sexta-feira, janeiro 10, 2020

quinta-feira, janeiro 09, 2020

Joan Baez - 79 anos!

Joan Baez e Bob Dylan

Joan Chandos Baez (Staten Island, 9 de janeiro de 1941) é uma cantora norte-americana de música folk, conhecida pelo seu registo vocal pouco habitual e pelas suas opiniões políticas, apresentadas abertamente.
 

A moderna Barragem de Assuão foi iniciada há sessenta anos

The Aswan Dam is an embankment dam situated across the Nile River in Aswan, Egypt. Since the 1960s, the name commonly refers to the High Dam. Construction of the High Dam became a key objective of the Egyptian Government following the Egyptian Revolution of 1952, as the ability to control floods, provide water for irrigation, and generatehydroelectricity were seen as pivotal to Egypt's industrialization. The High Dam was constructed between 1960 and 1970, and has had a significant impact on the economy and culture of Egypt.
Before the dams were built, the Nile River flooded every year during late summer, when water flowed down the valley from its East Africandrainage basin. These floods brought high water and natural nutrients and minerals that annually enriched the fertile soil along the floodplain and delta; this had made the Nile valley ideal for farming since ancient times. Because floods vary, in high-water years the whole crop might be wiped out, while in low-water years widespread drought and famine occasionally occurred. As Egypt's population grew and conditions changed, both a desire and ability developed to control the floods, and thus both protect and support farmland and the economically important cotton crop. With the reservoir storage provided by the Aswan dams, the floods could be lessened and the water stored for later release.

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Egyptian President Nasser and Soviet leader Khrushchevat the ceremony to divert the Nile during the construction of the Aswan High Dam on May 14, 1964. At this occasion Khrushchev called it "the eighth wonder of the world" 

Construction and filling, 1960–1976
The Soviets also provided technicians and heavy machinery. The enormous rock and clay dam was designed by the SovietHydroproject Institute along with some Egyptian engineers. Twenty-five thousand Egyptian engineers and workers contributed to the construction of the dams.
On the Egyptian side, the project was led by Osman Ahmed Osman's Arab Contractors. The relatively young Osman underbid his only competitor by one-half.
  • 1960: Start of construction on 9 January
  • 1964: First dam construction stage completed, reservoir started filling
  • 1970: The High Dam, as-Sad al-'Aali, completed on 21 July
  • 1976: Reservoir reached capacity
  • 2011: plans to build extension to dam

João Cabral de Melo Neto nasceu há um século!

João Cabral de Melo Neto (Recife, 9 de janeiro de 1920 - Rio de Janeiro, 9 de outubro de 1999) foi um poeta e diplomata brasileiro. A sua obra poética, que vai de uma tendência surrealista até a poesia popular, porém caracterizada pelo rigor estético, com poemas avessos a confessionalismos e marcados pelo uso de rimas toantes, inaugurou uma nova forma de fazer poesia no Brasil.
Irmão do historiador Evaldo Cabral de Melo e primo do poeta Manuel Bandeira e do sociólogo Gilberto Freyre, João Cabral foi amigo do pintor Joan Miró e do poeta Joan Brossa. Membro da Academia Pernambucana de Letras e da Academia Brasileira de Letras, foi agraciado com vários prémios literários. Quando morreu, em 1999, especulava-se que era um forte candidato ao Prémio Nobel de Literatura.
Foi casado com Stella Maria Barbosa de Oliveira, com quem teve os filhos Rodrigo, Inez, Luiz, Isabel e João. Casou-se, em segundas núpcias, em 1986, com a poetisa Marly de Oliveira.

Obra
Na poesia de Cabral percebem-se algumas dualidades antitéticas, trabalhadas com um certo barroquismo e à exaustão. Entre espaço e tempo, entre o dentro e o fora, entre o maciço e o não-maciço, entre o masculino e ofeminino, entre o Nordeste desértico e a Andaluzia fértil, ou entre a Caatingadesértica e o úmido Pernambuco. É uma poesia que causa algum estranhamento a quem espera uma poesia emotiva, pois seu trabalho é basicamente cerebral e "sensacionista", buscando uma poesia construtivista e comunicativa, objetiva.
Embora exista uma tendência surrealista em seus poemas, principalmente nos iniciais, como em Pedra do Sono, buscando uma poesia que fosse também expressiva, Melo Neto não precisa recorrer ao pathos ("paixão") para criar uma atmosferapoética, fugindo de qualquer tendência romântica, mas busca uma construção elaborada e pensada da linguagem e do dizer da sua poesia, transformando toda a percepção em imagem de algo concreto e relacionado aos sentidos, principalmente ao do tato, como pode-se perceber bem em Uma faca só lâmina. Neste poema, Cabral apresenta a imagem da faca através da sensação de vazio que a facada deixa na carne, contrastando com a própria faca sólida que a corta.
Algumas palavras são usadas sistematicamente na poesia deste autor: cana, pedra, osso, esqueleto, dente, gume, navalha, faca, foice, lâmina, cortar, esfolado, baía, relógio, seco, mineral, deserto, asséptico, vazio, fome. Coisas sólidas e sensações tácteis: uma poesia do concreto. 
 
