("Abu Iyad") e Khalil al-Wazir ("Abu Jihad"), ambos membros oficiais da Irmandade Muçulmana egípcia. Arafat tinha encontrado Abu Iyad, enquanto frequentava a Universidade de Cairo e Abu Jihad em Gaza. Ambos se tornaram principais assessores de Arafat na política futura. Abu Iyad viajou com Arafat para o Kuwait, no final de 1960; Abu Jihad, atuando também como professor, já tinha vivido lá desde 1959.
Após se acomodar no Kuwait, Abu Iyad ajudou Arafat a obter um emprego temporário como professor.Arafat e os outros gradualmente fundaram o grupo que ficou conhecido como o Fatah. A data exata para o estabelecimento é desconhecida. No entanto, em 1959, a existência do grupo foi atestada nas páginas de uma revista nacionalista palestiniana, Filastununa Nida al-Hayat (Nossa Palestina, The Call of Life), que era escrita e editada por Abu Jihad.
Fatah dedicou-se à libertação da Palestina por uma luta armada realizada pelos próprios palestinianos. Isso a diferenciava de outras organizações políticas e de guerrilha palestinianos, a maioria dos quais acreditavam firmemente em uma resposta unida dos países Árabes. A organização de Arafat nunca abraçou as ideologias dos principais governos árabes da época, em contraste com outras facções palestinianas, que muitas vezes se tornaram satélites de países como Egito, Iraque, Arábia Saudita, Síria e outros.
  
Jordânia 
Depois da guerra dos seis dias (1967), Arafat e a Fatah passam a actuar a partir da Jordânia, lançando ataques contra Israel a partir do outro lado da fronteira e regressando à Jordânia antes que os israelitas pudessem reagir.
Em 1968 a Fatah foi um alvo de um ataque israelita à vila jordana de Karameh, no qual 150 guerrilheiros palestinianos e 29 soldados israelitas foram mortos, sobretudo por forças armadas jordanas. Apesar do falhanço no terreno, a batalha foi considerada pelos árabes como uma montra para a acção da Fatah, porque os israelitas se retiraram e o perfil de Arafat e da Fatah cresceram. Nos finais da década de 1960 a Fatah passou a dominar a OLP e em 1969 Arafat foi nomeado presidente da OLP, substituindo Ahmed Shukairy, originalmente nomeado pela Liga Árabe.
Arafat tornou-se chefe do Estado Maior das Forças Revolucionárias Palestinianas dois anos mais tarde e em 1973 o líder político da OLP.
No seguimento da ambição da OLP em transformar a Jordânia num estado palestiniano (com o patrocínio da União Soviética), crescem neste tempo as tensões entre Palestinianos e o Governo da Jordânia, o que culminaria com o sequestro (e subsequente destruição) de quatro aviões pela OLP e na Guerra Civil Jordana de 1970-1971 (em particular com os eventos do Setembro Negro).
Neste conflito, a monarquia jordana, com a ajuda de Israel, derrotou a OLP e a Síria, que se preparava para invadir a Jordânia em apoio da OLP.
  
Líbano 
Depois desta derrota, Arafat transferiu-se juntamente com a OLP da Jordânia para o Líbano. Dada a fraqueza do governo central libanês, a OLP conseguia operar virtualmente como um estado independente (chamado "Fatahland" pelos israelitas).
A OLP começou então a usar este novo território para lançar ataques de artilharia e atentados contra civis israelitas, a exemplo do Massacre do liceu de Maalot de 1974.
Em Setembro de 1972 o grupo Setembro Negro, que é geralmente descrito como uma fachada operacional usada pelo grupo Fatah de Arafat, raptou 11 atletas de Israel durante os Jogos Olímpicos. O grupo executou dois atletas, e na tentativa de mover os restantes, um tiroteio com a polícia resultou na morte de todos os atletas, um agente policial alemão e cinco membros do grupo Setembro Negro, no que ficou conhecido como o Massacre de Munique. A condenação internacional do ataque fez com que Arafat se distanciasse publicamente de actos similares no futuro; em 1974 Arafat ordenou que a OLP se abstivesse de actos de violência fora de Israel, da Cisjordânia e da Faixa de Gaza. No mesmo ano, Arafat tornou-se o primeiro representante de uma organização não governamental a discursar numa sessão plenária de uma Assembleia Geral das Nações Unidas.
Em 1974, líderes de estados árabes declararam a OLP como o único representante legítimo de todos os palestinianos. A OLP foi admitida como membro de plenos direitos na Liga Árabe em 1976.
As operações da OLP no Líbano não receberam uma grande cobertura na imprensa. No entanto é certo que a OLP desempenhou um papel importante na tragédia da Guerra Civil Libanesa, e como cristãos libaneses alegam, Arafat e a OLP foram responsáveis pelas mortes de dezenas de milhares do seu povo.
Esta situação levou a que Israel se tenha aliado com os cristãos libaneses e conduzido duas grandes operações militares no Líbano, a primeira sendo a Operação Litani (1978), na qual uma estreita faixa terrestre (a zona de segurança) foi capturada e dominada conjuntamente pelas Forças de Defesa de Israel e o exército sul-libanês. A segunda foi a Operação Paz para a Galileia (1982), na qual Israel ocupou a maior parte do sul do Líbano, tendo recuado de volta à zona de segurança em 1985. Foi durante a segunda destas operações que os guerrilheiros da OLP foram pressionados a abandonar o Líbano. Ao mesmo tempo, entre 800 e 3500 palestinianos, na sua maioria civis, foram mortos pelas milícias cristãs libanesas no Massacre de Sabra e Shatila num campo de refugiados, uma medida de retaliação pelo assassinato do líder cristão-libanês Bachir Gemayel.
A fraca cobertura internacional da guerra civil libanesa, uma guerra que teve início pouco depois da chegada de Arafat ao Líbano e que fez mais de 40 mil mortos, é contrastada pela grande publicidade do Massacre de Sabra e Chatila. Ariel Sharon, o líder militar das forças israelitas no terreno sofreu também internamente a contestação pelo massacre em que ele esteve indirectamente implicado e passou para o segundo plano político durante alguns anos.
  
