Yasser Arafat (Cairo, 24 de agosto de 1929 - Clamart, 11 de novembro de 2004) foi o líder da Autoridade Palestiniana, presidente (desde 1969) da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), líder da Fatah, a maior das fações da OLP, e co-detentor do Nobel da Paz.
Biografia
Nascido Mohammed Abdel Rahman Abdel Raouf Arafat al-Qudwa al-Husseini, também conhecido como Abu Ammar, Arafat foi um dos sete filhos de um comerciante. O estabelecimento da data e local de nascimento de Arafat são controversos. O seu registo de nascimento indica que ele nasceu no Cairo, Egipto, a 24 de agosto de 1929. No entanto, alguns ainda tomam por verdadeira a afirmação de Arafat de que nasceu em Jerusalém a 4 de agosto de 1929.
A descoberta do seu certificado de nascimento e outros documentos pela Universidade de Cairo puseram fim ao debate sobre o local de nascimento de Arafat (mesmo o seu biógrafo autorizado, Alan Hart, admite agora que ele nasceu no Cairo).
Nascido Mohammed Abdel Rahman Abdel Raouf Arafat Al Qudwa Al Husseini, "Mohammed Abdel Rahman" era o seu nome próprio; "Abdel Raouf" era o nome do seu pai; Arafat era o nome do seu avô; Al Qudua o nome da família e Al Husseini o nome do clã a que todos os Al Quduas pertenciam, conforme explica seu biógrafo palestiniano árabe, Said K. Aburish. Foi afirmado que ele era um parente do clã Husseini, de Jerusalém, por parte da sua mãe (uma Abul Saoud), o que parece ser falso, uma vez que a pertença ao clã Husseini parece vir do lado do seu pai. Aburish explica que Arafat "não tinha parentesco com os verdadeiros Husseini, os notáveis de Jerusalém" (Ibid, p. 9) e explica que "o jovem Arafat pretendeu estabelecer as suas credenciais palestinianas e promover a sua ambição à liderança... e não se podia permitir admitir quaisquer factos que pudessem reduzir a sua identidade palestiniana. ...Arafat perpetuou insistentemente a lenda de que ele nascera em Jerusalém e que era um parente do importante clã Husseini daquela cidade." (ibidem, pp. 8)
Arafat viveu a maior parte da sua infância no Cairo, com a exceção de quatro anos (após a morte de sua mãe, entre os seus 5 e 9 anos) em que viveu com o seu tio em Jerusalém.
Ele frequentou a Universidade do Cairo, onde se formou como engenheiro civil. Nos seus tempos de estudante, aderiu à Irmandade Muçulmana e à associação de estudantes, da qual foi presidente entre1952 e 1956.
Ainda durante a sua estadia no Cairo, Arafat desenvolveu uma relação próxima com Haj Amin Al-Husseini, também conhecido como o Mufti de Jerusalém.
Em 1956 ele serviu ao exército egípcio durante a Crise do Suez. No Congresso Nacional Palestiniano, no Cairo, em 3 de fevereiro de 1969, Arafat foi nomeado líder da Organização para a Libertação da Palestina (OLP).
Arafat casou-se já nos seus anos mais tardios com uma palestiniana cristã. A sua esposa, Suha Arafat, deu à luz uma criança do sexo feminino (Zahwa). A sua esposa e filha vivem actualmente em Paris e Suha Arafat tornou-se recentemente cidadã francesa.
Arafat era muito requisitado pelos media internacionais para entrevistas. Numa delas (para a veterana jornalista da CNN Christiane Amanpour), ele perdeu o controle e deixou a cena, nitidamente irado com as perguntas da jornalista. Esse facto deu primeiras páginas no mundo todo.
Biografia
Nascido Mohammed Abdel Rahman Abdel Raouf Arafat al-Qudwa al-Husseini, também conhecido como Abu Ammar, Arafat foi um dos sete filhos de um comerciante. O estabelecimento da data e local de nascimento de Arafat são controversos. O seu registo de nascimento indica que ele nasceu no Cairo, Egipto, a 24 de agosto de 1929. No entanto, alguns ainda tomam por verdadeira a afirmação de Arafat de que nasceu em Jerusalém a 4 de agosto de 1929.
