sábado, maio 18, 2013

O Monte Santa Helena entrou em erupção há 33 anos

O Monte Santa Helena (em inglês Mount St. Helens) é um vulcão activo que fica no sudoeste do estado norte-americano de Washington, 160 quilómetros a sul de Seattle.
Após 127 anos de inatividade o vulcão entrou violentamente em erupção no dia 18 de maio de 1980, às 08.30 horas, matando 57 pessoas e ferindo muitas outras.
Após um tremor de terra de magnitude 5,1 na Escala de Richter, o lado norte do monte entrou em violenta erupção provocando danos ambientais numa área de 550 km². A cinza emanada da erupção provocou problemas respiratórios nos habitantes até 1550 quilómetros de distância do vulcão.
Como resultado da explosão a altura da cratera do vulcão diminuiu cerca de 400 metros, passando de 2950 para 2549 metros, e teve sua largura aumentada em cerca de dois quilómetros.

Map of eruption deposits

In 1980, a major volcanic eruption occurred at Mount St. Helens, a volcano located in Washington, in the United States. The eruption (which was a VEI 5 event) was the only significant one to occur in the contiguous 48 US states since the 1915 eruption of Lassen Peak in California. The eruption was preceded by a two-month series of earthquakes and steam-venting episodes, caused by an injection of magma at shallow depth below the volcano that created a huge bulge and a fracture system on Mount St. Helens' north slope.
Prior to the eruption, USGS scientists convinced local authorities to close Mount St. Helens to the general public and to maintain the closure in spite of pressure to re-open it; their work saved thousands of lives. An earthquake at 8:32:17 a.m. PDT (UTC−7) on Sunday, May 18, 1980, caused the entire weakened north face to slide away, suddenly exposing the partly molten, gas- and steam-rich rock in the volcano to lower pressure. The rock responded by exploding a hot mix of lava and pulverized older rock toward Spirit Lake so fast that it overtook the avalanching north face.
An eruption column rose 80,000 feet (24,400 m) into the atmosphere and deposited ash in 11 U.S. states. At the same time, snow, ice and several entire glaciers on the volcano melted, forming a series of large lahars (volcanic mudslides) that reached as far as the Columbia River, nearly 50 miles (80 km) to the southwest. Less severe outbursts continued into the next day only to be followed by other large but not as destructive eruptions later in 1980.
Fifty-seven people (including innkeeper Harry R. Truman, photographer Reid Blackburn and geologist David A. Johnston) perished. Hundreds of square miles were reduced to wasteland causing over a billion U.S. dollars in damage ($2.74 billion in 2011 dollars), thousands of game animals killed, and Mount St. Helens was left with a crater on its north side. At the time of the eruption, the summit of the volcano was owned by the Burlington Northern Railroad, but afterward the land passed to the United States Forest Service. The area was later preserved, as it was, in the Mount St. Helens National Volcanic Monument.

Perry Como nasceu há 101 anos

Pierino Ronald "Perry" Como (Canonsburg, 18 de maio de 1912Jupiter Inlet Colony, 12 de maio de 2001) foi um cantor e apresentador de televisão norte-americano. Durante mais de cinquenta anos de carreira ele gravou exclusivamente para a RCA Victor, após ser contratado em 1943. "Mr. C", como era conhecido, vendeu milhões de discos para a RCA e obteve destaque no meio televisivo por seu pioneirismo, ao apresentar um novo programa de variedades, "The Perry Como Show", que foi um grande sucesso e estabeleceu-se como referência para o género, tornando-se um dos mais bem-sucedidos da História. O sucesso alcançado por Como na televisão e na música não foi igualado por nenhum outro artista em sua época.
Perry Como foi responsável por inúmeros sucessos, com vendas tão altas, que a gravadora literalmente parou de contabilizar os números a pedido do próprio cantor. Os seus programas semanais e especiais de televisão eram transmitidos em todo o mundo e a sua popularidade aparentava não possuir barreiras geográficas ou culturais.
Ele se sentia igualmente à vontade em grandes apresentações ao vivo ou na quietude de um estúdio de gravação. O apelo de sua música atravessou gerações, tornando-o um artista respeitado tanto por seu profissionalismo quanto por sua conduta de vida pessoal. No obtuário feito em sua memória pela gravadora RCA Victor na revista Billboard americana, a sua vida foi resumida em poucas palavras: "Cinquenta anos de música e vida bem vividos. Um exemplo para todos."
O compositor Ervin Drake disse sobre ele, "às vezes alguém como Perry surge e simplesmente não 'vai na onda dos outros', e mesmo assim prevalece, apesar de ser importunado pelos que o cercam para que ceda aos seus valores corrompidos. Mas isso só acontece às vezes." Perry Como foi agraciado com o Prémio do Kennedy Center, em 1987, que representa o reconhecimento por contribuição significativa para a Cultura Americana através das artes cénicas e do espetáculo. Em 2006 o artista foi inserido no "Long Island Music Hall of Fame". Perry Como ainda tem a distinção de possuir três estrelas na Calçada da Fama de Hollywood, cada uma representando o seu trabalho no rádio, na televisão e na música.


Ian Curtis, o mítico vocalista dos Joy Division, suicidou-se há 33 anos

Ian Kevin Curtis (Trafford, 15 de julho de 1956 - Macclesfield, 18 de maio de 1980) foi um músico britânico. Ele foi o vocalista, letrista e guitarrista ocasional da banda de pós-punk Joy Division, a qual ele ajudou a formar em 1976, na cidade de Manchester, Inglaterra.

