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domingo, abril 07, 2024

Joaquim Agostinho, o melhor ciclista português de sempre, nasceu há oitenta e um anos...

(imagem daqui)
       
Joaquim Agostinho (Torres Vedras, 7 de abril de 1943 - Lisboa, 10 de maio de 1984) foi um ciclista português. Morreu, depois de dez dias em coma, em consequência de uma queda sofrida numa etapa da X Volta ao Algarve.
  
Joaquim Agostinho começou a praticar ciclismo no Sporting Clube de Portugal, equipa que o descobriu ao treinar perto de Casalinhos de Alfaiata em Torres Vedras, começando a praticar já com 25 anos de idade, mas ainda conseguiu evoluir de tal forma que é usualmente referido como o melhor ciclista português de todos os tempos.
A sua carreira internacional começou em 1968, depois de ter sido observado pelo diretor desportivo francês Jean de Gribaldy, obtendo resultados de destaque na Volta a Espanha, vários dias de amarelo e um segundo lugar final, distando apenas 11 segundos da vitória, e na Volta a França onde terminou duas vezes no pódio e venceu a mítica etapa do Alpe d'Huez.
A 30 de abril de 1984, quando era camisola amarela da X Volta ao Algarve, na 5ª etapa. A 300 metros da meta um cão atravessou-se no seu caminho, o que o fez cair, provocando-lhe uma fratura craniana - algum tempo depois afirmou-se que as consequências deste acidente poderiam ser menores se Joaquim levasse capacete. Levantou-se, voltou a montar na bicicleta e terminou a etapa com a ajuda de dois colegas. As dores persistentes na cabeça levaram-no a ingressar no hospital de Loulé, onde o seu estado de saúde se agravou drasticamente. Foi evacuado de emergência, fazendo 300 km de ambulância (na altura não havia helicópteros para transporte de doentes em Portugal, nem serviço de neurocirurgia no Algarve), para ser operado no hospital da CUF, em Lisboa. Após 10 intervenções cirúrgicas, de ser dado clinicamente morto 48 horas depois da queda e de permanecer 10 dias em coma, faleceu, a 10 de maio de 1984, poucos minutos antes das 11.00 horas. Foi sepultado na sua terra natal.
          
  
in Wikipédia

sábado, abril 06, 2024

O visconde de Alvalade nasceu há 187 anos

 
Alfredo Augusto das Neves Holtreman (Santarém, 6 de abril de 1837Lisboa, 7 de junho de 1920), 1.º Visconde de Alvalade, foi um advogado e empresário português.
Descendente da família Holtreman, foi filho de António Maria Ribeiro da Costa Holtreman, bacharel em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra e advogado em Lisboa, e de sua mulher, Libânia Augusta das Neves e Melo.

Bacharel, formado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, foi distinto advogado em Lisboa e proprietário de casas e terrenos, a Quinta das Mouras, junto ao Campo Grande, onde hoje está o Estádio do Sporting Clube de Portugal.
O título de 1.º Visconde de Alvalade foi-lhe concedido, em uma vida, por decreto de D. Carlos I de Portugal, a 22 de junho de 1898.
Da primeira filha, teve como neto José Alfredo Holtreman Roquette, mais conhecido por José Alvalade. Em 1904 quando este seu neto lhe pediu ajuda financeira para fundar o que viria a tornar-se Sporting Clube de Portugal, além de 200$000 réis, disponibilizou também terrenos na sua Quinta em Alvalade, que abarcava as atuais zonas do Lumiar, Campo Grande e Alvalade, em Lisboa para a construção do Estádio. Foi nomeado 1.º Presidente do Sporting Clube de Portugal, como Presidente Honorário, em 1906.
Após a implantação da República, a 5 de outubro de 1910, o 1.º Visconde de Alvalade perdeu o interesse no Sporting Clube de Portugal, até porque se viu obrigado a ausentar-se para Londres, devido às suas ligações com a Família Real.
     
Brasão do Visconde de Alvalade - blog Miguel Ângelo Boto - Heráldica)
     

quarta-feira, abril 03, 2024

Jesus Correia nasceu há um século...!

(imagem daqui)
    
António Jesus Correia, nascido a 3 de abril de 1924, em Paço de Arcos, foi um desportista de eleição, como houve poucos na história de Portugal. Versátil, jogou em simultâneo futebol e hóquei em patins. Era sem dúvida um desportista de dois amores, praticando ambas as modalidades ao mais alto nível.
No futebol, onde jogava a extremo-direito, fez parte dos famosos Cinco Violinos, conquistando para o Sporting Clube de Portugal cinco campeonatos nacionais e três taças de Portugal. No início de 1947 alcançou a estreia na Seleção Portuguesa de Futebol, onde jogou até 1952, com um total de 13 internacionalizações.
No hóquei, jogou no Paço de Arcos, onde foi oito vezes campeão nacional, entre 1942 e 1955. Para além de ser campeão nacional, somou ainda seis títulos mundiais.
Na época de 1952/53, quando tinha 28 anos, o Sporting quis ter o seu passe em exclusivo, pelo que Jesus Correia foi obrigado a optar entre o futebol e o hóquei em patins. Optou pelo hóquei, o seu primeiro amor, dizendo então adeus ao futebol de alta competição.
Foi um marco no desporto nacional, que ainda hoje inspira gerações. Morreu a 30 de novembro de 2003, quando era o último sobrevivente dos Cinco Violinos.