Tunísia 
Em setembro de 1982, durante a invasão israelita e sob a influência americana, foi negociado um cessar-fogo o qual permitia a Arafat e à OLP a fuga do Líbano. Arafat e os seus guerrilheiros partiram de barco desde o Líbano para a Tunísia, que permaneceu o centro das operações de Arafat até 1993.
Durante a década de 1980, Arafat recebeu o apoio de Saddam Hussein, o ditador do Iraque, que lhe permitiu reanimar uma OLP seriamente abalada pela derrota militar. Este apoio veio em bom tempo, e coincidiu com o início da Primeira Intifada, que teve lugar em dezembro de 1987. Dentro de poucas semanas, Arafat estava no controlo dos motins (em contrário das suas afirmações de que o seu início tinha sido espontâneo), e foi sobretudo devido à acção das forças da Fatah na Cisjordânia que os distúrbios continuaram por tanto tempo.
A 15 de novembro de 1988, a OLP proclamou o "Estado da Palestina," um governo-no-exílio para os Palestinianos, nos termos da Resolução 181 da Assembleia Geral das Nações Unidas (a "oferta de partição de 1947"). Numa comunicação de 13 de dezembro de 1988, Arafat declarou aceitar a Resolução 242 do Conselho de Segurança das Nações Unidas, prometeu o futuro reconhecimento de Israel e renunciar ao terrorismo. A 2 de abril de 1989, Arafat foi eleito pelo Conselho Central do Conselho Nacional Palestino (o corpo governante da OLP) como presidente deste hipotético estado palestiniano.
O comunicado de 13 de dezembro foi ditado pela administração dos Estados Unidos, ansiosa por iniciar negociações políticas (os Acordo de Paz de Camp David definem o reconhecimento de Israel como um necessário ponto de partida); de qualquer forma, ele indica uma viragem do objectivo tradicional da OLP - a destruição de Israel (tal como na Declaração Nacional Palestiniana) - para o estabelecimento de duas entidades separadas, uma israelita dentro das fronteiras de 1967 e uma Palestiniana na Cisjordânia e na Faixa de Gaza.
Este desenvolvimento permitiu o início de um novo desenvolvimento político. Na conferência de Madrid de 1991, Israel conduziu negociações abertas com a OLP pela primeira vez.
No entanto, o relacionamento com o Iraque tornou-se um problema para Arafat durante a Guerra do Golfo de 1991. Ele foi o único líder árabe a tomar partido pelo Iraque antes da guerra; consequentemente, os Estados Unidos boicotaram-no, o que constituiu um impedimento nas negociações israelo-palestinianas, então em andamento.
   
