O Curso de Geologia de 85/90 da Universidade de Coimbra escolheu o nome de Geopedrados quando participou na Queima das Fitas.
Ficou a designação, ficaram muitas pessoas com e sobre a capa intemporal deste nome, agora com oportunidade de partilhar as suas ideias, informações e materiais sobre Geologia, Paleontologia, Mineralogia, Vulcanologia/Sismologia, Ambiente, Energia, Biologia, Astronomia, Ensino, Fotografia, Humor, Música, Cultura, Coimbra e AAC, para fins de ensino e educação.
“Terra alienígena” perto do nosso planeta pode albergar vida
Gliese 12 b
Astrónomos fizeram uma descoberta que coloca a humanidade um passo mais perto de encontrar uma segunda casa.
Um novo planeta da dimensão da Terra, chamado Gliese 12 b,
foi identificado como potencialmente habitável, aumentando as
esperanças de encontrar outro mundo que possa suportar a vida humana.
De acordo com um estudo publicado
na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, Gliese 12
b é um exoplaneta rochoso com uma temperatura à superfície de aproximadamente 42ºC.
Embora esta temperatura seja superior à média da Terra, que é de
15ºC, ainda é considerada invulgarmente fria em comparação com a maioria
dos 5 mil exoplanetas confirmados até agora, o que o torna teoricamente
habitável.
“Esta é uma descoberta realmente excitante e vai ajudar a nossa
investigação sobre planetas semelhantes à Terra na nossa galáxia.
É emocionante o facto de este planeta ser o planeta de tamanho e temperatura mais próximos da Terra que conhecemos”, disse Thomas Wilson, astrofísico da Universidade de Warwick e membro da equipa de investigação.
Localizado a 40 anos-luz de distância, Gliese 12 b orbita uma estrela
anã vermelha fria chamada Gliese 12. Esta estrela é significativamente
mais pequena que o nosso Sol, com apenas 27% do seu tamanho e 60% da sua
temperatura à superfície.
Apesar das diferenças entre as suas estrelas, Gliese 12 b partilha várias características com a Terra, escreve a BBC Science Focus.
É semelhante em tamanho, embora ligeiramente mais próximo de Vénus em
dimensões, e completa uma órbita à volta da sua estrela a cada 12,8
dias, resultando num ano muito mais curto do que os 365 dias da Terra.
O termo “habitável” implica que os humanos poderiam potencialmente
sobreviver no planeta. No entanto, os cientistas ainda não têm a certeza
se o Gliese 12 b tem uma atmosfera, que é crucial para manter as
temperaturas e potencialmente suportar água líquida.
O próximo passo dos astrónomos é agora determinar a composição e a eventual presença de uma atmosfera em Gliese 12 b.
Vénus, que se pensava ter condições semelhantes às da Terra,
tornou-se inabitável devido a alterações climáticas aceleradas que
esgotaram as suas fontes de água. Estudar a atmosfera de Gliese 12 b
pode revelar a razão de tais mudanças e ajudar a prever futuras mudanças na Terra.
Se Gliese 12 b tiver uma atmosfera, isso poderá explicar como é que os planetas mantêm temperaturas estáveis e suportam água líquida, essencial para a manutenção da vida.
Escreveu ainda o romance de ficção científicaContacto, que foi levado para o cinema, posteriormente à sua morte. A sua última obra, Biliões e Biliões, foi publicada postumamente pela sua esposa e colaboradora, Ann Druyan,
e consiste, fundamentalmente, numa compilação de artigos inéditos
escritos por Sagan, tendo um capítulo sido escrito por ele enquanto se
encontrava no hospital. Recentemente foi publicado no Brasil mais um
livro sobre Sagan, Variedades da experiência científica: Uma visão pessoal da busca por Deus, que é uma coletânea das suas palestras sobre teologia natural.
Isaac Asimov
descreveu Sagan como uma das duas pessoas que ele encontrou cujo
intelecto ultrapassava o dele próprio. O outro, disse ele, foi o
cientista de computadores e perito em inteligência artificial Marvin Minsky.
Carl Sagan teve um papel significativo no programa espacial americano desde o seu início. Foi consultor e conselheiro da NASA desde os anos 50, trabalhou com os astronautas do Projeto Apollo antes das suas idas à Lua, e chefiou os projetos da Mariner e Viking, pioneiras na exploração do sistema solar e que permitiram obter importantes informações sobre Vénus e Marte. Participou também das missões Voyager e da sonda Galileu. Foi decisivo na explicação do efeito de estufa em Vénus e a descoberta das altas temperaturas do planeta, na explicação das mudanças sazonais da atmosfera de Marte e na descoberta das moléculas orgânicas em Titã, satélite de Saturno. Também foi um dos maiores divulgadores da ciência de todos os tempos ao apresentar a série Cosmos em 1980.