 

domingo, março 10, 2024

Peyroteo nasceu há 106 anos

 (imagem daqui)

Fernando Baptista de Seixas Peyroteo de Vasconcelos (Angola, 10 de março de 1918 - Lisboa, 28 de novembro de 1978) foi um futebolista português. Fernando Peyroteo formou, com Albano, António Jesus Correia, José Travassos e também Vasques, os famosos Cinco Violinos do Sporting Clube de Portugal.
Filho de José de Vasconcelos Correia Peyroteo (Torres Novas, 22 de outubro de 1861 - Angola, 1919) e de sua mulher, segundo casamento de ambos, Maria da Conceição Fernandes de Seixas (27 de maio de 1879 - Angola, 1948), irmão de Herlander Peyroteo, meio-sobrinho de Berta de Bívar e sobrinho-bisneto do 1.º Visconde de Torres Novas e 1.º Conde de Torres Novas e do 2.º Conde de Torres Novas, Fernando Peyroteo nasceu a 10 de março de 1918, em Humpata, Angola, e desde cedo se revelou como marcador de golos no Sporting Clube de Luanda. Com 19 anos apenas chegou a Lisboa a 26 de junho de 1937 e não assinou logo contrato. Deu apenas a sua palavra de honra em como jogaria no Sporting, sem ter sequer discutido questões monetárias. Apesar de abordado por um clube do norte, o F. C. Porto, oferecendo-lhe mais dinheiro e melhores condições, Peyroteo não aceitou, pois tinha dado a sua palavra de como iria jogar no Sporting Clube de Portugal.
Fernando Peyroteo estreou-se com a camisola do Sporting em 12 de setembro de 1937, num Torneio no Campo das Salésias, defrontando o Benfica (Taça Preparação), jogo que o Sporting venceu por 5-3, com 2 golos de sua autoria.
Nesse seu primeiro ano no Sporting, Peyroteo ajudou o Clube a conquistar mais um Campeonato de Portugal, tendo Peyroteo contribuído decisivamente para a conquista de 5 campeonatos nacionais, 4 Taças de Portugal e 7 campeonatos de Lisboa.
Peyroteo foi por 6 vezes o melhor marcador do campeonato nacional, prova em que apontou 331 golos em 197 jogos, uma média fantástica de mais de 1,6 golos por jogo, média ainda hoje não superada por nenhum jogador do mundo, em jogos a contar para os campeonatos nacionais.
Peyroteo realizou 393 jogos com a camisola «leonina» (1937-1949) tendo marcado 635 golos (média de 1,61 por jogo) e ao longo da carreira disputou 432 jogos marcando 700 golos (1,62 por jogo).
Os seus 43 golos, apontados no campeonato nacional de 1947/48, só vieram a ser ultrapassados por outro sportinguista: Hector Yazalde, que, em 1973/74, marcou 46 golos.
É difícil escolher a tarde de maior glória de Peyroteo, tantas foram elas com a camisola do Sporting. Saliente-se quando, em 24 de abril de 1948,  o Sporting precisava de vencer o Benfica, fora de casa, por uma diferença de três golos para conquistar mais um campeonato nacional. Nessa tarde de glória, Peyroteo, apesar de ter passado a noite em estado febril, jogou e marcou os quatro golos que permitiram ao Sporting ganhar o campeonato nacional e, em simultâneo, a primeira Taça «O Século», um troféu verdadeiramente monumental.
Peyroteo terminou a sua carreira aos 31 anos, depois de um curto ano ao serviço do clube Os Belenenses, e faleceu, vítima de ataque cardíaco, em 28 de novembro de 1978, com apenas 60 anos de idade.
Por ocasião das comemorações do 1º centenário do Sporting Clube de Portugal, este clube homenageou Fernando Peyroteo, lembrando-o com um memorial, no dia 10 de março de 2006, dia do seu 88º aniversário. Depois de descerrada a placa, usou da palavra o filho, de nome Fernando Peyroteo: «Gostaria de dizer duas palavras de profundo agradecimento. Tenho a certeza absoluta que se fosse possível esta seria uma das prendas que teriam dado mais prazer ao longo da vida de meu pai. É com orgulho que recebo em seu nome uma homenagem destas. Estou agradecido à Comissão do Centenário. Apesar de tudo, os valores que me foram transmitidos pelo meu pai estão a ser reafirmados. Estou muito sensibilizado. Em relação à minha família será transmitida toda esta emoção.» Certamente, Fernando Peyroteo é e sempre será para todos os sportinguistas, como o melhor ponta de lança de todos os tempos a jogar no Sporting.
Era tio-avô do jogador e treinador José Couceiro.
     
Títulos, internacionalizações e recordes pessoais
  • Títulos: 10 (5 Campeonatos, 1 Campeonato de Portugal e 4 Taças de Portugal)
  • Internacionalizações: 20 (14 golos)
De entre os variadíssimos recordes de Peyroteo destacamos apenas seis deles que ainda hoje se mantêm:
1º - O jogador português que mais golos marcou na história do Campeonato Nacional: 330 golos. 
2º - O jogador português que mais golos marcou num só jogo em campeonatos nacionais: 9 golos contra o Leça, em 22 de fevereiro de 1942, que o Sporting venceu por 14-0.
3º - O jogador português que mais golos consecutivos num só jogo para campeonatos nacionais: 5 golos ao Vitória de Guimarães, em 8 de fevereiro de 1942
4º - O jogador com melhor média de golos marcados pela seleção de Portugal: 14 golos marcados em 20 jogos (média de 0,7 por jogo). 
5º - O jogador com mais golos marcados ao Benfica: 64 golos em 55 jogos (média de 1,2 por jogo) 
6º - O jogador com mais golos marcados ao F.C.Porto: 33 golos em 32 jogos (média de 1,02 por jogo).
         

 

quinta-feira, fevereiro 22, 2024

Travassos nasceu há noventa e oito anos...