Infância
Ian Curtis nasceu no Memorial Hospital em Old Trafford, Manchester, em 1956, filho de Doreen Elizabeth Curtis e Kevin Curtis e cresceu na área de Hurdsfield, em Macclesfield. Ainda muito jovem, Ian já demonstrava talento para a composição de músicas e poesia. Embora tenha concluído os estudos no King's School de Macclesfield aos 11 anos de idade, Ian nunca demonstrou interesse no sucesso académico, focando os seus interesses e ambições na área da indústria musical.
A sua paixão pela música levou-o a trabalhar numa loja de discos por um curto período de tempo. Ian também trabalhou como funcionário público em Manchester e, mais tarde, em Macclesfield.

Joy Division
Ian Curtis decidiu o seu destino após assistir a uma apresentação dos Sex Pistols, em 1976, onde ele se convenceu de que queria estar no palco, e não no meio do público. Ian então conheceu os jovens Bernard Sumner e Peter Hook. Ian tinha visto o cartaz dos dois rapazes que estavam a tentar formar uma banda e ele propôs-se ser o vocalista e escritor das letras - e os três então firmaram o acordo.
Os três recrutaram (e rejeitaram) uma sucessão de bateristas até a decisão de aceitar Stephen Morris como o quarto membro da banda, que se chamou Warsaw por um curto período de tempo até mudar seu nome para Joy Division, em 1978, por causa de conflitos com o nome de uma outra banda: Warsaw Pact.
Diz-se que a persistência de Ian Curtis ajudou a assegurar à banda um contrato de gravação com a hoje lendária gravadora Factory Records, de Tony Wilson. Ian convenceu Tony Wilson a permitir sua banda tocar "Shadowplay" no Granada Reports - um programa regional de televisão apresentado por Tony. Após criar a Factory Records com Alan Erasmus, Tony Wilson aceitou a banda no seu selo.
Durante as apresentações do Joy Division, Ian Curtis desenvolveu um estilo único de dançar, reminiscente dos ataques epiléticos dos quais sofria, algumas vezes, no palco. O efeito era tal que as pessoas que estavam no público não sabiam se ele estava dançando ou tendo um ataque. Ele algumas vezes desmaiou e teve de ter atendimento médico ainda no palco, já que sua saúde sofria com a intensa rotina de apresentações dos Joy Division. A primeira crise epilética de Ian aconteceu no dia 27 de dezembro de 1978, quando a banda voltava de seu primeiro show realizado em Londres, no pub Hope and Anchor.
Muitas das canções que Ian Curtis escreveu estão carregadas com imagens de dor emocional, morte, violência, alienação e degeneração urbana. Tais temas recorrentes levaram os fãs e a esposa de Ian, Deborah, a acreditar que Ian escrevia sobre sua própria vida. Ian certa vez comentou a respeito numa entrevista: "Escrevo sobre as diferentes formas que diferentes pessoas lidam com certos problemas, e como essas pessoas podem se adaptar e conviver com eles".
Ian cantava com um estranho timbre baixo-barítono, o que fazia com que sua voz parecesse pertencer a alguém muito mais velho que ele realmente era. Ele também era fascinado pela escaleta (melódica) Hohner, um instrumento que lhe foi mostrado pela esposa de Tony Wilson, Lindsey Reade, pouco tempo antes da morte de Ian. Ele utilizou o instrumento ao vivo pela primeira vez durante uma passagem de som do Leigh Rock Festival em 1979, após o que ele adquiriu uma coleção de oito desses instrumentos. A fascinação de Ian Curtis pelas escaletas levaria Bernard Sumner a utilizar o instrumento tempos depois, no New Order.
Os Joy Division, e em particular Ian Curtis, tiveram seu estilo de gravação desenvolvido pelo produtor Martin Hannett. Alguns de seus trabalhos mais inovadores foram criados no Cargo Recording Studios, em 1979, um estúdio que fora desenvolvido por John Peel e seus investimentos financeiros. John Peel era um grande fã do Joy Division e de Ian Curtis.
Ian Curtis foi fortemente influenciado pelos escritores William Burroughs, J. G. Ballard e Joseph Conrad — os títulos das canções "Interzone", "Atrocity Exhibition" e "Colony" vieram dos três autores, respectivamente. Ian também foi influenciado pelos vocalistas Jim Morrison, Lou Reed, Iggy Pop e David Bowie.

Morte
A última apresentação ao vivo de Ian Curtis aconteceu no dia 2 de maio de 1980, na Universidade de Birmingham, e aconteceu no mesmo mês de sua morte. Essa apresentação incluiu a primeira e última performance da música "Ceremony" pelos Joy Division — música que foi depois usada pelos New Order. A última música que Ian Curtis executou frente ao público foi "Digital". A gravação da apresentação pode ser encontrada no álbum de compilações Still.
Os problemas pessoais de Ian Curtis, como o divórcio conturbado da sua esposa e um caso extra-conjugal com a jornalista belga Annik Honoré, poderão ter contribuído para o suicídio de Ian, que se enforcou aos 23 anos de idade. De acordo com o livro Touching From A Distance, Ian ingeriu uma overdose de medicamentos para epilepsia e foi parar num hospital poucos meses antes de sua morte. Acredita-se que tal overdose tenha sido um "pedido de socorro", mas Ian disse a seus companheiros de banda que não havia ingerido uma overdose. O livro conta que Bernard Sumner levou Ian a um cemitério após sua saída do hospital, para lhe mostrar onde ele poderia ter ido parar caso a overdose tivesse sido fatal.
Na noite do dia 17 de maio, dias antes do início da primeira turnê do Joy Division nos Estados Unidos, Ian assistiu a um de seus filmes favoritos, Stroszek, de Werner Herzog, enquanto ouvia Weeping, momentos antes de se enforcar falou por telefone com Genesis P-Orridge. E às primeiras horas da manhã do dia 18 de maio, Ian enforcou-se na sua cozinha, utilizando uma corda que sustentava o varal de roupas, segundo consta, ouvindo o disco The Idiot, o primeiro lançamento do cantor norte-americano Iggy Pop. Os pontos de vista e as preferências de Ian Curtis continuam a gerar especulações sobre as reais razões pelas quais ele resolveu tirar a própria vida. Alguns dizem que ele simplesmente desejou morrer jovem. Mas o facto é que Ian já era conturbado em sua adolescência, com pensamentos e ideologias de contracultura, uma mente provavelmente já farta do mundo ao seu redor.
Ian Curtis foi cremado e as suas cinzas foram enterradas em Macclesfield, com uma lápide com a inscrição "Love Will Tear Us Apart" ("O Amor vai-nos separar"). O epitáfio, escolhido por sua esposa Deborah, é uma referência à canção mais conhecida do Joy Division. Em 2008, a polícia britânica anunciou que essa lápide foi roubada do cemitério de Macclesfield. As autoridades locais buscam testemunhas e investigam, mas, como não há câmaras de segurança no local, ainda não foi descoberto o autor.