  
  
A Educação pela Pedra
 
Uma educação pela pedra: por lições;
Para aprender da pedra, frequentá-la;
Captar sua voz inenfática, impessoal
(pela de dicção ela começa as aulas).
A lição de moral, sua resistência fria
Ao que flui e a fluir, a ser maleada;
A de poética, sua carnadura concreta;
A de economia, seu adensar-se compacta:
Lições da pedra (de fora para dentro,
Cartilha muda), para quem soletrá-la.
  
Outra educação pela pedra: no Sertão
(de dentro para fora, e pré-didática).
No Sertão a pedra não sabe lecionar,
E se lecionasse, não ensinaria nada;
Lá não se aprende a pedra: lá a pedra,
Uma pedra de nascença, entranha a alma.

 
 
João Cabral de Melo Neto

Lara Fabian - 50 anos!

Lara Fabian, nome artístico de Lara Sophie Katy Crokaert (Etterbeek, 9 de janeiro de 1970), é uma cantora, compositora e letrista belga-canadiana de língua francesa. É aclamada por muitos como uma das mais belas vozes femininas do mundo e, apesar de ter o francês como língua da maioria das suas canções, já gravou e cantou em inglês, italiano, espanhol, grego, alemão, português, russo, hebraico, turco e latim.
 
 

quarta-feira, janeiro 08, 2020

O Professor Doutor Manuel Maria Godinho fez hoje oitenta anos!


Manuel Maria Godinho, nasceu a 8 de janeiro de 1940, é filho de Aida Casimiro Pereira e Manuel de Oliveira. Nasceu em em Maiorca, Figueira da Foz, mas cedo se mudou para Santana, terra que toma como sua e onde identifica as suas verdadeiras raízes.
 
O Professor Manuel Maria Godinho licenciou-se em Ciências Geológicas pela Universidade de Coimbra em 1964, tendo-se aposentado em 2008 como Professor Catedrático da Faculdade de Ciências e Tecnologia da mesma Universidade. A sua actividade científica tem incidido sobre diferentes domínios das Geociências, das quais se destacam a Mineralogia, Petrologia, Geoquímica, Recursos Geológicos e Ambiente e Ordenamento do Território. Como contributo de referência do homenageado, e transversal à sua obra, pode referir-se o desenvolvimento e aplicação da Geomatemática na compreensão e modelação dos processos geológicos.

Ao longo do seu percurso académico o Professor Manuel Godinho publicou mais de uma centena de trabalhos científicos e orientou dezenas de trabalhos de Mestrado e Doutoramento, tendo sido o incentivador do desenvolvimento de novas técnicas de análise laboratorial, como é exemplo o Laboratório de Radioactividade Natural da Universidade de Coimbra.

A par do indiscutível contributo para o progresso da ciência, as suas capacidades de reflexão crítica, as qualidades pedagógicas a a dedicação institucional marcaram e continuam a marcar e a formar gerações.
Pertence às seguintes Sociedades Científicas: Société Suisse de Minéralogie et Petrographie, Mineralogical Society of Great Britain and Ireland, International Association for Mathematical Geology, The Society of London, International Association of Geochemistry and Cosmochemistry, American Geophysical Union.


   
Texto daqui e daqui

O General Primo de Rivera nasceu há 150 anos

Miguel Primo de Rivera y Orbaneja (Jerez de la Frontera, 8 de janeiro de 1870 - Paris, 16 de março de 1930) foi um militar e ditadorespanhol, fundador da organização fascistaUnião Patriótica, inspiradora da União Nacional portuguesa. Era detentor do título nobiliárquico de Marquês de Estella e de Ajdir.