(imagem daqui)
     
José António Barreto Travassos (Lisboa, 22 de fevereiro de 1926 - 12 de fevereiro de 2002) também conhecido por Zé da Europa por ter sido o 1º jogador de futebol português a jogar na seleção da Europa, em 1955, contra a Grã-Bretanha.
Curiosamente nasceu no mesmo local onde se situava a Bancada Nova do antigo Estádio de Alvalade.
Como jogador de futebol foi 35 vezes internacional e representou a CUF (onde foi necessário autorização, de um ministro, por ainda não ter idade de júnior) e o Sporting Clube de Portugal. Praticou ainda atletismo, nos anos em que jogava na CUF.
Ainda na época em que era moda o futebol de ataque Travassos atuava como interior-direito, e, juntamente com Albano, António Jesus Correia, Peyroteo e Vasques, formaram os famosos Cinco Violinos. Também famoso foi o golo que marcou no seu primeiro jogo contra o F. C. Porto, um remate de moinho que ficou imortalizado no filme O Leão da Estrela.
Fora do grande ecrã teve a mais curiosa crítica de um jornalista estrangeiro, no caso inglês, em 1951: "Portugal não figura entre os seis primeiros países da Europa do futebol, mas possui um interior-direito, Travassos, que vale quatro mil contos. Travassos, com um penteado impecável, é tão brilhante com os pés como o seu inalterável penteado de brilhantina".
Na sua estreia, no Campeonato Nacional, a 16 de fevereiro de 1947,  foi autor de 3 golos, ajudando a golear o Benfica por 6-1, num jogo disputado no Estádio do Lumiar e que lhe valeu um relógio de ouro, como prémio pela exibição.
Despediu-se do futebol a 7 de setembro de 1958.

Troféus conquistados e jogos
  • 8 Campeonatos Nacionais (1946/47, 1947/48, 1948/49, 1950/51, 1951/52, 1952/53 e 1953/54)
  • 2 Taças de Portugal (1947/48 e 1953/54)
  • Jogos pelo Sporting: 249 no Campeonato, 457 em total
  • Golos pelo Sporting: 99 no Campeonato, 172 em total

   

domingo, fevereiro 18, 2024

Carlos Lopes, o primeiro campeão olímpico português, nasceu há 77 anos...!

(imagem daqui)

 

Carlos Alberto de Sousa Lopes (Vildemoinhos, 18 de fevereiro de 1947) é um ex-atleta e campeão olímpico português, um dos melhores da sua geração e uma referência mundial do atletismo de longa distância.
Lopes sobressaiu tanto nas provas de pista, como nas de estrada e no corta-mato (cross-country). Foi vencedor da Medalha Olímpica Nobre Guedes em 1973. Carlos Alberto de Sousa Lopes foi campeão mundial 3 vezes. 
  
 
Biografia

A família Lopes era modesta e Carlos começou a trabalhar como servente de pedreiro, ainda não tinha onze anos, para ajudar a sustentar a casa de família. Mais tarde, foi empregado de mercearia, relojoeiro e contínuo. Enquanto adolescente, Lopes ambicionava jogar futebol no Lusitano de Vildemoinhos, o clube da sua aldeia, no entanto clube rejeitou-o por ser excessivamente magro.

Como ele próprio contou mais tarde, o atletismo surgiu por acaso numa correria com amigos, durante a noite, ao voltar de um baile (correndo em parte para afastar o medo que o vento uivante lhes fazia), Carlos Lopes foi o primeiro, batendo um grupo de rapazes da sua idade que treinavam regularmente e já se dedicavam ao atletismo. Foi nesse grupo de adolescentes que nasceu a ideia de criar um núcleo de atletismo no Lusitano de Vildemoinhos.

A primeira prova oficial de Lopes foi numa corrida de São Silvestre; tinha dezasseis anos. Lopes ficou em segundo lugar, pese embora a presença de corredores bem mais experientes. Pouco tempo depois, ganhou o campeonato distrital de Viseu de crosse, e quase de seguida foi terceiro no Campeonato Nacional de Corta-mato para juniores. Essa classificação, levou-o pela primeira vez ao Cross das Nações, em Rabat, Marrocos. Lopes foi o melhor português, em 25º lugar. Lopes tinha então dezassete anos.

Em 1967, Carlos Lopes foi recrutado pelo Sporting Clube de Portugal, de Lisboa. A ida para Lisboa, deveu-se tanto a razões desportivas, como à promessa de um melhor emprego como serralheiro. É no Sporting que encontra o treinador da sua vida, Mário Moniz Pereira. Moniz Pereira foi o mentor de várias gerações de atletas portugueses de fundo e meio-fundo.

Em 1975, Carlos Lopes e alguns outros atletas do Sporting passam a treinar duas vezes por dia. Lopes era dispensado do seu emprego (entretanto foi contínuo no jornal Diário Popular e num banco) na parte da manhã. Entrava-se assim, na era do semi-profissionalismo.

Em 1976, Lopes ganha pela primeira vez o Campeonato do Mundo de Corta-Mato, que nesse ano se realizava em Chepstown, no País de Gales. Como mais tarde viria a demonstrar, Lopes fez uma corrida demonstrando uma enorme auto-confiança, mostrando resistência, sentido tático e muito boa ponta final (sprint).

Carlos Lopes, que já tinha estado sem glória nos Jogos de Munique em 1972, era uma das maiores esperanças portuguesas para os Jogos Olímpicos de Montreal, no Verão de 1976. Lopes teve, aliás, a honra de ser o porta-bandeira da equipa portuguesa durante a cerimónia inaugural.