Prémios
Recebeu diversos prémios e homenagens de diversos centros de pesquisas e
entidades ligadas à astronomia, inclusive o maior prémio científico
das Américas, o prémio da Academia Nacional de Ciências (no caso, o Public Welfare Medal). Recebeu também 22 títulos honoris causa de universidades americanas, medalhas da NASA por excecionais feitos científicos, por feitos no Programa Apollo
e duas vezes a distinção por Serviços Públicos, bem como o Prémio de
Astronáutica John F. Kennedy da Sociedade Astronáutica
Norte-Americana, o Prémio de Beneficência Pública por “distintas
contribuições para o bem estar da humanidade”, o Medalha Tsiolkovsky
da Federação Cosmonáutica Soviética, o Prémio Masursky da Sociedade
Astronómica Norte-Americana, o prémio Pulitzer de literatura, em 1978, pelo seu livro Os Dragões do Éden e o prémio Emmy, pela sua série Cosmos. Em sua homenagem, o asteróide2709 Sagan ficou com o seu nome.
Cientista do Instituto Carl Sagan diz que anúncio de vida extraterrestre está iminente
Lisa Kaltenegger
O anúncio da descoberta de vida fora da Terra está eminente, diz
a conceituada astrofísica Lisa Kaltenegger. E o Telescópio Espacial
James Webb vai ser o responsável pela descoberta.
Uma das maiores especialistas mundiais na procura de inteligência
extraterrestre acredita que, com a ajuda do Telescópio Espacial James
Webb (JWST), os humanos estão mais perto do que nunca de descobrir vida fora do nosso planeta.
Segundo a astrofísica Lisa Kaltenegger, que dirige o
Instituto Carl Sagan em Cornell, como o Webb foi concebido para detetar
bioassinaturas, a palavra científica para “sinais de vida”, incluindo o
gás metano produzido por organismos, podemos muito bem encontrar vida
extraterrestre muito em breve.
“A grande surpresa seria não encontrar nada“, afirmou esta em abril a professora de astronomia, em declarações ao The Telegraph.
Kaltnegger, cujo novo livro “Alien Earths: Planet Hunting in the Cosmos” foi publicado este mês, mostrou-se entusiasmada com o salto tecnológico que o JWST representa para a procura de vida fora do nosso planeta.
“A Humanidade entrou numa nova era dourada da exploração espacial, com milhares de outros mundos à nossa porta, que agora podemos realmente explorar”, diz a astrobióloga de 47 anos.
A conceituada astrofísica e professora universitária é conhecida pelo
seu trabalho na área de exoplanetas e na busca por vida extraterrestre,
sendo frequentemente mencionada pelas suas contribuições para o estudo
de planetas com potenciais condições de vida.
A cientista está particularmente interessada no potencial dos planetas que rodeiam a estrela Trappist-1, uma anã vermelha localizada a apenas 40 anos-luz de distância, com 7 planetas do tamanho da Terra que se suspeita que podem conter água e, potencialmente, vida.
Descoberto em 2017, o sistema Trappist-1 parece ter vários planetas na chamada “zona habitável”, que podem albergar água líquida – e, segundo Kaltnegger, é provavelmente aqui que encontraremos vida.
“Com o Webb, temos a oportunidade de identificar os gases que existem nestes mundos”, explica Kaltnegger. “E, nos próximos, digamos, cinco a dez anos poderemos descobrir se há bioassinaturas nestes planetas”.
“Se a vida está em todo o lado, pode estar nesse sistema“,
continua Kaltnegger. “Pode ser que precisemos de observar 100 sistemas,
ou 1000 sistemas, antes de encontrarmos vida. Mas também pode acontecer
que só precisemos de observar um sistema. Se tivermos sorte, pode ser apenas daqui a um par de anos“.
NASA acredita ter encontrado sinais de vida em Marte
‘Selfie’ tirada pelo rover Perseverance com a “intrigante” Cheyava Falls
“Intrigante” rocha na superfície marciana pode ter alojado vida microbiana há milhares de milhões de anos.
O rover Perseverance da NASA encontrou uma rocha “intrigante”
na superfície de Marte, que pode ter alojado vida microbiana há
milhares de milhões de anos, segundo dados divulgados na sexta-feira
pela agência espacial norte-americana.
A rocha foi recolhida pelo robô de seis rodas a 21 de julho na região norte de Neretva Vallis, que se acredita ter sido um antigo vale fluvial, com cerca de 400 metros de largura, há milhões de anos.