A descoberta do seu certificado de nascimento e outros documentos pela Universidade de Cairo puseram fim ao debate sobre o local de nascimento de Arafat (mesmo o seu biógrafo autorizado, Alan Hart, admite agora que ele nasceu no Cairo).
Nascido Mohammed Abdel Rahman Abdel Raouf Arafat Al Qudwa Al Husseini, "Mohammed Abdel Rahman" era o seu nome próprio; "Abdel Raouf" era o nome do seu pai; Arafat era o nome do seu avô; Al Qudua o nome da família e Al Husseini o nome do clã a que todos os Al Quduas pertenciam, conforme explica seu biógrafo palestiniano árabe, Said K. Aburish. Foi afirmado que ele era um parente do clã Husseini, de Jerusalém, por parte da sua mãe (uma Abul Saoud), o que parece ser falso, uma vez que a pertença ao clã Husseini parece vir do lado do seu pai. Aburish explica que Arafat "não tinha parentesco com os verdadeiros Husseini, os notáveis de Jerusalém" (Ibid, p. 9) e explica que "o jovem Arafat pretendeu estabelecer as suas credenciais palestinianas e promover a sua ambição à liderança... e não se podia permitir admitir quaisquer factos que pudessem reduzir a sua identidade palestiniana. ...Arafat perpetuou insistentemente a lenda de que ele nascera em Jerusalém e que era um parente do importante clã Husseini daquela cidade." (ibidem, pp. 8)
Arafat viveu a maior parte da sua infância no Cairo, com a exceção de quatro anos (após a morte de sua mãe, entre os seus 5 e 9 anos) em que viveu com o seu tio em Jerusalém.
Ele frequentou a Universidade do Cairo, onde se formou como engenheiro civil. Nos seus tempos de estudante, aderiu à Irmandade Muçulmana e à associação de estudantes, da qual foi presidente entre1952 e 1956.
Ainda durante a sua estadia no Cairo, Arafat desenvolveu uma relação próxima com Haj Amin Al-Husseini, também conhecido como o Mufti de Jerusalém.
Em 1956 ele serviu ao exército egípcio durante a Crise do Suez. No Congresso Nacional Palestiniano, no Cairo, em 3 de fevereiro de 1969, Arafat foi nomeado líder da Organização para a Libertação da Palestina (OLP).
Arafat casou-se já nos seus anos mais tardios com uma palestiniana cristã. A sua esposa, Suha Arafat, deu à luz uma criança do sexo feminino (Zahwa). A sua esposa e filha vivem actualmente em Paris e Suha Arafat tornou-se recentemente cidadã francesa.
Arafat era muito requisitado pelos media internacionais para entrevistas. Numa delas (para a veterana jornalista da CNN Christiane Amanpour), ele perdeu o controle e deixou a cena, nitidamente irado com as perguntas da jornalista. Esse facto deu primeiras páginas no mundo todo.
A criação da Fatah
Após a Crise de Suez, em 1956, o presidente egípcio Gamal Abdel
Nasser, líder do Movimento de Oficiais Livres, concordou em permitir que
a Força de Emergência das Nações Unidas de estabelecer-se na Península do Sinai e na Faixa de Gaza,
causando a expulsão de todas as forças da guerrilha ("fedayeen")
incluindo Arafat. Ele originalmente tentou obter um visto para o Canadá e, posteriormente, para Arábia Saudita, mas não teve sucesso em ambas as tentativas.
Em 1957, ele pediu um visto para o Kuwait (na época um protetorado britânico) e foi aprovado com base em seu trabalho em engenharia civil. Lá ele encontrou dois amigos palestinos: Salah Khalaf ("Abu Iyad") e Khalil al-Wazir ("Abu Jihad"), ambos membros oficiais da Irmandade Muçulmana egípcia. Arafat tinha encontrado Abu Iyad, enquanto frequentava a Universidade de Cairo e Abu Jihad em Gaza. Ambos se tornaram principais assessores de Arafat na política futura. Abu Iyad viajou com Arafat para o Kuwait, no final de 1960; Abu Jihad, atuando também como professor, já tinha vivido lá desde 1959.