Autoridade Palestiniana
No entanto, a crispação americana em breve se atenuou, levando aos Acordo de Paz de Oslo de 1993, que estipulavam a implementação da auto-administração Palestiniana na Cisjordânia e na Faixa de Gaza num período de cinco anos. No ano seguinte, numa decisão controversa, Arafat recebeu o Nobel da Paz, juntamente com Shimon Peres e Yitzhak Rabin. Em 1994, Arafat deslocou-se para a Autoridade Palestiniana (AP) - a entidade provisional criada pelos acordos de Oslo.
A 20 de janeiro de 1996, Arafat foi eleito presidente da AP, com uma maioria esmagadora de 87% (o único outro candidato sendo Samiha Khalil). Observadores independentes internacionais reportaram que as eleições decorreram de forma livre e justa. No entanto, alguns críticos alegam que porque a maioria dos movimentos de oposição não participaram nas eleições e outras irregularidades, as eleições não foram verdadeiramente democráticas.
Novas eleições estavam inicialmente anunciadas para janeiro de 2002, mas foram depois adiadas, alegadamente por causa da impossibilidade de fazer campanha devido a incursões militares israelitas e restrições da liberdade de movimento nos territórios ocupados.
Desde 1996, o título usado por Arafat como líder da Autoridade Palestiniana é a palavra árabe ra'is (cabeça) cuja tradução para o português é matéria de disputa. Documentos israelitas traduzem normalmente a palavra como "chairman", (presidente de conselho) enquanto documentos palestinianos traduzem-no como "presidente". Os Estados Unidos normalmente seguem a prática israelita, enquanto que as Nações Unidas normalmente seguem a prática palestiniana, que também é usada em Portugal.
Em meados de 1996, após a eleição de Benjamin Netanyahu como primeiro-ministro de Israel, as relações israelo-palestinianas tornaram-se mais hostis. Benjamin Netanyahu tentou obstruir a transição para o estado palestiniano delineada no acordo OLP-Israel. Em 1998, o presidente dos Estados Unidos Bill Clinton interveio, arranjando um encontro com os dois líderes. O resultante Memorandum de Wye River de 23 de outubro de 1998 detalhava os passos a tomar pelo governo israelita e pela OLP para completar o processo de paz.
Arafat continuou as negociações com o sucessor de Netanyahu, Ehud Barak. Em parte devido à sua própria política (Barak pertence ao partido trabalhista, enquanto que Netanyahu ao partido conservador Likud) e parcialmente devido à grande pressão colocada pelo Presidente Americano Bill Clinton, Barak ofereceu a Arafat um Estado palestiniano na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, com Jerusalém Leste como capital, um regresso de um número limitado de refugiados e uma compensação para os restantes, mas não estipulando sobre outros assuntos, vistos como vitais no processo. Numa manobra amplamente criticada, Arafat rejeitou a oferta de Barak, e não fez qualquer contra-oferta. Seguindo a uma visita altamente controversa de Ariel Sharon à área delimitada da Mesquita Al-Aqsa e a violência que se seguiu, a chamada Segunda Intifada Palestiniana (ou Al-Aqsa Intifada) (2000 até hoje) começou.
  
Morte controversa
Arafat, morreu no dia 11 de novembro de 2004, aos 75 anos, após treze dias internado no hospital militar de Percy, em Clamart, a sudoeste de Paris.
De acordo com Christian Estripeau, porta-voz do hospital, Arafat morreu por falência múltipla dos órgãos. No entanto, seu biógrafo, Amnon Kapeliouk, levantou a possibilidade de sua morte ter sido decorrente de anos de contínuo envenenamento, realizado pelos serviços secretos israelitas.
Em 3 de julho de 2012, foi divulgado pelo Instituto de Radiofísica do Hospital Universitário da Universidade de Lausanne, na Suíça, o resultado de um trabalho de nove meses de análises do material biológico encontrado em objetos de uso pessoal de Arafat (roupas, escova de dentes e keffiyeh). O relatório apontou a presença de altos níveis do isótopo de Polónio 210 no material coletado. Segundo a rede de televisão Al Jazeera, o resultado do estudo reforça a possibilidade de que Arafat tenha sido envenenado com material radioativo. Em 9 de julho, o presidente palestino Mahmoud Abbas aprovou pedido de exumação do corpo de Arafat, apresentado por Suha Arafat, para teste do nível de plutónio. O governo de Israel negou qualquer envolvimento com as recentes descobertas. A Justiça francesa, através do tribunal de Nanterre, decidiu iniciar uma investigação sobre a morte do líder palestino, depois que a viúva apresentou queixa de assassinato de seu marido, no final de julho.
Arafat, considerado como o mais importante líder palestino e tido, pelos israelitas, como um líder de intenções dúbias, não preparou um sucessor. Os testes realizados após a exumação de seu corpo mostraram um nível 20 vezes maior que o permitido para um ser humano normal de Polónio 210, reforçando a tese que o líder foi envenenado. Contudo, uma equipa russa que examinou o seu corpo afirmou que não havia nada de anormal com Arafat e que provavelmente não foi envenenado. O assunto continua controverso.
   
in Wikipédia

domingo, novembro 10, 2019

Miriam Makeba, a Mama Africa, morreu há onze anos...