A agência espacial explicou que as primeiras análises realizadas com os instrumentos do rover revelam que “a rocha possui qualidades que se enquadram na definição de um possível indicador de vida antiga”.
“A rocha exibe assinaturas químicas e estruturas que poderiam ter sido formadas pela vida há milhares de milhões de anos,
quando a área explorada pelo rover continha água corrente”, divulgou o
Laboratório de Propulsão a Jato (JPL, na sigla em inglês) da NASA.
Um “leopardo” associado a micróbios
Ao longo da rocha existem grandes filões brancos de sulfato de
cálcio, entre os quais se encontra um material cuja cor avermelhada
sugere a presença de hematite, um dos minerais que confere a Marte o seu característico tom enferrujado.
O rover examinou mais de perto estas regiões vermelhas e encontrou
“dezenas de manchas esbranquiçadas, de tamanho milimétrico e forma
irregular, cada uma rodeada de material preto, semelhante às manchas de
leopardo”, explicou a agência espacial.
Análises subsequentes realizadas com instrumentos da Perseverance dão
pistas de que estes “halos negros” contêm ferro e fosfato, o que
surpreendeu os cientistas.
“Na Terra, estes tipos de características nas rochas estão frequentemente associados ao registo fossilizado de micróbios que vivem no subsolo”, frisou David Flannery, astrobiólogo e membro da equipa científica do Perseverance.
Mas…
A agência norte-americana foi rápida a indicar que são necessárias mais investigações
para determinar se estes são realmente sinais de vida microscópica
nesta rocha com filões em forma de ponta de seta, que mede
aproximadamente 1 por 0,6 metros.
E os vestígios que a rocha possui e que dão pistas sobre uma possível
vida microscópica também podem ter sido formados através de “processos
não biológicos”, apontou a NASA.
Ainda assim, a rocha, apelidada de ‘Cheyava Falls’, é
a “rocha mais intrigante, complexa e potencialmente importante
investigada até agora pelo Perseverance”, realçou Ken Farley, da equipa
científica do rover.
Farley lembrou que ainda existem muitas dúvidas sobre as características da rocha, que estudaram de trás para a frente com as ferramentas do rover, que já esgotou as suas possibilidades.
Para um estudo mais completo, é necessário trazê-la para a Terra, o
que permitirá também compreender plenamente o que aconteceu na cratera
Jezero, local onde se situa o Perseverance e onde se estima que tenha
existido água há milhões de anos.
A NASA está no meio de uma campanha para enviar uma missão para devolver as amostras recolhidas pelo Perseverance.
O plano mais recente que concebeu envolve até 11 mil milhões de dólares (10,1 mil milhões de euros, à taxa de câmbio atual), o que representa um desafio orçamental.
Uma “super-Terra”: a 48 anos-luz de nós, há um planeta que poderá ter atmosfera e até água líquida
A descoberta foi feita por uma equipa internacional de astrónomos
liderada pela Universidade de Montreal, no Canadá, com base nos dados do
telescópio James Webb recolhidos em dezembro de 2023.
O LHS 1140b tem 1,7 vezes o tamanho do planeta Terra
Chama-se LHS 1140b o exoplaneta que poderá ser uma “promissora ‘super-Terra’”. Está localizado a cerca de 48 anos-luz de distância da Terra, na constelação da Baleia, e aparenta ser um dos exoplanetas mais promissores no que às condições de habitabilidade diz respeito, mostrando ter potencial para albergar uma atmosfera e até um oceano de água líquida.
A descoberta foi feita por uma equipa internacional de astrónomos liderada pela Universidade de Montreal, no Canadá, com base nos dados do telescópio espacial James Webb (JWST) recolhidos em Dezembro de 2023 e combinados com dados anteriores de outros telescópios espaciais, como o Spitzer, o Hubble e o TESS. Os resultados estão disponíveis no ArXiv, um site onde os investigadores submetem os seus resultados à avaliação informal dos seus pares, e serão publicados em breve na revista The Astrophysical Journal Letters.
Num comunicado, a Universidade de Montreal destaca que, “quando o exoplaneta LHS 1140b foi descoberto pela primeira vez, os astrónomos especularam que poderia ser um ‘mini-Neptuno’: um planeta essencialmente gasoso, mas muito pequeno em tamanho comparado com Neptuno”. No entanto, depois de analisarem os novos dados, os cientistas chegaram a uma conclusão muito diferente.
