A resposta sobre a existência de aliens pode ter estado escondida na Terra este tempo todo
A existência de placas tectónicas pode ser fundamental para o
desenvolvimento da vida complexa, o que pode explicar porque é que
ainda não encontramos extraterrestres.
As placas tectónicas podem ter sido a chave para o desenvolvimento da
vida complexa no nosso planeta, responsáveis por nós mesmos existirmos,
mas também noutros planetas - e é essa possibilidade que cientistas da
Universidade do Texas estão a levar em conta.
Num estudo
publicado na revista científica Scientific Reports, foi calculada a
probabilidade de outros planetas terem placas tectónicas, e isso foi
adicionado à Equação de Drake, que calcula as probabilidades de encontrarmos civilizações alienígenas avançadas na nossa galáxia, a Via Láctea.
Placas tectónicas e a vida
Tudo começou com a questão do porquê a vida na Terra levou tanto tempo para sair dos organismos simples, o que só ocorreu após 4 mil milhões de anos
de pequenos organismos a viver no mar. Criaturas complexas como os
animais surgiram só há 600 milhões de anos, não muito tempo depois
depois da dinâmica moderna das placas tectónicas aparecer.
Robert Stern, da Universidade do Texas, juntou-se a Taras Gerya, do
Instituto Federal de Tecnologia da Suíça, para propor que o atrito do
movimento tectónico ao longo das eras geológicas ajudou no desenvolvimento da vida complexa.
Isso teria ocorrido, basicamente, porque a dinâmica tectónica tornou os
terrenos continentais adequados para a transição das criaturas do mar
para a terra.
Cinco processos diferentes participaram dessa adequação - o aumento
no abastecimento de nutrientes, a aceleração da oxigenação atmosférica e
oceânica, o aumento da temperatura climática, um alto ciclo de formação
e destruição de habitats e a pressão ambiental não-catastrófica que
forçou a adaptação de organismos.
A partir disso, podemos concluir que, para que outras formas de vida
em planetas distantes possam evoluir até conseguir desenvolver
tecnologias avançadas com a capacidade de sair do planeta, seriam necessárias as mesmas condições.
A Terra é o único planeta do sistema solar com
dinâmica tectónica. Planetas como Vénus, Marte e a lua Io têm atividade
vulcânica, mas a sua crosta é uma casca única, não fragmentada e em
movimento como a nossa. Não há como ter certeza de que mundos distantes
possuem placas tectónicas, já que nossos telescópios não são tão
potentes, mas, com base no que já conhecemos, há como estimar.
Ao rever a equação, os investigadores consideraram novos fatores - a
fração de exoplanetas habitáveis com grandes continentes e oceanos e a
fração desses que têm placas tectónicas com duração de mais de 500 milhões de anos.
Isso exclui muito mais planetas do que o cálculo original, que
considerava que qualquer vida simples, em todos planetas capazes de
abrigá-la, se desenvolveria até formar uma civilização tecnológica.
A nova equação reduz a percentagem de planetas capazes de desenvolver vida complexa para 0,003%, no mínimo, e 0,2%, no máximo, algo muito menor do que o cálculo original, que simplesmente trabalhava com 100% (a partir da existência de vida simples).
Juntando isso com outros fatores, como o número de estrelas formadas
anualmente, a quantidade de estrelas com planetas e planetas habitáveis
entre estes, as probabilidades de achar vida inteligente na galáxia
diminuem bastante, o que pode explicar não termos achado alienígenas até
hoje - e mostrar que a Terra é, de fato, mais especial do que
pensávamos.
in ZAP