Lápide do pequeno túmulo de Curtis

Legado
Os membros remanescentes dos Joy Division formaram a banda New Order após a morte de Ian Curtis. A banda tinha feito um acordo de que os Joy Division não continuariam se um dos membros deixasse a banda ou morresse. O primeiro álbum dos New Order, Movement, possui uma canção intitulada I.C.B., que significa "Ian Curtis Buried" ("Ian Curtis Enterrado").
Em maio de 2007, um filme britânico sobre a vida e a morte de Ian Curtis, intitulado Control, estreou no Festival de Cannes. No papel de Ian Curtis está o actor britânico Sam Riley (em seu primeiro filme como actor principal), que nasceu em 1980, cerca de quatro meses antes do suicídio de Ian Curtis. O filme é dirigido pelo neerlandês Anton Corbijn. Recentemente a revista inglesa New Musical Express (NME), elegeu a música Love Will Tear Us Apart como a melhor música já escrita nos últimos 60 anos, título dado por uma das mais tradicionais revistas de música no ano de 2012.




sexta-feira, maio 17, 2013

Enya - 52 anos

Eithne Ní Bhraonáin, conhecida como Enya, (Gaoth Dobhair, 17 de maio de 1961) é uma cantora, instrumentista e compositora irlandesa. O seu nome é, por vezes, apresentado nos media como Enya Brennan. Enya é uma transliteração aproximada de como Eithne é pronunciado em seu irlandês nativo.
Ela começou a sua carreira musical em 1980 e juntou-se rapidamente à banda Clannad, da sua família, antes de sair para prosseguir com a sua carreira a solo. Através de seu álbum Watermark, que foi lançado em 1988, obteve reconhecimento internacional, e Enya ficou conhecida pelo seu som único, que foi caracterizado por camadas de voz, melodias folk, cenários sintetizados e reverberações etéreas.
Ela continuou fazendo sucesso constante durante os anos 90 e 2000. O seu álbum de 2000, A Day Without Rain, obteve vendas recordes (mais de 15 milhões) e foi o álbum mais vendido por uma artista feminina em 2001. Enya é a artista a solo que mais vende e, do país, é oficialmente a segunda maior exportadora musical, depois da banda U2. Ao todo, Enya vendeu mais de 75 milhões de discos. Seu trabalho lhe rendeu, entre outras coisas, uma indicação ao Oscar. Ela é conhecida por ter cantado em 10 línguas diferentes durante a sua carreira até esta data. Enya é uma das artistas femininas que mais vendeu álbuns nos Estados Unidos, com mais de 26 milhões de cópias no país. Em 2005, lançou o bem recebido disco Amarantine, cantando algumas músicas na língua Loxian, desenvolvida pelo casal Ryan. Em 2008, lançou o disco And Winter Came, cujos temas principais são o Natal e o Inverno. Enya é uma das músicas mais talentosas e originais da atualidade, preferindo o sucesso musical à mera fama. Disse numa entrevista: "Eu gosto de ter uma vida com privacidade. É muito importante para a minha música, eu penso que a razão porque consigo ter uma vida privada, é porque a música é maior do que eu. Alguns artistas são maiores que a música".


Zélia Gattai morreu há 5 anos

(imagem daqui)

Zélia Gattai Amado (São Paulo, 2 de julho de 1916 - Salvador, 17 de maio de 2008) foi uma escritora, fotógrafa e memorialista (como ela mesma preferia denominar-se) brasileira, tendo também sido expoente da militância política nacional durante quase toda a sua longa vida, da qual partilhou cinquenta e seis anos casada com o também escritor Jorge Amado, até a morte deste.

Início
Filha dos imigrantes italianos, Angelina e Ernesto Gattai, é a mais nova de cinco irmãos. Nasceu e morou durante toda a infância na Alameda Santos, 8, Consolação, em São Paulo.
Zélia participava, com a família, do movimento político-operário anarquista que tinha lugar entre os imigrantes italianos, espanhóis e portugueses, no início do século XX. Aos vinte anos, casou-se com Aldo Veiga. Deste casamento, que durou oito anos, teve um filho, Luís Carlos, nascido na cidade de São Paulo, em 1942.

Jorge Amado e Zélia
Leitora entusiasta de Jorge Amado, Zélia Gattai conheceu-o em 1945, quando trabalharam juntos num movimento pela amnistia dos presos políticos. A união do casal deu-se poucos meses depois. A partir de então, Zélia Gattai trabalhou ao lado do marido, passando, à máquina, os seus originais e auxiliando-o no processo de revisão.
Em 1946, com a eleição de Jorge Amado para a Câmara Federal, o casal mudou-se para o Rio de Janeiro, onde nasceu o filho João Jorge, em 1947. Um ano depois, com o Partido Comunista declarado ilegal, Jorge Amado perdeu o mandato, e a família teve que se exilar.
Viveram em Paris durante três anos, período em que Zélia Gattai fez os cursos de civilização francesa, fonética e língua francesa na Sorbonne. De 1950 a 1952, a família viveu na Checoslováquia, onde nasceu a filha Paloma. Foi neste tempo de exílio que Zélia Gattai começou a fazer fotografias, tornando-se responsável pelo registo, em imagens, de cada um dos momentos importantes da vida do escritor baiano.
Em 1963, mudou-se com a família para a casa do Rio Vermelho, em Salvador, na Bahia, onde tinha um laboratório e se dedicava à fotografia, tendo lançado a fotobiografia de Jorge Amado intitulada Reportagem incompleta.