O LHS 1140b orbita uma estrela anã-vermelha de baixa massa e cativou os cientistas por ser um dos exoplanetas mais próximos do nosso sistema solar que se encontra dentro da zona habitável da sua estrela. Os exoplanetas que se encontram nesta zona têm temperaturas que permitem a existência de água em estado líquido – sendo a água líquida um elemento crucial para a vida tal como a conhecemos na Terra.
Uma das principais questões sobre o LHS 1140b era, portanto, se se tratava de um exoplaneta do tipo “mini-Neptuno” – ou seja, um pequeno gigante gasoso com uma espessa atmosfera rica em hidrogénio – ou de uma “super-Terra”, um planeta rochoso maior do que a Terra. Este último cenário incluía a possibilidade de o exoplaneta albergar um oceano líquido envolvido por uma atmosfera rica em hidrogénio, que exibiria um sinal atmosférico distinto que poderia ser observado com o telescópio James Webb.
A análise das observações do James Webb excluiu o cenário de se tratar de um “mini-Neptuno”, com provas que sugerem que o exoplaneta LHS 1140b é, sim, uma “super-Terra”, que pode ter até uma atmosfera rica em azoto. Se este resultado for confirmado, o LHS 1140b seria o primeiro planeta temperado a mostrar sinais de uma atmosfera secundária, criada após a formação inicial do planeta.
Os dados indicam que o LHS 1140b é menos denso do que o esperado para um planeta rochoso com uma composição semelhante à da Terra, sugerindo que 10 a 20% da sua massa possa ser composta por água. Esta descoberta indica que o LHS 1140b pode provavelmente ser um exoplaneta semelhante a uma bola de neve ou um planeta de gelo com um potencial oceano líquido na área da superfície que está sempre virada para a estrela hospedeira do sistema, devido à rotação síncrona do planeta (tal como a Lua em relação à Terra).
“De todos os exoplanetas temperados atualmente conhecidos, o LHS 1140b poderá ser a nossa melhor aposta para um dia confirmar indiretamente a existência de água líquida à superfície de um mundo extraterrestre fora do nosso sistema solar”, afirmou, em comunicado, Charles Cadieux, da Universidade de Montreal, autor principal do novo estudo. “Isto seria um marco importante na procura de exoplanetas potencialmente habitáveis.”
Anos de observações e estudos estão, portanto, pela frente para eventualmente se determinar se o LHS 1140b tem realmente condições de habitabilidade à superfície.
Rover da NASA encontra possíveis sinais de fósseis em Marte
Ao assinalar o seu milésimo dia marciano no Planeta Vermelho,
o rover Perseverance da NASA completou recentemente a sua exploração do
antigo delta de um rio que contém evidências de um lago que encheu a
cratera Jezero há milhares de milhões de anos.
Até à data, o cientista de seis rodas recolheu um total de 23 amostras, revelando a história geológica desta região de Marte.
Uma amostra chamada “Lefroy Bay” contém uma grande quantidade de grãos finos de sílica, um material conhecido por preservar fósseis antigos na Terra.
Outra, “Otis Peak“, contém uma quantidade significativa de fosfato, que está frequentemente associado à vida tal como a conhecemos.
Ambas as amostras são também ricas em carbonato, que pode preservar um registo das condições ambientais de quando a rocha se formou.
As descobertas foram partilhadas na terça-feira, 12 de dezembro, na
reunião de outono da União Geofísica Americana, em São Francisco.
“Escolhemos a cratera Jezero como local de aterragem porque as
imagens de órbita mostravam um delta – uma evidência clara de que um
grande lago encheu a cratera”, disse Ken Farley investigador do Caltech e cientista do projeto Perseverance.
“Um lago é um ambiente potencialmente habitável e as rochas do delta são um ótimo ambiente para enterrar sinais de vida antiga como fósseis
no registo geológico. Depois de uma exploração minuciosa, reunimos a
história geológica da cratera, traçando a sua fase de lago e rio do
princípio ao fim”, acrescenta Farley.
Jezero formou-se a partir do impacto de um asteroide há quase 4 mil milhões de anos. Após o pouso do Perseverance em fevereiro de 2021, a equipa da missão descobriu que o chão da cratera é feito de rocha ígnea formada a partir de magma subterrâneo ou de atividade vulcânica à superfície.
Desde então, encontraram arenito e lamito, sinalizando a chegada do primeiro rio à cratera centenas de milhões de anos mais tarde.
Por cima destas rochas encontram-se lamitos ricos em sal, indicando a
presença de um lago pouco profundo que sofreu evaporação. A equipa
pensa que o lago acabou por crescer até 35 quilómetros de diâmetro e 30 metros de profundidade.
Mais tarde, a água de fluxo rápido transportou pedras do exterior de Jezero, distribuindo-as no topo do delta e noutros pontos da cratera.