Apesar da sua formação e carreira, que naturalmente o ligavam aos militares africanistas - defensores da manutenção do império colonial - Primo de Rivera defendeu o abandono das colónias espanholas do norte de África, o que lhe trouxe alguns dissabores, incompreensões e represálias políticas.
No posto de general, transitou em 1919 para o serviço na Península, o que lhe permitiu conhecer de perto os problemas sociais e políticos da época. Foi capitão-general de Valência, de Madrid e de Barcelona. Neste último posto foi confrontado, em 1922, com os graves problemas de ordem pública que na época afligiam a Catalunha, nomeadamente o terrorismo anarquista e o pistoleirismo patronal, em pleno auge do catalanismo militante. A estes problemas locais juntava-se a instabilidade ministerial e a rápida decomposição do sistema partidário.
Como reacção, Primo de Rivera, imbuído de ideais militaristas, marcadamente nacionalistas e autoritários, encabeçou a 13 de Setembro de 1923 um golpe de Estado, suspendendo a Constituição, dissolvendo o Parlamento e implantando uma ditadura. O golpe encontrou a conivência de Afonso XIII e a aquiescência de boa parte do patronato, do clero, das forças armadas e dos meios conservadores.
Na sequência do golpe, Primo de Rivera encabeçou um Directório Militar que concentrou todos os poderes do Estado, excluindo da vida política os políticos profissionais.
Tendo em conta que substituíra um regime desprestigiado e em clara decomposição, prometendo uma ditadura meramente transitória, inspirada nos ideais regeneradores do final do século XIX, visando a restaurar a ordem e desarreigar a influência do caciquismo na vida política, inicialmente encontrou pouca resistência. Mesmo os socialistas mantiveram uma neutralidade benévola, dando-lhe o mérito da dúvida.
Na sua acção política, ainda que formalmente se inspirasse por vezes no modelo fascista da Itália de Benito Mussolini, a ditadura de Primo de Rivera foi mais moderada e conservadora.
Durante os anos do Directório Militar (1923-1925), perseguiu os anarquistas (cujo sindicato, a CNT, foi declarado ilegal), os comunistas (que haviam deixado o PSOE e aderido à III Internacional), suprimiu a Mancomunidade da Catalunha - o primeiro órgão administrativo que abarcou toda a Catalunha, desde o século XVIII, e a primeira experiência de autogestão catalã - e perseguiu os catalanistas. Ademais, proibiu o uso das línguas regionais nos atos públicos.
Na acção política, eliminou os partidos e as instituições representativas da vida política, substituindo-os por tecnocratas conservadores, agrupados, a partir de 1924, na Unión Patriótica. Reforçou o proteccionismo estatal em favor da indústria nacional e fomentou a construção de grandes obras públicas.
Um dos seus maiores êxitos consistiu na consolidação da presença espanhola em Marrocos, através de uma vitória militar que pôs fim a anos de permanentes guerras e dificuldades - entre as quais avulta o "Desastre de Annual", a grave derrota militar espanhola de 1921, na região marroquina do Rif, pela qual haviam sido responsabilizados os militares e o próprio rei, o que propiciou o golpe de Estado de 1923.
O Desembarque de Alhucemas (1925) foi parte de uma operação combinada com o exército francês para acabar com a rebelião das cabilas do Rife. Apesar de contradizer as posições anteriores de Primo de Rivera sobre as colónias do norte de África, foi um êxito tão significativo que o animou a institucionalizar a ditadura de forma duradoira. Para tal, o Directório Militar deu lugar a um Directório Civil (1925-30) e reuniu-se uma Assembleia Nacional (1927) que elaborou um anteprojecto de Constituição (1929). Aquele simulacro de Parlamento, claramente não democrático, mesmo assim mostrou a diversidade de posições políticas que havia entre os apoiantes da ditadura, contrapondo os católicos conservadores da velha cepa aos corporativistas autoritários atraídos pelo fascismo.
Divididas as hostes primorriveristas e arrefecido o relacionamento do ditador com o Rei, as forças que apoiavam a ditadura não foram capazes de afrontar o auge da oposição, crescentemente unida e mobilizada ante a ameaça de ver perpetuar-se o regime. Socialistas e republicanos uniram-se na campanha contra a ditadura, numa oposição que ameaçava arrastar também a Monarquia que a havia apoiado. Estudantes, operários e intelectuais manifestavam-se contra o regime e os próprios militares conspiravam contra Primo de Rivera.
A 22 de junho de 1927 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo e a 30 de dezembro de 1929 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito, no mesmo dia em que os seus dois filhos, ambos então alferes, Fernando Primo de Rivera y Sáenz de Heredia e Miguel Primo de Rivera y Sáenz de Heredia foram feitos Cavaleiros da Ordem Militar de Avis, e o seu filho, o então também alferes José Antonio Primo de Rivera y Sáenz de Heredia, foi feito Comendador da Ordem Militar de Cristo.
Finalmente, abandonado pelos altos comandos militares e pelo rei, Primo de Rivera apresentou a sua demissão (1930) e exilou-se em Paris, não sem antes recomendar a Afonso XIII alguns nomes de militares que poderiam suceder-lhe à frente do governo, entre eles o do general Dámaso Berenguer, que assumiu a presidência.

Brasão do Marquês de Marquês de Estella e de Ajdir
   

Elvis nasceu há 85 anos!

Elvis Aaron Presley (East Tupelo, 8 de janeiro de 1935 - Memphis, 16 de agosto de 1977) foi um famoso músico e ator norte-americano, mundialmente denominado como o Rei do Rock. É também conhecido como Elvis The Pelvis, alcunha pela qual ficou conhecido na década de 50 pela sua maneira extravagante e ousada de dançar. Elvis também foi um dos pioneiros e principal idealizador do movimento conhecido como rock and roll. Uma de suas maiores virtudes era a sua voz, devido ao seu alcance vocal, que atingia, segundo especialistas, notas musicais de difícil alcance para um cantor popular. A crítica especializada reconhece o seu expressivo ganho, em extensão, com a maturidade; além de virtuoso senso rítmico, força interpretativa e um timbre de voz que o destacava entre os cantores populares, sendo avaliado como um dos maiores e por outros como o melhor cantor popular do século XX.
Começou a sua carreira em 1954 na lendária gravadora Sun Records e era acompanhado pelo guitarrista Scotty Moore, pelo baixista Bill Black e pelo baterista D. J. Fontana, Presley foi um dos criadores do rockabilly, uma fusão de música country e rock´n´roll.
Elvis tornou-se um dos maiores ícones da cultura popular mundial do século XX. Entre os seus sucessos musicais podemos destacar "Hound Dog", "Don't Be Cruel", "Love me Tender", "All Shook up", "Teddy Bear", "Jailhouse Rock", "It's Now Or Never", "Can´t Help Falling In Love", "Surrender", "Crying In The Chapel", "Mystery Train", "In The Ghetto", "Suspicious Minds", "Don't Cry Daddy", "The Wonder Of You", "An American Trilogy", "Burning Love", "My Way", "My Boy" e "Moody Blue". Na Europa, canções como "Wooden Heart", "You Don't Have To Say You Love Me", "My Boy" e "Moody Blue" fizeram sucesso.
Após a sua morte, novos sucessos advieram, como "Way Down" (logo após o seu falecimento), "Always On My Mind", "Guitar Man", "A Little Less Conversation" e "Rubberneckin". Mais de quarenta anos após sua morte, Presley ainda é o artista a solo de maior sucesso comercial e com maior número de "hits" nas paradas mundiais, sendo ainda o artista solo recordista em vendas de discos, com mais de mil milhões de álbuns vendidos em todo o mundo.
  