Escritora
Aos 63 anos de idade, começou a escrever suas memórias. O livro de estreia, Anarquistas, graças a Deus, ao completar vinte anos da primeira edição, já contava mais de duzentos mil exemplares vendidos no Brasil. A sua obra é composta de nove livros de memórias, três livros infantis, uma fotobiografia e um romance. Alguns de seus livros foram traduzidos para o francês, o italiano, o espanhol, o alemão e o russo.
Anarquistas, graças a Deus, foi adaptado para mini-série pela Rede Globo e Um chapéu para viagem foi adaptado para o teatro.

Homenagens
Baiana por merecimento, Zélia Gattai recebeu em 1984 o título de cidadã da Cidade do Salvador.
Na França, recebeu o título de cidadã de honra da comuna de Mirabeau (1985) e a Comenda des Arts et des Lettres, do governo francês (1998). Recebeu ainda, no grau de comendadora, as ordens do Mérito da Bahia (1994) e do Infante Dom Henrique (Portugal, 1986).
A prefeitura de Taperoá, no estado da Bahia, homenageou Zélia Gattai dando o nome da escritora à sua Fundação de Cultura e Turismo, em 2001.
Em 2001, foi eleita para a Academia Brasileira de Letras, para a cadeira 23, anteriormente ocupada por Jorge Amado, que teve Machado de Assis como primeiro ocupante e José de Alencar como patrono. No mesmo ano, foi eleita para a Academia de Letras da Bahia e para a Academia Ilheense de Letras. Em 2002, tomou posse nas três. É mãe de Luís Carlos, Paloma e João Jorge. É amiga de personalidades e gente simples. No lançamento do livro Jorge Amado: um baiano romântico e sensual, em 2002, numa livraria de Salvador, estavam pessoas como António Carlos Magalhães, Sossó, Calasans Neto, Auta Rosa, Bruna Lima, Antonio Imbassahy e James Amado, entre outros.
Ao lançar seu primeiro livro, Anarquistas graças a Deus, Zélia Gattai recebeu o Prémio Paulista de Revelação Literária de 1979. No ano seguinte, recebeu o Prémio da Associação de Imprensa, o Prémio McKeen e o Troféu Dante Alighieri. A Secretaria de Educação do Estado da Bahia concedeu-lhe a Medalha Castro Alves, em 1987. Em 1988, recebeu o Troféu Avon, como destaque da área cultural e o Prémio Destaque do Ano de 1988, pelo livro Jardim de inverno. O livro de memórias Chão de meninos recebeu o Prémio Alejandro José Cabassa, da União Brasileira de Escritores, em 1994.

O Rei Afonso XIII, avô do atual Rei de Espanha, nasceu há 127 anos

Afonso XIII da Espanha (nome completo: Alfonso León Fernando María Jaime Isidro Pascual Antonio de Borbon y Habsburgo-Lorena; Madrid, 17 de maio de 1886 - Roma, 28 de fevereiro de 1941) foi rei de Espanha entre 1886 e 1931.
Alfonso foi o filho póstumo do rei Afonso XII de Espanha e de Maria Cristina de Habsburgo-Lorena. Foi proclamado rei na altura do seu nascimento e a sua mãe foi a regente durante a sua menoridade. Em 1902, ao completar 16 anos, foi declarado maior de idade e assumiu as funções de chefe de estado.
O seu reinado foi manchado pela queda do império colonial espanhol, por grandes levantamentos populares que levaram à ditadura de Primo de Rivera, e culminou com a proclamação da Segunda República Espanhola, a 14 de abril de 1931, e com o exílio do rei.
No entanto, durante a Primeira Guerra Mundial, Afonso XIII organizou, como monarca de um país neutro, uma valiosa iniciativa que permitiu pôr em contacto os prisioneiros de guerra de ambas as partes com as suas famílias.

Brasão de Afonso XIII de Espanha

Donna Summer deixou-nos há um ano...

Donna Summer, nome artístico de LaDonna Adrian Gaines (Boston, 31 de dezembro de 1948  - Naples, 17 de maio de 2012), foi uma cantora pop norte-americana mais conhecida por suas gravações em estilo disco dos anos 70, que deram a ela o título de Rainha da Disco. Com 37 anos de carreira, estima-se que tenha vendido mais de 130 milhões de discos. Foi a primeira artista a ter três álbuns duplos consecutivos a atingir o primeiro lugar nas paradas da Billboard nos Estados Unidos. Também teve quatro singles que atingiram o número 1 nos Estados Unidos num período de 13 meses.


Summer died on the morning of May 17, 2012, at her home in Naples, Florida at the age of 63. She was diagnosed with lung cancer not related to smoking. She believed she developed the illness by inhaling toxic particles following the 9/11 terrorist attacks in New York. Summer is survived by her husband, Bruce Sudano, and her daughters, Brooklyn, Amanda and Mimi. Her funeral was held in Nashville, Tennessee, on May 23, 2012. She was buried in Harpeth Hills Memory Gardens Cemetery in Nashville, Tennessee.

Hoje é o Día das Letras Galegas...!

O Día das Letras Galegas é un día de exaltación da lingua de Galiza a través da súa manifestación literaria. Comezou a celebrarse o 17 de maio do 1963, coincidindo co centenario da primeira edición de Cantares gallegos, de Rosalía de Castro.