“Conseguimos ver um esboço geral destes capítulos da história de
Jezero em imagens de órbita, mas foi necessário aproximarmo-nos com o
Perseverance para compreender realmente a linha temporal em pormenor”,
disse Libby Ives, pós-doutoranda no JPL da NASA no sul da Califórnia, que gere a missão.
Esta
imagem da cratera Jezero de Marte é sobreposta com dados de minerais
detetados a partir de órbita. A cor verde representa carbonatos –
minerais que se formam em ambientes aquosos com condições que podem ser
favoráveis à preservação de sinais de vida antiga. O Perseverance da
NASA está atualmente a explorar a área verde acima do leque de Jezero
(centro).
Amostras sedutoras
As amostras recolhidas pelo Perseverance têm o tamanho de um pedaço de giz
de sala de aula e são armazenadas em tubos metálicos especiais como
parte da campanha MSR (Mars Sample Return), um esforço conjunto da NASA e
da ESA.
Trazer os tubos para a Terra permitiria aos cientistas estudar as
amostras com equipamento de laboratório potente, demasiado grande para
ser levado para Marte.
Para decidir quais as amostras a recolher, o
Perseverance começa por usar uma ferramenta de abrasão para desgastar um
pedaço de uma prospetiva rocha e depois estuda a química da rocha
usando instrumentos científicos de precisão, incluindo o PIXL (Planetary
Instrument for X-ray Lithochemistry), construído pelo JPL.
Num alvo a que a equipa chama “Bills Bay“, o PIXL
detetou carbonatos – minerais que se formam em ambientes aquosos com
condições que podem ser favoráveis à preservação de moléculas orgânicas
(as moléculas orgânicas formam-se tanto por processos geológicos como
por processos biológicos).
Estas rochas também tinham sílica em abundância, um material que é excelente para preservar moléculas orgânicas, incluindo as relacionadas com a vida.
“Na Terra, esta sílica de grão fino é o que se encontra frequentemente num local que já foi arenoso“, disse Morgan Cable,
investigador do JPL e investigador principal adjunto do PIXL. “É o tipo
de ambiente onde, na Terra, os restos de vida antiga podem ser
preservados e encontrados mais tarde”.
Os instrumentos do Perseverance são capazes de detetar tanto
estruturas microscópicas, semelhantes a fósseis, como alterações
químicas que podem ter sido deixadas por micróbios antigos, mas ainda
não viram evidências de nenhuma delas.
Num outro alvo que o PIXL examinou, chamado “Ouzel Falls“,
o instrumento detetou a presença de ferro associado a fosfato. O
fosfato é um componente do ADN e das membranas celulares de toda a vida
terrestre conhecida e faz parte de uma molécula que ajuda as células a
transportar energia.
Depois de avaliar as descobertas do PIXL em cada uma destas manchas
de abrasão, a equipa enviou comandos para o rover recolher amostras de
rocha nas proximidades: “Lefroy Bay” foi recolhida junto a Bills Bay e “Otis Peak” em Ouzel Falls.
“Temos condições ideais para encontrar sinais de vida antiga,
onde encontramos carbonatos e fosfatos, que apontam para um ambiente
aquoso e habitável, bem como sílica, que é ótima para a preservação”,
disse Cable.
O trabalho do Perseverance está, naturalmente, longe de estar
terminado. A quarta campanha científica da missão vai explorar a margem
da cratera Jezero, perto da entrada do desfiladeiro onde um rio inundou o
fundo da cratera.
Foram detetados ricos depósitos de carbonato ao longo da margem, que
se destaca nas imagens orbitais como um anel dentro de uma banheira.
A NASA só precisa de um único cristal de gelo para encontrar vida alienígena em Encélado
Encélado é o sexto maior satélite natural de Saturno
Um simples cristal de gelo pode ser a chave para detetar vida
nos oceanos subterrâneos de corpos celestes como Europa e Encélado, as
luas de Júpiter e Saturno, respetivamente.
Europa e Encélado são luas conhecidas pelas suas ejeções periódicas
de material dos seus oceanos ocultos, o local onde esse material congela
e forma cristais de gelo.
Investigações anteriores demonstraram que pode haver vida nesses
oceanos extraterrestres. Agora, novas descobertas sugerem que há uma
tecnologia capaz de detetar os mais ínfimos vestígios de matéria
biológica.
“É surpreendente como podemos identificar bem uma célula bacteriana
nestes cristais”, disse Fabian Klenner, investigador da Universidade de
Washington e principal autor do novo estudo, em entrevista à WordsSideKick. “Mesmo que exista apenas uma pequena fração num punhado de grãos, podemos encontrá-la com estes instrumentos.”