Na final dos 10.000 metros, Carlos Lopes forçou o andamento desde o início. Seguindo as instruções de Moniz Pereira, a tática era a de rebentar com a concorrência (ou com ele próprio). De facto, Carlos Lopes iniciou o último meio quilómetro bem adiantado do pelotão. Mas não ia só, Lasse Viren da Finlândia, tinha sido o único a conseguir acompanhar Lopes. Nas últimas centenas de metros, Viren atacou forte, ultrapassou Lopes e ganhou a medalha de ouro. Lopes foi segundo e teve de se contentar com a prata. O finlandês era um atleta de exceção e ganhou também o ouro nos 5.000 metros.

Era a primeira vez, desde há décadas, que Portugal conquistava uma medalha olímpica, e a primeira vez no atletismo.

A 23 de dezembro de 1977 foi feito Cavaleiro da Ordem do Infante D. Henrique e, a 4 de julho de 1984, foi elevado a Oficial da mesma Ordem.

Em 28 de julho de 1984, 16 dias antes da maratona olímpica, foi atropelado quando corria na Segunda Circular, em Lisboa, pelo candidato à presidência do Sporting, o comandante da TAP Lobato de Faria.

Em 12 de agosto, Carlos Lopes venceu a prova de maratona nos Jogos de 1984, tornando-se o primeiro português a ser medalhado com o ouro nos Jogos Olímpicos. A prova foi rápida, e a marca atingida (2h9m21s) foi recorde olímpico até aos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008.

A 26 de outubro de 1984 foi elevado a Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique e, a 24 de agosto de 1985, a Grã-Cruz da mesma Ordem.

Em 2013, Carlos Lopes foi nomeado diretor do departamento de atletismo do Sporting Clube de Portugal.


Atletismo
Nome completo Carlos Alberto de Sousa Lopes
Modalidade 10 000 m e Maratona
Nascimento 18 de fevereiro de 1947
Vildemoinhos, São Salvador, Viseu, Portugal
Nacionalidade Portugal Portuguesa
Compleição Peso: 55 kg Altura: 1,67 m
Clube Sporting CP (1967 - 1985)
Período em atividade (1967 - 1985)
Medalhas
Jogos Olímpicos
Ouro Los Angeles 1984 Maratona
Prata Montreal 1976 10.000 m
Campeonatos Mundiais de Corta-Mato
Ouro Chepstow 1976 Individual
Ouro East Rutherford 1984 Individual
Ouro Lisboa 1985 Individual
Prata Düsseldorf 1977 Individual
Prata Gateshead 1983 Individual

 

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segunda-feira, fevereiro 12, 2024

Travassos morreu há vinte e dois anos...

(imagem daqui)
  
José António Barreto Travassos (Lisboa, 22 de fevereiro de 192612 de fevereiro de 2002) também conhecido por Zé da Europa por ter sido o primeiro jogador de futebol português a jogar na seleção da Europa, em 1955, contra a Grã-Bretanha e Irlanda do Norte.

Biografia
Curiosamente nasceu no mesmo local onde se situava a Bancada Nova do antigo estádio de Alvalade.
Como jogador de futebol foi 35 vezes internacional e representou a CUF (onde foi necessário autorização do ministro por ainda não ter idade de júnior) e o Sporting Clube de Portugal. Praticou ainda atletismo nos anos em que jogava na CUF.
Ainda na época em que era moda o futebol de ataque Travassos atuava como interior-direito, e juntamente com Albano, António Jesus Correia, Peyroteo e Vasques formaram os famosos Cinco Violinos. Também famoso foi o golo que marcou no seu primeiro jogo contra o F. C. Porto, um remate de moinho, que ficou imortalizado no filme O Leão da Estrela.
Fora do grande ecrã teve a mais curiosa crítica de um jornalista estrangeiro, no caso inglês, em 1951: "Portugal não figura entre os seis primeiros países da Europa do futebol, mas possui um interior-direito, Travassos, que vale quatro mil contos. Travassos, com um penteado impecável, é tão brilhante com os pés como o seu inalterável penteado de brilhantina".
Na sua estreia no Campeonato Nacional, a 16 de fevereiro de 1947, foi autor de 3 golos, ajudando a golear o Benfica, por 6-1, num jogo disputado no Estádio do Lumiar e que lhe valeu um relógio de ouro, como prémio pela exibição.
Despediu-se do futebol a 7 de setembro de 1958.
     
(imagem daqui)
 

domingo, fevereiro 11, 2024

O Professor Moniz Pereira nasceu há cento e três anos...

Ilustração de Pedro Ribeiro Ferreira (imagem daqui)
       
Mário Alberto Freire Moniz Pereira (Lisboa, 11 de fevereiro de 1921 - Lisboa, 31 de julho de 2016) foi um professor, desportista, atleta, treinador e autor de canções. Foi praticante de andebol, basquetebol, futebol, hóquei em patins, ténis de mesa, voleibol e atletismo. Ele era conhecido em Portugal como "Senhor Atletismo" e é considerado o principal responsável pelas conquistas na modalidade depois da chegada da democracia ao país.
  