  

David Bowie nasceu há 73 anos

David Bowie, nome artístico de David Robert Jones, (Brixton, Londres, 8 de janeiro de 1947 - Manhattan, Nova Iorque, 10 de janeiro de 2016) foi um cantor, compositor, ator e produtor musical inglês. Por vezes referido como "Camaleão do Rock" pela capacidade de sempre renovar a sua imagem, foi uma importante figura na música popular durante cinco décadas e é considerado um dos músicos populares mais inovadores e ainda influentes de todos os tempos, sobretudo pelo seu trabalho nas décadas de 70 e 80, além de ser reconhecido pela voz característica e pela profundidade intelectual da sua obra.
  
 

Ashes To Ashes - David Bowie

Do you remember a guy that's been
In such an early song?
I've heard a rumor from Ground Control
Oh no, don't say it's true
They got a message from the Action Man
"I'm happy, hope you're happy too
I've loved all I've needed, love
Sordid details following"
The shrieking of nothing is killing, just
Pictures of Jap girls in synthesis and I
Ain't got no money and I ain't got no hair
But I'm hoping to kick but the planet it's glowing
Ashes to ashes, funk to funky
We know Major Tom's a junkie
Strung out in heaven's high
Hitting an all-time low
Time and again I tell myself
I'll stay clean tonight
But the little green wheels are following me
Oh no, not again
I'm stuck with a valuable friend
"I'm happy, hope you're happy too"
One flash of light but no smoking pistol
I never done good things (I never done good things)
I never done bad things (I never done bad things)
I never did anything out of the blue, woh-o-oh
Want an axe to break the ice
Wanna come down right now
Ashes to ashes, funk to funky
We know Major Tom's a junkie
Strung out in heaven's high
Hitting an all-time low
My mother said, to get things done
You'd better not mess with Major Tom
My mother said, to get things done
You'd better not mess with Major Tom
My mother said, to get things done
You'd better not mess with Major Tom
My mother said, to get things done
You'd better not mess with Major Tom

Graham Chapman, dos Monty Python, nasceu há 79 anos

Graham Arthur Chapman (Leicester, Leicestershire, 8 de janeiro de 1941 - Maidstone, 4 de outubro de 1989) foi um actor e escritor britânico e membro do grupo Monty Python.
  

Steve Clark, guitarrista dos Def Leppard, morreu de overdose há 29 anos

Stephen Maynard Clark (Hillsborough, 23 April 1960 – London, 8 January 1991) was an English musician best known as the co-lead guitarist and a principal songwriter for the British hard rock band, Def Leppard, until his 1991 death from an overdose brought on by a combination of multiple prescription drugs and alcohol. In 2007, Clark was ranked No. 11 on Classic Rock Magazine's "100 Wildest Guitar Heroes".
 
  

São Maximiliano Maria Kolbe nasceu há 126 anos

São Maximiliano Maria Kolbe nascido Rajmund Kolbe, Ordem dos Franciscanos Menores Conventuais (Zduńska Wola, Polónia, 8 de janeiro de 1894Auschwitz, 14 de agosto de 1941), foi um padre missionário franciscano da Polónia. Morreu como mártir no campo de concentração nazi de Auschwitz, como voluntário para morrer de fome no lugar de Franciszek Gajowniczek como castigo pela fuga de um outro prisioneiro.
Foi canonizado pelo seu compatriota, o Papa João Paulo II, em 10 de outubro de 1982, na presença de Franciszek Gajowniczek, que sobreviveu aos horrores de Auschwitz. O próprio Papa, em numerosos textos, chama-o de “Santo do nosso século difícil”.
    
(...)
     