Zenzile Miriam Makeba (Joanesburgo, 4 de março de 1932 - Castel Volturno, 10 de novembro de 2008) foi uma cantora sul-africana também conhecida como "Mama Africa" e grande ativista pelos direitos humanos e contra o apartheid na sua terra natal.
Makeba começou a carreira em grupos vocais nos anos 50, interpretando uma mistura de blues americanos e ritmos tradicionais da África do Sul. No fim da década, apesar de vender bastante discos no país, recebia muito pouco pelas gravações e nem um cêntimo de royalties, o que lhe despertou a vontade de emigrar para os Estados Unidos a fim de poder viver profissionalmente como cantora.
O seu momento decisivo aconteceu em 1960, quando participou no documentário antiapartheid Come Back, África, a cuja apresentação compareceu, no Festival de Veneza daquele ano. A recepção que teve na Europa e as condições que enfrentava na África do Sul fizeram com que Miriam resolvesse não regressar ao país, o que causou a anulação do seu passaporte sul-africano.
Foi então para Londres, onde se encontrou com o cantor e ator negro norte-americano Harry Belafonte, no auge do sucesso e prestígio e que seria o responsável pela entrada de Miriam no mercado americano. Através de Belafonte, também um grande ativista pelos direitos civis nos Estados Unidos, Miriam gravou vários discos de grande popularidade naquele país. A sua canção Pata Pata tornou-se um enorme sucesso mundial. Em 1966, os dois ganharam o Prémio Grammy na categoria de música folk, pelo disco An Evening with Belafonte/Makeba.
Em 1963, depois de um testemunho veemente sobre as condições dos negros na África do Sul, perante o Comité das Nações Unidas contra o Apartheid, os seus discos foram banidos do país pelo governo racista; o seu direito de regresso ao lar e a sua nacionalidade sul-africana foram retirados, tornando-se apátrida.
Os problemas nos Estados Unidos começaram em 1968, quando se casou com o ativista político Stokely Carmichael, um dos idealizadores do chamado Black Power e porta-voz dos Panteras Negras, levando ao cancelamento dos seus contratos de gravação e das suas digressões artísticas. Por este motivo, o casal mudou-se para a Guiné, onde se tornaram amigos do presidente Ahmed Sékou Touré. Nos anos 80, Makeba chegou a servir como delegada da Guiné junto da ONU, que lhe atribuiu o Prémio da Paz Dag Hammarskjöld. Separada de Carmichael em 1973, continuou a vender discos e a fazer espetáculos em África, América do Sul e Europa.
Em 1975, participou nas cerimónias da independência de Moçambique, onde lançou a canção "A Luta Continua" (slogan da Frelimo), apreciada até aos nossos dias.
A morte da sua única filha, em 1985, levou-a a mudar-se para a Bélgica, onde se estabeleceu. Dois anos depois, voltaria triunfalmente ao mercado norte-americano, participando no disco de Paul Simon Graceland e na digressão que se lhe seguiu.
Com o fim do apartheid e a revogação das respectivas leis, Miriam Makeba regressou finalmente à sua pátria em meados dos anos 90, a pedido do presidente Nelson Mandela, que a recebeu pessoalmente à chegada. Na África do Sul, participou em dois filmes de sucesso sobre a época do apartheid e do levantamento de Soweto, ocorrido em 1976.
Agraciada em 2001 com a Medalha de Ouro da Paz Otto Hahn, outorgada pela Associação da Alemanha nas Nações Unidas "por relevantes serviços pela paz e pelo entendimento mundial", Miriam continuou a fazer shows em todo mundo e anunciou uma digressão de despedida, com dezoito meses de duração.
Em 9 de novembro de 2008, apresentou-se num concerto a favor de Roberto Saviano, em Castel Volturno (Itália). No palco, sofreu um ataque cardíaco e morreu no hospital, na madrugada do dia 10 de novembro.
 
  

Ennio Morricone nasceu há 91 anos

Ennio Morricone (Roma, 10 de novembro de 1928), é um compositor, arranjador e maestro italiano. Ao longo da sua carreira foi responsável pela composição e arranjo de mais de 500 filmes e programas de televisão.
Morricone escreveu algumas das bandas sonoras mais conhecidas dos western spaghetti do cineasta Sergio Leone: Per un pugno di dollari (Por um Punhado de Dólares), de 1964, Per qualche dollaro in più (Por mais alguns dólares), de 1965, Il buono, il brutto, il cattivo (O Bom, o Mau e o Vilão), de 1966, e Once Upon a Time in the West (Era uma Vez no Oeste), de 1968. As suas composições mais recentes incluem as bandas sonoras de Once Upon a Time in America (Era uma vez na América), de 1984, The Mission (A Missão), de 1986, The Untouchables (Os Intocáveis), de 1987, Nuovo cinema Paradiso (Cinema Paradiso), de 1988, Lolita, de 1997, Malèna, de 2000, e Inglorious Basterds (Sacanas Sem Lei), de 2009.
   
 

Mário Viegas nasceu há 71 anos

(imagem daqui)
   