Após se acomodar no Kuwait, Abu Iyad ajudou Arafat a obter um emprego temporário como professor.Arafat e os outros gradualmente fundaram o grupo que ficou conhecido como o Fatah. A data exata para o estabelecimento é desconhecida. No entanto, em 1959, a existência do grupo foi atestada nas páginas de uma revista nacionalista palestiniana, Filastununa Nida al-Hayat (Nossa Palestina, The Call of Life), que era escrita e editada por Abu Jihad.
Fatah dedicou-se à libertação da Palestina por uma luta armada realizada pelos próprios palestinianos. Isso a diferenciava de outras organizações políticas e de guerrilha palestinianos, a maioria dos quais acreditavam firmemente em uma resposta unida dos países Árabes. A organização de Arafat nunca abraçou as ideologias dos principais governos árabes da época, em contraste com outras facções palestinianas, que muitas vezes se tornaram satélites de países como Egito, Iraque, Arábia Saudita, Síria e outros.
Em 1957, ele pediu um visto para o Kuwait (na época um protetorado britânico) e foi aprovado com base em seu trabalho em engenharia civil. Lá ele encontrou dois amigos palestinos: Salah Khalaf ("Abu Iyad") e Khalil al-Wazir ("Abu Jihad"), ambos membros oficiais da Irmandade Muçulmana egípcia. Arafat tinha encontrado Abu Iyad, enquanto frequentava a Universidade de Cairo e Abu Jihad em Gaza. Ambos se tornaram principais assessores de Arafat na política futura. Abu Iyad viajou com Arafat para o Kuwait, no final de 1960; Abu Jihad, atuando também como professor, já tinha vivido lá desde 1959.
Após se acomodar no Kuwait, Abu Iyad ajudou Arafat a obter um emprego temporário como professor.Arafat e os outros gradualmente fundaram o grupo que ficou conhecido como o Fatah. A data exata para o estabelecimento é desconhecida. No entanto, em 1959, a existência do grupo foi atestada nas páginas de uma revista nacionalista palestiniana, Filastununa Nida al-Hayat (Nossa Palestina, The Call of Life), que era escrita e editada por Abu Jihad.
Fatah dedicou-se à libertação da Palestina por uma luta armada realizada pelos próprios palestinianos. Isso a diferenciava de outras organizações políticas e de guerrilha palestinianos, a maioria dos quais acreditavam firmemente em uma resposta unida dos países Árabes. A organização de Arafat nunca abraçou as ideologias dos principais governos árabes da época, em contraste com outras facções palestinianas, que muitas vezes se tornaram satélites de países como Egito, Iraque, Arábia Saudita, Síria e outros.
Jordânia
Depois da guerra dos seis dias (1967), Arafat e a Fatah passam a actuar a partir da Jordânia,
lançando ataques contra Israel a partir do outro lado da fronteira e
regressando à Jordânia antes que os israelitas pudessem reagir.
Em 1968 a Fatah foi um alvo de um ataque israelita à vila jordana de Karameh, no qual 150 guerrilheiros palestinianos e 29 soldados israelitas foram mortos, sobretudo por forças armadas jordanas. Apesar do falhanço no terreno, a batalha foi considerada pelos árabes como uma montra para a acção da Fatah, porque os israelitas se retiraram e o perfil de Arafat e da Fatah cresceram. Nos finais da década de 1960 a Fatah passou a dominar a OLP e em 1969 Arafat foi nomeado presidente da OLP, substituindo Ahmed Shukairy, originalmente nomeado pela Liga Árabe.
Arafat tornou-se chefe do Estado Maior das Forças Revolucionárias Palestinianas dois anos mais tarde e em 1973 o líder político da OLP.
No seguimento da ambição da OLP em transformar a Jordânia num estado palestiniano (com o patrocínio da União Soviética), crescem neste tempo as tensões entre Palestinianos e o Governo da Jordânia, o que culminaria com o sequestro (e subsequente destruição) de quatro aviões pela OLP e na Guerra Civil Jordana de 1970-1971 (em particular com os eventos do Setembro Negro).