Morte em Auschwitz
Em 17 de fevereiro de 1941 foi preso pela polícia secreta alemã e enviado para o campo de concentração de Auschwitz.
Em julho de 1941 um prisioneiro conseguiu escapar, por isso o comandante do campo nazi escolheu 10 homens para serem mortos de fome.
Um dos homens selecionados, Franciszek Gajownickek, gritou: " Minha pobre mulher e meus filhos, que não os volto a ver!" Kolbe oferece-se a si mesmo em vez do outro homem "Sou um padre católico da Polónia, quero morrer em lugar de um destes. Já sou velho e não presto para nada. A minha vida não servirá para grande coisa… Quero morrer por aquele que tem mulher e filhos."
Na sua cela, Kolbe celebrou a missa todos os dias e cantava hinos com os prisioneiros.
Ele levou os outros condenados em canção e oração e encorajou-os, dizendo-lhes que, em breve, estariam com Maria no céu.
Cada vez que os guardas verificam a cela, ele estava lá em pé ou de joelhos no meio a olhar calmamente para aqueles que entravam.
Após duas semanas de desidratação e fome, só Kolbe permaneceu vivo. Os guardas queriam a cela vazia e deram a Kolbe uma injeção letal de ácido carbólico.
Algumas pessoas que estavam presentes na injeção dizem que ele levantou o braço esquerdo e calmamente esperou que o injetassem. Os restos foram cremados no dia 15 de agosto, o dia da festa da Assunção de Maria.
    
Legado
Fundador do Milícia da Imaculada que criou um boletim de enorme tiragem entre outros meios de divulgação da ação cristã, pelo seu apostolado, é considerado o patrono da imprensa.
É igualmente visto como padroeiro especial das famílias em dificuldade, dos que lutam pela vida, da luta contra os vícios, da recuperação da droga e do alcoolismo; é considerado também padroeiro dos presos comuns e políticos.
Em julho de 1998 a Igreja de Inglaterra ergueu uma estátua de Kolbe na parte frontral da Abadia de Westminster, em Londres, como parte de um conjunto monumental dedicado à memória de dez mártires do século XX.
  

Mouzinho de Albuquerque morreu há 118 anos

  
Joaquim Augusto Mouzinho de Albuquerque (Batalha, 12 de novembro de 1855 - Lisboa, 8 de janeiro de 1902) foi um oficial de cavalaria português que ganhou grande fama em Portugal por ter protagonizado a captura do imperador nguni Gungunhana em Chaimite (1895) e pela condução da subsequente campanha de pacificação, isto é de subjugação das populações locais à administração colonial portuguesa, no território que viria a constituir o actual Moçambique, e entre outras coisas uma das mais brilhantes figuras militares portuguesas, herói de Chaimite e de Gaza, durante as gloriosas campanhas de África (1894-1895), e um dos mais notáveis administradores coloniais.
A espectacularidade da captura de Gungunhana e a campanha de imprensa que se gerou aquando do sua chegada a Lisboa e subsequente exílio para os Açores, fizeram de Mouzinho de Albuquerque, malgrado alguma contestação ao seu comportamento ético em Moçambique, uma figura muito respeitada na sociedade portuguesa dos finais do século XIX e inícios do século XX. Era então visto pelos africanistas como esperança e símbolo máximo da reacção portuguesa à ameaça que o expansionismo das grandes potências europeias da altura constituía para os interesses lusos em África.
Foi governador do distrito de Gaza e governador-geral de Moçambique, cargo que resignou em 1898, data em que voltou a Portugal. Foi nomeado responsável pela educação do príncipe real D. Luís Filipe de Bragança. Suicidou-se em 1902, embora algumas fontes atribuam a morte a homicídio.
    
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A memória de Mouzinho de Albuquerque foi repristinada durante o Estado Novo, sendo apontado como o exemplo do herói da expansão colonial portuguesa e da heroicidade da missão civilizadora que se apontava como justificação para a dominação colonial. Essa heroicidade foi acentuada durante a Guerra Colonial pelo que, pelos seus valorosos feitos em África, o major de cavalaria Joaquim Augusto Mouzinho de Albuquerque foi feito patrono da Arma de Cavalaria do Exército Português, sendo apontado como um exemplo para os militares que servem naquela Arma.
Numa tradição que ainda se mantém, sempre que uma força de cavalaria é destacada em missão no estrangeiro, em cerimónia solene é entregue ao comandante da força o Quadro Mouzinho. Sempre que não haja uma força de cavalaria destacada, o Quadro Mouzinho regressa a casa-mãe da cavalaria, a Escola Prática de Cavalaria, local onde se encontram importantes peças do seu espólio. Um busto em cera, moldado da face do próprio Mouzinho aquando da sua morte, está no Museu do Regimento de Lanceiros n.º 2.
   