António Mário Lopes Pereira Viegas (Santarém, 10 de novembro de 1948 - Lisboa, 1 de abril de 1996) foi um actor, encenador e declamador português.
Reconhecido como um dos melhores actores da sua geração, despertou para o teatro ainda aluno da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Daí passou para a Escola de Teatro do Conservatório Nacional, tendo a sua estreia profissional no Teatro Experimental de Cascais.
Foi fundador de três companhias teatrais (a última das quais a Companhia Teatral do Chiado) e actuou em Moçambique, Macau, Brasil, Países Baixos e Espanha. Notabilizou-se como encenador, tendo dirigido obras de autores clássicos como Samuel Beckett, Eduardo De Filippo, Anton Tchekov, August Strindberg, Luigi Pirandello ou Peter Shaffer. Pela sua actividade foi distinguido, diversas vezes, com prémios e distinções, pela Casa da Imprensa, pela Associação Portuguesa de Críticos de Teatro e pela Secretaria de Estado da Cultura, que lhe atribuiu o Prémio Garrett (1987). No estrangeiro foi premiado no Festival de Teatro de Sitges (1979), com a peça D. João VI de Hélder Costa, e no Festival Europeu de Cinema Humorístico da Corunha (1978), com filme O Rei das Berlengas, de Artur Semedo. O seu último êxito teatral foi a peça Europa Não! Portugal Nunca (1995).
No cinema participou em mais de quinze películas, entre elas O Rei das Berlengas (Artur Semedo - 1978), Azul, Azul (de José de Sá Caetano - 1986), Repórter X (José Nascimento - 1987), A Divina Comédia (Manoel de Oliveira - 1991), Rosa Negra (Margarida Gil - 1992) e Sostiene Pereira (Roberto Faenza - 1996), onde contracenou com Marcello Mastroianni. Teve uma colaboração regular com José Fonseca e Costa: Kilas, o Mau da Fita (1981), Sem Sombra de Pecado (1983), A Mulher do Próximo (1988) e Os Cornos de Cronos (1991).
Deu-se a conhecer pelos seus recitais de poesia, gravando uma discografia de catorze títulos, com poemas de Fernando Pessoa, Luís de Camões, Cesário Verde, Camilo Pessanha, Jorge de Sena, Ruy Belo, Eugénio de Andrade, Bertolt Brecht e Pablo Neruda, entre outros. Divulgou nomes como Pedro Oom ou Mário-Henrique Leiria. Na televisão contribuiu igualmente para a divulgação da poesia portuguesa, particularmente com duas séries dos programas Palavras Ditas (1984) e Palavras Vivas (1991). Foi colunista do Diário Económico, onde escreveu sobre teatro e humor. Publicou uma autobiografia, intitulada Auto-Photo Biografia (1995).
Em 1995 candidatou-se a deputado, como independente nas listas da União Democrática Popular, e à Presidência da República Portuguesa, também apoiado pela UDP (adoptando o slogan O sonho ao poder) e buscando apoio no meio universitário lisboeta.
Recebeu a Medalha de Mérito do Município de Santarém (1993) e o título de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique (1994), das mãos de Mário Soares. Em 2001 o Museu Nacional do Teatro dedicou-lhe a exposição Um Rapaz Chamado Mário Viegas.
   

A Rua Sésamo começou há cinquenta anos!


Sesame Street é um programa de televisão educacional para crianças, produzido nos Estados Unidos. A sua estreia deu-se a 10 de novembro de 1969, na rede pública NET (atual Public Broadcasting Service - PBS). Os principais protagonistas eram bonecos animados, criados por Jim Henson, que acabaram por ter uma projeção além do programa, conhecidos por Os Muppets (Os Marretas), pertencentes atualmente à The Walt Disney Company.
Com cerca de 4.352 episódios produzidos em 44 temporadas, o que o torna o programa infantil de televisão com maior duração na história.
Foi apresentado em 120 países, em alguns com versões adaptadas, entre quais Portugal (Rua Sésamo), Brasil (Vila Sésamo), Canadá (Sesame Park), México (Plaza Sésamo) e Espanha (Barrio Sésamo).
    
  
O programa usa uma mistura de fantoches, animação e ação, ensinando às crianças pequenas lições de leitura e aritmética básicas, cores, letras, números ou os dias da semana.
Também ensinam noções básicas da vida pessoal e social, como por exemplo atravessar uma rua com segurança, a importância da higiene pessoal, etc. Muitas das secções do programa são paródias ou cópias de outros programas televisivos convencionais.
Para além dos atractivos infantis ao largo do programa são inseridos elementos de humor maduro, como incentivo aos adultos a assistir ao programa junto às crianças.
  

Ken Saro-Wiwa foi executado há 24 anos

Kenule "Ken" Beeson Saro-Wiwa (Bori, 10 de outubro de 1941 – Port Harcourt, 10 de novembro de 1995) foi um escritor, produtor e ativista ambiental da Nigéria. Saro-Wiwa pertencia ao povo Ogoni, um grupo étnico minoritário nigeriano radicado no delta do Níger, e liderava - através do Movimento pela Sobrevivência do Povo Ogoni - uma campanha não-violenta contra a degradação ambiental das terras e das águas da região pelas petrolíferas, especialmente a Shell. Por conta de seu ativismo, ele acabou por ser preso em 1994, a mando do regime militar que vigorava então. Num processo judicial considerado vergonhoso, Saro-Wiwa foi condenado à morte e enforcado em 1995.
Em 2009 a empresa Shell, reconhecendo a sua implicação na morte do ativista e dos seus oito companheiros, com ele enforcados, pagou 15,5 milhões de dólares às famílias das vítimas, esperando assim minimizar os efeitos negativos para a sua imagem deste caso.
  