Neste conflito, a monarquia jordana, com a ajuda de Israel, derrotou a OLP e a Síria, que se preparava para invadir a Jordânia em apoio da OLP.
Em 1968 a Fatah foi um alvo de um ataque israelita à vila jordana de Karameh, no qual 150 guerrilheiros palestinianos e 29 soldados israelitas foram mortos, sobretudo por forças armadas jordanas. Apesar do falhanço no terreno, a batalha foi considerada pelos árabes como uma montra para a acção da Fatah, porque os israelitas se retiraram e o perfil de Arafat e da Fatah cresceram. Nos finais da década de 1960 a Fatah passou a dominar a OLP e em 1969 Arafat foi nomeado presidente da OLP, substituindo Ahmed Shukairy, originalmente nomeado pela Liga Árabe.
Arafat tornou-se chefe do Estado Maior das Forças Revolucionárias Palestinianas dois anos mais tarde e em 1973 o líder político da OLP.
No seguimento da ambição da OLP em transformar a Jordânia num estado palestiniano (com o patrocínio da União Soviética), crescem neste tempo as tensões entre Palestinianos e o Governo da Jordânia, o que culminaria com o sequestro (e subsequente destruição) de quatro aviões pela OLP e na Guerra Civil Jordana de 1970-1971 (em particular com os eventos do Setembro Negro).
Neste conflito, a monarquia jordana, com a ajuda de Israel, derrotou a OLP e a Síria, que se preparava para invadir a Jordânia em apoio da OLP.
Líbano
Depois desta derrota, Arafat transferiu-se juntamente com a OLP da Jordânia para o Líbano.
Dada a fraqueza do governo central libanês, a OLP conseguia operar
virtualmente como um estado independente (chamado "Fatahland" pelos
israelitas).
A OLP começou então a usar este novo território para lançar ataques de artilharia e atentados contra civis israelitas, a exemplo do Massacre do liceu de Maalot de 1974.
Em Setembro de 1972 o grupo Setembro Negro, que é geralmente descrito como uma fachada operacional usada pelo grupo Fatah de Arafat, raptou 11 atletas de Israel durante os Jogos Olímpicos. O grupo executou dois atletas, e na tentativa de mover os restantes, um tiroteio com a polícia resultou na morte de todos os atletas, um agente policial alemão e cinco membros do grupo Setembro Negro, no que ficou conhecido como o Massacre de Munique. A condenação internacional do ataque fez com que Arafat se distanciasse publicamente de actos similares no futuro; em 1974 Arafat ordenou que a OLP se abstivesse de actos de violência fora de Israel, da Cisjordânia e da Faixa de Gaza. No mesmo ano, Arafat tornou-se o primeiro representante de uma organização não governamental a discursar numa sessão plenária de uma Assembleia Geral das Nações Unidas.
Em 1974, líderes de estados árabes declararam a OLP como o único representante legítimo de todos os palestinianos. A OLP foi admitida como membro de plenos direitos na Liga Árabe em 1976.
As operações da OLP no Líbano não receberam uma grande cobertura na imprensa. No entanto é certo que a OLP desempenhou um papel importante na tragédia da Guerra Civil Libanesa, e como cristãos libaneses alegam, Arafat e a OLP foram responsáveis pelas mortes de dezenas de milhares do seu povo.
Esta situação levou a que Israel se tenha aliado com os cristãos libaneses e conduzido duas grandes operações militares no Líbano, a primeira sendo a Operação Litani (1978), na qual uma estreita faixa terrestre (a zona de segurança) foi capturada e dominada conjuntamente pelas Forças de Defesa de Israel e o exército sul-libanês. A segunda foi a Operação Paz para a Galileia (1982), na qual Israel ocupou a maior parte do sul do Líbano, tendo recuado de volta à zona de segurança em 1985. Foi durante a segunda destas operações que os guerrilheiros da OLP foram pressionados a abandonar o Líbano. Ao mesmo tempo, entre 800 e 3500 palestinianos, na sua maioria civis, foram mortos pelas milícias cristãs libanesas no Massacre de Sabra e Shatila num campo de refugiados, uma medida de retaliação pelo assassinato do líder cristão-libanês Bachir Gemayel.