A equipa de investigação selecionou Sphingopyxis alaskensis,
uma bactéria nativa das águas do Alasca, para simular a eventual
presença de vida nos oceanos. A escolha foi baseada na capacidade da
bactéria de prosperar em temperaturas frias e ambientes com escassez de
nutrientes.
A hipótese sugere que bactérias poderiam ser transportadas para a
superfície das luas através de bolhas formadas no subsolo dos oceanos,
ficando presas em cristais de gelo.
“Elas são extremamente pequenas, por isso são, em teoria, capazes de
caber em cristais de gelo produzidos por mundos oceânicos como Encélado
ou Europa”, referiu o investigador, em comunicado citado pelo EurekAlert.
Na experiência, descrita num artigo científico publicado na Science Advances,
os cientistas usaram um tubo muito fino para injetar água numa pequena
câmara de vácuo. As gotículas tinham 15 micrometros de diâmetro, sendo
ligeiramente maiores do que os cristais de gelo no Espaço.
Usando espectroscopia de massa – uma técnica que as
naves espaciais são capazes de realizar –, os investigadores reuniram os
espectros das partículas, isto é, uma medida dos diferentes
comprimentos de onda da luz emitida pelas partículas que pode revelar as
suas composições.
Foi assim que encontraram muitos aminoácidos e ácidos gordos, entre outros sinais que apontavam claramente para uma célula bacteriana, que sabiam já estar na amostra de água.
Os resultados mostram que, mesmo que só haja 1% de uma célula incrustado num minúsculo cristal, a sua assinatura química continua a ser visível e detetável.
A próxima missão Europa Clipper, da NASA, prevista para ser lançada
em outubro, está equipada com instrumentos capazes de detetar estes
biomateriais, nomeadamente lípidos, que são componentes cruciais das
membranas celulares.
“Com instrumentos adequados, como o Analisador de Poeira de
Superfície na sonda espacial Europa Clipper da NASA, pode ser mais fácil
do que pensávamos encontrar vida, ou vestígios dela, em luas geladas”,
salientou Frank Postberg, da Freie Universität Berlin.
Escreveu ainda o romance de ficção científicaContacto, que foi levado para o cinema, posteriormente à sua morte. A sua última obra, Biliões e Biliões, foi publicada postumamente pela sua esposa e colaboradora, Ann Druyan,
e consiste, fundamentalmente, numa compilação de artigos inéditos
escritos por Sagan, tendo um capítulo sido escrito por ele enquanto se
encontrava no hospital. Recentemente foi publicado no Brasil mais um
livro sobre Sagan, Variedades da experiência científica: Uma visão pessoal da busca por Deus, que é uma coletânea das suas palestras sobre teologia natural.
Isaac Asimov
descreveu Sagan como uma das duas pessoas que ele encontrou cujo
intelecto ultrapassava o dele próprio. O outro, disse ele, foi o
cientista de computadores e perito em inteligência artificial Marvin Minsky.
Carl Sagan teve um papel significativo no programa espacial americano desde o seu início. Foi consultor e conselheiro da NASA desde os anos 50, trabalhou com os astronautas do Projeto Apollo antes das suas idas à Lua, e chefiou os projetos da Mariner e Viking, pioneiras na exploração do sistema solar e que permitiram obter importantes informações sobre Vénus e Marte. Participou também das missões Voyager e da sonda Galileu. Foi decisivo na explicação do efeito de estufa em Vénus e a descoberta das altas temperaturas do planeta, na explicação das mudanças sazonais da atmosfera de Marte e na descoberta das moléculas orgânicas em Titã, satélite de Saturno. Também foi um dos maiores divulgadores da ciência de todos os tempos ao apresentar a série Cosmos em 1980.
Prémios
Recebeu diversos prémios e homenagens de diversos centros de pesquisas e
entidades ligadas à astronomia, inclusive o maior prémio científico
das Américas, o prémio da Academia Nacional de Ciências (no caso, o Public Welfare Medal). Recebeu também 22 títulos honoris causa de universidades americanas, medalhas da NASA por excecionais feitos científicos, por feitos no Programa Apollo
e duas vezes a distinção por Serviços Públicos, bem como o Prémio de
Astronáutica John F. Kennedy da Sociedade Astronáutica
Norte-Americana, o Prémio de Beneficência Pública por “distintas
contribuições para o bem estar da humanidade”, o Medalha Tsiolkovsky
da Federação Cosmonáutica Soviética, o Prémio Masursky da Sociedade
Astronómica Norte-Americana, o prémio Pulitzer de literatura, em 1978, pelo seu livro Os Dragões do Éden e o prémio Emmy, pela sua série Cosmos. Em sua homenagem, o asteróide2709 Sagan ficou com o seu nome.