Historia
O 20 de marzo de 1963, tres membros da Real Academia Galega (Manuel Gómez Román, Xesús Ferro Couselo e Francisco Fernández del Riego) presentaron nesta institución a proposta de celebrar o 17 de maio para recoller o "latexo material da actividade intelectual galega". Estimaban que o poemario de Rosalía era a primeira obra mestra da literatura galega contemporánea, é dicir, considerábana a primeira obra do Rexurdimento. Realmente, descoñécese a data real de publicación do libro, pero tomouse ese día pola dedicatoria autógrafa de Rosalía á tamén poetisa Cecilia Böhl de Faber (Fernán Caballero).
Para conmemorar o primeiro día das letras publicouse unha edición crítica de Cantares gallegos, realizada por Fermín Bouza Brey. A festividade tivo un alcance e unha significación extraordinarios, e foi moi ben acollida non só a nivel literario senón tamén nos ambientes populares. Dende aquela dedícaselle o día de cada ano a unha figura significativa da literatura galega, coa única condición de que no ano da súa conmemoración teña pasado un mínimo de dez dende a data de falecemento da persoa homenaxeada.
Oficialmente, trátase dun día de carácter festivo en toda Galiza.



Adios, rios; adios, fontes

Adios, ríos; adios, fontes;
adios, regatos pequenos;
adios, vista dos meus ollos:
non sei cando nos veremos.

Miña terra, miña terra,
terra donde me eu criei,
hortiña que quero tanto,
figueiriñas que prantei,

prados, ríos, arboredas,
pinares que move o vento,
paxariños piadores,
casiña do meu contento,

muíño dos castañares,
noites craras de luar,
campaniñas trimbadoras
da igrexiña do lugar,

amoriñas das silveiras
que eu lle daba ó meu amor,
camiñiños antre o millo,
¡adios, para sempre adios!

¡Adios gloria! ¡Adios contento!
¡Deixo a casa onde nacín,
deixo a aldea que conozo
por un mundo que non vin!

Deixo amigos por estraños,
deixo a veiga polo mar,
deixo, enfin, canto ben quero...
¡Quen pudera non deixar!...

Mais son probe e, ¡mal pecado!,
a miña terra n'é miña,
que hastra lle dan de prestado
a beira por que camiña
ó que naceu desdichado.

Téñovos, pois, que deixar,
hortiña que tanto amei,
fogueiriña do meu lar,
arboriños que prantei,
fontiña do cabañar.

Adios, adios, que me vou,
herbiñas do camposanto,
donde meu pai se enterrou,
herbiñas que biquei tanto,
terriña que nos criou.

Adios Virxe da Asunción,
branca como un serafín;
lévovos no corazón:
Pedídelle a Dios por min,
miña Virxe da Asunción.

Xa se oien lonxe, moi lonxe,
as campanas do Pomar;
para min, ¡ai!, coitadiño,
nunca máis han de tocar.

Xa se oien lonxe, máis lonxe
Cada balada é un dolor;
voume soio, sin arrimo...
Miña terra, ¡adios!, ¡adios!

¡Adios tamén, queridiña!...
¡Adios por sempre quizais!...
Dígoche este adios chorando
desde a beiriña do mar.

Non me olvides, queridiña,
si morro de soidás...
tantas légoas mar adentro...
¡Miña casiña!,¡meu lar!

in Cantares Gallegos (1863) - Rosalía de Castro

Trent Reznor, o vocalista dos Nine Inch Nails, faz hoje 48 anos

Michael Trent Reznor (Mercer, 17 de maio de 1965) é um músico norte-americano, cantor, produtor musical, e multi-instrumentalista. Reznor é o fundador e principal força criativa por trás da banda de rock industrial, Nine Inch Nails. Reznor também foi o responsável pela produção e lançamento do primeiro álbum de Marilyn Manson.
Em 2010, Reznor assumiu a responsabilidade de criar uma banda sonora para o filme The Social Network, ao lado do amigo Atticus Ross. O trabalho rendeu-lhe (e a Ross) o Óscar de Melhor Banda Sonora.