A fraca cobertura internacional da guerra civil libanesa, uma guerra que teve início pouco depois da chegada de Arafat ao Líbano e que fez mais de 40 mil mortos, é contrastada pela grande publicidade do Massacre de Sabra e Chatila. Ariel Sharon, o líder militar das forças israelitas no terreno sofreu também internamente a contestação pelo massacre em que ele esteve indirectamente implicado e passou para o segundo plano político durante alguns anos.
A OLP começou então a usar este novo território para lançar ataques de artilharia e atentados contra civis israelitas, a exemplo do Massacre do liceu de Maalot de 1974.
Em Setembro de 1972 o grupo Setembro Negro, que é geralmente descrito como uma fachada operacional usada pelo grupo Fatah de Arafat, raptou 11 atletas de Israel durante os Jogos Olímpicos. O grupo executou dois atletas, e na tentativa de mover os restantes, um tiroteio com a polícia resultou na morte de todos os atletas, um agente policial alemão e cinco membros do grupo Setembro Negro, no que ficou conhecido como o Massacre de Munique. A condenação internacional do ataque fez com que Arafat se distanciasse publicamente de actos similares no futuro; em 1974 Arafat ordenou que a OLP se abstivesse de actos de violência fora de Israel, da Cisjordânia e da Faixa de Gaza. No mesmo ano, Arafat tornou-se o primeiro representante de uma organização não governamental a discursar numa sessão plenária de uma Assembleia Geral das Nações Unidas.
Em 1974, líderes de estados árabes declararam a OLP como o único representante legítimo de todos os palestinianos. A OLP foi admitida como membro de plenos direitos na Liga Árabe em 1976.
As operações da OLP no Líbano não receberam uma grande cobertura na imprensa. No entanto é certo que a OLP desempenhou um papel importante na tragédia da Guerra Civil Libanesa, e como cristãos libaneses alegam, Arafat e a OLP foram responsáveis pelas mortes de dezenas de milhares do seu povo.
Esta situação levou a que Israel se tenha aliado com os cristãos libaneses e conduzido duas grandes operações militares no Líbano, a primeira sendo a Operação Litani (1978), na qual uma estreita faixa terrestre (a zona de segurança) foi capturada e dominada conjuntamente pelas Forças de Defesa de Israel e o exército sul-libanês. A segunda foi a Operação Paz para a Galileia (1982), na qual Israel ocupou a maior parte do sul do Líbano, tendo recuado de volta à zona de segurança em 1985. Foi durante a segunda destas operações que os guerrilheiros da OLP foram pressionados a abandonar o Líbano. Ao mesmo tempo, entre 800 e 3500 palestinianos, na sua maioria civis, foram mortos pelas milícias cristãs libanesas no Massacre de Sabra e Shatila num campo de refugiados, uma medida de retaliação pelo assassinato do líder cristão-libanês Bachir Gemayel.
A fraca cobertura internacional da guerra civil libanesa, uma guerra que teve início pouco depois da chegada de Arafat ao Líbano e que fez mais de 40 mil mortos, é contrastada pela grande publicidade do Massacre de Sabra e Chatila. Ariel Sharon, o líder militar das forças israelitas no terreno sofreu também internamente a contestação pelo massacre em que ele esteve indirectamente implicado e passou para o segundo plano político durante alguns anos.
Tunísia
Em setembro de 1982, durante a invasão israelita e sob a influência
americana, foi negociado um cessar-fogo o qual permitia a Arafat e à
OLP a fuga do Líbano. Arafat e os seus guerrilheiros partiram de barco
desde o Líbano para a Tunísia, que permaneceu o centro das operações de Arafat até 1993.