Biografia
Moniz Pereira nasceu a 11 de fevereiro de 1921, em Lisboa.
No atletismo sagrou-se campeão universitário de Portugal de triplo salto e recordista nacional, campeão regional e nacional de salto em altura, triplo e salto em comprimento, em veteranos, e recordista ibérico de salto em comprimento na mesma categoria.
No voleibol é campeão de Lisboa pelo Ginásio Clube de Lisboa, de Portugal pelo Sporting e da I Divisão ao serviço do CDUL. Desempenha funções de técnico nesta modalidade, nomeadamente no Sporting Clube de Portugal, Ginásio Clube de Lisboa, Centro Desportivo Universitário de Lisboa e do Ginásio Clube Português. Ganhou a medalha de bronze na prova de salto em comprimento e triplo salto, no Campeonato Mundial de Veteranos em 1977 (Gotemburgo) e também no triplo salto do Campeonato Europeu de 1982, em Estrasburgo.
Era licenciado em Educação Física pelo Instituto Nacional de Educação Física de Lisboa, onde foi professor durante 27 anos. Como técnico de atletismo esteve presente em 12 Jogos Olímpicos, em 13 Campeonatos da Europa e em 21 Campeonatos do Mundo de Crosse.
Mário Moniz Pereira foi um "fazedor de campeões" que projetaram Portugal no desporto mundial, como Carlos Lopes, Fernando Mamede, Domingos Castro e Dionísio Castro.
De 1976 a 1983 foi diretor do Estádio Nacional e em 1982 presidiu à Comissão de Apoio à Alta Competição. Foi diretor técnico da Federação Portuguesa de Atletismo, Selecionador Nacional de Atletismo e de Voleibol, Presidente da Comissão Central de Árbitros de Voleibol e Árbitro Internacional no Campeonato do Mundo de Paris, em 1956.
Era sócio honorário da Associação Internacional de Treinadores de Atletismo e foi nomeado Conselheiro da Universidade Técnica de Lisboa em 1985.
Em 2001 recebeu o Emblema de Ouro da Associação Europeia de Atletismo, a mais alta condecoração individual na modalidade. A pista de atletismo do antigo Estádio José Alvalade recebeu o seu nome, em homenagem ao homem que mais contribuiu para o desenvolvimento do atletismo "leonino". Foi vice-presidente do Conselho Diretivo do Sporting para as modalidades Amadoras até 2011. Foi, até à sua morte, o sócio n.º 2 do Sporting Clube de Portugal.
Moniz Pereira foi ainda o autor dos livros Manual de Atletismo do Conselho Providencial de Educação Física de Angola (1961) e Carlos Lopes e a Escola Portuguesa do Meio-Fundo (1980).
Recebeu o Globo de Ouro 2013 na categoria de Mérito e Excelência.
Faleceu no dia 31 de julho de 2016, vítima de pneumonia, aos 95 anos de idade.
A 6 de março de 2018 foi homenageado no Museu Nacional do Desporto com a reconstituição fiel da sua sala de trabalho. 

Compositor musical
Compôs mais de 120 sucessos entre fados e canções, assim como algumas algumas letras, que têm sido interpretados por nomes grandes da panorama musical português, desde Amália Rodrigues, Lucília e Carlos do Carmo, passando por Carlos Ramos, Tony de Matos, Fernando Tordo, João Braga, Camané, Paulo de Carvalho, Maria da Fé, Rodrigo e Maria Armanda.
Em 2002 foi editada uma compilação denominada Moniz Pereira: 40 Anos de Música, onde assina a música na totalidade dos 22 temas e algumas letras, sendo as restantes da autoria de Rosa Lobato Faria, José Carlos Ary dos Santos, Júlio de Sousa, Vasco Lima Couto, João Dias, Emílio Vasco ou Fernando Tordo.
  
 
Prémios e condecorações
   

  


quinta-feira, dezembro 21, 2023

Albano, um dos imortais Cinco Violinos, nasceu há cento e um anos

(imagem daqui)

  
Albano Narciso Pereira
(Seixal, Seixal, 21 de dezembro de 1922 - 5 de março de 1990) foi um futebolista português.

   

Biografia

Começou a jogar futebol no clube da terra, depois foi para os juniores do Barreirense e voltou ao Seixal já como sénior.

Fez parte dos famosos Cinco Violinos que atuavam no Sporting Clube de Portugal. Foi internacional 13 vezes marcando 3 golos ao serviço da Seleção Nacional, na qual se estreou a 5 de janeiro de 1947, contra a Suíça, no Jamor, no célebre jogo da chuva que ficou empatado a dois golos, sobre o qual mais tarde disse: "Choveu tanto naquele Portugal-Suíça que eu encolhi mais dois centímetros." - uma tirada reveladora do seu sentido de humor e constante boa disposição. Albano no dia da despedida: De resto os episódios engraçados foram vários ao longo da carreira de Albano, principalmente quando enfrentava defesas altos e duros, a quem punha a cabeça em água, tendo mesmo uma vez passado entre as pernas de um calmeirão escocês. Mas também levava muita porrada sempre que o apanhavam a jeito, abusando das diferenças de cabedal, o que também contribuiu para que ele fosse um jogador muito querido pelos adeptos que não toleravam esses abusos.

A 29 de julho de 1957 teve a sua festa de homenagem e de despedida do Sporting, quando muitos já lhe chamavam velho, depois de uma época em que fez apenas seis jogos, afirmando então humildemente que continuaria a jogar na reserva ou onde fosse necessário, até o Sporting o mandar embora.

 

 in Wikipédia

quinta-feira, dezembro 14, 2023

Há 37 anos houve um massacre em Alvalade...

(imagem daqui)
A vitória e o fracasso são dois impossíveis, e é necessário recebê-los com idêntica serenidade e com uma saudável dose de desdém.
Rudyard Kipling
O «onze» leonino que fez história: (em cima) Venâncio, Oceano, Manuel Marques (Massagista), Virgílio, Meade, Damas; em baixo: Gabriel, Zinho, Fernando Mendes, Manuel Fernandes, Litos e Mário Jorge

Na história do «dérbi dos dérbis» há um antes e um depois da tarde de 14 de dezembro de 1986. Nesse dia chuvoso, o Benfica caiu com tal estrondo em Alvalade, que os ecos de tal derrota ainda ressoam passado algumas décadas. Nunca o Benfica tinha perdido por tanto, e somente por uma vez, numa noite de má memória em Vigo, voltaria a sofrer tal número inusitado de golos.