As nuvens de Vénus podem ser habitáveis. A confirmação estará para breve
O que sabemos sobre Vénus até agora foi recolhido de sondas
anteriores. Em breve podemos descobrir se as nuvens do planeta são
habitáveis.
Vénus, muitas vezes chamado de planeta “gémeo do mal” da Terra, formou-se mais próximo do Sol e desde então evoluiu de maneira bem diferente do nosso próprio planeta. Tem um efeito de estufa “descontrolado”
(o que significa que o calor fica completamente preso), uma atmosfera
espessa rica em dióxido de carbono, nenhum campo magnético e uma
superfície quente o suficiente para derreter chumbo.
Várias missões científicas não tripuladas estudarão como e porque é que
isso aconteceu, durante a próxima década. Mas agora alguns cientistas
querem enviar uma missão tripulada para um sobrevoo. Esta é uma boa ideia?
Com um diâmetro ligeiramente menor que a Terra, Vénus orbita mais perto
do Sol. Isto significa que qualquer água na superfície teria evaporado
logo após a sua formação, iniciando o seu efeito de estufa.
Erupções vulcânicas precoces e sustentadas criaram planícies de lava e
aumentaram o dióxido de carbono na atmosfera – iniciando o efeito de
estufa descontrolado, que aumentou a temperatura de apenas um pouco mais
alta que a da Terra para o seu alto valor atual de 475°C.
Enquanto o ano de Vénus é mais curto que o nosso (225 dias), a sua rotação é muito lenta (243 dias) e “retrógrada”
– o contrário da Terra. A rotação lenta está relacionada com a falta de
campo magnético, resultando numa perda contínua de atmosfera. A
atmosfera de Vénus gira mais rápido que o próprio planeta. Imagens de
muitas missões mostram padrões de nuvens em forma de V, compostas por gotículas de ácido sulfúrico.
Apesar das condições adversas, alguns cientistas especularam que as
nuvens de Vénus podem, em algumas altitudes, abrigar condições
habitáveis. Medições recentes aparentemente a mostrar fosfina – um sinal
potencial de vida, pois é continuamente produzida por micróbios na
Terra – nas nuvens de Vénus têm sido fortemente debatidas. Claramente,
precisamos de mais medições e exploração para descobrir de onde vem.
Missões futuras
O que sabemos sobre Vénus até agora foi recolhido de várias sondas anteriores.
Em 1970-82, por exemplo, as sondas soviéticas Venera 7-14 conseguiram
pousar na superfície dura de Vénus, sobreviver por até duas horas e
enviar imagens e dados.
Mas ainda há questões sobre como Vénus evoluiu de maneira tão
diferente da Terra, que também são relevantes para entender quais
planetas a orbitar outras estrelas podem abrigar vida.
A próxima década promete ser uma bonança para os cientistas que estudam Vénus. Em 2021, a NASA selecionou duas missões, Veritase DaVinci, com lançamento previsto para 2028-30. A Agência Espacial Europeia selecionou a EnVisionpara lançamento no início de 2030. Estas são missões complementares e
não tripuladas que nos darão uma compreensão mais profunda do ambiente e
da evolução de Vénus.
A Veritas vai mapear a superfície de Vénus para determinar a história
geológica, a composição das rochas e a importância da água primitiva.
A DaVinci inclui um orbitador e uma pequena sonda que descerá pela
atmosfera e medirá a sua composição, estudará a formação e evolução do
planeta e determinará se já teve um oceano.
A EnVision vai estudar a superfície, a subsuperfície e os gases
residuais atmosféricos do planeta. Usará radar para mapear a superfície
com melhor resolução do que nunca.
A Índia também planeia uma missão não tripulada, Shukrayaan-1, e a Rússia propôs a Venera-D.
Escreveu ainda o romance de ficção científicaContacto, que foi levado para o cinema, posteriormente à sua morte. A sua última obra, Biliões e Biliões, foi publicada postumamente pela sua esposa e colaboradora, Ann Druyan,
e consiste, fundamentalmente, numa compilação de artigos inéditos
escritos por Sagan, tendo um capítulo sido escrito por ele enquanto se
encontrava no hospital. Recentemente foi publicado no Brasil mais um
livro sobre Sagan, Variedades da experiência científica: Uma visão pessoal da busca por Deus, que é uma coletânea das suas palestras sobre teologia natural.