Durante a década de 1980, Arafat recebeu o apoio de Saddam Hussein, o ditador do Iraque, que lhe permitiu reanimar uma OLP seriamente abalada pela derrota militar. Este apoio veio em bom tempo, e coincidiu com o início da Primeira Intifada, que teve lugar em dezembro de 1987. Dentro de poucas semanas, Arafat estava no controlo dos motins (em contrário das suas afirmações de que o seu início tinha sido espontâneo), e foi sobretudo devido à acção das forças da Fatah na Cisjordânia que os distúrbios continuaram por tanto tempo.
A 15 de novembro de 1988, a OLP proclamou o "Estado da Palestina," um governo-no-exílio para os Palestinianos, nos termos da Resolução 181 da Assembleia Geral das Nações Unidas (a "oferta de partição de 1947"). Numa comunicação de 13 de dezembro de 1988, Arafat declarou aceitar a Resolução 242 do Conselho de Segurança das Nações Unidas, prometeu o futuro reconhecimento de Israel e renunciar ao terrorismo. A 2 de abril de 1989, Arafat foi eleito pelo Conselho Central do Conselho Nacional Palestino (o corpo governante da OLP) como presidente deste hipotético estado palestiniano.
O comunicado de 13 de dezembro foi ditado pela administração dos Estados Unidos, ansiosa por iniciar negociações políticas (os Acordo de Paz de Camp David definem o reconhecimento de Israel como um necessário ponto de partida); de qualquer forma, ele indica uma viragem do objectivo tradicional da OLP - a destruição de Israel (tal como na Declaração Nacional Palestiniana) - para o estabelecimento de duas entidades separadas, uma israelita dentro das fronteiras de 1967 e uma Palestiniana na Cisjordânia e na Faixa de Gaza.
Este desenvolvimento permitiu o início de um novo desenvolvimento político. Na conferência de Madrid de 1991, Israel conduziu negociações abertas com a OLP pela primeira vez.
No entanto, o relacionamento com o Iraque tornou-se um problema para Arafat durante a Guerra do Golfo de 1991. Ele foi o único líder árabe a tomar partido pelo Iraque antes da guerra; consequentemente, os Estados Unidos boicotaram-no, o que constituiu um impedimento nas negociações israelo-palestinianas, então em andamento.
Durante a década de 1980, Arafat recebeu o apoio de Saddam Hussein, o ditador do Iraque, que lhe permitiu reanimar uma OLP seriamente abalada pela derrota militar. Este apoio veio em bom tempo, e coincidiu com o início da Primeira Intifada, que teve lugar em dezembro de 1987. Dentro de poucas semanas, Arafat estava no controlo dos motins (em contrário das suas afirmações de que o seu início tinha sido espontâneo), e foi sobretudo devido à acção das forças da Fatah na Cisjordânia que os distúrbios continuaram por tanto tempo.
A 15 de novembro de 1988, a OLP proclamou o "Estado da Palestina," um governo-no-exílio para os Palestinianos, nos termos da Resolução 181 da Assembleia Geral das Nações Unidas (a "oferta de partição de 1947"). Numa comunicação de 13 de dezembro de 1988, Arafat declarou aceitar a Resolução 242 do Conselho de Segurança das Nações Unidas, prometeu o futuro reconhecimento de Israel e renunciar ao terrorismo. A 2 de abril de 1989, Arafat foi eleito pelo Conselho Central do Conselho Nacional Palestino (o corpo governante da OLP) como presidente deste hipotético estado palestiniano.
O comunicado de 13 de dezembro foi ditado pela administração dos Estados Unidos, ansiosa por iniciar negociações políticas (os Acordo de Paz de Camp David definem o reconhecimento de Israel como um necessário ponto de partida); de qualquer forma, ele indica uma viragem do objectivo tradicional da OLP - a destruição de Israel (tal como na Declaração Nacional Palestiniana) - para o estabelecimento de duas entidades separadas, uma israelita dentro das fronteiras de 1967 e uma Palestiniana na Cisjordânia e na Faixa de Gaza.
Este desenvolvimento permitiu o início de um novo desenvolvimento político. Na conferência de Madrid de 1991, Israel conduziu negociações abertas com a OLP pela primeira vez.