A derrota de Alvalade, o célebre «sete-a-um», será a mais dolorosa de todas as derrotas do Benfica, e a mais saborosa e lembrada vitória leonina, até mais que a famosa vitória do «cantinho do Morais» que valeu a conquista da Taça das Taças para os homens de Alvalade. Estranho mundo este do «dérbi» que faz com que uma vitória que se revelou de Pirro, seja mais lembrada que uma vitória que valeu um troféu europeu.
     
Uma vitória que valeu pouco

Segundo a tradição, Pirro, o General e Rei de Épiro, território que hoje se encontra na Albânia, foi um líder militar que comandou uma invasão da Itália em 281 a.C., durante um conflito que opós o Reino de Épiro à República Romana.

Durante a sua campanha no sul de Itália, foi derrotando uma a uma, as legiões romanas que eram enviadas para enfrenta-lo. Batalha atrás de batalha, venceu os romanos, mas sem nunca conseguir a vitória decisiva que garantia a vitória na guerra.
  
Algumas das vitórias tiveram grandes custos, com o seu exército a perder muitos homens, chegando ao ponto, de após a batalha de Ásculo, ao ser felicitado pelos seus generais pela brilhante vitória conseguida, ter respondido: «Mais uma vitória como esta, e estou perdido!»

Daí associar-se o nome de Pirro a uma vitória conseguida a alto preço e com elevados custos, ou também considerar que é uma vitória que não serve de nada e que não garante nenhuma conquista. Uma vitória que não vale mais do que isso mesmo, e que não chega para ganhar uma guerra.

Os benfiquistas gostam de lembrar aos sportinguistas que o «sete-a-um» aconteceu num ano em que o Benfica se sagrou campeão. Que a vitória foi em vão, e que só ajudou o Benfica a unir-se e a conquistar o título. Os leões por seu lado não ligam muito aos argumentos benfiquistas e deixam que a força dos números fale mais alto. Com Pirro, ou sem Pirro, para eles, o «sete-a-um» foi bem mais que uma vitória.

A verdade é que os dois têm razão. O Sporting teve uma vitória de Pirro e viu o Benfica sagrar-se campeão no final da época; mas por outro lado, o Benfica sofreu às mãos do eterno rival uma derrota até então sem par, batendo o recorde do 7x2 a favor do Benfica, que já datava de 28 de abril de 1946.
  
Uma «serenata à chuva»

Os jogos entre o Sporting e Benfica, especialmente quando se jogam em Alvalade, têm uma tendência natural para o inesperado. Do banho de multidão que Marcello Caetano recebeu nos 3x5 em 1974, pouco tempo antes da queda do regime, aos 5x3 em que o Sporting de Paulo Bento virou o jogo ao contrário, voltando à sempre lembrada noite de magia de João Vieira Pinto, a verdade é que o dérbi tem uma magia ímpar, que em Portugal não tem par.
Chuvas de golos, muitos deles à chuva, durante anos os leões e águias foram escrevendo algumas das mais brilhantes da história do futebol nacional. Mimetizando o clássico de Gene Kelly, os velhos rivais marcaram, golo atrás de golo, em verdadeiras «serenatas à chuva», mas nenhuma terá sido tão histórica, como a daquele dia .

Para os leões, Manuel Fernandes não será Gene Kelly, mas muitos deles terão por certo dançado e cantado à chuva, nesse frio fim de tarde de 14 de dezembro de 1986.

Saltillo, CEE, FC Porto: Portugal em 1986/87

Olhando para trás, o país parecia ser outro. Mário Soares era o Presidente, Cavaco Silva era o Primeiro Ministro, e voltaria a ser eleito em Outubro do ano seguinte com a primeira maioria absoluta da democracia portuguesa. O país aderira há pouco tempo à então Comunidade Económica Europeia, começando a receber a primeira grande vaga de fundos de Bruxelas, que deixava no ar a impressão que o período de crise e da intervenção do FMI já fazia parte de um passado distante e irrepetível...
A derrota de Alvalade, o célebre «sete-a-um», será a mais dolorosa de todas as derrotas do Benfica, e a mais saborosa e lembrada vitória leonina, até mais que a famosa vitória do «cantinho do Morais» que valeu a conquista da Taça das Taças para os homens de Alvalade. Estranho mundo este do «dérbi» que faz com que uma vitória que se revelou de Pirro, seja mais lembrada que uma vitória que valeu um troféu europeu.

No desporto, a seleção continuava a viver na ressaca de Saltillo, com todos os "revoltosos" afastados, arrastando-se na fase de qualificação para o Euro 88. O FC Porto, campeão em título, estava a meses de se sagrar campeão europeu em Viena, mas por certo ainda não sonhava com o calcanhar de Madjer...

Mário Jorge, o herói improvável, que apontou dois dos sete golos do Sporting
  
Chuva e um golo

Na véspera do dérbi, nas Antas, em noite de algum nevoeiro, o FC Porto esmagara o Sporting Farense por 8x3, podendo depois assistir descansado ao clássico, seguro que estava na liderança.

Nessa manhã, ao lerem os jornais, os portugueses estavam fascinados com os cinco remates certeiros de Fernando Gomes num jogo com onze golos, e poucos podiam sonhar que o Sporting x Benfica dessa tarde, pudesse tornar o FC Porto x Farense da véspera, numa quase nota de rodapé num futuro texto sobre o clássico...

Alheios a tudo isso, os protagonistas do jogo preparavam-se para o embate, sendo a grande novidade a estreia de um equipamento azul por parte do benfiquista Silvino. Chovia copiosamente e nas bancadas «não cabia mais um ovo».

Mais de setenta mil almas lotavam o antigo anfiteatro leonino. Vitor Correia apitou para o começo do jogo e a primeira parte foi bastante equilibrada, com oportunidades repartidas e pouca emoção. Ao intervalo ganhava o Sporting por 1x0, fruto do golo madrugador de Mário Jorge.