  
(imagem daqui)

sábado, novembro 09, 2019

Um grande adieu ao Muro de Berlim...!



 José Cid - Um Grande, Grande Amor
 
Este amor não tem grades, fronteiras, barreiras, muro em Berlim,
É um mar, é um rio,
É uma fonte que nasce dentro de mim.
É o grito do meu universo,
Das estrelas p'ra onde eu regresso,
Onde sempre esta música paira no ar.
    
Addio, adieu, aufwiedersehen, goodbye,
Amore, amour, meine liebe, love of my life.
Se o nosso amor findar,
Só me ouvirás cantar:
Addio, adieu, aufwiedersehen, goodbye,
Amore, amour, meine liebe, love of my life.
   
Este amor é um pássaro livre,
Voando no céu azul,
Que compôs a mais bela canção deste mundo de norte a sul.
E as palavras que eu uso em refrão,
Fazem parte da mesma canção,
Que ecoa nas galáxias da minha ilusão.
  
Addio, adieu, aufwiedersehen, goodbye,
Amore, amour, meine liebe, love of my life.
Se o nosso amor findar,
Só me ouvirás cantar:
Addio, adieu, aufwiedersehen, goodbye,
Amore, amour, meine liebe, love of my life.
 
Addio, adieu, aufwiedersehen, goodbye - um grande amor
Amore, amour, meine liebe, love of my life.
Se o nosso amor findar,
Só me ouvirás cantar:
Addio, adieu, aufwiedersehen,
Addio, adieu, aufwiedersehen,
Amore, amour, meine liebe, love of my life.

Carl Sagan nasceu há 85 anos!

Carl Edward Sagan (Nova Iorque, 9 de novembro de 1934 - Seattle, 20 de dezembro de 1996) foi um cientista, astrobiólogo, astrónomo, astrofísico, cosmólogo, escritor e divulgador científico norte-americano. Sagan é autor de mais de 600 publicações científicas e também autor de mais de 20 livros de ciência e ficção científica. Foi durante a vida um grande defensor do ceticismo e do uso do método científico, promoveu a busca por inteligência extraterrestre através do projeto SETI e instituiu o envio de mensagens a bordo de sondas espaciais, destinados a informar possíveis civilizações extraterrestres sobre a existência humana. Mediante as suas observações da atmosfera de Vénus, foi um dos primeiros cientistas a estudar o efeito de estufa à escala planetária. Também fundou a organização não-governamental Sociedade Planetária e foi pioneiro no ramo da ciência da exobiologia.
Sagan passou grande parte da carreira como professor da Universidade Cornell, onde foi diretor do laboratório de estudos planetários. Em 1960 obteve o título de doutor pela Universidade de Chicago.
Sagan é conhecido por seus livros de divulgação científica e pela premiada série televisiva de 1980 Cosmos, que ele mesmo narrou e co-escreveu. O livro Cosmos foi publicado para complementar a série. Sagan escreveu o romance Contato, que serviu de base para um filme homónimo de 1997. Em 1978, ganhou o prêmio Pulitzer de literatura geral de não-ficção pelo seu livro Os dragões do Éden. Morreu aos 62 anos, de pneumonia, depois de uma batalha de dois anos com uma rara e grave doença na medula óssea (mielodisplasia).
Ao longo de sua vida, Sagan recebeu numerosos prémios e condecorações pelo seu trabalho de divulgação científica. Sagan é considerado um dos divulgadores científicos mais carismáticos e influentes da história, graças a sua capacidade de transmitir as ideias científicas e os aspectos culturais ao público não especializado.
  
Sagan e o modelo da sonda Viking enviada a Marte
  

A infame Noite dos Cristais foi há 81 anos

Uma loja judaica saqueada durante a Noite dos Cristais
   
A Noite dos Cristais (alemão Reichskristallnacht ou simplesmente Kristallnacht) é o nome popularmente dado aos atos de violência que ocorreram na noite de 9 de novembro de 1938 em diversos locais da Alemanha e da Áustria, então sob o domínio nazi ou Terceiro Reich. Tratou-se de Pogroms, de destruição de sinagogas, de lojas, de habitações e de agressões contra as pessoas identificadas como judias.
Para o regime foi a resposta ao assassinato de Ernst von Rath, um diplomata alemão em Paris, por Herschel Grynszpan, um judeu polaco, condenado múltiplas vezes a deportação da França.
A pedido de Adolf Hitler, Goebbels instiga os dirigentes do NSDAP (Partido Nazi) e os SA a atacarem os judeus. Heydrich organiza as violências que deviam visar as lojas de judeus e as sinagogas. Numa única noite, 91 judeus foram mortos e cerca de 25.000 a 30.000 foram presos e levados para campos de concentração. Cerca de 7.500 lojas judaicas e 267 sinagogas foram reduzidas a escombros.
As ordens determinavam que os SA deviam estar vestidos à paisana, a fim que o movimento parecesse ser um movimento espontâneo de uma população furiosa contra os judeus. Os incêndios também chocaram uma parte da população, mas não o facto de que os judeus tivessem sido atacados fisicamente.
A alta autoridade nazi cobrou uma multa aos judeus de mil milhões de marcos, pelas desordens e prejuízos dos quais eles foram as vítimas.
O nome Kristallnacht deriva dos cacos de vidro (vitrinas das lojas, vitrais das sinagogas, entre outros) resultantes deste episódio de violência racista.
 