No entanto, o relacionamento com o Iraque tornou-se um problema para Arafat durante a Guerra do Golfo de 1991. Ele foi o único líder árabe a tomar partido pelo Iraque antes da guerra; consequentemente, os Estados Unidos boicotaram-no, o que constituiu um impedimento nas negociações israelo-palestinianas, então em andamento.
Autoridade Palestiniana
No entanto, a crispação americana em breve se atenuou, levando aos Acordo de Paz de Oslo
de 1993, que estipulavam a implementação da auto-administração
Palestiniana na Cisjordânia e na Faixa de Gaza num período de cinco
anos. No ano seguinte, numa decisão controversa, Arafat recebeu o Nobel da Paz, juntamente com Shimon Peres e Yitzhak Rabin. Em 1994, Arafat deslocou-se para a Autoridade Palestiniana (AP) - a entidade provisional criada pelos acordos de Oslo.
A 20 de janeiro de 1996, Arafat foi eleito presidente da AP, com uma maioria esmagadora de 87% (o único outro candidato sendo Samiha Khalil). Observadores independentes internacionais reportaram que as eleições decorreram de forma livre e justa. No entanto, alguns críticos alegam que porque a maioria dos movimentos de oposição não participaram nas eleições e outras irregularidades, as eleições não foram verdadeiramente democráticas.
Novas eleições estavam inicialmente anunciadas para janeiro de 2002, mas foram depois adiadas, alegadamente por causa da impossibilidade de fazer campanha devido a incursões militares israelitas e restrições da liberdade de movimento nos territórios ocupados.
Desde 1996, o título usado por Arafat como líder da Autoridade Palestiniana é a palavra árabe ra'is (cabeça) cuja tradução para o português é matéria de disputa. Documentos israelitas traduzem normalmente a palavra como "chairman", (presidente de conselho) enquanto documentos palestinianos traduzem-no como "presidente". Os Estados Unidos normalmente seguem a prática israelita, enquanto que as Nações Unidas normalmente seguem a prática palestiniana, que também é usada em Portugal.
Em meados de 1996, após a eleição de Benjamin Netanyahu como primeiro-ministro de Israel, as relações israelo-palestinianas tornaram-se mais hostis. Benjamin Netanyahu tentou obstruir a transição para o estado palestiniano delineada no acordo OLP-Israel. Em 1998, o presidente dos Estados Unidos Bill Clinton interveio, arranjando um encontro com os dois líderes. O resultante Memorandum de Wye River de 23 de outubro de 1998 detalhava os passos a tomar pelo governo israelita e pela OLP para completar o processo de paz.
Arafat continuou as negociações com o sucessor de Netanyahu, Ehud Barak. Em parte devido à sua própria política (Barak pertence ao partido trabalhista, enquanto que Netanyahu ao partido conservador Likud) e parcialmente devido à grande pressão colocada pelo Presidente Americano Bill Clinton, Barak ofereceu a Arafat um Estado palestiniano na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, com Jerusalém Leste como capital, um regresso de um número limitado de refugiados e uma compensação para os restantes, mas não estipulando sobre outros assuntos, vistos como vitais no processo. Numa manobra amplamente criticada, Arafat rejeitou a oferta de Barak, e não fez qualquer contra-oferta. Seguindo a uma visita altamente controversa de Ariel Sharon à área delimitada da Mesquita Al-Aqsa e a violência que se seguiu, a chamada Segunda Intifada Palestiniana (ou Al-Aqsa Intifada) (2000 até hoje) começou.
A 20 de janeiro de 1996, Arafat foi eleito presidente da AP, com uma maioria esmagadora de 87% (o único outro candidato sendo Samiha Khalil). Observadores independentes internacionais reportaram que as eleições decorreram de forma livre e justa. No entanto, alguns críticos alegam que porque a maioria dos movimentos de oposição não participaram nas eleições e outras irregularidades, as eleições não foram verdadeiramente democráticas.
Novas eleições estavam inicialmente anunciadas para janeiro de 2002, mas foram depois adiadas, alegadamente por causa da impossibilidade de fazer campanha devido a incursões militares israelitas e restrições da liberdade de movimento nos territórios ocupados.