Teresa Salgueiro - 51 anos

Maria Teresa de Almeida Salgueiro (Lisboa, 8 de janeiro de 1969) é uma cantora portuguesa, mais conhecida como a ex-vocalista do grupo Madredeus, entre 1986 e 2007.
Percurso musical
A sua carreira iniciou-se inesperadamente, em 1986, quando dois dos fundadores do grupo (Rodrigo Leão e Gabriel Gomes) a descobriram, quando cantava com um grupo de amigos numa mesa ao lado da deles, numa tasca do Bairro Alto, em Lisboa. Depois da sua primeira audição com Pedro Ayres Magalhães, outro dos fundadores dos Madredeus, Teresa Salgueiro passou a ser a voz e, nas palavras de Magalhães, "a maior inspiração da música do grupo".
Teresa Salgueiro é uma soprano de vasta extensão vocal, tendo um talento inato para a música. Pode dizer-se que sua voz apesar de ter amadurecido, continua a ter características típicas de uma soprano. Sua formação musical deu-se ao longo dos primeiros anos de vida dos Madredeus, quando cursou por dois anos aulas de canto, mas os compromissos internacionais do grupo acabaram por impedir que a cantora prosseguisse com uma educação musical formal.
Em 2005 foi editada uma compilação de diversas participações e colaborações que fez com outros artistas enquanto ainda fazia parte do grupo Madredeus. "Obrigado" conta com canções cuja variedade de estilos e de épocas de sua gravação mostram a versatilidade da cantora; entre outros, o álbum traz canções que Teresa Salgueiro gravou com António Chainho, com o tenor catalão Josep Carreras, com os cantores e compositores brasileiros Caetano Veloso e Zeca Baleiro (em um álbum de canções do compositor italiano Aldo Brizzi), com a dupla portuguesa Mário Laginha e Maria João, com o compositor galego Carlos Núñez, com o compositor italiano Angelo Branduardi e com o acordeonista japonês Coba, entre outros.
Em 2007, os Madredeus decidem fazer um ano sabático e os seus membros dedicam-se a projetos musicais paralelos. Teresa lançou, em fevereiro daquele ano, o álbum "Você e eu", que revisita um repertório de grandes canções da música popular brasileira: de Pixinguinha a Dorival Caymmi, passando por Antônio Carlos Jobim e Chico Buarque.
Teresa apresentou, no mesmo ano, o espectáculo "La Serena" com temas cantados em várias línguas, acompanhada pelo Lusitânia Ensemble - um grupo de músicos, na sua maioria, da Orquestra Sinfónica Portuguesa. O concerto gerou o álbum "La Serena", lançado em outubro de 2007. No repertório do álbum, canções célebres de diversos países banhados pelo Oceano Atlântico e pelo Mediterrâneo.
Ainda em 2007, Teresa Salgueiro foi convidada a participar no álbum "Silence, Night and Dreams", do compositor polaco Zbigniew Preisner. No álbum, lançado pelo selo erudito EMI Classics, tem uma participação destacada onde interpreta peças em inglês e latim. Preisner, conhecido por suas colaborações com o cineasta polaco Kieslowski, afirmou ter composto "Silence, Night & Dreams" pensando na voz "pura e limpa e sem vibrato" da cantora.
Em 28 de novembro de 2007 é anunciada a saída de Teresa Salgueiro, Fernando Júdice e José Peixoto dos Madredeus.
Em agosto de 2008 reúne-se novamente com o Lusitânia Ensemble, com a ideia de recolher um repertório que retratasse as diferentes épocas, tradições, regiões e costumes portugueses. Assim nasceria o disco “Matriz”, cujos concertos percorreram a Europa e África.
“Voltarei à minha Terra” foi uma viagem através da memória colectiva da Música Portuguesa do século XX. Com uma nova formação, Teresa Salgueiro tomou a seu cargo a direção dos arranjos musicais onde procurou desenhar uma linguagem original que traduza um universo poético, nascido de palavras e sentimentos portugueses.
Este percurso de 25 anos de dedicação ininterrupta à música culmina na criação de uma oficina de composição de peças originais que nascem do encontro da Teresa com os músicos que escolheu. Pela primeira vez na sua carreira, dedica-se à escrita e composição de todos os temas.
Durante o mês de agosto de 2011, Teresa e o seu grupo de músicos retiram-se para o Convento da Arrábida, no ambiente envolvente da Serra. Num anexo ao Convento, montam um estúdio de gravação onde registam os dezassete temas que dão origem ao álbum “O Mistério”. Convidou António Pinheiro da Silva, com quem partilhou os primeiros dez anos de gravações e concertos da sua vida junto dos Madredeus, para co-produzir este novo álbum.
 

terça-feira, janeiro 07, 2020

Música adequada à data...


O que vos nunca cuidei a dizer
   
O que vos nunca cuidei a dizer,
com gram coita, senhor, vo-lo direi,
porque me vejo já por vós morrer;
ca sabedes que nunca vos falei
de como me matava voss'amor;
ca sabe Deus bem que doutra senhor,
que eu nom havia, mi vos chamei.

E tod[o] aquesto mi fez fazer
o mui gram medo que eu de vós hei
e des i por vos dar a entender
que por outra morria — de que hei,
bem sabedes, mui pequeno pavor;
e des oimais, fremosa mia senhor,
se me matardes, bem vo-lo busquei.

E creede que haverei prazer
de me matardes, pois eu certo sei
que esso pouco que hei de viver
que n?um prazer nunca veerei;
e porque sõo desto sabedor,
se mi quiserdes dar morte, senhor,
por gram mercee vo-lo [eu] terrei.