   

Tom Fogerty, dos Creedence Clearwater Revival, nasceu há 78 anos

Thomas Richard Fogerty conhecido como Tom Fogerty (Berkeley, 9 de novembro de 1941Scottsdale, 6 de setembro de 1990) foi cantor, compositor e guitarrista, conhecido principalmente por ter sido um dos integrantes da famosa banda de rock dos Estados Unidos, os Creedence Clearwater Revival.
  
    

O Golpe de Estado de 18 de Brumário foi há 220 anos

O general Bonaparte no Conselho dos Quinhentos, por Bouchot
   
O Golpe de Estado de 18 de Brumário (pelo calendário revolucionário francês, a 9 de novembro de 1799 no nosso calendário gregoriano) iniciou a ditadura napoleónica na França. Os admiradores de Napoleão criaram um jornal em Paris que divulgava a imagem de um general patriota, invencível e adorado pelos seus soldados. Nacionalismo, glórias militares, ideal de igualdade: ideias que fascinavam os franceses.
Em plena crise generalizada, os promotores do golpe derrubaram o Diretório e criaram o Consulado, estabelecendo um novo governo na França, assumindo o jovem general Napoleão Bonaparte o cargo de primeiro-cônsul.
O golpe foi acolhido com entusiasmo pela burguesia, que aspirava à paz, à ordem interna e à normalização das actividades. Os conspiradores do golpe não temiam o general Bonaparte, escolhido para liderar o movimento, pois acreditavam que acabariam por reduzir a sua importância.
A burguesia e os políticos astutos do Diretório perceberam que o general Bonaparte era o homem certo para consolidar o novo regime. Propuseram-lhe que utilizasse a força do exército para assumir o governo. Assim foi feito. Numa ação eficaz, apesar de tumultuada, Napoleão fechou a Assembleia do Directório. Foi o golpe que ocorreu no dia 18 do mês de Brumário do ano IV, que no calendário gregoriano em uso na actualidade é 9 de novembro de 1799. Durante essa época, a burguesia consolidaria seu poder económco.
O Golpe do 18 de Brumário marcou o início do Consulado, quando a burguesia, como meio de terminar a revolução que já durava dez anos (de 1789 a 1799), concentrou o poder na mão de três cônsules: Napoleão Bonaparte, Roger Ducos, e Emmanuel Joseph Sieyès.
    
  
     

Guillaume Apollinaire morreu há 101 anos

Fotografia a preto e branco, de 1916, com cabeça enfaixada após ferimento na guerra
   
