Salvatore Riina, conhecido por Totò Riina (Corleone, 16 de novembro de 1930 - Parma, 17 de novembro de 2017), foi um criminoso italiano. Foi um membro da máfia siciliana Cosa Nostra.
Nascido numa família de camponeses, Totò perdeu o seu pai aos 13 anos, numa tentativa frustrada de remover pólvora de uma bomba da Segunda Guerra Mundial que não viera a explodir.
Mais tarde, logo após completar 18 anos - e ser preso pela primeira vez por homicídio - entra para a Cosa Nostra, sob a mão de Luciano Liggio, que mais tarde viria a ser o seu chefe.
Tornou-se o membro mais poderoso da organização criminosa no início de 1980, após a prisão de Liggio. Mafiosos companheiros o apelidaram de "A Besta" (La Belva), devido à sua natureza violenta, ou às vezes o chamavam de "O Curto" (U curtu), mas
nunca em sua presença, devido à sua baixa estatura, de 1,58 cm. Durante a
sua carreira ao longo da vida no crime acredita-se que matou
pessoalmente cerca de quarenta a sessenta pessoas e ordenou a morte de centenas de outras. Dentre as principais e mais
notórias vítimas estão Michele Navarra (um dos mafiosos mais celebres de todos os tempos da Cosa Nostra e ex-chefe de Luciano Liggio e de todo o clã mais tarde chamado de "Corleonesi") e os juízes antimáfia Giovanni Falcone e Paolo Borsellino, quando os italianos viam a possível primeira grande queda da máfia siciliana ir por água abaixo em 1992.
Em 1969, Riina foi condenado pela primeira vez, mas conseguiu viver na clandestinidade por 25 anos.
Assumiu o comando da Cosa Nostra em 1974, substituindo Liggio. No mesmo
ano, casou-se com a professora Antonietta Bagarella, que pertencia a
uma grande família mafiosa. Tiveram quatro filhos, dois deles também
mafiosos: Giovanni, nascido em 1976, foi condenado a prisão perpétua por
assassinato, e Giuseppe Salvatore, nascido em 1977, a oito anos e 10
meses de prisão por associação mafiosa. Nos anos 1980, Riina deu início a
uma sangrenta disputa interna na máfia. Vencendo o confronto entre as
"famílias palermitanas", em 1982 assumiu o controle de todas as
atividades mais rentáveis da máfia, como tráfico de drogas e sequestros,
tornando-se o chefe da "Cúpula" da Cosa Nostra.
À frente da Cosa Nostra, Totò iniciou uma caçada a oficiais do
Estado, mas acabou preso em 15 de janeiro de 1993 num subúrbio de
Palermo, graças à colaboração de criminosos arrependidos e de seu
motorista pessoal. Totò
e todo o clã dos Corleonesi nunca falaram a respeito de qualquer
atividade mafiosa, negando a sua participação na Cosa Nostra. Em 2009,
porém, Riina afirmou que os Corleonesi nunca haviam mandado matar o
procurador antimáfia Paolo Borsellino,
e que isso teria sido um golpe do próprio Estado, assumindo assim o seu
papel dentro da máfia. A justiça confiscou-lhe uma fortuna de 125
milhões de euros.
Salvatore veio a morrer, por causa de um cancro, no dia 17 de
novembro de 2017, na casa prisional onde se encontrava a cumprir pena,
em Parma, na Itália. Apesar de estar preso, Totò não arrependia-se dos
crimes praticados. Numa mensagem interceptada pela polícia, meses antes
de sua morte, disse que "Nunca poderão lidar comigo, mesmo que me
condenem a 3 mil anos de prisão".
A sua carreira é relatada no cinema, com a série Il capo dei capi.