A Rainha Carlota Joaquina de Bourbon morreu há 190 anos

 
Carlota Joaquina Teresa Caetana de Bourbón e Bourbón, em castelhano Carlota Joaquina Teresa Cayetana de Borbón y Borbón (Aranjuez, 25 de abril de 1775 - Palácio de Queluz, 7 de janeiro de 1830) foi uma infanta de Espanha por nascimento, e Infanta consorte de Portugal, princesa-consorte do Brasil, Princesa-regente consorte de Portugal, Rainha consorte do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves e Rainha consorte de Portugal pelo seu casamento com o então Infante português D. João Maria de Bragança (futuro D. João VI), àquela altura Senhor do Infantado e duque de Beja. Foi também Imperatriz do Brasil, entre 1825 e 1826. Ficou conhecida como A Megera de Queluz, pela sua personalidade forte e porque foi isolada no Palácio de Queluz, nos arredores de Lisboa, por ter conspirado contra o seu marido e ser antiliberal.
Também, pelo tratado do Rio de Janeiro de 1825, foi imperatriz do Brasil, de jure, durante poucos dias.
Brasão Imperial e Real de D.ª Carlota Joaquina

D. Dinis morreu há 695 anos

(imagem daqui)
     
D. Dinis I de Portugal (Lisboa [?], 9 de outubro de 1261 - Santarém, 7 de janeiro de 1325) foi o sexto Rei de Portugal, com o cognome de o Lavrador, pelo grande impulso que deu à agricultura e ampliação do pinhal de Leiria ou o Rei-Poeta, devido à sua obra literária.
Filho de D. Afonso III de Portugal e da infanta Beatriz de Castela, foi aclamado em Lisboa em 1279, tendo subido ao trono com 17 anos. Em 1282 desposou Isabel de Aragão, que ficaria conhecida como a Rainha Santa.
  
 
Ao longo de 46 anos a governar os Reinos de Portugal e dos Algarves foi um dos principais responsáveis pela criação da identidade nacional e o alvor da consciência de Portugal enquanto estado-nação: em 1297, após a conclusão da Reconquista pelo seu pai, definiu as fronteiras de Portugal no Tratado de Alcanizes, prosseguiu relevantes reformas judiciais, instituiu a língua Portuguesa como língua oficial da corte, criou a primeira Universidade portuguesa, libertou as Ordens Militares no território nacional de influências estrangeiras e prosseguiu um sistemático acréscimo do centralismo régio. A sua política centralizadora foi articulada com importantes acções de fomento económico - como a criação de inúmeros concelhos e feiras. D. Dinis ordenou a exploração de minas de cobre, prata, estanho e ferro e organizou a exportação da produção excedente para outros países europeus. Em 1308 assinou o primeiro acordo comercial português com a Inglaterra. Em 1312 fundou a marinha Portuguesa, nomeando 1ºAlmirante de Portugal, o genovês Manuel Pessanha, e ordenando a construção de várias docas.
Foi grande amante das artes e letras. Tendo sido um famoso trovador, cultivou as Cantigas de Amigo, de Amor e a sátira, contribuindo para o desenvolvimento da poesia trovadoresca na península Ibérica. Pensa-se ter sido o primeiro monarca português verdadeiramente alfabetizado, tendo assinado sempre com o nome completo. Culto e curioso das letras e das ciências, terá impulsionado a tradução de muitas obras para português, entre as quais se contam os tratados do seu avô, o Rei de Castela Afonso X, o Sábio. Foi o responsável pela criação da primeira Universidade portuguesa, inicialmente instalada na zona do actual Largo do Carmo, em Lisboa e por si transferida, pela primeira vez, para Coimbra, em 1308. Esta universidade, que foi transferida várias vezes entre as duas cidades, ficou definitivamente instalada em Coimbra em 1537, por ordem de D. João III.
Entre 1320 e 1324 houve uma guerra civil que opôs o rei ao futuro Afonso IV. Este julgava que o pai pretendia dar o trono a Afonso Sanches. Nesta guerra, o rei contou com pouco apoio popular, pois nos últimos anos de reinado deu grandes privilégios aos nobres. O infante contou com o apoio dos concelhos. Apesar dos motivos da revolta, esta guerra foi no fundo um conflito entre grandes e pequenos.
Após a sua morte, em 1325 foi sucedido pelo seu filho legítimo, Afonso IV de Portugal, apesar da oposição do seu favorito, o filho natural Afonso Sanches.
  
 
 
D. DINIS


Na noite escreve um seu Cantar de Amigo
O plantador de naus a haver,
E ouve um silêncio múrmuro consigo:
É o rumor dos pinhais que, como um trigo
De Império, ondulam sem se poder ver.
Arroio, esse cantar, jovem e puro,
Busca o oceano por achar;
E a fala dos pinhais, marulho obscuro,
É o som presente desse mar futuro,
É a voz da terra ansiando pelo mar.



9-2-1934


in Mensagem, Fernando Pessoa
  

A que, depois de morta foi Rainha, foi assassinada há 665 anos

  
Inês de Castro (Reino da Galiza, circa 1320/1325 - Quinta das Lágrimas, Coimbra, 7 de janeiro de 1355) foi uma nobre galega, rainha de Portugal, amada pelo futuro rei D. Pedro I de Portugal, de quem teve quatro filhos. Foi executada por ordem do pai deste, o rei D. Afonso IV. Era descendente direta do rei Sancho I de Aragão pois era trineta, por via masculina, de Fernão Guterrez de Castro.
  