Guillaume Apollinaire (nascido Wilhelm Albert Włodzimierz Apolinary de Wąż-Kostrowicki, Roma, 26 de agosto de 1880 - Paris, 9 de novembro de 1918) foi um escritor e crítico de artefrancês, possivelmente o mais importante ativista cultural das vanguardas do início do século XX, conhecido particularmente por sua poesia sem pontuação e gráfica, e por ter escrito manifestos importantes para as vanguardas na França, tais como o do Cubismo, além de ser o criador da palavra Surrealismo.
Filho da condessa polaca Angelica Kostrowicka e de pai desconhecido - suspeita-se de um aristocrata suiço-italiano chamado Francesco Flugi d'Aspermont - passa os seus primeiros anos entre Roma, Mónaco, Nice, Cannes e Lyon. Desde 1902 foi um dos membros mais populares do bairro artístico parisiense de Montparnasse. Foram seus amigos e colaboradores Pablo Picasso, Max Jacob, André Salmon, Marie Laurencin, André Derain, Blaise Cendrars, Pierre Reverdy, Jean Cocteau, Erik Satie, Ossip Zadkine, Marcel Duchamp e Giorgio de Chirico.
Em 1901 e 1902, trabalhou como preceptor da menina Gabrielle em uma família alemã, na companhia da qual viajará pela Alemanha, tendo se apaixonado pela governanta inglesa Annie Playden, que o recusou, sendo que a mesma partiu em 1905 para a América. Da paixão não correspondida, surgiu Annie et La Chanson du Mal-Aimé.
Entre 1902 e 1907, de volta a Paris, trabalhou como empregado de bancos e começou a publicar contos e poemas em revistas. Em 1907, conhece a artista plástica Marie Laurecin, com quem terá uma tulmutuada relação. É por essa época que decide viver de seus escritos. No começo de 1907, publica anonimamente As Onze Mil Varas. Em 1909 publicou o seu primeiro livro oficial: O Encantador em Putrefação, baseado na lenda de Merlin e Viviane. No mesmo ano, se dispõe a publicar uma antologia dos textos do Marquês de Sade, bem de acordo com uma característica sua que chocava os adeptos da tradição francesa: o fascínio pelo romance libertino. Assim, o mesmo foi o responsável pela introdução dos "livros maldidos" de Sade na cena literária francesa do início do século, que até então era um escritor praticamente desconhecido. Na apresentação da edição, escreveu um longo ensaio biográfico no qual se referia à Sade como "o espírito mais livre que já existiu no mundo".
Em setembro de 1911, quando já era reconhecido como um dos poetas mais importantes da vanguarda parisiense, Apollinaire é acusado de cumplicidade no roubo de uma obra do Museu Louvre, nada menos que a Mona Lisa de Leonardo da Vinci, roubo no qual Pablo Picasso, também já muito famoso, foi igualmente implicado. Ele é preso durante uma semana e depois libertado. Esta experiência marcá-lo-á. Aos olhos dos defensores das tradições clássicas, que se aproveitaram da situação para denunciar "atos de barbárie" dos estrangeiros contra a cultura nacional, pouco importava a inocência de Apollinaire no caso, visto que ele era acusado de atentar contra os valores da civilização, acusação esta estendida a outros estrangeiros radicados em Paris, como Pablo Picasso, Gertrude Stein e Stravinski.
Em 1913, Apollinaire publica Álcoois, coletânea de seus trabalhos poéticos desde 1898. A sua poesia dispensava a pontuação e a tipografia regular. Voltava-se para uma temática cosmopolita, na qual incluía novidades técnicas como o avião, o telefone, o rádio e a fotografia.
Em agosto de 1914, ele tenta se alistar nas Forças Armadas Francesas, sem sucesso, visto que não possuía a nacionalidade francesa. Em dezembro de 1914, repete a tentativa, sendo aceite e iniciando o seu processo de naturalização. Pouco antes de ingressar efetivamente nas Forças Armadas, conhece e apaixona-se por Louise de Coligny-Châtillon, chamada por ele de "Lou". É uma jovem divorciada com um estilo de vida livre, que não esconde do poeta a sua ligação com um homem por ela chamado de "Toutou". Ele irá dedicar-lhe vários de seus poemas. Quando Apollinaire parte para o campo de batalha, uma correspondência de uma poesia notável nasce dessa relação. Ambos rompem em 1915, prometendo continuar amigos.
Em janeiro de 1915, Apollinaire conhece Madeleine Pagès em um comboio, de quem ficará noivo em agosto daquele mesmo ano. Mas, em abril de 1915, ele parte com o 38.º Regimento de Artilharia de Campo para o frente de batalha. Em março de 1916, é naturalizado francês, sendo naquele mesmo mês ferido gravemente na cabeça. Após uma longa convalescença, volta gradativamente ao trabalho. Em junho de 1917, a sua peça Les Mamelles de Tirésias, drama surrealista mesclando desespero com humor e escrita durante a sua recuperação do ferimento, é encenada. Ele também publicou um manifesto artístico chamado L'Esprit Noveau Et Les Poétes. Em 1918, publica os famosos Calligrammes, poemas gráficos sobre a paz e a guerra de notável lirismo visual. Casa com Jacqueline, a "bela russa" do poema "La Joulie Rousse", que publicará muitas das suas obras póstumas.
Morreu jovem com apenas 38 anos de idade, a 9 de novembro de 1918, vítima da chamada gripe espanhola, doença pandémica que afetou todo o mundo. Foi enterrado no cemitério de Père-Lachaise em Paris, tendo o seu túmulo uma escultura em forma de menir, feita por Picasso.
A sua obra literária e crítica anunciava os princípios de uma nova estética que tinha como fundamento a ruptura com os valores do passado. Os seus poemas, O bestiário ou o cortejo de Orfeu (1911), Álcoois (1913) e Calligrammes (1918) refletem a influência do simbolismo, com importantes inovações formais. Ainda em 1913, apareceu o ensaio crítico Os pintores cubistas, em defesa do novo movimento como superação do realismo.
Les colchiques

Le pré est vénéneux mais joli en automne
Les vaches y paissant
Lentement s'empoisonnent
Le colchique couleur de cerne et de lilas
Y fleurit tes yeux sont comme cette fleur-la
Violatres comme leur cerne et comme cet automne
Et ma vie pour tes yeux lentement s'empoisonne

Les enfants de l'école viennent avec fracas
Vêtus de hoquetons et jouant de l'harmonica
Ils cueillent les colchiques qui sont comme des mères
Filles de leurs filles et sont couleur de tes paupières
Qui battent comme les fleurs battent au vent dément

Le gardien du troupeau chante tout doucement
Tandis que lentes et meuglant les vaches abandonnent
Pour toujours ce grand pré mal fleuri par l'automne

 

in Alcools (1913) - Guillaume Apollinaire