Vladimir Putin a bordo de seu iate privado na baía de Sydney
Vladimir Vladimirovitch Putin (
Leningrado, atualmente São Petersburgo,
7 de outubro de
1952), é o atual
presidente da
Rússia, além de ex-agente do
KGB, no departamento do exterior, e chefe dos
serviços secretos soviético e
russo,
KGB e
FSB, respectivamente. Putin exerceu a presidência entre
2000 e
2008, além de ter sido primeiro-ministro por duas ocasiões, a primeira entre
1999 e
2000, e a segunda entre
2008 e
2012.
Putin tem governado a Rússia desde a renúncia de
Boris Iéltsin, em
1999. O seu primeiro governo foi marcado por profundas reformas políticas e económicas, pelo
estadismo, por novas tensões com os
Estados Unidos e
Europa Ocidental, pela rigidez no combate aos rebeldes
chechenos e pelo resgate do
nacionalismo russo, atitudes que lembram em parte o regime
soviético e o
czarismo. Entre os eventos mais notáveis de seu governo, estão o decreto que permite a indicação dos governadores dos
distritos russos pelo próprio presidente,
a
restauração do controle russo sobre a república separatista da
Chechénia, os assassinatos não esclarecidos dos seus opositores políticos
Anna Politkovskaia e
Alexander Litvinenko,
o fim do
colapso económico russo,
a estatização de setores estratégicos que até então estavam nas mãos dos
oligarcas russos e as consequentes prisões de muitos deles
e vários desacordos diplomáticos com a
NATO,
sendo os mais memoráveis a discussão quanto ao estabelecimento de mísseis no
Leste Europeu, que levou Putin a criticar publicamente a política internacional norte-americana,
e o apoio russo aos separatistas na Ucrânia, após este país ter se alinhado à Aliança Atlântica.
Durante dezasseis anos, Putin foi oficial do KGB, o serviço secreto da
União Soviética, chegando à patente de
tenente-coronel. Ele saiu das atividades militares para ingressar na política, na sua cidade, São Petersburgo, em
1991. Mudou-se para
Moscovo em
1996, para fazer parte da administração do então presidente
Boris Iéltsin, na qual chegou ao topo rapidamente, tornando-se presidente interino em
31 de dezembro de 1999, quando o presidente Iéltsin renunciou ao cargo inesperadamente.
Putin venceria a eleição do ano seguinte, tornando-se de facto Presidente da Rússia, sendo reeleito em
2004. Putin foi impedido de concorrer a um terceiro mandato em
2008, já que, na época, a
Constituição russa só permitia dois mandatos consecutivos. Assim sendo, o seu aliado
Dmitri Medvedev seria o seu sucessor, o que levaria à escolha de Putin como primeiro-ministro do país, cargo que manteve até o final da presidência de Medvedev. Em setembro de
2011, Putin anunciou que concorreria a um terceiro mandato nas eleições do ano seguinte, gerando diversos protestos nas principais cidades do país. Como esperado, Putin foi reeleito por mais seis anos, no seu terceiro mandato, que tem fim previsto para
2018.
Putin tem sido amplamente responsabilizado pelo retorno da estabilidade política e do progresso económico da Rússia, pondo fim à crise dos
anos 90.
Durante a primeira gestão de Putin (
1999-
2008), o lucro real aumentou cerca de 2.5 vezes e os salários mais que triplicaram. O desemprego e a pobreza caíram para mais da metade, e a satisfação de vida da população russa aumentou significativamente.
O primeiro governo de Putin foi marcado pelo grande crescimento económico: a economia russa cresceu diretamente em oito anos, observando um aumento de 72% no
PIB.
Essas conquistas foram atribuídas pelos analistas à boa gestão
macroeconómica, a importantes reformas fiscais, ao aumento do fluxo de capitais, ao acesso a empréstimos externos de baixo custo e a um aumento de cinco vezes no preço do
petróleo e
gás, que constituem os principais produtos de exportação da
Rússia.
Como presidente da
Rússia, Putin transformou em lei um aumento de 13% na taxa proporcional da receita, uma taxa reduzida de impostos sobre a receita, e novos códigos legais territoriais.
Como primeiro-ministro, Putin foi responsável por reformas militar e policial de larga escala. A sua política energética afirmou a posição da
Rússia como superpotência na área da energia. Putin apoiou indústrias de alta-tecnologia como as nucleares e da defesa. Um aumento no investimento de capital estrangeiro contribuiu pela explosão em certos setores, como na indústria automóvel. O desenvolvimento sob Putin incluiu a construção de
oleodutos e
gasodutos, a restauração do
sistema de navegação por satélite GLONASS e a construção de infraestruturas para eventos internacionais.
Na
Rússia, a liderança de Putin goza de considerável popularidade, com altas taxas de aprovação geral. Por outro lado, várias das suas ações têm sido caracterizadas pela oposição como antidemocráticas.
Observadores ocidentais e organizações também juntaram vozes para criticar o governo de Putin. A classificação de
2011 do
Índice de Democracia apontou que a Rússia está em
"um longo processo de regressão graças à mudança de um governo híbrido para um regime autoritário" sob Putin. As mensagens diplomáticas que saíram no
WikiLeaks alegam que a Rússia se tornou um
"estado mafioso virtual", devido à corrupção sistemática no governo de Putin. Alguns críticos descrevem-no como ditador, alegações que o próprio Putin nega incondicionalmente. Sob o comando de Putin, a Rússia modificou as suas relações com os
Estados Unidos e
Reino Unido, já que adotou uma postura mais independente, caracterizada pela política de não-intervenção, contrária à dos norte-americanos e britânicos.
Putin projeta uma imagem pública de aventureiro, homem viril, sempre empenhado em atividades perigosas e pouco comuns. Algumas destas jogadas publicitárias são criticadas ocasionalmente. Assíduo praticante de
artes marciais, Putin teve ampla participação no desenvolvimento do desporto russo, sendo o exemplo mais notável a colaboração para fazer da cidade de
Sochi a sede dos
Jogos Olímpicos de Inverno de 2014.