Desde 1996, o título usado por Arafat como líder da Autoridade Palestiniana é a palavra árabe ra'is (cabeça) cuja tradução para o português é matéria de disputa. Documentos israelitas traduzem normalmente a palavra como "chairman", (presidente de conselho) enquanto documentos palestinianos traduzem-no como "presidente". Os Estados Unidos normalmente seguem a prática israelita, enquanto que as Nações Unidas normalmente seguem a prática palestiniana, que também é usada em Portugal.
Em meados de 1996, após a eleição de Benjamin Netanyahu como primeiro-ministro de Israel, as relações israelo-palestinianas tornaram-se mais hostis. Benjamin Netanyahu tentou obstruir a transição para o estado palestiniano delineada no acordo OLP-Israel. Em 1998, o presidente dos Estados Unidos Bill Clinton interveio, arranjando um encontro com os dois líderes. O resultante Memorandum de Wye River de 23 de outubro de 1998 detalhava os passos a tomar pelo governo israelita e pela OLP para completar o processo de paz.
Arafat continuou as negociações com o sucessor de Netanyahu, Ehud Barak. Em parte devido à sua própria política (Barak pertence ao partido trabalhista, enquanto que Netanyahu ao partido conservador Likud) e parcialmente devido à grande pressão colocada pelo Presidente Americano Bill Clinton, Barak ofereceu a Arafat um Estado palestiniano na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, com Jerusalém Leste como capital, um regresso de um número limitado de refugiados e uma compensação para os restantes, mas não estipulando sobre outros assuntos, vistos como vitais no processo. Numa manobra amplamente criticada, Arafat rejeitou a oferta de Barak, e não fez qualquer contra-oferta. Seguindo a uma visita altamente controversa de Ariel Sharon à área delimitada da Mesquita Al-Aqsa e a violência que se seguiu, a chamada Segunda Intifada Palestiniana (ou Al-Aqsa Intifada) (2000 até hoje) começou.
Morte controversa
Arafat, morreu no dia 11 de novembro de 2004, aos 75 anos, após treze dias internado no hospital militar de Percy, em Clamart, a sudoeste de Paris.
De acordo com Christian Estripeau, porta-voz do hospital, Arafat morreu por falência múltipla dos órgãos. No entanto, seu biógrafo, Amnon Kapeliouk, levantou a possibilidade de sua morte ter sido decorrente de anos de contínuo envenenamento, realizado pelos serviços secretos israelitas.
Em 3 de julho de 2012, foi divulgado pelo Instituto de Radiofísica do Hospital Universitário da Universidade de Lausanne, na Suíça,
o resultado de um trabalho de nove meses de análises do material
biológico encontrado em objetos de uso pessoal de Arafat (roupas, escova
de dentes e keffiyeh). O relatório apontou a presença de altos níveis do isótopo de Polónio 210 no material coletado. Segundo a rede de televisão Al Jazeera, o resultado do estudo reforça a possibilidade de que Arafat tenha sido envenenado com material radioativo. Em 9 de julho, o presidente palestino Mahmoud Abbas aprovou pedido de exumação
do corpo de Arafat, apresentado por Suha Arafat, para teste do nível de
plutónio. O governo de Israel negou qualquer envolvimento com as
recentes descobertas. A Justiça francesa, através do tribunal de Nanterre, decidiu iniciar uma investigação sobre a morte do líder palestino, depois que a viúva apresentou queixa de assassinato de seu marido, no final de julho.
Arafat, considerado como o mais importante líder palestino e tido,
pelos israelitas, como um líder de intenções dúbias, não preparou um
sucessor. Os testes realizados após a exumação de seu corpo mostraram um
nível 20 vezes maior que o permitido para um ser humano normal de Polónio 210,
reforçando a tese que o líder foi envenenado. Contudo, uma equipa
russa que examinou o seu corpo afirmou que não havia nada de anormal
com Arafat e que provavelmente não foi envenenado. O assunto continua
controverso.
in Wikipédia
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