Isaac Asimov
descreveu Sagan como uma das duas pessoas que ele encontrou cujo
intelecto ultrapassava o dele próprio. O outro, disse ele, foi o
cientista de computadores e perito em inteligência artificial Marvin Minsky.
Carl Sagan teve um papel significativo no programa espacial americano desde o seu início. Foi consultor e conselheiro da NASA desde os anos 50, trabalhou com os astronautas do Projeto Apollo antes das suas idas à Lua, e chefiou os projetos da Mariner e Viking, pioneiras na exploração do sistema solar e que permitiram obter importantes informações sobre Vénus e Marte. Participou também das missões Voyager e da sonda Galileu. Foi decisivo na explicação do efeito de estufa em Vénus e a descoberta das altas temperaturas do planeta, na explicação das mudanças sazonais da atmosfera de Marte e na descoberta das moléculas orgânicas em Titã, satélite de Saturno. Também foi um dos maiores divulgadores da ciência de todos os tempos ao apresentar a série Cosmos em 1980.
Prémios
Recebeu diversos prémios e homenagens de diversos centros de pesquisas e
entidades ligadas à astronomia, inclusive o maior prémio científico
das Américas, o prémio da Academia Nacional de Ciências (no caso, o Public Welfare Medal). Recebeu também 22 títulos honoris causa de universidades americanas, medalhas da NASA por excecionais feitos científicos, por feitos no Programa Apollo
e duas vezes a distinção por Serviços Públicos, bem como o Prémio de
Astronáutica John F. Kennedy da Sociedade Astronáutica
Norte-Americana, o Prémio de Beneficência Pública por “distintas
contribuições para o bem estar da humanidade”, o Medalha Tsiolkovsky
da Federação Cosmonáutica Soviética, o Prémio Masursky da Sociedade
Astronómica Norte-Americana, o prémio Pulitzer de literatura, em 1978, pelo seu livro Os Dragões do Éden e o prémio Emmy, pela sua série Cosmos. Em sua homenagem, o asteróide2709 Sagan ficou com o seu nome.
Sagan é conhecido por seus livros de divulgação científica e pela premiada série televisiva de 1980 Cosmos, que ele mesmo narrou e co-escreveu. O livro Cosmos foi publicado para complementar a série. Sagan escreveu o romance Contato, que serviu de base para um filme homónimo de 1997. Em 1978, ganhou o prêmio Pulitzer de literatura geral de não-ficção pelo seu livro Os dragões do Éden. Morreu aos 62 anos, de pneumonia, depois de uma batalha de dois anos com uma rara e grave doença na medula óssea (mielodisplasia).
Ao longo de sua vida, Sagan recebeu numerosos prémios e condecorações
pelo seu trabalho de divulgação científica. Sagan é considerado um dos
divulgadores científicos mais carismáticos e influentes da história,
graças a sua capacidade de transmitir as ideias científicas e os
aspectos culturais ao público não especializado.
Sagan é conhecido por seus livros de divulgação científica e pela premiada série televisiva de 1980 Cosmos, que ele mesmo narrou e co-escreveu. O livro Cosmos foi publicado para complementar a série. Sagan escreveu o romance Contato, que serviu de base para um filme homónimo de 1997. Em 1978, ganhou o prêmio Pulitzer de literatura geral de não-ficção pelo seu livro Os dragões do Éden. Morreu aos 62 anos, de pneumonia, depois de uma batalha de dois anos com uma rara e grave doença na medula óssea (mielodisplasia).
Ao longo de sua vida, Sagan recebeu numerosos prémios e condecorações
pelo seu trabalho de divulgação científica. Sagan é considerado um dos
divulgadores científicos mais carismáticos e influentes da história,
graças a sua capacidade de transmitir as ideias científicas e os
aspectos culturais ao público não especializado.
Sagan é conhecido por seus livros de divulgação científica e pela premiada série televisiva de 1980 Cosmos, que ele mesmo narrou e co-escreveu. O livro Cosmos foi publicado para complementar a série. Sagan escreveu o romance Contato, que serviu de base para um filme homónimo de 1997. Em 1978, ganhou o prêmio Pulitzer de literatura geral de não-ficção pelo seu livro Os dragões do Éden. Morreu aos 62 anos, de pneumonia, depois de uma batalha de dois anos com uma rara e grave doença na medula óssea (mielodisplasia).
Ao longo de sua vida, Sagan recebeu numerosos prémios e condecorações
pelo seu trabalho de divulgação científica. Sagan é considerado um dos
divulgadores científicos mais carismáticos e influentes da história,
graças a sua capacidade de transmitir as ideias científicas e os
aspectos culturais ao público não especializado.