quinta-feira, maio 16, 2013

Jim Henson morreu há 23 anos

James Maury "Jim" Henson (Greenville, Mississippi, 24 de setembro de 1936Nova Iorque, 16 de maio de 1990) foi o criador e manipulador dos bonecos Muppets (Os Marretas).
Jim começou a sua carreira de manipulador de bonecos quando lançou, com sua futura noiva-colaboradora Jane Nebel Henson, o programa infanto-juvenil apresentado por bonecos chamado Sam e Seus Amigos, no qual apareceu pela 1ª vez o mais famoso dos personagens de Jim Henson, O Sapo Kermit (Cocas, o Sapo). Além de Kermit, também tinha o Sam, Harry, Yorick etc. O programa foi produzido pela WRC-TV NBC 4, onde permaneceu no ar até 1961.
Depois do sucesso de Sam e Seus Amigos, Jim Henson criou sua própria empresa de criação de bonecos, chamada Muppets, Inc., depois chamada de Henson Associates, Inc.; Jim Henson Productions; e atualmente The Jim Henson Company. Os personagens Muppets participaram de alguns programas de auditório americanos famosos, entre eles, o Jimmy Dean Show (a 1.ª aparição do cachorro Rowlf) e o Ed Sullivan Show, sendo lançado nos EUA, inclusive, um DVD com 20 das 25 aparições dos Muppets neste último.
Em 1968, a Sesame Workshop de Joan Ganz Gooney, em parceria com a Muppets, Inc., criou e produziu um programa infanto-juvenil educativo chamado Sesame Street (Rua Sésamo) que fez tanto sucesso que passou a ser adaptado em outros países, inclusive o Brasil (co-produzido pela TV Cultura e pela TV Globo de 1973 a 1977, com nova versão produzida pela TV Cultura a partir de 2007), México (produzido pela Televisa de 1973 até hoje) e Portugal. O protagonista é uma marionete de corpo inteiro chamado Big Bird (Poupas em Portugal).
Em 1976, a Muppets, Inc., agora com o nome de Henson Associates, Inc. formou parceria com a ATV/ITC Entertainment de Lord Lew Grade, para produzir o show de maior sucesso dos Muppets: The Muppet Show (Os Marretas), no qual, as personagens Caco, Fozzie, Gonzo, Rizzo, Miss Piggy etc. recebiam convidados especiais, tais como Elton John, George Burns, e Madeline Kahn.
Em 1979, foi lançado o 1º longa-metragem dos Marretas, Muppets, o Filme, seguido por A Grande Farra dos Muppets (1981) e Os Muppets Conquistam Nova Iorque (1983).
No mesmo ano, foi construída sua empresa de criação e confecção de bonecos animatrónicos e cenários, e animação de personagens computadorizados ou de massinha de modelar, chamada de Jim Henson's Creature Shop (inicialmente The Muppet Creature Shop), situada em Londres, com filiais em Nova Iorque, Los Angeles e Sydney.
Henson concluiu o seu primeiro filme de longa-metragem com criaturas animatrónicas: O Cristal Encantado.
Em 1983, Jim Henson iniciou uma nova série Fraggle Rock, a Rocha Encantada, cuja exibição durou de 1983 a 1987 e ocorreu em vídeo no Brasil.
Em 1986, juntamente com Lucasfilm, Ltd. (a mesma de Star Wars), Henson lançou Labirinto, a Magia do Tempo.
Em 1990 a Disney se juntou a Henson pela 1 vez, com sua série Os Dinossauros. Também foi lançada uma atração nos parques Disney: Muppet-Vision 3-D/4-D.
Ainda em 1990 (precisamente a 16 de maio de 1990), Jim Henson faleceu, vítima de uma pneumonia. Ele foi cremado e suas cinzas espalhadas pelo seu rancho em Santa Fe, no estado americano de Novo México.
No dia 23 de setembro de 2011 foi homenageado pelo Google com um google doodle em que apareciam alguns dos personagens da Rua Sésamo formando a palavra "Google".


Sammy Davis Jr. morreu há 23 anos

Samuel George "Sammy" Davis, Jr. (Harlem, Nova Iorque, 8 de dezembro de 1925 - Beverly Hills, 16 de maio de 1990), mas conhecido simplesmente como Sammy Davis Jr., foi um cantor, dançarino e ator norte-americano.
Essencialmente dançarino e cantor, Davis passou sua infância no vaudeville e tornou-se conhecido por suas performances na Broadway e em Las Vegas, sendo a estrela de programas de televisão e filmes. Fez parte do grupo de atores, liderado por Frank Sinatra, conhecido como Rat Pack, sendo o único membro não branco.
Davis começou a sua carreira no vaudeville, com três anos de idade, com seu pai e Will Mastin. Com os dois excursionou pelos EUA, e após o serviço militar, retornou ao trio. Davis tornou-se uma sensação, da noite para o dia, depois de um show na discoteca Ciro, em 1951. Em 1954, ele perdeu seu o olho esquerdo num acidente automobilístico. Em 1960, ele apareceu no primeiro filme do grupo Rat Pack, Ocean Eleven. Depois de um papel de protagonista na Broadway, Mr Wonderful, em 1956, Davis voltou ao palco em 1964 no shown Golden Boy, e em 1966, teve o seu próprio programa de variedades na TV, The Sammy Davis Jr. Show. A carreira de Davis perdeu intensidade no final dos anos sessenta, mas ele ainda fez sucesso com o disco "The Candy Man", em 1972, e tornou-se uma estrela em Las Vegas.
Como afro-americano, Davis foi vítima de racismo durante toda a sua vida, e foi um grande financiador da causa dos direitos civis. Também teve um relacionamento complexo com a comunidade dos afro-americanos, e atraiu críticas após abraçar Richard Nixon em 1970. Um dia, num jogo de ténis com Jack Benny, perguntaram-lhe sobre o seu handicap no golf. "Handicap?" Respondeu ele: "Falar sobre handicap? Eu sou um negro judeu zarolho...." Este comentário transformou-se na sua assinatura, recontada na sua biografia e em incontáveis artigos.
Depois de se reunir com Sinatra e Dean Martin, em 1987, Davis viajou com eles e Liza Minnelli numa turnê internacional, antes de morrer de cancro na garganta, em 1990. Ele morreu devendo impostos ao  estado e os seus bens foram alvo de batalhas judiciais.
Davis foi premiado com a Medalha Spingarn pela NAACP, e foi indicado para um globo de ouro e um Emmy por suas atuações na televisão . Obteve o Prémio Kennedy em 1987 e, em 2001, ele recebeu postumamente o Prémio Grammy, pelo conjunto da obra.


Curiosidades
  • Foi o primeiro artista negro a conseguir estrelar o seu próprio programa de televisão.
  • Em 1954, após lançar o seu primeiro álbum, "Starring Sammy Davis Jr.", ficou um período afastado devido a um acidente automobilístico que lhe provocou a perda de um olho.
  • Converteu-se ao judaísmo, o que, segundo alguns, provocou uma grande ira na sociedade conservadora dos Estados Unidos.
  • Michael Jackson, assumidamente fã de Davis desde criança, compôs a canção "You Were There" para o especial de 60 anos do aniversário de Sammy Davis, apresentando-a ao vivo em 1989.
  • É citado nas séries "Seinfeld" (no primeiro episódio da 8ª temporada) e "Patriarca com Estilo".
  • No filme Uma vida iluminada o cão-guia Sammy Davis Jr. Jr. tem o nome, em homenagem ao cantor.
  • Participou de um episódio da série Jeannie é um Génio (1965-1970), na 2ª temporada da série, em 1967. Nesse episódio, além de contracenar com Barbara Eden e Larry Hagman, Sammy canta as suas canções.