No dia seguinte, o jornal «A Bola» fazia capa do feito leonino e lembrava o resultado histórico - nunca antes, nem nunca depois, voltou a haver uma diferença tão grande num jogo entre os velhos rivais
  
A glória do Manel

Quando aos cinquenta minutos Manuel Fernandes, com a cabeça, deu o melhor seguimento ao canto apontado por Zinho na esquerda, poucos na bancada podiam imaginar que nos próximos 36 minutos iriam assistir a mais seis golos.

Nem o mais confiante e otimista sportinguista, imaginaria o que iria acontecer, quando aos 59 minutos, Vando reduziu o resultado para 2x1. E na bancada os benfiquistas voltavam a acreditar que o empate era possível...

Mas foi então que o jogou entrou em modo «Sporting x Benfica», e já não houve mais forma de controlar-lhe o destino... Ralph Meade fez o 3x1 aos 65´ e matou a esperança encarnada. Passaram três minutos e Mário Jorge bisou, abrindo as portas da goleada.

Manuel Fernandes não quis ficar atrás e marcou um três minutos depois, outro aos 82´ e fechou a contagem aos 86´. «Sete-a-um», com um poker do capitão de Sarilhos Pequenos, que correu para guardar a bola que Gabriel queria para si.

«Gabi, essa para mim!» gritou o Manel, e o defesa acedeu, não por o pedido vir do capitão, mas porque não é todos os dias que se marcam quatro golos ao Benfica...

Nas bancadas havia quem rasgasse o cartão de sócio do Sport Lisboa e Benfica. Um pouco por toda a superior ardiam os restos de bandeiras encarnadas, que os próprios adeptos benfiquistas tinham queimado, «cegos» com a vergonha e a frustração da goleada sofrida... Os leões cantavam, em júbilo festejavam uma vitória sem par.

Manuel Fernandes levou para casa a bola que ofereceu como presente à filha, Silvino nunca mais voltou a vestir de azul, os leões nunca mais deixaram de falar do «sete-a-um» e os benfiquistas acabaram campeões... Quase que era caso para dizer que no final todos foram felizes... Mas alguém consegue ser realmente feliz depois de sofrer sete golos?
  

quinta-feira, novembro 30, 2023

O último dos Cinco Violinos, Jesus Correia, morreu há vinte anos...

(imagem daqui)
   
António Jesus Correia, nascido a 3 de abril de 1924, em Paço de Arcos, foi um desportista de eleição, como houve poucos na história de Portugal. Versátil, jogou em simultâneo futebol e hóquei em patins. Era sem dúvida um desportista de dois amores, praticando ambas as modalidades ao mais alto nível.
No futebol, onde jogava a extremo-direito, fez parte dos famosos Cinco Violinos, conquistando para o Sporting Clube de Portugal cinco campeonatos nacionais e três taças de Portugal. No início de 1947 alcançou a estreia na Seleção Portuguesa de Futebol, onde jogou até 1952, com um total de 13 internacionalizações.
No hóquei, jogou no Paço de Arcos, onde foi oito vezes campeão nacional, entre 1942 e 1955. Para além de ser campeão nacional, somou ainda seis títulos mundiais.
Na época de 1952/53, quando tinha 28 anos, o Sporting quis ter o seu passe em exclusivo, pelo que Jesus Correia foi obrigado a optar entre o futebol e o hóquei em patins. Optou pelo hóquei, o seu primeiro amor, dizendo então adeus ao futebol de alta competição.
Foi um marco no desporto nacional, que ainda hoje inspira gerações. Morreu a 30 de novembro de 2003, quando era o último dos Cinco Violinos ainda com vida.
     
   
in Wikipédia

terça-feira, novembro 28, 2023

O grande Peyroteo morreu há quarenta e cinco anos

 (imagem daqui)
            