Coroação póstuma de Inês de Castro - pintura de Pierre-Charles Comte (1849)
  
Morte
Depois de alguns anos no Norte de Portugal, Pedro e Inês tinham regressado a Coimbra e instalaram-se no Paço de Santa Clara. Mandado construir pela avó de D. Pedro, a Rainha Santa Isabel, foi neste Paço que esta Rainha vivera os últimos anos, deixando expresso o desejo que se tornasse na habitação exclusiva de Reis e Príncipes seus descendentes, com as suas esposas legítimas.
Havia boatos de que o Príncipe tinha se casado secretamente com D. Inês. Na Família Real um incidente deste tipo assumia graves implicações políticas. Sentindo-se ameaçados pelos irmãos Castro, os fidalgos da corte portuguesa pressionavam o rei D. Afonso IV para afastar esta influência do seu herdeiro. O rei D. Afonso IV decidiu que a melhor solução seria matar a dama galega. Na tentativa de saber a verdade o Rei ordenou a dois conselheiros seus que dissessem a D. Pedro que ele podia se casar livremente com D. Inês se assim o pretendesse. D. Pedro percebeu que se tratava de uma cilada e respondeu que não pensava casar-se nunca com D.ª Inês.
A 7 de janeiro de 1355, o rei cedeu às pressões dos seus conselheiros e aproveitando a ausência de D. Pedro, numa excursão de caça, foi com Pêro Coelho, Álvaro Gonçalves, Diogo Lopes Pacheco e outros para executarem Inês de Castro em Santa Clara, conforme fora decidido em conselho. Segundo a lenda, as lágrimas derramadas no rio Mondego pela morte de Inês teriam criado a Fonte dos Amores da Quinta das Lágrimas, e algumas algas avermelhadas que ali crescem seriam o seu sangue derramado.
A morte de D. Inês provocou a revolta de D. Pedro contra D. Afonso IV. Após meses de conflito, a Rainha D. Beatriz conseguiu intervir e fez selar a paz, em agosto de 1355.
D. Pedro tornou-se no oitavo rei de Portugal como D. Pedro I em 1357. Em junho de 1360 fez a declaração de Cantanhede, legitimando os filhos de Inês ao afirmar que se tinha casado secretamente com ela, em 1354, em Bragança, «em dia que não se lembrava». A palavra do rei, do seu capelão e de um seu criado foram as provas necessárias para legalizar esse casamento.
De seguida perseguiu os assassinos de D. Inês, que tinham fugido para o Reino de Castela. Pêro Coelho e Álvaro Gonçalves foram apanhados e executados em Santarém (segundo a lenda o Rei mandou arrancar o coração de um pelo peito e o do outro pelas costas, assistindo à execução enquanto se banqueteava). Diogo Lopes Pacheco conseguiu escapar para a França e, posteriormente, seria perdoado pelo Rei no seu leito de morte.
D. Pedro mandou construir os dois esplêndidos túmulos de D. Pedro I e de D. Inês de Castro no mosteiro de Alcobaça, para onde trasladou o corpo da sua amada Inês, em 1361 ou 1362. Juntar-se-ia a ela em 1367. A posição primeira dos túmulos foi lado a lado, de pés virados a nascente, em frente da primeira capela do transepto sul, então dedicada a São Bento. Na década de 80 do século XVIII os túmulos foram mudados para o recém construído panteão real, onde foram colocados frente a frente. Em 1956 foram mudados para a sua actual posição, D. Pedro no transepto sul e D. Inês no transepto norte, frente a frente. Quando os túmulos, no século XVIII, foram colocados frente a frente, apareceu a lenda que assim estavam para que D. Pedro e D. Inês «possam olhar-se nos olhos quando despertarem no dia do juízo final». A tétrica cerimónia da coroação e do beija mão à Rainha D. Inês, já morta, que D. Pedro pretensamente teria imposto à sua corte e que tornar-se-ia numa das imagens mais vívidas no imaginário popular, terá sido inserida pela primeira vez nas narrativas espanholas do final do século XVI.
  
  
(imagem daqui)
  
Nave de Alcobaça
  
Vazia, vertical, de pedra branca e fria,
longa de luz e linhas, do silêncio
a arcada sucessiva, madrugada
mortal da eternidade, vácuo puro
do espaço preenchido, pontiaguda
como se transparência cristalina
dos céus harmónicos, espessa, côncava
de rectas concreção, ar retirado
ao tremor último da carne viva,
pedra não-pedra que em pilar's se amarra
em feixes de brancura, geometria
do espírito provável, proporção
da essência tripartida, ideograma
da muda imensidão que se contrai
na perspectiva humana. Ambulatório
da expectação tranquila.
----------------------------- Nave e ceptro,
e sepulcral resíduo, tempestade
suspensa e transferida. Rosa e tempo.
Escada horizontal. Cilindro curvo.
Exemplo e manifesto. Paz e forma
do abstracto e do concreto.
----------------------------- Hierarquia
de uma outra vida sobre a terra. Gesto
de pedra branca e fria, sem limites
por dentro dos limites. Esperança
vazia e vertical. Humanidade.
    
  
Jorge de Sena
  
(imagem daqui)