O poeta brasileiro Ronald de Carvalho nasceu há 120 anos


Ronald de Carvalho era filho do capitão-tenente e engenheiro naval Artur Augusto de Carvalho e de Alice Paula e Silva Figueiredo de Carvalho, concluindo o curso secundário no Colégio Abílio.
Entrou na Faculdade Livre de Ciências Jurídicas e Sociais, atual Faculdade Nacional de Direito da UFRJ, fazendo bacharelado em 1912. Desde 1910 trabalhava como jornalista, no Diário de Notícias, cujo diretor era Ruy Barbosa.
Na sua ida para a Europa, cursou Filosofia e Sociologia em Paris. Ao voltar para o Brasil, entrou para o Itamaraty. Em 1922, participou da Semana de Arte Moderna, que decorreu em 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922 no Teatro Municipal de São Paulo, a qual foi o momento determinante do Modernismo brasileiro.
Em 1924, dirigiu a Seção dos Negócios Políticos e Diplomáticos na Europa. Durante a gestão de Félix Pacheco, esteve no México, como hóspede de honra daquele governo. Em 1926, foi oficial de gabinete do ministro Otávio Mangabeira. Em 1930, o seu poema Brasil foi entusiasticamente lido na conferência Poesia Moderníssima do Brasil, apresentada pelo professor Manoel de Souza Pinto, da Cadeira de Estudos Brasileiros da Faculdade de Letras de Coimbra. Exerceu cargos diplomáticos de relevância, servindo na Embaixada de Paris, com o embaixador Sousa Dantas, por dois anos, e depois em Haia (Países Baixos). Retornou a Paris, de onde, em 1933, foi removido para o Rio de Janeiro.
Foi secretário da Presidência da República, cargo que ocupava quando morreu. Em concurso realizado pelo Diário de Notícias, em 1935, foi eleito Príncipe dos Prosadores Brasileiros, em substituição de Coelho Neto. Colaborou, com destaque, em O Jornal. Casou com Leilah Accioly de Carvalho, com quem teve quatro filhos.
Ronald de Carvalho faleceu com 41 anos de idade, vítima de acidente automobilístico, no Rio de Janeiro, em 15 de fevereiro de 1935.


Na biblioteca de Fernando Pessoa da Casa Fernando Pessoa, em Lisboa, existe um exemplar do livro Luz Gloriosa - Poema de Ronald de Carvalho, com o seguinte colofon:
« Terminou-se a impressão deste livro em Novembro do anno de MCMXIII, nas officinas graphicas da Casa Crès et Cie, Paris. »
Este exemplar foi oferecido a Fernando Pessoa pelo autor e enviado através de Luís de Montalvor, no seu regresso a Lisboa após dois anos como secretário da Embaixada de Portugal no Rio de Janeiro. O livro tem uma dedicatória escrita pelo punho de Ronald de Carvalho:
« Para as mãos de Fernando Pessôa, fraternalmente Ronaldo de Carvalho. Rio MCMXIV »
Em 29 de fevereiro de 1915, Fernando Pessoa escreveu ao autor, agradecendo o livro que este lhe oferecera e fazendo uma apreciação de Luz Gloriosa:
«O seu Livro é dos mais belos que recentemente tenho lido. Digo-lhe isto para que, não me conhecendo, me não julgue posto a severidade sem atenção às belezas do seu Livro. Há em si o com que os grandes poetas se fazem. De vez em quando a mão do escultor faz falar as curvas irreais da sua Matéria. E então é o seu poema sobre o Cais e a sua impressão do Outono, e este e aquele verso, caído dos deuses como o que é azul no céu nos intervalos da tormenta. Exija de si o que sabe que não pode fazer. Não é outro o caminho da Beleza.»
Fernando Pessoa in Correspondência (1905-1922) 
A crítica de Fernando Pessoa parece ter influenciado o escritor brasileiro, que iria aderir ao modernismo, destacando-se a sua intervenção na Semana de Arte Moderna. cinco anos mais novo do que Fernando Pessoa, Ronald de Carvalho viria a morrer, por coincidência, no mesmo ano do escritor português.
Ronald de Carvalho foi, em conjunto com Luís de Montalvor, diretor do primeiro número da revista literária Orpheu, publicada em Lisboa em Março de 1915, causando enorme polémica. Esta revista, de que se publicaram apenas dois números, foi uma das mais importantes no panorama literário português, contribuindo decisivamente para a introdução do modernismo em Portugal e exercendo uma duradoura influência na literatura portuguesa do século XX. Para além desses dois escritores, Orpheu publicou grandes nomes das letras portuguesas, como Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro e José de Almada-Negreiros.
Na folha de rosto do primeiro número da «revista trimestral de literatura» Orpheu, correspondente ao primeiro trimestre de 1915, pode ler-se:

DIRECÇÃO
PORTUGAL

Luiz de Montalvor - 17, Caminho do Forno do Tijolo—LISBOA

BRAZIL
Ronald de Carvalho - 104, Rua Humaytá—RIO DE JANEIRO

Nas páginas 21 a 25 a mesma revista contém os poemas de Ronald de Carvalho «A Alma que Passa», «Lampada Nocturna», «Torre Ignota», «O Elogio dos Repuxos» e «Reflexos (Poema da Alma enferma)».

Écloga Tropical

Entre a chuva de ouro das carambolas
e o veludo polido das jabuticabas,
sobre o gramado morno,
onde voam borboletas e besouros,
sobre o gramado lustroso
onde pulam gafanhotos de asas verdes e vermelhas,

Salta uma ronda de crianças!
O ar é todo perfume,
perfume tépido de ervas, raízes e folhagens.

O ar cheira a mel de abelhas...