Fernando Baptista de Seixas Peyroteo de Vasconcelos (Angola, 10 de março de 1918 - Lisboa, 28 de novembro de 1978) foi um futebolista português. Fernando Peyroteo formou, com Albano, António Jesus Correia, José Travassos e também Vasques, os famosos Cinco Violinos do Sporting Clube de Portugal.
Filho de José de Vasconcelos Correia Peyroteo (Torres Novas, 22 de outubro de 1861 - Angola, 1919) e de sua mulher, segundo casamento de ambos, Maria da Conceição Fernandes de Seixas (27 de maio de 1879 - Angola, 1948), irmão de Herlander Peyroteo, meio-sobrinho de Berta de Bívar e sobrinho-bisneto do 1.º Visconde de Torres Novas e 1.º Conde de Torres Novas e do 2.º Conde de Torres Novas, Fernando Peyroteo nasceu a 10 de março de 1918, em Humpata, Angola, e desde cedo se revelou como marcador de golos no Sporting Clube de Luanda. Com 19 anos apenas chegou a Lisboa a 26 de junho de 1937 e não assinou logo contrato. Deu apenas a sua palavra de honra em como jogaria no Sporting sem ter sequer discutido questões monetárias. Apesar de abordado por um clube do norte, o F. C. do Porto, oferecendo-lhe mais dinheiro e melhores condições, Peyroteo não aceitou, pois tinha dado a sua palavra de como iria jogar no Sporting Clube de Portugal.
Fernando Peyroteo estreou-se com a camisola do Sporting em 12 de setembro de 1937, num Torneio no Campo das Salésias, defrontando o Benfica (Taça Preparação), jogo que o Sporting venceu por 5-3, com 2 golos de sua autoria.
Nesse seu primeiro ano no Sporting, Peyroteo ajudou o Clube a conquistar mais um Campeonato de Portugal, tendo Peyroteo contribuído decisivamente para a conquista de 5 campeonatos nacionais, 4 Taças de Portugal e 7 campeonatos de Lisboa.
Peyroteo foi por 6 vezes o melhor marcador do campeonato nacional, prova em que apontou 331 golos em 197 jogos, uma média fantástica de mais de 1,6 golos por jogo, média ainda hoje não superada por nenhum jogador do mundo, em jogos a contar para campeonatos nacionais.
Peyroteo realizou 393 jogos com a camisola «leonina» (1937-1949) tendo marcado 635 golos (média de 1,61 por jogo) e ao longo da carreira disputou 432 jogos marcando 700 golos (1,62 por jogo).
Os seus 43 golos, apontados no campeonato nacional de 1947/48, só vieram a ser ultrapassados por outro sportinguista: Hector Yazalde, que, em 1973/74, marcou 46 golos.
É difícil escolher a tarde de maior glória de Peyroteo, tantas foram elas com a camisola do Sporting. Salente-se quando, em 24 de abril de 1948,  o Sporting precisava de vencer o Benfica, fora de casa, por uma diferença de três golos para conquistar mais um campeonato nacional. Nessa tarde de glória, Peyroteo, apesar de ter passado a noite em estado febril, jogou e marcou os quatro golos que permitiram ao Sporting ganhar o campeonato nacional e, em simultâneo, a primeira Taça «O Século», um troféu verdadeiramente monumental.
Peyroteo terminou a sua carreira aos 31 anos, depois de um curto ano ao serviço do clube Os Belenenses, e faleceu, vítima de ataque cardíaco, em 28 de novembro de 1978, com apenas 60 anos de idade.
Por ocasião das comemorações do 1º centenário do Sporting Clube de Portugal, este clube homenageou Fernando Peyroteo, lembrando-o com um memorial, no dia 10 de março de 2006, dia do seu 88º aniversário. Depois de descerrada a placa, usou da palavra o filho, de nome Fernando Peyroteo: «Gostaria de dizer duas palavras de profundo agradecimento. Tenho a certeza absoluta que se fosse possível esta seria uma das prendas que teriam dado mais prazer ao longo da vida de meu pai. É com orgulho que recebo em seu nome uma homenagem destas. Estou agradecido à Comissão do Centenário. Apesar de tudo, os valores que me foram transmitidos pelo meu pai estão a ser reafirmados. Estou muito sensibilizado. Em relação à minha família será transmitida toda esta emoção.» Certamente, Fernando Peyroteo é e sempre será para todos os sportinguistas, como o melhor ponta de lança de todos os tempos a jogar no Sporting.
Era tio-avô do jogador e treinador José Couceiro.
     
Títulos, internacionalizações e recordes pessoais
  • Títulos: 10 (5 Campeonatos, 1 Campeonato de Portugal e 4 Taças de Portugal)
  • Internacionalizações: 20 (14 golos)
De entre os variadíssimos recordes de Peyroteo destacamos apenas seis deles que ainda hoje se mantêm:
1º - O jogador português que mais golos marcou na história do Campeonato Nacional: 330 golos. 
2º - O jogador português que mais golos marcou num só jogo em campeonatos nacionais: 9 golos contra o Leça, em 22 de fevereiro de 1942, que o Sporting venceu por 14-0.
3º - O jogador português que mais golos consecutivos num só jogo para campeonatos nacionais: 5 golos ao Vitória de Guimarães, em 8 de fevereiro de 1942
4º - O jogador com melhor média de golos marcados pela seleção de Portugal: 14 golos marcados em 20 jogos (média de 0,7 por jogo). 
5º - O jogador com mais golos marcados ao Benfica: 64 golos em 55 jogos (média de 1,2 por jogo) 
6º - O jogador com mais golos marcados ao F. C. Porto: 33 golos em 32 jogos (média de 1,02 por jogo).

  

           

segunda-feira, novembro 13, 2023

O Sporting obteve a goleada record em jogos de competições europeias há sessenta anos

(imagem daqui)
  
Faz hoje precisamente 50 anos que o Sporting bateu os cipriotas do Apoel, por 16-1, naquela que continua a ser a maior vitória de sempre em provas europeias.

Foi a 13 de novembro de 1963 que o Sporting viveu, no antigo Estádio José de Alvalade, uma das maiores noites de glória da história do clube, que ficaria até hoje no palmarés europeu.
Na 1ª mão dos oitavos de final da agora extinta Taça das Taças, os "leões", então comandados por Gentil Cardoso, 'massacraram' autenticamente os cipriotas do Apoel, num jogo que terminou com um resultado mais propício a hóquei em patins do que futebol: 16-1.
A estrela da partida foi o avançado Mascarenhas - hoje com 76 anos e a recuperar de um acidente vascular cerebral -, que conseguiu um hat trick... a dobrar, isto é, marcou seis golos. Os outros tentos foram da autoria de Mário Lino, Louro, José Pérides, Augusto, Figueiredo e Ferreira Pinto, jogadores que alinharam de início, tal como Carvalho, Pedro Gomes, Alfredo e Fernando Mendes.
Na segunda mão, o Sporting também venceu, mas por números mais modestos: 2-0. Curiosamente, ambas as mãos foram disputadas em Lisboa, por acordo entre os dois clubes, já que o Apoel não dispunha de recursos financeiros e teve de ser o Sporting a custear as deslocações.
A goleada recorde deu alento aos "leões" para a restante prova, uma vez que o Sporting acabaria por conquistar o troféu, ao bater os ingleses do Manchester United (1-4 e 5-0), os franceses do Lyon (0-0, 1-1 e 1-0) e os húngaros do MTK Budapeste (3-3 e 1-0), já depois de também terem eliminado os italianos da Atalanta (0-2, 3-1 e 3-1) na 1ª eliminatória.