E há nos olhos castanhos das crianças
a doçura e o travor das resinas selvagens,
e há nas suas vozes agudas e dissonantes
um áureo rumor de flautas, de trilos, de zumbidos
e de águas buliçosas...

in
Epigramas Irônicos e Sentimentais (1922) - Ronald de Carvalho

Liberace nasceu há 94 anos

Wladziu Valentino Liberace, (West Allis, 16 de maio de 1919 - Palm Springs, 4 de fevereiro de 1987) foi um popular pianista e showman norteamericano.
Liberace nasceu numa família de músicos. O seu pai, o italiano Salvatore Liberace, tocava trompa na Orquestra Filarmónica de Milwaukee, a sua mãe, a polaco-americana Frances Zuchowski, tocava piano e o seu irmão George era violinista. Desde muito cedo o menino demonstrou uma aptidão excepcional pelo piano. Quando tinha sete anos, tocou para Paderewski, que, impressionado com a precocidade do rapaz, ajudou-o a entrar como bolsista no Colégio de Música de Wisconsin. Os estudos do jovem estenderam-se por dezassete anos. Com apenas onze anos, ele foi solista num concerto com orquestra e, durante sua adolescência, apareceu tocando com importantes orquestras.
Parecia que Liberace iria tornar-se um pianista clássico, porém, ao apresentar um recital, escolheu tocar como encore não uma obra de um compositor erudito, mas sim um arranjo virtuosístico de uma música popular. Nascia assim o showman Liberace.
Um pianista extraordinariamente treinado sob o ponto de vista da escola tradicional do piano, mas que ousou fazer o inusitado, usar toda a sua arte não apenas num reportório clássico, mas também na música popular. Além de tocar, ele cantava e dançava.
Posteriormente Liberace jamais executaria qualquer canção sem um arranjo pessoal e inimitável. Sua inesgotável capacidade pianística levou-o a ser chamado de o "Liszt de Las Vegas".
A partir de 1953, apresenta um programa semanal na televisão em rede nacional. Nesta década, Liberace processa alguns jornais que publicaram matérias alegando a sua suposta homossexualidade. O seu vestuário era ao mesmo tempo luxuoso e espalhafatoso. Uma exposição de alguns dos valiosos bens pertencentes a Liberace é realizada em Hollywood, na Califórnia em 1966. Liberace era um notório colecionador, principalmente de mobiliário antigo, pianos antigos e carros de luxo. Entre os muitos pianos que chegou a possuir, havia um que pertencera a Chopin e outro que pertencera a George Gershwin.
Em 1973, Liberace publica sua autobiografia. Em Las Vegas, é inaugurado, em 1979, o Museu Liberace, uma oportunidade para os seus admiradores verem seus pianos, carros, e outros objetos.
No auge de sua carreira, Liberace chegou a ganhar cerca de cinco milhões de dólares anualmente, tendo construído cinco luxuosas mansões. Nunca antes, na história da música, um instrumentista havia ganho tanto dinheiro.
Em 1980, a morte de sua mãe deixa-o profundamente abalado.
O seu irmão George morre de leucemia em 1983. A sua última aparição pública foi em novembro de 1986, no Radio City Music Hall, em Nova Iorque. Três meses após, morreria aos 67 anos por complicações causadas pelo vírus da SIDA, na sua residência de Palm Springs, na Califórnia. Os seus restos mortais jazem, juntamente com os da sua mãe e do seu irmão, num túmulo encimado por uma bela estátua, no Cemitério Forest Lawn, em Hollywood, Los Angeles.


Robert Fripp - 67 anos

Robert Fripp (Wimborne Minster, 16 de maio de 1946) é um guitarrista inglês de rock progressivo, famoso por suas técnicas inovadoras no seu instrumento, como o uso de um aparelho denominado Frippertronic que dá a guitarra a capacidade de gerar sons de sintetizadores. É o líder da banda King Crimson. Trabalhou com músicos como Brian Eno, Andy Summers, Peter Gabriel, David Bowie e David Sylvian. Foi considerado o 62º melhor guitarrista de todos os tempos pela revista norte-americana Rolling Stone.

Fripp começou a tocar guitarra ( acústica) aos 11 anos, com uma Manguin Frere, passando pra elétrica apenas aos 14, com uma Hofner President. Ele teve aulas de teoria musical com uma professora de piano, o que lhe deu alguma base pra um ano depois ter aulas com Don Strike, um bom guitarrista do estilo dos anos 30.
Em nenhum momento Robert se prendeu à algum estilo musical, nunca cultivou ídolos, chegando à dizer que Jimi Hendrix nunca foi um guitarrista; foi apenas um músico que tinha algo a dizer e conseguiu, chegando a duvidar se o mesmo se interessava tanto pelo instrumento de trabalho. Outro alvo do guitarrista inglês foi Eric Clapton, a qual mencionou que foi um guitarrista meramente banal, que lançou algo interessante e se perdeu com o tempo (declarações à revista Guitar Player de 1974, que foram resposta a rumores destes dois terem sido as suas grandes influências). Robert desenvolveu um estilo único sem se prender ao mainstream, o que lhe gerou alguma antipatia com parte do público, apesar de gozar de extrema reputação no meio especializado
O trabalho profissional de Fripp começou em 1967, com uma banda formada por Peter Giles e Michael Giles. Sem sucesso, eles se prepararam para formar com Greg Lake, Peter Sinfeld e Ian McDonald os King Crimson, lançando, em 1969, o debutante álbum In the Court of the Crimson King. Com moderado sucesso, apesar da inovação a qual o álbum trazia para o rock da época, a banda lança, logo depois, o disco In the Wake of Poseidon. Já sem Ian Mcdonald, que havia deixado a banda após o primeiro disco, os King Crimson partiriam para uma imensa troca de integrantes, permanecendo Robert Fripp como o único remanescente entre todas as formações, apesar do mesmo não se considerar o líder da banda.
Além do seu papel nos King Crimson, Fripp trabalhou com diversos artistas e grupos, podendo citar-se como exemplos Brian Eno, Peter Gabriel, David Bowie, David Sylvian, Andy Summers, Blondie, Talking Heads e G3.